[ARQUIVO] DO ÚTERO ÀS ESTRELAS…Into The Void

Originalmente publicado em 24 de outubro de 2009.

Fábula mental dividida em 4 episódios insanos, narrados na ordem em que foram lembrados, em suas minúcias, cerca de 5 minutos após a consciência cumprimentar o nascer de um novo dia…

Dormia com B. tentando desvirgina-la; acordava com P. (…) estava atrás de baixar algo com o PC ligado a um sem-número de cabos sem função aparente. B. tinha desaparecido roubando coisas minhas, e P. havia deixado a porta do forno do fogão aberta e o gás ligado a madrugada inteira. Depois descobri que B. não havia roubado o monitor LCD como pensara, mas que ele, da cor negra, se confundia com a bancada de granito na mesma cor, virado de cabeça para baixo que estava. No entanto, eu seguia caminhando pelo apartamento sentindo certa opressão pela falta de vários objetos… Matutava comigo: essa cena não pode ser real!

Anteriormente, escutava todas as faixas de um álbum do Black Sabbath … Sonhava com o dia em que poria à prova meu talento nos vocais, com o suporte da Fierce Fire, mas temia esquecer a letra na hora “H”. O Megadeth tinha duas canções chamadas “Mastodon”, uma de 6, e a outra de 11 minutos. Eu também ouvia, a provava, todos os vinis do Sepultura.

Eu e A. jogávamos a Star Cup no modo Grand Prix de Mario Kart 64. Eu escolhia o Luigi e estava na tela de baixo. Vencia a 1ª corrida, Wario’s Stadium, com meu rival chegando em segundo. Após as 4 pistas, eu tinha somado um número ridículo de pontos e perdido a disputa, imaginando: quando éramos crianças, fazíamos 33 ou 36 pontos (100% de aproveitamento) sem dificuldades! Decadência da estrela…

Eu passei a viver num quarto modesto que era toda a minha casa. … Recebia várias correspondências. Minha mãe as entregava. Eu as depositava sobre a cama; muitas cartas eram contas e avisos, coisa de gente grande. Eu as ordenava conforme algum critério agora indefinido e vago. … havia uma mensalidade pendente do curso de jornalismo. De repente recebia uma ligação do estrangeiro, de alguém muito idoso, provavelmente do Japão. Meu irmão foi “o secretário” que me passou o telefone. Calmamente pedi que esse homem, que tinha a voz de P., aguardasse na linha enquanto eu tirava minha roupa e tomava uma ducha reconfortante. De volta à linha, ele me solicitava a resolução de várias pendências burocráticas. Passei a possuir entre as mãos uma curiosa seqüência de pagamentos ou recibos de extrato, algo seguramente emitido por um banco, com datas de 2005 e 2006; de uma delas, aliás, eu ainda me recordo textualmente: “06.abr.2005, dia das crianças” – era o que constava no papel, não estou mentindo.

Finda a novela financeira, recebia uma linda visita, C., magra e sorridente; não disfarçava seu encanto instantâneo por mim. Ela trajava um sensualíssimo vestido carmesim, e meias-calças negras. Demonstrou inveja por ter um cabelo mais curto que o meu – e isso era impressionante, porque o dela já atingia o meio das costas! Não importavam mais as questões sérias, nós dois só queríamos arranjar um pretexto qualquer para nos agarrarmos e nos beijarmos ali mesmo, porém minha família se encontrava na casa, talvez no quarto ao lado.

Despertei. 

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