[ARQUIVO] 15 MINUTOS DE FAMA (DOS NINFOMANÍACOS DA UNB)

Publicado originalmente em 18 de novembro de 2009.

Abaixei as calças, deixei-me fotografar, tornei-me uma celebridade. A vida andava meio… entediante. Mas salvei o dia! Amanhã eu penso em outra traquinagem boa o suficiente para interessar a um jornalista. Tarefa essa cada vez mais capciosa, uma vez que os jovens estão “botando pra quebrar”. E há jovens de todas as idades…¹

Terei eu logrado a eternidade, com um pequeno espaço no pior papel do mundo (aquele que desmancha quando chove)? Me impressiona as pessoas ainda terem olhos para penetrar nesse preto borrado depois de três séculos! (Me refiro aos jornais.) Borrado por borrado, prefiro pagar para lerem meu destino no fundo da xícara de café.

E não somos uns carolas reacionários puritanos? Até aqueles à flor da pele acham histriônica a idéia da nudez. Uns ridículos de reitoria desfazendo os anos 60…

Pergunta: por que só tem mulher horrorosa nesses “atos”? (Sobre o ATO – como vulgarizar peças de teATrO: chamando o burburinho dos rebeldes sem-causa de AÇÃO. Muito fácil ser ator!)¹

Unindo o útil ao agradável: quem luta pensa que “sofre pelos outros”. Sofrendo estou eu, nesse calor, com vontade de tirar a roupa mas guardando lá minha dignidade e inocência – quando fico pelado, não é para causar sensação, mas para lembrar que ainda sou gente.

¹ P.S. Essa crítica a um protesto cujo motivo agora me escapa (provando que não possuía qualquer importância, além de errarem no método), realizado no Minhocão por estudantes da UnB à época, contando com nudismo e striptease, quando circulei o manuscrito pela sala de aula, fez até com que uma senhora de 60 e poucos anos do curso de ciências sociais – que declarou seu amor ao professor de Teorias Sociológicas Contemporâneas no meio da aula da dita matéria!a –, minha veterana, parasse de falar comigo pelo restante do semestre (na prática, para sempre), sem sequer explicar seus motivos (me deixando 3 dias no escuro sobre a bizarrice de seu súbito mutismo após eu lhe haver perguntado, na fila da cantina, sobre os ingredientes de um salgado que estava na estufa, e ela se recusar a me responder, fitando-me o tempo todo!). Obs.: Eu não sabia que ela tinha participado do ato, daí minha sincera surpresa – ter acertado o cuco com uma paulada aleatória! A referência a “jovens de todas as idades” no fim do 1º parágrafo não procurava provocar ninguém em específico, já que havia outras pessoas mais velhas no ato.

a Em conseqüência dessa anedota um tanto engraçada que não tinha por que estar neste artigo ou panfleto satírico, ouvi o fora mais patético e despropositado de toda a minha vida, por isso o registro é mais do que merecido! Ao ouvir da aluna “experiente” que ela queria que ele fosse seu namorado, o ranzinza e estrambótico professor de Teorias Sociológicas Contemporâneas, de quem omito a identidade para não constrangê-lo no pudico e cerimonioso ambiente da Academia perante seus pares que tudo ouvem e tudo vêem (num departamento de Universidade, todos aqueles que se bicam têm sentidos anormalmente agudos para esse tipo de fofoca mesquinha a fim de arruinar reputações do dia para a noite e beliscar algum cargo ou, enfim, apenas rir da mancha no Lattes do desafeto!), assim se dirigiu à pretendente: “Isto não está posto!”, e seguiu dando sua (insossa) aula. Terá sido um pretexto para ensiná-la em privado sobre fenomenologia husserliana?! Os patronos da sociologia, onde quer que estejam, saberão – e ninguém mais!

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