HISTÓRIA DAS IDÉIAS 4: HINDUÍSMO & FILOSOFIA OCIDENTAL: Um esboço

Esse artigo (contendo também anotações fragmentárias) visa a integrar os conhecimentos transmitidos pelos Vedas-Upanishads (livros sagrados hindus) com o conhecimento em Primeira filosofia (Metafísica no sentido estrito ou Filosofia Continental, abarcando autores de Platão (séc. IV a.C.) ao pós-estruturalismo francês dos anos 1960). O post poderá ser lido em conjunto com outros da categoria Religião e da subcategoria Hinduísmo já presentes no Seclusão e indexados no menu. Usarei The Roots of Vedanta, de Sudhakshina Rangaswami, como bibliografia principal para as citações dos textos védicos (traduzidos por mim do inglês quando necessário).

Os Upanishads (revelações comentadas) são a cabeça e os Vedas em si são o tronco da visão e conhecimento hindus; a correta leitura dos Upanishads, portanto, pode ser considerada a aquisição da consumação da sabedoria transmitida pelos textos sagrados antigos da Índia. Mal comparando, os Upanishads seriam como os textos dos Escolásticos sobre o Antigo e o Novo Testamentos (Santo Agostinho e São Tomás de Aquino como os principais); mas o paralelo cessa quando se entende que, para o praticante da religião hindu, os Upanishads são de quase tão remota origem quanto os Vedas e, apesar de reconhecidamente escritos por mãos humanas, de indivíduos considerados “gurus”, são tratados como texto sagrado, indispensável para compreender a elaborada natureza dos Vedas. Isso faz com que os Upanishads gozem de uma autoridade que a Cidade de Deus ou a Suma Teológica jamais gozaram no Ocidente, mesmo em face da Igreja Romana.

O fato fundamental dos escritos Upanishads é que eles reconhecem a característica de arbitrariedade e às vezes insuficiência da língua para transmitir idéias, compreensão básica da Lingüística moderna e o esteio principal de toda a bibliografia, por exemplo, de Ludwig Wittgenstein. Como a linguagem, a partir de determinado ponto, se torna inadequada para articular a experiência em sua essência, os sábios antigos do Oriente utilizaram o recurso da exposição de mitos e símbolos como alegorias de seus ensinamentos (paralelo com Platão), chegando mesmo à utilização de conceitos puramente negativos (Hegel), necessários para abordar as intuições que levam ao Absoluto.

Os Upanishads são a primeira fonte direta (śruti prasthāna) do oriental para a cognição da Realidade Absoluta. Há mais de cem Upanishads, de forma que o que se realiza aqui é apenas um esboço de introdução ao tema. Os dez Upanishads comentados pelo sábio Sankara são considerados os Upanishads clássicos ou mais importantes, aqueles que se deve tentar ler, caso não haja tempo para a leitura de todo o catálogo dos Upanishads. Os Upanishads, desde o início, não pretendem ser uma descrição literal ou hiper-concentrada de saberes, dogmas ou revelações, como a Bíblia. Dessa forma, não está organizado em versículos, mas em capítulos de prosa como os livros técnicos ou de ficção ocidental modernos em sua quase totalidade, aproximando-nos do olhar védico. O importante será a compreensão holística de todo o conteúdo ali apresentado, e não debruçar-se sobre uma sentença, procurando o significado de um vocábulo como aforismo ou sentença para a vida. O que interessa é a compreensão global pelo adepto. Fenômeno similar se dá com o estudante de filosofia, que adquire conhecimento aos poucos consultando os vários autores de primeira grandeza, para só então partir para os de segunda ou terceira grandeza, buscando conhecimentos mais específicos. Tampouco há uma ordem preestabelecida para a leitura: pode-se começar por qualquer Veda ou Upanishad. O aprendizado é cumulativo, cíclico e recursivo.

Afora o próprio binômio Vedas-Upanishads, o texto da literatura mais importante para Sankara, a maior autoridade sobre o assunto, é o épico Bhagavad Gita. É como se na Ilíada e Odisséia homéricas estivessem comprimidos toda a doutrina de Platão, Aristóteles, Descartes, Kant, Hegel, Marx, Nietzsche, Kierkegaard, Leibniz, Spinosa, Pascal, dentre outros. O Bhagavad consegue resumir os principais preceitos dos Upanishads e podem ser uma primeira leitura iniciática, ou uma leitura posterior, de reforço dos ensinamentos védicos.

A forma de trabalho da linha dos Upanishads é diametralmente oposta à do Bhagavad Gita, mas ambos atingem a mesma meta: os primeiros enfatizam a renúncia e meditação em Brahma como a disciplina espiritual que conduz à liberação; o segundo, poema-diálogo, ensina a trilha da ação desinteressada neste mundo, a prática do karma-yoga, evoluindo gradativamente ao mais espiritualizado inana-yoga, que pode incluir ou não a devoção a um deus antropomorfizado (objetivo do bhakti-yoga), abrindo, tanto quanto os Upanishads, o caminho para a liberação sem a prática da renúncia ascética. Alguns dos temas deste parágrafo são complexos e foram utilizadas expressões diretamente retiradas dos próprios textos sagrados. Por isso, entraremos em explicações mais detalhadas adiante, “quebrando” os vários temas em seções:

A trilha da ação desinteressada

Em última instância, a prática do karma-yoga equivale a princípios ocidentais como o enunciado de Friedrich Nietzsche “como filosofar com o martelo”. Em Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche, escritor alemão do séc. XIX, expõe seu “método destrutivo do pensamento”. Destrutivo não deve ser entendido de forma pejorativa. Como na frase acima “chegando mesmo à utilização de conceitos puramente negativos, o “pensar destrutivo” nada mais é do que lutar contra preconcepções potencialmente nocivas adquiridas involuntariamente durante o processo normal de educação do ser humano. Através da aplicação do pensamento crítico sobre os valores herdados pelo homem ocidental, Nietzsche pretende pôr em questão algumas afirmações tidas como verdade que não passam, no sentido da filosofia, de “puras aparências”. Filosofar a marteladas nada tem de violento, ou mesmo de atividade corporal voltada ao mundo material em si: é, traduzidas em outras palavras, a função do filósofo. Porém, Nietzsche escreve em um tempo que já carrega uma grande herança da Filosofia, diferente de quando Platão escreveu. Por isso, para ele, é fundamental desconfiar e reler os filósofos do passado, analisando-os filosoficamente, a fim de não acabar criando castelos de areia, isto é: a desvinculação do pensador a noções antigas e erradas deve ser priorizada em relação a “criar novos conteúdos deônticos (princípios éticos para a convivência humana)”. Ele estava aplicando o karma-yoga sem o saber. O karma-yoga é a meditação oriental que ensina a iniciar o caminho da renúncia das ilusões materiais.

Através dos fenômenos, experiências e aparências chegamos enfim àquilo que não é passível de ser pronunciado com suficiência de sentido (a Idéia de Platão conforme exposta n’A República). Quer dizer, o ioga é visto por grande parte dos ocidentais como um mero exercício de relaxamento, equivalente à passividade e inação. Esta é a “aparência enganosa” do ioga e do iogue (praticante). O próprio termo “praticante” levaria à conclusão imediatamente contrária, no entanto: ele pratica, ele age, o ioga é ação – contradição de sentido com a visão exotérica ocidental (vulgar, depreciativa) sobre o ioga. Ação que sufoca a ação através do controle da respiração.

Depois de compreender o ioga como ação, entretanto, é hora de compreender o ioga num nível ainda mais esotérico (de disciplina verdadeira): não como ação comum, mas como ações das ações. Esta assim num sentido novo é tanto oposta à inação ou renúncia conhecidas do público em geral como à ação comum do cotidiano. O que se faz aqui é exatamente o proceder dinâmico da filosofia de Georg Hegel, se tivermos que pensar não mais em Platão, mas no primeiro filósofo moderno de importância que podemos usar para nos auxiliar na compreensão do hinduísmo. Não é que o hinduísmo deva ser necessariamente analisado filosoficamente, nem a filosofia moderna “superada” ou sentida religiosamente pelo guru capacitado por Brahma, mas há essa constatação intermédia: as duas vias são o Um e o Mesmo. Tese (popular, concepções mundanas) – antítese (começo crítico do aprendizado de “filosofar com o martelo” ou do karma-yoga) – síntese (consumação, sabedoria efetiva, inana-yoga ou o conceito da Idéia de Platão em seu sentido mais elaborado).

A trajetória da compreensão pelo sujeito aspirante ao saber de que o mundo das experiências é nosso meio (nossa técnica) para alcançar o Absoluto: assim também pode ser resumido o karma-yoga. E alcançar o Absoluto no sentido carma-iogue é: compreender que participo de um destino em perfeita harmonia com todo o universo, me fundo com ele. A expressão karma, muito mal-utilizada no Ocidente, deve ser interpretada pelo estudante dos Vedas como destino, mas não na concepção clássica e fatídica de destino. Trata-se do destino sentido não como um peso ou castigo infligido ao indivíduo (compreensão popular de c”arma”), mas como a leveza de espírito para a prática da ação responsável. O eterno retorno de Nietzsche buscava a mesma conclusão ética. O saber é sempre recursivo. Estou explicando estas mesmas equivalências pela terceira ou quarta vez no Seclusão Anagógica. Mas isso é uma virtude, não um defeito: a sabedoria é esse ir e vir pelos mesmos pensamentos, até solidificar o conhecimento adquirido. Eu aprendo enquanto ensino; não importa de onde parti, nem onde chego; percorro círculos; não importa se o leitor me lê pela primeira vez agora ou acessa esse texto depois de ler outras explicações anteriores (ou futuras). Ele se junta ao círculo seleto, aprende e também ensina.

A devoção a um deus antropomorfizado (bhakti-yoga)

“O caminho da devoção a uma forma pessoal de Deus abre as portas da liberação mesmo para aqueles incapazes de renunciar ao mundo (inquilinos do mundo).” Esta é uma citação de Sankara nos Upanishads. Ter fé numa entidade divina (religião significa re-ligare, entrar em fusão com) é uma das formas disponíveis para atingir a liberação védica, mesmo sem a disciplina espiritual mais rogorosa dos Upanishads, como ensina o Bhagavad Gita. Ao que se renuncia quando se diz “aqueles incapazes de renunciar”? Ao mundo? Sim e não. Sim no sentido das aparência enganosas, não no sentido de que não se renuncia à vida neste mundo, contanto que a vida neste mundo esteja ligada à busca da verdade mais profunda (o Absoluto). Há que prestar atenção na palavra inquilino. Nossa casa é o mundo, mas não somos os proprietários: estamos de passagem, utilizando uma vida cedida por empréstimo num todo maior.

Apesar da semelhança à primeira vista entre o bakthi-yoga e as religiões ou monoteísmos ocidentais, que são baseadas no culto a um Deus pessoal, a primeira vantagem do hinduísmo sobre o credo cristão (sempre citarei o Cristianismo pela sua maior popularidade e aderência no Ocidente, mas a rigor me refiro a todas as religiões de massa por metonímia) é que o hinduísmo não é um ateísmo, não é um monoteísmo e não é um politeísmo, apesar de ser todos os três ao mesmo tempo (aparências divergem das idéias). O caminho da devoção seria interpretado como “oração” ou “reza” no Ocidente. Está no limiar do que seria a passividade – ajoelhar-se, entregar-se, pedir socorro, etc. – e do que seria a atividade – executar um rito por volição própria, aliar-se ao seu deus, ser ativo na transformação do mundo ao se encontrar apto a transformá-lo, encarnando, representando ou se manifestando como, sendo carne e estando presente no mundo material, a vontade divina neste mundo –.

Em outros termos: ajoelhar-se (símbolo da submissão) e performar são sinônimos. Entregar-se, desistir, dar por encerrado, transferir a responsabilidade, ser o forjador de uma aliança, puxar para si a responsabilidade, iniciar a resolução de um problema concreto são também sinônimos. Pedir socorro e socorrer, ser o agente de alguém, representar algo maior do que a si mesmo são sinônimos. É natural vulgarmente separar todo fenômeno em “ação” ou “renúncia”, inação, como se viu na explicação introdutória sobre o ioga. Porém, as fronteiras entre essas categorizações arbitrárias são enganosas.

Indo além: renunciar ao mundo, seria uma ação ou uma desistência? O discípulo de Cristo, que no ato de se tornar discípulo distribui todas as suas riquezas para peregrinar com Cristo, não age? Aquele que renuncia ao mundo, não desiste da vida, se entrega, se anula? Ambas as perspectivas estão corretas. Covardia ou coragem? O debate ou simpósio entre ambas as alternativas seria eterno e inconclusivo. Há aqueles formatados para o que o mundo chama de ação; há aqueles formatados para o que o mundo chama de inação. Todos são, não obstante, homens, e muito mais parecidos em essência do que revelam as simples aparências. Assim como o ioga pode ser ação, inação, o que é ação e inação e o que não é ação nem inação ao mesmo tempo, o mesmo se aplica à intervenção militante no mundo. Cristo é reconhecido por qualquer cristão, do papa ao mais tímido e “ignorante” dos fiéis, tanto como aquele que disse: “Dai a César o que é de César, meu reino não está neste mundo”; como aquele que militou fervorosamente (veja o advérbio), com bastante ênfase e barulho, no seio do judaísmo: curar os doentes, ensinar a verdade, acusar os fariseus, destruir ídolos, arregimentar um exército de apóstolos. Portanto, tanto o reacionário político quanto o comunista clássico da guerra de guerrilha poderão dizer, com acerto, tanto que:

a) Cristo era, mesmo que de carne, Deus ou o Espírito Santo (mistério triplo, imagens que não correspondem às idéias), a manifestação ativo-passiva (tanto faz) de Deus, o Único, na Terra, com “destino selado”, ao mesmo tempo que dirigente autônomo das próprias ações, para o cumprimento final da Palavra e do Evento. Em última instância, a apologia mais completa de tudo que aconteceu, acontece e acontecerá. O pregador da doutrina de que “não importa o Estado, nos preparemos para o outro, o verdadeiro Reino”.

b) Cristo foi o comunista consumado. Revolucionário, transformador, ativista-modelo para a humanidade póstuma. Mártir, lutou por um futuro melhor para seus camaradas, derramando sangue para que seus filhos pudessem sorrir, viver a vida, sem carregar nenhuma cruz. Um libertador das condições materiais opressoras, desafiador de César e do templo dos hipócritas, instaurador de boas-novas, de uma nova verdade, de novos valores. O mundo se divide em dois, afinal – como negá-lo? Antes de Cristo e depois de Cristo; pelo menos pode-se generalizar dessa forma contanto que não levemos em conta a Ásia. (Curiosamente, de onde vêm os três reis magos? Do Oriente. Folclore popular que se integra com o que existe no Novo Testamento.)

Renunciar ao mundo não é nem uma ação nem uma renúncia, no sentido vulgar. Cristo não foi nem um corajoso herói nem um herege tumultuador e covarde. Ecce homo: Eis o homem. Cristo foi um homem. A única unidade entre esses pólos fictícios que traçamos é nossa própria condição e convivência no mesmo planeta.

A esse ponto, já ficou muito claro, após uma exposição tão numerosa em exemplos, que não importa a estrada, a esotérica (erudita) ou a exotérica (popular), a crença num panteão, num Deus único e supremo, o panteísmo ou o ceticismo extremos, o acolhimento do budismo ou do ateísmo clássico no seio da modernidade pós-Revolução Francesa (a negação do Deus cristão, que após Jesus Cristo, para os fiéis, nada quer dizer para o indivíduo senão “condenar-se ao inferno”)… Todos os caminhos levam ao mesmo caminho, ao mesmo ponto de chegada. É claro – no hinduísmo, a religião mais antiga e perfeita, completada, este caminho é explicado, e desde o Bhagavad Gita foi ensinado o método mais econômico para percorrê-lo.

Seja pela compreensão e estudo aplicado dos Vedas em alto nível de abstração, seja pela crença popular nos avatares de Brahman, o hinduísmo permite o ecumenismo: quem desejar segui-lo poderá atingir o mesmo efeito (em última instância, a fusão com Brahman, a renúncia ao mundo ou a completa inserção no mundo, no real, conforme o próprio indivíduo interprete e descreva o próprio credo). A velha polêmica (tão recente, se comparada com todo o sistema hindu!) entre Calvino e Lutero sobre a salvação via fé ou via obras é uma bobagem, uma dialética de boteco entre os dois mais importantes cristãos da Europa do período reformista.

Para voltarmos ao hinduísmo: As portas da liberação são abertas, sem olhar a quem. O ser humano é um inquilino no mundo. Ou antes: o corpo é o inquilino da alma, que é Brahman. As aparências estão de passagem no seio do Absoluto, que as contém e retém e é o dono do espaço que elas ocupam. Toda morada é temporária, por isso a expressão inquilino: nosso corpo não é o dono do imóvel. O homem é, apesar de tudo, nômade, no sentido espiritual, mesmo o mais sedentário: ele chegou e irá partir. Enquanto mero indivíduo, é um ser provisório.

Pensando na expressão inglesa usada no Upanishad traduzido naquela língua, o house-holder, o chefe de família ou dono do seu lar, no sentido empregado na frase, é o meu inquilino, é o corpo e não a alma. Como posso estar tão certo, pois, de traduzir desta maneira? No próprio inglês haveria um termo muito mais inequívoco para descrever um house-holder que não é apenas um sujeito de ocasião (um inquilino, que mora no mundo apenas de aluguel, no sentido cotidiano). Este termo é o landlord, “aquele que aluga para os outros”. O único landlord num sentido metafísico (e quem é Senhor da terra é Senhor do tempo e de tudo que ambos contêm) é Brahma. Mesmo Vishnu e os outros deuses-avatares da hierarquia hindu, e abaixo deles os sábios inspirados que escreveram, sistematizaram e interpretaram os Vedas numa linha sucessória, são apenas manifestações de aluguel, procuradores (no sentido jurídico daquele que representa) do Um. A explicação, pelo menos para mim, é muito mais intelectiva, simples, que o mistério da Santíssima Trindade, e nem por isso o hinduísmo deixa de ser uma religião, isto é, vira apenas um sistema de regras e saberes secular (por não conter mistérios que não podem ser revelados). Toda religião tem seus mistérios, é um sine qua non (condição de existência de uma religião). Os do Cristianismo, entretanto, podem e devem no mais longo prazo levar à vertigem, à estupefação e a uma incompreensão completa e duradoura.

O hinduísmo, pelo contrário, é explícito e honesto: enquanto alguém que não crê em Cristo é sempre alguém que não crê no Deus-Pai (e vice-versa) conforme o cânone cristão, um hindu poderá dizer: eu só acredito neste mundo, no meu lar e em minha família; isso não “interessa” a Brahman (trilha da ação desinteressada). Caso siga sua crença aparentemente simplória da maneira correta, este hindu (consciente ou inconsciente de sê-lo) entenderá eventualmente que tudo (sua casa, sua família, seu mundo) é real, e que, no entanto e apesar disso, tudo isso é Brahman, oriundo de Brahman. Não crer no ‘divino’ ou crer demasiado no ‘divino’ são uma e a mesma coisa para o hinduísmo: seja um indivíduo como Platão, seja um venerador público de Vishnu, seja um venerador secreto de Indra, seja um ‘venerador’ ou venerador de Brahma… (Quem põe as aspas? Responde-se à pergunta mais adiante.) Se ele sabe quem é Brahma, as portas estão abertas para ele. Brahma é apenas uma palavra.

A evolução transcendental ao inana-yoga: estar-com-Brahman

Quem acredita em Brahma como um colega-acima-dos-outros, que vive em relação com eles, sendo um outro para eles, diferente, como por exemplo Zeus para os outros deuses gregos ou o general para seu exército, é um herege, herege no sentido absoluto do bramanismo (hinduísmo), pois não é isto que Brahma é (malversação das escrituras). E no entanto, Platão, que viveu sob a religião ateniense, e não hindu, onde Zeus presidia, onde Zeus como primeiro-acima-dos-outros-deuses era a única norma sancionada, e pré-requisito da conservação da cidadania na polis (cidade-Estado de Atenas), sem nunca negar explicitamente a mitologia grega, chegou à Verdade, “apenas” trocando as palavras.

Aquele que jejua hipocritamente, ritualiza apenas teatralmente e diviniza ou amaldiçoa erradamente (não chega a Brahman embora pareça ser do credo de Brahman; amaldiçoa em verdade o mundo, que é Brahman, enquanto alega que o faz por Brahman, não entendendo o vínculo entre aparência e Verdade), esse alguém não compreendeu Brahman, então não importa que seja um devoto no sentido clássico ou popular (um asceta que se conduz de modo perfeito no exterior). Pois este que desrespeita tanto a casa em que mora de aluguel quanto as portas da libertação da frase traduzida acima, a única verdade é que se encontra fora da doutrina hindu, condenado à eterna imanência. E este que respeita sua moradia passageira e conduz-se às portas de Brahman, é Um com Brahman. E é impossível desrespeitar a casa (alegoria para o mundo material) respeitando o que é mais importante que o material ao mesmo tempo (pois a “casa” é a via de acesso ao que é invisível, a senda espiritual), como é uma situação impossível desprezar as portas da liberação, a Idéia, ao passo que respeita concomitantemente as aparências. (Respeitar as aparências não é ser materialista – é tratar aparências como aparências! Respeitar é entender.) Não! Não existe distinção final ou factual entre corpo e alma, entre casa e portas supremas, do ângulo hindu: ou se está com Brahman, ou não se está com Brahman, de corpo e de alma.

Estar-com-Brahman é um conceito, portanto não pode ser determinado por um observador externo, o mais zeloso: não é uma opinião, não é aparência. O conceito é Idéia. Que segundo os outros homens alguém esteja ou não com Brahman, e pratique ou não o bramanismo, isto é indiferente no tocante à vida deste homem determinado (e à resposta para a pergunta: ele está com Brahman?). Pois as aparências enganam, e enganam todos os observadores do sensível sem exceção. Enganam até quando enganam ou “não enganam”: o asceta hipócrita, o asceta legítimo, o homem conhecido por seus pares como mau, o homem conhecido por seus pares como bom, todos estes são aparência, mas quem haverá de dizer se correspondem ou não em essência? Quem determina com infalibilidade a hipocrisia? Quem está acima do conceito de legitimidade, de bem e de mal? Quem no mundo das aparências não é apenas joguete dessas noções humanas, demasiado humanas? Quem será o juiz temporal da transcendentalidade de um ser?

O cristianismo cavou a própria cova quando erigiu a Igreja, matéria-carne que proclama o monopólio do espírito. É a infância do ser humano em forma institucional: comete os erros mais fundamentais a respeito das aparências e do caminho ao mundo-verdade. E quando a religião definhava e foi reformada, os juízes saíram das igrejas e se instalaram por todo o mundo debaixo do céu, como câmeras de vigilância de um panóptico da Torre de Babel, tão onipotentes quanto inúteis, pois os reformadores, tanto quanto os iniciadores, não reconheceram o mesmo princípio universal exposto pelos Vedas: não há juízo temporal da transcendentalidade alheia. Não se julga do sagrado (verdadeiro) com opinião (aparência). Ninguém nega boas intenções onde há. Ninguém nega má-fé onde há. Mas no caso do Ocidente as boas intenções dos tradutores, disseminadores e pastores, “democratas do espírito”, geraram o mesmo mal-entendido que a má-fé pura: povoou-se o mundo de sacerdotes, em vez de eliminá-los, tal qual o bramanismo, que já nasceu onisciente e infalível por um simples motivo: é uma religião sem sacerdotes, que proíbe o sacerdócio sobre os outros. É por isso que a origem dos Vedas é tão remota que só pode ser falada em termos de fábulas, mitos e lendas, pois o que já não fosse transcendental a partir de sua estada-no-mundo não poderia gerar transcendência. Indivíduos não autorizam (no sentido tanto de autorização quanto de serem os autores) religiões.

A impossibilidade da divinização do indivíduo e de provar o sagrado: Por que o Ocidente precisa do Oriente

O mundano só existe “em-transcendência”, não é possível tratar uma Revelação como aparência, experiência derivada dos cinco sentidos – mesmo os eventos geradores ou supostamente geradores de transcendência que se localizem após a pré-história (i.e., numa cronologia humana consciente) são fabulosos: Cristo existiu? Onde ele foi crucificado? Qual era sua aparência (ironia tríplice)? Quem hoje tem parentesco mais próximo com ele? Ele ressuscitou? Por que ele ressuscitou em segredo diante de seus mais próximos e de Maria Madalena, e não diante de toda a cidade, de toda a colônia, de toda a civilização romana (a mesma pergunta da crônica esportiva: por que ele não calou os críticos?)? Por que milagres não são fatos científicos (ambos são conceitos mutuamente contraditórios)? Por que cada apóstolo conta um evento de forma diferente, tendo Cristo no mesmo instante pronunciado algo distinto conforme a testemunha?

Porque não seria fato gerador de uma religião de massa nada que não suscitasse tantas perguntas sem resposta! Somente havendo tantas dúvidas sobre a identidade ou mesmo a existência de Cristo é que foi possível tornar fascículos sabidamente escritos pelos homens chamados X., Y., Z. e K., depois reunidos necessariamente em uma outra geração por outro homem que jamais conheceu Cristo a não ser por relatos, Paulo, ele mesmo santificado (num tempo em que santificavam pessoas apenas após a morte; é constrangedor ter de incluir essas ressalvas entre parênteses!), somente por toda essa via errática é que o Cristianismo pôde nascer como uma fé (fora da História, embora ‘na’ cronologia histórica). Tudo isso apenas gerará pano para manga enquanto coserem-se hábitos, surgirem panos com manchas misteriosas para movimentar discussões vãs e enquanto átomos não puderem ser fotografados.

Um exemplo de por que não há novas religiões a partir da modernidade, nem pode haver: Napoleão Bonaparte gerou partidários, admiradores e fanáticos, mas não uma religião. Quem sabe em outro milênio uma figura tornada finalmente mitológica chamada Napoleão, de quem pouco se sabe de concreto, venha a inspirar um novo credo transcendental, o Napoleonismo! Não, porém, enquanto houver uma foto de Napoleão ou o sentido de fotografia não recair novamente no mitológico (esquecimento da técnica fotográfica, tratamento da evidência da imagem como produção sobrenatural). Insisto sobre o sentido de ‘fotografia’ como ícone moderno da palavra chamada ‘prova’ e do método científico, consistente em ‘provar uma série de fenômenos’, visto que pretendo voltar ao assunto no próximo subtítulo.

Mas isso – a divinização no sentido autêntico de Napoleão – seria impossível para a França que tanto sabe sobre ele, para o Ocidente inteiro agora, historiograficamente informado sobre o indivíduo Napoleão Bonaparte, objeto de inúmeros tratados políticos e biografias científicas. O pior tirano imaginável sobre a Terra não poderia fundar uma religião à força e ser bem-sucedido; mas uma miríade infinita de tiranos de esquina poderia se perpetuar no poder firmemente falando em nome do deus estabelecido – o que evidencia a diferença infinita entre a esfera do transcendente (Brahman) e o poder terrenal (mundo de César). De fato, o Ocidente se tornou tão desconfiado que a própria noção de Deus em sua cultura vive no fio da navalha, e seguirá se complicando cada vez mais, enquanto o Ocidente for Ocidente, e não uma cultura nova e reoxigenada, alimentada pelo intercâmbio cultural com o Oriente, o único lugar do universo que hoje pode ressuscitar o sagrado da outra metade do globo mortificada e anestesiada, mundanizada.

Aplicação do anteriormente estabelecido às contradições da ciência pós-moderna (reino da não-filosofia)

…enquanto átomos não puderem ser fotogrados”: retomaremos este trecho como um exemplo prosaico da transcendentalidade de todo o mundano fora do próprio tema religioso: é fisicamente impossível, e isto foi declarado pela própria Física, que o principal objeto de estudo da ciência chamada Física seja fotografado, ou, de forma ainda mais astuciosa podemos dizer, no lugar de fotografado: comprovado (requisito mínimo da cientificização de um conhecimento, qualquer que seja ele). Este fracasso é a razão precípua de dizermos que “as ciências exatas estão em crise”, e de essa crise ser administrada – e sem dúvida ao longo de muitos séculos ainda por vir continuará sendo administrada, o que significa “adiada”, ou “não-resolvida” – desde há não muito tempo pelo inteligente expediente da troca da denominação “exatas” por “naturais”, o que certamente dissipa ao menos parcialmente o constrangimento, o escândalo e a sangria mais explícitos que ocorreriam, tendo em vista a denominação antiga (o que é exato pode ser totalmente definido, sem lacunas), caso contrastassem diariamente o termo exato ou hard com a patente inexatidão atual do conhecimento técnico Esta inexatidão não decorre de erro ou incompetência. Este “fracasso” não é, do ângulo científico, um fracasso: ele é conseqüência natural e direta do grande sucesso da aplicação do método científico por um par de séculos. A inexatidão das ciências naturais é conseqüência inevitável de seu enorme e vertiginoso progresso.

Nos tempos áureos da ciência moderna a “tradutibilidade” dos conhecimentos tecnológicos era ampla. Todo o conteúdo das ciências clássicas está bem-explicado em livros-textos escolares atuais. Porém, os novos conhecimentos derivados do método científico em crise, no que chamo de decadência da ciência moderna ou sua fase pós-moderna, não são comunicáveis ao grande público com a mesma facilidade, pois os dados não são mais o que costumavam ser, e é preciso refundar o conceito de lógica (hoje tributário de Aristóteles, i.e., lógica formal, mas não a única lógica passível de existir) para acomodar resultados de observações e experimentos, vd. física quântica. E é exatamente por isso que as pessoas leigas ficam cada vez mais insatisfeitas com os resultados divulgados como conquistas das ciências, e que cientistas não dão entrevistas em grandes jornais, porque há uma longa cadeia de pessoas que precisa processar e filtrar a informação emanada pelas maiores autoridades em determinado assunto, reformatando a informação para que ela seja recebida pelo grande público em palavras – finalmente para ele – compreensíveis. Talvez os últimos eventos a capitalizarem grande parte da atenção mundial (sem necessidade de conhecimento técnico sobre fabricação de foguetes ou as propriedades dos átomos instáveis usados em bombas nucleares, seja por parte dos jornalistas e comunicadores ou do cidadão comum) tenham sido a criação da bomba atômica e a aterrissagem do homem na Lua.

A quem se pergunta, “compreensíveis” acima significa, no sentido mais sincero possível, que, na verdade, nada de significativo está sendo dito ou veiculado, e talvez devêssemos agradecer por isso, se pensarmos exclusivamente na preservação de nossa saúde mental em uma sociedade tão complexa, e se desprezarmos o outro lado da questão e que é a pior parte de tudo isso, ou seja, que evidências socialmente verificáveis não cessam de indicar que um público necessariamente cada dia mais ignorante passará a exibir comportamentos negacionistas de manada mais e mais aleatórios, ridículos e perigosos – sem que se conheça por ora o limite macabro desta “torção cognitivo-coletiva” –, recusando-se um grande número de indivíduos, por exemplo, para nos restringirmos à época atual e não sucumbirmos à tristeza tentando prever o que virá a seguir, a tomar vacinas que facilmente previnem doenças graves e que são muito transmissíveis, a ponto de que os próprios cientistas de “médio escalão” poderão estar mais e mais sujeitos a esta mesma lei (da involução cognitiva pari passu à evolução do compartimento das ciências em múltiplos e pequeníssimos nichos mais e mais “intraduzíveis” ao cidadão comum), havendo alguns que, não por charlatanismo nem qualquer intenção de ganho pessoal, repercutem os mesmos discursos de manada, genuinamente convencidos por ele, até que num dia não muito distante os físicos, biomédicos e bacteriologistas mais especializados em seus sub-sub-sub-ramos (previsão:) venham a se encontrar mais isolados de qualquer contato humano que K., o agrimensor do livro O Castelo, ponto em que já não haverá possibilidade de retorno (fratura do campo científico como jamais se viu, mesmo durante a sofrida transição da opulenta Idade Antiga para a fervilhante Idade Moderna). Corre-se o risco do turismo espacial se tornar realidade simultaneamente a quebras de recordes para a resposta ‘sim’ em enquetes como “você acredita que vive num mundo que tem o formato de um tabuleiro?” (obviamente que até lá a palavra usada não será tabuleiro, pois esse termo tão complicado terá caído em desuso), e o risco conseqüente de que esse contraste absurdo nada cause em termos de convívio social, pois cidadãos dos espectros mais afastados coexistirão harmoniosamente dentro de suas culturas e subculturas (cada qual enterrado e cem por cento esterilizado em sua própria bolha inexpugnável, chamando tudo o mais de falso e conspiratório, já incapaz, porém, de se incomodar de verdade com isso, apenas reproduzindo comportamentos automáticos como dizer no elevador que “parece que vai chover” ao negar a eficácia de vacinas). Essa situação não mudará caso estejamos falando de colegas de trabalho, roommates ou parentes próximos ou ainda marido e mulher situados em campos extremos e opostos (imagine o casal: um é funcionário de agência espacial e outra uma atleta que vem se preparando para a expedição de exploração das cachoeiras infinitas das bordas do tabuleiro terrestre).

Recuando um pouco, tudo isso é a razão precípua, ainda, da filosofia ser a mãe de todas as ciências mas de forma nenhuma nem sequer uma meia-ciência (ou seja, um título honorífico), porque ela fala do transcendental, que o mundo moderno aprendeu a considerar não só inecessário como até mesmo inexistente ou indesejável caso existisse, em vez de vital. Dada a própria natureza indeterminável do objeto teórico ‘átomo’, vulgar “menor partícula da matéria”, que na verdade nem é matéria, podemos dizer que toda a decadência do saber transcendental no Ocidente é, ironicamente, uma questão de lógica da mais rapace ou degradada.

Por outro lado, que se pense na implicação do átomo como partícula dual é já um sintoma de que mundo das aparências (a matéria, o real, o perceptível) e a verdade invisível que rege sobre ele (ser duas coisas ao mesmo tempo, cientificamente validado) estão se aproximando, e não se afastando inequivocamente. Somos matéria; somos átomos, sem dúvida. O átomo é um (excelente) modelo, não pode ser provado, significando que nós mesmos, que sabemos que existimos enquanto aparência, átomos que somos, pressentimos que somos, embora também átomo e matéria, algo mais, que não conseguimos definir com palavras, i.e., opera-se uma crescente necessidade de revitalização do transcendental, muito lenta e imperceptível para os desatentos, mas cujo mecanismo é similar ao desenvolvimento da Filosofia Continental e à doutrina contida nos Vedas-Upanishads.

Trocando em miúdos, em uma sociedade em que todos andam com uma câmera no bolso, capaz de registrar “coisas” instantaneamente, a fim de convencer os ausentes de coisas improváveis (via sentidos), desconfiamos da própria realidade dos entes, da própria acepção das palavras prova, coisa e fotografia. Duvidamos do que está aí, presente, e por uma questão até de sobrevivência cada indivíduo-coisa se vê, embora não veja (a realidade imaterial), obrigado a perguntar por sua própria essência e considerar o que não está aí para nenhum dos cinco sentidos, procurando um sentido metafísico para sua existência e presença, um caminho que seja, diferente do caminho das coisas (método científico, experimental ou positivista, o caminho não-filosófico ou irreligioso e o modo completamente mundano da existência).

Conclusão da tese: hinduísmo e filosofia continental como duas versões da Verdade revelada

E no entanto, a despeito da superioridade metafísica do hinduísmo, percebida tautologicamente apenas pelos próprios adeptos do hinduísmo, o mundo segue seu curso histórico sem nenhuma modificação fundamental até agora quanto à dimensão de alcance e prevalência das grandes religiões. A despeito da fraude autodemonstrada da religião cristã, a humanidade está e é livre para ter sacerdotes. Se no Oriente, por hipótese, o povo viesse a desejar de forma inédita o sacerdócio em nossos moldes, haveria o sacerdócio! Haveria a hipocrisia, e, aliás, há a hipocrisia entre “hindus” como há dentro de qualquer outro credo (e como os outros credos apresentam seus Platões, brâmanes inconscientes, i.,e., os praticantes honestos).

O que se pode afirmar, percorrendo a História, entretanto, é que o hinduísmo prevalece internamente imutável – sem necessidade de um movimento ou clamor popular por uma reforma nas práticas e nos escritos das Vedas –, uma vez que como ele é e como ele está, ele conduz à Idéia, à Verdade, a Brahman. Já os pressupostos das religiões monoteístas que conhecemos não resistem a uma análise bramânica ou filosófica pós-moderna, i.e., o próprio Ocidente veio a negar sua religião (suas religiões) em tempos relativamente recentes. No Oriente, semelhante acontecimento ‘mundano’ não teve lugar. Nele, filosofia e religião são Um só. Entre nós verificamos dolorosamente o contrário, e a dor é mútua e equivalente: a dos Escolásticos (quando a religião se dizia a própria filosofia, hoje extintos) e a dos sábios laicos, em voga, momento definidor em que a filosofia emancipou-se e após caminhar certo tempo com as próprias pernas descobriu sobre a calamidade da morte de Deus – Nietzsche em Gaia-Ciência – e sobre a inevitabilidade do transcendental da condição humanaO Mundo como Vontade & Representação, Assim Falou Zaratustra, o Ser e Tempo de Heidegger, etc. –, logo, tragicamente, no momento em que via essa mesma transcendentalidade escorrer pelo ralo – cenário este que, a filosofia pós-moderna o sabe, inviabiliza a própria continuidade da filosofia e, destarte, da vida.

Esse texto foi um re-trabalho das anotações feitas durante a leitura do livro indicado no primeiro parágrafo, Rangaswami, The Roots of Vedantha, e a síntese e principais aspas desta obra serão publicados posteriormente no Seclusão.

INTRODUCTION TO VEDANTA: Understanding the Fundamental Problem // INTRODUÇÃO AO VEDANTA: Mais próximo à filosofia ocidental do que se imagina. – Swami Dayananda, 1997.

This book is based on the opening talks given by Swami Dayananda at the start of a 3-year course in November 1979, at Piercy, California. The first text studied at this course was Tattvabodha, a simple textbook of definitions, comprising an outline of Vedanta. (…) Barbara Thornton compiled, abridged and edited the talks.”

1. AS BUSCAS HUMANAS

Os purushartha buscados pelo purusha

(Os 4 bens supremos buscados pelo homem.)

dharma ética

artha segurança (‘bem’, ‘felicidade’ ou ‘paz’ na filosofia ocidental)

kama princípio do hedonismo

moksha liberação

Artha e kama pertencem ao reino animal. A parte mais primitiva e ancestral do socius e os instintos mais básicos. Apenas o dharma e o moksa constituem buscas do homem, indivíduo, na acepção mais nobre da palavra. O homem, ou o animal super-ansioso.

Kama ou Mercúrio

Tempo condiciona o desejo [desejo stricto sensu]. Espaço condiciona o desejo. Individualidade condiciona o desejo.” Quase podemos dizer que o princípio mercurial foi enunciado no Ocidente por Kant. Seguem-se considerações no reino da Estética.

Artha ou Especificidades do homem

Sendo artha e kama as metas mais volúveis para o indivíduo, que se guia por valores mutantes, a cultura ou civilização é uma forma de tornar estes valores mais estáveis, estabelecendo um valor dos valores (prisão consensual ou condicionada).

As normas que controlam o livre-arbítrio se chamam karma.

Aqui iniciam as considerações sobre a subordinação do prazer e da segurança à ética. A primeira constatação do homem ético é: o próximo também vive (é purusha) e busca os bens supremos (purushartha). Não posso usá-lo como escada para minha auto-realização.

A fonte da ética

Se nenhum sistema ético ou ética idiossincrática é perfeito(a), há sistemas éticos que constituem medianas sociais exigentes e boas o suficiente para serem seguidas quase universalmente. A ética que deriva de escrituras sagradas de natureza remota no tempo, chamada de código religioso, é chamada no hinduísmo de dharma. Dharma estão acima de karma, porém karma é uma forma básica do dharma. O dharma é secular (deste mundo). O material de onde deriva pode ter qualquer status (secular ou sacro).

Interpretação de imperativos éticos, Falibilidade do homem e da astúcia: Lei e virtude como meios para um fim ou fim em si

Do valor destrutivo da Verdade, o imperativo ético mais difícil.

Da não-obrigatoriedade do cumprimento de tabus (vocação especial do sacerdote ou asceta), parte sagrada ou tradicional dos imperativos éticos.

O Dharma

O dharma é um misto de imperativos éticos seculares (senso comum) e fórmulas consagradas nos Vedas, com interdições e recomendações específicas para o seguidor do livro.

O que no Ocidente se costuma chamar de karma, sem conhecimento oriental, é justamente um princípio do dharma verdadeiro: o de que toda ação apresenta conseqüências, a curto, médio e longo prazo, boas ou ruins. O karma está falsamente associado, na cabeça do ocidental leigo, ao destino inexorável.

Punya é a boa ação cujos frutos podem ser imediatamente notados e colhidos. A própria prática da boa ação pode ser automatizada ou introjetada individualmente como um prazer.

Papa é a má ação cujos frutos podem ser imediatamente notados e colhidos. O Ocidente associa a expressão a pecar (e curiosamente não associa nada a punya). Papa tem a ver com a ocorrência de um futuro indesejado.

A árvore purushartha

Dharma está na copa da árvore dos purushartha, liderando em importância. Até agora a árvore parece um triângulo ou uma divisão tripartite. Foram citados apenas 3 dos bens supremos buscados. Isso tem uma motivação ulterior.

Moksha na verdade está além do dharma, mas na vida da maioria absoluta dos seres humanos não desempenha qualquer papel. Veremos adiante o quanto eu me oponho a essa “tese”… É possível levar uma vida prazenteira, feliz, confortável e mesmo ética, legítima e não-destrutiva para os outros; mas o dharma, sendo secular, possui limites bastante claros. É o limite dos bens supremos temporais. A partir de então fala-se em moksha, o que já é abstrato ou mais-que-abstrato, já que a ética é em si abstrata: supra-sensível.

Quando o corpo se torna uma prisão: Do belo & Para além da individualidade

O que Platão quer dizer com a metempsicose? A roda dos desejos.

Que tudo esteja no seu devido lugar é evidenciado pelo desejo de que nada fôra diferente do que as circunstâncias do momento.”

A vida inteira como este momento.

Todo ser humano tem a memória de já ter vivido um momento de moksha. Há correntes e há cavernas.

2. A QUESTÃO FUNDAMENTAL

A fonte do erro

Estar no meio do caminho é sempre pior que fora do caminho, para não dizer “no caminho certo”. Melhorando a analogia, saber de algo pela metade é sempre pior do que nada saber.

A auto-avaliação da inadequação

(…) Começa a adquirir um ar inopinado de auto-ajuda barata!

A busca pela perfeição via mudança

(…) Descrição modorrenta da vida do pequeno-burguês.

Valores pessoais determinam os tipos de mudança

(…)

Atitude quanto a mudanças

(…)

Ganho por mudanças pressupõe perdas

(…)

Volubilidade do prazer

(…)

Reconhecimento do problema

(…)

Análise da experiência

Finalmente algum conteúdo não-facilmente apreensível pelos adultos de 20 anos típicos (idiotas profusos): “A pessoa madura atinge o desapego (nirveda). Discerne que o incriado (infinito) não pode ser produzido pela ação.” Literalmente nenhum cristão é capaz de entender a segunda frase. O mundo enquanto mundo só tem sentido para o cristão porque é um mundo criado, com um Autor; derivado de uma Ação todo-poderosa daquele que é nossa imagem e semelhança elevadas à enésima potência.

Nesse momento o não-experimentado-o-bastante cai na tentação de contrariar a própria descoberta, e crer-se diferente só porque “descobriu” o tal “infinito”. E esse erro está sendo premeditado neste tópico pelo próprio autor! Quanto mais sabedoria, mais humildade, não é possível entender esse incriado e superar a ação, modo fundamental do homem! Em outros termos, o autor está confundindo o leitor leigo, não orientando-o bem.

A inadequação é centrada em si mesmo

Dos males o menor: essa interpretação pelo menos já desautoriza a conduta do convertido fanático que “vende todas as suas coisas” e parte seguindo Jesus… Nada ter e tudo ter são essencialmente idênticos.

O livro conceitua brahmanah como “pessoa madura”, descartando todo o racismo inevitável nos textos sagrados hindus. Não estou dizendo que não deveria fazê-lo, mas passa de largo que na literatura, e durante milênios, essa não foi uma possibilidade: ou se era da casta ariana ou os arcanos lhe estavam vedados!

He recognizes that what he really wants is a drastic change in himself, not a situational change.” Não! Como dito, o autor cai na precipitação (diria, cai no precipício) de piorar o erro, após citar o aforismo do incriado!

Noção de adequação: a norma para se auto-avaliar

A exposição retroagiu de novo para contemplar os babacas na casa dos 20. Exemplo: “One cannot consider something as bad unless one knows what is good. There is no dissatisfaction if there is no norm for satisfaction.”

“…Therefore one struggles for security and pleasure” O idiota continua querendo. O não-brâmane! Porque a noção de adequação é mais uma falsificação das aparências.

A busca direta pela liberdade a partir da inadequação

Moksha como a “senda” que leva à adequação (falso!). Mumukshu, quem busca a libertação. De nada adianta, porém, abrir um terceiro olho se ele também é cego!

Mumukshus e hedonistas: demasiado parecidos, demasiado pequenos olhados à distância, demasiado humanos…

E neste ponto, falta dharma, a ética, único campo genuíno das relações humanas (nirveda nirvana)… Mas foram 29 páginas circulares e silogísticas até aqui, num livro de apenas 120!

3. A BUSCA MADURA

A solução fútil

Resumo do capítulo anterior.

A experiência da adequação

Mais um pouco de resumo, i.e., tratamento infantil do conceito de ataraxia dos gregos antigos.

Alegria e inadequação não podem existir em mim no mesmo instante.”

Falácia. O alegre pode se sentir inadequado (o ganhador da mega-sena, que “tem tudo”, mas sabe que não tem “o que mais precisa”). Ou seu inverso, o infeliz que se sente adequado: segue a moral dos melhores, é ético, vive porém com pessoas corrompidas e inferiores. Vive da melhor maneira, mas seus vizinhos, sua sociedade, fá-lo um rematado infeliz.

Distinguindo conhecimento e experiência

Mais colocações óbvias.

Mais falácias:

  1. Experiences can be contradictory.”

Talvez falar em falácia seja exagero, mas é uma meia-afirmação inútil: experiências são, inerentemente, sempre contraditórias umas com as outras. Não é questão de possibilidade, é uma certeza inexorável.

  1. Knowledge cannot be contradicted.”

O conhecimento é apenas um raciocínio qualquer. Tanto quanto as experiências, os conhecimentos se contradizem o tempo todo. Mesmo se conhecimento = Verdade absoluta, há várias “verdades absolutas”, mais cedo ou mais tarde a filosofia e a observação da vida diária chegam a essa conclusão. E não há árbitro capaz de decidir pela preeminência de uma verdade absoluta sobre as outras. Aporia.

Parece um livro-texto furreca de psicologia dos anos 60: (p. 33) “Any given set of perceptual impressions gained from experience may or may not conform to knowledge. To qualify as knowledge they must pass the test of inquiry.” O que, uma junta de especialistas, banca monográfica?! Haha.

The questions are: Is the experience of a sun that rises in the east and sets in the west fact or not? Is this observation true? What about the polar sun that can be seen traveling in a circle? How does this observation correspond with fact?”

Knowledge: With respect to the earth the sun is stationary, neither rising nor setting nor moving in a circle” Então o conhecimento são os universais!

After inquiry and analysis, the contradictions are resolved in a true understanding” Desde que num tema já exaurido pela ciência da época.

The experiences were only mithya, apparent”

Investigação da natureza do si mesmo: atma-vicara

O sol, comparado a um si mesmo, é fixo, absoluto, mera coisa. Podemos dizer que temos um conhecimento objetivo sobre o sol. E, ao lado dessa afirmação, podemos dizer que ninguém tem um conhecimento objetivo sobre qualquer outro alguém (ao sujeito não é dado conhecer o sujeito). Sobre adequação ou inadequação de alguém. Como o Homo sapiens é primeiramente um animal crítico, dir-se-ia que “até Alexandre o Grande tinha suas inadequações”, mas que nos confins da Terra acharemos um “perfeito inadequado”. Por mais que queiramos, Bolsonaro, p.ex., ainda é costumeiramente adequado, até endeusado (absolutizado!) por muitos “seres humanos” (não-brâmanes)…

A investigação necessária para resolver a questão particular da auto-adequação é chamada atma-vicara. Atma significando ‘eu’ ou si mesmo, e vicara atendendo por pesquisa, inquérito, investigação.”

O tópico deve ser mantido em aberto.” Ó!

O que se tenta aqui não é resolver uma equação de segundo grau, rapazes, é um pouco mais complexo que isso!

Análise da busca pela adequação

Repetição.

A busca pela adequação é universal e não está em poder de ninguém desistir”

Repetição (cita mumukshu duas vezes, nada conclui).

A natureza da realização

Mudança de situação, mudança de lugar, passagem do tempo são relevantes somente para aquilo que é limitado.” Bom, aqui pelo menos refuta-se o além cristão. Não há redenção à morte (futuro temporal máximo do ponto de vista individual).

A conquista do já-realizado

(…)

Liberdade da inadequação: uma meta já consumada

The first 3 human goals, dharma, artha, kama, the ethical pursuit of sec…” Grave erro. Quando foi que o ser humano incipiente buscou ética? Jamais!

Inquiry into the nature of adequacy shows that this is the only category in which we can put moksha.” Desisto desse livro.

A busca madura

Grosso modo, podemos reduzir o dito à p. 43 como: “sou burro, doravante busco conhecimento”. Nada que Sócrates-Platão não tenham ensinado com palavras muito mais poéticas.

An informed mumukshu is called a jimasu Mas o mumukshu já não era “informado” (maduro)?

mumu… busca liberdade

jima… busca conhecimento

Many examples can be found in almost all religions of severe, painful, and sometimes strange practices undertaken for the sake of deliverance from limitation.” (mumu) Muitas, inclusive o próprio asceta hindu. O Código de Manu está inteiramente informado, para usar um trocadilho, desses casos.

A progressiva decadência (auto-retirada do mundo da ação) do homem…

This inquiry into the self which leads to discovery of the nature of oneself is called Vedanta.” Charlatanismo. Não o Vedanta, mas esta palestra.

4. IGNORÂNCIA E CONHECIMENTO

Vejam os subtítulos de mais este capítulo inecessário e “circular”, para “pegar leve”:

Todos nascem ignorantes

A desfolhação da ignorância

Conexões: sambandha

Objetos são conhecidos via percepção

Os meios para conhecer devem ser adequados

Inferências são baseadas na percepção

Conhecimento intelectual é conhecimento inferencial

O conhecimento é incriado [Platão já esteve aqui, etc., etc.]

Conhecimento válido

Percepção é inútil para o auto-conhecimento

A necessidade do auto-conhecimento

Os meios de obtenção do auto-conhecimento

Para o auto-conhecimento, procure um guru qualificado [mero esquema de pirâmide milenar]

Conhecimento indireto e direto via palavras

As palavras do guru dão o conhecimento direto do si mesmo

Chuva de lugares comuns. Creio, por bem, que devamos parar por aqui! Aquele que necessita de um guru não pode “ser salvo”, muito menos “salvar-se a si mesmo”…

[ MILÉSIMO POST DO SECLUSÃO ANAGÓGICA ] THE ILLUSION OF THE END – Jean Baudrillard, 1994 (altamente comentado) [ #1000 ]

14/10/16 a 06/11/16

English translation from French by Chris Turner. Tradução do inglês ao português por mim.

history has become impossible because telling (recitatium) is, by definition, the possible recurrence of a sequence of meanings.”

No event can withstand being beamed across the whole planet.” “to pursue the same train of thought: no sexuality can withstand being liberated, no culture can withstand bein hyped, no truth can withstand being verified, etc.”

Matter shows the passing of time. To put it more precisely, time at the surface of a very dense body seems to be going in slow motion. Beyond a certain limit, time stops and the wavelenght becomes infinite.”

Qual seria o sentido de crianças nascendo mesmo após meu nascimento? I.e., do ponto de vista do combate ao niilismo. Porque se, para mim, mesmo os adultos são bebês gigantes com idéias de ter filhos e netos, trancados no ciclo da esterilidade, cuja trilha sonora é um grito estridente duma criança levada que ralou o joelho no parque… O tempo está estacionado na vaga dos deficientes.

Deep down, one cannot even speak of the end of history here, since history will not have time to catch up with its own end. Its effects are accelerating, but its meaning is slowing inexorably.”

Há uma terceira hipótese (…) o efeito estereofônico. Nós somos todos obcecados por alta fidelidade, pela qualidade da ‘reprodução’ musical. Nos consoles de nossos estéreos, abastecidos de tuners, amplificadores e microfones, misturamos, ajustamos, multiplicamos faixas em busca da batida perfeita. Isso ainda é música? Onde está o limite da alta fidelidade além do qual a música desaparece enquanto tal?” “ela desaparece em seu próprio efeito especial.” “É o êxtase e o fim da musicalidade.”

that famous feedback effect, which is produced in acoustics by a source and a receiver being too close together”

a short-circuit between cause and effect like that between the object and the experimenting subject in the microphysics” Re-re-re-re-re:RE:FWD:ENC-re-remaster of Reality

Cada bebê recria a sua Matrix. E só atinge o real em retrospecto. A revolução é mera nostalgia e arrependimento – e se?

We shall never get back to pre-stereo music (except by an additional technical simulation effect)”

Quem se recusa a esperar, espera do mesmo jeito.

Quem espera ardorosamente, na verdade faz tudo menos esperar.

Qual é a sua importante resolução?

800×600.

Baudrillard, o eterno canalha indiscordável. O autor da fascinação. Odiamo-lo, mas sempre concordamos com ele. Queremos profundamente que ele não esteja certo, mas pressentimos que está. A pobreza, recorrência e esterilidade – deliberada? Haha, qual a diferença? – de seu discurso nos resume, nos explica. Não podemos sequer simular que o superamos, ele é onipresente. Ele não foi o primeiro discurso branco (white noise, white text, white logos) intentado, mas é o primeiro consumado. Seria uma contradição dizer que é uma singularidade histórica? Ele desafia a máxima do “é possível ser filósofo a qualquer tempo”; estabelece-se como o último. Ou o primeiro de nós. Se ainda é possível não ser um Baudrillard, nascemos na época errada. É possível iniciar de forma diferente, mas ele é a conseqüência inelutável. Quando se tornar velho não será viável refutá-lo, porque então não terá o mesmo sentido a palavra “contradição”.

on edge – that is, both overexcited and indifferent”

Keith Beaumont, Alfred Jarry: A Critical and Biographical Study

A ARTE DA DETERRÊNCIA: Empurrando as revoluções com a barriga. Temos ainda muita gordura petrolífera para queimar. Deterrence is a very peculiar form of action: it is what causes something not to take place.

Marvel apresenta: O Homem que Congelou a Roda da História

Teria Alexandre realmente feito história? Historicamente feito realidade? Ponha um grande homem na frente de uma criança de 3 anos e veja-o convertido subitamente num pateta universal.

Kant, O Pataphýsico do Meião

Teleologia das 4 Patafísicas

Fenomenologia Ubuana

Patafísica Concreta

Patafisicismo Histórico-Dialético Positivista

Catecismo Patafísico

Patafisiquismo Empírico

Tu não vales meia metafa – BQT Somewhere

½ ½ ½ 3 legs

3 lags of a

2nd Messiah

A patafísica de Cristo final lapada na rachada

Os Fundamentos da Patafísica Moderna – Novo A Mosca?

apenas subtítulo… A Mosca Filosófica & Outras Estórias…

FM & Outras Estações

Neminhanamoradamelevasério

A Música Patofúsica

A liquidação da Patafísica

a $1,99

Morrenvenenado

Jarry, Exploits and Opinions of Dr. Faustroll

Veículo Cerebral Só Visível no Invisível Mapa Mental do Gênio

A Patafísica Antológica – Recipiente Líq. II – The Fly…And Other Detritus

O EXPERIMENTO ANTICAPES

ASSINE A PESTIÇÃO POR UMA VIDA

já com 0 assinaturas!

O universo é insetocêntrico.

A mariposa gira ao redor do Sol, desse Galileu Copo&Nico, o cientista com Asas – mas não seria o inverso, ó vôo relativo?

Os homens sobrevoam sua cabeça estacionária cheia de merda, tenho a certeza.

A cabana sobrevoa sua banana

A mucama voasub sua cruz

A Multiplicidade Concreta das Bolhas Atômicas

A Guerra Quente Nua que Há – Que Continua

A decência da Subida ao Vácuo

A Meridionauta Contra o Austronato

Eu não me recordo do título do meu livro;

Eu não me livro do título que recordo.

A força anormal que contrapõe a anti-gravidade.

D-Sire

Resided on The (D) Resistance

Past Tense

Nowadays Tranquility

Rope you find the hope

Todo Rousseau tem o seu Locke-fechadura.

Todo rousse tem o seu au mericano.

Pp. 18-9: “escape the heavy form, the gravity of ‘desire’, conceived as positive attraction, by the much more subtle eccentricity of seduction (…) the last gasp escape from the body of molecules that are much too light [not dark!]

Pope’s eye beholding the espinafrican. SPIN NACH(E)

O africano giratório

seclusion of reality

SECLUSÃO ANAGÓGICA – ótimo título em termos de oferta e demanda se é que mentende. (22/10/16, momento em que escolhi o título do blog.)

If, by some strange revolution, we set off in the opposite direction and turn inwards into this dimension of the past, then we can no longer represent that something to ourselves. The beam of memory bends, and makes every event a black hole.”

Depois da Ciência Histórica, na velocidade de alguns Hegels, a Probabilidade. Depois da Ciência Probabilística, no ridículo espaço de uns 15min, o link jornalístico sem maquiagem.

Como artistas, não nos sobra nem a energia para terminar nosso quadro.

Celebration and commemoration are themselves merely the soft form of necrophagous cannibalism, [necromicrophysics] the homeopathic form of murder by easy stages. This is the work of the heirs whose ressentiment towards the deceased is boundless. (…) complete works, the publication of the tiniest of unpublished fragments (…) active age of ressentiment

Um jogo quântico de RPG em que jogar o dado é banal.

A aristocracia celebra sua própria queda, porque só a aristocracia celebra. Mais, só a aristocracia cai.

We eliminate St.-Just from the Dictionnaire de la Révolution. ‘Overrated rhetoric’, says François Furet, perfect historian of the repentance of the Terror and the glory.”

the centenary of a death. With Rimbaud, Van Gogh and Nietzsche, 1991 will have been exceptional in terms of vile acts of desecration.”

If the left were a species, and culture obeyed the laws of natural selection, it would have disappeared long ago.” Fortunately for us, we are zombies.

Ficarei cego e exorcizado após tudo ter lido. Até um Diogo, um Ueslei, sangue do meu sangue, reprovaria incêndios bibliotecários… Alexandria, o pecado do sapato de ponta fina.

HELLCICLAGEM O Incinerador de Sonhos, que levará junto alguns resíduos. Velocidade Alucinante do Sereno

Preguiça, o Primeiro Não-Pecado dos Meus-Filhos

P. 24: “The century is becoming intellectual today just as it became bourgeois a century ago.”

the word ‘burgeois’ – which now exposes only the person who uses it to ridicule”

The little trick of placing the nude from Manet’s Déjeuner sur l’herbe opposite Cézanne’s Card Players, as one might put an admiral’s hat on a monkey, is nothing more than the advertising-style irony currently engulfing the world of art.” The Facebookians

É como se a história estivesse pilhando em meio ao seu próprio lixo em busca da redenção lixosa.”

Onde jogaremos o Marxismo, que vem a ser aliás o pai dos lixos da história? (Ainda há alguma justiça aqui, já que as mesmas pessoas que geraram o lixo caíram dentro da lixeira.) Conclusão: se não há mais lixos históricos, é porque a história propriamente dita se tornou um lixo.

Quando o gelo congela, todo o excremento emerge à superfície. Então, quando a dialética congelou, todos os dejetos sagrados da dialética vieram à tona.”

O PROBLEMA DA ECONOMIA DOS RESTOS OU DO RESTO: “ideologias defuntas, utopias abandonadas, conceitos mortos e idéias possibilizadas, que continuam a poluir nosso espaço mental. A recusa histórico-intelectual cria um problema ainda mais sério que os restos industriais. Quem vai nos livrar da sedimentação de séculos de estupidez? (…) O imperativo ecológico é que todos os resíduos devem ser reciclados.”

O Corpo Que Bóia, Inanimado, na Lagoa Rodrigo de Freitas, hitchcockian classic.

Ionesco, Amédée, ou Comment s’en Débarrasser (peça)

Um velho nostálgico conta o quê? Vintage!

Democracy itself (a proliferating form, the lowest common denominator of all our liberal west common societies); this planetary democracy of the Rights of Man, is to real freedom what Disneyland is to the imaginary.”

O que foi superplantado está sob a terra.

sóbrio elefante e a tartaruga de meia-idade

Onde estão os fragmentos póstumos resultantes da exumação do cadáver do Baudrillard?

History has only wrenched itself from cyclical time to fall into the order of the recyclable.”

A China e sua burocracia de dragões fossilizada é logo ali!

the problem of liberty quite simply cannot be posed here any longer. In the West, freedom – the Idea of Freedom – has died a natural death: In the East it was murdered, but there is no such thing as the perfect crime.”

Philippe Alfonsi, Au nom de la science (livro sobre a ‘memória d’água’!)

glasnost? it is almost a post-modern remake of our original version of modernity (…) all the positive and negative signs combined: not just human rights, but crimes, catastrophes and accidents which are all joyously increasing in the ex-USSR since the liberalization of the regime.” “The irony of the situation is such that it will perhaps be us who are one day forced to rescue the historical memory of Stalinism, while the countries of Eastern Europe will no longer remember the phenomenon.”

We are in the process of wiping out the entire 20th century, effacing all the signs of the Cold Wars one by one, perhaps even all trace of the Second World War and of all the political or ideological revolutions of the 20th century. The reunification of Germany is inevitable (…) a rewriting which is going to take up a large part of the last 10 years of the century. At the rate we are going we shall soon be back at the Holy Roman Empire.”

Restoration, regression, rehabilitation, revival of the old frontiers, of the old differences, of particularities, of religions – and even resipiscence [re-sapiência] in the sphere of morals.”

Ecstasy and beatification should not be confused.”

the astonishing pre-eminence in the media of the figure of the Pope, who travels the whole world (even the Islamic Sahel!) blessing all forms of crossbreeding and repentance, while ensuing that durable forms of voluntary servitude are in place.”

we are witnessing the striking illustration of what Hegel calls ‘the life moving within itself, of that which is dead’ [Das sich in sich selbst bewegende Leben des Totes.].”

the strange ease with which all the communist regions collapsed: they had only to be touched for them to realize that they no longer existed. It was like a cartoon, where the tightropewalker, teetering over the abyss, suddenly sees his rope is gone and immediately falls, passing without transition from the imaginary to the real (this the basic mechanism of cartoons).”

Freud saw very well those strange attractors that are condensation, displacement, ellipsis and reversibility. Forms, not values. And recent events have to be seen in terms of a theory of forms, rather than any kind of theory based on relations of force. The communist systems did not succumb to an external enemy, nor even to an internal one (had that been the case, they would have resisted), but to their own inertia; taking advantage of the opportunity, as it were, to disappear (perhaps they were weary of existing.)” “Now, this form of superconductivity of events is a marvellous one, like the form of the joke

The non-existence of governmental power is, admittedly, less visible in the West, on account of its great dilution and the transparency which enables it to survive. In the East, it was opaque and highly concentrated, to the point that, as with an unstable crystal, only an extra little dose was needed for it to liquefy.”

Behind the apparent victory of the West, it is clear, on the contrary, that the strategic initiative came from the East, not by aggression this time, but by disintegration, by a kind of offensive self-liquidation, catching the whole of the West unaware. By force of circumstance, which may have equated with a perception of his own weakness, Gorbachev was able to take this strategic tack of disarmament, the real deconstruction of his own bloc, and thereby of the entire world order. This was, in a way, dying communism’s witty parting shot

Let us beware of the naïve vision of a frozen history suddenly awakening and automatically heading once again, like a turtle, for the sea (for democracy).” “The East gobbling up the West by blackmailing it with poverty and human rights.”

Chernobyl whose radioactive cloud prefigured the collapse of the wall and the progressive contamination of the Western world. Bush may well disarm in the pretence of having won the Cold War, but it is the USSR and Gorbachev who invented the real bombe à depression, the surest one, the one which turns its own depression into a bomb.”

German¹ would describe this kind of transcendent high spirits, of historical rejoicing in sudden change, as Übermut. [além-coragem; super-ânimo]You have the Mut, you have the guts.

¹ Pode se referir a:

a) Aleksei Yuryevich German (Russian: Алексей Юрьевич Герман, IPA: [ɐlʲɪkˈsʲej ˈjʉrʲjɪvʲɪdʑ ˈɡʲermən]; 20 July 1938 21 February 2013) was a Russian film director and screenwriter. In a career spanning five decades of filmmaking, German completed 6 feature films,(*) noted for his stark pessimism, long, serpentine sequence shots, black and white cinematography, overbearing sound design and acute observations of Stalinist Russia.

(*) 1967 – Sedmoy sputnik (The Seventh Companion)

1971 – Proverka na dorogakh (Trial on the Road)

1976 – Dvadtsat dney bez voyny (Twenty Days Without War)

1984 – Moy drug Ivan Lapshin (My Friend Ivan Lapshin)

1998 – Khrustalyov, mashinu! (Khrustalyov, My Car!)

2013 – Trudno byt’ bogom (Hard to Be a God) (original title History of the Arkanar Massacre)“Trial on the Road (1971) is the film that made Alexei German famous. It was banned for 15 years and was shelved by the Ministry of Culture of the Soviet Union until its release (1986) during the Gorbachev era.”

b) Yuri Pavlovich German: “His best-known work, Ivan Lapshin (1937), was a police novel in a provincial setting whose main theme was the integration of criminals into society through order and labor. In this sense it resembles old bandit tales in which outlaws are reintegrated into society by colluding with the authorities. The novel incorporates a vision of collectivity (the policemen live in a commune), rationalism, culture, and social tranquility unperturbed by the black discord of crime. For good measure, Lapshin acts as mentor to his junior colleague. All of this is captured, with a twist, in the brilliant film version, My Friend, Ivan Lapshin made by the author’s son, Alexei German in the 1980s.”

c) Lindsey Ann German (born 1951) is a British left-wing political activist. A founding member and convenor of the British anti-war organisation Stop the War Coalition, she was formerly a member of the Socialist Workers Party, sitting on its central committee and editor of its magazine, Socialist Review.” Obras que Baudrillard pudesse ter lido até escrever Illusion of The End: Sex, class, and socialism (1989); Why we need a revolutionary party (1989).

Evil takes advantage of transparency (Glasnost).” eviral

it shows through in all things when they lose their image, when they no longer offer any substance, when they become both immanent and elusive from an excess of fluidity and luminosity.”

não será mais a violência da Idéia, mas o vírus da queda da imunidade.”

A communism that dissolves itself is [in!] a successful communism.”

what’s after the God of the social?

O doente que não pára de enfraquecer; sem morrer. Adoecendo até as raias do absurdo. Já é um ser-doença, com um espectro de homem como parasita. Alergia assintomática. Inatestável. Imanente ao mundo dos desespecializados. Chiclete da alma. Mago do trouxa. Olhando-se no espelho? Rachaduras nos 4) encantos.

Dissidents cannot bear a thaw. [o descongelamento] They have to die, or else become president (WalesaHavel²), in a sort of bitter revenge which, at any event, marks their death as dissidents” Lula, Mandela… Se o Lula não se tornou o establishment (não foi engolido pela Globo após um, dois, três mandatos, etc.), podemos nos considerar felizes por isso: morrerá para se eternizar como um dissidente do espectro progressista, sempiterno ícone desse projeto de país de meio-milênio!

¹ Presidente da Polônia nos anos 90.

² Caso curioso, porque foi presidente da República Tcheca, novo país, mas eleito tanto pelos cidadãos da Rep. Tcheca quanto pelos da Eslováquia, ex-território. Morreu em 2011.

They whose strength was in silence (or censorship) are condemned to speak and be devoured by speech.” Andrei Sakharov;¹ Zinoviev.

¹ Físico nuclear que depois virou ativista pró-desarmamento – quantas camadas de ironia não há nessa sinopse? Obviamente o Ocidente vai laureá-lo com o Nobel da Paz em 1975, como não! E depois distribuir um outro prêmio anual com seu nome, como se faz sempre com heróis advindos da Cortina de Ferro (fabricados à la Tio Sam).

Cioran: history is dying for want of paradoxes

ThirdWorld War”

For the human and ideological failure of communism by no means compromises its potency and virulence as an anthropological model. (…) stratégie du pire imposed on everyone as the last immune defense.”

It would be the opposite of Orwell’s prediction (strangely, he has not been mentioned of late, though the collapse of Big Brother ought to have been celebrated for the record, if only for the irony of the date Orwell set for the onset of totalitarianism which turned out to be roughly that of its collapse). Even more ironic is that we are threatened by the democratic rewriting of history: the very images of Stalin and Lenin went away, streets and cities renamed, statues scattered, soon none of all that will have existed.”

Eliminating the planet’s blackspots [ironia africana] as we might eliminate spots from a face: cosmetic surgery elevated to the level of the political, and to Olympic performance levels.”

A zona única chamada Infernéu, o Além-agora.

Fusion always turns into confusion, contact into contamination.” “networks transmit viruses even faster than information”

It is Dracula against Snow White (the Dracula myth is gathering strength all around as the Faustian and Promethean myths fade).” “The danger is to feed them too quickly, since this kills them.”

We had never seen anything like this before – the strongest State and largest army in the world fainting right away.” “What should have been a source of universal rejoicing passed off almost without interest – a sign of the nullity of the age.” “The end of empires means the unrestricted reign of slave micro-systems.” “The energy of the corpse is recycled, just as Jarry had dead man pedalling”

even the recognition of death, the intuition of that death (of the political) is impossible, since it would reintroduce a fatal virus into the virtual immortality of the transpolitical. [os mini-Estados condenados eternamente à imanência] There is the same problem with freedom: a non-violent, consensual, ecological micro-servitude, [a Gaia] which is everywhere the successor to the totalitarian oppression. [‘Seu porco estalinista, jogue esta casca de banana no lixo, seu genocida das futuras gerações!’]Incrível que eu o tenha digitado em 25/10/16, insuspeito do genocídio (nada ecológico, é claro) que se aproximava… No momento em que digito este trecho para publicação no Seclusão, 0h15 de 6 de maio de 2023, uso máscara, uma KN95, porque sou terrivelmente alérgico a ácaros e estou remexendo em papéis velhos, onde anotei estas aspas de Baudrillard… É como reviver aqueles meses de agonia… um pouco. Comentando também sobre Stalin, quando ele definitivamente volta à baila significa: a História voltou a andar. Des-revisionismo em ação.

É preciso desistir de algo a fim de verdadeiramente alcançá-lo. (Só os grandes homens entenderão.)

O fato de Marx ter errado o vencedor não depõe contra a exatidão da análise marxista de forma alguma, só acrescenta a ironia objetiva que faltava. O destino cuidou do assunto. Foi como se um gênio mau [evil genie] tivesse substituído um pelo outro – o comunismo pelo capitalismo – no último momento.” “Uma admirável divisão do trabalho: o Capital realizou a tarefa do Comunismo e este morreu no lugar do Capital. Mas isso pode facilmente revirar.” “Mas isso também é parte da ironia da história: a inversão do propósito final – a ilusão final.”

O Capital canibalizou toda a energia negativa, a da história e a do trabalho, numa – literalmente – operação sarcástica (…) O que vemos diante de nós é o triunfo paródico da sociedade sem classes (…) o cozinheiro [chef] se torna chefe de Estado, ou quase (já vimos pior desde que Lenin proferiu este seu velho sonho). (…) de qualquer forma, quando o Estado deixa de ser Estado, o cozinheiro deixa de ser cozinheiro. Como Brecht disse, o fato da cerveja não ser mais cerveja é harmoniosamente compensado pelo fato do cigarro não ser mais cigarro também. Logo, a ordem irônica está salva.”

Gorbachev is giving up Marxism! Fantastic! But what does <giving up> mean? Can you give up Marxism in the way you give up tobacco or alcohol? Can you give up your father and mother? Can you give up God? In its time, the Church has come close to giving up the Devil or the Immaculate Conception, but this has not occurred. Renunciation is the symmetrical and opposite movement to faith – as absurd and useless. If things exist, there is no use believing in them. If they do not exist, there is no use renouncing them.” “What if one day the West too were to renounce capitalism?” « Et si un jour l’Occident était forcé de ressusciter le marxisme, qui fait quand même partie du patrimoine, que diable (le Diable aussi d’ailleurs) ! »

« desimulation » pela primeira vez no autor (p. 54).

virtual is what puts and end to all negativity”

The highest pressure of news corresponds to the lowest pressure of events and reality [le réel].”

only information has sovereign rights, since it controls the right to existence.”

Vingança pela quietude da alma.

There is no worse mistake than taking the real for the real and, in that sense, the very excess of media illusion plays a vital disillusioning role. In this way news could be said to undo its own spell by its effects.” “Television and the media world render reality [le réel] dissuasive, were it not already so.”

soaking up the sulky sucking

Saddam, who will in the end have been nothing but that fairground dummy you shot at from point-blank range, had to be saved.” Anedota: Baudrillard morreu 3 meses após Hussein.

A TV é imunizadora.” E as redes sociais são ataques à imunidade. A predominância das redes sobre a televisão é irreversível e natural.

the most odious Realpolitik: the Shi’ites, the Kurds, the calculated survival of Saddam…”

The Stoics contest the very self-evidence of pain, when the body’s confusion is at its height. Here, we must contest the very self-evidence of war, when the confusion of the real is at its height.”

In a little time it will be possible to read La guerre du Golfe n’a pas eu lieu [1991] as a science-fiction novel (…) Like Borges’ chronicling of cultures which never existed.” “Anyhow, the book has fallen – quite logically – into the same black hole as the war.” É este humor buraco negro que tanto admiro no meu ídolo Jean Baudrillard. Somos escritores-gêmeos. Não o digo para prodigalizar meu talento, mas nosso temperamento e falsa auto-depreciação são idênticos – talvez eu não saiba, mas modelei os meus nos dele, pois meu primeiro contato com sua obra foi ao redor de sua morte, quando eu chegava a meus 20.

It was the simulacrum of Helen that was at the heart of the Trojan War. The Egyptian priests had held on to the original (we do not know what became of it) when she set out again with Paris for Troy.” “the universal form of beauty is as unreal as gold the universal form of all commodities.”

P. 66: “Dianismo” [conceito meu, Princess Diana]: o demagogismo do discurso de ajuda ao próximo, sobretudo às crianças sem pais (pais = dinheiro) do famélico Quarto Mundo. Carência alheia como atalho covarde para a fama. Espetacularização do indigentismo.

…AND REPENTANCE FOR ALL

Laras Crofts nos escombros de outras sociedades…

Lúcia Maria no Lixão com Grafites Residuais na Ilha dos Porcos-Subomens

Sebastiões Salgados, Uni-Vos!

Como é doce o som da fome e do caos!

Há CPFs e CNPJs que vivem só de “denúncia anônima”.

annihibalism

The sacrifices we offer in return are laughable (a tornado or two, a few tiny holocausts on the roads, the odd financial sacrifice)”

the demographic catastrophe, a veritable epidemic which we deplore each day in pictures.”

One day it will be the Whites themselves that will give up their whiteness.”

Because it is unable to escape it, humanity will pretend to be the author of its destiny.”

Uma memória hipertélica que armazena todas as informações num estado constante de recuperabilidade instantânea, excluindo qualquer trabalho de luto, qualquer resolução do passado. O Inconsciente é já algo desse tipo. Ele não conhece passado nem esquecimento, não é arcaico nem arqueológico. Ele é, ao contrário, um perpétuo presente, uma instantaneidade de todos os eventos físicos, que aparecem em sua superfície em uma contínua, potencial passagem ao ato. Paradoxalmente, por conta desse zeloso esforço para trazer de volta à tona, de uma maneira forçada, o que nós mesmos nem lembramos mais, vivemos num mundo tanto sem memória como sem esquecimento. Isso é como o céu – ou o inferno – deve ser: o reconhecimento maciço, a cada momento, de todos os padrões de nossa vida. A imortalidade penitente e penitenciária, a imortalidade carcerária de uma memória implacável.”

75: ainda sobre as Lascaux “simulacra” caves.

Quando confrontados com as pinturas nas cavernas, os povos do século XVIII não podiam acreditar nelas. Eles as viam como uma mistificação criada por libertinos para ridicularizar a Bíblia (dizia-se que as cavernas haviam sido pintadas para fazer com que os outros acreditassem numa humanidade ante-cristã).”

Assim como com aqueles objetos de que Freud fala, que, por estarem o mais próximos dos órgãos sexuais femininos, fazem o seu papel durante as alucinações sexuais, fetichizamos fósseis e relíquias porque eles são o que há de mais parecido com nossa origem perdida e são-nos substitutos de uma possível origem.

Secretamente, preferimos não ser mais confrontados com o original. Tudo que queremos é o copyright.”

OS HUMANO-BACTÉRIAS: “Será que o total do futuro vai se exaurir nessa síntese artificial do passado? Quem sabe aonde este gigantesco movimento retrógrado poderá nos levar? Seria ele uma fase efêmera em nossa pós-história, e, conseqüentemente, um fenômeno cultural, ou será um desenvolvimento de significância ainda mais profunda, relacionando-se com o destino da espécie, ou até além, com oscilações de um tipo cósmico? (Com o girino, logo que o ápice da sexuação é atingido, há involução rumo a formas mais precoces de reprodução. Estaria o ser humano reinventando a clonagem biológica no ponto final de uma história sexuada?)”

Somos sou a última singularidade

logo serei inconfundível com o protótipo de último homem, que não poderá mais se reproduzir.

Que espécie de quadro irá se mover sozinho?

Estrelas continuarão estourando?

Idealization always goes with abjection, just as charity always goes with destitution.”

A natureza vira coisa (modernidade) para depois virar sujeito (pós-modernidade) (mau sinal): não há outro; há apenas sujeitos – e, logo, logo, só sujeitos sem objetos.”

Biosphere 2, o primeiro “zoológico humano”, Arizona. Status: fracassado.

https://en.wikipedia.org/wiki/Biosphere_2

Especially during the first year, the 8 inhabitants reported continual hunger. Calculations indicated that Biosphere 2’s farm was amongst the highest producing in the world <exceeding by more than 5x that of the most efficient agrarian communities of Indonesia, southern China, and Bangladesh’.” Ou é mentira ou realmente os americanos são obesos incuráveis…

They consumed the same low-calorie, nutrient-dense diet that Roy Walford had studied in his research on extending lifespan through diet.” Mas faltou carne.

The oxygen inside the facility, which began at 20.9%, fell at a steady pace and after 16 months was down to 14.5%. This is equivalent to the oxygen availability at an elevation of 4,080 metres (13,390 ft). Since some biospherians were starting to have symptoms like sleep apnea and fatigue, Walford and the medical team decided to boost oxygen with injections in January and August 1993.”

After Biosphere 2’s first mission, extensive research and system improvements were undertaken, including sealing concrete to prevent the uptake of carbon dioxide. The second mission began on March 6, 1994, with an announced run of 10 months.”

On April 1, 1994, a severe dispute within the management team led to the ousting of the on-site management by federal marshals serving a restraining order, and financier Ed Bass hired Steve Bannon, then-manager of the Bannon & Co. investment banking team from Beverly Hills, California, to run Space Biospheres Ventures.”

At 3 a.m. on April 5, 1994, Abigail Alling and Mark Van Thillo, members of the first crew, allegedly vandalized the project from outside, opening one double-airlock door and 3 single door emergency exits, leaving them open for about 15 minutes. Five panes of glass were also broken. Alling later told the Chicago Tribune that she ‘considered the Biosphere to be in an emergency state … In no way was it sabotage. It was my responsibility.’ About 10% of the Biosphere’s air was exchanged with the outside during this time, according to systems analyst Donella Meadows, who received a communication from Alling saying that she and Van Thillo judged it their ethical duty to give those inside the choice of continuing with the drastically changed human experiment or leaving, as they didn’t know what the crew had been told of the new situation.”

Mission 2 was ended prematurely on September 6, 1994. No further total system science has emerged from Biosphere 2 as the facility was changed by Columbia University from a closed ecological system to a ‘flow-through’ system where CO2 could be manipulated at desired levels. § Steve Bannon left Biosphere 2 after 2 years, but his departure was marked by an ‘abuse of process’ civil lawsuit filed against Space Biosphere Ventures by the former crew members who had broken in. Leading managers of Biosphere 2 from the original founding group stated both abusive behaviour by Bannon and others, and that the bankers’ actual goal was to destroy the experiment. During a 1996 trial, Bannon testified that he had called one of the plaintiffs, Abigail Alling, a ‘self-centered, deluded young woman’ and a ‘bimbo’. He also testified that when the woman submitted a 5-page complaint outlining safety problems at the site, he promised to shove the complaint ‘down her throat’. Bannon attributed this to ‘hard feelings and broken dreams’.”

Os fascistas estragam tudo que tocam. Descrição de Baudrillard agora: “Outside Tucson, in Arizona, right in the middle of the desert, a geodesic glass and metal structure accommodating all the planet’s climates in miniature, where 8 human beings (4 men & 4 women, of course) are to live self-sufficiently, in a closed circuit, for 2 years, in order – since we are not able to change our lives – to explore the conditions for our survival.”

Man is also a scorpion, just as the Bororo are arara(*) and, left to himself in an expurgated universe, he becomes, himself, a scorpion.

(*) Arara is a name of Tupi origin for a bird of the genus Ara which includes the macaws (French: aras).”

Secretamos significados como o escorpião secreta seus venenos.

Segredamos significados como o escorpião secreta seus venenos.

Homem, o grande cretino.

That is the terroristic dream of the transparency of good, which very quickly ends in its opposite, the transparency of evil. § We must not reconcile ourselves with nature.”

espaço siderreal – certamente não são Adão e Eva ressuscitando: “The elimination of all sexual reproduction: it is forbidden to reproduce in Biosphere 2; even contamination from life [le vivant] is dangerous; sexuality may spoil the experiment. Sexual difference functions only as a formal, statiscal variable [não podiam furunfar nem com camisinha?! condomnados ao celibato!] (…) if anyone drops out, a person of the same sex is substituted.” “glass coffin” coma cosmético

O GRAU 1 BILHÃO DA ESCRITURA – O SUPER-U****I – o maior filósofo se torna o mais inconseqüente dos títulos.

Como pode alguém ofender alguém de blasé a sério? Que se acredite que se ofenda alguém que nunca se ofende é um atestado de desespero.

Nada a temer em temer o nada.

God, for his part, if he exists, does not believe in his existence, but he allows the subject to believe in it, and to believe he [god] believes in it, or [the subject] not to believe that – but not to believe he [god] does not believe in it (Stavrogin [personagem dostoievekiano, Os Demônios]).” Genial!

RESUMO LÓGICO DAS IMPLICAÇÕES DO EMPOLADO RACIOCÍNIO DE STAVROGIN E O SENTIDO DE “TUDO É PERMITIDO” NA OBRA DE DOSTOIEVSKY

1. Deus existe; Deus não acredita na própria existência; Deus permite que o homem acredite na existência de deus ou não, mas não na segunda verdade fundamental.

1.1 O homem acredita na existência de deus.

1.1.1 O homem acredita que deus acredita na própria existência.

1.1.2 O homem acredita que deus não acredita na própria existência.

1.2. O homem não acredita na existência de deus.

1.2.1 O homem acredita que deus, se existisse, acreditaria na própria existência.

1.2.2 O homem acredita que deus, se existisse, não acreditaria na própria existência.

2. Deus não existe.

2.1 O homem acredita na existência de deus.

2.1.1 O homem acredita que deus acredita na própria existência.

2.1.2 O homem acredita que deus não acredita na própria existência. Este homem na verdade é um grande ateu, pois um deus que não acredita na própria existência seria pior que a não-existência de um deus.

2.2. O homem não acredita na existência de deus.

2.2.1 O homem acredita que deus, se existisse, acreditaria na própria existência.

2.2.2 O homem acredita que deus, se existisse, não acreditaria na própria existência. Este homem é, finalmente, um grande ateu, o único ateu em sentido estrito, pois um deus que não acreditasse na própria existência, pensa ele, não deveria sequer ser pensável. Seria pior e mais absurdo que a não-existência de um deus, seria como uma confissão de não-onipotência por parte deste suposto deus.

2 conclusões:

a) As possibilidades éticas são maiores sem Deus (tudo é permitido).

b) Seria possível provar a inexistência de deus (jamais a existência)¹ ao se encontrar um só indivíduo que acredita que deus² não acredita em si próprio. É o caso do personagem da novela niilista de Dostoievsky. Seu niilismo absoluto, sua negação ultimada da realidade, não se escora no ingênuo fato de que não acredite num deus, mas que para ele, como um homem uma vez fanático e que pensou a idéia de Deus até as suas últimas conseqüências, esse deus se tornou impossível. Na percepção alcançada por Stavrogin, todos os casos são iguais, apenas ele e homens análogos a ele, um novo homem, são um outro: se Deus existe, quem acredita nele ou não são iguais; se Deus não existe, e Deus não existe, pois Stavrogin recebeu essa iluminação e nova sabedoria, ateus e crentes que acreditam que deus acredita em si próprio são iguais (inofensivos); mas ateus e crentes que acreditam que deus não acredita(ria) em si próprio, estes são niilistas radicais, os únicos ateus na verdadeira acepção da palavra. Igor Karamazov (outro romance) se questiona: Tudo é permitido?, mas Stavrogin responde, em Os Demônios.

¹ Pois todos os indivíduos precisariam respeitar as vedações em 1.1 e 1.2. Mas mesmo que todos na Terra em dado dia as respeitassem, não quereria dizer que jamais um indivíduo no passado as respeitou; e nem que nunca haverá de nascer um indivíduo que não as respeite.

² O deus existente, para o crente, ou inclusive apenas uma abstração, a hipótese de deus, de um deus que não acreditasse em si mesmo, para o não-crente.

Não exageremos a importância deste raciocínio lógico elaborado, no entanto: não podemos provar crenças (talvez apenas a nossa própria, e ainda assim podemos desconfiar de que às vezes mentimos para nós mesmos).

P. 94: “Todos esses corpos de pensamento [Stirner e seu individualismo soberano, Marx e a luta coletivista na História, Nietzsche, seu Übermensch e a transvaloração de todos os valores demasiado humanos] tiveram profundas conseqüências para o mundo – nenhum se converteu em realidade.

um <além> que não é aquele da religião, mas um <além> do humano que permanece dentro e com o humano (…) uma ilusão talvez, mas uma ilusão superior.” “Contrariamente à ilusão transcendental das religiões, o jogo das aparências é supra-humano”

Se a história tivesse um fim, esse fim já teria sido alcançado… Um dia me arrependerei dos meus atuais prognósticos e escreverei o livro HEIDEGGER ESTAVA CERTO? A tecnologia nos comeu sem volta. Quem dera Baudrillard estivesse errado…

O que atualmente toma o lugar da transmutação é a transcrição da Idéia em uma operação técnica (…) O que mostra que Nietzsche, por um lado, estava certo: a raça humana, deixada a si mesma, com efeito só sabe se reduplicar e destruir.”

fetichismo técnico (…), meramente a paródia da aceitação do seu destino, através de uma manipulação biológica que é meramente a caricatura da transvaloração dos valores.” “Desnecessário dizer, essa transvaloração de valores de que Nietzsche fala não teve lugar, exceto precisamente no sentido oposto – não para além, mas deste lado, aquém, do bem e do mal

Não mais uma fetichização de divindades, grandes idéias ou narrativas, mas de diferenças mínimas e de partículas. (…) As fronteiras entre o humano e o inumano estão desvanecendo, de fato, mas essa perda de nitidez se dá numa espiral rumo ao sub-humano (…) Verklärung des Untermenschen. Transfiguração do sub-homem.”

Essa reabsorção da metáfora da vida na metástase da sobrevivência é efetuada por uma progressiva redução ao menor denominador comum.”

Paradoxalmente, é a irrupção da biologia, i.e., da ciência da vida, que marca essa irrupção do não-vivo (…) Bem como a irrupção da psicologia marca o fim da transcendência da alma e sua suplantação por uma desconstrução analítica do mundo interior. Bem como a irrupção da ciência anatômica marca o fim do corpo e da morte como metáforas e suas entradas em cena como realidade e fatalidade biológicas.”

Podemos ainda falar do inconsciente, dado o prospecto do homem vindo a ser definido geneticamente? Mesmo a imortalidade do inconsciente, tão cara a Freud, está sob séria ameaça.”

RELEMBRE DEDÊ (TESE, vide mais abaixo): “Não mais imortal em termos de alma, que já desapareceu, nem mesmo em termos de corpo, que está para desaparecer, mas em termos de fórmula, imortal em termos de código.”

The trend in physics itself is towards the reduction of this interstitial void. It is the dream of that science to render matter totally concrete, to wrest all its energy from it by impelling it to limit-densities, densities artificial and monstrous.” Como congelar a luz, o novo absurdo alquímico.

From within, a culture is immortal; it seems to approach its end in an asymptotic curve. It has, in fact, already disappeared. The elevation of a value to universality is a prelude to its becoming transparent, which itself is a prelude to its disappearance.”

the single-handed ocean crossings, which are our modern equivalent of climbing Annapurna, [pico da cadeia de montanhas do Himalaya (circa 8000m); escalado pela primeira vez em 1950] are posthumous fantasies.”

Peter Schlemihl had at least sold his shadow to the devil; ours we have simply lost.” “The atomic shadow, the only one left to us: not the sun’s shadow, nor even the shadows of Plato’s cave, but the shadow of the absent irradiated body, the delineation of the subject’s annihilation, of the disappearance of the original.”

Alain Ehrenberg, La fatrigue d’être soi

the hero of subjectivity, of breaking with the old, of free will and Stirner’s radical singularity, is well and truly dead.” “This is the age of the daily invention of new particles. (…) freedom is merely the statistical end-product of impacts between singularities and no longer, therefore, in any sense a philosophical problem.”

His [the individual of today] only aim is the technical appropriation of the self. He is a convert to the sacrificial religion of performance, efficiency, stress and time-pressure – a much fiercer liturgy than that of production – total mortification and unremitting sacrifice to the divinities of data [l’information], total exploitation of oneself by oneself, the ultimate in alienation. § No religion has ever demanded as much of the individual as such, and it might be said that radical individualism is the very form of religious fundamentalism.” “By comparison, with this voluntary holocaust, [do sujeito atomizado liberal] this escalation of sacrifice, the so-called return of religion which we pretend to fear – these occasional upsurges of religiosity or traditional fundamentalism – is negligible. It merely conceals the fundamental integrism of this consensual society (…) Religious effects are taken too seriously in their religious dimension and not seriously enough as effects, that is, as making the true process.” “each one reviving for itself, in its micro-universe, the now useless totalitarianism of the whole.”

LIVRES COMO PEIXES NÃO-CONSTRANGIDOS EM SEUS AQUÁRIOS: “Liberty operates in a field that is limited and transcendent, in the symbolic space of the subject, where he is conformed with his own finality, his own destiny, whereas liberation operates in a potentially unlimited space. It is a quasi-physical process (…) That is why liberty is a critical form, whereas liberation is a potentially catastrophic form. The former confronts the subject with his own alienation and its overcoming. The other leads to metastases, chain reactions, the disconnection of the subject. Liberation is the effective realization of the metaphor of liberty and, in this sense, it is also its end. (…) Not the free subject any longer, but the liberal individual. (…) From liberty to liberation, from liberation to liberalization. The extreme point of highest dilution, minimal intensity” “And, in the process, the concept of alienation disappears. This new, cloned, metastatic, interactive individual is not alienated any longer, but self-identical. He no longer differs from himself and is, therefore, indifferent to himself. This indifference to oneself is at the heart of the more general problem of the indifference of institutions or of the political, etc., to themselves § The indifference of time: the non-distance between points in time, the promiscuity of points in time, the instantaneousness of real time. Boredom. § The indifference of space: the televisual, remote-controlled contiguity and contamination of all points in space, which leaves you nowhere. § Political indifference: the superimposition, the proliferation of all opinions in a single media continuum. § Sexual indifference: indistinguishability and substitution of sexes as a necessary consequence of the modern theory of sex as difference.” “this identitary individual lives on the hymning and hallucinating of difference, employing to that end all the devices for simulating the other.” Certamente Baudrillard ganharia o rótulo de fascista e transfóbico pela parte “amorosa” (inofensiva, cripto-neoliberal) da esquerda de hoje. A parte <<<revolucionária>>> (com o perdão da sobreposição das aspas) da esquerda e do <<<progressismo>>>.

ESQUEÇA DEDÊ (ANTÍTESE, vide acima): “This identity syndrome has a particular form of madness specific to it. To the <free> individual, the divided subject, there corresponds the vertical madness of yesteryear: psychical madness, the transcendent madness of the schizophrenic (…) [but] horizontal madness (…) [is] autism.”

Trecho de BAUDRILLARD, Jean. The Illusion of The End (1994) e, a seguir, especulações e desdobramentos meus sobre a figura do autista que devora o seu duplo e absorve seu irmão gêmeo, seja na vida real ou na ficção, com ou sem êxito:

[Not anymore] the delirium of the schizophrenic [personalidade cindida] but of the isophrenic, [idêntico tão-só a si mesmo] without shadow, other, transcendence or image (…) the autist who has devoured his double and absorbed his twin brother¹ (being a twin is, conversely, a form of autism à deux). (…) deprived of hereditary otherness, affected with hereditary sterility, they have no other destiny than desperately to seek out an otherness by eliminating all the Others one by one (whereas <vertical> madness [o tipo antigo da loucura, a família da esquizofrenia, formas arquetípicas do <desejo> de Gilles Deleuze & Guattari] suffered, by contrast, from a dizzying excess of otherness). The problem of Frankenstein, for example, is that he has no Other and craves otherness. This is the problem of racism.”

¹ The Black-Zamasu Syndrome! a Ou a Era Messi?b

O ANTES & DEPOIS DO “PERSONAGEM DUPLICADO” ZAMASU

a Black & Zamasu: dois lados de uma mesma moeda: Dois personagens de mangá/anime que são, no enredo, a mesma pessoa, porém provindos de universos alternativos (o que seria muito demorado explicar em suas minúcias), “um deles” mortal, um tanto impulsivo e dotado de um corpo “ágil e perfeito” (em que residiria essa agilidade e perfeição será deslindado a seguir – este mortal de que falo é chamado de “Goku Black” pelos demais personagens da trama), “outro deles” imortal, possuidor de extensos conhecimentos sobre o universo e não obstante dotado de um corpo um tanto menos versátil que o de sua contraparte espelhada (este é Zamasu, a identidade ‘original’ do ‘falso duo’). “Ambos” formam um par astuto e eficiente, pode-se dizer que “se completam” de forma platônica.

A solução final encontrada pelo(s) personagem(ns) desdobrado(s) Black-Zamasu na sua tentativa de cumprir o ambicioso propósito que persegue(m) com afinco na estória – o singelo plano da extinção da humanidade não só na Terra como em todo o universo (Ningen Zero Keikaku,(*) ‘Plano Zero Humanos’), e com humanos, nesta narrativa, não entender apenas criaturas antropomórficas, os terráqueos, mas todos os seres que a filosofia existencialista classificaria como conscientes de que um dia irão morrer dada “sua natureza meramente finita, recalcitrante e imperfeita, de pecadores natos, enfim”, como diria o vilão ou a dupla de vilões em questão –, envolve a precipitada decisão de “fundir-se consigo mesmo”, acarretando a transformação de duas entidades em uma.

(*) Acho divertida a inadvertida – cacofonia intencional – coincidência acústica que a transposição da obra para o português acaba gerando: ningen, sendo o japonês para ‘humano’, corresponde exatamente à idéia que Black-Zamasu tem/têm do homem: um zé(ro)-ninguém.

Este Narciso que conseguiu mergulhar no espelho d’água e não se afogar, este Fausto do universo ficcional de Dragon Ball, após vender a alma para chegar aonde quer, percebe tarde demais que o “diabo” (neste caso ele mesmo) o ludibriou na barganha, ao constatar que, uma vez fundido com sua cara-metade, sua principal vantagem tática na trama até aquele momento é, como num simples passe de mágica, desfeita: seu senso de cooperação com um Outro (ainda que esse outro fosse apenas ele desdobrado), sua sincronia e trabalho em equipe ideais na paciente execução de um projeto maquiavélico, acabam dando lugar a uma criatura “semi-imortal e auto-suficiente”. Ora, só que não existe a semi-imortalidade (algo intrinsecamente inútil, inferior à imortalidade) nem uma auto-suficiência genuína.

A sutil tragédia desta estória, nem sempre capturada pelo leitor/espectador, está em que a fim de chegar tão longe em seus planos diabólicos Zamasu teve de roubar o corpo do artista-marcial “perfeito”, Goku, o protagonista, que encarna o próprio sentido do humano arquetípico, cheio de defeitos, carências e tolas expectativas, dotado de uma fé cega e ingênua no futuro a despeito da certeza da morte e até de uma certa dose de despeito pelo conceito de divindade (justamente o que nos torna cônscios de nossa capacidade inerente de nos corrigirmos e nos superarmos diversas vezes ao longo de nossa curta vida), conjunto de características tão abominado pelo mesmo Zamasu. A parte “humana” de Zamasu, Goku Black, ao ser incorporada ao próprio Zamasu original, constituindo a partir daí um corpo só, desestabiliza seu Ser Eterno. Seu novo invólucro, em vez de onipotente, se revela uma falsificação, um embuste. Zamasu, o Uno, não dispõe mais da vida eterna.

E este nem é o pior de seus problemas após a fusão: logo se evidencia que, contra os humanos – raça que aprende com os erros e enquanto não perece ousa tentar outra vez, mesmo sem ter idéia do desfecho, de se seus esforços serão inúteis ou não, entregando, de qualquer maneira, tudo de si –, a própria habilidade de Zamasu, da parte do Goku Black em Zamasu, que ele tomou emprestada do corpo mortal de Goku quando uma de suas metades se transformara em Black no passado, a habilidade do contínuo e incessante auto-aperfeiçoamento pessoal, não passa de uma cópia barata da versão dos humanos autênticos dessa mesma habilidade. Zamasu, principalmente agora que contaminou sua antiga parte “humana” (parte que, reitera-se, era um mal necessário para que ele sobressaísse no combate) com traços divinos (e não o contrário: em Zamasu, é o humano que decai graças a sua metade deus, e não o inverso!), não possui a vontade e a determinação necessárias que lhe possibilitariam, em última instância, ultrapassar seus próprios limites.

Ao escolher se fundir consigo próprio, Zamasu apenas antecipou o fim do combate: se tornou um adversário facilmente vencível, incapaz de acompanhar o ritmo das proezas dos rivais e de compreender o ethos do inimigo. (Em sua cabeça, devia se perguntar: Por que eles lutam comigo, em intensa solidariedade uns com os outros o tempo todo, mesmo quando se acham em nítida desvantagem na correlação de forças? E por que eles não desistem nunca de realizar o impossível? O que faz criaturas tão frágeis e insignificantes se comportarem de maneira tão absurda e ao mesmo tempo exibirem uma invejável serenidade no olhar? Que impulso é esse que os move, que nem mesmo um deus como eu entende?!) O resultado final icônico do embate é que Black-Zamasu termina cortado em dois por um dos humanos que o antagonizam. Seu corpo imortal tinha o dom da auto-regeneração, mas sozinho não poderia vencer os humanos super-poderosos da trama fantástica. Quando se fundiu consigo mesmo, seu novo corpo semi-imortal foi aos poucos se deformando e perdendo aquela capacidade restauradora, embora ele calculasse que o ganho de poder resultante da fusão decidiria a guerra a seu favor.

Aquilo que fôra cortado pela espada de um humilde ser humano (a espada, apenas uma espada como qualquer outra, nada mais é do que o símbolo da inquebrantável perseverança dos mortais) não era bem a carne de Zamasu, a dizer verdade, mas seu espírito, sua própria essência, e este profundo ferimento metafísico se mostrou uma chaga incurável.

A evolução tremendamente satisfatória (em sua ascensão e queda) do multifacetado e secretamente atormentado Zamasu – esse Prometeu negativo, esse deus presunçoso e anti-socrático, que “não sabia que nada sabia” –, e seu estratagema cínico de forjar uma hipócrita aliança com seu duplo ou Doppelgänger, um duplo que ao mesmo tempo que imitava os seres humanos teria de ser seu principal instrumento para finalmente extingui-los, tornam este personagem, de longe, no melhor antagonista jamais apresentado por esta série shounen de lutinhas acéfalas, em que normalmente imperam a superficialidade mais boçal e os velhos clichês maniqueístas.

OBS: Deve haver uma mística ligação entre Jean Baudrillard e Dragon Ball, pois não é a primeira vez que eu associo a ambos – e ser mais distintos um do outro é impossível! – em posts do Seclusão (aqui vai a pista de uma possível explicação racional: novamente o assunto abordado se refere à ‘síndrome de deus’ de que padece o animal homem em todas as culturas conhecidas)!

Vide o contexto completo da primeira “analogia” entre aspas de Baudrillard e personagens de Dragon Ball em https://seclusao.art.blog/2021/12/20/ss-em-3-atos/.

b Lional “La Pulga” Messi: O conhecido jogador de futebol foi tachado por muitos “entendidos” de “autista” nos seus anos iniciais de carreira porque ‘se comunicava’ e ‘atuava’ de forma supostamente bizarra e muito diferente da habitual, tanto nos gramados quanto na vida privada. Diferente até de outros gênios do passado, principalmente do ícone-mor argentino, o extremamente sociável e integrado com o seu povo, extrovertido e burlesco Diego Maradona, que por muitos anos foi uma sombra na trajetória de Messi.

Vemos, num dégradé perfeito, como Lionel Messi foi se tornando, com a idade, cada vez mais e mais maradônico, seja porque assim quisemos passar a enxergar após começarmos a prestar mais atenção ou porque o meia-atacante foi se tornando, sem afetação, de modo orgânico e natural, grande e irreverente tal qual seu ídolo de infância, não só através de suas quebras rotineiras de recordes e a técnica cada vez mais precisa e apurada, como também pela maturidade com que aprendeu a chamar toda a responsabilidade e estrelato para si, aglutinando os companheiros pelo bem maior da equipe e confrontando com personalidade e malemolência os críticos e adversários, cada vez mais estupefatos e rendidos.

Messi soube se desdobrar, enquanto se movimentava como uma flecha durante os jogos, separou o Messi indivíduo comum do Messi lendário, o cidadão do mago protagonista de espetáculos, se situou num ângulo favorável, numa distância confortável, diante do espelho em que se punha a observar seu próprio Outro, que na verdade são duas coisas distintas, seus dois Outros – 1) o seu futuro como será contado pela História, que só pode ser decidido por ele mesmo; 2) e aquela antiga sombra ou reflexo pertencente ao passado, que mais parecia um destino inexorável a pesar como uma bigorna sobre as suas costas, ele, Diego Armando Maradona. Por muito tempo, no entanto, pensaram, e talvez Messi tenha pensado, que seus dois Outros eram um só: Messi é Maradona; mas se Messi não tem uma Copa, então Messi não é Maradona… então,a na realidade, Messi não é ninguém… Não!… Messi será Maradona!… contanto que… Entende-se onde quero chegar.

Os anos profissionais de um jogador de futebol passam muito mais depressa que nossa já efêmera vida. E, para Messi, sua trajetória como jogador, o capítulo mais importante de sua biografia, culminou com a decretação oficial de sua “santidade atlética”, a atribuição sem direito a controvérsia de seu status de craque atemporal, diante de toda a imprensa e da atual geração de torcedores do esporte mais popular do planeta, após a apoteótica exibição na final da Copa do Mundo de 2022, no momento em que erguia a Taça Fifa. Hoje, mesmo antes da aposentadoria, Messi já é apontado (e não apo-se-ntado, leia bem!) – e por não poucos, talvez pelos mesmos que antes tentavam explicar suas performances sobrenaturais apelando para diagnósticos clínicos! – como “melhor que Maradona” enquanto jogador e “tão influente e carismático quanto Dieguito” fora das quatro linhas, façanha notável, outrora até impensável, quando nos damos conta de que na Argentina Diego Maradona é venerado como um deus…

* * *

O MAL SOMÁTICO DA HUMANIDADE: “everything is already there, everything has already taken place. § We are thus immortal survivors, since the second existence is without end. It has no end because the end is already the beginnin.” “The process of de-humanization is complete and the clear effect of this phenomenon is that we no longer possess the psychical, ethical and spiritual resources which would enable us to realize this fact (Romain Gary).”¹

¹ wikia: “Romain Gary, 1914–1980, also known by the pen name Émile Ajar, was a French novelist, diplomat, film director, and World War II aviator. He is the only author to have won the Prix Goncourt under two names. He is considered a major writer of French literature of the second half of the 20th century.” “In a memoir published in 1981, Gary’s nephew Paul Pavlowitch claimed that Gary also produced several works under the pseudonym Émile Ajar. Gary recruited Pavlowitch to portray Ajar in public appearances, allowing Gary to remain unknown as the true producer of the Ajar works, and thus enabling him to win the 1975 Goncourt Prize, a second win in violation of the prize’s usual rules.” chad move here!

R.G., Les Racines du ciel

Our systems are thus doubly chaotic: they operate both by exponential stability and instability.”

A DIALÉTICA DO REJUVENESCIMENTO: “Sensitivity to initial conditions should not be confused with fate or predestination.” “In predestination, the end is there before the beginning and every effort to move away from the end brings that end closer. [Édipo Rei, etc.]

Meteorology is chaotic; it is not a figure of destiny.”

the destiny of simulation which one may, in effect, read as a form of catastrophe of reality, this dizzyng whirl of the model, the virtual and simulation carrying us further and further from the initial conditions of the real world

Chaos is a parody of any metaphysics of destiny. It is not even an avatar of such a metaphysics. The poetry of initial conditions fascinates us today, now that we no longer possess a vision of final conditionsO Ragnarok é sempre só um Big Bang.

Destiny is the ecstatic figure of necessity. Chaos is merely the metastatic figure of Chance. [a contingência se espalhando como um câncer]

the hidden order of strange attractors” “Condemned to an intense metabolism” “They are condemned, precisely, to the epidemic, to the endless excrescences of the fractal [vertigo] and not to the reversibility and perfect resolution of the fateful [fatal]. We know only the signs of catastrophe now.” Não é como um eterno retorno com sentido, mas apenas um loop de arcade game de Atari…

“…definitive doom, which we could at least consume as spectacle. Just imagine the extraordinary good luck of the generation which would have the end of the world to itself.” “we came too late for the beginning.”

You live too fast, you live too soon. Apoteozzy

Ó TESOURA AMIGA!

CORTO EU A LINHA PELUDA?

April of the pigs

O universo é como um ano-novo.

history itself has become interminable. when we speak of the <end of history>, the <end of the political>, the <end of the social>, the <end of ideologies>, none of this is true. The worse of it all is precisely that there will be no end to anything, and all these things will continue to unfold slowly, tediously, recurrently, in that hysteresis of everything which, like nails and hair, continues to grow after death.”

homepathic end, an end distilled into all the various metastases of the refusal of death.”

This revival of vanished forms, this attempt to escape the apocalypse of the virtual, is an utopian desire, the last of our utopian desires.” Nada será como antes.

the illusion of the end of that book

can we not imagine that, in history itself, previous states never disappeared, but present themselves again in succession, as it were, taking advantage of the weakness or excessive complexity of the present structures?”

The reabilitation of old frontiers, the old structures, the old elites will never have the same meaning. If, one day, the aristocracy or royalty recover their old position, they will, nonetheless, be <post-modern>.”

Magic Country, Future World, Gothic, Hollywood itself reconstructed 50 years on in Florida, the whole of the past and the future revisited as living simulation. Walt Disney is the true hero of deep-freezing, with his utopian hope of awakening one day in the future, in a better world. But that is where the irony bites: he had not foreseen that reality and history would turn right around. And he, who expected to wake up in the year 2100, might well, following out his own fairytale scenario, awaken in 1730 or the world of the Pharaohs or any one of his primal scenes.”

Communism will have had no historical end; it will have been sold off, knocked down like useless stock.”

The sales used to come after the feast days but now they precede them. It’s the same with our century”

This is like the parable of the Russian cosmonaut forgotten in space, with no one to welcome him, no one to bring him back – the sole particle of Soviet territory ironically overflying a deterritorialized Russia. Whereas on Earth everything has changed, he becomes pratically immortal and continues to circle like the gods, like the stars, like nuclear waste.”

Nostalgia had beauty because it retained within it the presentiment of what has taken place and could take place again. It was as beautiful for never being satisfied, as was utopia for never being achieved.”

the literal manifestness of the end”

We are, then, unable to dream of a past or future state of things. Things are in a state which is literally definitive (…) deprived of its end. Now, the feeling which goes with a definitive state, even a paradisiac one – is melancholic.”

there remains the completely improbable and, no doubt, unverifiable hypothesis of a poetic reversibility of events, more or less the only evidence for which is the existence of the same possibility in language.”

Canetti diz que a vingança é supérflua; torna-se desnecessária devido à inexorável reversibilidade das coisas.”

It isn’t just terrorists who repent. Intellectuals showed them the way, the Sartreans and others having been in the van of repentence from the 50s onwards.”

Arte total = arte mais fraca

If nothing exists now but effects, we are in a state of total illusion (which is also that of poetic language). If the effect is in the cause or the beginning in the end, then the catastrophe is behind us. This reversing of the sign of catastrophe is the exceptional privilege of our age. It liberates us from any future catastrophe and any responsibility in that regard. The end of all anticipatory psychoses, all panic, all remorse! The lost object is behind us. We are free of the Last Judgement.” Lost Judgement

INVERSÃO CONTRA FIM: “Anastrophe versus catastrophe”

Might we not transpose language games on to social and historical phenomena: anagrams, acrostics, spoonerisms, rhyme, strophe and cata-strophe [a estrofe que transtorna]?”

In these times of a retroversion of history, the palindrome,¹ that poetic, rigorous form of palinode,² could serve as a grille de lecture (might it not perhaps be necessary to replace Paul Virilio’s dromology³ with a palindromology?). And the anagram, that detailed process of ravelling, that sort of poetic and non-linear convulsion of language”

¹ Frase idêntica num sentido ou noutro, como a famosa SOCORRAM-ME SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS.

² Re-citação de outro trecho do mesmo autor ou poema (quando muito grande), dentro do próprio poema.

³ A ciência da velocidade. Tão rápido que assa a virilha.

pure materiality of time” “The illusion of our history opens on to the greatly more radical illusion of the world. VdP, fim da exposição inicial sobre o niilismo.

we no longer have the choice of advancing, of persevering in the present destruction, or of retreating – but only of facing up to [reconhecer, aceitar, lidar com] this radical illusion.”

Voltar é impossível. Déjà vu em extinção. E dar um passo dianteiro kantiano ainda mais difícil,

Irreverente realidade do irreal.

Presente terno,

Uma música que não sai do refrão.

That’s what life means, said a Brazilian singer and composer…

GLOSSÁRIO:

fallow: terra deixada em descanso no sistema de cultivo rotativo (também conhecida como “pousio”)

lorry: caminhão-de-lixo

L’ENCYCLOPÉDIE (AN – cont.)

ANABAPTISTES. “Les Anabaptistes proprement dits, sont une secte de protestans qui parut d’abord dans le XVIe siecle en quelques contrées d’Allemagne, & particulierement en Westphalie, où ils commirent d’horribles excès. Ils enseignoient que le baptême donné aux enfans étoit nul & invalide; que c’étoit un crime que de prêter serment & de porter les armes; qu’un véritable Chrétien ne sauroit être magistrat: ils inspiroient de la haine pour les puissances & pour la noblesse; vouloient que tous les biens fussent communs, & que tous les hommes fussent libres & indépendans, & promettoient un sort heureux à ceux qui s’attacheroient à eux pour exterminer les impies, c’est-à-dire, ceux qui s’opposoient à leurs sentimens.

On ne sait pas au juste quel fut l’auteur de cette secte: les uns en attribuent l’origine à Carlostad, d’autres à Zuingle. Cochlée dit que ce fut Balthasar Pacimontan, nommé par d’autres Hubméïr, & brûlé pour ses erreurs à Vienne en Autriche l’an 1527. Meshovius, qui a écrit fort au long une histoire des Anabaptistes, imprimée à Cologne en 1617, leur donne pour premier chef Pelargus, qui commença, dit-il, à ébaucher cette hérésie en 1522. Leur système paroît avoir été développé successivement en Allemagne par Hubmeïr, Rodenstein, Carlostad, Westenberg, Didyme, More [Thomas?], Mansius, David, Hoffman, Kants [se um Kant já incomoda muita gente…]; & par plusieurs autres, soit en Hollande, soit en Angleterre.

L’opinion la plus commune est qu’elle doit son origine à Thomas Muncer de Zwicau, ville de Misnie, & à Nicolas Storch ou Pelargus de Stalberg, en Saxe, qui avoient été tous deux disciples de Luther, dont ils se séparerent ensuite, sous prétexte que sa doctrine n’étoit pas assez parfaite; qu’il n’avoit que préparé les voies à la réformation; & que pour parvenir à établir la véritable religion de Jesus-Christ, il falloit que la révélation vînt à l’appui de la lettre morte de l’écriture. Ex revelationibus divinis judicandum esse, & ex bibliis, dicebat Muncerus.

Sleidan est l’auteur qui détermine plus précisément l’origine des Anabaptistes, dans ses commentaires historiques. Il observe que Luther avoit prêché avec tant de force pour ce qu’il appelloit la liberté évangélique, que les paysans de Suabe se liguèrent ensemble, sous prétexte de défendre la doctrine évangélique & de secoüer le joug de la servitude. Obductâ causâ quasi doctrinam evangelii tueri, & servitutem abs se profligare vellent. Ils commirent de grands desordres: la noblesse, qu’ils se proposoient d’exterminer, prit les armes contr’eux; & après en avoir tué un grand nombre, les obligea à poser les armes, excepté dans la Turinge, où Muncer, secondé de Pfiffer, homme hardi, avoit fixé le fiége de son empire chimérique à Mulhausen. Luther leur écrivit plusieurs fois pour les engager à quitter les armes, mais toûjours inutilement: ils retorquèrent contre lui sa propre doctrine, soûtenant que puisqu’ils avoient été rendus libres par le sang de Jesus-Christ, c’étoit déjà trop d’outrage au nom Chrétien qu’ils eussent été réputés esclaves par la noblesse, & que s’ils prenoient les armes, c’étoit par ordre de Dieu. Telles étoient les suites du fanatisme où Luther lui-même avoit plongé l’Allemagne par la liberté de ses opinions. Il crut y remédier en publiant un livre dans lequel il invitoit les Princes à prendre les armes contre ces séditieux, qui abusoient ainsi de la parole de Dieu. Il est vrai que le comte de Mansfeld, soûtenu par les Princes & la noblesse d’Allemagne, défit & prit Muncer & Pfiffer, qui furent exécutés à Mulhausen; mais la secte ne fut que dissipée & non détruite; & Luther, suivant son caractère inconstant, desavoüa en quelque sorte son premier livre par um second, à la sollicitation de bien des gens de son parti, qui trouvoient sa premiere démarche dure, & même un peu cruelle.

Cependant les Anabaptistes se multiplierent & se trouverent assez puissans pour s’emparer de Munster en 1534 & y soûtenir un siége sous la conduite de Jean de Leyde, tailleur d’habits, qui se fit déclarer leur roi. La ville fut reprise sur eux par l’Évêque de Munster, le 24 Juin 1535. Le prétendu roi, & son confident Knisperdollin, y périrent par les supplices; & depuis cet échec la secte des Anabaptistes n’a plus osé se montrer ouvertement en Allemagne.

Vers le même tems, Calvin écrivit contr’eux un traité qu’on trouve dans ses opuscules. Comme ils fondoient surtout leur doctrine sur cette parole de Jesus-Christ, Marc 16:16, quiconque croira & sera baptisé sera sauvé, & qu’il n’y a que les adultes qui soient capables d’avoir la foi actuelle; ils en inféroient qu’il n’y a qu’eux non plus qui doivent recevoir le baptême, surtout n’y ayant aucun passage dans le nouveau Testament où le baptême des enfans soit expressément ordonné: d’où ils tiroient cette conséquence, qu’on devoit le réitérer à ceux qui l’avoient reçû avant l’âge de raison, Calvin & d’autres auteurs furent embarrassés de ce sophisme; & pour s’en tirer, ils eurent recours à la tradition & à la pratique de la primitive Église. Ils opposerent aux Anabaptistes Origène, qui fait mention du baptême des enfans, l’Auteur des questions attribuées à saint Justin, qui en parle aussi; un concile tenu en Afrique, qui, au rapport de S. Cyprien, ordonnoit qu’on baptisât les enfans aussitôt qu’ils seroient nés; la pratique du même saint docteur à ce sujet; les conciles d’Autun, de Mâcon, de Gironne, de Londres, de Vienne, &c. une foule de témoignages des Pères, tels que S. Irenée, S. Jérôme, S. Ambroise, S. Augustin, &c.”

“En effet, les enfans sont jugés capables d’entrer dans le royaume des cieux, Marc 9:14, Luc. 18:16 & le Sauveur lui-même en fit approcher quelques-uns de lui & les bénit. Or ailleurs, S. Jean 3:5 assure que quiconque n’est pas baptisé ne peut entrer dans le royaume de Dieu; d’où il s’ensuit qu’on doit donner le baptême aux enfans.” “Car si tous sont devenus criminels par un seul, les enfans sont donc criminels; & de même si tous sont justifiés par un seul, les enfans sont donc aussi justifiés par lui”

“On les a connus sous les noms de Munceriens, Catharistes, Enthousiastes, Silentieux, Adamistes, Georgiens, Indépendans, Hutites, Melchiorites, Nudipedaliens, Mennonites, Bulcholdiens, Augustiniens, Servetiens, Monasteriens ou Munsteriens, Libertins, Deorelictiens, Semperorans, Polygamites, Ambroisiens, Clanculaires, Manifestaires, Babulariens, Pacificateurs, Pastoricides, Sanguinaires, &c.” L O L

ANACHIS, s.m. (Mythol.) nom d’un des quatre Dieux familiers que les Egyptiens croyoient attachés à la garde de chaque personne, dès le moment de sa naissance. Les trois autres étoient Dymon, Tychès, & Heros: ces quatre Dieux se nommoient aussi Dynamis, Tyché, Eros, & Ananché; la Puissance, la Fortune, l’Amour, & la Nécessité.

S’il est vrai que les Payens même ayent reconnu que l’homme abandonné à lui-même n’étoit capable de soin, & qu’il avoit besoin de quelque Divinité pour le conduire, ils auroient pû le confier à de moins extravagantes que les quatre précédentes. La Puissance est sujette à des injustices; la fortune à des caprices, l’amour à toutes sortes d’extravagances, & la nécessité à des forfaits, si on la prend pour le besoin; & si on la prend pour le destin, c’est pis encore: car sa présence rend les secours des trois autres Divinités superflus. Il faut pourtant convenir que ces Divinités représentent assez bien notre condition présente; nous passons notre vie à commander, à obéir, à desirer, & à poursuivre.” Não gostou, desce uma decretal, otário!

ANACHRONISME. “L’erreur opposée, qui consiste à dater un évenement d’un tems postérieur à celui auquel il est arrivé, s’appelle parachronisme. Mais dans l’usage ordinaire on ne fait guere cette distinction, & on employe indifféremment anachronisme pour toute faute contre la Chronologie.”

ANACOLUTHE, s.f. (Gramm.) c’est une figure de mots qui est une espece d’ellipse. Ce mot vient d’A’NAXLOUO, adjectif, non consentaneus: la racine de ce mot en fera entendre la signification. A’XO <=> LOUO, comes, compagnon; ensuite on ajoûte l’A’ privatif & un N cuphonique, pour éviter le bâillement entre les deux a; par conséquent l’adjectif anacoluthe signifie qui n’est pas compagnon, ou qui ne se trouve pas dans la compagnie de celui avec lequel l’analogie demanderoit qu’il se trouvât. En voici un exemple tiré du second livre de l’Enéide de Virgile, v. 330. Panthée, Prêtre du temple d’Apollon, rencontrant Enée dans le tems du sac de Troie, lui dit qu’Ilion n’est plus; que des milliers d’ennemis entrent par les portes en plus grand nombre qu’on n’en vit autrefois venir de Mycenes:

Portis alii bipatentibus adsunt Millia quot magnis nunquam venere Mycenis.

On ne sauroit faire la construction sans dire:

Alii adsunt tot quot nunquam venere Mycenis.

Ainsi tot est l’anacoluthe; c’est le compagnon qui manque. Voici ce que dit Servius sur ce passage: millia, subaudi tot, & est A’NAXOLOUON; nam dixit quot cum non proemiserit tot.

Il en est de même de tantùm sans quantùm, de tamen sans quanquam; souvent en François au lieu de dire il est-là où vous allez, il est dans la ville où vous allez, nous disons simplement il est où vous allez.

Ainsi l’anacoluthe est une figure par laquelle on sous-entend le corrélatif d’un mot exprimé; ce qui ne doit avoir lieu que lorsque l’ellipse peut être aisément supplée, & qu’elle ne blesse point l’usage. (F)”

ANACRÉONTIQUE, adj. (Belles-Letrres) (…) “Le tendre, le naif, le gracieux, sont les caracteres du genre anacréontique, qui n’a mérité le nom de lyrique dans l’antiquité, que parce qu’on le chantoit en s’accompagnant de la lyre: car il differe entierement & par le choix des sujets & par les nuances du style, de la hauteur & de la majesté de Pindare. Nous avons une tradition d’Anacréon en prose par M. Lefevre, connue depuis sous le nom de Mde. Dacier, & trois en vers. L’une est de Longepierre, l’autre de M. de la Fosse: elles passent pour plus fideles que celle de Gacon, qu’on lit néanmoins avec plus de plaisir, parce qu’elle est plus légere, & qu’il l’a enchassée dans un roman assez ingénieux des aventures galantes & des plaisirs d’Anacréon. Horace a fait plusieurs odes à l’imitation de ce Poëte, telles que celle qui commence par ce vers, O matre pulchrâfilia pulchrior; & celle-ci, Lydia, dic per omnes, &c. & plusieurs autres dans le même goût.”

“La plûpart des odes d’Anacréon sont en vers de 7 syllabes, ou de 3 piés & demi, spondées ou ïambes, & quelquefois anapestes: c’est pourquoi l’on appelle ordinairement les vers de cette mesure anacréontiques. Nos Poëtes ont aussi employé pour cette ode les vers de 7 & de 8 syllabes, qui ont moins de noblesse, ou si l’on veut d’emphase, que les vers alexandrins, mais plus de douceur & de mollesse. (G)”

“ANACTES, s.m. (Mytholog.) nom commun à trois anciens Dieux qu’on prétendoit nés dans Athenes, de Jupiter & de Proserpine. Ils s’appelloient Tritopatreus, Eubulcus & Dionysius. On leur donnoit aussi le nom de Dioscures. Ils avoient un temple qu’on nommoit l’Anacée; & l’on y célébroit une fête de même nom. Voyez dans le Dictionnaire de Moreri, toutes les conjectures des savans sur l’origine des Anactes.

Anactes étoit encore un nom d’honneur, affecté aux fils & aux frères des Rois de Chypre. Les Rois étoient sur le throne: mais les Anactes gouvernoient. C’étoit à eux que les Gergines rendoient compte, & ils faisoient examiner les dénonciations des Gergines par les Promalanges. Les femmes des Anactes s’appelloient Anasses, & celles qui les servoient Colacydes.”

ANACUIES, s.m. (Geog. mod.) peuples de l’Amérique dans le Bresil, vers la contrée que les Portugais possedent sous le nom de Capitanie de Seregippe.”

DIC:

andrômina / endrômina: artimanha; ardil; trapaça.

ANADYOMENE, qui se leve ou sort en se levant. (Hist. anc.) nom d’un tableau de Venus sortant des eaux, peint par Apelle [grego], & qu’Auguste fit placer dans le Temple de César son pere adoptif. Le tems en ayant alteré la partie inferieure, on dit qu’il ne se trouva personne qui osât le retoucher. J’en suis étonné. N’y avoit-il donc point à Rome de Peintre mauvais ou médiocre? Les hommes communs sont toûjours prêts à continuer ce que les hommes extraordinaires ont entrepris; & ce ne sera jamais un barbouilleur qui se croira incapable de finir ou de retoucher un tableau de Raphaël.”

ANAETIS, ANETIS, ANAITIS, s. f. (Myth.) Déesse adorée jadis par les Lydiens, les Armeniens, & les Perses. Son culte défendoit de rien entreprendre que sous ses auspices; c’est pourquoi dans les contrées voisines de la Scythie, les assemblées importantes & les délibérations sur les grandes affaires se faisoient dans son temple. Les filles les plus belles & les mieux nées lui étoient consacrées: la partie la plus essentielle de leur service consistoit à rendre heureux les hommes pieux qui venoient offrir des sacrifices à la Déesse. Cette prostitution religieuse, loin de les deshonorer, les rendoit au contraire plus considérées & plus exposées aux propositions de mariage. L’estime qu’on faisoit d’elles se mesuroit sur l’attachement qu’elles avoient marqué pour le culte plaisant d’Anetis. La fête de cette divinité se célébroit tous les ans: dans ce jour on promenoit sa statue, & ses dévots & dévotes redoubloient de ferveur. On tient que cette fête fut instituée en mémoire de la victoire que Cyrus, Roi de Perse, remporta sur les Saces, peuples de Scythie. Cyrus les vainquit par un stratagème si singulier, que je ne puis me dispenser d’en faire mention: ce Prince feignit d’abandonner son camp & de s’enfuir; aussitôt les Saces s’y précipiterent & se jetterent sur le vin & les viandes que Cyrus y avoit laissés à dessein. Cyrus revint sur eux, les trouva ivres & épars, & les défit. On appelloit aussi la fête d’Anetis, la solennité des Saces. Pline dit que sa statue fut la premiere qu’on eût faite d’or, & qu’elle fut blesée dans la guerre d’Antoine contre les Parthes. Les Lydiens adoroient une Diane sous le nom d’Anetis, à ce que disent Hérodote, Strabon, & Pausanias. Strab. lib. II. 12. 15. Paus. in Lacon. Plin. l. LIII. c. iv. Coel. Rhodig. l. XVIII. c. xxix. Plusieurs soldats s’enrichirent des morceaux de la statue d’Anoetis; on raconte qu’un d’eux, qui s’étoit établi à Boulogne en Italie, eut l’honneur de recevoir un jour Auguste dans sa maison & de lui donner à souper. Est-il vrai, lui demanda ce Prince pendant le repas, que celui qui porta les premiers coups à la Déesse, perdit la vûe, l’usage des membres, & mourut sur le champ?Si cela étoit, lui répondit le soldat, je n’aurois pas l’avantage de voir Auguste chez moi; ce fut moi qui le premier frappai la statue, & je m’en trouve bien; si je possede quelque chose, j’en ai l’obligation à la bonne Déesse, & c’est d’une de ses jambes, Seigneur, que vous soupez.

Tradução da primeira metade:

ANAETIS, ANETIS, ANAITIS, s. f. (Mitologia) Deusa adorada pelos Lídios, Armênios, e Persas. Seu culto proibia que qualquer grande coisa fosse feita senão sob seus auspícios; esse é o motivo pelo qual, nas regiões da Cítia, as assembléias importantes e as deliberações sobre os grandes assuntos se faziam somente no interior do templo. As mulheres mais belas e mais bem-nascidas eram consagradas a essa deusa: a parte mais essencial de seus serviços consistia em tornar felizes os homens pios que vinham oferecer sacrifícios a Anetis. Essa prostituição religiosa, longe de as desonrar, tornava-as, ao contrário, mais reputadas e mais expostas a propostas de casamento. A estima que se tinha por cada mulher era medida pela dedicação que demonstrasse durante o culto prazenteiro de Anetis. A festa dessa divindade se celebrava todos os anos: nesse dia, exibia-se sua estátua em passeatas, e seus devotos e devotas redobravam em fervor. Sustenta-se que essa festa foi instituída em memória da vitória de Ciro, Rei da Pérsia, sobre os Saces [tribos iranianas nômades]. Ciro os venceu por um estratagema tão singular que não posso evitar de mencionar: esta Realeza fingiu abandonar o campo de batalha e fugir com suas tropas; tão logo os Saces se precipitaram e se abandonaram ao vinho e às carnes que Ciro deixara para trás, Ciro voltou sobre eles, quando já se encontravam bêbados e fora de combate, os desafiou e os derrotou.”

ANAGNOSTE, s.m. (Hist. anc.) nom que les Romains donnoient à celui de leurs domestiques qui lisoit pendant le repas. Les hommes puissans avoient des anagnostes, & ces esclaves furent en grand crédit sous l’Empereur Claude.” Uma sociedade em que até a escravidão é superior!

ANAGRAMME. “Ceux qui s’attachent scrupuleusement aux regles dans l’anagramme, prétendent qu’il n’est pas permis de changer une lettre en une autre, & n’en exceptent que la lettre aspirée h. D’autres moins timides prennent plus de licence, & croyent qu’on peut quelquefois employer e pour oe, v pour w, s pour z, c pour k, & réciproquement; enfin qu’il est permis d’omettre ou de changer une ou deux lettres en d’autres à volonté: & l’on sent qu’avec tous ces adoucissemens on peut trouver dans un mot tout ce qu’on veut.

L’anagramme n’est pas fort ancienne chez les Modernes; on prétend que Daurat, poëte françois du tems de Charles IX, en fut l’inventeur: mais comme on vient de le dire, Calvin l’avoit précédé à cet égard; & l’on trouve dans Rabelais, qui écrivoit sous François I & sous Henri II plusieurs anagrammes. On croit aussi que les Anciens s’appliquoient peu à ces bagatelles; cependant Lycophron qui vivoit du tems de Ptolomée Philadelphe, environ 280 ans avant la naissance de Jesus-Christ, avoit fait preuve de ses talens à cet égard, en trouvant dans le nom de Ptolomée *PTOLEÛMAIO, ces mots A’PO MELITOZ, du miel, pour marquer la douceur du caractere de ce Prince; & dans celui de la Reine Arsinoé, *ARSINOP, ceux-ci I’ON HRA, violette de Junon. Ces découvertes étoient bien dignes de l’auteur le plus obscur & le plus entortillé de toute l’antiquité.”

Ptolomeu

moleputo

polomute

pelotoum (sentido!)

pulomote

Arsinoé

nársœi

nurse

aeons

pulomo®te

que tolo!

sino Era

É riso!

“de qui sont les lettres du nom de Noé, ils font qui signifie grace, & dans le Messie [seamless], ils trouvent ces mots il se réjoüira.”

“la question que fit Pilate à Jesus-Christ, Quid est veritas?”

Est [v]i[r]qu[i][a][d][e][s][t][o homem que está aqui / sou eu]

ego sum via, veritas[eu sou o caminho, a verdade]

Frère Jacques Clément, assassino de Henrique III

c’est l’enfer qui m’a créé

JI

o j é um mero i mais enjeitado

ego sum via, veritas?

ete viras, vai, musgo!

giga-golô

detesto jiló

Bom, esses caras viajam demais até pra mim!

ANAIDIA, s. f. impudence, (Myth.) divinité qui eut des autels dans Athenes. On la désigna par une perdrix, qui passoit alors, apparemment sur quelque préjugé d’histoire naturelle, pour un oiseau fort impudent.”

como ousas matar a ave em pleno voo, seu impudico?

ANALEPSIE, s. f. (Medecine.) c’est le recouvrement des forces & de la premiere vigueur après une maladie. (N)” Eu sou muito ANALÉPTICO! (ANALEPTIQUES) “La décoction ou l’infusion de chocolat dans l’eau, le lait, l’eau distillée du pain avec les écorces de citron, le bon vin vieux de Bourgogne, le véritable vin d’Espagne, sont des remedes assurés pour réparer peu à peu les forces des convalescens.” “A decocção [fervura] ou infusão de chocolate na água, o leite, a água destilada do pão com casca de limão, o bom vinho da Borgonha, o verdadeiro vinho da Espanha, são remédios certos para reparar pouco a pouco as forças do convalescente.”

ANALOGIE. “Les préjugés dont on est imbu dans l’enfance, nous donnent souvent lieu de faire de fort mauvais raisonnemens par analogie.”

“Il n’y a point d’analogie entre notre on dit & le dicitur des Latins, ou si dice des Italiens: ce sont-là des façons de parler propres & particulières à chacune de ces langues. Mais il y a de l’analogie entre notre on dit & le man sagt des Allemands: car notre on vient de homo, & man sagt signifie l’homme dit; man kan, l’homme peut.”

ANALYSE (Ordre encyclop. Entend. Raison. Philosoph. ou Science, Science de la Nature, Mathématiques pures, Arithmétique littérale, ou Algébre, Analyse.)”

“ces deux mots, Analyse, Algèbre, sont souvent regardés comme synonymes.”

“Les principaux Auteurs sur l’Analyse des infinissontWallis, dans sonArithmétique des infinis; Newton, dans son Analysis per quantitatum series, fluxiones, & differentias, & dans son excellent traité qui a pour titre De quadratura curvarum; Leibnitz, act. eruditor. an. 1684; le marquis de l’Hopital, en son Analyse des infiniment petits, 1696; Carré, en sa Méthode pour la mesure des surfaces [m²!!!], la dimension des solides, &c. par l’application du calcul intégral, 1700; G. Manfred, dans son ouvrage De constructione equationum differentialium primi gradus, 1707; Nic. Mercator, dans sa Logarithmotechnia, 1668; Cheyne, dans sa Methodus fluxionum inversa, 1703; Craig, Methodus figurarum lineis rectis & curvis comprehensarum, quadraturas determinandi, 1685, & De quadraturis figurarum curvilinearum & locis, &c. 1693; Dav. Grégory, dans son Exercitatio geometrica de dimensione figurarum, 1684; & Nieuwentijt, dans ses Considerationes circa Analyseos ad quantitates infini et parvas applicatae, principia, 1695.” São uns doutores em Latim, esses matemáticos! Não são Armani mas gostam de inventar moda.

CURIOSIDADE: DIC: –in-quarto (acepção moderna): “books that are approximately 12 inches (30 cm) tall.”

“Cet article Analyse est destiné au commun des lecteurs, & c’est pour cela que nous l’avons fait assez court: on trouvera à l’article Arithmétique universelle un détail plus approfondi”

ANAPHONESE, s. f. L’exercice par le chant. Antylle, Plutarque, Paul, Aétius & Avicene disent qu’une des propriétés de cet exercice c’est de fortifier les organes qui servent à la production de la voix, d’augmenter la chaleur, & d’atténuer les fluides; les mêmes Auteurs le conseillent aux personnes sujettes à la cardialgie, aux vomissemens, à l’indigestion, au dégoût, & en général, à toutes celles qui sont surchargées d’humeurs. Hippocrate veut qu’on chante après le repas: mais ce n’est pas l’avis d’Aretée. § Quoi qu’il en soit, il est constant que l’action fréquente de l’inspiration & de l’expiration dans le chant, peut nuire ou servir à la santé dans plusieurs circonstances, sur lesquelles les acteurs de l’Opéra nous donneroient de meilleures mémoires que la Faculté de Medecine.”

ANATHÉME. “Les critiques & les commentateurs sont partagés sur la manière d’entendre ce que dit S. Paul, qu’il desiroit être anathème pour ses frères (Rom. 9:3). Les uns expliquent ce mot par celui de maudit; les autres par celui de séparé.” Mas há ainda o sentido de “sacrifício” ou de “oferenda”, comum na Grécia Antiga ao lado da acepção mais clássica.

ANATOMIE. s. f. (Ordre encycl. Entend. Raison, Philosophie ou Science, Science de la nat. Physiq. générale, particul. Zoologie, Anatomie simple & comparée.) C’est l’Art de disséquer ou de séparer adroitement les parties solides des animaux, pour en connoître la situation, la figure, les connexions, &c. Le terme Anatemie vient de je coupe, je disseque. Il a différentes acceptions. S’il se prend, comme on vient de le dire, pour l’art de disséquer [Hannibal curtindo muito o artigo], il se prend aussi pour le sujet qu’on disseque ou qu’on a disséqué; & quelquefois même pour la représentation en plâtre, en cire, ou de quelque autre maniere, soit de la structure entiere, soit de quelqu’une des parties d’un animal disséqué. Exemple: il y a au cabinet du Roi de belles anatomies en cire.”

Apesar da Anatomia não ser útil nem subsistir sozinha, sem complemento, reconhece-se que “le meilleur Anatomiste sera certainement le meilleur Medecin”.

l’on ne peut trop loüer le courage d’Hérophile & d’Erasistrate, qui recevoient les malfaiteurs & qui les disséquoient tout vifs (…) & qui sacrifioient un petit nombre de méchans à la conservation d’une multitude d’innocens de tout état, de tout âge, & dans tous les siecles à venir.” “infelizmente não se pode hoje pegar emprestada a coragem de Herófilo de Calcedônia e Erasístrato, que recebiam os malfeitores e que os dissecavam vivos (…) e que sacrificavam um pequeno número de bandidos para a conservação de uma multidão de inocentes de todas as classes, idades e de tantos séculos por vir.” “Qu’est-ce que l’humanité? sinon une disposition habituelle de coeur à employer nos facultés à l’avantage du genre humain?” “O que é <a humanidade>? senão uma disposição habitual do coração a empregar nossas faculdades em prol do gênero humano?” “De quelque maniere qu’on considere la mort d’un méchant, elle seroit bien autant utile à la société au milieu d’un amphithéatre que sur un échafaud” “De qualquer maneira que se considere a morte dum mau elemento, ela seria bem mais útil à sociedade no meio dum anfiteatro que sobre um cadafalso”

il faut pour developper la formation d’un cheveu, plus de sagacité qu’il n’y en a dans toutes les têtes des hommes ensemble.” “para desenvolver a formação de um fio de cabelo, é necessário mais que a sagacidade que poderia haver em todas as cabeças dos homens reunidas.”

l’homme vû au-dedans lui devint plus incompréhensible que quand il n’en connoissoit que la superficie” “o homem visto de dentro torna-se mais incompreensível que quando não se conhecia mais que sua superfície”

Autodissecação é crime? Só pra saber…

O conhecimento do corpo é o fundamento da Teologia natural [seja lá que merda é essa – também citada por Kant em Prolegômenos a Toda Metafísica Futura, post de 13/05/2016 no xtudotudo6]. Cláudio Galeno, em seu livro sobre a formação do feto, executa, aos olhos dos Filósofos seus contemporâneos, um verdadeiro crime, ao meter-se em conjeturas audaciosas sobre a natureza e a formação do mundo. Tudo porque estes mesmos Filósofos ignoravam os elementos primordiais da estrutura dos corpos animados. Assim sendo, o conhecimento anatômico é requisito para se filosofar.”

* * *

Les Peintres, les Sculpteurs, devront à l’étude plus ou moins grande qu’ils auront faite de l’Anatomie, le plus ou le moins de correction de leurs desseins. Les Raphaels, les Michel-Anges, les Rubens, &c. avoient étudié particulierement l’Anatomie.” “Os Pintores, os Escultores, devem ao estudo mais ou menos detalhado que fazem da Anatomia o muito ou pouco de correção que seus desenhos apresentam. Os Rafaéis, os Miquelângelos, os Rubens, etc. estudaram detidamente Anatomia.”

il n’y a personne que la structure, la figure, la connexion, la communication des parties dont il est composé, ne puisse confirmer dans la croyance d’un Etre tout-puissant.” “não há ninguém cuja estrutura, figura, conexão e comunicação das partes de que é composto não possam confirmar a crença num Ser todo-poderoso.”

Ressalte-se que os Antigos davam a todos os vasos sanguíneos indistintamente o nome de veias.”

Demócrito fôra tratado por Hipócrates. Escreveu livros sobre anatomia que se perderam.

Empédocles, discípulo de Pitágoras: “Il attribuoit la génération des animaux à des parties de ces animaux mêmes, les unes contenues dans la semence du mâle, les autres dans la semence de la femelle. La réunion de ces parties formoit l’animal, & leur pente à se réunir occasionnoit l’appetit vénérien. Il comparoit l’oreille à un corps sonore que l’air vient frapper; la chair étoit, selon lui, un composé des quatre élémens; les ongles étoient une expansion des nerfs racornis par l’air & par le toucher; les os étoient de la terre & de l’eau condensées; les larmes & les sueurs, du sang attenué & fondu; les graines des plantes, des oeufs qui tombent quands ils sont mûrs, & que la terre fait éclorre; & il attribuoit la suspension des liqueurs dans les siphons à la pesanteur de l’air.” “Ele atribuía a geração dos animais às partes desses animais mesmos, umas contidas na semente do macho, outras contidas na semente da fêmea. A reunião dessas partes formava o animal, e sua propensão a se reunir ocasionava o apetite venéreo. Ele comparava a orelha a um corpo sonoro que o ar vem golpear; a carne era, segundo ele, um composto de 4 elementos; as unhas seriam uma expansão dos nervos endurecidos pelo ar e pelo tato; os ossos seriam terra e água condensados; as lágrimas e o suor, sangue atenuado e derretido; as sementes das plantas, ovos que tombavam ao chegar ao desenvolvimento completo, que a terra faria chocar; e ele atribuía a suspensão dos licores nos sifões ao pesadume do ar.”

Alcmeão, outro discípulo de Pitágoras, foi o primeiro comprovado anatomista de animais, e defendia que os bodes respiravam pelas orelhas.”

Algo capaz de honrar Alexandre o Grande mais que qualquer de suas vitórias militares é que ele forneceu a Aristóteles muito dinheiro e muitos homens, para que aperfeiçoasse a ciência da natureza e estudasse as propriedades dos animais. (…) Pelo que podemos ver pelos dois pequenos volumes de Aristóteles sobre anatomia animal, ele empregou bem seu tempo.”

Aristóteles, como faz Hipócrates, confunde nervos, ligamentos e tendões. Para ele, o cérebro é uma massa de água e terra, mas não a medula espinhal. (…) Acreditava que a concepção se fazia da mistura do sêmen com o sangue menstrual. Ele admite a presença de um gérmen na fêmea, mas ele não passaria de excremento [???].” “Acerca do sistema digestivo ele foi bem mais exato. (…) Nele, o sistema intestinal se divide em 4: jejunum, colon, coecum, & rectum” Adicionalmente, “foi provavelmente o primeiro que enfatizou a necessidade de desenhos anatômicos para aumentar o grau de precisão das explicações”.

Hérophile, senão Eudeme, foi o primeiro Nevrologista.” E devido aos termos técnicos que criou, Herófilo elevou a “ciência anatômica” ao status de “arte”. Dentre eles, temos poros óticos, artérias venosas, retina, membrana aracnóide, glandulae parastulae [??? – localizada no pênis].

Erasístrato, seu contemporâneo, descobriu que a urina se processa no rim e a existência da válvula tricúspide.

No início do Império Romano, tornou-se anti-ética a abertura de cadáveres. Pessoas mortas costumavam ser expostas ao fogo. Daí que bebês abandonados fossem a principal origem das observações inéditas que se faziam. Galeno, grande médico desse período, utilizou muitas vezes o corpo de macacos como substitutos. Suas duas obras mais famosas: Administrations anatomiques [Administrações anatômicas] e L’usage des parties du corps humain [O uso das partes do corpo humano].

Oribásio de Pérgamo, macaco de Galeno, não nos deixou nada que não estivesse nos livros de seu mentor e modelo-mor, a não ser a descrição das glândulas salivares.”

Il s’écoula des siecles sans qu’il parût aucun Anatomiste; & l’on est presqu’obligé de sauter depuis Nemesius d’Emissa, jusqu’à Mundinus de Milan, sans être arrêté dans cet intervalle de plus de neuf cens ans, par une seule découverte de quelqu’importance.” “Passaram-se séculos sem que surgisse um Anatomista sequer; e é-se quase obrigado a saltar, depois de Nemésio de Emissa, a Mondino de Luzzi (ou Liuzzi) [correção da origem de Mundinus e italianização de seu nome, já que a Internet discorda da Enciclopédia], sem ser-se interrompido, ao longo desse intervalo de 900 anos, por qualquer descoberta de relevo.” Mondino diz que o “orifício sexual” feminino é semelhante a um “bico de peixe”! Para ele, a membrana vaginal de origem, hoje conhecida como hímen, era o(a) velamentum. “Ele defende que os testículos das mulheres são cheios de cavidades e caroços glandulares, e que neles se engendra uma umidade demasiado parecida com a saliva, de onde nasce o prazer feminino, que ela só pode gastar no ato venéreo.” Ou seja, trata-se de uma miscelânea de opiniões falseadoras com outras tantas verdadeiras.

A partir deste período do tempo, torna-se inviável citar todos os anatomistas importantes, ou não haveria fim para o verbete.

On pourroit distribuer l’histoire générale de l’Anatomie en 5 parties: la premiere comprendroit depuis la création jusqu’à Hippocrate; la seconde, depuis Hippocrate jusqu’à Hérophile & Erasistrate; la troisieme, depuis Hérophile & Erasistrate jusqu’à Galien; la quatrieme, depuis Galien jusqu’à Vesale; & la cinquieme, depuis Vesale jusqu’à nous.” “Pode-se dividir a história geral da Anatomia em 5 partes: a primeira compreenderia desde sua criação até Hipócrates; a segunda, de Hipócrates a Herófilo & Erasístrato; a terceira, de Herófilo & Erasístrato a Galeno; a quarta, de Galeno até Vesale; e a quinta de Vesale até nós [meados do século XVIII].”

Vesale descobriu o ligamento suspensor do pênis, e retificou um grande número de noções equivocadas e superstições de época. Sua obra foi considerada, inicialmente, um ataque a Galeno, mas suas descobertas prevaleceram com o tempo.”

Berenger de Carpi efetuou a primeira cura registrada de doença venérea, através de fricções mercuriais (…) Nicolas Massa, em 1530, descreve bastante detalhadamente as divisões do escroto (…) O espanhol Michel Servet descobre e descreve, mas ainda de maneira um tanto rudimentar, a circulação sanguínea e batiza excentricamente seus livros, p.ex., Trinitatis erroribus, Christianismi restitutio. Volcher Coyter, em 1534, em Groningen, inicia experimentos e estudos sobre a incubação do ovo (…) em 1536, Guinterus d’Andernach descobre o pâncreas (…) Gabriel Falópio, ao estudar o útero, <descobre> a Trompa de Falópio, mas, como se conjetura que Herófilo e Rufus de Éfeso já conhecessem essa estrutura, seria melhor dizer <batiza>.”

Tropas de Falópio Contra o General Prepúcio – A Guerra do Século

1607 – Riolan, anatomista hábil, controverso e invejoso. Apesar de ter feito várias descobertas, como os apêndices lubrificantes do cólon e canais hepáticos e císticos, ficou mais conhecido por contestar descobertas de outros anatomistas, em muito maior número.

1634 – finalmente oficializa-se a descoberta da circulação do sangue, com Harvey. Esse avanço na medicina bane preconceitos e expressões hoje tornadas cômicas como o calor inato, o espírito vital, o úmido radical, etc.

1668 – Graaf inventa a seringa

1680 – Borelli se torna famoso ao tentar transformar os movimentos animais em equações matemáticas

Herman Boerhaave – considerado o maior médico do século XVIII.

Agora procede-se a uma divisão didática da Anatomia: Anatomia humana, também chamada simplesmente de Anatomia ou Anthropologie (bizarre!); Anatomia comparada, em que se estudam também as anatomias animais.

La division la plus ordinaire est celle qu’on fait en parties solides, & en parties fluides; ou en parties qui contiennent, & en parties qui sont contenues.” “As partes sólidas são os ossos, nervos, músculos, artérias, veias, cartilagens, ligamentos, membranas, &c. As partes fluidas são o pus, o sangue, o leite, a gordura, o plasma, &c.”

ANCHIALE. “Or les Payens, & sur-tout les Poëtes, se plaisoient à reprocher aux Juifs qu’ils adoroient un âne, ou la tête d’un âne; voici ce qu’en dit Petrone: Judoeus licet, & porcinum numen adoret, Et Cilli summas advocet auriculas.

ANCIEN, VIEUX, ANTIQUE. “Une mode èst (sic) vieille, quand elle cesse d’être en usage; elle est ancienne, quand il y a long-tems déjà que l’usage en est passé; elle est antique, quand il y a long-tems qu’elle est ancienne. Récent est opposé à vieux; nouveau à ancien; moderne à antique. La vieillesse convient à l’homme; l’ancienneté à la famille; l’antiquité aux monumens: la vieillesse est décrépite; l’ancienneté immémoriale, & l’antiquité reculée. La vieillesse diminue les forces du corps, & augmente la présence d’esprit; l’ancienneté ôte l’agrément aux étoffes, & donne de l’autorité aux titres; l’antiquité affoiblit les témoignages, & donne du prix aux monumens. Voyez les Syn. François.

Dans les assemblées des premiers Chrétiens, ceux qui tenoient le premier rang prenoient aussi le nom de Presbyteri, qui à la lettre signifie anciens.”

Ancienne Géométrie peut s’entendre aussi de deux manieres; ou de la géométrie des anciens, jusqu’à Descartes, dans laquelle on ne faisoit aucun usage du calcul analytique, ou de la géométrie depuis Descartes jusqu’à l’invention des calculs différentiel & intégral.”

ANDABATE, s.m. (Hist. anc.) sorte de gladiateurs qui combattoient les yeux fermés, soit qu’ils les eussent couverts d’un bandeau, soit qu’ils portassent une armure de tête qui se rabattoit sur leur visage. Quelques Auteurs dérivent ce mot du Grec A’NAATH, en Latin ascensor, parce que les gladiateurs dont il s’agit, combattoient à cheval, ou montés sur un char. (G)”

ANDANTE, adj. pris subst. (terme de Musique) ce mot écrit à la tête d’un air désigne, du lent au vite; c’est le 2e des 4 principaux degrés de mouvement établis dans la Musique Italienne. Andante est un participe Italien qui signifie, allant, qui va; il caractérise un mouvement modéré, qui n’est ni lent ni vite, & qui répond à peu près à celui que nous exprimons en François par ces mots, sans lenteur.

Le diminutif andantino indique un peu plus de gaieté dans la mesure: ce qu’il faut bien remarquer, le diminutif allegretto signifiant tout le contraire.

V. Allegro (https://seclusao.art.blog/2018/11/02/lencyclopedie-al-compilado-3/). (S)”

ANDROGENIES, s. f. pl. (Myth.) fêtes instituées par les Athéniens en l’honneur d’Androgé, fils de Minos, que le Roi d’Athenes, allarmé de ses liaisons avec les Pallantides, fit assassiner. Minos vengea la mort de son fils, & contraignit les Athéniens à en rappeller la mémoire par les fêtes appellées Androgénies.”

ANDROGYNES, homens da fábula que possuíam os dois sexos, duas cabeças, quatro braços, e dois pés em cada perna [não seriam quatro pernas?]. O termo andrógino é composto das 2 palavras gregas, do genitivo ANDRO, macho, e de GINO, fêmea. Muitos rabinos defendem que Adão foi criado homem & mulher, homem de um lado, mulher de outro, e que era assim composto de dois corpos que Deus não fez mais do que separar.”

ANDROIDE. “Ce mot est composé du Grec ANDRO, homme, & de EIDO, forme.”

Extrema limitação do conhecimento astronômico de então: “ANDROMEDE, s. f. (Astron.) constellation boréale qui consiste em 27 étoiles. (O)”

ANDROPHONOS, (Myth.) nom qui fut donné à Venus après que Lais eut été tuée dan son temple à coups d’aiguilles, par la jeunesse Thessalienne.”

ANECDOTES. “anecdotes veut dire choses non publiées. Ce mot est en usage dans la Littérature pour signifier des histoires secretes de faits qui se sont passés dans l’intérieur du cabinet ou des cours des Princes” anedota do adotado; leves anedotas PESOais

ANGE. “Toutes les religions ont admis l’existence des anges, quoique la raison naturelle ne la démontre pas. Les Juifs l’admettoient, fondés sur la révélation, si l’on en excepte les Sadducéens: cependant tous ceux de cette secte ne l’ont pas niée” “Les Chrétiens ont embrassé la même doctrine: mais les anciens Peres ont été partagés sur la nature des anges; les uns, tels que Tertullien, Origene, Clement d’Alexandrie, &c. leur ayant donné des corps, quoique très-subtils; & les autres, comme saint Basile, saint Athanase, saint Cyrille, saint Grégoire de Nysse, saint Chrysostome, &c. les ayant regardés comme des êtres purement spirituels. C’est le sentiment de toute l’Eglise.”

CLASSIFICAÇÃO DO NADA EM 9: “Les Auteurs ecclésiastiques divisent les anges en 3 hiérarchies, & chaque hiérarchie en 3 ordres. La premiere hiérarchie est des séraphins, des chérubins & des thrones. La seconde comprend les dominations, les vertus, les puissances; & la derniere est composée des principautés, des archanges & des anges” “Les autres sont appellés les mauvais anges, ou les diables & les démons; chez les Juifs on les nommoit satans ou ennemis, parce qu’ils tentent les hommes, & les poussent au mal.” “Les Philosophes payens, & entre autres les Platoniciens & les Poëtes, ont admis des natures spirituelles mitoyennes entre Dieu & l’homme, qui avoient part au gouvernement du monde. Ils les appelloient démons ou génies, & en admettoient de bons & de mauvais. Saint Cyprien en parle au long dans son Traité de la vanité des idoles

L’Alcoran (…) attribue particulierement un très-grand pouvoir à l’ange Gabriel, comme de descendre du plus haut des cieux en une heure, de fendre & de renverser une montagne du coup d’une seule plume de son aile. Ils disent que l’ange Asrael est préposé à saisir les ames de ceux qui meurent. Ils en représentent un autre qu’ils nomment Etraphill, se tenant toûjours debout avec une trompette qu’il embouche pour annoncer le jour du jugement. Ils débitent encore bien d’autres rêveries sur ceux qu’ils appellent Munkir & Nekir.”

ANGELUS, s. m. (Théol.) priere que récitent les Catholiques Romains, & surtout en France, où l’usage en fut établi par Louis XI qui ordonna qu’à cet effet on sonneroit une cloche 3 fois par jour, le matin, à midi, & le soir, pour avertir de réciter cette priere en l’honneur de la Sainte Vierge.”

ANGLETERRE, royaume d’Europe, borné au nord par l’Ecosse, dont il est séparé par les rivieres de Solvay & de Tuwed, environné de tous les autres côtés par la mer. Ses rivieres principales sont la Tamise, le Humberg, la Trente, l’Ouse, le Medway, & la Saverne. Elle se divise en 52 provinces: Pembrock, Carmarden, Glamorgan, Breknok, Radnor, Cardigan, Montgomery, Merioneth, Carnarvan, Danbigh, Flinte, l’île d’Anglesey, Norfolck, Suffolck, Cambridge, Harfort, Midlesex, Essex, Chester, Darby, Stafford, Warwick, Shrop, Worcester, Hereford, Montmouth, Glocester, Oxford, Buckingham, Bedford, Huntington, Northampton, Rutland, Leicester, Nortingham, Lincoln, Kent, Sussex, Surrey, Southampton, Barck, Wilt, Dorset, Sommerset, Devon, Cornouailles, Northumberland, Cumberland, Westmorland, Durham, Yorck, Lancastre, l’île de Man”

Angleterre (la nouvelle), province de l’Amérique septentrionale, près du Canada & de la mer Septentrionale. (…) Jean Varazan, Florentin, la découvrit, en prit possession pour François I en 1524, & les Anglois y porterent des habitans en 1607 & 1608. Cette premiere tentative ne réussit pas; & ce ne fut qu’en 1621 que cette contrée fut appellée la nouvelle Angleterre, New-England

ESPORTE FAVORITO DOS EUROPEUS DE PRIMEIRO MUNDO: DEPRECIAR OS PORTUGUESES: ANGOLA, (Géog. mod.) royaume d’Afrique dans le Congo, entre les rivieres de Dande & de Coanza. Sa côte fournit aux Européens les meilleurs Negres: les Portugais sont puissans dans le continent; & ils en tirent un si grand nombre d’habitans, qu’on est étonné qu’ils n’ayent pas dépeuplé le pays. Ils donnent en échange pour les negres des draps, des plumes, des étoffes, des toiles, des dentelles, des vins, des eaux-de-vie, des épiceries, des quincailleries, du sucre, des hameçons, des épingles, des aiguilles, &c. Les Portugais ont à Benguela une habitation si mal-saine, qu’ils y releguent leurs criminels.

ANIMAL. “Plus on examine la nature, plus on se convainc que pour s’exprimer exactement, il faudroit presqu’autant de dénominations différentes qu’il y a d’individus, & que c’est le besoin seul qui a inventé les noms généraux”

la grande division des productions de la nature en animaux, végétaux, & minéraux, ne contient pas tous les êtres matériels: il existe, comme on vient de le voir, des corps organisés qui ne sont pas compris dans cette division. Nous avons dit que la marche de la nature se fait par des degrés nuancés, & souvent imperceptibles; aussi passe-t-elle par des nuances insensibles de l’animal au végétal: mais du végétal au minéral le passage est brusque, & cette loi de n’y aller que par nuances paroît se démentir.”

je ne connais rien d’aussi machinal que l’homme absorbé dans une méditation profonde, si ce n’est l’homme plongé dans un profond sommeil.”

Le polype d’eau douce sera, si l’on veut, le dernier des animaux, & la premiere des plantes.”

La petite mousse produite par la moisissure est peut-être la seule plante microscopique dont on ait parlé.”

Les Anciens ont divisé les animaux en 2 classes; la premiere comprend ceux qui ont du sang, & la seconde ceux qui n’ont point de sang. Cette méthode étoit connue du tems d’Aristote, & peut-être long-tems avant ce grand Philosophe; & elle a été adoptée presque généralement jusqu’à présent. On a objecté contre cette division, que tous les animaux ont du sang, puisqu’ils ont tous une liqueur qui entretient la vie, en circulant dans tout le corps; que l’essence du sang ne consiste pas dans sa couleur rouge, &c. Ces objections ne prouvent rien contre la méthode dont il s’agit. Que tous les animaux ayent du sang, ou qu’il n’y en ait qu’une partie; que le nom de sang convienne, ou non, à la liqueur qui circule dans le corps de ceux-ci, il suffit que cette liqueur ne soit pas rouge, pour qu’elle soit différente du sang des autres animaux, au moins par la couleur; cette différence est donc un moyen de les distinguer les uns des autres, & fait un caractere pour chacune de ces classes”

ANIMALISTES, s.m.pl. secte de Physiciens qui enseignent que les embryons sont non-seulement tout formés, mais déjà très-vivans dans la semence du pere, qui les lance à millions dans la matrice, & que la mere ne fait que donner le logement & la nourriture à celui qui est destiné à être vivifié.”

ANNA, s. f (Myth.) Déesse qui présidoit aux années, & à laquelle on sacrifioit dans le mois de Mars. C’est, selon quelques-uns, la Lune; selon d’autres, c’est ou Themis, ou Io, ou une des Adantides.”

ANNA-PERENNA, (Myth.) bonne paysanne qui apporta quelques gâteaux au peuple Romain, dans le tems qu’il se retira sur le mont Aventin. La reconnoissance du peuple en fit une Déesse, que Varron met au nombre de celles de la campagne, entre Pales & Ceres. Sa fête se célébroit sur les bords du Tibre: pendant cette fête, on se livroit à la joie la plus vive, on buvoit largement, on dansoit, & les jeunes filles chantoient sans conséquence des vers fort libres. On dit de la nouvelle Déesse, qu’à sa réception dans le ciel, Mars qui étoit amoureux de Minerve, la prie de le servir dans ses amours; qu’Anna-Perenna, à qui le Dieu n’étoit pas indifférent, proposa ses conditions, & se chargea de la commission; mais que n’ayant pu réussir, & ne voulant pas perdre sa récompense qui lui étoit promise, elle feignit à Mars, que Minerve consentoit à l’épouser; qu’elle se couvrit d’un habit de la Déesse, & qu’elle se trouva au rendez-vous inutilement; Mars reconnut Anna-Perenna sous les habits de Minerve.”

ANNACIOUS, ou ANNACIUGI (les), s.m.pl. (Géog. mod.) peuples de l’Amérique méridionale, dans le Bresil.” [?]

ANNAIRE, annaria lex, (Hist. anc.) loi annaire ou annale, que les Romains avoient prise des Athéniens, & qui régloit l’âge requis pour parvenir aux charges de la République; 18 ans, p.ex., pour être Chevalier Romain, & 25 pour obtenir le Consulat.”

ANNALES, s. f. (Hist. en génér.) rapport historique des affaires d’un État, rédigées par ordre des années. La différence qui se trouve entre les annales & l’histoire est un point différemment traité par divers Auteurs. Quelques uns disent que l’histoire est proprement un récit des choses que l’auteur a vûes, ou du moins auxquelles il a lui-même assisté; ils se fondent pour cela sur l’étymologie du mot histoire, qui signifie en Grec, la connoissance des choses présentes; & dans le vrai, on dit que connoissance dans ce contexte signifirait voir: au contraire, disent-ils, les annales rapportent ce que les autres ont fait, & ce que l’écrivain ne vit jamais.

Tacite lui-même paroît avoir été de ce sentiment, puisqu’il intitule annales toute la premiere partie de son histoire des siècles passés; au lieu que descendant au tems même où il vivoit, il change ce titre, & donne à son livre le nom d’histoire.”

Sempronius Asellio: suivant cet écrivain, les annales sont une relation toute nue de ce qui se passe chaque année; au lieu que l’histoire nous apprend non-seulement les faits, mais encore leurs causes, leurs motifs & leurs sources. L’annaliste n’a rien autre chose à faire que l’exposition des évenemens tels qu’ils sont en eux-mêmes: l’historien au contraire a de plus à raisonner sur ces évenemens & leurs circonstances, à nous en développer les principes, & réflechir avec étendue sur les conséquences. Ciceron paroît avoir été de ce dernier sentiment, lorsqu’il dit des annalistes: unam dicendi laudem putant esse brevitatem, non exornatores rerum, sed tantum narratores. [Disse-o um dos maiores embelezadores das palavras jamais nascido!] Il ajoûte qu’originairement l’histoire n’étoit qu’une collection d’annales.” Ah, como tudo era tão simples há menos de 3 séculos! Conhecer as coisas em si mesmas não gerava qualquer controvérsia!

le souverain Pontife écrivoit chaque année ce qui s’étoit passé l’année précédente, & l’exposoit en un tableau, dans sa maison, où chacun le pouvoit lire à son gré. C’étoit ce qu’ils appelloient annales maximi, & l’usage en fut conservé jusqu’à l’an 620 de la fondation de Rome.” Os próprios anais das coisas antigas se tornaram uma coisa antiga.

Les annales de Grotius sont un livre bien-écrit, & qui contient de fort bonnes choses. Il a moins de particulaités, mais plus de profondeur que [Famiano] Strada; & d’ailleurs il approche beaucoup plus de Tacite.”

ANNEAU, s. m. (Hist. anc. & mod.) petit corps circulaire que l’on met au doigt, soit pour servir d’ornement, soit pour quelque cérémonie.”

L’anneau des évêques est d’un usage fort ancien. Le 4e concile de Tolede, tenu en 633, ordonne qu’un évêque qui aura été condamné par un concile, & qu’ensuite un 2e concile aura déclaré innocent, sera rétabli dans sa dignité, en lui rendant l’anneau, le bâton épiscopal ou la crosse, &c.”

Origine des anneaux. Pline, liv. XXXVII, ch. I, observe que l’on ignore entièrement qui est celui qui a le premier inventé ou porté l’anneau, & qu’on doit regarder comme une fable l’histoire de Promethée & celle de Midas. Les premiers peuples parmi lesquels nous trouvons l’usage de l’anneau établi, sont les Hébreux, Gen. 38. dans cet endroit il est dit que Judas, fils de Jacob, donna à Thamar son anneau pour gage de sa promesse: mais il y a apparence que l’anneau étoit en usage dans le même tems che les Egyptiens, puisque nous lisons, Gen. 41. que le roi Pharaon mit un anneau au doigt de Joseph, comme une marque de l’autorité qu’il lui donnoit. Dans le I Rois 21 Jezabel scelle de l’anneau du Roi l’ordre qu’elle envoye de tuer Naboth.

Les anciens Chaldéens, Babyloniens, Perses, & Grecs, se servoient aussi de l’anneau, comme il paroît par différens passages de l’Écriture & de Quinte-Curce. Ce dernier auteur dit qu’Alexandre scella de son propre sceau les lettres qu’il écrivi en Europe, & qu’il scella de l’anneau de Darius celles qu’il écrivit en Asie.

Les Persans prétendent que Guiamschild, 4e roi de leur premiere race, est le premier qui se soit servi de l’anneau, pour en signer ses lettres & ses autres actes. Les Grecs, selon Pline, ne connoissoient point l’anneau du tems de la guerre de Troie; la raison qu’il en donne, c’est qu’Homere n’en fait point mention: mais que quand on vouloit envoyer des lettres, on les lioit ensemble avec des cordes que l’on noüoit.

Les Sabins se servoient de l’anneau dès le tems de Romulus: il y a apparence que ces peuples furent les premiers qui reçûrent cette pratique des Grecs. Des Sabins elle passa aux Romains, chez qui cependant on en trouve quelques traces un peu de tems auparavant. Pline ne sauroit nous apprendre lequel des Rois de Rome l’a adopté le premier; ce qui est certain, c’est que les statues de Numa & de Servius Tullius étoient les premieres où l’on en trouvoit des marques. Le même auteur ajoûte que les anciens Gaulois & Bretons se servoient aussi de l’anneau.”

les Romains se contenterent longtems d’anneaux de fer: & Pline assûre que Marius fut le premier qui en porta un d’or, dans son 3e consulat, l’an de Rome 650.”

La maniere de porter l’anneau étoit fort différente selon les différens peuples: il paroît par Jèremie 22, que les Hébreux le portoient à la main droite. Chez les Romains, avant que l’on eût commencé à orner les anneaux de pierres précieuses, & lorsque la gravure se faisoit encore sur le métal même, chacun portoit l’anneau à sa fantaisie, au doigt & à la main qu’il lui plaisoit. Quand on commença à enchasser des pierres dans les anneaux, on ne les porta plus qu’à la main gauche; & on se rendoit ridicule quand on les mettoit à la main droite.

Pline dit qu’on les porta d’abord au 4e doigt de la main, ensuite au second, ou index; puis au petit doigt; & enfin à tous les doigts, excepté celui du milieu. Les Grecs porterent toûjours l’anneau au 4e doigt de la main gauche, comme nous l’apprend Aulugelle, lib. X. La raison que cet auteur en donne est prise dans l’anatomie: c’est, selon lui, que ce doigt a un petit nerf qui va droit au coeur, ce qui fait qu’il étoit regardé comme le plus considérable des 5 doigts, à cause de sa communication avec une si noble partie. Pline dit que les anciens Gaulois & les anciens Bretons portoient l’anneau au doigt du milieu.”

Peu à peu le luxe s’augmenta au point qu’on eut des anneaux pour chaque semaine. (…) Lampride remarque, ch. 32, que personne ne porta là-dessus le luxe aussi loin qu’Heliogabale, qui ne mit jamais deux fois le même anneau non plus que les mêmes souliers [calçado].”

Bartholin a fait un traité exprès, De annulis narium, des anneaux des narines. S. Augustin nous apprend que c’étoit l’usage parmi les Maures de les porter ainsi; & Pietro della Valle fait la même remarque au sujet des Orientaux modernes.

On peut dire qu’il n’y a point de partie du corps où on n’ait porté l’anneau. [!] Différens voyageurs nous assûrent que dans les Indes orientales, les naturels du pays portent des anneaux au nez, aux lèvres, aux joues, & au menton.”

Dans la suite l’anneau d’or devint une marque distinctive des Chevaliers [do Império Romano]: le peuple portoit des anneaux d’argent, & les esclaves des anneaux de fer”

Les anneaux de la seconde espece étoient ceux qu’on nommoit annuli sponsalitii, anneaux d’épousailles ou de noces. Quelques Auteurs font remonter l’origine de cet usage jusqu’aux Hébreux: ils se fondent sur un passage de l’Exode, 35:22. Léon de Modene cependant soûtient que les anciens Hébreux ne se sont jamais servis d’anneau nuptial. Selden, dans son Uxor Hebraica, liv. II. ch. xiv remarque qu’à la vérité ils donnoient un anneau dans la cérémonie de mariage, mais que cet anneau ne faisoit que tenir lieu d’une pièce de monnoie de même valeur, qu’ils donnoient auparavant. Les Grecs & les Romains faisoient la même chose; & c’est d’eux que les Chrétiens ont pris cet usage, qui est fort ancien parmi eux, comme il paroît par Tertullien & par quelques anciennes liturgies, où nous trouvons la maniere de bénir l’anneau nuptial.”

Anneau de clé; on appelle dans une clé l’anneau, la partie de la clé que l’on tient à la main, & qui aide à la mouvoir commodément dans la serrure; sa forme est communément en coeur ou ovale.”

ANNOTATION, s.f. (Littérat.) en Latin adnotatio, composé de ad & de nota, commentaire succint, remarque sur un livre, un écrit, afin d’en éclaircir quelque passage, ou d’en tirer des connoissances.”

ANOMALIE, s.f. terme de Grammaire; c’est le nom abstrait formé d’anomal. Anomalie signifie irrégularité dans la conjugaison des verbes, comme fero, fers, fert, & en françois aller, &c.”

Ce mot anomalie, qui est purement grec, signifie proprement irrégularité; aussi sert-il à désigner le mouvement des planetes, qui comme l’on sait n’est pas uniforme. L’anomalie est, pour ainsi dire, la loi des irrégularités de ce mouvement. Kepler distingue trois anomalies; la moyenne, l’excentrique, & la vraie.”

Les méthodes géométriques de Wallis & de Newton, qui ont résolu ce problème par la cycloïde allongée, ne sont pas commodes pour les calculs: il en est de même de celle par les séries; elle est trop pénible. L’approximation a donc été dans ce cas l’unique ressource des Astronomes. (…) mais on ne peut se servir de cette méthode que pour des orbites très-peu excentriques.”

ANOMÉENS, ou DISSEMBLABLES, adj. pris sub. (Théol.) dans l’Histoire ecclésiastique, nom qu’on donna dans le IVe siecle aux purs Ariens, parce qu’ils enseignoient que Dieu le fils étoit dissemblable à son pere en essence & dans tout le reste. (…) Ils étoient opposés aux semi-Ariens, qui nieient [niaient, aujourd’hui] à la vérité la consubstantialité du Verbe, c’est-à-dire l’unité de nature du Verbe avec le Pere”

ANONYME. “Bure, Gotth, Struvius, ont traité des savans qui se sont occupés à déterrer les noms des auteurs dont les ouvrages sont anonymes.”

« les uns suppriment leurs noms, pour éviter la peine ou la confusion d’avoir mal écrit, ou d’avoir mal choisi un sujet; les autres, pour éviter la récompense ou la loüange qui pourroit leur revenir de leur travail: ceux-ci par la crainte de s’exposer au public, & de faire trop parler d’eux; ceux-là par un mouvement de pure humilité, pour tacher de se rendre utiles au public sans en être connus: d’autres enfin par une indifférence & un mépris de cette vaine réputation qu’on acquiert en écrivant, parce qu’ils considèrent comme une bassesse & comme une espece de deshonneur (il falloit plûtôt dire comme un sot orgueil) de passer pour auteurs, de même qu’en ont usé quelquefois des princes, en publiant leurs propres ouvrages sous le nom de leurs domestiques » Baillet, Jugement des Savans, tome I

Il résulte ordinairement deux préjugés de la précaution que les auteurs prennent de ne pas se nommer: une estime excessive, ou un mépris mal fondé pour des ouvrages sans nom d’auteur

tout écrivain qui par timidité, modestie, ou mépris de la gloire, ne s’affiche point à la tête de son ouvrage, ne peut être que loüable. Ce n’étoit pas la vertu favorite des Philosophes” Mas os enciclopedistas adoravam a fama!

ANOREXIE, s.f. (Medecine.) aversion pour les alimens, occasionnée ou par un dérangement d’estomac, ou par une surabondance d’humeurs.

Le relâchement des fibres de l’estomac dans les pertes, dans la grossesse commençante, dans la suppression des regles, dans les pâles couleurs, produit l’anorexie & le dégoût”

ANOREXIA, s.f. (Medicina.) aversão pelos alimentos, ocasionada ou pelo desarranjo do estômago, ou por uma superabundância de humores [substâncias].

O relaxamento das fibras do estômago nas secreções [provavelmente se refere principalmente à menstruação, pois <pertes> em francês pode significar tanto <perdas> quanto <menstruação/secreções femininas>, dependendo do contexto], no começo da gravidez, na cessação do período menstrual [aqui o caso é o mesmo, e reforça nossas suspeitas de que traduzimos corretamente acima, uma vez que <règles>, normalmente <regras>, de sentido amplo, também se refere ao sangramento uterino no sentido restrito, principalmente quando aparece assim, no plural], durante a palidez, produz a anorexia e o enjôo.”

Les remedes de l’anorexie dépendent de sa cause: en la détruisant on parvient à la cure de ce symptome.” “Os remédios para a anorexia dependem da sua causa: destruindo-a, obtém-se êxito na cura do seu sintoma.”

ANTANACLASE, s.f. figure de Rhétorique, qui consiste à répeter un mot dans une signification différente & quelquefois douteuse, comme, laissez les morts enterrer leurs morts.”

ANTARES, en Astronomie, est le coeur du Scorpion, étoile de la premiere grandeur du nombre de celles qui forment la constellation du Scorpion.”

ANTÉCÉDENT. “En effet Dieu, conséquemment à ses perfections infinies, voit & prévoit en même tems & sans diversité dans la maniere, tant l’objet de sa prévision, que les circonstances inséparables de cet objet. De même il veut en même tems tout ce qu’il veut, sans succession & sans inconstance: ce qui n’empêche pas que Dieu ne puisse vouloir ceci à l’occasion de cela, ou qu’il ne puisse avoir un desir à cause de telle prévision. C’est ce que les Théologiens appellent ordre ou priorité de nature, prioritas naturoe, par opposition à l’ordre ou à la priorité du tems, prioritas temporis.” VANITAS

ANTECHRIST. “on peut dire des Juifs & des infideles que ce sont des antechrists.” “Par Antechrist on entend plus ordinairement un tyran impie & cruel à l’excès, qui doit régner sur la terre lorsque le monde touchera à sa fin.”

BELO CONTO: “Suivant S. Irénée, S. Ambroise, S. Augustin, & presque tous les autres Peres, l’Antechrist doit être non un homme engendré par un démon, comme l’a prétendu S. Jerôme, ni un démon revêtu d’une chair apparente & phantastique (…) mais (…) [il] se fera bâtir un palais sur la montagne d’Apadno, rétablira la ville & le temple de Jérusalem, & là se fera adorer, publiant qu’il est le vrai Dieu & le Messie attendu des Juifs; secondé par la puissance du démon, il étonnera & entraînera les peuples dans la séduction par des prestiges capables d’ébranler même les élûs.” “Son regne ne durera que 3 ans & demi: mais il sera signalé par des cruautés inoüies. Enoch & Elie viendront le combattre, & ce tyran les fera mettre à mort dans l’endroit même où Jesus-Christ fut crucifié. Leurs corps seront exposés dans les rues de Jérusalem, sans que personne ose en approcher, ni leur donner la sépulture: mais 3 jours & demi après, l’esprit de vie envoyé de Dieu entrera dans des cadavres, Elie & Enoch ressusciteront & seron enlevés au ciel dans une nuée. Enfin le Christ ne pouvant plus souffrir la perversité de son ennemi, le tuera du souffle de sa bouche, & le perdra par l’éclat de sa puissance.” “Il suffit d’y jetter les yeux pour sentir combien un grand nombre d’écrivains Protestans se sont écartés de la vérité & du bon sens, en appliquant au Pape & à l’Eglise Romaine tout ce que l’Écriture, & surtout l’Apocalypse, dit de l’Antechrist.”

On peut consulter sur cette matiere l’Histoire des Variations par M. Bossuet, tom. II liv. XIII depuis l’art. 11 jusqu’à la fin du même livre.”

Grotius a prétendu que Caligula avoit été l’Antechrist: mais ce sentiment ne s’accorde pas avec ce que l’Écriture & les Peres nous apprennent de la venue de l’Antechrist à la fin du monde.”

on peut voir dans la bibliothèque de Sixte de Sienne, liv. II une partie de ces noms, dont le plus probable paroît être celui qu’ont imaginé S. Irenée & S. Hippolyte; savoir TEITAN, mot Grec qui signifie géant, & qui est composé de 6 lettres dont la valeur numérale équivaut à 666.”

«Hoc tempus nondum advenit; quia licet Romanum imperium videamus ex maxima parte destructum, tamen quandum Francorum Reges duraverint qui Romanum imperium tenere debent, Romani imperii dignitas ex toto non peribit, quia in regibus suis stabit. (…) Quidam Doctores nostri dicunt quod unus de Regibus Francorum, imperium Romanum ex integro tenebit, qui in novissimo tempore erit, & ipse erit maximus & omnium Regnum ultimus, qui postquam regnum suum feliciter gubernaverit, ad ultimum Jerosolymam veniet, & in monte Oliveti sceptrum & coronam suam deponet. Hic erit finis & consummatio Romanorum Christianorumque regnorum; statimque secundum proedictam sententiam Apostoli Pauli Antichristum dicunt futurum.» «Ce terme fatal pour l’Empire Romain n’est pas encore arrivé. Il est vrai que nous le voyons aujourd’hui extrèmement diminué, & pour ainsi dire détruit dans sa plus grande étendue: mais il est certain que son éclat ne sera jamais entierement éclipsé; parce que tandis que les Rois de France qui en doivent occuper le trône subsisteront, ils en seront toûjours le ferme appui. (…) Quelques-uns de nos Docteurs assûrent que ce sera un Roi de France qui à la fin du monde dominera sur tout l’Empire Romain. Ce Roi sera le dernier & le plus grand qui ait jamais porté le sceptre. Après le regne le plus brillant & le plus heureux, il ira à Jérusalem déposer son sceptre & sa couronne sur la montagne des Oliviers; le moment d’après l’Empire Romain finira pour toûjours, & soudain s’accomplira l’oracle de l’Apôtre sur la venue de l’Antechrist.» Raban-Maur, séc. IX. Bom, podemos dizer que o Antigo Regime realmente morreu!

Malvenda, théologien Espagnol, a donné un long & savant ouvrage sur l’Antechrist. Son traité est divisé en 13 livres [ociosidade quase criminosa!]. Il expose dans le premier les différentes opinions des Peres touchant l’Antechrist. Il détermine dans le second le tems auquel il doit paroître, & prouve que tous ceux qui ont assûré que la venue de l’Antechrist étoit proche, ont supposé en même tems que la fin du monde n’étoit pas éloignée. Le troisieme est une dissertation sur l’origine de l’Antechrist, & sur la nation dont il doit être. L’Auteur prétend qu’il sera Juif & de la tribu de Dan [Dã, o quinto filho de Jacó, gerado por Bila, concubina de Raquel. – Gen. 30:6; Sansão é desta tribo.], & il se fonde sur l’autorité des Peres & sur le Gen.49:17, où Jacob mourant dit à ses fils: Dan est un serpent dans le chemin, & un céraste dans le sentier; & sur le Jérémie 8:16, où il est dit que les armées de Dan dévoreront la terre: & encore sur l’Apocalypse 7, où S. Jean a omis la tribu de Dan dans l’énumération qu’il fait des autres tribus. Il traite dans le quatrieme & le cinquieme des caracteres de l’Antechrist. Il parle dans le sixieme de son regne & de ses guerres; dans le septieme, de ses vices; dans le huitieme, de sa doctrine & de ses miracles; dans le neuvieme, de ses persécutions; & dans le reste de l’ouvrage, de la venue d’Enoch & d’Elie, de la conversion des Juifs, du regne de Jesus-Christ & de la mort de l’Antechrist, qui arrivera après un regne de trois ans & demi.” Très convenable!

ANTÉCIENS. “On confond assez fréquemment les Antéciens avec les Antisciens.” Antecianos: estão na mesma longitude, porém em latitudes simetricamente opostas; “antiscianos”: estão na mesma latitude, porém em longitudes simetricamente contrárias. “D’où il s’ensuit que la nuit des uns est toûjours égale au jour des autres. § Il s’ensuit encore que les étoiles qui ne se levent jamais pour les uns, ne se couchent point pour les autres.” Dá-se nome a tudo hoje em dia!

ANTÉDILUVIENNE ou état de la Philosophie avant le déluge.” “pour nous prouver que les Anges excelloient dans la Physique, ils ont dit que Dieu s’étoit servi de leur ministere pour créer ce monde, & former les différentes créatures qui le remplissent. Cette opinion, comme l’on voit, est une suite des idées qu’ils avoient puisées dans la doctrine de Pythagore & de Platon. Ces deux Philosophes, embarrassés de l’espace infini qui est entre Dieu & les hommes, jugerent à propos de le remplir de génies & de démons: mais, comme dit judicieusement M. de Fontenelle contre Platon, Hist. des Oracles, de quoi remplira-t-on l’espace infini qui sera entre Dieu & ces génies, ou ces démons mêmes? car de Dieu à quelque créature que ce soit, la distance est infinie.” Adaptando: Se há semi-deuses, não há deuses. Se houvesse uma guerra Deuses x Homens, os semideuses tomariam o partido dos segundos. Síndrome de Titanomaquia.

Je ne m’amuserai point à prouver ici combien sont pitoyables tous ces raisonnemens par lesquels on prétend démontrer que les Anges & les diables sont des Philosophes, & même de grands Philosophes.” “Adam le premier de tous les hommes a-t-il été Philosophe?” Qu’est-ce que c’est la philosophie? L’humanité a appris a mentir tôt: “Enfin ce qui met le comble à toutes ces preuves si décisives en faveur de la Philosophie d’Adam, c’est qu’il a écrit des Livres, & que ces Livres contenoient toutes les sublimes connoissances qu’un travail infatigable lui avoit acquises. Il est vrai que les Livres qu’on lui attribue sont apocryphes ou perdus: mais cela n’y fait rien. On ne les aura supposés à Adam, que parce que la tradition avoit conservé les titres des Livres authentiques dont il étoit le véritable auteur.”

Comment veut-on qu’Adam, que son péché suivoit partout, qui n’étoit occupé que du soin de fléchir [inclinar-se diante de] son Dieu, & de repousser les miseres qui l’environnoient, eût l’esprit assez tranquille pour se livrer aux stériles spéculations d’une vaine Philosophie? Il a donné des noms aux animaux; est-ce à dire (…) qu’il sût la Dialectique? avec ce beau raisonnement on transformeroit tous les hommes en Dialecticiens.” Hahaha!

Entre les hommes, les uns occupés de leurs besoins n’ont guere eu le tems de se livrer à des spéculations métaphysiques; le lever de l’astre du jour les appelloit au travail; la plus belle nuit, la nuit la plus touchante étoit muette pour eux, ou ne leur disoit autre chose, sinon qu’il étoit l’heure du repos: les autres moins occupés, ou n’ont jamais eu occasion d’interroger la nature, ou n’ont pas eu l’esprit d’entendre la réponse.” Essai sur le mérite & la vertu, page 92 – mais de qui?

Si Adam n’a point eu la Philosophie, il n’y a point d’inconvénient à la refuser à ses enfans Abel & Caïn: il n’y a que George Hornius qui puisse voir dans Caïn le fondateur d’une secte de Philosophie. Vous ne croiriez jamais que Caïn ait jetté les premieres semences de l’épicuréisme, & qu’il ait été Athée. La raison qu’Hornius en donne est tout-à-fait singuliere. Caïn étoit, selon lui, Philosophe, mais Philosophe impie & athée, parce qu’il aimoit l’amusement & les plaisirs, & que ses enfans n’avoient que trop bien suivi les leçons de volupté qu’il leur donnoit. Si l’on est Philosophe Epicurien parce qu’on écoute la voix de sés plaisirs, & qu’on cherche dans un athéisme pratique l’impunité de ses crimes, les jardins d’Epicure ne suffiroient pas à recevoir tant de Philosophes voluptueux.”

Le jaloux Caïn ayant porté des mains homicides sur son frere Abel, Dieu fit revivre Abel dans la personne de Seth. Ce fut donc dans cette [Seth!] famille que se conserva le sacré dépôt des premieres traditions qui concernoient la religion. Les partisans de la Philosophie antédiluvienne ne regardent pas Seth seulement comme Philosophe, mais ils veulent encore qu’il ait été grand Astronome. Josephe [Josué?] faisant l’éloge des connoissances qu’avoient acquis les enfans de Seth avant le déluge, dit qu’ils éleverent 2 colonnes pour y inscrire ces connoissances, & les transmettre à la postérité. L’une de ces colonnes étoit de brique, l’autre de pierre; & on n’avoit rien épargné pour les bâtir solidement, afin qu’elles pussent résister aux inondations & aux incendies dont l’univers étoit menacé. Josephe ajoûte que celle de brique subsistoit encore de son tems. Je ne sai si l’on doit faire beaucoup de fond sur un tel passage. Les exagérations & les hyperboles ne coûtent gueres à Josephe, quand il s’agit d’illustrer sa nation. Cet Historien se proposoit surtout de montrer la supériorité des Juifs sur les Gentils, en matiere d’Arts & de Sciences (…) & puis on ne conçoit pas pourquoi Moyse, qui a parlé des Arts qui furent trouvés par les enfans de Caïn, comme la Musique, la Métallurgie, l’art de travailler le fer & l’airain, &c., ne dit rien des grandes connoissances que Seth avoit acquises dans l’Astronomie, de l’écriture dont il passe pour être inventeur, des noms qu’il donna aux astres, du partage qu’il fit de l’année en mois & en semaines.” Ne sait-on pas que c’est au hasard que nous devons la plûpart des arts utiles à la société?”

ANTÉPÉNULTIÈME, (Gramm.) ce mot se prend substantivement; on sous-entend syllabe. Un mot qui est composé de plusieurs syllabes a une derniere syllabe, une pénultième, pene ultima, c’est-à-dire, presque la derniere, & une antépénultième; ensorte que comme la pénultième précede la dernière, l’antépénultième précede la pénultième, ante pene ultimam.

En grec, on met l’accent aigu sur la dernière syllabe, DEO, Dieu; sur la pénultième, LOGO, discours; & sur l’antépénultième, ANTHROPOS, homme; on [au Français] ne met jamais d’accent avant l’antépénultième.

En latin, lorsqu’on marque les accens pour régler la prononciation du lecteur, si la pénultième syllabe d’un mot doit être prononcée breve, on met l’accent aigu sur l’antépénultième, quoique cette antépénultième soit breve. Dóminus.” Nas convenções antigas do Francês. Naturalmente, hoje usar-se-ia o mácron /¯/, porém não na antepenúltima, e sim na penúltima (Dōminus), indicando que pronunciamos dôminus conforme função do circunflexo /^/ na língua portuguesa. “Dó” é um o breve, enquanto “dô” é um o longo. 

ANTEROS, ou LE CONTRE-AMOUR, s.m. (Myth.) fils de Venus & de Mars. On dit que Venus se plaignant à Themis de ce que l’Amour restoit toûjours enfant, Themis lui répondit, & il restera tel, tant que vous n’aurez point d’autre fils. Sur cette réponse, la Déesse galante écouta le Dieu de la guerre; le Contre-amour naquit, & le premier fils de Venus devint grand. Ils ont l’un & l’autre des aîles, un carquois & des fleches. On les a groupés plusieurs fois: on les voit dans un bas relief ancien, se disputant une branche de palmier. Pausanias parle d’une statue de l’Anteros, où ce Dieu tenoit 2 coqs sur son sein, par lesquels il tâchoit de se faire becqueter la tête. [???] Il joüit des honneurs divins; les Athéniens lui éleverent des autels. Cupidon fut le dieu de l’amour; Anteros, le dieu du retour.”

ANTEROSTA & POSTROSTA, s.f. (Myth.) Déesses invoquées par les Romains, l’une pour les choses passées, l’autre pour les choses à venir. C’étoient les conseilleres de la Providence.”

ANTHELIENS, s.m.pl. (Myth.) Dieux révérés par les Athéniens. Leurs statues étoient placées aux portes, & exposées à l’air; c’est delà qu’ils ont été nommés Dieux Antheliens.”

ANTHESPHORIES, s.f.pl. en grec ANTHESPHORIA, terme d’antiquité, fête que l’on célébroit dans la Sicile en l’honneur de Proserpine. § Ce mot dérive du grec ANTHO, fleur, & de PHORAO, je porte, à cause que Proserpine cueilloit des fleurs dans les champs, lorsque Pluton l’enleva. Cependant Festus [provavelmente Sextus Pompeius e não Festus o historiador] n’attribue point cette fête à Proserpine, mais il dit qu’elle fut ainsi dénommée à cause du blé [trigo] que l’on apportoit au temple dans ce jour-là.”

ANTHISTERIES ou ANTHESTERIES, s.f.pl. (Hist. anc. & Myth.) fêtes que les Athéniens célébroient vers le printems du mois appellé anthisterion du mot grec ANTHO, parce qu’alors la terre est couverte de fleurs. Pendant cette fête, que quelques-un croyent avoir été consacrée à Bacchus, les maîtres faisoient grande chere à leurs esclaves, comme les Romains dans leurs saturnales. On pense aussi que toutes les fêtes de Bacchus, surnommé anthius ou fleurissant, étoient nommées en général anthisteries, quoique diversifiées par d’autres titres particuliers, tels que pithagia, chytra, &c.

Quelques-uns pensent que ce nom vient du mont Antherion où s’en faisoit la solennité; que ces fêtes duroient 3 jours, le 11, le 12, & le 13 de chaque mois; & chacune avoit un nom différent, pris des cérémonies ou des occupations qui remplissoient chaque journée. La premiere s’appelloit <l’ouverture des vaisseaux>, parce qu’on y mettoit le vin en parce & qu’on le goûtoit. Le second jour se nommoit congii, d’une mesure contenant environ le poids de 20 livres; on bûvoit ce jour-là le vin préparé la veille. Quant au troisieme, on l’appelloit chauderons, à cause que ce jour-là on faisoit bouillir toutes sortes de légumes, auxquels il n’étoit pas permis de toucher, parce qu’ils étoient offerts à Mercure.”

ANTHOLOGE, s. m. (Theol.) du grec ANTOLOGION, ce que nous rendrions en Latin par florilegium, recueil de fleurs. C’est un recueil des principaux offices qui sont en usage dans l’Église greque.”

ANTHOLOGIE. “Meleagre, natif de Gadare, ville de Syrie, qui vivoit sous Seleucus VI, dernier roi de Syrie, est le premier qui ait fait un recueil d’épigrammes greques qu’il nomma anthologie, à cause qu’ayant choisi ce qu’il trouva de plus brillant & de plus fleuri parmi les épigrammes de 46 Poëtes anciens, il regarda son recueil comme un bouquet de fleurs, & attribua une fleur à chacun de ces Poëtes, le lis à Anytes, la rose à Sapho, &c. Après lui, Philippe de Thessalonique fit du tems de l’Empereur Auguste un second recueil tiré seulement de 14 Poëtes. Agathias en fit encore un troisieme environ 500 ans après, sous Justinien. Enfin Planude, moine de Constantinople, qui vivoit en 1380, fit le quatrieme, qu’il divisa en 7 livres, dans chacun desquels les épigrammes sont rangées par ordre alphabétique. C’est l’anthologie telle que nous l’avons aujourd’hui imprimée, qui contient plusieurs belles épigrammes fort sensées & fort spirituelles”

ANTHROPOLOGIE, s.f. (Theol.[!!!]) maniere de s’exprimer, par laquelle les Écrivains sacrés attribuent à Dieu des parties, des actions ou des affections qui ne conviennent qu’aux hommes, & cela pour s’accommoder & se proportionner à la foiblesse de notre intelligence: ainsi il est dit dans la Genese, que Dieu appella Adam; qu’il se repentit d’avoir créé l’homme; dans les Pseaumes l’univers est appellé l’ouvrage des mains de Dieu; il y est encore dit que ses yeux sont ouverts & veillent sur l’indigent.” ANTROPOLOGIA [sentido de ANTROPOMORFIA], s.f. (Teologia) [!!!] maneira de se exprimir, pela qual os escritores sagrados atribuem a Deus partes, ações ou afetos que não convêm senão aos homens, visando se acomodar a nossa fraca inteligência: é assim que se diz no Gênese que Deus chama Adão; que ele se arrependeu de ter criado o homem; e que nos Salmos o universo é denominado a obra das mãos de Deus; ainda é dito que seus olhos estão abertos e velam pelos indigentes.”

Em segundo lugar, vem o senso “medieval” (campo da Medicina > Anatomia!) – o senso “moderno” ainda não existia:Anthropologie, dans l’oeconomie animale, c’est un traité de l’homme. Ce mot vient du Grec pour homme, ANTROPOS & de LOGO, traité. Teichmeyer nous a donné un traité de l’oeconomie animale, qu’il a intitulé Anthropologia, in-4° imprimé à Genes en 1739 [fonte alternativa cita 1719]. Drake nous a aussi laissé une Anthropologie [Anthropologia Nova; or: A New System of Anatomy em fonte alternativa] en Anglois, in-8°, 3 vol., imprimée à Londres en 1707 & 1727. Também Antropografia.”

ANTHROPOMANTIE. “L’Empereur Héliogabale pratiquoit cette abominable divination. Cedrene & Théodoret racontent de Julien l’Apostat, que dans des sacrifices nocturnes, & dans des opérations de magie, il faisoit périr grand nombre de jeunes enfans pour consulter leurs entrailles; [lenda urbana, primeira instância daquela que associam aos comunistas russos?] & ils ajoûtent que lorsqu’il eut pris la route de Perse, dans l’expédition même où il périt, étant à Carres en Mésopotamie, il s’enferma dans le temple de la Lune, & qu’après y avoir fait ce qu’il voulut avec les complices de son impiété, il scella les portes, & y posa une garde qui ne devoit être levée qu’à son retour. Ceux qui entrerent dans le temple, sous le regne de Jovien, son successeur, y virent une femme pendue par les cheveux, les mains étendues & le ventre ouvert, Julien ayant voulu chercher dans son foie quel seroit le succès de la guerre. Vie de l’Empereur Julien, par M. l’Abbé de la Bleterie, 2e partie liv. 5, pp. 333-4.

Strabon rapporte aussi des anciens habitans de la Lusitanie, aujourd’hui le Portugal. Delrio regarde comme une branche de l’anthropomantie le fanatisme des Hébreux qui sacrifioient leurs enfans à Moloch, dans la vallée de Tophet.”

ANTHROPOPHAGES. “Les cyclopes, les lestrygons & Scylla sont traités par Homere d’anthropophages ou mangeurs d’hommes. Ce Poëte dit aussi que les monstres féminins, Circe & les Syrenes, attiroient les hommes par l’image du plaisir, & les faisoient périr. Ces endroits de ses ouvrages, ainsi qu’un grand nombre d’autres, sont fondés sur les moeurs des tems antérieurs au sien. Orphée fait en plusieurs occasions la même peinture des mêmes siècles. C’est dans ces tems, dit-il, que les hommes se dévoroient les uns les autres comme des bêtes féroces, & qu’ils se gorgeoient de leur propre chair.

On apperçoit, long-tems après ces siecles, chez les nations les plus policées, des vestiges de cette barbarie, à laquelle il est vraissemblable qu’il faut rapporter l’origine des sacrifices humains.”

ESTRANHA PROFECIA ACERTADA ALEGORICAMENTE (HISTÓRIA DA IGREJA): “Ils tuent, ajoûtoient les payens, un enfant, & ils en mangent la chair; accusations qui n’étoient fondées que sur les notions vagues qu’ils avoient prises de l’eucharistie & de la communion, sur les discours de gens mal instruits.”

ANTHROPOPHAGIE. “Pline parle des Scythes & des Sauromates, Solinus des Ethiopiens, & Juvenal des Égyptiens, comme de peuples accoûtumés à cet horrible mets. Nous lisons dans Tite-Live qu’Annibal faisoit manger à ses soldats de la chair humaine pour les rendre plus féroces. On dit que l’usage de vivre de chair humaine subsiste encore dans quelques parties méridionales de l’Afrique, & dans des contrées sauvages de l’Amérique.”

On dit qu’Orphée est le premier qui fit sentir aux hommes l’inhumanité de cet usage, & qu’il parvint à l’abolir. C’est ce qui a fait imaginer aux Poëtes qu’il avoit eu l’art de dépouiller les tigres & les lions de leur férocité naturelle.”

Quelques Medecins se sont ridiculement imaginés avoir découvert le principe de l’anthropophagie dans une humeur acre, atrabilieuse qui, logée dans les membranes du ventricule, produit par l’irritation qu’elle cause, cette horrible voracité qu’ils assurent avoir remarquée dans plusieurs malades”

ANTI. “antipodes, peuples qui marchant sur la surface du globe terrestre ont les piés opposés” “ainsi on dit le pole antarctique & non anti-arctique.” “Les livres de controverse & ceux de disputes littéraires portent souvent le nom d’anti. M. Ménage a fait un livre intitulé l’anti-Baillet.” “Patin fait mention d’un charlatan de son siecle, qui avoit l’impudence de vendre à Paris des antiécliptiques, & des anti-cométiques, c’est-à-dire, des remedes contre les prétendues influences des éclipses, & contre celles des cometes.”

ANTI-CHAMBRE, s.f. (Architect.) appellée par Vitruve antithalamus, est le nom que l’on donne à la seconde piece d’un appartement au rez-de-chaussée, quand il y a un vestibule qui la précede; dans un hôtel, cette piece donne entrée à une deuxieme anti-chambre, ou salle d’assemblée où se tiennent les hommes au-dessus du commun, venus de dehors pour parler au maître: les premieres anti-chambres étant destinées pour la livrée, rarement fait-on usage des cheminées dans ces premieres anti-chambres; on se contente d’y mettre des poeles [aquecedores] au-devant, qui garantissent toutes les pieces d’un appartement de l’air froid que donne l’ouverture continuelle des portes destinées pour arriver aux appartemens du maître.”

ANTI-DICOMARIANITES, (Théol.) les Anti-dicomarianites sont d’anciens hérétiques qui ont prétendu que la sainte Vierge n’avoit pas continué de vivre dans l’état de virginité; mais au contraire, qu’elle avoit eu plusieurs enfans de Joseph son époux, après la naissance de Jesus-Christ.

On les appelle anti-dicamorites, anti-dicomarites, anti-diacomarianites, & quelquefois anti-marianites & antimariens. Leur opinion étoit fondée sur des passages de l’Écriture, où Jesus-Christ fait mention de ses frères & de ses soeurs; & sur un passage de S. Matthieu, où il est dit que Joseph ne connut point Marie, jusqu’à ce qu’elle eut mis au monde notre Sauveur.

Les anti-dicomarianites étoient des sectateurs d’Helvidius & de Jovinien, qui parurent à Rome sur la fin du quatrième siecle.”

ANTIMACHIE, s.f. (Hist. anc. & myth.) fête qu’on célébroit dans l’île de Cos, pendant laquelle le prêtre portoit un habit de femme, & avoit la tête liée d’une mitre, ou d’une bande à la maniere des femmes. Pour rendre raison, & de l’institution de la fête & de l’habillement du prêtre, on dit qu’Hercule revenant en Grece après la prise de Troie, la tempête écarta six navires qu’il avoit; que celui qui le portoit échoüa à l’île de Cos, où il prit tèrre sans armes & sans bagage; qu’il pria un berger nommé Antagoras de lui donner un bélier; que le berger qui étoit fort & vigoureux, lui proposa de lutter, lui promettant le bélier, s’il demeuroit vainqueur; qu’Hercule accepta la condition; que quand ils en furent aux mains, les Méropes se mirent du côté d’Antagoras, & les Grecs qui se trouverent présens, du côté d’Hercule; qu’il s’ensuivit un combat très-vif; que Hercule accablé du grand nombre, fut obligé de s’enfuir chez une Thraciene, où il se déguisa en femme pour échapper à ceux qui le poursuivoient; qu’ayant dans la suite vaincu les Méropes, il épousa Alciope portant au jour des noces une robe ornée de fleurs; & que c’étoit en mémoire de ce fait, que le prêtre de l’île de Cos, en habit de femme, offroit un sacrifice au lieu du combat, où les fiancés aussi en habit de femme embrassoient leurs fiancées” ANTIMAQUIA, s.f. (História antiga e Mitologia) festa que se celebrava na ilha de Cós, durante a qual o sacerdote portava um vestido de mulher, e tinha uma mitra ou bandana amarrada na cabeça à moda das mulheres. Para justificar essa festa, bem como a roupa do padre, contam que, da esquadra de Hércules, quando esta estava retornando à Grécia após a tomada de Tróia, a tempestade fez desaparecerem 6 navios; seu próprio navio pára na ilha de Cós, onde ele ancora, sem armas nem bagagem; Hércules solicita os chifres de um bode a um pastor chamado Antágoras; o pastor, forte e vigoroso, propõe-lhe uma luta, prometendo-lhe os cornos, caso ele vencesse; Hércules aceita as condições; quando eles iniciam a peleja, os merópios ficam do lado de Antágoras, e os gregos presentes, do lado de Hércules; segue-se um combate muito vivo; intimidado pela maioria, Hércules é obrigado a fugir até a casa duma trácia, onde o herói se disfarça de mulher para despistar aqueles que o perseguiam; em seguida, ao vencer os merópios, Hércules desposa Alcíope vestindo no dia das núpcias um robe ornado de flores; era, pois, em memória desses acontecimentos mitológicos que o sacerdote da ilha de Cós, num vestido de mulher, costumava oferecer um sacrifício no lugar do combate, em que os noivos, também em trajes femininos, beijavam suas noivas.”

ANTIMETATHESE, s.f. figure de Rhétorique qui consiste à répéter les mêmes mots, mais dans un sens opposé, comme dans cette pensée: non ut edam vivo, sed ut vivam edo; je ne vis point pour manger, mais je mange pour vivre. On la nomme encore antimétabole & antimétalepse.”

ANTONOMIE. Antinomiens, & quelquefois Anomiens, une secte d’enthousiastes qui prétendoient que la liberté évangélique les dispensoit de se soûmettre aux lois civiles. Tels ont été en Allemagne ces Anabaptistes qui prirent les armes contre les Princes & la noblesse.” Hahaha.

ANTIPARASTASE, s.f. figure de Rhétorique, qui consiste en ce que l’accusé apporte des raisons pour prouver qu’il devroit plûtôt être loüé que blâmé, s’il étoit vrai qu’il eût fait ce qu’on lui oppose.”

ANTI-PAPES, s.m.pl. (Hist. eccl.) on donne ce nom à ceux qui ont prétendu se faire reconnoître pour souverains Pontifes, au préjudice d’un Pape légitimement élû; on en compte depuis le troisième siecle jusqu’aujourd’hui, 28.”

ANTIPATHIE. Superstições idiotas:

um tambor de pele de lobo fará rasgar um tambor de pele de ovelha”

galinhas se afugentam quando se toca uma harpa feita com cordas de tripas de raposa”

Le degré de tension des nerfs, différent dans chaque homme, occasionne, disent-ils, un ébranlement différent de la part du même objet; & si cet ébranlement est tel qu’il produise une sensation desagréable, voilà l’antipathie.”

La haine est pour les personnes; l’aversion & l’antipathie pour tout indistinctement, & la répugnance pour les actions.” “La haine noircit [enerva]; l’aversion éloigne des personnes; l’antipathie fait détester; la répugnance empêche qu’on imite.”

ANTIPÉRISTASE. Boyle escreveu uma história do frio!

ANTIPHONIE, s.f. (Musiq.) étoit le nom que donnoient les Grecs à cette espece de symphonie qui s’exécutoit à l’octave ou à la double octave, par opposition à celle qui s’exécutoit au simple unisson, & qu’ils appelloient OMOFONIA.”

ANTI-PHRASE. “l’accusatif ne sert pas seulement pour accuser, ni le datif pour donner, ni l’ablatif pour ôter.”

ANTIPTOSE. “car c’est un grand principe de syntaxe, que les mots ne sont construits que selon les rapports qu’ils ont entr’eux dans la même proposition”

ANTIQUAIRE. “les Libraires ou les copistes, c’est-à-dire eux qui transcrivoient en caracteres beaux & lisibles ce qui avoit au-paravant été seulement écrit en notes, s’appelloient antiquaires.”

ANTIQUE. “Il s’est trouvé des Sculpteurs qui ont contrefait l’antique jusqu’à tromper le jugement du public. On prétend que Michel-Ange fit la statue d’un Cupidon, & qu’après en avoir cassé un bras qu’il retint, il enterra le reste de la figure dans un endroit où il savoit qu’on devoit fouiller. Le Cupidon en ayant été tiré, tout le monde le prit pour antique. Mais Michel-Ange ayant présenté à son tronc le bras qu’il avoit réservé, chacun fut obligé de convenir de sa méprise. Si ce fait est vrai, il prouve combien dès ce tems-là le préjugé étoit favorable à l’antiquité.”

ANTIQUITÉ. “La plûpart des nations se donnent bien plus d’ancienneté qu’elles ne sont en état d’en prouver. On peut dire que le tems présent est l’antiquité du monde, qui, dans les tems qu’on appelle anciens, ne faisoit proprement que de naître & qui étoit, pour ainsi dire, enfant.

Nous lisons dans Platon, que Solon tenoit d’un Prêtre Egyptien que les Athéniens avoient 9000 ans d’ancienneté, & les Saïdes 8000. Pomponius remonte beaucoup plus haut dans les tems, en suivant les traces d’Hérodote. Il compte 330 rois avant Amasis, & il trouve que le monde a plus de 13000 ans. Diodore de Sicile met entre le premier roi d’Égypte & l’expédition d’Alexandre, un intervalle de 23000 ans. Diogene Laerce laisse bien-loin derriere lui les autres Auteurs; il double ce nombre de 23000. Lorsqu’Alexandre entra dans l’Égypte, les Prêtres lui prouverent par leurs histoires sacrées, dans lesquelles il étoit fait mention de l’origine de l’Empire des Perses, qu’il venoit de conquérir, & de celui de Macédoine, qu’il possédoit par droit de naissance, qu’ils avoient l’un & l’autre 8000 ans d’ancienneté. Cependant il est démontré par les meilleurs Auteurs, tant Historiens que Chronologistes, que l’Empire des Perses n’avoit pas alors plus de 300 ans, & celui des Macédoniens plus de 500. Au reste on ne doit pas s’étonner que les Égyptiens & les Assyriens soient tombés dans des erreurs chronologiques si ridicules; ceux-ci faisant de 4000 ans la durée des regnes de leurs premiers Rois, & ceux-là la supposant de 1200 ans.

Les Chaldéens assûroient au tems d’Alexandre qu’ils avoient 470 mille ans d’observations des mouvemens célestes, & qu’ils avoient tiré les horoscopes des enfans nés dans cet énorme intervalle de tems. Mais Callisthene ayant été commis par Aristote à la recherche de ces observations, on trouva qu’elles ne remontoient point au-delà de 1900 ans avant Alexandre. C’est un fait avoüé par Porphyre, dont le dessein n’étoit pas assûrément de donner de l’autorité aux livres de Moyse.” “Os caldeus asseguravam, no tempo de Alexandre, que eles possuíam 470 mil anos de observação dos movimentos celestes, e que eles possuíam os horóscopos das crianças nascidas durante todo esse enorme intervalo de tempo. Mas Calístenes, instado por Aristóteles a apresentar esses documentos, comprovou que eles não remontavam a mais do que 1900 anos antes de Alexandre.”

ANTI-SIGMA. “L’empereur Claude, dit-il, voulut qu’au lieu du *Y des Grecs, on se servît de l’anti-sigma figuré ainsi: ) (; mais cet Empereur ne put introduire cette lettre” [!]

ANTITHESE. « Les antitheses bien ménagées, dit le P. Bouhours, plaisent infiniment dans les ouvrages d’esprit; elles y font à peu près le même effet que dans la Peinture les ombres & les jours qu’un bon Peintre a l’art de dispenser à propos, ou dans la Musique les voix hautes & les voix basses, qu’un maître habile sait mêler ensemble »

Quelque brillante au reste que soit cette figure, les grands Orateurs, les excellens Poëtes de l’antiquité ne l’ont pas employée sans réserve, ni semée, pour ainsi dire, à pleines mains, comme ont fait Seneque, Pline le jeune, & parmi les Pères de l’Église, saint Augustin, Salvien, & quelques autres.”

Parmi nos Orateurs, M. Fléchier a fait de l’antithese sa figure favorite & si fréquente, qu’elle lui donne partout un air maniéré. Il plairoit davantage, s’il en eût été moins prodigue. Certains critiques austeres opinent à la bannir entierement des discours, parce qu’ils la regardent comme un vernis ébloüissant à la faveur duquel on fait passer des pensées fausses, ou qui altere celles qui sont vraies. Peut-être les sujets extrèmement sérieux ne la comportent-ils pas: mais pourquoi l’exclurre du style orné & des discours d’appareil, tels que les complimens académiques, les panégyriques, l’oraison funebre, pourvû qu’on l’y employe sobrement, & d’ailleurs qu’elle ne roule que sur les choses, & jamais sur les mots?”

ANTITRINITAIRES. “Christophe Sandius, fameux Antitrinitaire, a donné dans un ouvrage posthume, intitulé Bibliotheca Antitrinitatoriorum, Bibliotheque des Antitrinitaires, une liste digérée par ordre des tems de tous les Sociniens ou Antitrinitaires modernes, avec un catalogue de leurs ouvrages & un abregé de leur vie.”

ANTONOMASE, s.f. (Littérat.) trope ou figure de Rhétorique, par laquelle on substitue le nom appellatif au nom propre, ou celui-ci au nom appellatif.

Par exemple, Sardanapale étoit un roi voluptueux, Néron un empereur cruel; on donne à un debauché le nom de Sardanapale; à un prince barbare le nom de Néron.

Les noms d’orateur, de poëte, de philosophe, d’apôtre, sont des noms communs, & qui se donnent à tous ceux d’une même profession; cependant on applique ces mots à des particuliers comme s’ils leur étoient propres. Par l’orateur, on entend Ciceron; par le poëte, Virgile; par le philosophe, on entendoit autrefois dans les écoles, Aristote; & en matiere de religion, l’apôtre, sans addition, signifie S. Paul. La liaison que l’habitude a mise entre le nom de Ciceron, & l’idée du prince des orateurs, entre celui de Virgile, & d’un excellent poëte; de S. Paul, & d’un grand apôtre, font qu’on ne s’y méprend point, & qu’on ne balance pas sur l’attribution de ces titres à ces personnages, préférablement à d’autres. (G)”

ANUBIS (Myth.) dieu des Égyptiens; il étoit représenté avec une tête de chien, & tenant un sistre d’une main & un caducée de l’autre. Voyez dans Moreri les conjectures différentes qu’on a formées sur l’origine & la figure bisarre de ce dieu. Cynopolis fut batie en son honneur, & l’on y nourrissoit des chiens appellés les chiens sacrés. Les Chrétiens & les Payens même se sont égayés sur le compte d’anubis. Apulée & Jamblique ont parlé fort indécemment de la confrairie d’Isis & d’Anubis. Eusebe nomme Anubis, Mercure Anubis, & avec raison; car il y a bien de l’apparence que le Mercure des Grecs & l’Anubis des Égyptiens ont été le même dieu. Les Romains, qui avoient l’excellente politique d’admettre les dieux des peuples qu’ils avoient vaincus, lui souffrirent des prêtres: mais ces prêtres firent une mauvaie fin. Ils se prêterent à la passion qu’un jeune chevalier Romain avoit conçue pour une dame Romaine qu’il avoit attaquée inutilement par des soins & par des présens: Pauline, c’est le nom de la Romaine, avoit malheureusement de la dévotion à Anubis; les prêtres corrompus par Mundus, c’est le nom du chevalier, lui persuaderent qu’Anubis avoit des desseins sur elle. Pauline en fut très-flattée, & se rendit la nuit dans le temple, où elle trouva mieux qu’un dieu à tête de chien. Mundus ne put se taire; il rappella dans la suite à Pauline quelques particularités de la nuit du temple, sur lesquelles il ne lui fut pas difficile de conjecturer que Mundus avoit joüé le rôle d’Anubis. Pauline s’en plaignit à son mari, & son mari à l’empereur Tibere, qui prit très-mal cette aventure. Les prêtres furent crucifiés, le temple d’Isis ruiné, & sa statue & celle d’Anubis jettées dans le Tibre. Les Empereurs & les Grands de Rome se plûrent long-tems à se métamorphoser en Anubis; & Volusius, sénateur Romain, échappa à la proscription des Triumvirs sous ce déguisement.”

ANUS. “Anus est aussi le nom que l’on a donné à une ouverture du cerveau formée par la rencontre des deux convexités des tubercules antérieurs avec les convexités postérieures des couches des nerfs optiques.”

HEINE, HEIN?

7 de dezembro de 2017 a 14 de janeiro de 2018 – trabalho depois interrompido por 5 anos e meio.

ANTECEDENTES

Um dia hão de dizer que Heine e eu fomos de longe os primeiros artistas da língua alemã – numa distância incomensurável de tudo o que simples alemães fizeram com ela.”

Nietzsche

Walter Benjamin e Elias Canetti, que parecem ter dado ouvidos a Kraus, passaram batido por Heine.”

Ler um dia seu Quadros de Viagem, a magnum opus; mas também Cartas de Helgoland (pelo visto ainda sem versão portuguesa).

Heine foi o antídoto para a poesia oceânica de Victor Hugo.”

“‘O poeta impecável’ Théophile Gautier, ‘mago perfeito das letras francesas’, não foi apenas amigo de H., mas um tributário confesso de sua obra.”

Álvares de Azevedo (…) Sua pequena obra-prima, ‘Namoro a Cavalo’, escrita presumivelmente em 1851, é de nítida inspiração heineana.”

Jamais um Proteu tomou tantas formas, jamais o Deus da Índia passou sua alma divina numa série tão longa de avatares.”

Gérard de Nerval, seu amigo íntimo e primeiro tradutor francês.

Quem adora a arte como sua divindade e também dirige preces ao seu bel-prazer à natureza, ultraja tanto a arte quanto a natureza.”

Ludwig Börne, poeta contemporâneo e desafeto – ou talvez seja palavra muito forte, pois quando um não quer, dois não brigam – de H. que será ainda bastante citado.

E se o bom Deus quiser me fazer totalmente feliz, que me conceda a alegria de ver, nessas árvores, cerca de 6 ou 7 de meus inimigos enforcados. – De coração comovido hei de perdoar, antes de suas mortes, todas as infâmias que me infligiram em vida – sim, temos que perdoar nossos inimigos, mas não antes de serem enforcados.¹ – Perdão, amor e compaixão.”

¹ Se contradiz a meio caminho, mas tudo bem.

OS GRANADEIROS (tradução minha)

À França rumavam dois granadeiros,

que na Rússia haviam sido prisioneiros.

E quando chegaram no território alemão,

Sentiram-se como degolados.

Lá ouviram ambos as más novas:

Que a França fôra derrotada.

O grande exército vencido e aniquilado,

E o Imperador, o Imperador aprisionado.

Lá choraram juntos os granadeiros

Suas indignantes misérias.

Um diz: Como dói em mim,

Como ardem minhas velhas feridas.

O outro diz: Já era a Canção,

Também eu quero perecer contigo,

Mas tenho mulher e filho em casa,

Que sem mim não se sustêm.

Que me importa mulher, que me importa filho,

Eu levo comigo desejos melhores,

Deixai-os mendigar, quando estiverem famintos,

Meu Imperador, meu Imperador aprisionado!

Concede-me, irmão, um favor:

Agora, quando eu sucumbir,

Leva meu cadáver contigo até a França,

Enterra-me em solo francês.

A medalha de honra em faixa vermelha

Deves tu sobre meu coração depositar;

Na mão deixa-me a pederneira,

E afivela em mim a espada.

Quero descansar e ressoar no silêncio,

Como uma sentinela, na lápide,

Até um dia ouvir canhonadas,

E relinchos da Cavalaria.

Então meu Imperador cavalgará sobre meu túmulo,

Várias lâminas tilintam e incendem;

É aí que me ergo da cova, armado,

Para o Imperador, para o Imperador defender.

UM OCEANO DE ADMIRADORES

Resenhador anônimo contemporâneo ao poeta:

A poesia deve agir como a – religião.”

revelam-se como os piores e mais lamentáveis aqueles poemas onde o autor se faz de delicado ao extremo e suspirante, especialmente nas canções de amor.”

quanto menos ele honra a finalidade da poesia, tanto mais tem compreendido e considerado a essência da mesma.”

O autor utilizou a linguagem da canção popular alemã na maioria de seus poemas. Em todos impera aquele tom popular que os adeptos artificiais da empolação convencional ridicularizam como simplório, e que em sua verdadeira simplicidade só pode ser atingido pelos grandes poetas.” “Goethe mirou um alvo completamente diverso; ele deu à canção popular um colorido para o chazinho da tarde.” “não podemos nos admirar o bastante pelo fato de não termos encontrado nas canções populares de H. a matéria ou eco de qualquer canção alemã já existente”

A mera burguesia, a mera humanidade é o elemento único que vive na poesia de H.”

NAS ASAS DA CANÇÃO

Por séculos afora,

Inertes no infinito,

Estrelas se entreolham

No amor irresolvido.

A língua em que murmuram

É rica e muito bela

Filólogo nenhum

Jamais há de entendê-la

Porem tenho-a aprendido

Em teoria e prática

A face em que eu orbito

Serviu-me de gramática.”

* * *

Corto minh’alma ao meio;

Assopro-te a metade,

Te abraço, então seremos

Corpo e alma de verdade.”

* * *

Com roupinhas de domingo,

Filistinos fazem festa;

Tal cabritos, dão pulinhos,

Passeando na floresta.

Eu, porém, cubro as janelas

Com a mais negra cortina;

Sob a luz do dia ou velas,

Grei de espectros me azucrina.”

* * *

Se nos casarmos no papel,

Então vão todos te invejar:

Hás de passar a leite e mel

Os dias de papo pro ar.

Quando tiveres teus chiliques,

Prometo que não vou chiar;

Porém meus versos não critiques,

Que aí vou me divorciar!”

DONA CLARA

(…)

<Os mosquitos, cavaleiro,

Me picaram no ínterim,

Tenho raiva dessa praga

Como do judeu chinfrim.>

(…)

<Mas me diz: teu coração

Balançou mesmo por mim?>

<Não duvides meu senhor,

Por Jesus, juro que sim,

Ele a que os judeus tratantes

E velhacos deram fim.>

<Deixa o Cristo para lá

E os judeus, minha rolinha.

Olha só como balançam

Suave os lírios na colina.>

(…)

<Não há uma gota falsa

De sangue dentro de mim;

Meu amor, não sou da raça

De Judá, nem sou muslim.>

<Deixa os mouros para lá

E os judeus, amada minha;

Vamos nos aconchegar

Entre os ramos de alecrim.>

E fez pra filha do alcaide

O mais delicado ninho;

Foi sucinto na palavra,

Mas prolixo no carinho.

(…)

<Creio que estão me chamando!

Meu querido, diz enfim:

Qual a graça do teu nome?

Não o escondas de mim.>

(…)

<Meu amor, deu-me o destino

Uma estirpe primorosa,

Eu sou filho do Rabino

Israel de Zaragoza.>”

* * *

Nossa amizade agora cresce

A cada dia e nunca pára;

Virei alguém que se enraivece,

Estou ficando a tua cara.”

* * *

Por qual das duas se apaixona

Meu coração que o amor balança?

A mãe tem ares de madona,

A filha é uma linda criança.

Ver essas formas graciosas,

Tão inocentes, que delícia!

Mas quem resiste àqueles olhos

Que sabem ler toda a malícia?

Meu coração parece, assim,

O amigo cinza e sem ação

Ante dois montes de capim:

Não sabe qual sua ração.”

* * *

A cartinha que me escreves

Não me abala a alegria;

Para dizer que o amor já era,

Escreveste em demasia.

Doze folhas manuscritas,

Com letrinha de notário!

Quem deseja a despedida

Não se dá tanto ao trabalho.”

MUITO ALÉM DE TOCQUEVILLE

Justamente eu tive que editar anais políticos, comunicar assuntos da hora, panfletar desejos revolucionários, acender paixões, dar petelecos incessantes no nariz do pobre Zé Povinho alemão, a fim de que acordasse de seu saudável sono de gigante… Óbvio que nada mais consegui do que provocar um leve espirro no gigantesco roncador, e de forma alguma despertá-lo… Também puxei-lhe com força o travesseiro, mas ele o endireitou com a mão trôpega de sono… Desesperançado, quis um dia incendiar sua touca de dormir, que, no entanto, de tão empapada com o suor dos pensamentos não produziu nada mais do que fumaça… e o Zé Povinho, dormindo, sorriu.

(…) Ah, se eu apenas soubesse onde repousar minha cabeça. Na Alemanha é impossível. A todo momento, um policial viria sacudir-me para verificar se estou mesmo dormindo; só de pensar nisso já me estraga todo prazer. Mas afinal, para onde ir? De novo ao sul? (…) Ficaram tão azedas quanto os limões as ditas laranjas douradas. [referência à Áustria] (…) Ou devo ir para o norte? Talvez ao nordeste? Ah! os ursos polares estão mais perigosos do que nunca, desde que foram civilizados e passaram a usar luvas glacé. Ou devo voltar à diabólica Inglaterra, onde não fui enforcado in effigie mas onde tampouco quero viver em pessoa? Deviam pagar para a gente morar lá, e, ao invés disso, a estada na Inglaterra custa o dobro dos demais lugares. Nunca mais quero pôr os pés nesse desprezível país, onde as máquinas são como homens e os homens gesticulam como máquinas. Que zumbem e silenciam tão assustadoramente. Quando fui apresentado ao enorme governante, e esse inglês de araque permaneceu imóvel na minha frente sem falar uma palavra por vários minutos, passou-me involuntariamente pela cabeça olhar as suas costas, para averiguar se haviam esquecido de dar corda no maquinário. Que a ilha de Helgoland esteja sob o domínio inglês já me é fatal o suficiente. Às vezes imagino sentir o cheiro daquele tédio que os filhos de Albion exalam em todo lugar. De fato, cada inglês emana um certo gás, o mortífero veneno do tédio, que observei com meus próprios olhos, não na Inglaterra onde todo o ar está dele impregnado, mas nas terras do sul, por onde o inglês vagueia solitário, e onde a auréola de melancolia que circunda sua cabeça torna-se bastante nítida no ensolarado ar azul. Os ingleses acreditam que seu denso tédio seja um produto territorial, e para escapar do mesmo, viajam por todos os países, entediando-se em todos os lugares e voltando para casa com um diary of an ennuyé. Parece o caso do soldado que caiu no sono: os companheiros besuntaram-lhe as narinas com excremento; quando acordou percebeu que a guarita cheirava mal, e saiu; mas não tardou a voltar, dizendo que lá fora também fedia, que o mundo inteiro cheirava mal.

Um amigo meu, que voltou recentemente da França, me assegurou que os ingleses viajam pelo continente por desespero da pesada culinária de sua pátria; nas tables d’hôte se vêem os gordos bretões engolindo somente vol-au-vent, crème, supréme, ragout, gelées e outras iguarias arejadas, e com aquele apetite colossal que treinaram em casa com a massa de roastbeefs e o plum pudding [pudim de ameixa] de Yorkshire, levando à ruína qualquer dono de restaurante. (…) Enquanto rimos da frivolidade com que observam as curiosidades e galerias de arte, talvez sejam eles que nos enganam, e o seu sorriso não passe, assim, de uma astuta camuflagem de suas intenções gastronômicas?

Mas por melhor que seja sua própria cozinha, a França não anda lá muito bem das pernas (…) Os atuais detentores do poder são os mesmos imbecis que tiveram suas cabeças cortadas há 50 anos... Do que adiantou? Levantaram do túmulo, e o seu governo está mais tolo do que antes, pois[,] quando os deixaram sair do reino dos mortos para a luz do dia, a maioria colocou, na pressa, a melhor cabeça que estava à mão, e com isso ocorreram desacertos irremediáveis: a cabeça, amiúde, não combina com o tronco e com o coração que ali dentro assombra. Muitos deles, conforme a própria razão espalha nas tribunas, têm cabeças cuja sabedoria admiramos, mas que, no entanto, se deixam logo conduzir pelos corações incorrigíveis aos atos mais estúpidos… É a terrível contradição – entre pensamento e emoção, princípio e paixão, palavra e ação – desses revenants!

Ou devo ir para a América, essa imensa penitenciária da liberdade, onde os grilhões invisíveis me apertariam ainda mais dolorosamente que os visíveis lá de casa, e onde o mais repugnante dos tiranos, a plebe, exerce sua rude dominação? Tu sabes o que penso desse país amaldiçoado, que outrora amava, quando ainda não o conhecia… E, não obstante, devo louvá-lo por obrigação do métier… Ó caríssimos camponeses alemães, ide para a América! Lá não há príncipes nem nobres, todos os homens são iguais, são um único caipira… Com exceção, é claro, de alguns milhões que têm a pele negra ou marrom, e que são tratados como cachorros. A escravidão, que foi abolida na maior parte dos estados, não me repulsa propriamente tanto quanto a brutalidade com que tratam os negros e mulatos livres. Também aqueles que em mínimo grau descendem de um negro – ainda que não tragam na cor da pele o sinal da descendência, mas tão-somente nos traços do rosto – terão de suportar as piores ofensas, ofensas estas que irão nos parecer até fantasiosas na Europa. Ao mesmo tempo, esses americanos têm o seu cristianismo em grande conta, e são os mais ávidos freqüentadores de igrejas. Tal hipocrisia aprenderam com os ingleses que, aliás, lhes deixaram suas piores qualidades. A utilidade mundana é, no fundo, a sua religião, e o dinheiro é seu Deus, seu Deus único e todo-poderoso. Naturalmente que um coração nobre poderá lamuriar-se em silêncio contra o egoísmo e a injustiça generalizadas. Mas se quiser de fato combatê-los, espera-o o martírio que ultrapassa todos os conceitos europeus. Creio que foi em Nova York onde um pregador evangélico indignou-se tanto com a judiação dos homens de cor que, desafiando o cruel preconceito, casou sua própria filha com um negro. Tão logo esse ato verdadeiramente cristão tornou-se público, o povo invadiu a casa do pregador, que somente através da fuga evitou sua morte; a casa, porém, foi arrasada, e a filha, a pobre vítima, caiu nas garras do populacho, para satisfazer-lhes a fúria. She was lynched, isto é, foi completamente despida, banhada em piche, rolada sobre os edredons rasgados e, nessa viscosa cobertura de penas, humilhada e arrastada por toda a cidade…

Ó liberdade, és um sonho ruim!”

O MANIFESTO ANTI-HEGELIANO-SEMITA DO MAIOR DE TODOS OS JUDEUS

Os judeus deveriam se consolar com facilidade por terem perdido Jerusalém e o Templo e o tabernáculo e os talheres dourados e as jóias de Salomão… Essa perda é mínima em comparação com a Bíblia, esse tesouro indestrutível que conseguiram salvar. Se não me engano, foi Maomé que chamou os judeus de o <Povo do Livro>, um nome que até os dias de hoje perdura no Oriente e que é profundamente representativo. Um livro é sua pátria, sua propriedade, seu senhor, seu azar e sorte. Eles vivem nos pacíficos limites desse livro, ali exercem sua cidadania inalienável, ali não podem ser perseguidos, desprezados, ali são fortes e dignos de inveja. Imersos na leitura desse livro, muito pouco notaram das mudanças que ocorreram ao seu redor, no mundo real; povos surgiram e desapareceram, Estados floresceram às alturas e feneceram, revoluções assolaram o planeta… Porém eles, os judeus, estavam inclinados sobre o seu livro, e nada perceberam da selvagem caçada do tempo que grassava sobre suas cabeças. Assim como o profeta do Oriente os denominou o <Povo do Livro>, o profeta do Ocidente, em sua Filosofia da História, os chamou de o <Povo do Espírito>. Desde o mais remoto início, como observamos no Pentateuco, os judeus professam a sua inclinação ao abstrato, e toda sua religião não passa de um tipo de dialética, através da qual a matéria é separada do espírito, e o Absoluto é somente reconhecido na forma exclusiva do espírito. Que posição assustadoramente isolada não tiveram que assumir entre os povos da Antiguidade, que se dedicavam aos mais alegres serviços da natureza, compreendendo o espírito muito mais como manifestação, em símbolo e imagem, na matéria! Que terrível oposição não ergueram, portanto, contra o colorido Egito que coalhava de hieróglifos, contra a Fenícia dos grandes templos de prazer de Astarte, ou mesmo contra a bela pecadora, a adorável, doce-perfumosa Babilônia, e por último, até mesmo contra a Grécia, a florescente terra natal da arte!

(…) Moisés deu ao espírito, por assim dizer, as paliçadas materiais contra a invasão dos povos vizinhos: ao redor do campo onde semeara o espírito, plantou a áspera lei cerimonial e um egocêntrico sentimento de nacionalidade, como uma protetora cerca de espinhos. (…) eis que surge Jesus Cristo e derruba a lei cerimonial, que doravante nenhuma importância terá, proclamando também a sentença de morte sobre a nacionalidade judaica… (…) Foi uma grande demanda emancipatória, resolvida, contudo, de forma bem mais generosa que as atuais na Saxônia e Hannover… (…)

…e a humanidade toda, desde então, aspira in imitationem Christi à mortificação do corpo e à suprassensível entrada no espírito absoluto

Quando voltará a harmonia? Quando irá o mundo se curar dessa ânsia por espiritualização, o insano erro através do qual tanto a alma como o corpo adoeceram? Um grande antídoto reside no movimento político e na arte. Napoleão e Goethe atuaram com precisão. Aquele, por ter obrigado os povos a admitirem todos os tipos de movimentos saudáveis ao corpo; este, por nos ter tornado de novo receptíveis à arte grega e criado obras de peso, nas quais podemos nos agarrar como nas estátuas de mármore dos deuses, para não afundarmos no mar enevoado do espírito absoluto…”

O HOMEM ETERNO DE HEINE, O ANIMAL MORAL

Eu creio poder afirmar que a moralidade independe do dogma e da legislação, ela é inteiramente um produto do saudável sentimento humano, e a moralidade verdadeira, a razão do coração, irá perdurar eternamente, mesmo que o Estado e a Igreja venham abaixo.

Gostaria que tivéssemos uma outra palavra para isso que chamamos aqui de moralidade [Sittlichkeit]. Poderíamos ser levados a entender a moralidade como produto dos costumes [Sitte]. Os povos latinos vêem-se na mesma arapuca, ao tirarem sua morale de mores. (…) Existe, assim, um costume indiano, um chinês, um costume cristão, mas só existe uma única moralidade humana. Esta talvez não se deixe apreender em um conceito, e a lei da moralidade, que denominamos moral, não passa de uma brincadeira dialética. A moralidade se revela nas ações, e somente nos motivos destas, não em suas formas e cores, reside o significado moral. (…)

(…) As palavras mais estranhas do Novo Testamento são para mim as desta passagem do Evangelho de S. João, 16:12-13: <Ainda tenho muito que voz dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.> (…)

Uma certa ambigüidade mística predomina em todo o N.T. Uma astuta digressão, não um sistema, são as palavras: <Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus>. Do mesmo modo, quando perguntam a Cristo <és o rei dos judeus?> a resposta é evasiva. Assim também quando se indaga se ele seria o Filho de Deus. Maomé se mostra muito mais aberto e categórico. Quando lhe perguntaram algo semelhante, respondeu: <Deus não tem filhos>.

(…) Se aparecer um Salvador agora, não terá mais que se deixar crucificar para divulgar a sua doutrina com impacto... Basta que simplesmente mande imprimi-la e anuncie o livrinho nos classificados do Allgemeine Zeitung, a 6 cruzados por linha. (…) Que fonte revigorante para todos os sofredores foi o sangue que escorreu no Gólgota!… Esse sangue respingou nos brancos deuses de mármore da Grécia, que adoeceram de um horror interior e nunca mais se recuperaram! A maioria, naturalmente, já carregava a peste dentro de si, e o susto tão somente apressou-lhes a morte. Primeiro morreu Pã.”

[Nota do tradutor] Pustkuchen, Johann Friedrich Willhelm (1793-1834): escritor e clérigo protestante; ficou conhecido por sua continuação do romance Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister, de Goethe, sob o pseudônimo Glanzow. Quando teve a identidade revelada, foi impiedosamente ridicularizado pelo autor da obra.”

DE NOVO A BÍBLIA, A NATUREZA, A ARTE E UMA PITADA DE CULINÁRIA

Na Bíblia não aparece qualquer vestígio de arte; o estilo é o de um bloco de notas, no qual o espírito absoluto, como se não tivesse qualquer auxílio individual, registra os acontecimentos do dia, quase com aquela mesma fidelidade aos fatos que usamos para escrever nossos bilhetes. Sobre esse estilo não se pode emitir qualquer juízo, apenas constatar o efeito sobre nossas emoções, e não se desconcertaram pouco os gramáticos gregos, quando tiveram que definir em conceitos convencionais muitas das belezas flagrantes da Bíblia. Longino fala de sublime. Estetas mais recentes, de ingenuidade. Ah! (…) Apenas em um único escritor sinto algo que me lembra o estilo sem mediações da Bíblia. É Shakespeare. Também nele irrompe às vezes a palavra com aquela assombrosa nudez que nos assusta e estremece; nas obras shakespearianas vemos às vezes a verdade encarnada sem as roupagens da arte. Mas isso só acontece em alguns momentos; o gênio da arte, sentindo talvez a sua impotência, delega, por um momento, sua tarefa à natureza, para depois reafirmar com ciúme ainda maior o seu domínio sobre a criação plástica e o divertido encadeamento do drama. Shak. é judeu e grego ao mesmo tempo, ou melhor, nele os dois elementos, o espiritualismo e a arte, se interpenetraram, plenos de conciliação, desdobrando-se num todo mais elevado.

(…) <Com o Espírito Santo se dá o mesmo que com o terceiro cavalo, quando a gente viaja pelo Correio Expresso; é preciso sempre pagar por ele, mas a gente nunca vê o tal cavalo.>

(…) enquanto eu debatia com o prussiano a Santíssima Trindade, lá embaixo, o holandês explicava como se diferencia o bacalhau do Labberdan e do stockfish; que seriam no fundo a mesmíssima coisa.”

SOBREVIVÊNCIA DE UMA VOCAÇÃO EXTEMPORÂNEA

Os poetas, desde o triunfo da Igreja Cristã, formaram sempre uma comunidade silenciosa, onde a alegria no culto das antigas imagens e a rejubilante fé nos deuses se disseminam de geração em geração, na tradição dos cantos sagrados…

(…) O mundo não permanece no cessar-fogo inerte, mas na mais estéril circulação. Outrora, quando era jovem e inexperiente, acreditava que, na guerra de libertação da humanidade, ainda que os combatentes isolados perecessem, a grande causa venceria no final… E eu estremeço com estes belos versos de Byron: <As ondas vão uma atrás da outra, mas o mar segue adiante>.

Ah! Quando se observa por mais tempo essas manifestações da natureza, percebe-se que o mar que avança, volta de novo ao leito anterior num ciclo determinado, e mais tarde avança de novo, com a mesma violência, buscando recuperar o terreno perdido, e por fim, pusilânime, parte em retirada como antes, e embora repita esse jogo continuadamente, nunca vai adiante… Também a humanidade move-se pelas leis do fluxo e refluxo, e quem sabe no mundo do espírito a Lua também exerça a sua influência sideral.”

ESPARTANOS E HOLANDESES

Assim como os espartanos preservavam seus filhos da embriaguez, mostrando-lhes um hilota bêbado como exemplo a se evitar, deveríamos fornecer às nossas instituições de ensino um holandês, para que a sua apática e inerte natureza de peixe provocasse nas crianças o horror à sobriedade. E deveras, a sobriedade holandesa é um vício bem mais mortífero que a embriaguez dos hilotas. Gostaria de quebrar a cara de Mynheer…”

INEXISTÊNCIA DA VIDA EXTRA-TERRESTRE

Mas não há nenhum outro mundo habitado, como sonham alguns, tão só esferas cintilantes de pedra, ermas e estéreis,

Elas não caem por não saberem onde cair.”

A FARSA FRANCESA

Os cabelos de prata que eu vira esvoaçar majestosamente nos ombros de Lafayette, herói de dois mundos, transformaram-se, ao observá-los mais de perto, numa peruca marrom que cobria miseravelmente um crânio estreito. E até mesmo o cão Medor, que visitei no pátio do Louvre e que, guardado sob bandeiras tricolores e troféus, comeu tranqüilo a ração que lhe dei: não era de forma alguma o verdadeiro cachorro, mas uma besta corriqueira que se apropriara da glória alheia, como é muito usual entre os franceses, e que, assim como tantos outros, explorava a fama da Revolução de Julho…

Pobre povo! Pobre cão, eles!

(…) Em julho de 1830 conquistou a vitória para aquela burguesia que valia tão pouco quanto a nobreza que substituiu, e com o mesmo egoísmo… (…) Mas acreditai: quando soar novamente o sino da intempérie e o povo tomar em armas, desta vez ele lutará em causa própria e exigirá o soldo merecido. Desta vez, o verdadeiro Medor há de receber as honras e a ração… (…)

Mas cala-te, coração, tu te expões em demasia.”

* * *

UMA GAIVOTA

meus poemas repulsivos não são alimento para a rude multidão.”

AS GARRAFAS PELO CHÃO

Solitário, este imbecil contempla a cama.”

* * *

GÊNIO OU APENAS UM ARISTOCRATA INSOLENTE?

um certo desdém, como o que se encontra em homens que se acham superiores à posição que ocupam, mas que duvidam do reconhecimento alheio. Não era aquela majestade recôndita que podemos encontrar na face de um rei ou de um gênio, que se ocultam incógnitos entre a multidão; era decerto aquela insolência revolucionária, um tanto titânica, que se nota no rosto de qualquer pretendente. A sua atuação, os seus movimentos, o seu andar tinham um quê de segurança, de certeza, de caráter. Os homens extraordinários estarão banhados da irradiação de seu espírito? Nossas emoções pressentirão a glória que nós, com os olhos do corpo, não podemos ver? A intempérie moral, em tais homens extraordinários, atuaria talvez eletricamente nos temperamentos jovens e sensíveis que deles se aproximam, como a tempestade real influi nos gatos?”

Dieffenbach, quando estudávamos em Bonn, onde quer que ele pegasse um gato ou um cachorro, logo lhe cortava o rabo, por puro prazer de cortar, o que muito nos irritava, porque os bichos gemiam insuportavelmente, mas depois perdoamos por ele ter, graças a esse prazer de talhar, se tornado o maior cirurgião da Alemanha”

O enigmático “Jean Paul” dos séc. XVIII-XIX: (*) “Pseudônimo de Johann Paul Friedrich Richter (1763-1825), um dos escritores mais populares e bizarros de seu tempo; anticlássico sem, contudo, identificar-se com os românticos, foi autor de romances labirínticos que uniam o sentimentalismo mais açucarado ao grotesco e o fantástico; tanto Heine quanto Börne apreciavam seu estilo e foram por ele influenciados. Passou os últimos 20 anos de sua vida em Bayreuth.”

<Börne não sabe escrever, como tampouco eu ou Jean Paul.> Rahel entendia o escrever como o calmo ordenamento, ou seja, a redação do pensamento, a concatenação lógica dos elementos da oração, em resumo, aquela arte da construção do período que ela tão entusiasticamente admirava em Goethe quanto em seu marido [Varnhagen von Ense], e sobre a qual tínhamos então, quase que diariamente, as discussões mais frutíferas.” “ela nutria uma grande admiração por aqueles serenos escultores da palavra que sabem manipular, libertos da alma gestante, todo o seu pensar, sentir e observar como se estes fossem uma determinada substância, moldando-os plasticamente.” “Quero apenas salientar que para se escrever prosa bem-acabada é necessário se ter também, entre outras coisas, o domínio das formas métricas. Sem essa maestria, falta ao prosador um certo ritmo, fogem-lhe construções de palavra, expressões, cesuras e frases que só no discurso metrificado são admissíveis, e surgem dissonâncias que ferem os poucos ouvidos mais sensíveis.”

Curioso! Se à distância ouvimos falar de uma cidade, onde habita este ou aquele homem ilustre, obrigatoriamente pensamos que ele seja o centro da cidade, que até os telhados estejam pintados com a cor de sua celebridade. Que surpresa não é então, quando chegamos a essa cidade, desejosos de encontrar o ilustre homem, e precisamos perder tanto tempo perguntando por ele, até encontrá-lo no meio da multidão!”

Quando cozinheiras se encontram, falam sobre seus patrões; quando escritores alemães se encontram, falam sobre seus editores.”

Como amei esse homem até o 18 de Brumário, e ainda lhe fui devotado até a Paz de Campo Formio, mas quando subiu os degraus do trono foi descendo cada vez mais fundo em valor; e poder-se-ia dizer que ele despencou da escada vermelha!”

Börne

(*) “Konstablerwache: praça em Frankfurt, que em 1833 foi tomada por estudantes revolucionários, planejando explodir o Parlamento alemão.”

UM HOMEM & SUAS COISAS: Discurso sobre a Censura

Agora eu tenho a maior preocupação que, na minha estupidez, eu venha [a] escrever além da conta, e tenha que fugir repentinamente – como haverei de empacotar, na correria, todas essas xícaras e o bule? (…) Na pressa eles poderiam se quebrar e, de modo algum, quero deixá-los para trás. Sim, nós homens somos bichos estranhos! O mesmo homem que coloca em jogo a calma e alegria de viver, ou até mesmo a própria vida, para afirmar sua liberdade de expressão, não quer perder algumas xícaras, e se torna um escravo silencioso para preservar um bule de chá. (…) Chego até a acreditar que o vendedor de porcelanas era um agente austríaco, e que Metternich teria me entulhado de louças para me domesticar. Sim, sim, por isso custou tão pouco, por isso aquele homem era tão convincente. Ah! O açucareiro com a felicidade conjugal foi uma isca tão docinha! (…) Quando se usam meios inteligentes contra mim, eu nunca me enraiveço; só a estupidez e a burrice me são insuportáveis.”

Börne

INIMIZADES METAFÍSICAS

Seu rancor contra Goethe talvez também tenha tido um começo local; eu disse começo e não causa; pois ainda que a circunstância de ambos terem nascido em Frankfurt tenha inicialmente atraído a atenção de Börne a Goethe, o ódio que se inflamou dentro dele contra esse homem, e ardeu cada vez mais impetuosamente, foi só a conseqüência necessária de uma diferença arraizada profundamente na natureza de ambos. Aqui não age uma maledicência mesquinha, mas uma repugnância desinteressada que obedece às pulsões inatas, uma disputa que é tão antiga quanto o mundo, que se manifesta em toda a história da humanidade, e que irrompeu com maior nitidez no duelo que o espiritualismo judaico travou contra o prazer de viver helênico, um duelo que ainda não foi decidido, e que talvez nunca termine: o pequeno nazareno odiava o grande grego, que ainda por cima era um deus heleno.”

Eu digo nazarena, para não utilizar o termo <judeu> ou <cristão>, conquanto ambas as expressões sejam sinônimas para mim, e não sejam usadas para definir uma crença mas um temperamento. <Judeus> e <cristãos> são para mim palavras com significados coincidentes, em oposição a <helenos>, nome que tampouco uso para denominar um determinado povo, mas um direcionamento do espírito e um modo de ver, inato e igualmente ensinado. (…) Desse modo, havia helenos em famílias de pregadores alemães, e judeus que nasceram em Atenas e que talvez descendessem de Teseu. A barba não faz o judeu, ou a trança não faz o cristão, poder-se-ia dizer aqui com razão.”

os nazarenos têm, algumas vezes, um certo bom humor saltitante, uma certa vivacidade cômica de esquilo, até amavelmente obstinada, e doce, e também brilhante, mas à qual logo sucede um turvamento do ânimo; falta-lhes a majestade da satisfação que só encontramos nos deuses conscientes.”

* * *

Ah, que alívio! Enfim eu levo

No Hades uma vida boa!

Vou me embebedar do Letes

Pra esquecer minha patroa.”

ROSA VELHA

(…)

Um pelinho piniquento

Na verruga me atrapalha –

Filha, vá para um convento,

Ou te apruma com navalha.”

O cão ainda abana o rabo, mas morde quem lhe estende a mão.”

judaísmo: doença hereditária e milenar”

Será que o Tempo, deus eterno, um dia

Há de livrar-nos da moléstia escura

Que os pais vão transmitindo para os filhos?

E os netos – hão de ter saúde e tino?”

O conteúdo que um poema encarna

Jamais surgiu num estalar de dedos;

Se demiurgos não criam do nada,

Ah, muito menos os mortais aedos.

(…)

Somente pelo esforço do <poeta>

É que matéria é valorizada.”

* * *

SINFONIA “SATÂNICA”

O sr. Adam, pelo que sei, esteve na Noruega, mas duvido que lá algum feiticeiro conhecedor das runas lhe tenha ensinado aquela cristalina melodia, da qual só se ousa tocar 10 variações, existindo uma 11ª que pode provocar um grande malefício: caso tocada, a natureza inteira entra em comoção, os rochedos e montanhas começam a dançar, e as casas dançam e, dentro, as mesas e cadeiras dançam; o avô puxa a avó para dançar; o cachorro, a gata; e até o bebê pula do berço e dança.”

(*) “Gaetano Vestris (1729-1808): bailarino e mímico italiano que fez carreira na França, vindo a ser mestre de dança de Luís XVI; tão célebre em sua época que teria dito: <só existem três grandes homens na Europa – o Rei da Prússia, Voltaire e eu>; vários de seus filhos tornaram-se bailarinos famosos, entre eles o bastardo Auguste Vestris, que herdou do pai o título de <le dieu de la danse>.”

CONTREDENSE

Não posso deixar de mencionar que a igreja cristã, que acolheu em seu regaço todas as artes e tirou proveito delas, não conseguiu, todavia, fazer nada com a dança, descartando e condenando-a. A dança talvez lembrasse por demais os ofícios religiosos dos pagãos, tanto dos pagãos romanos quanto dos germanos e celtas, cujos deuses migraram para aqueles seres élficos aos quais a crença popular atribui uma miraculosa mania de dançar.” “A dança é maldita, como diz uma piedosa canção popular da Bretanha, desde que a filha de Herodias dançou para o iníquo rei que mandou matar João para lhe agradar. <Quando se vê uma dança, acrescenta o cantor, deves pensar na cabeça sanguinolenta do Batista na baixela, e o desejo demoníaco não poderá seduzir a tua alma!> Quando se reflete com maior profundidade sobre a dança na Académie Royale de Musique, ela aparece como uma tentativa de cristianizar essa arte notoriamente pagã, e o balé francês cheira quase à igreja galicana, quando não ao jansenismo, como todas as manifestações artísticas da grande época de Luís XIV. (…) De fato, a forma e a essência do balé francês são castas, mas os olhos das dançarinas fazem ao passo mais pudico um comentário assaz pecaminoso, e seus sorrisos dissolutos estão em permanente contradição com seus pés. Vemos o contrário com as chamadas danças nacionais, que prefiro mil vezes ao balé da grande ópera. As danças nacionais são freqüentemente sensuais em demasia, quase grosseiras em suas formas, como por exemplo a indiana, mas a sagrada seriedade na face dos dançarinos moraliza essas danças e até as eleva a um culto.”

Um grande dançarino não precisa ser virtuoso”

— Vestris, Gaetano

LIBERTÉ DO POPULACHO / in FEMME FATALE

Essa monotonia infindável está começando a me entediar, e não entendo como um homem pode suportá-la por muito tempo. As mulheres, entendo muito bem. Para elas, desfilar a aparência é o essencial. Os preparativos para o baile, a escolha do vestido, o ato de se vestir, de ser penteada, o sorriso da prova frente ao espelho, em resumo, o brilho e a coqueteria lhes são o principal, e lhes proporcionam o mais deleitoso divertimento. Mas para nós, homens, que democraticamente usamos fraques e sapatos negros (os insuportáveis sapatos!), uma soirée é, para nós, apenas uma fonte inesgotável de tédio misturada com alguns copos de leite de amêndoa e suco de framboesa. Da nobre música, eu não quero nem falar.” “Ninguém deseja mais entreter o outro, e esse egoísmo se manifesta também na dança da sociedade atual.”

Nem sei como devo expressar a tristeza que me assola, quando, nos locais públicos de entretenimento, especialmente no período do Carnaval, observo o povo dançando. Uma música estridente, clamorosa e exagerada acompanha uma dança que em maior ou menor grau assemelha-se ao cancã. E ouço aqui a pergunta: o que é o cancã? Deus do céu, como dar ao Allgemeine Zeitung uma definição do cancã?! Ora: o cancã é uma dança que nunca é dançada na fina sociedade, mas tão-somente em danceterias infames, onde aquele que o dança, ou aquela, é invariavelmente preso por um agente policial e conduzido até a porta.”

Heinrich Heine, 1842 [!!]

os dançarinos sabem, através de variados entrechats irônicos e gesticulações exageradas, manifestar seus pensamentos proscritos, e assim o velamento aparece ainda mais indecoroso do que a própria nudez. Em minha opinião, não é de muita serventia à moralidade que o governo intervenha na dança do povo com tanto armamento; o proibido é o que mais docemente atrai, e o sofisticado, não raro espirituoso, subterfúgio à censura tem conseqüências ainda mais funestas do que a brutalidade autorizada. Essa vigilância sobre o prazer popular caracteriza, aliás, a situação das coisas por aqui e mostra o quanto avançaram os franceses na liberdade.”

Eis que os deuses da paixão

Urram, fazem fuzuê

Dentro do meu coração

Pra Rainha Pomaré

Não a tal do Taiti –

Essa já catequizaram –

Digo aquela, tão bonita

E danada de selvagem.

Duas vezes por semana,

No Mabille² a dama empolga

Os seus súditos, dançando

O cancã, também a polca.

Todo passo é majestoso,

Seus requebros, que beleza!

Das canelas ao pescoço,

Cada palmo é uma princesa –

Ela dança – e em comoção,

Deuses fazem fuzuê

Dentro do meu coração,

Pra Rainha Pomaré!”

¹ Codinome da puta-de-luxo e bailarina Élise-Rosita Sergent (1824-46): “ficou célebre pela dança sensual que estreou no Mabille; segundo o escritor e jornalista Alfred Delvau, sua fama declinou subitamente por ter ousado apresentar a polca no teatro do Palais Royal, ocasião em que foi <abominavelmente vaiada> Depois de sua morte, ganhou muitas homenagens póstumas, na forma de poemas e biografias: “morreu de tuberculose, antes de completar os 22 anos de idade. [É A PRÓPRIA: A DAMA DAS CAMÉLIAS!] Seu nome artístico foi emprestado de uma personalidade da época, a rainha taitiana Pomare IV, também conhecida como Aimata (<comedora de olhos>); convertida [do canibalismo] ao cristianismo por missionários protestantes ingleses, entrou em conflito com a França ao recusar o protetorado francês (Guerra Franco-Taitiana, 1844-46); [Fico admirado com os motivos de jardim-de-infância para os conflitos europeus do séc. XIX! Mas não deveria, a essa altura do campeonato!] o nome dinástico Pomare, usado por 5 governantes taitianos, significa <noite de tosse> (po = <noite>, mare = <tosse>), tendo sido adotado pelo unificador e primeiro rei do Taiti, Tarahoi Vairaatoa (1742-1803), em homenagem à filha mais velha, morta de tuberculose.” A arte real copiou a realidade.

² Praça parisiense de onde teria vindo o cancan.

HIPNOSE, HIGH NO(i)SE

Juan de Flandres

Ela dança. E como gira o corpo!

Cada membro se contorce solto!

Esvoaça – o que será que a impele

Desejar se desprender da pele?

Ela dança. E quando se revira

Num pé só, e pára, e enfim respira,

Braços estirados para o chão –

Protegei, ó Deus, minha razão!

Ela dança. A tal coreografia

Que teria a filha de Herodias

Feito para o rei judeu Herodes,

Tanto ardeu nos olhos dela a morte.

Ela dança. Eu fico alucinado!

O que queres em sinal de agrado?

Tu sorris? Soldados, em revista!

Tragam-me a cabeça do Batista!”

Herodias ou Salomé? Capitu traiu?!

O velório foi sem pompa, e acabou antes do horário.”

No cortejo, só teu cão, e o fiel cabeleireiro.”

Ó rainha dos insultos, vomitaram em tua coroa”

* * *

Uma Filosofia da História: impossível na Antiguidade. Somente o tempo de hoje tem materiais para isso: Vico, Herder, Bossuet – Creio que os filósofos ainda terão de esperar mil anos antes que possam comprovar o organismo da história [nem então] – até lá penso que só isso é presumível: por fundamental considero: a natureza humana e as relações (solo, clima, tradições, guerra, necessidades imprevisíveis e incalculáveis), ambas em seu conflito ou aliança contra o fundo da história, encontram sempre a sua assinatura no espírito, e a idéia, pela qual se deixam representar, age novamente como terceiro sobre elas; isso é fundamentalmente o caso nos nossos dias, também na idade média.”

Os mais altos rebentos do espírito alemão: filosofia e canção – O tempo acabou, com ele a calma idílica, a Alemanha foi impelida ao movimento – o pensamento não é mais desinteressado, em seu mundo abstrato despenca a crua circunstância – A locomotiva das estradas de ferro estremece nosso sentimento, e assim nenhuma canção consegue alvorecer; a fumaça escorraça o pássaro canoro e o fedor dos lampiões a gás empesteia a perfumosa noite enluarada.”

Não compreendemos as ruínas antes de nos tornarmos ruínas nós mesmos”

Essa confissão de que o futuro pertence aos comunistas, eu a faço no tom de enorme medo e preocupação, e esse tom, ah!, não é nenhuma máscara! De fato, somente com horror e susto é que penso no tempo em que esses iconoclastas escuros irão tomar o poder: com seus punhos brutos hão de arrebentar as estátuas de mármore do meu mundo de arte tão querido, esfacelar todas aquelas fantásticas quinquilharias que os poetas tanto amam; derrubar o meu bosque de louros e plantar batatas no lugar; os lírios que não fiam nem trabalham e, no entanto, estão vestidos tão belos como o Rei Salomão, hão de ser arrancados do solo da sociedade, se não quiserem pegar na roca; os rouxinóis, cantores inúteis, hão de ser afugentados, e o meu Livro das Canções será usado, ah!, para embrulhar café ou o rapé das velhotas do futuro – Ah! tudo isso eu prevejo, e uma tristeza indizível se apodera de mim quando penso no declínio com o qual os meus poemas e toda a velha ordem do mundo estão ameaçados pelos comunistas” Tem razão, Heinrich Heine! Não precisamos de bosques de louros, só de batatas!

Eu sou cristão – comprova a certidão “Ich bin ein Christ – wie es im Kirchenbuche”

Que Deus vos dane e mande para o inferno! A cortesia eu devo a meus parentes.”

LENDA DE CASTELO

Em Berlim, lá no dossel

De um castelo medieval,

Vê-se dama e um corcel

Em satisfação carnal.

Dizem que a dita seria

A ilustríssima senhora

Mãe da nossa dinastia;

E que a porra¹ inda vigora.

Sim, de fato, o traço humano

Nela mal se faz notar!

Num monarca prussiano

Predomina o cavalar.

A conversação grosseira,

Os relinchos na risada,

Raciocínio de cocheira –

Asno em cada polegada!

Tu, ó mais jovem rebento,²

És o único cristão;

Pelo bom comportamento,

Não serás um garanhão.”

¹ Aqui tem o sentido de arma de tortura medieval.

² Frederico Guilherme IV

Eu frito ovinhos de formiga

Para comermos de manhã;

Depois eu vou herdar, querida,

Punzins-de-freira¹ da mamã.”

¹ Bolinhos-de-chuva

MORFINA

(…)

Dormir é bom – morrer, melhor –, contudo,

O que eu prefiro: nunca ter nascido.”

O DEUS APOLO

(…)

Canta o jovem louro e toca

Lira delicadamente;

Na freirinha a música provoca

Um calor sem precedente.

O sinal da cruz a freira faz;

Um, dois, três sinais da cruz;

O sinal, contudo, é ineficaz

Ao prazer que a dor produz.”

Marguerite Porète, O Espelho das Almas Simples e Aniquiladas (livro de bruxa)

(*) “Mohel: homem judeu habilitado à prática do Brit milah (circuncisão).”

(*) “Livre-espírito: corrente de misticismo radical com tendências anômicas que se disseminou em várias regiões da Europa, entre os séc. XII e XV, englobando os amalricianos, joaquimitas, valdenses e outros, como a Irmandade do Livre-Espírito, surgida na Renânia, Suábia e Países Baixos, no século XIII, e à qual os beguinos foram associados.”

tão bom quanto morrer pela pátria é ser feliz”

DOIS CAVALEIROS

Krapulinski e Maukaratski,

Dois polacos da Polônia,

Lutam contra a tirania

De Moscou com acrimônia.

(…)

Tal qual Pátroclo e Aquiles,

Alexandre e Hefestião,

Eles são grandes amigos,

Trocam beijos de montão!

(…)

Sim, os dois têm muitos trajes,

Um pra cada cerimônia –

Duas calças e camisas

Que trouxeram da Polônia.”

REI DAVI

Déspota – da vida se despede

Rindo, pois bem sabe o que sucede:

O desmando vai trocar de mão,

Não acaba nunca a servidão.”

AGORA AONDE?

(…)

De fato a guerra se acabou,

Mas não as côrtes marciais,

E aquilo que escreveste outrora,

Dizem, não vai deixar-te em paz.

(…)

Entristecido olho pra cima

Acena-me um montão de estrelas;

Contudo eu não encontro a minha,

Em canto algum consigo vê-la.”

O REI MOURO

(…)

Ela diz: <Boabdil el Chico,¹

Alegra-te amado meu,

Que no abismo da desgraça

Já verdeja o teu laurel.

Não somente o coroado

De vitórias triunfante,

Protegido por aquela

Deusa cega, é que obtém

Glória, mas também o filho

Do infortúnio, derrubado

Pela sorte, sobrevive

Para sempre na memória>.”

¹ Apelido do último rei mouro derrotado e expulso pela monarquia espanhola em 1492.

* * *

ROMANCE ZERO

ME INSURJO CONTRA HEGEL, ESSE PAGÃO!

os panteístas na verdade não passam de ateus envergonhados, que temem menos a coisa do que a sombra que ela projeta na parede, do que o nome. (…) só duas formas de governo, a monarquia absolutista e a república, suportam a crítica da razão ou da experiência; deve-se escolher uma delas; toda a mixórdia que há entre as duas é falsa, insustentável e funesta. Do mesmo modo surgiu a concepção na Alemanha de que se deve escolher entre religião e filosofia, entre o dogma revelado da crença e a última conseqüência da razão, entre o absoluto Deus da Bíblia e o ateísmo.

(…) Não brinquei com nenhum simbolismo nem abjurei a minha razão por completo. Não reneguei nada, nem sequer meus velhos deuses pagãos, dos quais me afastei decerto, mas separando-me com amor e amizade.”

MISERÊ

(…)

Mora nas alturas o dinheiro,

Mas adora adulador rasteiro.

(…)

O preço do pão subiu e muito,

Mas abrir a boca inda é gratuito –

Canta, pois, o cão de algum mecenas

Para te entupir de guloseimas!”

O APAGADO

(…)

Aflige-me a preocupação – Demora a tal ressurreição?

(…)

o que mais quer este meu corpo é uma mulher.

Deve ser loira, de olho azul,

Linda e suave como a luz

Da lua – só a duras penas

Agüento o sol dessas morenas.”

EFEMÉRIDE

Missa alguma irão cantar,

Nem Kadisch irão dizer,

Nada dito e nem cantado

Para mim, quando eu morrer.”

Historinhas de polaco

Que escancaram o riso teu,

Toda noite eu te contava

No dialeto dos judeus.”

Preocupação é como bolha de sabão:

o ruim é quando estoura

Mas dá nada, não!

AMIGOS & DINHEIRO

Brilhando o Sol-Felicidade,

As moscas dançam à vontade.

Os meus amigos me elogiam,

Com eles sempre compartilho

A carne boa do churrasco

E até meu último centavo.

Sumiu a sorte e o meu dinheiro

Vai com o amigo derradeiro;

Na escuridão, a moscaria

Não dança mais com alegria;

Foram-se as moscas e amizades

De braços com a felicidade.”

LEGADO

(…)

Cristão eu lego aos inimigos

Dádivas de agradecimento.

Aos meus fiéis opositores

Eu deixo as pragas e doenças,

A minha coleção de dores,

Moléstias e deficiências.

Recebam ainda aquela cólica,

Mordendo feito uma torquês, [fórceps]

Pedras no rim e as hemorróidas,

Que inflamam no final do mês.

As minhas cãibras e gastrite,

Hérnias de disco e convulsões –

Darei de herança tudo aquilo

Que usufruí em diversões.”

O HOMISLOBO

Israel, que a bruxa má

Metamorfoseou em cão.

(…)

Mas na sexta-feira à tarde,

Nos minutos do crepúsculo,

Cai o encanto, e aquele cão

Recupera a humanidade.

(…)

<Meu amado, hoje ninguém

Vai fumar, porque é Schabat>

(…)

[MASTER CHEF BC]

Cholent, divinal centelha

Filha que nasceu no Elísio!

Assim cantaria Schiller,

Se provasse esse petisco.

Cholent é o manjar dos Céus,

Foi o próprio Deus Senhor

Que passou para Moisés

A receita no Sinai [SENAI!]

(…)

Cholent, ambrosia koscher

Do Deus uno e verdadeiro,

É o maná do paraíso,

E, com ele comparado,

É tão só uma porcaria

Dos diabos a ambrosia

Que na Grécia os simulacros

Do Capeta compartilham.”

MIMI [a gata]

(…)

De instrumentos não carecem,

São sua própria viola e flauta,

As narinas são trompetes,

Os bigodes, sua pauta.”

Berlioz, Le soirée de l’orchèstre

(*) “Capriccio: do italiano = <movimento súbito>, <capricho>; provavelmente de capro (<bode>); tipo de composição musical caracterizada por uma certa liberdade de realização.” Caprichou, hein?!

* * *

Enfim, lei. Nunca fui, nem o cargo me consentia ser propagandista da abolição, mas confesso que senti grande prazer quando soube da votação final do Senado e da sanção da Regente. Estava na rua do Ouvidor, onde a agitação era grande e a alegria geral. (…) Ainda bem que acabamos com isto. Era tempo. Embora queimemos todas as leis, decretos e avisos, não poderemos acabar com os atos particulares, escrituras e inventários, nem apagar a instituição da história, ou até da poesia. A poesia falará dela, particularmente naqueles versos de Heine [Navio Negreiro]

Machado de Assis, Memorial de Aires (13-05-1908)

DAS SKLAVENSCHIFF

I

Der Superkargo Mynheer van Koek

Sitzt rechnend in seiner Kajüte;

Er kalkuliert der Ladung Betrag

Und die probabeln Profite.

<Der gummi ist gut, der Pfeffer ist gut,

Dreihundert Säche und Fässer;

Ich habe Goldstaub und Elfenbein –

Die schwarze Ware ist besser.

Sechshundert Neger tausche ich ein

Spottwohlfeil am Senegalflusse.

Das Fleisch ist hart, die Sehnen sind stramm,

Wie Eisen vom besten Gusse.

Ich hab zum Tausche Branntewein,

Glasperlen und Stahlzeug gegeben;

Gewinne daran achthundert Prozent,

Bleibt mir die Hälfte am Leben.

Bleiben mir Neger dreihundert nur

Im Hafen von Rio-Janeiro,

Zahlt dort mir hundert Dukaten per Stück

Das Haus Gonzales Perreiro.>

Da plötzlich wird Mynheer van Koek

Aus seinen Gedanken gerissen;

Der Schiffschirurgius tritt herein,

Der Doktor van der Smissen.

Das ist eine klapperdürre Figur,

Die Nase voll roter Warzen –

<Nun, Wasserfeldscherer>, ruft van Koek,

<Wie geht’s meinen lieben Schwarzen?>

Der Doktor dankt der Nachfrage und spricht:

<Ich bin zu melden gekommen,

Dass heute nacht die Sterblichkeit

Bedeutend zugenommen.

Im Durchschnitt starben täglich zwei,

Doch heute starben sieben,

Vier Männer, drei Frauen – Ich hab den Verlust

Sogleich in die Kladde geschrieben.

Ich inspizierte Leichen genau;

Denn diese Schelme stellen

Sich manchmal tot, damit man sie

Hinabwirft in die Wellen.

Ich nahm den Toten die Eisen ab;

Und wie ich gewöhnlich tue,

Ich liess die Leichen wefen ins Meer

Des Morgens in der Fruhe.

Es schossen alsbald hervor aus der Flut

Haifische, ganze Heere,

Sie lieben so sehr das Negerfleisch;

Das sind meine Pensionäre.

Sie folgten unseres Schiffes Spur,

Seit wir verlassen die Küste;

Die Bestein wittern den Leichengeruch

Mit schnupperndem Frassgelüste.

Es ist possierlich anzusehn,

Wie sie nach den Toten schnappen!

Die fasst den Kopf, die fasst das Bein,

Die andern schlucken die Lappen.

Ist alles verschlungen, dann tummeln sie sich

Vernügt um des Schiffes Planken

Und glotzen mich an, als wollten sie

Sich für das Frühstück bedanken.>

Doch seufzend fällt ihm in die Red’

Van Koek: <Wie kann ich lindern

Das Übel? wie kann ich die Progression

Der Sterblichkeit verhindern?>

Der Doktor erwidert: <Durch eigne Schuld

Sind viele Schwarze gestorben;

Ihr schlechter Odem hat die Luft

Im Schiffsraum so sehr verdorben.

Auch starben viele durch Melancholie,

Dieweil sie sich tödlich langweilen;

Durch etwas Luft, Musik und Tanz

Lässt sich die Krankheit heilen.>

Da ruft van Koek: <Ein guter Rat!

Mein teurer Wasserfeldscherer

Ist klug wie Aristoteles,

Des Alexanders Lehrer.

Der Präsident der Sozietät

Der Tulpenveredlung im Delfte

Ist sehr gescheit, doch hat er nicht

Von Eurem Verstande die Hälfte.

Musik! Musik! Die Schwarzen soll’n

Hier auf dem Verdecke tanzen.

Und wer sich beim Hopsen nicht amüsiert,

Den soll die Peitsche kuranzen.>

II

Hoch aus dem blauen Himmelszelt

Viel tausend Sterne schauen,

Sehnsüchtig glänzend, gross und klug,

Wie Augen von schönone Frauen.

Sie blacken hinunter in das Meer,

Das weithin überzogen

Mit phosphorstrahlendem Purpurduft;

Wollüstig girren die Wogen.

Kein Segel flatter am Sklavenschiff,

Es liegt wie abgetakelt;

Doch schimmern Laternen auf dem Verdeck,

Wo Tanzmusik spektakelt.

Die Fiedel streicht der Steuermann,

Der Koch, der spielt die Flöte,

Ein Schiffsjung’ schlägt die Trommel dazu,

Der Doktor blast die Trompete.

Wohl hundert Neger, Männer und Fraun,

Sie jauchzen und hopsen und kreisen

Wie toll herum; bei jedem Sprung

Takmässig klirren die Eisen.

Sie stampfen den Boden mit tobender Lust,

Und Manche schwarze Schöne

Umschlinge wollüstig den nackten Genoss –

Dazwischen ächzende Töne

Der Büttel ist Maître des plaisirs,

Und hat mit Peitschenhieben

Die lässigen Tanzen stimuliert,

Zum Frohasinn angetrieben.

Und Dideldundei und Schnedderedeng!

Der Lärm lockt aus den Tiefen

Die Ungetüme der Wasserwelt

Die dort blödsinnig schliefen.

Schlaftrunken kommen geschwommen heran

Haifische, viele hundert

Sie glotzen nach dem Schiff hinauf,

Sie sind verdutzt, verwundert.

Sie merken, dass die Frühstückstund’

Noch nicht gekommen, un gähnen,

Aufsperrend den Rachen; die Kiefer sind

Bepflanzt mit Sägezähnen.

Und Dideldundei und Schnedderedeng –

Es nehmen kein Ende die Tänze.

Die Haifische baissen vir Ungeduld

Sich selber in die Schwänze.

Ich glaube, sie lieben nicht die Musik,

Wie viele von ihrem Gelichter.

<Trau keener Bestie, die nicht liebt

Musik!> sagt Albions grosser Dichter.

Und Dideldundei und Schnedderedeng –

Die Tänze nehmen kein Ende.

Am Fockmast steht Mynheer van Koek

Und faltet betend die Händer:

<Un Christi willen verschone, o Herr,

Das Leben der Schwarzen Sünder!

Erzürnten sie dich, so weisst du ja,

Sie sind so dumm wie die Rinder.

Verschone ihr Leben um Christi will’n

Der für uns alle gestorben!

Denn bleiben mir nicht dreihundert Stück,

So ist mein Geschäft verdorben.>

* * *

Eu sei que o mundo está repleto

De vício, ignorância, intriga;

Mas já me acostumei, confesso,

A rastejar nesta pocilga.

A máquina do mundo não

Há de pegar-me pra moer –

Só saio em rara ocasião,

E fico em casa com prazer.

Me deixa aqui! Minha mulher

Tagarelando é um licor;

Nos olhos dela, e onde quer

Que vejo, enxergo só amor.

Saúde e um pouco de dinheiro,

Senhor, é tudo que eu te rogo!

Quero com minha companheira

Viver feliz no status quo!”

Uma esfinge de verdade

Não difere da mulher;

Faz-se de frivolidade

A leoa quando quer.

Escuríssima a charada

Dessa esfinge. Nem o tal

Filho-esposo de Jocasta

Decifrava uma igual.

Mas por sorte, o boudoir

Ignora a própria senha;

Se algum dia adivinhar –

Este mundo se desgrenha.”

DESPEDIDA

(…)

Sei que não foi por descaro

Pelo riso em tua cara;

No teu cérebro as lembranças

Ficam onde não alcanças.

Passar bem! – Nem acreditas

Como dói a despedida.

Deus te conserve a alegria

E a cabeça bem vazia!”

Por que se arrasta miserável

O justo carregando a cruz,

Enquanto, impune, em seu cavalo,

Desfila o ímpio de arcabuz?

De quem é a culpa? Jeová

Talvez ele não seja assim tão forte?

Ou será Ele o responsável

Por todo o nosso azar e sorte?

E perguntamos o porquê,

Até que súbito – afinal –

Nos calam com a pá de cal –

Isto é resposta que se dê?”

RATOS RETIRANTES

(…)

1000 kilômetros se arrastam

Os famintos, sem repasto;

Caminhando sobre espinhos

E através dos torvelinhos.

Enfrentando as serranias,

Mar revolto e calmarias;

Uns se afogam, os demais

Nunca olham para trás.

Com focinhos sorrateiros

Fuçam esses companheiros;

A cabeça é sempre igual –

Corte zero, radical.

São vermelhos, têm horror

Dos que crêem no Criador.

Não batizam filho algum,

E a mulher é um bem comum.

Rataiada epicuréia –

Só pensa em pão com geléia;

E renega, quando come,

A imortalidade do homem.

Rato bárbaro e moderno,

Não há gato nem inferno

Que afugente; e sem sustento,

Quer ruir o fundamento.

Arre! Os ratos retirantes

Não estão nada distantes!

Já se escuta o burburinho

Dos roedores a caminho.

Ai de nós! Eles já estão

Se apinhando no portão!

Vereadores e prefeito

Gesticulam contrafeitos.

Soam alto os campanários;

Fazem fila os voluntários:

Vão lutar pela cidade

E a privada propriedade.

Hoje, as preces, meus diletos,

Não vos salvam, nem decretos

Ou disparos de canhão

Vos garantem proteção.

Com floreios de oratória

Não se enfeita esta história.

Silogismo não engana

Uma esperta ratazana.

Quem tem fome filosofa

Com torresmos e farofa

E, dialética, argumenta:

Carne assada com polenta.

Caladinho, o bacalhau

Fala mais ao radical

Que os discursos do Sr.

Quintiliano ou Mirabeau.”

Terrível mal faz à saúde

A nossa Terra, não te iludas;

Tudo que cresce belo e forte,

Aqui, caminha para a morte.

Serão espectros da loucura,

Que vão subindo nas alturas,

Calados, para engravidar

Com sêmen venenoso o ar?

Flores-meninas que, tão logo

Se desabrocham para o sol

Apaixonado, são colhidas,

Por lâmina cruel, da vida.

Heróis, montados no alazão,

Sucumbem a tiros de canhão;

Assanham-se pela coroa

De louro os sapos na lagoa.

Do que brilhava com orgulho

Hoje nem sombra nem barulho;

Em desespero, o gênio parte

Ao meio a lira de sua arte.

Estrelas é que são espertas!

Da Terra nunca chegam perto;

Ocultas em lugar seguro,

Brilham incólumes no escuro.

Felicidade e calmaria

Elas jamais arriscariam,

Para compartilhar conosco

Miséria e todo esse desgosto –”

Pra qualquer lugar do mundo

Que fores, no âmago profundo,

Jaz meu espírito zelota,

Em sonhos, dando cambalhota.

Escutas esta melodia?

Ele é quem toca! – E, de alegria,

Uma pulguinha, em teu decote,

Rebola e dá muito pinote.”

A FLOR DE LÓTUS

Sim, nós dois somos deveras

Um casal muito esquisito;

A mulher é ruim das pernas,

Seu amante é paralítico.

Uma gata que lamenta,

Um doente pra cachorro;

Assim pelo que aparenta

Ambos têm juízo torto.

Ela pôs em sua cabeça

Que é uma flor nenúfar-branca;

Pálido, seu homem pensa

Ser lunífera carranca.

Nas idéias se contentam,

Mas em tudo o que se apraz

Entre a alma e a vestimenta

Vão ficando para trás!

No luar, a flor de lótus

Desabrocha – mas que pena –

Ao invés de um jorro forte

E vital, dão-lhe um poema!”

Sim, temo que te prejudique,

Minha criança delicada,

Tu disputares a largada

Do Grande Prêmio de Afrodite.

Concordo que seja melhor

Tu escolheres um sujeito

Doente para amante, feito

Eu que somente inspiro dó.”

* * *

Depois de ter desferido os golpes mais mortais no significado da poesia romântica na Alemanha, de novo penetrou em mim uma nostalgia infinita pela flor azul na terra encantada do romantismo, e agarrei o alaúde enfeitiçado e cantei uma canção, na qual me entreguei a todos os amáveis exageros, a toda enluarada embriaguez, a toda florescente loucura de rouxinol que tanto amei outrora. Eu sei, foi <o último canto silvestre livre do romantismo>, e fui seu último poeta: comigo se encerra a velha escola lírica dos alemães, enquanto, ao mesmo tempo, a nova escola, a poesia moderna alemã, era por mim inaugurada. Essa dupla relevância há de me ser reconhecida pelos historiadores literários da Alemanha.

Confissões, 1854.”

POEMA-SÍNTESE

No sonho de uma noite de verão,

Onde, ao luar, em branca decadência,

Viam-se os restos – a recordação

Dos tempos de esplendor da Renascença,

(…)

O tempo – ai! – a sífilis pior –

Roubou-lhes a elegância do nariz.

Deitado num sarcófago de mármore,

Intacto, a destacar-se entre as ruínas,

Vê-se, não menos íntegro, o cadáver

De um homem com feições alexandrinas –

(…)

Todo o fulgor do Olimpo em uma leva

De deuses, na tertúlia costumeira;

E, próximo, o casal Adão e Eva –

Pudicos, com folhinhas de figueira.

Ali se via Tróia incendiada,

Helena, Páris e também Heitor;

Judite e Holofernes (sem a espada),

Aarão junto a Moisés, Libertador.

(…)

Ao lado, vinha o burro de Balaão

(A besta que falava maravilhas),

Também se via a prova de Abraão,

E Lot embriagado pelas filhas.

Dava pra ver a dança de Herodias

E a fronte do Batista na bandeja;

O inferno, o Demo e, bem nas cercanias,

A <Pedra> que sustenta a Santa Igreja.

Viam-se ali, talhados com buril,

As artimanhas do deus Jove, o tal

Que como cisne a Leda seduziu,

E a Dânae, como chuva de metal.

Diana, junto às ninfas, no mister

Da caça, e cães dilacerando o intruso;

Hércules, travestido de mulher,

Trabalha com a roca, lãs e o fuso.

Não longe, na montanha do Sinai,

Vê-se Israel entre os rebanhos seus;

No templo, o Deus menino é que se sai

Melhor ao discutir com fariseus.

Contrários justapostos numa pedra:

Da Hélade, o prazer; e da Judéia,

A idéia-Deus! E os dois a hera enreda

Nos arabescos da verdosa teia.

Sublime! Enquanto olhava com espanto

O monumento, em sonho, me dei conta

Que o morto, no sarcófago, era um tanto

Familiar – sou eu que ali desponta!

E em frente ao túmulo, deu na veneta

De enraizar-se flor muito esquisita

(Pétalas cor de enxofre e violeta)

Que de um amor indômito palpita.

O povo a nomeou flor da paixão,

E crê que lá no Gólgota nasceu,

Quando morreu na cruz, pra salvação

Do mundo, o filho único de Deus.

Dizem que a planta dá um testemunho

De sangue, e aquela ferramentaria,

Que sói o algoz usar de próprio punho,

No cálice da flor se enxergaria.

Sim, todos os petrechos da Paixão

Estavam lá – a sala de tortura

Chibata, espinhos pra coroação,

Martelo, pregos e a madeira dura.

A flor cresceu defronte ao mausoléu,

E sobre o meu cadáver se recurva –

Calada, me envolveu no escuro véu,

Me beija, e chora feito uma viúva.

(…)

Não nos falamos, mas meu coração

Ouviu o que calaste – para o amor,

Silêncio é um puro e vívido botão;

Na fala, a língua fica sem pudor.

Ah, como o tal silêncio é linguarudo!

E nada de metáfora gongórica [afetada]

Sem folhas de figueira, ele diz tudo,

Sem métrica e figuras de retórica.

Diálogo insonoro! E quem diria

Que, nesse lero-lero silencioso,

As horas se entretêm na fantasia

Urdida em fios de arrepio e gozo?

O que falamos? Que pergunta estéril!

No escuro, o que discursa um pirilampo?

O riacho, o que murmura sempre sério?

O que sussurra a brisa pelo campo?

Pepitas, o que falam na batéia?

Acaso exala a rosa algum assunto?

Assim, não se pergunte o que proseia,

Ao plenilúnio, a flor com seu defunto!

(…)

Na pedra, assombra a antiga briga hirsuta

De crenças, entre soco e pontapés? –

Agreste, o grito do deus Pã disputa

A láurea contra a Bíblia de Moisés.

A luta não tem fim, pois, na verdade,

O vero odeia o belo e, mais ou menos,

Sempre estará cindida a humanidade

Em dois partidos – bárbaros e helenos.

Mas como os termos de baixo calão

Se esgotam antes do que os desatinos,

Zurrou sozinho o burro de Balaão,

Sobrepujando os santos e divinos!

Ó, como dói – i, ó! – i, ó! – o ouvido!

Quase me deixa doido a horrível grei

De ornejos desse bicho empedernido –

Por fim, soltei um grito – e despertei.”

* * *

ESBOÇOS DE UMA BIOGRAFIA

(*) “Os cerca de 200 judeus de Düsseldorf gozavam o privilégio de viver numa das poucas cidades alemãs onde não eram confinados em gueto. Através da ocupação francesa, seriam ainda beneficiados com a emancipação – anulada, no entanto, quando o Ducado de Berg passou à jurisdição da Prússia, em 1815.”

(*) “Freqüentaria em seguida o liceu preparatório para o renomado Ginásio de Düsseldorf – com muitos clérigos franceses no corpo docente –, onde veio a estudar de 1810 a 1814, aprendendo francês com o severo abade Jean Baptiste Daulnoy [talvez venha daí sua obsessão pela <cabeça do Batista>!], cujas aulas de métrica e prosódia o deixariam para sempre traumatizado:

<Negou-me qualquer sentido para a poesia, e me chamava de bárbaro da Floresta de Teutoburgo. […] Era um refinamento de crueldade que ultrapassava até as torturas da Paixão do Messias, e que nem mesmo ele teria tolerado impassível. Deus me perdoe – eu praguejei contra Deus, contra o mundo, contra os opressores estrangeiros que queriam nos impingir a sua métrica, e por pouco não me tornei um devorador de franceses. Eu teria morrido pela França, mas fazer versos em francês nunca mais!>

Betty Heine, imaginando para o filho uma carreira de grande financista, na esteira dos Rothschild de Frankfurt, planejava seus estudos meticulosamente, fazendo-o aprender <outros idiomas, especialmente inglês, geografia, contabilidade> e até filosofia kantiana, o que lhe rendeu uma repressão do pai:

<Tua mãe te faz estudar Filosofia com o reitor Schallmeyer. Isso é coisa dela. Eu, de minha parte, não gosto de Filosofia, pois é mera superstição, e sou um comerciante, preciso de minha cabeça para os negócios. Podes filosofar o quanto quiseres, mas peço que não fales em público aquilo que pensas, pois irias me prejudicar os negócios, caso meus clientes soubessem que tenho um filho que não crê em Deus; os judeus, principalmente, não comprariam mais velveteens de mim, e são pessoas honestas, pagam pontualmente e também têm o direito de manter a religião. Sou teu pai e, portanto, mais velho do que tu, e mais experiente; assim deves crer em mim quando digo que o ateísmo é um grande pecado.>

(*) “o bloqueio marítimo contra a Inglaterra prejudicou seriamente os negócios do pai Samson Heine. Antes mesmo de receber o certificado de conclusão do colégio, Harry foi enviado à Escola Comercial de Vahrenkampf e, em seguida, a Frankfurt, para ingressar na atividade mercantil. Não tendo, contudo, despertado o interesse do primeiro empregador, os pais resolveram confiá-lo ao mais bem-sucedido membro da família, o banqueiro Salomon Heine, em Hamburgo.” “Após a derrota definitiva de Bonaparte em Waterloo, a Santa Aliança entre as monarquias da Rússia, Áustria e Prússia, sob a regência do príncipe von Metternich, blindava o continente contra possíveis rasgos liberais. No Congresso de Viena, em 1815, havia sido criada a Confederação Alemã, composta por 39 Estados, sob a hegemonia dos impérios austríaco e prussiano. § Salomon Heine não custou a perceber a inaptidão do sobrinho para os negócios.”

(*) “Como se não bastasse a inépcia empresarial, Harry ainda inventou de se apaixonar pela prima Amália – um amor não-correspondido, mas que estimulou o tio a bancar-lhe o estudo de Direito para bem longe do lugar. [!] Em setembro de 1819, dirigiu-se a Bonn, onde deu início a um tumultuado período universitário, que incluiu a Universidade de Göttingen – onde envolveu-se num duelo, acabando suspenso por um semestre e expulso da cidade – e a Universidade de Berlim.”

(*) “O ano de 1819 foi especialmente traumático na vida de Heine: seu pai entrou em bancarrota e a Alemanha foi varrida pela primeira onda de violência antissemita da Era Moderna – as <Arruaças Hep! Hep!> –, que, iniciadas em Würzburg por estudantes e artesãos, se espalharam rapidamente pela Confederação Germânica, atingindo a Holanda, Dinamarca e Finlândia. [nunca a Suíça!]

(*) “O movimento romântico, em que pesem as exceções, descambou para a nostalgia medieval e o reacionarismo místico. Friedrich von Schlegel, um dos mais arrojados e criativos do grupo de Iena, converteu-se ao catolicismo em 1808, mudando-se para Viena, onde passou a redigir memorandos para o príncipe von Metternich. (…) E ainda que o septuagenário Goethe surpreendesse com o erotismo de seu Divã Ocidento-oriental, era todavia, alvo crescente do moralismo biedermeier e dos ataques das jovens gerações, ressentidas com seu alheamento político.” TRISTE FIM, E NADA DE QUARESMA.

(*) “Freqüentou o curso Filosofia da História do Mundo, de Hegel, o mais influente pensador da época, com quem teria contato pessoal; instruiu-se da Antiguidade Clássica com o renomado filólogo Friedrich August Wolf, e assistiu às aulas do jovem lingüista Franz Bopp sobre a poesia indiana, tão em voga nessa época.”

(*) “No ano seguinte, recebeu finalmente o título de Doctor Juris, e tomou uma decisão da qual logo se arrependeria: tornar-se cristão no intuito de ampliar seu leque de opções profissionais. Foi batizado por um pastor evangélico em 28 de junho de 1825, recebendo o nome de Christian Johann Heinrich Heine, nome que jamais divulgou – nem sequer parcialmente – ou permitiu que publicassem, continuando a assinar somente <H. Heine>. O <bilhete de entrada na cultura européia>, como definiu a certidão de batismo, mostrou-se- inútil. Em carta a Moses Moser, desabafou:

<Agora sou odiado por cristãos e judeus. Muito me arrependo de ter me batizado; não vejo no que isso me beneficiou; pelo contrário, desde então só tenho azar – Mas cala-te, és demasiadamente esclarecido para não sorrires disso.>

(*) “Publicado em 1827, o Livro das Canções levaria, no entanto, alguns anos para atingir a enorme popularidade que faria Walter Benjamin considerá-lo um dos 3 últimos livros de poesia a ter impacto no Ocidente, ao lado do Ossian (1765), de MacPherson, e das Flores do Mal (1857), de Baudelaire. Um êxito ainda mais abrangente devido às melodias de Schubert, Schumann, Mendelsohn, Brahms, Grieg, Hugo Wolf, Silcher e tantos outros, que fizeram de Heine um capítulo à parte da história da música: estima-se em cerca de 10 mil as composições feitas a partir de seus poemas, extraídos principalmente da sua primeira e mais famosa coletânea; somente o <Du bist wie eine Blume> viria a ser musicado 451 vezes.” “A capital conservadora e católica Baviera não era o local mais adequado para um judeu com a pecha de jacobino e ateu. Ainda assim, Heine alimentava a esperança de ser nomeado professor extraordinário na Universidade de Munique, por intermédio de seu conterrâneo Eduard von Schenk, então ministro da Cultura, no governo do rei Ludwig I. Em Munique, ele receberia a visita de um jovem admirador, o desconhecido Robert Schumann, então com 18 anos, que mais tarde iria musicar 46 de seus poemas, destacando-se especialmente no ciclo Dichterliebe Op. 48, sobre 16 poemas do <Intermezzo Lírico>.”

(*) “Este, já informado de que não seria nomeado professor em Munique, e interpretando a afronta como parte da conspiração católico-conservadora que abortou sua carreira acadêmica, respondeu, em <Os Banhos de Lucca>, com uma desmontagem arrasadora da poesia e caráter de seu oponente, fazendo ainda alusões – o que ultrapassava em muito as raias do tolerável na época – à homossexualidade de Platen. O escândalo foi gigantesco!

<Depois de uma batalha eu sou a placidez em pessoa, como Napoleão, que sempre se comovia quando, depois da vitória, cavalgava pelo campo de batalha. O pobre Platen! C’est la guerre! Não valia nenhum torneio de zombarias, mas sim a guerra de destruição em massa [isso já existia?]; e apesar de toda a ponderação ainda não posso vislumbrar as conseqüências do meu livro.>

E estas não tardaram, desfavoráveis a ambos. O conde von Platen, coberto de vergonha, buscou refúgio na Itália, onde, em 1835, viria a falecer envenenado numa desastrada automedicação, após escapar a uma epidemia de cólera em Nápoles, onde havia se radicado, inspirando mais tarde o personagem Gustav von Aschenbach, da novela Morte em Veneza de Thomas Mann – escritor, aliás, que admirava os dois poetas. Heine, por sua vez, perdeu vários amigos na polêmica, vendo se fecharem as últimas portas que lhe restavam na Alemanha, o que apressaria a sua ida para a França.”

Em Paris, freqüentou a casa do poderoso barão James de Rothschild, banqueiro que estabilizou as finanças do governo de Luís Filipe, e inspirou a célebre frase de Heine: <Pois o Dinheiro é o Deus do nosso tempo e Rothschild é seu profeta>.”

(*) “No meio musical, conviveu, entre outros, com Rossini, Franz Liszt, Giacomo Meyerbeer, Hector Berlioz e Frédéric Chopin – a quem chamou de <poeta do som>. Em Paris, daria acolhida ao jovem Richard Wagner, que se inspirou em obras suas para escrever o argumento de duas de suas óperas – O Navio Fantasma e Tannhäuser –, uma dívida que fez questão de omitir, quando já era o autor declarado do libelo O Judaísmo na Música, publicado anonimamente em 1850, onde afirmava, entre outras, que o judeu não é capaz, <quer por sua aparência externa, quer por sua linguagem, e muito menos por sua canção, de se comunicar artisticamente conosco>.”

Na arte eu sou supernaturalista. Creio que o artista não pode descobrir todos os seus tipos na natureza, mas que os mais notáveis lhe são revelados, por assim dizer, na alma, como simbólica inata de idéias inatas. Um esteta recente (Carl Friedrich von Rumohr), que escreveu Investigações Italianas, tentou fazer o velho princípio da Imitação da Natureza de novo plausível, ao afirmar: o artista plástico deveria encontrar seus tipos na natureza. Esse esteta, ao erigir uma tal premissa maior para as artes plásticas, não pensou em uma das mais primordiais, ou seja, a arquitetura, cujos tipos imaginamos retroativamente nas ramagens da floresta e nas grutas do penhasco, mas que decerto não encontramos lá primeiramente. Não achavam-se na natureza exterior, mas na alma humana.”

André Breton, Manifesto Surrealista

(*) “Não era o único a escrever sobre os acontecimentos políticos e sociais da França para o público alemão. A dura repressão que se seguiu às revoluções malogradas nos territórios da Confederação Germânica, Itália e Polônia, principalmente, levou milhares de refugiados políticos a Paris, contribuindo para o incremento populacional da cidade, que logo atingiria a cifra de 900 mil habitantes. A porcentagem de alemães não era inexpressiva: calcula-se que pelo menos 60 mil vivessem na metrópole francesa, muitos dos quais conspirando por uma revolução republicana em seu país de origem.”

(*) “Heine jamais revidou publicamente as agressões, o que só fez aumentar o rancor de seu adversário. Após a morte de Börne, em 1837, o poeta dedicou um livro inteiro para um balanço final, onde esmiuçou, com a irreverência costumeira, os pontos de vista, fazendo uma defesa enfática da autonomia da arte, e onde lançou a sua famosa distinção dos homens em <helenos> e <nazarenos>, que seria mais tarde aproveitada por Friedrich Nietzsche.”

(*) “O acerto de contas com Strauss, ocorrido em Paris, no dia 7 de setembro de 1841, não teria, porém, sérias conseqüências para Heine: saiu-se com um tiro de raspão na coxa e casado na igreja católica de Saint-Sulpice com Augustine Crescence Mirat, a bela jovem grisette [jovem sedutora de classe baixa] que ele havia conhecido na Passage de Panoramas, em 1834. Vivia com ela, desde então, num relacionamento ardente e conturbado que ele resolveu oficializar, uma semana antes do duelo, para assegurá-la financeiramente, na eventualidade de sua morte.” “Crescence era uma mulher simplória, temperamental, gastadeira e sem a menor vocação doméstica – um <Vesúvio [desastre] do lar>, segundo Heine. O poeta, que não suportava seu nome verdadeiro, a chamava de Mathilde, para os alemães, e Juliette, para os franceses. Ela não desconfiava da ascendência judaica do companheiro e nem tinha noção exata de sua fama literária, o que era motivo de riso por parte dos amigos de Heine, mas muito o enternecia: <Ela me ama da forma mais pessoal, e a crítica não tem nada a ver com isso!>. Seu inseparável bichinho de estimação, o papagaio Cocotte, era alvo constante do ciúme e irritação de Heine, que, sofrendo de hipersensibilidade auditiva, chegou a atentar contra a vida do pássaro, para em seguida lhe comprar outro. Mathilde sobreviveria ao marido em 27 anos, vindo a falecer, sem nunca ter casado novamente, em 1883, no dia da morte do marido, e rodeada por 60 papagaios.”

Sobre Madame de Staël, De l’Allemagne (1813): “Esse livro sempre me causou impressão um tanto cômica quanto irritante. Aí vejo uma mulher apaixonada com toda a sua turbulência, vejo como esse furacão de saias assola nossa tranqüila Alemanha, como em todo lugar exclama encantada: que silêncio refrescante me envolve aqui! Ela estava queimando na França e veio à Alemanha para se refrescar entre nós. O hálito casto de nossos poetas fez-lhe tão bem nos seios ardentes e ensolarados! Observou nossos filósofos como se fossem diferentes sabores de sorvete, e lambeu Kant como um sorvete de baunilha, Fichte como um de pistache, Schelling como um de arlequim! […] A boa dama viu em nós apenas o que queria ver: uma enevoada terra de espíritos, onde homens incorpóreos, pura virtude, vagueiam por campos nevados, divagando sobre ética e metafísica!”

(*) “No ano seguinte, publicaria na mesma revista, <Da Alemanha desde Lutero>, oferecendo um panorama do pensamento alemão até Hegel, no que é, provavelmente, a mais saborosa e instigante obra de vulgarização filosófica já escrita.” “O momento era mais do que oportuno para um balanço geral: Goethe, o Júpiter das Letras alemãs, havia morrido em março de 1832, pedindo <mais luz!>; e <o grande Hegel, o maior filósofo que a Alemanha produziu desde Leibniz>, 3 meses antes, numa epidemia de cólera, suspirando desconsolado – <só um homem me entendeu, e mesmo ele, não>.

Heine, que havia previsto com alguns anos de antecedência o fim de um período das artes, reafirmou sua posição, partindo para um violento ataque contra a Escola Romântica de seu antigo mestre August von Schlegel. Ele, que havia se arrependido do batismo em 1825, declarava-se então – tal como o faria mais tarde o judeu Ossip Mandelstam – programaticamente <protestante>, frisando que a Revolução era <a grande filha da Reforma>. Numa época em que o gosto por temas medievais havia tornado chic a conversão ao catolicismo, e até impulsionava tentativas de se reverter a secularização do Estado francês, Heine apontava as diferenças fundamentais por trás da atitude romântica em cada um dos lados do Reno:

<A maioria olhou para os túmulos do passado tão-só no intuito de escolher uma fantasia interessante para o carnaval. A moda do gótico, na França, não passou justamente de uma moda, servindo apenas para aumentar o gozo do presente. Deixava-se ondular os cabelos medievalmente compridos, e na mais furtiva observação do barbeiro de que não combinavam com a roupa, mandava-se cortá-los curtos, com todas as idéias medievais que lhe estavam atreladas. Ah! na Alemanha é diferente. Talvez porque lá a Idade Média não está, como entre vós, totalmente morta e apodrecida. A Idade Média alemã não jaz assassinada na cova, mas é reavivada de vez em quando por um fantasma perverso, e adentra em nosso meio à luz do dia, e suga a vida vermelha de nosso peito… Ah! não vedes como a Alemanha é tão pálida e triste? Especialmente a juventude alemã, que até [há] pouco tempo vibrava de entusiasmo? (…) o povo alemão é ele próprio aquele erudito doutor Fausto, é ele próprio aquele espiritualista que através do espírito compreendeu a insuficiência do espírito e clama por prazeres materiais e devolve à carne os seus direitos (…) Por pouco não me dirijo a ele [Goethe] em grego; mas quando percebi que ele compreendia o alemão, contei-lhe – em alemão – que as ameixas no caminho entre Iena e Weimar eram muito saborosas. Logo eu que durante tantas noites de inverno havia remoído o que dizer de sublime e profundo a Goethe quando o visse. E quando finalmente o vi, disse-lhe que as ameixas da Saxônia eram muito saborosas. E Goethe sorriu. Sorriu com os mesmos lábios com os quais beijara outrora Leda, Europa, Dânae, Semele e tantas outras princesas ou ninfas comuns – Les dieux s’en vont. Goethe está morto. (…) o brilho rosa na poesia de Novalis não é a cor da saúde mas da tísica (…) a incandescência púrpura nas ‘peças fantásticas’ de Hoffmann não é a chama do gênio mas da febre (…) a poesia não seria talvez uma doença dos homens, como a pérola, que no fundo não passa da matéria mórbida da qual a pobre ostra padece?>

Nós medimos a terra, pesamos as forças da natureza, calculamos os meios da indústria, e eis que descobrimos que este mundo é grande o bastante; que ele oferece a todos espaço suficiente para cada um construir a cabana de sua felicidade; que este mundo pode alimentar a todos nós adequadamente, se todos trabalharmos, e uns não quiserem viver às custas dos outros; e que não precisamos encaminhar as classes mais populares e pobres para o Céu.”

Que os saint-simonistas se retirem talvez seja muito útil à doutrina. Ela cairá em mãos mais sábias. Especialmente a parte política, a teoria da propriedade, que haverá de ser melhor (sic) elaborada. No que me toca, eu só me interesso mesmo pelas idéias religiosas, que só precisam ser pronunciadas para mais cedo ou mais tarde entrarem na vida.”

<Grandes filósofos alemães, que por acaso lancem o olhar sobre estas folhas, irão dar de ombros elegantemente acerca da forma miserável de tudo o que dou a público aqui. Mas queiram eles levar em conta que o pouco que digo é completamente claro e inteligível, enquanto as suas obras, ainda que tão fundamentadas, incomensuravelmente fundamentadas, tão profundas, estupendamente profundas, são incompreensíveis. Do que vale ao povo o celeiro para o qual não tem a chave? O povo está faminto de saber, e agradece o pedacinho de pão do espírito que partilho com ele honestamente.>

A dissertação trouxe algumas das passagens mais brilhantes do humor heineano, sem ofuscar, todavia, o embasamento teórico e a pertinência de seus argumentos acerca da igreja católica, Reforma, Lutero, Descartes, Locke, Leibniz, Spinoza, Molière, Voltaire, Lessing, Kant, Goethe, Fichte, Schelling e Hegel; idéias que são ainda capazes não só de instruir e entreter o leitor contemporâneo como também de surprendê-lo (sic) através de sua agudeza e originalidade, fazendo-o lamentar que o autor não tenha vivido para discorrer sobre Nietzsche, Heidegger, Wittgenstein, Adorno e Walter Benjamin:

<Lutero não compreendeu que a idéia do cristianismo, a negação da sensualidade, era por demais contrária à natureza humana para ser totalmente realizável na vida; não compreendeu que o catolicismo era, por assim dizer, uma concordata entre Deus e o Diabo, ou seja, entre espírito e matéria, através da qual a monarquia absoluta do espírito era proclamada em teoria, mas a matéria colocada em posição de exercer na prática todos os seus direitos anulados.>

Lutero criou a língua alemã. Isso aconteceu quando traduziu a Bíblia.”

Purusha irá de novo se casar com Prakriti. Foi através de sua violenta separação, tão engenhosamente narrada no mito indiano, que surgiu o grande dilaceramento do mundo, o mal.”

Não lutamos pelos direitos humanos do povo, mas pelos direitos divinos do homem. Nisso, e ainda em algumas outras coisas, nos distinguimos dos homens da Revolução. (…) Reivindicais trajes simples, costumes abnegados e prazeres sem tempero; nós, pelo contrário, reivindicamos néctar e ambrosia, mantos púrpuras (sic), perfumes caros, volúpia e esplendor, dança sorridente de ninfas, música e comédias.”

No momento em que uma religião requer ajuda da filosofia, seu declínio é inevitável. Ela busca defender-se e vai tagarelando cada vez mais fundo na ruína. A religião, como todo absolutismo, não deve se justificar. Prometeu é acorrentado no rochedo por uma violência calada.”

Ainda que Immanuel Kant, esse grande destruidor no reino dos pensamentos, tenha superado em muito a Maximilian Robespierre no terrorismo, ele compartilha algumas semelhanças com este, o que nos obriga a uma comparação dos dois homens. Primeiro, encontramos em ambos aquela honestidade inclemente, cortante, sóbria e sem poesia. (…) No mais alto grau, porém, mostra-se em ambos o tipo pequeno-burguês – a natureza os destinara a pesar café e açúcar, mas o destino quis que pesassem outras coisas, e colocou, na balança de um, um rei, e, na do outro, um Deus… E eles deram o peso correto!”

Devido à secura de suas abstrações, a filosofia kantiana foi muito prejudicial às belas-artes e letras. Por sorte, ela não se intrometeu na gastronomia.”

É uma circunstância característica, que a filosofia de Fichte tenha sofrido sempre com a sátira. Vi certa vez uma caricatura que representava um ganso fichteano. Ele tinha um fígado tão grande que já não sabia mais se ele era ganso ou fígado. Na barriga estava escrito: Eu = Eu.”

A filosofia alemã é um assunto importante e que diz respeito a toda a humanidade, e só as gerações futuras poderão decidir se haveremos de ser criticados ou louvados por termos elaborado nossa filosofia primeiro do que nossa Revolução. Parece-me que um povo metódico como o nosso precisava começar pela Reforma, e só a partir daí ocupar-se com a filosofia; e somente depois da consumação desta última, passar para a Revolução política. [grande falha!] Acho a ordem bastante razoável. As cabeças, que a filosofia usou para raciocinar, a Revolução poderá depois decepar para o que bem entender. Mas a filosofia jamais poderia ter, se a Revolução tivesse precedido, usado as cabeças que esta decepou.”

O pensamento vai à frente da ação, como o raio do trovão. O trovão alemão é sem dúvida alemão e não muito ágil, e vem se formando devagar; mas ele virá, e quando vós o escutardes troar, como nunca antes troou na história do mundo, sabereis então que ele finalmente atingiu o seu alvo. […] Um drama há de ser encenado na Alemanha que fará a Revolução Francesa parecer um idílio inofensivo.”

<Eu recomendo-lhe essa obra porque contém a quintessência das intenções e esperanças da bagagem com a qual nos ocupamos. Ao mesmo tempo, o produto heineano é uma obra-prima em relação ao estilo e descrição. Heine é a grande cabeça entre os conspiradores.>

Clemens von Metternich

(…) As medidas, contudo, não deixariam de afetar financeiramente o poeta, que, vivendo com uma coquete nada parcimoniosa, e com problemas de saúde cada vez mais constantes, se viu forçado a recorrer à ajuda <familionária> do tio, para usarmos aqui uma de suas palavras-valise; aquela que Fraud dissecou em O chiste e sua relação com o inconsciente. Graças à intercessão de seu irmão Maximilian e do compositor Giacomo Meyerbeer, passou a receber uma pensão de Salomon Heine em 1839.”

Tranqüilizai-vos, jamais entregarei o Reino aos franceses, pelo simples motivo de que o Reno me pertence.”

(*) “Em maio de 1842, a cidade de Hamburgo foi devastada durante 4 dias por um terrível incêndio que destruiu 1/3 do centro antigo, cerca de 1200 prédios, deixando mais de 20 mil pessoas desabrigadas. A catástrofe consumiu todos os documentos relativos à infância e adolescência de Heine (…) A viagem transcorreu sem incidentes, apesar das seqüelas que a doença já lhe trouxera: estava cego de um olho e com dificuldades para andar.”

(*) “O poeta não errou em seu prognóstico: o épico-satírico Alemanha. Um Conto de Inverno é hoje considerado o ápice da poesia política alemã da primeira metade do séc. XIX.”

De tudo, em pessoas, que aqui eu deixo, a herança heineana é a que mais me aflige. Como gostaria de colocá-lo em minha bagagem.”

Marx

(*) “Atribulações bem maiores vieram com a morte de Salomon Heine, naquele mesmo ano: o patriarca partiu sem mencionar em testamento a pensão do sobrinho. As discussões de Heine com o primo Carl Heine azedaram-se depressa, devido às condições inaceitáveis que este impôs para prosseguir no pagamento. O compositor Meyerbeer foi mais uma vez chamado a interceder, e até o jovem advogado Ferdinand Lassalle, futuro fundador da Social-Democracia alemã, atuaria nessa controvérsia familiar que durou até o início de 1847, contribuindo bastante para piorar o já debilitado estado de saúde do poeta.

Muito se tem discutido sobre a natureza da enfermidade que começou a atormentá-lo desde a juventude. O diagnóstico da época, e que o poeta transformaria num expressivo topos poético em sua obra tardia, apontou inequìvocamente para a sífilis. Especialistas posteriores aventaram, sem que nunca se descartasse a doença venérea, outras hipóteses, como tuberculose com subseqüente meningoencefalite, esclerose múltipla, polioencefalite crônica, porfiria aguda intermitente, e até envenenamento por chumbo.” Curioso paralelo com o prontuário de Nie.

O grande Aristófanes do universo, o Aristófanes do Céu, quis demonstrar com toda clareza ao pequeno terráqueo chamado de Aristófanes alemão, como os mais divertidos sarcasmos deste não passam de gracejos sofríveis em comparação com os seus, e o quão deploràvelmente atrás devo ficar, no humor, na zombaria colossal.”

O Deus dileto, que me tortura tão cruel[mente], hei de denunciar à Sociedade Protetora dos Animais.”

(*) “Prostrado numa pilha de colchões, forçado a levantar com o dedo a pálpebra do único olho que lhe restara, recebendo doses cada vez mais fortes de morfina para suportar as dores, continuou a trabalhar incansàvelmente, com o auxílio de secretários, revisando traduções de suas obras, escrevendo cartas, recebendo visitas do mundo inteiro, e, principalmente, compondo os poemas que integrariam sua terceira e mais densa coletânea de poesia – Romanzero –, publicada em 1851. Dividida em 3 livros – <Histórias>, <Lamentações> e <Melodias Hebraicas> –, a obra reunia poemas predominantemente longos, onde a temática judaica se sobressaía ao lado de uma variedade impressionante de cenários, períodos e personagens históricos – o Egito antigo, a Pérsia clássica, a Índia dos marajás, a Paris das grisettes, Hernan Cortez, Montezuma, a Alemanha medieval, Ricardo Coração de Leão, a Espanha da Reconquista, os poetas Firdusi e Jaufre Rudels, exilados poloneses etc.”

(*) “As notícias de que o poeta estaria à beira da morte e as especulações em torno de sua <conversão> ajudaram a alavancar a vendagem do livro, que em apenas 2 meses esgotou 4 edições.”

Não estou cego, infelizmente, como os pais costumam estar para com seus amados pimpolhos. Conheço muito bem os seus defeitos. Meus novos poemas não têm a perfeição artística, nem a intelectualidade interior, nem a força ondulante de meus poemas antigos, mas as matérias são mais atrativas, mais coloridas, e talvez o tratamento também os faça mais acessíveis às multidões, o que poderá proporcionar-lhes sucesso e popularidade duradoura.”

(*) “Em seu último ano de vida, Heine ainda arranjou tempo e <espírito> para uma paixão platônica por uma jovem de 20 anos, envolta numa névoa de mistificações e pseudônimos, que intrigariam os pesquisadores por muito tempo.

Camille Selden, aliás Elise Krinitz, aliás Johanna Christiana Müller, teria se apresentado com o nome de Margareth, em 19 de junho de 1855, para entregar uma encomenda do compositor vienense Johann von Püttlingen, ou, conforme outra versão mais prosaica, atendendo a um anúncio de jornal para leitora e secretária. Ficou imortalizada na literatura com o carinhoso apelido que Heine lhe deu – Mouche (mosca). Mathilde parece ter tolerado o capricho irrealizável de seu esposo moribundo, continuando a merecer todas as suas juras de amor e preocupações.

Mas foi a Mouche que Heine dedicou seu derradeiro poema: um feérico e exuberante retrospecto de sua vida, que talvez leve um leitor de Machado de Assis a suspeitar se o poema não teria inspirado a cena inicial de Memórias Póstumas de Brás Cubas.”

(*) “Nos Estados Unidos – somente lá –, circula a informação bem-intencionada de que o nome original do poeta seria Chaim ben Shimshon. Não há qualquer evidência histórica que a comprove nem indício qualquer de sua plausibilidade.

Já os nazistas, não podendo dispensar <A Lorelei> de um poeta judeu-alemão, propagaram falsamente que o seu verdadeiro nome seria Chaim Bückerburg. (…) O sobrenome <Heine> não passaria de uma transliteração para o alemão da palavra hebraica chajim = vida.

Harry, Heinrich e Henri, por sua vez, são variações de um mesmo nome germânico – Heimrich – que significa: Senhor do Lar.

Se tivesse nascido num país de língua portuguesa, Heine poderia muito bem ter se chamado Henrique Vidal (ou Vital).”

(*) “Em suas Memórias inacabadas, o poeta ironizou o fato de os franceses nunca terem conseguido pronunciar seu nome corretamente. O <Heinrich> (leia-se <RÁIN-[rrr]rirrr>) foi imediatamente substituído por <Henri> (<an-RÍ>); mas o sobrenome <Heine> (<RÁI-nê>), continuaria um problema que nem mesmo um acento na primeira sílaba, adotado nos cartões de visita, pôde resolver: <Para a maioria meu nome é M. Enri Enn, que muitos aglutinam num Enrienne; alguns me chamavam Monsieur Un rien>.

Sr. Um nada.”

Passiflora incarnata.

GLOSSÁRIO:

(PT) bornal: saco com suprimentos; cu; puta.

duft: fragrância

erzürnen: enfurecer

falten: dobrar

gähnen: bocejar

Haifisch: tubarão

Heer: exército, tropa

Himmelszelt: firmamento, abóbada celeste

hopsen: saltitar

Kiefer: presas

klapperdürre: só pele-e-osso, acabado

klirren: batida surda do ferro

Leichengeruch: odor cadavérico

lindern: aliviar

schlucken: tentar engolir

seufzend: aos suspiros, lamurioso

Stahlzeug: material feito de aço

Sterblichkeit: mortalidade

stramm: firme, justo, tenso

Sünder: pecador, desgraçado = SINNER

Ungetüm: monstro

verderben: corromper

verschlungen: complicado

EL DESCUBRIMIENTO DEL INCONSCIENTE: Historia y evolución de la psiquiatría moderna – Henri Ellenberger (versión española de Pedro López Onega), 1970.

Em breve, além de anotar as sugestões de leituras no trello, terei de organizar um post apenas com boas recomendações livrescas – esse post irá duplicar essa lista!

Es necesario, pues, aceptar las aportaciones de las nuevas Escuelas de psiquiatría dinámica renunciando al ideal de una ciencia única y universal, o bien conservar este ideal renunciando en bloque a los datos de estas Escuelas? [resposta antecipada fornecida no capítulo 11: nenhum dos dois, aporia.] Uno de los medios para salir del dilema sería tal vez el de emprender de nuevo el estudio, muy abandonado desde Myers y Flournoy, de la función mitopoyética del inconsciente y de buscar en qué medida éste ha podido modelar o producir un desvío en los descubrimientos de las nuevas escuelas dinámicas.”

Entre las tendencias que explican la orientación hacia una nueva psiquiatría dinámica destacan la nueva psicología «desnuda» de Nietzsche y otros, el movimiento neo-romántico, la tendencia a la repsicologización de la psiquiatría, el rápido desarrollo de la psicopatología sexual, el interés por los sueños y la exploración del inconsciente (un gran pionero aquí fue Flournoy).”

Se refutan varias leyendas concernientes a Janet. Este capítulo proporciona también por primera vez un examen verdaderamente completo de su sistema psicológico. Se evidencia mediante numerosas citas su prioridad en el descubrimiento de la terapia catártica, y se dirige la atención hacia el hecho de que el primer (y posiblemente el único) caso de posesión diabólica tratado y curado con la psicoterapia dinámica fue el del paciente «Aquiles» de Janet en 1890 y 1891. El lector encontrara una descripción de sus teorías sobre el automatismo psicológico, de sus análisis psicológicos, de la gran síntesis psicológica que construyó desde 1908, y de sus ideas sobre la psicología de la religión. Se presta el crédito debido a la psicoterapia de Janet, que raramente se menciona en los libros de texto.”

Después de una búsqueda prolongada pude encontrar una copia (probablemente la única que quede) de la primera publicación de Adler, su Libro de la salud del oficio de sastre (1898). He desenterrado también una serie de artículos publicados por el en un periódico austríaco poco conocido. El escrutinio del libro y de los artículos muestra que ya estaban presentes en ellos los postulados principales de su futuro sistema; en otras palabras, que la psicología individual de Adler no puede ser considerada como una «distorsi6n del psicoanálisis», sino como un retorno y una elaboración de ideas desarrolladas durante los 6 años pre-psicoanalíticos.”

Refuto de forma definitiva la actual idea estereotipada de que el sistema de Jung es una mera distorsión del psicoanálisis de Freud.” “El examen que se presenta del sistema de Jung es probablemente el más completo de todos los escritos hasta la fecha: no solo he utilizado la totalidad de los trabajos publicados por el, y las entrevistas que concedió a periódicos y revistas, sino que he tenido acceso a la colección completa de las lecturas y seminarios suyos no publicados.” “Había tratado personalmente con el difunto C.G. Jung y le entrevisté sobre todos los puntos que encontraba oscuros en sus enseñanzas; escribí entonces el borrador de una descripción de sus teorías, tras leer el cual me lo devolvió con anotaciones a lápiz.”

I. LOS ANTEPASADOS DE LA PSICOTERAPIA DINÁMICA

Ciertas enseñanzas médicas o filosóficas del pasado, así como ciertos métodos curativos antiguos, ofrecen un grado sorprendentemente alto de captación de los descubrimientos considerados como más recientes en el campo de la mente humana.

Durante muchos años, los relatos de curas realizadas entre los hombres primitivos por hombres-medicina, hechiceros y personas semejantes despertaron poco la atención de los psiquíatras. Se consideraban como historias curiosas, de interés solamente para los historiadores y antropólogos. Se pensaba que los hombres-medicina eran individuos bastante ignorantes y supersticiosos, capaces de curar solamente a los pacientes que de cualquier modo se habrían recuperado espontáneamente, o peligrosos impostores que explotaban la credulidad de sus compañeros.”

Uno de los científicos que primero comprendió la importancia científica de la curación primitiva fue el antropólogo alemán Adolf Bastian (1826-1905).” Cf. Adolf Bastian, „Über psychische Boebachtungen bei Naturvölkern“, Schriften der Gesellschaft für Experimental-Psychologie zu Berlin, Leipzig, Ernst Günther, II (1890); Henri Meige, Les Possédées noires, Paris, Schiller, 1894.

Estas 2 nociones se combinan en la teoría de que el hombre lleva dentro de sí una especie de duplicado, un alma fantasma cuya presencia en el cuerpo es un requisito previo para la vida normal, pero que puede abandonarlo temporalmente y vagar por ahí, especialmente durante el sueño.”

G.V. Ksenofontov, en Schamanen-Geschichten aus Sibirien, traducido al alemán y editado por Adolf Friedrich y Georg Buddrus, Munich, O. W. Barth, 1955.”

Los quechuas sienten un gran temor por ciertos pozos y cuevas, y sobre todo por las viejas ruinas incas. Tanto si el susto aparece después de un susto como si no, el poder propiciatorio es la tierra.” [¿?]

Sal y Rosas

Es obvio que el objeto-enfermedad aparentemente extraído por el hombre-medicina lo es mediante un truco, lo que explica por qué algunos europeos que observaron estos procedimientos curativos tacharon a los hombres-medicina de farsantes y charlatanes. Y sin embargo, no cabe duda de que estas curas tienen éxito muchas veces. Se ha señalado asimismo que en ciertos pueblos el objeto-enfermedad es de tal naturaleza que el paciente difícilmente puede creer que le ha sido extraído de su propio cuerpo. Nos encontramos aquí con una situación que aparece con frecuencia en antropología. Para comprender el significado de una costumbre o creencia, debemos considerarla dentro de la estructura sociológica de la comunidad.”

Nuestro alumno aprende como los chamanes, antes de la ceremonia curativa, se colocan varios plumones de águila en una comisura de la boca y los mezclan con sangre obtenida mediante mordeduras de la lengua o frotamiento de las encías; después de numerosos cantos y gestos mágicos, el chamán, con más o menos esfuerzo, extrae la ‘enfermedad’ del cuerpo del paciente y se la muestra a éste y a su familia en forma de un gusano sanguinolento. Nuestro alumno aprende cómo debe pretender pasar la noche entre las tumbas y cómo el chamán utiliza ‘visionarios’, esto es, espías que de forma oculta consiguen informaciones de los pacientes de sus enfermedades e informan de ello en secreto a los brujos.”

Qaselid [el noviciado] prosigue el estudio de los trucos de otros chamanes mientras aumenta sus éxitos terapéuticos con el método del gusano sanguinolento. Al término de la narración está claro que encuentra cada vez más difícil reconocer a los chamanes ‘reales’ de los farsantes. Sólo está seguro de que uno de ellos es un chamán ‘real’ porque no acepta pago de sus pacientes y nunca se le ha visto reír; todos los otros ‘pretenden ser chamanes’. Por otra parte, Qaselid describe sus propios éxitos sin recordar, al parecer, que comenzó su carrera con el propósito de desenmascarar los trucos que ahora aplica él mismo con tanto éxito.”

El chamán es un miembro de una organización que tiene su aprendizaje, sus escuelas, sus reglas estrictas, sus lugares de reunión, sus agentes secretos, así como sus rivalidades con otras organizaciones similares.”

El exorcismo ha sido uno de los principales procedimientos curativos en la zona mediterránea y todavía se utiliza en diversos países; para nosotros tiene un interés particular, porque es una de las raíces a partir de las que, históricamente hablando, ha evolucionado la moderna psicoterapia dinámica.”

Österreich, Die besessenheit, Langenzalza, Wendt & Klauwell, 1921. (Traducción inglesa, Possession, Demoniacal and Other Among Primitive Races, in Antiquity, the Middle Ages, and Modern Times, NY, Richard R. Smith, 1930.)”

La teología católica reservó, de forma incidental, la palabra posesión para la forma sonámbula y denominó obsesión a la forma lúcida, palabra esta última adoptada por la psiquiatría, aunque con otro significado.”

Percival Lowell, Occult Japan, or the Way of the Gods, Boston, Houghton Mifflin Company, 1895.

El caso de Gottliebin Dittus y el reverendo Blumhardt es un ejemplo típico de posesión y exorcismo, que encaja exactamente en el molde de los realizados por la primitiva Iglesia cristiana. Tuvo lugar, sin embargo, a mediados del siglo XIX, y fue por tanto un ejemplo de curación primitiva en tiempos modernos y en ambiente moderno. Más aún, es un suceso excepcionalmente bien documentado que ha sido objeto de numerosos estudios, tanto desde el punto de vista psiquiátrico como religioso.

Este famoso exorcismo tuvo lugar en el pequeño pueblo de Möttlingen, Württemberg, en 1842 y 1843, poco después del nombramiento de Blumhardt como pastor luterano del mismo. Daremos primero un resumen de la posesión y el exorcismo según lo relató Blumhardt en el informe oficial que envió a sus autoridades eclesiásticas.”

Gustav Roskoff, Geschichte des Teufels, 1869.

El pueblo de Möttlingen está situado en una remota región de la Selva Negra, en la que florecieron la superstición y las creencias en la hechicería.” Ouvindo neste exato momento o delicioso Daemon (2019) do Mayhem, noruegueses – lá também há um lugar chamado Floresta Negra envolto em estórias parecidas.

El reverendo Barth, predecessor de Blumhardt y pietista, había llevado a cabo una intensa campaña de avivación del sentimiento religioso sin gran éxito. Es de destacar que, según se decía, Gottliebin Dittus [uma mulher] era su feligrés [paroquiana] favorito (sic). El nombramiento de Blumhardt fue considerado por la población como um alivio.”

HISTERIA CITADINA: “Como primer resultado de la victoria de Blumhardt, la reavivación del sentimiento religioso que había intentado en vano el reverendo Barth se hizo realidad.”

Considero el incidente de la lucha de 2 años entre el viejo Blumhardt y Gottliebin Dittus como uno de los ejemplos más destacables de acción recíproca entre el curador y la persona necesitada de ayuda… Esta joven sería considerada hoy como uno de los casos más graves de histeria. Después de 2 años de lucha ininterrumpida, se convirtió en un miembro de la familia de Blumhardt… Esta solución significó una victoria de Blumhardt sobre la histeria y una victoria de Gottliebin sobre Blumhardt: él obtuvo la expulsión de los demonios, y ella la vida en comunidad con él.”

Viktor von Weizsäcker

La aguda intuición psicológica de Blumhardt se demuestra en el hecho de que mientras la resistencia tomaba formas cada vez más absurdas, exageradas y desesperadas, él establecía condiciones, probaba a su paciente y le daba órdenes. (En este punto podríamos añadir que utilizó en grado máximo lo que los terapeutas existenciales denominam el kairos, es decir, el punto de elección para la intervención o la decisión decisivas.)”

Gaetano Benedetti

CAREFUL WHAT YOU WISH: “Este tipo de tratamiento nos puede parecer increíble: ¿quién trataría a un paciente dándole todo lo que desea? No obstante, es posible que hoy día subestimen los efectos curativos de la satisfacción de los deseos.”

La actitud colectiva en Haití es digna de interés; se escucha al paciente con atención simpática y se busca una posición de acuerdo con su capacidad. Las características ceden de forma gradual, y el individuo perturbado se reintegra a la comunidad.

Muchas personas se sienten frustradas porque sus vidas son monótonas y carecen de interés y porque no reciben la consideración suficiente de sus amigos y de sus familiares. Por ciertos relatos de Madagascar, parece que hay procedimientos terapéuticos que tienden directamente a la satisfacción de esas necesidades frustradas.”

Le Barbier describió el bilo (palabra que designa, al mismo tiempo, la enfermedad, el paciente y la ceremonia terapéutica) como ‘la enfermedad más curiosa, extraña e imaginaria, y la más fácil de curar’. Los pacientes son nerviosos, hipersensibles a los ruidos, incapaces de permanecer tranquilos. El curandero local, u ombiasa, determina el día que tendrá lugar la ‘coronación’. El héroe de la ceremonia es el propio paciente, al que dan el tratamiento de ‘rey’, mientras que su familia es la ‘corte’ y los habitantes del poblado, sus súbditos. El día de la ceremonia se le viste con ropas elegantes y se le muestra respeto y deferencia. Dos veces al día se realizan cánticos y danzas en su honor, a las que se puede unir si lo desea. Estas celebraciones se continúan durante 15 o 20 días, hasta que el paciente se cura. Entonces se sacrifica un buey, y el bilo bebe de su sangre.”

Otro incentivo poderoso para la curación es el hecho de que, si el paciente no se cura después del bilo, es considerado responsable y hecho objeto de reprobación pública, e incluso puede ser expulsado de la comunidad. Este punto ha sido señalado al autor por el antropólogo Louis Molet.”

Los procedimientos de la terapia primitiva son muchas veces tan complejos que no es fácil clasificarlos. Así sucede, p.ej., con la incubación, que podría incluirse en otros tipos de curación ceremonial si se considera que su parte esencial iba precedida y seguida de diversos ritos y ceremonias, pero que debe describirse aparte porque resulta obvio que la incubación era precisamente el principal agente terapéutico.

La palabra incubación significa ‘yacer en la tierra’. Al paciente se le hace pasar una noche en una cueva, tendido sobre la tierra; entonces soñará con una visión que le curará.” E eu que pensava que isso era só um trote…

Alguns procedimentos descritos também se assemelham muito à “cabana de suor” de John Locke (o importante). A analogía com a hipnose é inevitável.

Pausanias, Description of Greece, IV, The Loeb Classical Library, 1955.

Los enfermos venían de muy lejos a buscar la curación en estos lugares sagrados. Por desgracia, desconocemos muchas cosas acerca de sus métodos, como es el significado y uso de un laberinto circular, el tholos, encontrado en las ruinas de varios Asklepeia.

(…)

La estancia sagrada donde tenía que pasar la noche era un lugar subterráneo denominado abaton. (…) En los primeros tiempos, el paciente tenía que tenderse en el suelo; posteriormente se le facilitó un lecho denominado kline. En contraste con el diván analítico de hoy día, el kline estaba destinado a dormir y soñar.

(…)

el paciente simplemente soñaba, ¡e inmediatamente desaparecía la enfermedad! Se trata, obviamente, de un tipo de psicoterapia que no tiene equivalente en nuestro tiempo y que merece más atención. (…) C.A. Meier menciona que Kieser, discípulo de Mesmer, expresó un concepto semejante: <Cuando el sentimiento interno de la enfermedad se personifica y se expresa mediante símbolos, puede producirse la curación>.

Emma Edelstein & Ludwig Edelstein; Karl Kerenyi

Según Elkin, los hombres-medicina australianos coinciden en afirmar que, durante la iniciación final, sus cuerpos fueron abiertos, sus órganos extraídos y reemplazados por otros, y las incisiones curadas sin dejar ninguna señal. También se dice que son capaces de producir alucinaciones colectivas, como la visión de una cuerda mágica. Las aseveraciones de Elkin las ha confirmado R. Rose, investigador que recibió entrenamiento en parapsicología. Estas alucinaciones son muy semejantes a las descritas en el Tibet, y Elkin supone, por tanto, que los conocimientos secretos de los australianos y los tibetanos derivan de una fuente común.” Cf. Elkin, Aboriginal Men of High Degree, 1945.

La creencia en la magia es universal entre los pueblos primitivos. Entre los civilizados persistió hasta épocas relativamente recientes”

La curación mágica abarca, por tanto, 2 procedimientos principales. El 1º es la contra-magia. Una enfermedad supuestamente causada por magia negra se cura mediante la extirpación de la causa, bien por destrucción del supuesto hechicero o por neutralización de su hechicería. Otra aplicación de la contra-magia es la prevención contra las acciones mágicas por medio de talismanes u otros medios. El 2º procedimiento es la aplicación directa de la magia al tratamiento de la enfermedad, sin importar que ésta estuviera producida por aquélla.”

No debemos olvidar que el hombre-medicina lucha sobre todo con enfermedades graves y muy raras, y que suele haber otros hombres, a los que podemos denominar doctores laicos, que se enfrentan con las enfermedades menores o claramente físicas.” “Es sabido que la farmacopea moderna deriva en gran parte de las drogas más activas de la medicina primitiva. (…) Uno de los mejores estudios sobre la medicina primitiva racional es el de G.W. Harley, quien vivió en la tribu de los manos en Liberia (Native African Medicine, Harvard Press, 1941).”

R.W. Felkin, joven médico que trabajó como misionero en Uganda en 1884, publicó el relato de una operación cesárea que presenció en 1879 en Katura, entonces integrante del reino de Bunyoro. (‘Notes on Labour in Central Africa’, Edinburgh Medical Journal, XXIX (1884), 922-30)”

Si se ponían agresivos no había que atarles, sino que meterlos en una habitación de la que se retiraba cualquier objeto potencialmente peligroso. Si atacaban a alguien, se les daba un palmetazo en el cuerpo desnudo con una rama sin hojas; se les hablaba con claridad y sin demostrar temor. Se decía que el citado curandero lapón había curado a numerosos enfermos mentales.”

Es un insulto para el hombre-medicina denominarlo antecesor del médico moderno. Lo es, con seguridad, pero es aún mucho más; en realidad es el antecesor de la mayoría de nuestras profesiones” Sigerist, A History of Medicine, I, 1951.

enfermedades creadoras, en las cuales se incluyen las experiencias de ciertos místicos, poetas y filósofos.” Esse é definitivamente o conceito mais equivocado e degenerado deste autor. Destacarei ainda muitas vezes esse mau uso, se é que cabe dizer mau uso de algo que sequer tem uso, porque é completamente hipostasiado.

La curación primitiva es casi siempre un procedimiento público y colectivo. En general, el paciente no va al curandero por sí mismo, sino acompañado por parientes que están presentes durante el tratamiento.”

Durante largos siglos, el médico y el sacerdote vivieron lado a lado: Cos era la cuna de Hipócrates y de su escuela, pero también era famosa por su Asklepeion. Galeno, el médico más importante del siglo II, recurría sin vacilación al Asklepeion de Pérgamo para ciertas materias.”

el yoga, técnica mística extraordinariamente elaborada, común a la mayoría de las escuelas religiosas y filosóficas de la India. Del budismo surgieron también otras técnicas fisiológicas y psicoterapéuticas, como las de la secta Zen.” Cf. M. Eliade, Yoga, Essai sur les origines de la mystique indienne, Paris, Geuthner, 1936; Techniques du Yoga, Paris, Gallimard, 1948.

SOBRE AS SEITAS E ESCOLAS GRECO-ROMANAS:

Paul Friedländer, Platon: Seinswahrheit und Lebenswirklichkeit, 2ª ed., Berlim, de Gruyter, 1954;

Norman W. Dewitt, Epicurus and His Philosophy, Minneapolis, University of Minnesota Press, 1958, 89-120.

Los platónicos buscaban la verdad, que esperaban surgiera en las conversaciones entre el maestro y los discípulos.” Caracterização bem idiota. Não se esperava nem surgia, porque é um processo ativo e porque surgir dá a idéia de quem vém do nada, quando é apenas desvelada, estando desde o sempre.

Inácio de Loyola foi estóico (¿?).

Se ha afirmado que algunas de las características del estoicismo se repiten en las escuelas adleriana y existencialista de hoy, al igual que ocurre con algunas de la Academia de Platón con relación a la escuela de Jung, mientras que el método epicúreo para la eliminación de la ansiedad ha sido comparado en este aspecto con F..” Nada que ver!

Los estoicos sobrepasaban en número a los discípulos de Platón y Aristóteles, pero los más populares eran, con gran diferencia, los epicúreos, que formaban grandes comunidades en casi todas las ciudades del mundo grecorromano.”

La propia madre de Galeno, según él mismo, solía morder a sus sirvientas, y el autor cita como ejemplo de moderación a su padre, que, cuando estaba irritado con sus servidores, no les daba de puntapiés, sino que esperaba hasta que su ira se hubiera calmado para golpearlos.” “La existencia de una masa de esclavos pasivos sobre los que se podían descargar tales estallidos de pasión favorecía este tipo de conducta.” Cf. Galeno, On the Passions and Errors of the Soul, traduzido por Harkins, prefácio de Walther Riese, Ohio State Press, 1961.

La Iglesia católica adoptó, de las religiones establecidas, algunas prácticas, como las oraciones, los votos y las peregrinaciones (que sin duda tenían una virtud estimulante en una época en que las personas vivían una vida monótona, enraizada en un lugar) y dio asimismo gran importancia a la práctica de la confesión, realizada de forma individual ante un sacerdote y ligada al más absoluto secreto. Existen razones para creer que la práctica común de la confesión ejerció una influencia notable sobre el desarrollo de la psicología, en forma de autobiografías como las Confesiones de San Agustín, y de la novela psicológica.”

Los reformistas protestantes abolieron la confesión obligatoria, pero fue en sus comunidades donde surgió una nueva práctica y tradición, la ‘cura de almas’ (Seelsorge).” “A falta de un ejemplo histórico de tales curaciones, lo tomaron de una novela de Heinrich Jung-Stilling, Theobald oder die Schwärmer, publicada en 1785. En uno de sus episodios principales encontramos el relato detallado de una ‘cura de almas’, inspirada muy probablemente por un hecho real que captó la atención del novelista.” “Existe una traducción inglesa resumida y muchas veces inexacta: Heinrich Stilling, Theobald or the Fanatic. A True Story, trad. por el Rev. Samuel Schaeffer, NY, 1846.

– Herr Pfarrer! Sie beschämen mich!

Haja vista que o magnetismo animal data da década de 1780, bem poderia haver uma novela ou conto sobre uma seita que conseguira hipnotizar toda Paris e em seguida a França e a Europa, consumando a Revolução Francesa sem o movimento de regressão conservador (fim do mundo?!).

SE TEM UMA COISA QUE O INCONSCIENTE DETESTA AINDA MAIS QUE A CONSCIÊNCIA, É A MODA! “En la primera época del magnetismo se describían en todas partes casos semejantes; se hicieron menos frecuentes en la segunda mitad del siglo XIX, pero todavía entre 1880 y 90 había hipnotizadores que sabían cómo liberar a sus pacientes de los secretos abrumadores que les contaban en estado hipnótico.”

En 1850 Nathaniel Hawthorne describió, en su obra maestra La letra escarlata, cómo un malvado puede descubrir un secreto patógeno y explotarlo para torturar a su víctima hasta la muerte.”

Ibsen, La dama del mar [The Lady from the Sea, tradução da filha de Marx], 1888.

Para los que le conocieron personalmente o han leído con detenimiento sus escritos, está claro que Oskar Pfister consideraba el psicoanálisis en cierto modo como un redescubrimiento perfeccionado de la ‘cura de almas’ tradicional. Siempre consideró su práctica psicoanalítica como parte de su trabajo pastoral.” Logo, há de ser um psicanalista mais honesto que a média.

Históricamente, la psicoterapia dinámica moderna deriva de la medicina primitiva, y se puede demostrar que hay una continuidad ininterrumpida entre el exorcismo y el magnetismo, entre éste y el hipnotismo, y entre el hipnotismo y las modernas escuelas dinámicas.”

II. LA APARICIÓN DE LA PSIQUIATRÍA DINÁMICA

La aparición de la psiquiatría dinámica se puede datar en 1775, en un choque entre el médico Mesmer y el exorcista Gassner.” ¿Qué puede ser más interesante que un hipnotizador contra un exorcista (dos charlatanes)? ¡Es como pelea de enanos!

Creio que li o oposto simétrico em Schopenhauer! Haen, médico de corte de la emperatriz María Teresa, se oponía con todas sus fuerzas a Gassner, que, afirmaba, había curado muy pocos pacientes, e incluso estas curaciones eran el resultado de fraudes, imaginación o de los largos viajes y la dieta de los pacientes.”

Mesmer declaró que Gassner era sin duda un hombre honrado, pero que curaba a sus pacientes por medio del magnetismo animal sin saberlo.”

Pio VI, o papa na época de Gassner, era contra exorcismos públicos.

ambos murieron cruelmente decepcionados.”

Jean Vinchon, Mesmer et son secret, Paris, 1936.

Se desconocen sus actividades y paradero durante los años de 1754-9. Es probable que los pasara estudiando filosofía.”

Todo tiene siempre que ver con mi edad actual: “se licenció en 1766, a los 33 años, con una tesis sobre la influencia de los planetas en las enfermedades humanas.”

Em 1767 el joven doctor se casó con una viuda adinerada de ascendencia noble, Maria Anna von Posch, y se estableció en Viena como médico. (…) Entre los amigos que visitaban la casa se contaban los músicos Gluck, Haydn y la familia Mozart. (La 1ª ópera de Wolfgang Amadeus Mozart, Bastien uns Bastienne, se representó por vez 1ª en el teatro privado de Mesmer.)Seguro que era de la mazonería. ¿O mozartería?

Pero el mundo médico vienés se mostraba todavía indiferente e incluso hostil.” E ao contrário do que alguns pensam, isso não era abrandado de forma alguma por Mesmer não ser judio!

Desesperaba de encontrar nunca la verdad. Caminaría por los bosques, hablando con los árboles, y durante 3 meses trató de pensar sin la ayuda de palabras.”

Pensar es ya empezar.

La atmósfera que Mesmer encontró en París era completamente distinta de la que había dejado en Viena.” “Habría, sobre todo en París, una tendencia general a la histeria masiva; la gente saltaba de una locura a otra. La vida en París durante esos años críticos ha sido admirablemente descrita en las cartas que Melchior Grimm escribió a su soberano alemán, Correspondance littéraire, philosophique et critique adressée à un souverain d’Allemagne, 5 vols., por el barón de Grimm y por Diderot, París, F. Buisson, 1813. Esta correspondencia contiene varios informes muy valiosos acerca de Mesmer.”

Mesmer, Mémoire sur la découverte du magnétisme animal, Paris, 1779. + Précis historique, 1781.

Mialle, Exposé par ordre alphabetique des cures opérées en France par le magnétisme animal, depuis Mesmer jusqu’à nos jours, II, Paris, Dentu, 1826.

Podría establecerse una analogía entre esta teoría y el concepto polinesio de ‘mana’, energía universal e impersonal que se puede almacenar en personas, objetos o lugares, y sólo detectable por sus efectos objetivos.”

Esta parte física de la doctrina era sin duda su punto más débil y siempre permaneció oscura en la mente de Mesmer, que no era un buen sistematizador.”

Su baquet, instrumento que se suponía concentraba el fluido, era una imitación de la botella de Leyden inventada recientemente. Pensaba también que existía un fluido positivo y otro negativo que se neutralizaban mutuamente, suposición que nunca aceptaron sus discípulos.” Vejo agora quase de forma clarividente que Reich se enganou completamente com o seu orgone: é apenas uma pseudociência derivada destas fantasias do século XVIII. Novamente um médico que não sabe separar suas pesquisas empíricas de meras superstições. Inventa acumuladores de algo que não se pode provar diretamente. Não com dolo, mas com fé. E estiliza a questão da satisfação e repressão sexual no ser humano. Seus pacientes acabam por se sentir melhores pela velha e sempre bem-vinda confiança no tratamento médico e sobretudo porque além de receberem ‘sessões de orgone’ como se fosse um bronzeamento invisível, recebiam massagens, se autoaplicavam massagens liberadoras, e praticavam – fora da clínica, evidentemente – sexo livre de misticismos e tabus, praticavam, enfim, o amor livre comunista dos tempos áureos, sem dúvida uma solução para muitos tipos de neuroses, mas nunca de todos, e nunca completamente – pois que a questão social, insistia o próprio Reich, era o mais importante. Está claro também que Reich foi perseguido pelos motivos errados, e que seu acumulador de orgone ou que sua doutrina não podiam fazer mal a ninguém. Eis o fim de todos os inovadores – estejam integralmente certos ou não!

El egocentrismo de Mesmer le hizo suponer que las facultades de medicina aceptarían una teoría que anulaba todos los descubrimientos realizados desde Hipócrates, y que haría superflua la profesión médica. No debe sorprender que su terapia repugnara tanto a la medicina contemporánea como ésta le repugnaba a él.”

El método colectivo de Mesmer era aún más extraordinario. Un médico inglés, John Grieve, que estaba en París en mayo de 1784, describió en una carta su visita a la casa de Mesmer, destacando que nunca había menos de 200 pacientes a la vez”

Até a familia Montesquieu caiu na dele!

SUB JUDICE: “El programa de pruebas había sido diseñado por Lavoisier y era un modelo de la aplicación del método experimental. El punto en litigio no era si Mesmer curaba o no a sus pacientes, sino su pretensión de haber descubierto un nuevo fluido físico.”

cuando el Ministerio Público, basado en el informe de los comisionados, decidió prohibir la práctica del magnetismo animal, Bergasse triunfó en sus esfuerzos para conseguir que el Parlamento – el máximo organismo judicial – levantase la interdicción basado en un tecnicismo legal: el informe de los comisionados se refería a la práctica de D’Eslon, no a la de Mesmer.”

Pero el interés público se vio desviado de Mesmer pocos meses después por los nuevos temas del conde Allesandro di Cagliostro (Giuseppe Balsamo) y el escándalo del ‘collar de la Reina’.”

Thouret publicó un estudio (Recherches et doutes sur le magnétisme animal, 1784) tomando una por una las 27 proposiciones de Mesmer y demostrando que cada una de ellas ya había sido establecida en términos muy parecidos por autores como Paracelso, Van Helmont y Goclenius, y sobre todo por Mead y Maxwell. Llegó a la conclusión de que la teoría magnética, lejos de ser una novedad, era un sistema antiguo abandonado ya hacía casi un siglo. Mesmer negó haber leído nunca a cualquiera de esos autores (todavía no estaba de moda denominarles ‘precursores’). Los físicos, por su parte, no querían oír hablar del denominado fluido magnético. Marat declaró que el magnetismo animal no tenía derecho a sostener que era una teoría física.”

Se nombró un Comité d’instruction para publicar la doctrina en una forma aceptable para los discípulos.”

El movimiento fundado por él se desarrollaba más y más en la dirección impuesta por Puységur.”

Las actividades de Mesmer durante los 20 años siguientes son en gran parte desconocidas. (…) Se ha sabido que cuando volvió a Viena en 1793 fue expulsado como sospechoso político, y que en 1794 su nombre estuvo relacionado con un oscuro complot.” “Había perdido parte de su fortuna, pero aún era lo suficientemente rico para vivir como un hombre desocupado durante el resto de su vida, al estilo de los viejos aristócratas.” “Se sentía ofendido contra el mundo que no había aceptado su descubrimiento, los médicos que le habían rechazado y los discípulos que habían deformado sus enseñanzas.”

Wolfart era tan descuidado que, cuando publicó el libro de Mesmer, le dio el nombre de pila de Friedrich en lugar de Franz.”

Tenía, añadían, un canario amaestrado en una jaula abierta en su habitación. Todas las mañanas el pájaro volaba hacia su amo, se le posaba en la cabeza y le despertaba con su canto. Le hacía compañía durante el desayuno, echando en ocasiones terrones de azúcar a su taza. Con un ligero golpe de la mano, Mesmer podía hacer que se durmiera o despertara. Una mañana el pájaro permaneció en su jaula: Mesmer había muerto durante la noche. El canario no volvió a cantar ni a comer, y pocos días después fue hallado muerto en su jaula.”

PROTO-FREUD: “Exigía de sus discípulos una devoción absoluta, aunque no sentía la necesidad de reciprocidad monstrándoles gratitud, y rompió con quienquiera que manifestara ideas independientes. Se sentía como si viviera en un mundo de enemigos que contínuamente trataban de robar, alterar o suprimir su descubrimiento.” Mal de vienês!

Era inigualable en el arte de convencer a las personas y obtener de ellas grandes favores. Esto puede explicar también el misterio de su ascenso social en una era de diferenciación impenetrable de clases, y su habilidad para tratar con príncipes y aristócratas en un plano de igualdad.”

Sin Puységur, añade, la vida del magnetismo habría sido corta y únicamente habría dejado el recuerdo de una epidemia psíquica transitoria alrededor del baquet.”

Para ‘desencantarlos’ (es decir, para despertarlos de su sueño magnético), Puységur les ordenaba besar el árbol, e inmediatamente despertaban, sin recordar nada de lo que había ocurrido. Estos tratamientos se llevaban a cabo en presencia de curiosos y entusiasmados espectadores. Se dijo que en poco más de 1 mes, 62 de los 300 pacientes fueron curados de diversas enfermedades.” “Pronto se reconoció la semejanza de este sueño magnético con el sonambulismo natural, y de ahí el nombre de ‘sonambulismo artificial’. (Sólo mucho después denominaría Braid a esta situación por su nombre actual, ‘hipnosis’). El 2º aspecto era la ‘lucidez’ exhibida por ciertos pacientes, esto es, su capacidad para diagnosticar enfermedades, predecir sus cursos y prescribir tratamientos, tanto para ellos mismos como para otros con los que habían sido puestos en relación.”

Muchos de los discípulos aristócratas de Mesmer emigraron; otros perecieron en el patíbulo, como sucedió con varios antiguos miembros de las Comisiones Reales: especialmente Bailly y Lavoisier.”

En Santo Domingo, el magnetismo degeneró en una epidemia psíquica entre los esclavos negros, aumentando su agitación, y la dominación francesa terminó en un baño de sangre. Posteriormente Mesmer se vanaglorió de que la nueva república – ahora denominada Haití – le debiera su independencia.”

Puységur, Les Fous, les insensés, les maniaques et les frénétiques ne seraient-ils que des somnanbules désordonnés?, 1812.

sus escritos fueron cada vez más difíciles de hallar. Charles Richet le redescubrió en 1884 y demostró que la mayoría de lo que sus ilustres contemporáneos creían haber hallado en el campo de la hipnosis se encontraba ya en los escritos de Puységur.”

THE LOG SIR: “En la actualidad, Buzancy es un pueblecito encantador rodeado de bosques y fértiles campos y praderas. El castillo de la antigua y poderosa familia Puységur ha desaparecido casi por completo. El olmo centenario sobrevivió hasta 1938; la Société des Amis de Mesmer iba a rodar una película sobre la vida de éste, uno de cuyos episodios se centraba alrededor del árbol, cuando una tormenta lo arrancó de raíz. Los campesinos se abalanzaron a recoger sus trozos; algunos cogieron porciones de la corteza que guardaron cuidadosamente, atribuyéndolas ciertas propiedades profilácticas o curativas. El arroyo continúa vertiendo sus aguas en el mismo lugar y se le otorgan virtudes maravillosas. Ha desaparecido la tumba de Victor Race [1º paciente de Puységur] del pequeño cementerio, y sus descendientes, que han sido seguidos hasta la actualidad, conocen bastante poco del papel histórico de su antepasado.”

O MENTOR DO CONDE: “Entre [los continuadores de la doctrina se] destacó el notable Abbé de Faria, [Abade!] sacerdote portugués que pretendía venir de la India y ser un brahmán. En 1813 abrió una academia pública de sueño lúcido en París, [não é anterior a Hervey? Cf. F., De la cause du sommeil lucide, ou Étude de la nature de l’homme, 1819] en la que criticaba la teoría del fluido físico, así como la de la relación, y sostenía que el proceso esencial de la magnetización se debía menos al magnetizador que al sujeto. (…) Por desgracia para él, constituía un obstáculo para su práctica su mal francés y (según Noizet) fue víctima de la broma de un actor que había ido a una de sus sesiones con la intención de ridiculizarle, tras lo cual Faria se convirtió en el hazmerreír de París. Su nombre sobrevivió sobre todo porque Alejandro Dumas lo aplicó a un personaje de su novela El conde de Montecristo. Janet ha demostrado que fue Faria, a través de Noizet y Liébeault, el verdadero antecesor de la Escuela de Nancy.”

Deleuze [¡! – cf. Histoire critique du magnétisme animal, 1810] se encontró con el éxito donde Faria había fracasado, y a él se suele atribuir el resurgimiento del magnetismo en Francia.” “se mostraba escéptico acerca de las pretendidas manifestaciones preternaturales, y avisó contra los diversos peligros inherentes al tratamiento magnético.”

Alexandre Bertrand, con una doble formación como médico e ingeniero, enfocó el fenómeno del magnetismo animal con vistas a explorarlo de forma científica y experimental. Janet, que tenía en la más alta estima su trabajo, le consideraba como el verdadero iniciador del estudio científico de la hipnosis.”

Tardif de Montrevel destacó en 1785 que el sujeto en sueño magnético era capaz de resistir cualquier orden inmoral que le pudiera dar un magnetizador sin escrúpulos.”

El desarrollo del mesmerismo en Alemania tomó un carácter distinto porque, en contraste con Francia, las universidades mostraron un vivo interés por el magnetismo animal y fue adoptado por los románticos y los filósofos de la Naturaleza. En 1812 el gobierno prusiano nombró una comisión oficial de investigación, cuyos informes, publicados en 1816, fueron favorables, e inmediatamente después las universidades de Berlín y Bonn crearon cátedras de mesmerismo.” Falta de critério.

Os caras falam de VISÃO – não direi anal, mas de VISÃO – ESTOMACAL! E é sexto e não oitavo sentido… (piada interna)

Claridad universal: eliminación de los obstáculos de tiempo y espacio, con lo que el sujeto percibe cosas escondidas en el pasado, en el futuro o en lugares remotos.”

Kluge

Así, mientras que los franceses buscaban sonámbulos extralúcidos como auxiliares para la práctica médica, los alemanes los utilizaban en un atrevido intento de metafísica experimental.”

Matefísica, a metafísica dos pampas

Winfried Hümpfner, Clemens Brentanos Glaubwürdigkeit in seinen Emmerich-Aufzeichnungen, 1923. O poeta místico que se tornou secretário de uma “santa” que possui os estigmas…

René Guignard, Un Poète romantique allemand, C. Brentano, 1933.

Cada noche Anna Katharina tenía sueños que se continuaban en secuencia regular según el ciclo del año litúrgico y que mostraban la vida de Cristo y de la Virgen. Brentano visitaba a Katharina todas las mañanas y escribía sus sueños y visiones según ella se los dictaba. Con este material recopiló 2 libros que tuvieron gran éxito. No obstante los adornos del poeta, mucha gente creyó que tales revelaciones eran documentos históricos reales.”

Como médico, Justinus Kerner fue el 1º en describir una especie de intoxicación alimentaria hoy denominada botulismo, y completó sus observaciones clínicas con ingeniosos experimentos en animales con la sustancia venenosa.” Olha só quem editou as obras completas de Kerner – David Strauss!

En el último período de su vida, Kerner perdió a su amada esposa y se fue quedando progresivamente ciego. Cayó en una profunda depresión, aunque sin perder el impulso creador. Como pasatiempo solía verter gotas de tinta sobre una hoja de papel que luego doblaba, perfilando las figuras resultantes, dándoles formas fantásticas y escribiendo versos al pie de cada una de ellas. Estas pinturas, decía, eran fantasmas y monstruos a los que adscribía un lugar en el Hades. Este libro, publicado después de su muerte con el título de Kleksographien, se convirtió en fuente de inspiración para Hermann Rorschach y sus pruebas de las manchas de tinta, muy posteriores.”

el cirujano inglés Esdaile, que trabajaba en la India, publicó un informe sobre 345 intervenciones quirúrgicas mayores realizadas por él con la única ayuda de la anestesia mesmérica, técnica que encontraba más fácil de aplicar a los pacientes hindúes que a los ingleses.” “Poco tiempo después, el descubrimiento de la anestesia por éter dejó anticuada esta técnica.”

John Hughes Bennett, The Mesmeric Mania of 1851, with a Physiological Explanation of the Phenomena Produced, Edimburgo, Sutherland and Knox, 1851.

Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866), joven relojero, comprendió que el agente verdadero de la curación era la sugestión y practicó una especie de ‘curación de la mente’.”

Otro [americano del mesmerismo] fue Andrew Jackson Davis (The Magic Staff), joven que se magnetizaba a sí mismo a diario, y que en trance dictó un enorme libro de revelaciones acerca del mundo de los espíritus. La obra tuvo un gran éxito y preparó el camino para la propagación del espiritismo, que ya estaba próximo.” “cuanto más numerosos, entusiastas y fanáticos se hacían los discípulos de Mesmer, más se desviaba el movimiento de su norma inicial y caía en el descrédito: se mezcló con las especulaciones rústicas, el ocultismo y, en ocasiones, incluso se confundió con el charlatanismo.”

Si hemos de creer los relatos de la época, la historia comenzó en 1847, cuando un hombre de Hydesville, cerca de Arcadia, Nueva York, comenzó a ser molestado por misteriosos ruidos que se oían en su casa por la noche y se la cedió a un granjero, John Fox, el cual la ocupó con su esposa y 2 hijas, de 15 y 12 años de edad.” “Pronto, la Sra. Fox y sus hijas comercializaron sus sesiones con los espíritus, y tuvieron numerosos imitadores. El contagio se extendió con rapidez por los EEUU; se perfeccionó el código de comunicación con los espíritus.” “A comienzos de 1852 la ola de espiritismo cruzó el Atlántico e invadió Inglaterra y Alemania. En abril de 1853 se extendió por Francia y pronto alcanzó todos los lugares del mundo civilizado.”

Frank Podmore, Modern Spiritualism. A History and a Criticism, 2 vols., Londres, Methuen, 1902.

médiuns”

Allan Kardec (Hippolyte Rivail), Le Livre des esprits, contenant les principes de la doctrine spirite, 1857.

Gradualmente surgió una ciencia nueva, la parapsicología. En Inglaterra, Myers y Gurney fundaron en 1882 la Society for Psychical Research, que reunió una gran cantidad de datos cuidadosamente seleccionados.”

Michel Chevreul, De la baguette divinatoire, du pendule dit explorateur et des tables tournantes, au point de vue de l’histoire, de la critique et de la méthode expérimentale, 1854.

En el período comprendido entre 1860 y 80, tanto el magnetismo como el hipnotismo estaban tan desprestigiados que cualquier médico que los utilizase podía comprometer de forma irreparable su carrera científica y perder su clientela.” “Entre los pocos que se atrevían a hipnotizar abiertamente estaba Auguste Ambroise Liébeault (1823-1904) (op. cit.).” “Pero era mejor hipnotizador que escritor; lo cierto es que en 10 años sólo se vendió UN ejemplar de su libro.” HAHAHAHAHA! “Se trata de una de las numerosas leyendas de la historia de la psiquiatría dinámica. Liébeault había tenido lectores en Francia, Suiza e incluso en Rusia, como demuestra el libro de Nikolay Grot, Snovidyeniya, kak predmet nautshnavo analiza, Kiev, Tipografía Fritza, 1878, que con frecuencia se refería a su teoría del sueño.” “Durante más de 20 años, Liébeault fue considerado por sus colegas como un charlatán (porque hipnotizaba) tonto (porque no cobraba). Los rumores de sus milagros terapéuticos llegaron a Bernheim, quien decidió hacerle una visita en 82 y quedó convertido a suas ideas.” “L. adquirió de repente fama de gran médico; su libro fue rescatado del olvido y ampliamente leído.”

Con los miembros de las clases altas y adineradas, obtenía peores resultados.”

Bernheim, Hypnotisme, suggestion, psychothérapie, Études nouvelles, 1891

« En sentido amplio, la Escuela de Nancy era un grupo indefinido de psiquíatras que habían adoptado los principios y métodos de Bernheim. Entre ellos estaban Albert Moll y Schrenck-Notzing en Alemania, Krafft-Ebing en Australia, [¿Austria?] Bechterev en Rusia, Milne Bramwell en Inglaterra, Boris Sidis y Morton Prince en los EEUU y algunos otros que merecen especial mención.”

Hacia 1900, Bernheim era considerado por muchos como el psicoterapeuta más importante de Europa. Después de haber sido durante años un discípulo respetuoso de Liébeault, Bernheim lo consideraba ahora como su precursor y se creía el verdadero fundador de la psicoterapia. Pero 10 años después estaba casi olvidado.”

En los 8 años transcurridos desde 1862-70, Charcot realizó los descubrimientos que le hicieron el neurólogo más famoso de su tiempo.”

curación por la fe”

Era un hombre ambicioso, envidioso de toda superioridad, que sentía un feroz resentimiento contra quienes declinaban las invitaciones a sus recepciones; déspota en la universidad y duro con sus pacientes, hasta el punto de hablarles bruscamente de su próxima muerte, se mostraba cobarde cuando era él quien se sentía enfermo. Era un tirano con sus hijos y obligó, p.ej., a su hijo Jean, que quería ser marino, a convertirse en médico. (…) Lo más desagradable era su indiscreción al referirse a cuestiones confidenciales de sus pacientes.”

Jean, su hijo (1867-1936), que había estudiado medicina para satisfacer a su padre, abandonó esta profesión varios años después y se hizo famoso como marino y explorador del Polo Sur.”

Llegó un momento en que nadie podía ser asignado a la Facultad de Medicina de París sin su consentimiento. (…) él y Pasteur eran para los franceses una prueba del genio científico nacional, que desafiaba la pretendida superioridad de los alemanes.”

Profundo conocedor de la historia del arte, era un erudito de la prosa francesa y poseía extensos conocimientos de literatura.” “Se decía que el emperador Pedro II del Brasil había ido a su casa, había jugado al billar con él y había asistido a sus clases en la Salpêtrière.” “En Viena, estaba bien relacionado con Meynert y Moritz Benedikt.” “Napoleón de la neurología”

Era conocido por su colección de libros antiguos y extraños sobre brujería y posesión, algunos de los cuales había hecho reimprimir en una serie titulada La Biblioteca Diabólica.”

Lyubimov señala la diferencia entre estas lecciones y las de Meynert, a las que también había asistido en Viena y que le dejaban exhausto y confuso, mientras que las de Charcot las abandonaba con un sentimiento de alegría y alborozo.” Nem sempre o bom professor ensina coisas boas. Ou, antes, nem sempre o sábio é bom professor…

El neurólogo alemán Westphal expresó profunda preocupación por el nuevo rumbo que había tomado la investigación de Charcot después de que le visitó en París. En América, fue atacado en el mismo sentido por Bucknill. Beard, que admitía que Charcot había cometido ‘errores graves’, le respetaba no obstante ‘como hombre genial y de honor’.”

Durante mucho tiempo había sido extremadamente cauto, pero al final se le pudo aplicar la máxima de La Rochefoucauld: ‘El engaño va siempre más lejos que las sospechas’.”

En primer lugar, se olvida muchas veces que Charcot, como internista y anatomo-patólogo, contribuyó poderosamente al conocimiento de las enfermedades pulmonares y renales, y que sus lecciones sobre las enfermedades en los ancianos fueron durante mucho tiempo clásicas de lo que ahora se denomina geriatría. En segundo lugar, en lo que se fue su 2ª carrera, la neurología, hizo descubrimientos fundamentales en los que descansará sin discusión su fama perpetua: descripción de la esclerosis diseminada, de la esclerosis lateral amiotrófica (‘enfermedad de Charcot’) y de la ataxia locomotora y sus artropatías características (‘articulaciones de Charcot’), trabajos sobre las localizaciones cerebral y medular, y sobre la afasia.

Es más difícil valorar de una forma objetiva la que podría denominarse ‘3ª carrera’ de Ch., es decir, su examen de la histeria y del hipnotismo.”

Pierre Janet ha descrito con exactitud los errores metodológicos de Ch. en ese campo.” “Por alguna razón desconocida, Blanche Wittmann abandonó la Salpêtrière por algún tiempo y fue admitida en el Hötel-Dieu, donde la estudió Jules Janet, el hermano de Pierre Janet.”

Como ha indicado De Monzie, Ch. representó el punto de partida de toda una tradición de escritores de orientación psiquiátrica, como Alphonse Daudet y su hijo León Daudet, Zola, Maupassant, Huysmans, Bourget, Claretie, y posteriormente Pirandello y Proust, sin hablar de numerosos autores de novelas populares.”

La publicación de sus obras completas, que estaba planeada en 15 volúmenes, fue abandonada después de la aparición del número IX en 1894.”

Léon Daudet, Les Morticoles

Lo malo que el hombre hace, le sobrevive;

Lo bueno se entierra muchas veces con sus huesos.”

Otro relato malévolo de la Salpêtrière fue el de Axel Munthe en su novela autobiográfica La historia de San Michele.”

El propio nombre de ‘histeria’ fue sustituido por el de ‘pitiatismo’, acuñado por Babinski.”

OS MODERNISTAS MAIS ABOMINÁVEIS DE TODOS: “En 1928, un grupo de surrealistas de París, en un intento de contrarrestar todas las ideas aceptadas de su tiempo, decidieron celebrar el descubrimiento de la histeria por Ch., el mayor descubrimiento poético de finales del siglo XIX (Breton).”

III. LA PRIMERA PSIQUIATRÍA DINÁMICA (1775-1900)

La primera psiquiatría dinámica fue una conquista impresionante, tanto más cuanto que había sido elaborada en su mayor parte fuera de – cuando no en oposición directa con – la medicina oficial.”

Hacia 1880 tuvo lugar un gran resurgimiento, y la 1ª psiquiatría dinámica consiguió el reconocimiento universal gracias a Charcot y Bernheim. Siguió un rápido desarrollo. Emergió entonces lentamente una nueva psiquiatría dinámica y durante algún tiempo coexistieron los 2 sistemas, hasta 1900, en que las nuevas escuelas pasaron a primer plano.”

Se generalizó un nuevo modelo de la mente humana, basado en la dualidad de psiquismo consciente e inconsciente. Más tarde se modificó, dándole la forma de un manojo de subpersonalidades yacentes bajo la personalidad consciente.”

actividad mitopoética del inconsciente.”

En la época del Renacimiento, filósofos y médicos se interesaron mucho por un poder de la mente, la imaginatio, que tenía un significado mucho más amplio que el actual y contenía lo que denominamos sugestión y autosugestión.”

En un capítulo de sus Ensayos, Montaigne resume algunas de las ideas prevalecientes en su tiempo. (…) La imaginación, según él, era una causa frecuente de enfermedad física, emocional y mental, e incluso de muerte, así como todas las manifestaciones atribuidas comúnmente a la magia.”

En el siglo XVIII, el italiano Muratori escribió un tratado, Sobre el poder de la imaginación humana, ampliamente leído y citado. Entre las numerosas manifestaciones de la imaginación describía los sueños, visiones, ilusiones, las ideas fijas, la antipatía (es decir, las fobias) y, sobre todo, el sonambulismo.”

Por todas partes se publicaban historias maravillosas acerca de durmientes paseadores que escribían, cruzaban ríos a nado o caminaban sobre los tejados en las noches de luna llena, y cuyas vidas peligraban si se les llamaba bruscamente por su nombre o se les despertaba.”

crisis perfecta” “sueño magnético”; “sonambulismo artificial” “hipnotismo” (Braid, 1843)

fluidismo x animismo

{polémica puramente pré-psicológica}

fascinación” “mirar a un punto fijo o en movimiento, luminoso o no, posiblemente a los ojos del hipnotizador.” (Egito Antigo)

método verbal – Abade Faria Liébeault Escola de Nancy

el sujeto debe estar cómodo, tranquilo y relajado.”

Ser hipnotizado exige conhecimento prévio da hipnose: “Janet ha explicado por completo este último punto. Si vuestro sujeto no ha oído hablar nunca de hipnotismo, es poco probable que podáis inducir en él el estado hipnótico usual”

possibilidade de autocegueira ou aurtossurdez temporariamente fabricada – provável aspecto subjacente da cegueira histérica.

1821: anestesia hipnótica para cirurgias (procedimento subutilizado)

E no entanto as propriedades curativas somáticas de males menores (neuralgia, reumatismo) nunca foram relegadas ao olvido desde os mesmeristas.

Desde el principio, los mesmeristas se quedaron sorprendidos de la capacidad de sus sujetos para representar emociones y encarnar papeles con extraña perfección, con la máxima sinceridad aparente, y les parecía a ellos, con más talento que los actores experimentados.”

Notaba como si tuviera mis ojos húmedos y sentía una ligera sensación de quemazón, pero me encontraba relajado. Un calor confortable invadía mi cuerpo (…) no sentía deseos de moverme ni de hacer nada, y me parecía que mis pensamientos eran completamente claros. Oí que el hipnotizador me decía que moviera los brazos; traté de resistir a la orden, pero fracasé en parte. A continuación, el hipnotizador me dijo que el dorso de mi mano era insensible; yo pensé que no podía ser verdad y que Von Speyr bromeaba cuando me decía que me estaba pinchando (lo cual era cierto). A la orden del hipnotizador, desperté como si surgiera de un sueño. Me acordaba de todo. También recordé la sugestión pos-hipnótica de que me despertaría a las 6:15 exatactamente de la mañana siguiente. (…) Dos o tres sesiones posteriores con Von Speyr y Forel produjeron los mismos resultados que la 1ª.” Eugen Bleuler, ‘Zur Psychologie der Hypnose’, Münchener medizinische Wochenschrift 36 (1889).

[Inconscientes do protagonismo do papel do terapeuta na sessão,] hallaron que el paciente podía no sólo diagnosticar sus propias enfermedades, predecir su curso y prescribir el remedio, sino también hacer lo mismo para personas con las que había sido puesto en relación.” …E então Neo rompeu o casulo da Matrix.

Uno de los temas más sujetos a controversia dentro del hipnotismo fue el de la regresión de edad, reconocido precozmente por algunos hipnotizadores y sujeto a estudio entre 1880 y 1890. Se dice al sujeto hipnotizado que está retrocediendo en el tiempo, por ejemplo hasta su adolescencia o infancia, hasta un momento dado de su pasado. Su conducta, movimientos y voz cambian de forma concordante. Parece haber olvidado todo lo que le ocurrió desde el momento que está representando, y da un relato detallado de acontecimientos de ese período de su vida. ¿Se trata de una ‘regresión verdadera’, es decir, de una reviviscencia de lo que el sujeto experimentó realmente a tal edad, o únicamente de una excelente imitación de lo que cree que experimentó?” “El coronel De Rochas, hipnotizador famoso en su tiempo, llevó estos experimentos a sus límites extremos, incluso ad absurdum. [COMEÇA A PSEUDO-METEMPSICOSE! Cf. Albert de Rochas, Les Vies successives. Documents pour l’étude de cette question, 1911.] » “…período fetal. Sobrevenía un oscurecimiento, seguido de la descripción de la vida anterior de la persona, que retrocedía desde la edad adulta hasta la infancia, el nacimiento y el período fetal, y luego, tras un nuevo oscurecimiento, la representación de la 2ª vida anterior. De este modo, los sujetos de De Rochas reencarnaban varias vidas anteriores, alternando siempre la de un hombre con la de una mujer. Las descripciones de estas vidas previas eran muchas veces plausibles, aunque con algunos anacronismos. [ADIVINHA POR QUÊ!] Algunos creyeron que el coronel De Rochas había hallado una confirmación experimental de la doctrina de la reencarnación. Pero las dudas surgieron cuando indujo a personas jóvenes a representar los diversos estadios posteriores de su vida.”

Ya en 1785 se polemizó en París sobre si la mujer cedería a una orden inmoral dada por el magnetizador.”

O INÍCIO DOS BILHÕES DE TRANSFERÊNCIAS E CONTRA-TRANSFERÊNCIAS ENTRE CONTAS CORRENTES DO ESPÍRITO:Teste notó que el sujeto era capaz de detectar los deseos secretos del magnetizador y se protegía contra los peligros, no sólo de una seducción sexual cruda, sino de caer en una relación amorosa sincera y verdadera.” Essa só existe mesmo na música Teacher’s Pet!

El Padre Debreyne (Pensées d’un croyant catholique, 1844), sacerdote y educador con conocimientos médicos, destacó que el magnetizador era generalmente un hombre sano y fuerte, y el sujeto una hermosa joven (en raras ocasiones vieja o fea)”

En un relato autobiográfico, Du Potet refiere cómo, en su juventud, magnetizó a 2 muchachas jóvenes y se desesperó cuando las vio caer en un estado cataléptico y durante horas hizo esfuerzos desesperados para sacarlas de él, hasta que finalmente despertaron.”

Otra manifestación patológica era el vigilambulismo, estado peculiar de semisonambulismo permanente en personas que, hipnotizadas repetidas veces, no habían sido sometidas a las maniobras normales que harían concluir su sueño magnético. Parecían estar completamente despiertas, pero eran capaces de recibir sugestiones de cualquiera que les hablara.”

Charcot contó el caso de una mujer que había sido hipnotizada 5x en un intervalo de 3 semanas, y que no podía pensar en otra cosa que no fuera su hipnotizador, hasta que se fugó de su hogar para vivir con él. Su marido la recogió, pero ella comenzó a manifestar graves alteraciones histéricas que hicieron necesario su ingreso en un hospital.”

A principios de la década de 1850, ciertos médiums comenzaron no sólo a escribir bajo el dictado del espíritu, sino que prestaban, por así decirlo, su pluma a los espíritus. En París, el barón de Guldenstubbe pretendía haber obtenido de esta forma mensajes autógrafos de Platón y Cicerón. La mayoría de los médiums, sin embargo, parecían contentarse con tomar al dictado del espíritu, al que recibían estando en trance, y quedaban muy sorprendidos cuando despertaban y se les mostraba lo que habían escrito.”

Flournoy, Des Indes à la planète Mars; Esprits et médiums

Otro estado clínico, que a 1ª vista parece muy distinto del sonambulismo, es el ‘letargo’, sueño muy profundo y prolongado, aunque en ocasiones toma la forma de muerte aparente (de aquí el temor extendido de ser enterrado vivo).”

Briquet observó que la catalepsia era tan frecuente en los hombres como en las mujeres, mientras que la histeria era 20x más frecuente en éstas.”

Estos 3 estados magnéticos, sonambulismo, letargo y catalepsia, tenían en común el hecho de mostrar oscuras afinidades con la histeria, de concurrir en ocasiones en el mismo paciente, y de poder ser inducidos mediante maniobras hipnóticas. Posteriormente, a este grupo de enfermedades magnéticas se añadieron otras 2, a las que Prichard denominó ‘éxtasis maníaco’ y ‘visiones de éxtasis’.”

KAFKIANO: “Prichard nos habla de un clérigo que no había tenido problemas de salud durante bastante tiempo cuando, estando un día en una esquina, vio una procesión fúnebre que se dirigía hacia él. Esperó y la dejó pasar, y entonces observó su propio nombre sobre el ataúd y vio que la procesión entraba en su casa. Éste fue el comienzo de una enfermedad que le llevó a la muerte en unos cuantos días.”

CASO DE <AUTOMATISMO AMBULATÓRIO>: “Como ejemplo, podemos citar el caso, famoso en su tiempo, de un joven pastor alemán, Sörgel, que era epiléptico. Un día que se hallaba en el bosque recogiendo leña se encontró con un hombre, le mató, le cortó los pies y bebió su sangre. Después regresó al pueblo, relató tranquilamente lo que había hecho, y poco después volvió a su estado normal de consciencia, en el que parecía no recordar absolutamente nada. El tribunal, mostrando mucha más comprensión psicológica que algunos de los jurados actuales, le absolvió basándose en que no se le podía hacer responsable de lo que había ocurrido.” Anselm Feuerbach, Aktennässige Darstellung merkwürdiger Verbrechen, 2 vols., Giessen, Heyer, 1828.

En agosto de 1895, un hombre de 35 sentado en un café de Zurich se sobresaltó al leer una noticia en un periódico. El texto decía que un cierto Mr. N. que, algunos meses antes había abandonado Suiza con destino a Australia, había desaparecido y se temía que hubiera muerto asesinado o víctima de una infección epidémica. Agitado por esta noticia, el hombre se precipitó a su pensión, buscó ansiosamente en los bolsillos de sus ropas, y encontró un pasaporte a nombre de Mr. N. Le asaltó la idea de que él era Mr. N., aunque no estaba completamente seguro: había una gran laguna en su memoria. Todo lo que recordaba era que un año antes había solicitado un puesto en ultramar, y tenía imágenes extremadamente vagas de un largo viaje por mar. Durante las últimas semanas, había llevado una vida vulgar y anodina en Zurich. En esta situación, fue a ver al Dr. Forel, el cual le admitió como paciente en el Burghölzli. El interrogatorio mostró que Mr. N. había sido nombrado por el gobierno suizo para un cargo oficial en Australia, que había partido para ese país en noviembre del año anterior y que había cumplido sus funciones de forma completamente normal durante 6 meses. Había abandonado su residencia en mayo para cumplir una misión oficial en una ciudad del centro de Australia, donde se había visto afectado por una enfermedad epidémica, y en este punto se perdía su pista. Sin embargo, afirmaron haberle reconocido posteriormente en un puerto de mar australiano, y se comprobó que había regresado desde Australia hasta Nápoles bajo nombre supuesto.

El paciente estaba deprimido, agotado y nervioso. Los intentos de estimular su memoria pidiéndole que se encontrara en ciertos puntos, realizando confrontaciones con su familia, y con un hombre al que había conocido en Australia, resultaron infructuosos.

Forel hipnotizó a Mr. N. y, comenzando con los recuerdos más recientes del paciente, procedió de forma lenta y progresiva hacia atrás en orden cronológico, comenzando cada sesión hipnótica con los últimos recuerdos descubiertos en la anterior. De esta forma el paciente dio una descripción detallada de su viaje desde Suiza hasta Australia, sus actividades en aquel país y su viaje a Australia central, donde se había enfrentado con serios problemas y había sido atacado por la fiebre. A partir de ahí, el tratamiento hipnótico se mostró mucho más difícil. Sin embargo, las resistencias fueron vencidas de forma gradual, de modo que se consiguió una recuperación casi completa de la amnesia.”

Yo no soy yo mismo, oh Señor, mi Dios. ¡Existe todavía tanta diferencia entre yo y yo mismo en el momento en que paso de la vigilia al sueño o vuelvo de éste a aquélla!” Agustín

En 1789, al comienzo de la Revolución francesa, llegaron a Stuttgart varios refugiados aristócratas. Impresionada al verlos, una joven alemana de 20 años <cambió> de repente su propia personalidad por los modos y maneras de una dama francesa, imitándola y hablando francés perfectamente, mientras que utilizaba el alemán como lo haría una mujer francesa. Estos estados <franceses> eran recurrentes. En su personalidad francesa, el sujeto tenía una memoria completa de todo lo que había dicho y hecho durante sus estados franceses anteriores. Como alemana, no sabía nada de su personalidad francesa.” Eberhardt Gmelin, Materialen für die Anthropologie, 1791.

Las diferencias entre las 2 personalidades eran muy llamativas. En su primer estado, Mary era una persona tranquila, callada y pensativa, con tendencia a la depresión, de pensamiento lento y carente de imaginación. En el 2º estado se mostraba alegre, sonriente, extravagante, amante de la compañía, la risa y los juegos, con una fuerte propensión a la versificación y la rima. Sus 2 caligrafías eran completamente distintas. En cada estado tenía conciencia del otro y temía regresar a él, pero por razones diferentes. En su estado 2º consideraba el otro como aburrido y estúpido.

Su 2º estado causaba mucho pesar a su familia porque se volvía inquieta y excéntrica; vagaba por los bosques sin temor a los lobos ni los osos, y una vez intentó capturar una serpiente de cascabel. Estaba también bajo el influjo de un cuñado. Inmediatamente antes de quedarse dormida, hablaba de los acontecimientos del día y a veces se reía feliz de las bromas que había hecho durante el mismo.

El caso Mary Reynolds se suele citar como ejemplo de separación completa entra las 2 personalidades. Sin embargo, en el relato del reverendo Plumer queda claro que la superación no era siempre tan completa. En el 2º estado, antes que hubiera aprendido a leer de nuevo y sin que tuviera ningún recuerdo de las Escrituras habló de sueños que manifestaban un conocimiento de la Biblia, así como de su fallecida hermana Eliza, de la que no tenía el menor recuerdo cuando estaba despierta.”

Österreich, Phänomenologie des Ich, 1910

Morton Prince, The Unconscious, 1911

Janet, L’Évolution psychologique de la personnalité, 1929

Personalidades múltiples simultáneas: Las personalidades se denominan simultáneas cuando son capaces de manifestarse distintamente en un mismo momento. Hay que subrayar que no se puede hablar de tales cuando se trata simplemente de 2 focos de atención o 2 corrientes de conciencia que actúan de forma concurrente (como puede suceder con los místicos religiosos, los poetas, artistas o inventores), o cuando una persona representa un papel en un teatro.”

En el relato de sus propias experiencias con mescalina, Giovanni Enrico Morselli relata su sensación de que una bestia salvaje se fusionaba con él; en otras palabras, se sentía como el licántropo de antiguo metamorfoseado en un animal salvaje, del que podía percibir incluso el olor.”

La coexistencia en la conciencia de 2 personalidades es un estado excepcional con pocas probabilidades de durar largo tiempo. Incluso cuando las 2 personalidades se conocen mutuamente, una de ellas es siempre dominante (aunque la presencia de la otra se note en el fondo).”

Personalidades múltiples sucesivas, mutuamente enteradas”

A seguía siendo la personalidad normal, habitual, y mantenía su carácter previo. Era una mujer brillante y cultivada de un buen ambiente, aunque reservada e inhibida. Cantaba mal. Tanto en su hogar como en el colegio de monjas fue una crianza rígida y, en su educación, se había mantenido un tabú estricto en lo relativo a las cuestiones sexuales. B parecía una mujer mayor, más atrevida pero digna y seria, que pretendía ser la reencarnación del alma de una cantante española. Cantaba bien y con seguridad y hablaba inglés con fuerte acento español. En ocasiones, hablaba un presunto español, pero que en realidad era una mezcla de fragmentos de español y de palabras con sonido de este último idioma. Era muy egocéntrica, mostraba fuertes pasiones, y su interés principal estaba en el instinto sexual.

(…) parece que B nunca dormía, y pretendía conocer la vida anterior de A mucho mejor que esta última. (…) Cory era capaz de hipnotizar a cada personalidad por separado. (…) En el colegio de monjas, A había conocido a 3 niñas procedentes de Méjico, que hablaban español entre ellas. Poco después de la muerte de su padre, había conocido a un hombre muy mayor que ella, que parecía español y cuya madre era realmente de ese país. Por otra parte, la paciente había sufrido una fuerte represión sexual y conflictos internos.”

Personalidades múltiples sucesivas, mutuamente amnésicas: En este grupo, las personalidades A y B no saben una acerca de la otra. Tal es el caso de la joven paciente de Gmelin, cuya personalidad francesa no sabía nada acerca de la alemana, ni ésta acerca de aquélla.

Ansel Bourne nació en 1826. Hijo de padres divorciados, había tenido una infancia desgraciada. Posteriormente trabajó de carpintero en los pueblecitos de Rhode Island. Ateo, según declaró públicamente el 28 de octubre de 1857, prefería quedar sordo y mudo antes que ir a la iglesia. Momentos después perdió el oído, el habla y la vista.

(…)

Treinta años después de su conversión, Ansel Bourne desapareció un día de su casa en Conventry, Rhode Island. Había ido a Providence, cobrado 551 dólares en el banco, hecho una visita a un sobrino y a partir de entonces se perdía su rastro.

Dos semanas después, un cierto Albert Brown llegó a Norristown, Pennsylvania; alquiló una tiendecita, compró algunas mercancías y abrió un comercio de papelería, confección y artículos varios. Llevó una vida completamente anodina y aislada. El 14 de marzo por la mañana se despertó temprano y completamente desorientado. Había vuelto a su 1ª personalidad de Ansel Bourne y no podía comprender lo que hacía en ese extraño lugar. Llamó a sus vecinos, los cuales pensaron que se había vuelto loco. Ansel Bourne no recordaba nada de lo que había hecho durante los 2 meses en que había vivido bajo el nombre de Albert Brown.

En 1890 Ansel Bourne fue hipnotizado por William James y conducido, en trance, a su 2ª personalidad de Albert Brown. Brown no sabía nada de Bourne, pero dio un relato coherente de lo que había hecho durante los 2 meses de su existencia. (…) En lo relativo a su fuga, no cabe duda de que estaba insatisfecho con la vida y sufría con el carácter desagradable de su 2ª esposa. Desapareció inmediatamente después de cobrar una gran cantidad de dinero. Su nueva identidad (Albert Brown de Newton, N.H.) era un mal disfraz de la verdadera (Ansel Bourne de New York, N.Y.).”

Su acento era irlandés. Él pensaba que podía ser canadiense y sentía un interés inexplicable por el estado de Michigan. (…) Con intensa emoción, le habló a Franz [el médico] de sus experiencias bélicas en la jungla africana y relató cómo, después de escapar de una prisión alemana con otro soldado, había visto cómo su compañero era devorado por los leopardos. (…) Era un hombre de 42 años con recuerdos y experiencias de solamente 27.” “En unos pocos minutos vivió 15 años. Se había encontrado y reconocido a sí mismo.”

Franz, Persons One and Three. A Study in Multiple Personalities, 1933.

Personalidades múltiples sucesivas: amnésicas en una dirección: En este caso la personalidad A no sabe nada acerca de la personalidad B, mientras que esta última se conoce no sólo a sí misma, sino también a la A.”

La mayoría de los casos de personalidades múltiples pertenecen a este grupo de amnesia en una dirección. (…) Más aún, S.W. Mitchell destacó que, en todos los casos conocidos, la personalidad B resulta más libre y gozosa; la personalidad A es inhibida, compulsiva y deprimida. Myers, y posteriormente Janet, declararon que era incorrecto, como hizo Azam, denominar normal a la personalidad A y anormal a la B.”

Desde entonces alternaron las personalidades francesa e italiana. En ambos casos, Elena creía que hablaba italiano. En su estado francés, hablaba italiano como lo haría un francés, y viceversa. Además de estas 2 personalidades, de tiempo en tiempo padecía estados de delirio con terribles alucinaciones en las que veía, p.ej., cómo su madre era asesinada por su padre (estados semejantes fueron descritos también por Azam como tercer estado de Félida).

(…) La personalidad francesa era claramente psicótica (…) La vida en el hogar era intolerable a causa de las escenas violentas que se producían entre los padres.

(…) Descubrió que podía hacerla pasar a voluntad del estado francés al italiano haciéndole leer en voz alta 50 versos de Dante. Morselli intentó, sin utilizar la hipnosis, una cuidadosa aclaración de su pasado.

(…) Recordó haber sido víctima de los ataques incestuosos de su padre (cuya realidad fue confirmada por otras fuentes). Lo más horrible para ella fue el recuerdo de los intentos de su padre de introducir la lengua en su boca. Su paso a la personalidad francesa era, por tanto, un intento de reprimir el recuerdo de la ‘lengua’ de su padre, y de sus ataques incestuosos en general.”

Racimos de personalidad”

Una vez bautizada, la personalidad inconsciente se hace más clara y definida; muestra sus rasgos psicológicos con mucha mayor claridad.”

Janet

Mientras que B II era la propia Beauchamp <exagerada>, B III era completamente opuesta: se mostraba alegre, vivaz, valiente, rebelde y muchas veces tartamudeaba. B I (estado normal) no sabía nada de sus 2 personalidades hipnóticas; B II conocía a B I pero no a B III. Por otra parte, B III lo sabía todo acerca de B I y B II. La 2ª subpersonalidad hipnótica, B III, a la que Prince denominó Chris, eligió el nombre de Sally. Despreciaba y ridiculizaba a B I, a la que encontraba estúpida. Sin embargo, Sally no tenía la cultura de la señorita Beauchamp, ni hablaba francés.

(…) Posteriormente emergió una nueva personalidad, B IV, La Idiota (…) Desde 1898 hasta 1904 todas estas personalidades representaron <una comedia de errores que en ocasiones era burlesca y en ocasiones trágica>. (…) consiguió amalgamar estas personalidades en una, la verdadera Beauchamp. Los detalles de este tratamiento que se podría denominar correctamente terapia de grupo, se describen de forma más completa en el libro de Prince La disociación de una personalidad.”

Comentarios generales sobre la personalidad múltiple” “Para explicar estos fenómenos se elaboraron varias teorías. Al principio, la discusión se estableció entre los asociacionistas, que hablaban de escisión mental y pérdida de conexión entre los 2 grupos principales de asociaciones, y los organicistas, los cuales mantenían la idea en una modificación orgánica del cerebro. En un período posterior, hacia finales del XIX, se sacaron a la luz los factores de motivación, interpretación de un papel, regresión y progresión de la personalidad total, por obra, sobre todo, como veremos, de Flournoy. Gardner Murphy llegó a la conclusión de que <la mayoría de los casos de personalidad múltiple parecen representar en esencia el esfuerzo del organismo por vivir, en momentos diferentes, con referencia a sistemas de valores diferentes>.”

A partir de 1910 se generalizó la reacción frente al concepto de personalidad múltiple. Se afirmó que los investigadores, desde Despine hasta Prince, habían sido víctimas de pacientes mitomaníacos, y que habían conformado de forma involuntaria las manifestaciones que observaban. La nueva psiquiatría dinámica dedicó poca atención a los problemas de la personalidad múltiple. Posteriormente, sin embargo, pareció producirse un resurgimiento parcial del interés por este tema.” “En los EEUU persistió el caso sensacional de Thipgen y Cleckley, que despertó mucho interés y fue llevado al cine [claro!].”

Corbett Thipgen & Hervey Cleckley, The Three Faces of Eve, 1957.

* * *

El estudio verdaderamente objetivo y sistemático de la histeria comienza con el médico francés Briquet, cuyo celebrado Traité de l’hystérie fue publicado en 1859. (…) En el transcurso de 10 años y con la ayuda de su equipo, realizó una investigación sobre 430 pacientes histéricos.” “la histeria era prácticamente inexistente entre las monjas, pero muy frecuente entre las prostitutas de París.” “Posteriormente, Ch. haría suyas las líneas principales de este concepto.”

Es interesante mencionar que el mismo concepto [da má-fé feminina, excisão em 2 personalidades] está también presente en la descripción que hace Flaubert del carácter de Salambó en su novela del mismo título publicada en 1859.” + Gaultier, Le Génie de Flaubert, 1913.

Dessoir, Das Doppel-Ich, 1890.

Colsenet recogió y dio una elaboración filosófica a la teoría del polipsiquismo, que relacionó con el concepto de Leibniz de la jerarquía de mónadas (Études sur la vie inconsciente de l’espirt, 1880).”

En realidad, la mitomanía debería entenderse como un aspecto particular de un concepto más amplio, el de la función mitopoética del inconsciente. Con la excepción de algunos estudios brillantes como el de Flournoy sobre su médium Hélène Smith, dicha función no ha recibido la atención que merece, y es lamentable que los nuevos sistemas de psiquiatría dinámica no hayan llenado todavía esta laguna.”

Bjerre supuso que <la hipnosis es un retroceso temporal hacia el estado primario de reposo propio de la vida fetal>. Utilizada de esta forma, la hipnosis actuó aparentemente como un poderoso sedante.”

Hacia finales del siglo XIX, la palabra <sugestión> se utilizó con tal profusión que llegó a perder su significado.”

Los alemanes Gmelin y Heinecken habían notado que pacientes magnetizados por el mismo magnetizador sentían una irresistible atracción entre sí. Un autor escocés anónimo observó exactamente el mismo fenómeno; los pacientes a los que él había magnetizado se sentían muy atraídos entre sí, se daban unos a otros nombres mesméricos, y se consideraban como hermanos y hermanas.”

Otro problema que surgió en ese período fue el de la pretensión de los colegios médicos de que sólo fueran autorizados para la práctica del magnetismo los doctores en medicina. Los magnetizadores profanos se opusieron violentamente a esta petición.” HAHAHAHA

Goethe, p.ej., nunca demostró el menor interés por el magnetismo. En cambio, los promotores de la filosofía de la naturaleza lo aclamaron como un descubrimiento de los que hacen época. Schelling vio en el sonambulismo magnético un medio de establecer conexión entre el hombre y el Alma Universal (…) Fichte se mostró más crítico, pero, habiendo observado varias demonstraciones con sonámbulos, llegó a la conclusión de la relatividad del yo y dijo que la individualidad del hombre podía ser alterada, dividida o sujeta a la voluntad de otro. Schopenhauer, que había quedado profundamente impresionado por las demostraciones públicas de Regazzoni en 1854, expresó repetidamente en sus escritos su interés por el magnetismo.”

Aunque no desde un punto de vista económico o técnico, sino filosófico, el magnetismo animal es el descubrimiento más trascendental (inhaltsschwer) jamás realizado, aun cuando, en el momento actual, plantee más enigmas de los que resuelve”

Apenas se hallará un poeta romántico alemán que no fuera influido por el magnetismo animal.”

Si su sonámbula es tan lista, hágale adivinar lo que haré dentro de 8 días y cuáles serán los números premiados en la lotería de mañana.”

Napoleão

E.T.A. Hoffman, Los elixires del diablo (sobre Doppelgänger)

Este relato es notable como anticipación del concepto de Jung de la <sombra>. Medard ha proyectado su sombra (el lado malo de su personalidad) sobre otro ser; de ahí su vida perversa y errática. Una vez que ha aceptado su culpa y asimilado la sombra, consigue una integración mayor de su personalidad.”

Pearl Lenore Curran, nacida en Illinois de padres ingleses en 1883. Aunque un tío suyo era médium, ella nunca pareció interesada por el espiritismo. En 1912, sin embargo, comenzó a experimentar con el tablero Ouija. De forma gradual, le llegaron cartas con rapidez creciente, y a continuación desarrolló vívidos cuadros mentales.” Walter Franklin Prince, The Case of Patience Worth. A Critical Study of Certain Unusual Phenomena, 1927.

Pero quizá la mejor obra de este tipo de literatura sea la novela de Stevenson El extraño caso del Dr. Jekyll y Mr. Hyde.” Podia ser melhor…

Menção de Prévost, Jardim Secreto.

La obra de Proust es de particular interés porque sus sutiles análisis no estaban influidos por F. y los otros representantes de la nueva psiquiatría dinámica. Sus fuentes académicas no fueron otras que Ribot y Bergson.”

+ Ribot, Les Maladies de la mémoire ; Les Maladies de la personnalité

Jung interpretó el Zarathustra de Nietzsche como el resultado de una 2ª personalidad, que se había desarrollado silenciosamente hasta que un día surgió a la luz repentinamente.”

Da, plötzlich, Freundin! wurde Eins zu Zwei

Und Zarathustra gieng an mir vorbei…

Acho que levaram muito ao pé da letra os dois versos!

Jung, p.ej., descubrió que un párrafo completo del Zarathustra de Nietzsche provenía de un artículo del 4º volumen del Blätter von Prevorst (el periódico editado por Justinus Kerner), publicación que se sabía había sido leída por Nietzsche en su juventud. La naturaleza inconsciente del plagio se pudo deducir del hecho de que el texto original estaba modificado de forma rústica e insertado de modo completamente innecesario¹ en la historia de Zarathustra.”

¹ Se a citação não era literal, não cabe chamar de plágio. Se é uma inserção completamente inecessária, creio que um filósofo mais competente deva julgar!

Así es como, dice Wagenvoort, Nie. tomó los conceptos principales desarrollados en El nacimiento de la tragedia del libro La Bible de l’Humanité de Michelet. Según otros historiadores literarios, los principales conceptos originales de Nie. tendrían su origen en Emerson, por medio de la criptomnesia.” Régis Michaud, Autour d’Emerson, 1924.

La historia de la 1ª psiquiatría dinámica es la de una paradoja: durante todo un siglo los nuevos descubrimientos lucharon por ser reconocidos; luego, una vez que lograron el reconocimiento de la medicina oficial, disfrutaron de una fase brillante de éxito de menos de 20 años, seguida de un rápido declinar.” “A partir de 1882 el mundo médico quedó cegado por el hipnotismo; las publicaciones sobre este tema se contaron por centenares, hasta que se alcanzó la saturación y se abandonó la tendencia.”

el primer sujeto hipnotizado imprime sobre el hipnotizador un método y una esperanza determinada de resultados, que modifican el método y los resultados ulteriores. Más aún, el hipnotizador que ha seguido ciertas enseñanzas transfiere su método y sus esperanzas de resultados a sus discípulos, lo que explica el origen de escuelas rivales, cada una con el monopolio de unos fenómenos hipnóticos específicos.”

Mantengo que el trance hipnótico […] tiene algunas analogías tanto con la genialidad como con la histeria. Mantengo que, en sujetos ineducados, es el estado mental más alto en el que nunca han estado; y que, cuando se comprenda mejor y se aplique a sujetos de características superiores, dará lugar a una fluidez de pensamiento más ininterrumpida y firme de la que podemos mantener mediante el esfuerzo en estado vigil en nuestros ajetreados y fragmentarios días.”

Myers

Estas predicciones de Myers se materializaron en el método de autosugestión de Coué, en la técnica del parto sin dolor [¡!] y en el entrenamiento autógeno de Schultz.

Pero es más fácil, desde luego, rechazar en bloc una enseñanza que ha incorporado errores que llevar a cabo el difícil trabajo de seleccionar el grano de la paja, y, como tuvo que concluir Janet, <el hipnotismo ha muerto… hasta el día en que resucite>.”

IV. EL ENTORNO DE LA PSIQUIATRÍA DINÁMICA

eran de estatura más corta, más duros, muy sufridos (la anestesia quirúrgica no existía; los sedantes y narcóticos apenas se conocían; la mente estaba acostumbrada al sufrimiento físico y a la vista del mismo).”

la suciedad se extendía por todas partes y se estaba acostumbrado a los olores fuertes.”

En 1771, después de realizar la circunnavegación del globo, el francés Bougainville publicó una narración de sus viajes, excitando las imaginaciones con su descripción de la pretendida felicidad natural y completa libertad sexual existente entre los nativos de Tahití.” “venza el que venza en esta lucha, aquél será por siempre una criatura infeliz, idea que hicieron suya más tarde Nietzsche y Fraud.” “Se creía que Court de Gébelin (uno de los admiradores de Mesmer) había descifrado los mitos más antiguos y reconstituido el lenguaje primitivo de la humanidad.”

Los castillos medievales todavía existentes habían quedado anticuados y sólo servían como tema de leyendas y <novelas negras>.”

Los campesinos agrícolas eran primitivos en comparación con los modernos. Los campesinos estaban agobiados por los impuestos y tenían que someterse al trabajo obligatorio (lo que en Austria se denominaba trabajo Robot) para el señor de la tierra o para el Estado. Solían ser analfabetos, hablaban innumerables dialectos y casi ninguno comprendía el idioma oficial de su país.”

Las familias nobles que vivían en sus propiedades campestres estaban en íntima relación con las mismas familias de campesinos, generación tras generación. Un individuo podía cultivar las tierras de su dueño y convertirse de forma temporal en criado o soldado suyo cuando éste tomaba el mando de su regimiento. Semejantes relaciones se mantenían durante generaciones y eran, sin lugar a dudas, completamente autoritarias.”

En Rusia era costumbre que los aristócratas castigaran a sus campesinos com el knout (látigo ruso).” Cf. Marivaux, Beaumarchais

Bertrand, físico que se convirtió en uno de los mejores estudiantes del magnetismo animal, contaba curiosas historias acerca de los primeros investigadores que sentían terribles choques a partir de una descarga eléctrica que nosotros sólo consideraríamos ligeramente desagradable, y cómo se asustaban hasta el punto de pasar 2 días en cama, mientras otros físicos realizaban con toda ingenuidad experimentos muy peligrosos, que algunas veces les llevaron a la muerte (Lettres sur la physique, Paris, Bossange, 1825).”

Durante la 2ª mitad del siglo XVIII existieron en realidad 2 neurosis de moda: una, la hipocondriasis, afectaba a los caballeros y consistía en ataques de depresión e irritabilidad. La otra era los vapeurs, la neurosis de las damas distinguidas, que se desmayaban y sufrían variados ataques de nervios.”

En su monumental trabajo El folklore de Francia, Sébillot dedica un capítulo a las creencias y prácticas populares relativas a los árboles (t. III).”

los bosques y los árboles sagrados eran probablemente las divinidades más respetadas entre los antiguos galos (…) si este culto desapareció por fin, fue debido más a la tala y a la utilización de la tierra con fines agrícolas que a las prohibiciones religiosas. En todo caso, el culto de ciertos árboles continuó en forma más o menos solapada hasta los tiempos modernos. En 1854, una investigación demostró que en el departamento del Oise no había menos de 253 árboles a los que se daba un culto más o menos secreto o disfrazado, entre ellos, 74 olmos y 27 encinas.”

Durante muchos siglos, el latín había sido la lengua común de la Iglesia, de la administración y de las universidades europeas. Su supremacía, ya puesta en entredicho por la Reforma, caería por tierra con el nacimiento del nacionalismo. Siguió siendo, sin embargo, el idioma oficial del Parlamento, el Estado y la administración de Hungría hasta 1840, y se suponía que toda persona culta de Europa occidental debía hablarlo con fluidez. Pero en la mayoría de los países, los científicos habían comenzado ya a utilizar sus propios idiomas nacionales, y el uso de latín disminuyó rápidamente tras el advenimiento de la Revolución francesa.

La razón de esta desaparición del latín no hay que buscarla en su inadecuación científica: Newton, Harvey y Linnaeus habían publicado en él sus descubrimientos. Mach piensa que la razón fue que la nobleza deseaba disfrutar de la literatura y la ciencia sin tener que aprender en lenguaje erudito. [plebeya nobreza!] Condorcet proclamó que utilizando el idioma nacional, las publicaciones de los científicos franceses ya no serían un campo inaccesible para el francés medio; dejó que los científicos aprendieran los idiomas de sus colegas extranjeros.” Schopenhauer é extremamente crítico desse abandono do latim pela ciência oficial.

por otro lado, la ciencia perdió parte de la universalidad que le había caracterizado hasta entonces y se convirtió en un asunto nacional, en ocasiones incluso en un arma política.”

Desde el Renacimiento y hasta finales del siglo XIX, se consideraba como cosa obvia que una persona educada debía poseer un gran conocimiento del latín y griego y de sus literaturas, así como de los modernos clásicos de las lenguas nacionales.”

Baldassare Castiglione, The Book of the Courtier

Baltasar Gracían, The Art of Wordly Wisdom

(Repare na insólita semelhança nominal destes dois homens citados à mesma página, sem qualquer inter-relação, um descrevendo o homem da Renascença, o outro o homem do Barroco, em países diferentes!)

El nacimiento de la psiquiatría dinámica a finales del siglo XVIII sólo se puede comprender por completo si se sitúa en la perspectiva cultural e histórica del declinar del barroco y el triunfo de la Ilustración.”

Cassirer, The Philosophy of Enlightenment, 1951

Lessing, Nathan o Sábio, 1779

Badt-Strauss, Moses Mendelssohn, der Mensch und das Werk, 1929 (M.M. foi um judeu heterodoxo que militou contra os arcaísmos da ortodoxia de sua religião)

Beccaria, Dei Delitti e dele Pene, 1764

El propio Kant, en uno de sus libros, escribió un capítulo ‘Sobre el poder de la mente para dominar los propios sentimientos morbosos mediante la simples decisión’, en el que dio reglas para vencer el insomnio, la hipocondriasis y diversas alteraciones físicas mediante una dieta adecuada, la respiración correcta y, sobre todo, el trabajo sistemático intercalado con períodos de relajación completa y el establecimiento de hábitos sólidos, especialmente la realización de actos frecuentes y conscientes de la voluntad.” Segundo consta na historiografia, ele mesmo não seguiu seus conselhos, e morreu quase entregue à idiotia.

personas como el pastor alsaciano Oberlin llevaron pacientes mentales a sus casas y los trataron con una mezcla de terapia de apoyo y ocupacional.”

En Alsacia, la Société de l’Harmonie abrió una serie de servicios ambulatorios gratuitos para todo el que necesitara magnetización. (Que nosotros sepamos, es el primer caso registrado históricamente de tratamiento psiquiátrico gratuito para los desheredados.)

Henri Brunschwig, La Crise de l’état prussien à la fin du XVIIIe siècle et la genèse de la mentalité romantique, 1947

El estudio sistemático de los mitos y símbolos fue comenzado por pensadores tales como Christian Gottlob Heyne, Friedrich Schlegel, Creuzer y Schelling, para los cuales no había errores históricos o conceptos abstractos, sino fuerzas y realidades vivas.”

La Bildungsroman, novela que describía los procesos de desarrollo intelectual y emocional de un individuo, se convirtió en la manifestación literaria preferida y probablemente indujo a los psiquíatras a escribir historias clínicas en conexión con la historia completa de sus pacientes.”

la asombrosa perfección de las traducciones, por los alemanes, de autores extranjeros”

El concepto típicamente romántico de Weltanschauung indica una forma específica de percibir el mundo peculiar de una nación, un período histórico o un individuo. Según Max Scheler, esta palabra fue acuñada por Wilhelm von Humboldt

Schlegel, Lucinde

Cuando se habla de Romanticismo, se piensa normalmente en su expresión literaria, musical o artística; pero en Alemania, el romanticismo invadió también los campos de la filosofía, la ciencia y la medicina. Debido a su gran importancia en relación con el desarrollo posterior de la psiquiatría dinámica, observaremos con más detenimiento sus implicaciones en esas esferas.”

Schelling. Ver especialmente Ideen zu einer Philosophie der Natur, 1797“ “Sche. y sus discípulos veían polaridades por todas partes. Los tratados de química se escribieron bajo el aspecto de la polaridad ácido y base. La fisiología humana se interpretó en función de las polaridades vigilia y sueño, esfera vegetativa y esfera animal (Reil), sistema cerebral y ganglionar (Von Schubert).” Winkelmann como a hipérbole desse tipo de fisiología dualista.

La noción del inconsciente. Esta palabra ya no significaba los recuerdos olvidados de san Agustín o las ‘percepciones oscuras’ de Leibniz, sino que era el verdadero fundamento del ser humano, por estar enraizado en la vida invisible del universo y ser, por lo tanto, el verdadero nexo de unión del hombre con la naturaleza.”

Leibbrand ha dicho que ‘las enseñanzas de C.G. Jung en el campo de psicología son ininteligibles a menos que se conecten con Schelling.’“Los conceptos de Jung de animus y anima no son sino una reencarnación posterior de los Urphänomene románticos, expresados en el mito del Andrógino.”

não há um só conceito de Fraud ou Jung que não fôra antecipado pela filosofia da natureza e medicina românticas.”

Schopenhauer, aunque no exactamente romántico, perteneció a la misma época y debe ser considerado entre los antecesores de la moderna psiquiatría dinámica.”

FRACAS ASPIRAÇÕES: “El verdadero objetivo de la filosofía es convertir el espíritu en un órgano de conocimiento a través del cual el hombre pueda tomar conciencia de realidades espirituales más altas: esto es lo que Troxler denominó antroposofía. Existen claras semejanzas entre esta doctrina del desarrollo de la mente humana y el concepto de individuación de Jung, así como entre el Gemüt de Troxler y el Selbst de Jung.”

Carl Gustav Carus (1789-1869), médico y pintor, es célebre por su trabajo sobre psicología animal y fisionomía, y en particular por su libro Psyche, que fue el primer intento de dar una teoría completa y objetiva de la vida psicológica inconsciente.” Já fala de um inconsciente absoluto geral (totalmente inacessível); um inconsciente absoluto parcial (indiretamente acessível); e de um inconsciente relativo ou secundário (partes do presente, ou seja, da consciência e da vivência, relegadas agora ao passado). Ainda parece incorporar sem contradições o a priori kantiano e antecipar o inconsciente coletivo junguiano.

En la obra Psyche se presenta la vida de un médico y agudo observador de la mente humana. Revela cómo estaba modelada la teoría del inconsciente a finales del período romántico, antes de que empezara a predominar la teoría positivista. Carus fue la fuente de Von Hartmann [¡pésimo!] y de los últimos filósofos del inconsciente, [¿?] así como de la teoría de los sueños de Scherner.”

Schopenhauer (1788-1860) había publicado su obra principal, El mundo como voluntad y representación, en 1819, mucho antes de que Carus publicara su Psyche, pero permaneció ignorado por filósofos y críticos durante 20 años. Comenzó a ser famoso a partir de 1850. Fue [<]maestro[>] de Wagner y Nietzsche [nunca os conheceu], y sus obras lograron un gran éxito en la década de 1880. [después de muerto, como siempre]

La voluntad de Böhme, Schelling y Sch. tomó por último el nombre mucho más apropiado de inconsciente. El inconsciente de Von Hartmann adquirió aparentemente las cualidades de la idea de Hegel” Parca compreensão filosófica. Mas o que esperar de psiquiatras e historiadores… Para colmo, Von Hartmann copiou o inconsciente tripartite de Carus.

O ponto mais vulnerável e atacável da obra de Ellenberger: “Realmente no cabe duda de que existe algo como la enfermedad creadora, de la que la persona surge con una nueva visión del mundo o con una nueva filosofía, como vimos cuando habláblamos de los hechiceros y veremos al referirnos a Fechner, Nietzsche, Fraud y Jung.”

Nos limitaremos a 4 de estos pioneros: Reil, Heinroth, Ideler y Neumann.”

Kirchhoff llama a Johann Christian Reil (1759-1813) <el descubridor y fundador consciente de la psicoterapia racional>.” Reil fala em “teatro terapêutico” (atual psicodrama) já em 1803. Já então havia superado o falso dilema muito ulterior organicismo X psiquismo.

Johan Christian August Heinroth (1773-1843) es ridiculizado todavía hoy por haber proclamado que la causa principal de la enfermedad mental es el pecado. De hecho, bastaría substituir el término <pecado> por el de <sentimento de culpa> para que pareciera casi contemporâneo. (…) La consciencia no se origina ni en el mundo externo ni en el yo, sino en un Über-Uns (super-nosotros), que Heinroth parece igualar con la razón y com un camiño que lleva a Dios.”

Karl Wilhelm Ideler (1795-1860) (…) cree firmemente en la posibilidad de una psicoterapia de las psicosis.”

Heinrich Wilhelm Neumann (1814-1884): Segundo este último, a angústia não é um sentimento universal do homem, mas supõe um desequilíbrio instintual.

Sintomatologia um tanto incomum e mal-aceita no próprio 2021: “religiosidad morbosa, e interés exagerado por el servicio divino y el pastor.”

La mayoría de estos psiquíatras [románticos] eran alemanes. El belga Guislain, que expuso ideas originales acerca del papel de la angustia en la génesis de la enfermedad mental, pertenece al mismo grupo”

Sempre a culpa e a impotência como motores.

al parecer encontraron poca o ninguna comprensión por parte de las autoridades públicas.” “El estudio de la anatomía del cerebro adquirió una importancia fundamental, y el trabajo de estos pioneros cayó em el descrédito o el olvido. Pero cualquiera que conozca el trabajo de Reil, Heinroth, Ideler, Neumann y Guislain reconocerá un retorno a estas fuentes olvidadas en muchos de los descubrimientos de Bleuler”

1850s: a década mundial do Positivismo.

Românticos retardatários: Fechner (o médico que virou físico) e Bachofen.

Wundt, Gustav Theodor Fechner. Rede zur Feir seines hundertjährigen Geburtsages, 1901. (terá tradução? ver abaixo)

Fe. obtubo una plaza universitaria no remunerada y se ganaba la vida traduciendo obras científicas y redactando libros de texto elementales y enciclopedias populares. De cuando en cuando publicaba breves folletos literarios bajo el seudónimo de Dr. Mises. En uno de ellos, Anatomía comparada de los ángeles, siguió la curva de evolución del reino animal, desde la ameba hasta el hombre y a continuación, mediante extrapolación, trató de construir la forma ideal de um ser aún más alto, el ángel. Llegó a la conclusión de que tales seres serían esféricos, percibirían la gravitación universal del mismo modo que los humanos perciben la luz, y se comunicarían entre ellos por medio de un lenguaje de signos luminosos, al igual que los humanos conversan entre sí por medio de un lenguaje acústico. En 1836 publicó El libro de la vida después de la muerte, que firmó con su próprio nombre”

En 1833, a la edad de 32 años, Fechner se casó y obtuvo la plaza de profesor de física en la Universidad de Leipzig. En palabras de Wundt, <desde el momento en que logró una posición independiente que le daría libertad para su propio trabajo, desde este mismo momiento, falló su fortaleza. El trabajo excesivo le había dejado exhausto.>”

Durante los 6 años siguientes, 1834-40, prosiguió con su trabajo gracias a un esfuerzo considerable, y realizó en sí mismo experimentos sobre fenómenos visuales subjetivos. Su vista resultó dañada y en 1840, a los 39, sufrió un colapso y tuvo que abandonar sus atividades profesionales durante los 3 años siguientes.” Ficou biruta depois da recuperação: “Al abrir los ojos en el jardín por 1ª vez después de sus 3 años de oscuridad, quedó sorprendido por la belleza de las flores; comprendió que tenían un alma, y escribió su libro Nanna, o el alma de las plantas.” “Una vez recuperado, Fe. vivió en perfecto estado de salud durante el resto de su vida, pero dentro de él había tenido lugar una notable metamorfosis.”

Durante la 2ª mitad de su vida, escribió numerosos tratados bien estructurados y originales, la mayoría en un bello estilo lírico. Con su antiguo seudónimo de Dr. Mises publicó una colección de los acertijos que había compuesto durante su enfermedad. Con su nombre real escribió 2 de las obras más típicas de la filosofía de la naturaleza: Nanna, probablemente la 1ª monografia dedicada a la psicología de las plantas, una rama eminentemente romántica de la psicología. El trabajo siguiente, Zend-Avesta, cuyo título estaba tomado de los libros sagrados de los antiguos persas, tenía el fin aparente, en la mente del autor, de ser una Biblia de la filosofía de la naturaleza. Fechner afirma que la Tierra es un ser viviente, de un nivel superior al hombre y correspondiente al de los ángeles deducidos hipotéticamente por él en su antigua Anatomía comparada de los ángeles.” “Al examinar el lugar de la Tierra dentro del sistema solar, Fechner introduce los principios de <estabilidad> y de <repetición>. El sistema solar se mantiene a sí mismo mediante la repetición periódica de posiciones y tipos de movimientos idénticos; la estabilidad toma, por tanto, la forma específica de repetición. El Zend-Avesta contiene las primeras indicaciones de la aplicación de los principios de estabilidad y repetición a la fisiología y psicología humanas, y la 1ª mención de la <ley psicofísica>.”

Estos trabajos filosóficos fueron publicados en un momento muy desfavorable, ya que la filosofía de la naturaleza había quedado anticuada. Sin embargo, Fechner nunca desesperó de propagar su filosofía, aunque, dice Wundt, modificó su táctica y volvió a la psicología existente entre el mundo físico y el espiritual. Pensaba que debería existir una ley general que gobernara esta relación, y trató de descubrir la fórmula matemática más probable que la expresase. Según su propio relato, esa fórmula, a la que denominó ley psicofísica, se le ocurrió repentinamente en la mañana de 22 de octubre de 1850, a tiempo para mencionarla brevemente en su Zend-Avesta. A continuación procedió a diseñar una larga serie de experimentos para comprobar la certeza de la misma, trabajo en el que estuvo absorbido los 10 años siguientes. [Não diria que a metade final de sua vida foi lúcida!] Sus hallazgos fueron recogidos en los 2 volúmenes de la Psicofísica publicados en 1860, que despertaron un interés considerable y fueron el punto de partida de la moderna psicología experimental.”

En un estudio crítico sobre la teoría darviniana de la evolución de las especies, Fechner formuló su <principio de la tendencia a la estabilidad>, principio teleológico universal que trataba de completar al principio causal.”

MUITO REVELADOR: “En 1876 publicó su trabajo sobre estética experimental, intento de basar la estética en la investigación experimental y de comprenderla desde el punto de vista del principio del placer-displacer. Ese mismo principio, lo aplicó a la psicología del ingenio y de los chistes. En 1879, a los 78 años, publicó La visión de día en contraste con la visión de noche, en el que opone su propia visión panteísta del mundo (que llama <visión de día>) a la concepción seca, desconsolada, del cientificismo materialista contemporáneo [y del futuro siglo XX].”

En 1879 fue abierto en Leipzig por Wilhelm Wundt, gran seguidor de Fechner, el primer instituto de psicología experimental. Leipzig, la ciudad adoptada por Fechner, se convirtió en el centro de la nueva ciencia y los estudiantes llegaban a ella desde todas las partes del mundo.”

A finales del XIX parecía que Fechner sólo sería recordado como un pionero de la psicología experimental y como el autor de la <ley psicofísica fundamental>. Irónicamente, sin embargo, fue de su filosofía de la naturaleza de donde Fraud tomó varios conceptos básicos que incorporó en su metapsicología.”

Johann Jakob Bachofen (1815-87), promulgador de la teoría del matriarcado [ou não, conforme abaixo!] (…) que tropezó con la indiferencia o con las críticas agudas de los especialistas.” “Así es como Bachofen se convirtió, en palabras de Turel, en <el historiador de una época sin historia>.” “Residiendo en Basilea, Bac., digno caballero de modales ceremoniosos, llevó la vida de un Privatgelehrter (erudito particular), dividiendo su tiempo entre la escritura de libros y los estudios en Italia y Grecia. Vivió soltero en la casa de sus padres hasta los 50 años, en que contrajo matrimonio con una hermosa prima suya de 20. En su ciudad nativa era considerado como un intelectual maduro y algo excéntrico. Cuando murió, en 1887, su fama había comenzado a extenderse por todo el mundo.

Aunque desconocida para Bac., la teoría del matriarcado ya había sido anticipada por Joseph François Lafitau (1681-1746), erudito jesuita que vivió 5 años entre los iroqueses. El padre Julien Garnier, que había pasado 60 años de su vida con los algonquinos, hurones e iroqueses, le había contado todo lo que sabía acerca de sus costumbres y organización social.” “Otro erudito francés, el abbé Desfontaines, describió, en una novela que pretendía relatar las aventuras del hijo de Gulliver (Le nouveau Gulliver, ou Voyages de Jean Gulliver, fils du capitaine Lemuel Gulliver, 2vols., 1730), una isla imaginaria, Babilary, donde el poder residía en manos de las mujeres, quienes lo utilizaban de la misma manera que hacen los hombres en la mayoría de las civilizaciones contemporáneas. El libro contenía un apéndice supuestamente escrito por un erudito, el cual, habiendo leído la historia del hijo de Gulliver, advertía que en aquella isla no había nada que resultara nuevo para quien estuviera familiarizado con la historia de los antiguos licios y escitas.”

Me pergunto se Bachofen tem alguma fonte legítima! “se daba preferencia a las hermanas sobre los hermanos y al último hijo sobre el mayor; existía, por último, la preferencia del lado izquierdo sobre el lado derecho. § Bac. consideraba el paso del matriarcado al patriarcado como un progreso hacia un estadio superior de civilización.”

El amazonismo, como se expresa en las antiguas leyendas, fue una especie de imperialismo femenino (decía Turel), que apareció durante la vieja lucha entre el hetairismo [estado orgíaco a-familial da horda primitiva] y el matriarcado, y posteriormente como una degeneración de éste durante su lucha contra el patriarcado naciente.”

Una vez establecido sólidamente el sistema patriarcal, el recuerdo del matriarcado se hizo tan intolerable para los hombres que fue <olvidado>.” E agora que foi lembrado e é discutido e até exaltado, a ele o homem deverá ser retornado!

La trilogía de Esquilo la Orestíada era para Bach. una representación simbólica de la victoria del matriarcado, de la vindicación del principio patriarcal y del triunfo final de este último.” Yocasta, túputo.

La falta de éxito de la obra de Bachofen hay que imputarla en parte a la mala estructuración del libro, a sus numerosas digresiones y a las largas citas en latín y griego sin traducir.” “En Basilea, ni siquiera un erudito como Jakob Burckhardt las comprendió. Sin embargo, el viejo Bachofen encontró un admirador en el joven Nietzsche, el cual adoptó su concepto de las civilizaciones dionisíaca y apolínea (con la diferencia de que N. consideró la civilización dionisíaca como viril…).” Cf. Baeumler, Bachofen und Nietzsche, 1929.

Aunque casi ninguno de los trabajos de Bach. ha sido traducido a otros idiomas, muchos de sus conceptos se hicieron populares y se encuentran (más o menos deformados) en numerosas publicaciones de historiadores, etnólogos, sociólogos, escritores políticos, psicólogos y psiquíatras, la mayoría sin referencia de su nombre.”

Bachofen descubrió el fenómeno de la represión medio siglo antes que Fraud.” “Baeumler ha señalado que (mucho antes que Nietzsche) Bachofen había desmontado el sistema de valores de la burguesía del siglo XIX, al demostrar que el campo de la vida sexual no estaba en su orden subordinado a los valores morales, sino que tenía dimensiones insospechadas y un complejo simbolismo propio.” “La influencia de Bachofen llegó hasta Alfred Adler a través de los intermediarios Engels y Bebel. Adler afirma que la opresión actual de las mujeres por los hombres representa una sobrecompensación masculina de un estado previo de dominación femenina.”

En 1840 Alexis de Tocqueville profetizó que EEUU y Rusia surgirían repentinamente como cabezas rectoras que algún día dominarían el mundo y se lo repartirían. En 1869 Bachofen predijo que la historia del siglo XX hablaría únicamente de América y Rusia, y que el papel de la vieja Europa quedaría limitado al de maestro de los nuevos amos.”

Mientras tanto, había surgido una nueva filosofía que se haría cada vez más popular, el positivismo. Su origen se puede remontar a los enciclopedistas franceses del siglo XVIII, y en particular a Condorcet” “La nueva filosofía, que había sido inaugurada al comienzo del siglo XIX por Saint-Simon, fue sistematizada por Auguste Comte, su discípulo Littré en Francia, y por John Stuart Mill y Herbert Spencer en Inglaterra.”

Foi Augusto Comte quem criou a palavra <sociologia>, e quem estabeleceu os fundamentos de dita ciência, que dividiu em sociologia estática e dinâmica.”

En Alemania (…) el intento [revolucionario] de unidad solamente se hizo realidad posteriormente, gracias a Bismarck, y bajo la hegemonía prusiana. (…) Se generalizó entonces la depresión entre los jóvenes. Muchos de los jóvenes europeos más progresivos y enérgicos, especialmente de Alemania, se sintieron cansados de Europa (europamüde) y emigraron a los EEUU.” “Las manifestaciones psicológicas amplias y colectivas que acompañaron y siguieron a la revolución de 1848 no han sido objeto de una investigación sistemática.”

¿Creéis –preguntaba Nietzsche- que las ciencias habrían tomado forma y se habrían engrandecido si los magos, los alquimistas, los astrólogos y los brujos no la hubieran precedido? ¡Ellos fueron los primeros en crear, con sus promesas y pretensiones, el ansia, el hambre y el gusto por los poderes escondidos y prohibidos!”

Nunca ha sido fácil encontrar un criterio para definir lo que es ciencia y lo que no lo es. El magnetismo animal, la frenología y la homeopatía fueron aclamados como maravillosos descubrimientos científicos y como nuevas ramas de la ciencia.”

La creencia universal en la ciencia tomó muchas veces la forma de una fe religiosa y produjo la mentalidad que ha sido llamada cientificismo. La tendencia cientificista llegó a negar la existencia de todo aquello a lo que no se pudiera llegar por métodos científicos, y en muchas ocasiones se confundió con el ateísmo. A partir de 1850, una ola de libros de vulgarización que propagaban la creencia exclusiva en la ciencia la combinó con el ateísmo, y en ocasiones con una enseñanza muy simplificada del materialismo. Esta dirección siguieron los trabajos de Büchner, Moleschott y Vogt, y posteriormente los de Haeckel.”

Era sabido desde luego que la ciencia podía ser aplicada también a la búsqueda de medios de exterminio, pero se consideraba una divertida paradoja el hecho de que personas como el anarquista Bakunin o Ernest Renan expresaron la idea de que probablemente se utilizara algún día para la opresión y destrucción de la humanidad.”

The enemies of Judaism, however, if you only look at them more closely, you will see that they are the enemies of the modern spirit in general.”

Renan

Francis Darwin (ed.), Charles Darwin, Life and Letters (3 volumes), 1887.

En realidad, la teoría del transformismo se puede encontrar ya en los filósofos griegos Anaximandro y Empédocles, así como en su contemporáneo chino Tson-Tse, el cual, según Nehru, había escrito lo siguiente en el siglo VI a.C.:

Todas las organizaciones se originan a partir de una especie única. Esta especie única sufrió numerosos cambios graduales y continuos, y después dio lugar a todos los organismos de diferentes formas. Tales organismos no se diferenciaron inmediatamente, sino que, por el contrario, adquirieron sus diferencias mediante cambio gradual, generación tras generación.” Cf. Jawaharlal Nehru, Glimpses of World History, 1942.

Los historiadores de la ciencia han identificado una serie de precursores de Darwin en el siglo XVII, llegando a la conclusión de que el pensamiento evolucionista estaba ampliamente extendido en su tiempo. (…) El mérito de D. es el de proponer una nueva explicación causal y haber apoyado su teoría con un gran número de argumentos [pruebas]”

“…que el progreso de la paleontología proporcionará los eslabones perdidos que permitan relacionar las especies conocidas con sus supuestas formas ancestrales.” Esperança darwiniana que era seu calcanhar-de-Aquiles, que Nietzsche pegou no pulo. Simplesmente não há esas formas intermediárias.

La lucha por la vida, concebida en un sentido más hobbesiano como <guerra de todos contra todos>, fue proclamada ley universal descubierta y demostrada por D., <ley de hierro> que gobernaba el mundo viviente y la humanidad y que proporcionaba un criterio para la ética. Hubo, no obstante, como es lógico, científicos que trataron de delimitar en forma objetiva el significado real de los pensamientos de D.”

Gertrude Himmelfarb (Darwin and the Darwinian Revolution) cita varias obras de destacados naturalistas contemporáneos en las que se afirma que la aceptación común del darwinismo no responde a ninguna comprobación satisfactoria, sino que tiene su origen en el miedo existente en la mente humana a la presencia de lagunas en nuestro conocimiento, y en el hecho de que los científicos prefieren una explicación insatisfactoria a la ausencia de toda explicación.”

Shute, Flaws in the Theory of Evolution, 1961

Rabaud, ‘L’Interdépendance générale des organismes’, Revue Philosophique, 59, n. 2 (1934), 171-209.

Carl Du Prel aplicó seriamente el darwinismo a la astronomía y describió la <eliminación> del sistema solar de los cuerpos celestes <no adaptados>, como los meteoritos, asteroides y ciertos cometas.”

D. había tenido la precaución de no inmiscuirse en el campo de la filosofía, pero sus seguidores dedujeron de sus ideas un sist. filosófico, y particularmente un concepto nuevo de la evolución y del progreso.”

CURIOSIDADES ANÓDINAS: “El botánico Asa Gray (1810-88), primer seguidor de D. en América, patrocinó el <ala teísta> del pensamiento evolucionario desde el comienzo.”

A baboseira da ontogenia recapitula a filogenia: moto do professor maníaco e delirante de grandeza de Fraud (vê-se como os teutônicos não tinham muito como fugir da Zeitgeist!), o acima-citado sr. Haeckel. Mas, para variar, Hae. tinha muito mais boa-fé que seu discípulo involuntário: “Más tarde reconocería que esta ley no es constante, ya que la serie de metamorfosis puede ser reducida o incluso alterada.” “monismo” “ser viviente elemental, la mónera, ser unicelular sin núcleo que el propio Haeckel pretendía haber visto a través del microscopio.” “protistos” “No existe diferencia entre la naturaleza orgánica y la inorgánica: la vida es un fenómeno físico caracterizado por un tipo peculiar de vibración de la materia.” “Hae. reconstruyó el árbol genealógico completo del hombre en 22 grados, siendo la mónera el primero de ellos y el hombre el último” “el nº 21 se suponía que era el <pitecantropo>, relacionado con los antropomorfos.” “El hombre había aparecido en Lemuria, continente hoy sumergido que estuvo entre India y África” Parem de lamúrias, lêmures!

Nunca comprendió que su sistema no era sino un resurgir perdido de la filosofía de la naturaleza. Lo consideraba absolutamente científico y hoy día resulta difícil imaginar el fantástico éxito que tuvieron sus teorías durante varias décadas, especialmente en Alemania” “Fue principalmente bajo el ropaje impuesto por Haeckel como los jóvenes de la generación de Fraud tuvieron su primer contacto con el darwinismo. Su prestigio fue tan alto que, cuando el joven Rorschach dudaba en 1904 entre el arte o las ciencias naturales, consideró un paso lógico escribirle y pedirle consejo.”

La influencia más importante del darvinismo fue la ejercida a través del darvinismo social, es decir, la aplicación indiscriminada de los conceptos de <lucha por la vida>, <supervivencia de los más aptos> y <eliminación de los menos aptos> a los hechos y problemas de las sociedades humanas.” “En la filosofía pseudodarviniana que persuadió a las minorías europeas de que la guerra es una necesidad biológica y una ley inexorable han visto algunos la causa del desencadenamiento de la Primera Guerra Mundial.”

el anarquista ruso Kropotkin advirtió (Memoirs of a Revolutionist, 1899) la necesidad de revaluar la fórmula de Darwin sobre la base de los datos que había encontrado en los trabajos de los zoólogos rusos Kessler y Syevertsoff.”

NÃO FOI POR FALTA DE AVISO: Norman Angell, The Great Illusion, a Study of the Relation of Military Power in Nations to Their Economic and Social Advantage, 1910.

En realidad, pocos hombres han estado menos preparados para una vida de dura competición que el propio Darwin, cuya 1ª ambición fue la de convertirse en clérigo rural y dedicar el tiempo libre a su hobby de la historia natural. Su mala salud le había eliminado de cualquier carrera universitaria. No podría haber llevado a cabo su trabajo a no ser por su fortuna personal y los cuidados de su devota esposa. Evitó la participación personal en las controversias provocadas por sus teorías y dejó que las defendieran sus seguidores.”

Es interesante citar que Fraud partió de la consideración exclusiva de la libido y sólo posteriormente supuso la existencia de otro instinto agresivo y destructivo, mientras que Darwin había seguido el camino opuesto

La teoría de la génesis del remordimiento fue desarrollada por Nietzsche en su Genealogía de la moral, <prototipo> [EUFEMISMO PARA FONTE DE PLÁGIO] de las nociones expuestas por Fraud en El malestar de la civilización.”

De hecho, Marx y Engels no gustaban de dirigir organizaciones revolucionarias, aunque participaron en varios movimientos de este tipo en Alemania.”

Wilhelm Griesinger (1817-69), psiquíatra representativo de la mitad de siglo. En 1845 publicó un libro de texto sobre psiquiatría, tras lo cual pasó varios años en Egipto como director del Servicio de Sanidad Pública. Tras su regreso a Europa, se convirtió en 1860 en el primer director del hospital mental de la recientemente fundada universidad de Zurich, el Burghölzi. En 1867 publicó una 2ª edición, considerablemente aumentada, de su obra, que se convirtió en el libro de texto oficial de psiquiatría para toda una generación. Griesinger es considerado muy a menudo como el hombre que materializó la victoria del Somatiker sobre el Psychiker.”

Casi todas las ideas fijas son en esencia expresiones de una frustración o gratificación de un interés emocional propio” agridoce obsessão

Gr. se sitúa en la encrucijada de la mayoría de las tendencias psiquiátricas del XIX: anatomopatología cerebral y neuropsiquiatría, y psiquiatría clínica y psiquiatría dinámica. (…) Se le considera también como el fundador de la psiquiatría universitaria: después de él, los grandes dirigentes de la psiquiatría fueron necesariamente profesores universitarios.”

Hasta 1860, la psiquiatría francesa estaba en un primer plano, hasta tal punto que la mayoría de las historias clínicas recogidas en el libro de texto del propio Griesinger estaban copiadas de autores franceses.

Sus seguidores, hombres como Westphal, Meynert y Wernicke, desarrollaron su enfoque orgánico de la enfermedad mental, pero parecieron olvidar el aspecto psicológico dinámico de sus enseñanzas. La síntesis ulterior de la psiquiatría orgánica y la dinámica sería obra de un remoto sucesor de Gr. en el Burgh.: Eugen Bleuler.”

NASCE A DEPRESSÃO E EXAUSTÃO POR ESTRESSE, CHAMADA ENTÃO DE “MAL DO INGLÊS”: “James Johnson destacó el papel desempeñado por el exceso de trabajo, la falta de ejercicio al aire libre, y el lóbrego humo suspendido sobre las ciudades. No encontraba otro remedio que el descanso anual y el viaje al extranjero. [¡!]”

QUANDO EMBARCA NO TRANSATLÂNTICO: “En 1869 George M. Beard describió en los EEUU una enfermedad parecida, na neurastenia.” “El neurasténico es una persona que gasta más de lo que tiene y que, si continúa haciéndolo, entra en una <bancarrota nerviosa>.” “Es de destacar que tanto la noción de fuerzas nerviosas como las comparaciones financieras se encontrarían de nuevo de forma más sistematizada en los escritos de Janet.”

Beard fue uno de los primeros médicos, si no el 1º, que buscó una explicación psicológica dinámica del alcoholismo.” “Las ideas de Beard tuvieron un gran éxito. La neurastenia no sólo era una enfermedad de los profesionales y de los hombres que trabajaban mucho, sino que era la neurosis de la propia vida moderna. Para su tratamiento se erigieron sanatorios en América y Europa. Sin embargo, en la medida en que se generalizó su diagnóstico, su origen se adscribió más a factores constitucionales y de otro tipo que al trabajo; p.ej., a alteraciones sexuales y a la masturbación.” Um tanto CONVENIENTE DEMAIS para o modo de produção, não acham?!

Conclusão do capítulo: O fanatismo religioso e o positivismo são inimigos de igual monta da psiquiatria dinâmica.

V. EN EL UMBRAL DE UNA NUEVA PSIQUIATRÍA DINÁMICA

Como las transacciones financieras se efectuaban en moneda oro, el dinero parecía algo constante, fiable y de valor universal y duradero.” “A pesar de las rivalidades (…) las fronteras eran casi inexistentes: cualquiera podía abandonar su residencia y, suponiendo que tuviera medios, llegar a cualquier parte del mundo sin pasaporte, visado o cualquier otra formalidad (con la única excepción de Rusia y Turquía).” “los edificios bancarios y los hoteles se construían con paredes tan gruesas como la de las fortalezas”

Había numerosos clubs de caballeros, e incluso en las reuniones sociales mixtas, los hombres se congregaban en la sala de fumar mientras las damas quedaban en otra habitación, una vez concluida la cena.” “Era raro encontrar alguna con pantalones, que llevara el pelo corto o que fumara.” “el padre despótico era un lugar común, y solamente destacaba cuando era extremadamente cruel.” “Los militares, magistrados y jueces gozaban de gran prestigio.” Isso sim parece incrível!

Marcel Proust captó en su obra el espíritu de la época al describir aquellos hombres y mujeres ociosos, su forma de vida, su charla vacía.”

Esta misma atmósfera hacía surgir apasionamientos repentinos, como la moda por la música de Wagner, por las filosofías del inconsciente de Schopenhauer y Von Hartmann, y posteriormente por los escritos de Nietzsche, por los simbolistas, los neorrománticos, etc.” Uma dessas paixões se sobrepôs e sobreviveu a todas as outras, alguém seria capaz de responder qual?

Para as gerações atuais, o espírito vitoriano representa um estilo arquitetônico feio, um mobiliário incômodo, tapeçarias pesadas, cerimônias pomposas, uma fraseologia solene, uns preconceitos datados e um puritanismo ridículo. Mas, para seus contemporâneos, a palavra <vitoriano> sugeria <vitória> (…) O que para seus atuais descendentes se denomina hipocrisia, para eles era autodisciplina e dignidade.”

Al contrario de lo que se supone hoy día, los temas sexuales se trataban con franqueza en la literatura médica y antropológica” O problema era na família.

En el continente, el poder dirigente pasó a Alemania, que, después de haber sido durante siglos una <nación sin Estado> conseguía finalmente la unidad. Ésta, sin embargo, no había llegado bajo el Parlamento democrático de Frankfort de 1848, sino en 1871, bajo la égida de Prusia y de su canciller de hierro, Bismarck.”

En Europa, Alemania había sido considerada hasta entonces como una nación de románticos, músicos, filósofos, poetas y científicos inseguros; ahora, al alborear su despertar político, empezó a dar la impresión de un pueblo agresivo que sólo respetaba la fuerza.” “Alemania, que entró en la competición colonial en 1890, tuvo que contentarse, de mala gana, con las migajas.” “Con el tiempo, los alemanes se sintieron obsesionados asimismo por el temor de ser <rodeados> por las fuerzas combinadas de Francia, Inglaterra y Rusia.”¹ “A los ojos de numerosos alemanes, la anexión de Alsacia era únicamente una reconquista del antiguo territorio alemán <robado> por Luis XIV (lo que, sin embargo, no justificaba su anexión simultánea de una gran parte de la Lorena francesa, de gran importancia estratégica).”

¹ Muito mais legítima a preocupação russa no XXI. E a hipócrita Alemanha é a primeira a se ofender por isso!

Pero la población francesa no aumentaba como la de otros países, lo que contribuía a la imagen estereotipada de Francia como una <nación declinante>, sentimiento éste ampliamente extendido en Alemania.”

Austria-Hungría no era un Estado nacional unificado como Francia o Alemania, sino como un <mosaico de naciones y ruinas de naciones> mezcladas de la forma más compleja. La opinión actual ve muchas veces en la monarquía austro-húngara una institución ridícula y pasada de moda, con su Corte Imperial y su aristocracia todavía aferrada a las tradiciones barrocas.” “La monarquía austro-húngara estaba considerada por algunos como un castillo en el aire que se podría desmoronar al menor toque, y por otros como un milagro de inteligencia política y como elemento indispensable para el equilibrio europeo.”

el turco, denominado el hombre enfermo de Europa”

A pesar del carácter políglota de la monarquía, el alemán era su idioma principal, se hablaba en la Corte y contaba con un gran prestigio cultural.” “La población vienesa, muy distinta de los fríos, duros y disciplinados alemanes, era cordial, alegre, bienhumorada y amiga de las bromas.”

mientras en el resto de Europa las clases más altas miraban con desprecio a los campesinos, entre la élite rusa estaba extendida la creencia de que el pueblo es la fuente de toda la cultura.” “Una segunda característica era que Rusia fue el lugar elegido para el <nihilismo>, tendencia que se podría definir por su fascinación por la idea de la destrucción. Sus orígenes remotos se pueden seguir hasta los genocidios en gran escala perpetrados por los mongoles, quienes, desde el siglo XIII hasta el XV, ocuparon la mitad de Asia y Rusia central, mataron incontables millones de seres humanos, redujeron países completos a desiertos y destruyeron ciudades florecientes. En Rusia, a su vez, la matanza se convirtió en un método político en manos del zar Iván el Terrible. Pero entre el pueblo se extendió una mentalidad apocalíptica que dio lugar a la autodestrucción en masa. Así, a mediados del siglo XVII, los Raskolniki (<viejos creyentes>) destruían sus casas y se quemaban vivos antes que aceptar ciertas modificaciones en los libros religiosos. En ellos se inspiraron diversas sectas como los Skoptzy o <auto-castrados> y los Khilisty o <auto-flagelantes>. (…) los nihilistas políticos, en particular el famoso Nechayev, cuyo Catecismo revolucionario es un libro de texto de la ciencia de la destrucción de la sociedad por medios violentos.” “No es, quizá, pura casualidad que el concepto de instinto de muerte fuera expresado por 2 científicos rusos a finales del siglo XIX: el psiquíatra Tokarsky y el fisiólogo Metchnikoff. Para los demás europeos, las tendencias del <retorno al pueblo> y del nihilismo eran características perturbadoras del alma rusa, a la que no pertenecían directamente.”

Robert Payne, Zero. The Story of Terrorism, 1950.

SUPERVIVENTE E NÃO SOBREVIVENTE: “hasta 1900 seguía siendo el latín obligatorio en Francia en las tesis para el doctorat ès-lettres.” “Los alumnos tenían 1º que memorizar las declinaciones, conjugaciones y reglas gramaticales, así como el vocabulario, y a continuación pasaban a componer frases, traducirlas de y al latín, y escribir composiciones, 1º en prosa y después en verso, prestando mucha atención al estilo, de modo que fuera lo más cercano posible al de los grandes clásicos.¹ Después de 6 u 8 años de este estudio, tendrían un dominio perfecto del latín, que utilizarían sólo para escribir, y en muy raras ocasiones para hablar.” ¡Envidia monstruosa!

¹ Hipérbole desagradável. Maneirismo inócuo.

Janet, que leyó la obra de Bacon en latín, Fraud, que leyó antiguos libros sobre brujería en los textos originales, y Jung, que leyó a los alquimistas medievales en su difícil latín, no eran una excepción entre los eruditos de aquella época.”

La universidad no pretendía tanto graduar especialistas como formar personas dotadas de una cultura general que se especializaran en una rama de la ciencia.” Universidades eran, ó!, universidades…

Una carrera universitaria solía ser larga y difícil. Era extraordinariamente raro que un intelectual fuese nombrado profesor universitario durante su juventud. El caso de Nietzsche, titular de una cátedra a los 25, fue una excepción notable.”

Había pasado el tiempo en que los jóvenes intelectuales esperaban hasta su entrada en la universidad actuando como tutores de los hijos de familias acomodadas, trabajo que tanto había disgustado a Fichte, Hegel y otros. En Alemania y en Europa central, el sistema que prevalecía era el del Privatdozent: el profesor explicaba en la universidad sin otra remuneración que los honorarios que pagaban los estudiantes que asistían a las clases.”

Fuchs, Geistige Strömungen in Österreich

no era prudente escribir demasiado y convertirse en un <Narciso del tintero>. Lo más rápido era realizar una investigación activa en alguna de las direcciones principales reconocidas, lo cual significaba también que era peligroso separarse demasiado de la senda trillada.”¹ “era poco recomendable ser mejor reconocido por el público en general que por los círculos universitarios; esto es lo que había ocurrido con Haeckel, el cual, tras iniciar una brillante carrera universitaria, publicó diversos escritos populares acerca de la ciencia y la filosofía que despertaron feroces ataques de sus colegas.”

¹ Essa tendência infelizmente explica a vida (vida não-viva) acadêmica de hoje.

Leyendo la literatura de aquella época, se comprende que una carrera universitaria estaba llena de numerosos obstáculos y podía ser destruida muy fácilmente. El anátomo-patólogo Lubarsch cuenta como estuvo a punto de arruinar su porvenir por un paso en falso. Trabajando como ayudante en el Instituto de Patología de Rostock, preguntó una mañana «quien era el idiota que había puesto una pieza anatómica en una solución química», a lo que el segundo ayudante replicó que se había hecho por orden del profesor. Al día siguiente, Lubarsch recibió una carta del profesor Thierfelder, despidiéndole debido a tal insulto.” HAHAHAHA

También era peligroso cambiar repentinamente la dirección de un trabajo o pasar a otro campo.” O erro de cálculo de Fraud.

UM DEDO DO MEIO PARA A ACADEMIA DESDE O SÉC. XIX: “Bachofen, que había comenzado una carrera prometedora como historiador del derecho, la vio rota cuando publicó su trabajo sobre las tumbas antiguas. Igual ocurrió con Nietzsche, cuya brillante carrera como filólogo se vio amenazada cuando publicó El nacimiento de la tragedia y concluyó definitivamente al aparecer sus siguientes trabajos filosóficos.”

El francés Léon Daudet describió, bajo el nombre de invidia, el tipo de resentimiento profesional que surgía entre los escritores, pero su descripción se podría aplicar igualmente a los profesores de universidad de su época.”

envenenados panfletos” “Cuando Nietzsche publicó El nacimiento de la tragedia, el filólogo Von Wilamowitz-Moellendorf le criticó severamente. A éste le contestó el filólogo Erwin Rohde (Afterphilologie), amigo de Nie., con un escrito virulento que comenzaba con la famosa frase: <Cuando chocan una cabeza y un libro y producen un sonido hueco, ¿proviene éste necesariamente del libro?>.”

Wenn ein Kopf und ein Buch zusammenstossen, und es klingt hohl, ist denn das allemal im Buche?

Cuando Pasteur divulgó su tratamiento preventivo contra la rabia, fue objeto de ataques tan violentos por parte del internista Peter que entró en un estado de depresión y tuvo que tomarse varios meses de vacaciones. En Alemania, cuando Ehrlich descubrió el tratamiento de la sífilis, fue atacado sin misericordia durante varios años.”

Cuando Krafft-Ebing, entonces profesor en Graz, comenzó a trabajar en la hipnosis, fue atacado furiosamente por Benedikt, quien dijo que le sometería a un análisis psicológico.”

A ONDA: “¿Cuántas veces pretendieron los arqueólogos haber descifrado la lengua etrusca, los físicos haber descubierto nuevas radiaciones, los médicos la curación del cáncer, o los historiadores de la literatura haber identificado al verdadero autor de los dramas shakespearianos?” “En ocasiones, un descubrimiento erróneo producía la misma ilusión en otros investigadores, dando lugar así a confirmaciones falsas que tenían que ser refutadas por una investigación más crítica.” O que isso tem a ver com as teses nietzscheanas, por exemplo, no entanto?!

Otra ilusión colectiva que duró mucho tiempo fue el supuesto descubrimiento de los canales del planeta Marte por el astrónomo italiano Schiaparelli en 1877. Varios astrónomos de todo el mundo comenzaron a creer que veían dichos canales y otros semejantes en número cada vez mayor; se publicaron mapas de Marte mostrando hasta 800 de ellos. De ahí se dedujo que el planeta estaba habitado por seres inteligentes. Sin embargo, nadie pudo nunca obtener una fotografía de los canales. En este campo, la ilusión estaba más arraigada debido al componente emocional que suponía el problema de la existencia de seres inteligentes en otros mundos.”

Era corriente que aun los de carácter más apacible se enfurecieran si alguien publicaba como descubrimiento nuevo algo que ellos hubieran publicado ya. En el XVIII hubo una controversia entre Leibniz y Newton acerca del <descubrimiento> del cálculo infinitesimal, que amargó los últimos años de este último.” Essas disputas “[r]aramente concluían en la forma generosa en que D. y Wallace saldaron la suya en 1858 bajo los auspicios de la Sociedad Lineana. August Forel insiste en que halló el núcleo de origen del nervio auditivo del conejo en 1884, y que envió un informe al profesor Bechtereff, de San Petersburgo, el cual le contestó que también él acababa de hacer el mismo descubrimiento, publicándolo poco después en el Neurologisches Zentralblatt.”

Forel [cara azarado!] afirmaba haber descubierto en 1886 la unidad de la célula nerviosa, y enviado su trabajo al Archiv für Psychiatrie, el cual lo publicó en enero de 1887. El mismo hallazgo fue hecho de forma simultánea por His, [his rival!] pero la revista a la que la envió lo publicó en octubre de 1886, con lo que se le dio la prioridad. Tras ello, Ramón y Cajal, Kölliker y, por último, Waldeyer, publicaron el mismo descubrimiento, aunque este último, que acuñó el término <neurona>, fue el que recibió por lo general el honor del mismo.”

Después de su derrota militar, los franceses elevaron a Pasteur, cuyos descubrimientos fueron memorables, al rango de símbolo de la superioridad francesa en el campo del espíritu. Los alemanes opusieron a Koch.”

A ERA DO PAPER: “En el pasado, un erudito podía concentrarse durante años en un volumen importante, que sería la síntesis del trabajo y pensamientos de toda una vida. Con el desarrollo del movimiento científico comenzó la era de las academias y de las sociedades culturales, que se reunían de forma regular y en las que los científicos anunciaban de forma resumida todo nuevo descubrimiento tan pronto como lo conseguían. Fue también la era de los congresos, en los que los c. anunciaban apresuradamente descubrimientos que todavía estaban realizando y resultados que esperaban encontrar. No suele caerse en la cuenta de que tales congresos son relativamente modernos. (…) los grandes congresos [supracionais] con los que estamos familiarizados eran una completa novedad en la década de 1880.”

Os congressos eran reuniões pequenas até então, e “[s]e suponía que los c. de todos los países podían entenderse sin necesidad de intérpretes (sin que hubiera, desde luego, traducción simultánea, procedimiento que ni siquiera existía en la ciencia-ficción de aquella época).”

las Memorias de Moritz Benedikt (1835-1920) nos presentan un relato desconsolador de una vida de frustración científica y profesional en Viena. A 1ª vista parecería que hizo una brillante carrera: pionero de la neurología, electrología, criminología y psiquiatría, enseño en la Universidad de Viena, tuvo una saneada clientela privada, publicó numerosos trabajos, y viajó mucho por países extranjeros, donde era considerado como una de las cabezas de la medicina austríaca. Se ganó la admiración y amistad de Charcot, quien dio su nombre a una rara enfermedad (el síndrome de Benedikt, que este último había sido en realidad el 1º en describir). Sin embargo sus memorias son las de un hombre frustrado que, literalmente, se ahoga de resentimiento. (…) [relata] como nunca se le concedió el profesorado al que creía tener derecho, y cómo sus méritos no fueron reconocidos por sus compatriotas. (…) [inclusive] Relata la hostilidad de los austríaco frente a cualquier tipo de grandeza (…) y la ingratitud para con (…) músicos como Mozart, Haydn, Schubert, el poeta Grillparzer, etc.”

Una gran contribución a la historia secreta de la ciencia sería el análisis detallado de los factores que llevaron la fama a unos científicos, y el olvido a otros. (…) se podría hacer una comparación entre Champollion (1790-1832), considerado como un genio por haber descifrado la escritura jeroglífica egipcia, y Grotefend (1775-1853) que, aunque descifró la antigua escritura cuneiforme persa, está casi olvidado en la actualidad.”

Gordon, Forgotten Scripts: How they were deciphered and their impact on contemporary culture, 1968.

A Pérsia era completamente subestimada pelos folcloristas e entusiastas do mundo antigo: “Solamente después, con el Zend-Avesta de Fechner y el Zarathustra de Nie., se puso un poco más de moda. En 2º lugar, los caracteres cuneiformes eran más abstractos y menos decorativos que los jeroglíficos egipcios, de gran valor artístico.”

Grotefend era hijo de un zapatero remendón; sólo a fuerza de paciencia consiguió ser profesor de un gimnasio y nunca pasó de ahí en la escala docente. Su descubrimiento chocó con la incredulidad, la sospecha y la hostilidad de los orientalistas, quienes encontraban inadmisible que se hubiera conseguido fuera de los círculos universitarios.” [¡!]

En un sentido restringido, el término neorromanticismo designa una serie de poetas alemanes, entre los que se incluyen Stefan George, Gerhart Hauptmann, Hugo Von Hofmannsthal y Rainer Maria Rilke.” Cf. Mason, Rilke, Europe and the English-speaking World, 1961

Nunca en la historia de la literatura habían celebrado los poetas hasta tal punto a Narciso”

Os simbolistas franceses como os primeiros modernistas avant la lettre, uma mistura de niilistas conceituais e dadaístas: forjaram uma bolha para se isolarem da forte ideologia progressista do período e criar uma literatura atávica e acusatória.

O HOMEM-DINAMITE DEIXOU SUAS PEGADAS (ISTO É, SEU RASTRO DE PÓLVORA!): “Quase todos os autores do tempo consideravam sua época como decadente. Não era uma absurdidade de alguns excêntricos, senão uma opinião mantida por patologistas, filósofos e críticos… Visto desde as ruínas do presente, o séc. XIX parece algo incrivelmente sólido, um cúmulo de energia, dureza e autoconfiança, como o foram suas exposições internacionais. Foi o século que absorveu continentes e conquistou o mundo… O porquê de uma época assim, que vivia vigorosamente uma vida vigorosa (sic!) perdeu tanto tempo em meditações lúgubres sobre sua própria decadência, real ou imaginada, é um problema estranho a que não se pode dar uma resposta simples.” Carter, The Idea of Decadence in French Literature, 1830-1900, 1958.

Como demonstrara o mesmo Carter, a palavra <decadência> havia modificado sua conotação em finais do XIX, possuindo agora um matiz peculiar de corrupção rica e sedutora.” “De aquí el éxito del libro de Max Nordau, Degeneración, que contenía una condena radical de los movimientos culturales contemporáneos de aquella época.” “En la década de 1850, Morel había formulado una teoría psiquiátrica en la que se unían casi todas las enfermedades mentales crónicas bajo el nombre de <degeneración mental>. La teoría de Morel tuvo un gran éxito, y en los 1880 dominó junto con Magnan la psiquiatría francesa.”

A principios de la década, Lombroso hablaba del <delincuente nato>, supuestamente resultante de la regresión a un tipo ancestral de hombre.”

Gobineau, Essai sur l’inégalité des races humaines (4 vols.!)

En Francia e Italia, y también en España tras su derrota de 1898 [contra os EUA], la idea de la inferioridad de las razas latinas estaba ampliamente extendida y se asociaba muchas veces con una idea obsesionante de la superioridad de los anglosajones.”

Esta tendencia general culminó en el espíritu fin de siècle. Esta expresión parece haber surgido en París en 1886 y fue posta de moda por Paul Bourget el año siguiente con su novela Mensonges. En 1891 se había convertido en una <calamidad literaria>, que surgía a cada momento en las conversaciones y se podía leer docenas de veces en cualquier página de los periódicos.”

Malwida von Meysenburg (sic), amiga de W. e N., cuenta en sus Memorias (Memoiren einer Idealistin, s/d) cómo el descubrimiento de la obra de Sch. fue para ella una especie de conversión religiosa. Problemas filosóficos que la habían preocupado durante años se resolvieron de repente. Encontró una nueva interpretación de la fe cristiana, junto con la paz de la mente y una nueva significación de vida.”

Se adoptó un nuevo procedimiento literario, el monólogo interior, que pretendía ser una reproducción exacta del flujo de consciencia del individuo. [que a propaganda canarinho diz ter sido inventado por Clarice Lispector décadas depois, hahaha!] El escritor francês Édouard Dujardin y el austríaco Arthur Schnitzler comenzaron a escribir novelas en las que no había acción, sino únicamente una descripción del supuesto devenir del flujo de pensamientos del personaje durante un período dado de tiempo.”

tá tudo denominado

La abundancia de literatura obscena era tal que Jules Claretie, en una revisión del año 1880, escribió: <Aquí yace el año pornográfico 1880>.” “Fue entonces cuando algunas perversiones recibieron los nombres bajo los que todavía se las conoce técnicamente: sadismo, masoquismo, fetichismo, etc. Mario Praz (The Romantic Agony) ha demostrado el papel que desempeñó el vampirismo en el XIX, explicando que el carácter del <vampiro macho> (seductor destructivo o lobo) fue reemplazado gradualmente por el del <vampiro hembra> (la femme fatale) hacia finales de siglo.”

escritores como De Maupassant, Wedekind, Wildgans y Popper-Lynkeus glorificaron las prostitutas.”

PARIS E VIENA, MODERNAS SODOMA E GOMORRA: “Escritores como Paul Morand, rememorando dicho período, son propensos a considerarlo como una época frívola que no produjo sino trivialidades, e insisten en el morboso erotismo que impregnaba la vida. André Billy, sin embargo, afirma que dicho erotismo, que no niega, era de una alta calidad y formaba parte de la búsqueda entonces corriente de la felicidad.”

Ya se ha señalado que muchas de las historias clínicas de Pinel parecen haber sido tomadas de las novelas de Balzac. Del mismo modo, los pacientes de Janet muestran numerosas semejanzas con algunos de los personajes de Zola (La Irène de J., p.ej., con Pauline, la heroína de La joie de vivre). La Electra de Hofmannsthal se asemeja mucho más a la famosa Anna O. de Breuer que a la Electra de Eurípides, y Dora parece sacada de una de las historias cortas de Schnitzler.” Parece ou foi – pois lidamos com um escritor mitomaníaco, e não com um médico na acepção da palavra!

Kraepelin se ha convertido en piedra de escándalo para numerosos psiquíatras actuales, los cuales afirman que su único interés por los pacientes era colocarles etiquetas diagnósticas, tras lo cual no hacía nada más para ayudarles. De hecho, sin embargo, se interesaba al máximo por que cada uno de sus pacientes recibiera el mejor tratamiento disponible”

La compensación que Forel encontró en su infancia fue el estudio de las hormigas, campo en el que se hizo probablemente el principal especialista del mundo. (…) Fo. perteneció inicialmente a la escuela de los organicistas, pero por su actitud sufrió un cambio gradual. Se preguntó por qué los psiquíatras eran incapaces de curar a los alcohólicos, hecho que algunos profanos lograban. (…) Organizó un servicio de policlínica en el que también se aplicó con éxito tratamiento hipnótico a pacientes afectos de reumatismo y diversos trastornos físicos. Entre los estudiantes de Fo. se encontraban Bleuler, que llegó a ser el psiquíatra más prominente de Suiza, y Adolf Meyer (1866-1950), que sería el psiquíatra más famoso de los EEUU.”

La familia de Bleuler había tomado parte en la lucha política que llevó finalmente, en 1831, al reconocimiento de la igualdad de derechos y a la fundación de la Universidad de Zurich en 1833, destinada a aumentar el desarrollo intelectual de la joven generación campesina.” “surgieron quejas de que [los primeros profesores y psiquíatras de Zurich] se preocupaban más de sus microscopios que de sus pacientes y de que eran incapaces de hacerse entender por éstos debido a que únicamente hablaban el alemán culto y no estaban familiarizados con el dialecto local. Durante los años que pasó en la escuela secundaria, Bleuler oyó muchas veces estas quejas de personas de su propio ambiente. Decidió entonces convertirse en psiquíatra, para entender a los enfermos mentales y hacerse a su vez entender por éstos.”

(*) “En 1852, Morel había creado el término démence précoce para etiquetar a los pacientes que sufrían una grave afectación mental poco después del comienzo de la enfermedad (Études cliniques, 1852). Se creía que todas las enfermedades mentales terminarían antes o después con grave afectación mental (denominada démence, aunque le faltaba la connotación actual de deterioro intelectual). Así, el término démence précoce significaba en realidad <rápida afectación mental>. Posteriormente, se confundió su significado y se le dio el de <demencia en edad temprana>. Hoy la demencia precoz es la esquizofrenia.”

En 1886 Bleuler fue nombrado director médico del Hospital mental de Rheinau, gran asilo habitado por viejos pacientes demenciados que estaba considerado como una de las instituciones más atrasadas de Suiza. Emprendió la tarea de rehabilitar el hospital y cuidó a sus pacientes con un desinterés poco corriente. Soltero, vivía en el hospital y pasaba todo el tiempo con sus enfermos, desde primeras horas de la mañana hasta últimas de la noche, tomando parte en su tratamiento físico, organizando la terapia ocupacional, y logrando un estrecho contacto emocional con cada uno de los internados. Así obtuvo una comprensión única de los enfermos mentales y los detalles más íntimos de su vida patológica. Esta experiencia fue la semilla de su futuro libro sobre esquizofrenia y de su libro de texto sobre psiquiatría.” “En 1898 fue elegido para suceder a Forel como director del Hospital mental de Burghölzli.”

Como la doctrina de Bleuler sobre la esquizofrenia ha sido mal entendida en numerosas ocasiones, quizá no esté de más recordar aquí sus características principales.” “contacto emocional (affektiver Rapport)” Anos depois, o coroamento de seus esforços de Rheinau no Burg., mediante seu discípulo Jung e as associações de palavras para chegar a compreender o <dialeto esquizofrênico> de cada paciente.

teoria organo-dinámica” “inspiración en la psicastenia de Janet”

Spalltungen o discontinuidad”

En este punto [a descoberta do autismo, antes do termo esquizofrenia ser cunhado] se puede establecer una curiosa comparación entre el concepto de Bleuler y la teoría filosófica de Schlegel de que el hombre está separado de la comunicación con Dios, la naturaleza y el universo por hallarse dividido dentro de sí entre la razón, la voluntad y la fantasía, y de que el deber de la filosofía es restablecer la armonía dentro del hombre.” Hm.

Minkowski, La Schizophrénie, 1927

Bleuler introdujo la noción optimista de que la esquizofrenia podía ser retenida o hecha retroceder en cualquier estadio de su evolución y, en una época en que los médicos terapéuticos fisiológicos y farmacológicos no existían, utilizaba una serie de inventos que, según el testimonio de todos los que trabajaron en el Hospital mental de Burg., en ocasiones producían efectos milagrosos. Recurría, p.ej., a dar el alta prematura a enfermos aparentemente graves, o a cambiarlos de forma súbita e inesperada a otra sala, o a asignarles una responsabilidad.”

Otra característica de los años 1880-1900 fue la elaboración gradual de la noción de psiquiatría dinámica. La palabra <dinámica> llegó a utilizarse corrientemente en psiquiatría, aunque con una diversidad de significados que muchas veces entrañaba alguna confusión. (…) el diccionario de la Sociedad Francesa de Filosofía prevenía contra su uso: <La palabra dinámico, seductora en el aspecto científico, es sin duda (especialmente como adjetivo) una de las acuñaciones falsas más corrientes en el lenguaje filosófico de estudiantes y escritores pseudofilosóficos>.”

Se suele considerar a Leibniz como el 1º que utilizó la palabra <dinámico> en contradicción con <estático> y <cinemático>, en el campo de la mecánica. El término fue tomado y aplicado a la psicología por Herbart, el cual distinguía los estados estático y dinámico de conciencia, y posteriormente a la sociología por Comte, quien distinguía entre una sociología estática y una dinámica [tudo a mesma bosta, não se engane].”

Los fisiólogos franceses, sin embargo, habían utilizado el término <dinámico> para expresar la noción de <funcional> en oposición a la de <orgánico>. Macario escribió un estudio muy citado sobre <parálisis dinámicas>, expresión con la que quería aludir a las parálisis sin lesiones del sistema nervioso.”

Un tercer significado fue introducido por Brown-Séquard con su teoría de las <acciones dinámicas> del sistema nervioso. (…) Los psiquíatras comenzaron a aplicar estos conceptos a los fenómenos de las alteraciones mentales, especialmente la neurosis, completándolos con otros tomados de la fisiología cerebral, como el de la <facilitación>.”

Mientras tanto, el término <dinámico> había sido aplicado al poder motor de las imágenes [Malebranche] (…) Según De Morsier, dicho concepto fue transferido de la filosofía a la psiquiatría por Esquirol

Por último, la palabra <dinámico> adquirió otro significado referido al concepto de evolución y regresión. (…) Janet insistió siempre en que su teoría dinámica había estado inspirada por lo que él denominaba <ley fundamental de la enfermedad mental> de Moreau de Tours. Henri Ey ha subrayado repetidas veces la originalidad de las ideas de Moreau.”

Jacques-Joseph Moreau (de Tours), Du Hachisch et de l’aliénation mentale, 1845.

En el sistema nervioso humano, ciertos centros han aparecido en una fase más reciente de la evolución que otros. Cuanto menor es su antigüedad, más vulnerables son, y cuando uno de ellos resulta lesionado, aumenta la actividad de los más antiguos. De aquí la distinción entre las lesiones nerviosas de síntomas negativos (producidos directamente por la lesión) y las de síntomas positivos (resultantes de la reactivación de las funciones de los centros más antiguos).” Não seria melhor indicar lesões nervosas diretas e indiretas?

La imagen estereotipada que tenemos de este período puede ser debida a nuestra mala interpretación del hecho de que su código social obligaba a referirse a los temas sexuales de forma más discreta que en la actualidad, y a que ciertas materias, como la homosexualidad, se ignoraban o estaban prohibidas. La represión sexual, fenómeno supuestamente característico de ese período, era en muchas ocasiones simple expresión de 2 hechos: la falta de difusión de los contraceptivos y el temor a las enfermedades venéreas.”

Ibsen, Los fantasmas

Brieux, Les avariés

Pero la literatura es incapaz de expresar todo el horror de las destrucciones individuales que ocurrieron en realidad. El joven Nietzsche que, a los 20 años, en febrero de 1865, se detuvo durante una noche en Colonia, en una casa de prostitución [pelo visto os historiadores são piores que GPS!], contrajo la sífilis, y nunca fue tratado.” Fonte? A certeza do achado é espantosa! Esse diagnóstico (de paralisia sifilítica progressiva de Nietzsche até ele se ver inválido antes dos 50 anos, é tido como incorreto e fabuloso na atualidade. Não sei até que ponto a estada dele no prostíbulo também seria apenas um mito infundado, mas tudo leva a crer que ele padecia de males vasculares hereditários que afetavam os do sexo masculino em sua família, tanto que seu pai não chegou aos 40 anos – sua mãe e sua irmã, no entanto, morreram com idades bem avançadas. “Este incidente fue utilizado por Mann en su novela Doktor Faustus, 1947.”

O forte e arraigado mito dasífilis hereditária que era o diagnóstico de numerosos médicos diante do desconhecimento de sua etiologia. Assim, quando Fraud considerou a sífilis hereditária como uma das principais causas da neurose, limitava-se a reproduzir uma opinião que era corrente nos círculos médicos da época.” Fraud era comum, prosaico.

Em 1901, o psiquiatra alemão Moebius publicou um tratado, Sobre a imbecilidade fisiológica da mulher, que colocava esta, tanto física quanto mentalmente, entre a criança e o homem numa escala evolutiva.”

Samuel Chugerman, Lester F. Ward, The American Aristotle, 1939 (Lester foi o primeiro homem “feminista radical” avant la lettre, a afirmar que as mulheres eram biologicamente superiores aos varões).

Ashley Montague, The Natural Superiority of Women, 1953.

Fraud pareceu tomar como segura a inferioridade natural da mulher, já que, num de seus primeiros trabalhos, supunha que a repressão sexual mais forte nela existente era a causa de sua inferioridade intelectual. Posteriormente, chegou a falar do masoquismo natural da mulher.” “Adler, por sua vez, era um firme defensor da teoria da igualdade natural dos sexos. Já Jung, obviamente, em sua teoria do anima no homem e do animus na mulher, alude à 3ª proposição [a mulher não estava nem acima nem abaixo, sendo uma natureza complementar à do homem].” Ou seja, dos 3 epígonos da pseudanálise, Fraud era efetivamente o ÚNICO machista.

Spitteller, Imago (novela – Spit. foi quem lançou o termo)

Karl Neisser afirmava que para que uma mulher seja amada por um homem terá de se parecer com os antepassados femininos deste, com as mulheres que despertaram o amor de seus avós.”

Uma destas figuras arquetípicas (o Frauenphantome, fantasma feminino, como eram denominadas nos países de língua alemã) foi a da mulher como mero objeto sexual, imagem que podia ser seguida de Lutero a Schopenhauer, e que fôra revivida nesta época polêmica por Laura Marholm [a Dâmares de então?]: o fim da mulher é satisfazer os desejos do homem, sendo este o único significado de sua vida. A mesma idéia seria desenvolvida e levada ao seu mais extremo por Weininger em Sexo e caráter.”

A mulher não possui inteligência nem caráter, nem qualquer relação com o mundo das idéias ou com Deus. É um indivíduo, mas não uma pessoa, a essência de cujo ser é a atividade sexual: é uma prostituta nata que, ao envelhecer, trata de que as jovens sigam seu mesmo caminho.”

Otto Weininger

Emil Reicke, Malwida von Meysenbug, 1911 (biografada como femme inspiratrice de ao menos 2 homens: Alexander Herzen e Wagner, que deve ter tido muito o que contar sobre sua vida antes de casar com Cósima!)

La femme fatale era también um <fantasma> popular. Es la mujer que destroza el genio de un hombre, [Sharon Stone] o incluso le lleva a la muerte.”

Ibsen, Rosmersholm

Villiers de L’Isle-Adam, L’Eve future (o mais engraçado é o complemento dos nomes autor/obra)

durante los siglos XVIII y XIX eran normales ciertas ideas falsas acerca de los supuestos peligros de la masturbación, como la creencia de que podía ser causa de graves enfermedades medulares y cerebrales de otro tipo, o de hebefrenia.”

Debreyne, Moechialogie. Traité sur les péché contre le sixième et le neuvième commandements du Décalogue, 1846 (rabino que já predicava contra o incesto e o <complexo de Édipo> muito antes de Fraud nascer) // Michelet, Nossos filhos, 1895. // Alfonso de Ligorio, Oeuvres, IX

Rousseau daba en sus Confesiones (por lo menos él lo aseguraba) un relato completo y sincero de las experiencias más íntimas de su vida, incluyendo sus experiencias sexuales relativas a la masturbación, inhibición sexual, exhibicionismo y masoquismo moral. Una generación después, Restif de la Bretonne (1734-1806) describía su fetichismo en varias de sus novelas, sobre todo en Monsieur Nicolas. Sade era un psicópata de moral disoluta aunque de brillante inteligencia que, declarado culpable de diversos delitos, pasó 14 años de su vida en prisión y 13 en hospitales mentales. Dedicó este ocio forzoso a escribir novelas que fueron consideradas aburridas durante mucho tiempo.” Engraçado que essa versão é oposta a que me contaram (Saulo Nepomuceno, UnB): um padre admoestava Sade na cadeia por ‘escrever demais e ler de menos’, suposta etiologia de sua ‘loucura’. Mas se ele só passou a escrever seus livros mais conhecidos porque já estava internado ou confinado…

Sacher-Masoch (1836-1895) describió sus propias tendencias sexuales anormales en varias novelas, principalmente en Venus con abrigo de pieles.” Venus in Furs: livro fraco: https://seclusao.art.blog/2021/11/26/venus-in-furs-sacher-masoch-trans-fernanda-savage/.

Gilbert Lely, Vie du marquis de Sade, 2 vols., 1957.

Talvez o mais antigo de toda a série de livros de múltiplos autores com o mesmo título: Kaan, Psychopathia sexualis, 1844.

Moreau, Des aberrations du sens génésique, 1880.

Westphal, ‘Die Conträre Sexualempfindung’, 1º estudo psiquiátrico sobre a homossexualidade (artigo de 1870).

O INVENTOR DOS TERMOS SADISMO E MASOQUISMO: “Al contrario de lo que se supone frecuentemente, Krafft-Ebing no habló de dolor físico en tal asociación; por el contrario, decía que el masoquismo aborrece la idea de la flagelación. Consideraba esta última como una condición completamente distinta y no necesariamente conectada con la patología sexual.”

En Alemania, una obra de Bölsche, Vida amorosa en la naturaleza (1902), que describía con detalle las múltiples variedades de los procesos de reproducción en el reino animal, se convirtió en un éxito de ventas.”

Obviamente, la línea divisoria entre la vulgarización científica y la pornografía era difícil de determinar desde el comienzo. (…) Tampoco en ese aspecto era siempre fácil delimitar los escritos de los psiquíatras profesionales y los de los desviados sexuales que defendían su causa.”

Rousseau ya había descrito cómo una paliza [surra] que recibió de un joven, cuando tenía 8, había sido el punto de partida de su desviación sexual.”

Dallemagne, Dégénérés et déséquilibrés, 1894.

Théodule Ribot, La Psychologie des sentiments, 1896.

El papel del instinto sexual en la histeria había sido dado por cierto por casi todos los médicos hasta que Briquet, como hemos visto antes, lo denegó expresamente en su libro escrito en 1859. Después de él, las opiniones sobre este tema estuvieron divididas, se produjo así una de esas curiosas escisiones que suceden a veces en la historia de las ciencias: mientras que la mayoría de los neurólogos tendían a seguir el punto de vista de Briquet y Charcot, los ginecólogos todavía creían en la psicogénesis sexual.”

Peyer, Asthma sexuale, 1889.

Esse é um dos maiores charlatães da História! “Curiosamente, Gall, aunque iniciador de una psicología basada en el estudio de los instintos, se oponía a esa idea y exclamaba: <¿Quién osaría hacer derivar la poesía, la música y las artes figurativas de una condición de los órganos de la generación?>.”

Santayana (The Sense of Beauty, 1896) decía que el impulso sexual irradia a la religión, la filantropía, el amor por la naturaleza y por los animales y el sentido de la belleza.”

Moebius, Über Schopenhauer, 1899

Yrjö Hirn, Origins of Art, 1900

Incidentalmente, la palabra <libido> había sido usada antes por ciertos médicos aficionados a introducir vocablos latinos en su terminología. Pero el sentido pseudanalítico actual es de Moll.”

El libro de Scherner La vida del sueño apareció en 1861 (…) Nunca fue popular.” “El libro clásico de Maury, Sueño y sueños, apareció el mismo año que el de Scherner, pero, en contraste con éste, fue reeditado en varias ocasiones.” “Creía que la velocidad de los sueños era mucho mayor que la del pensamiento en el estado de vigilia.” “Sante de Sanctis criticó los experimentos de Maury, en el sentido de que la expectación de tener ciertos sueños era suficiente para crear en el soñador algunos que cumplieran su teoría, crítica que también aplicó a todos los que experimentaban con los sueños.”

Frederik van Eeden, The Bride of dreams (mais um “lucidista” onírico), 1913

Georges Dumas, ‘Comment on gouverne les rêves’, 1909.

Robert, criador do termo Traumarbeit.

Por esta somera revisión se puede ver que los investigadores de los sueños desde 1860 hasta 1899 habían descubierto ya casi todas las nociones que serían ‘sintetizadas’ por Fraud y Jung (…) En las teorías de Fraud se pueden reconocer las influencias de Maury, Scherner, Strümpell, Volkelt y Delage. En cuanto a Jung, su teoría nos recuerda más la de Von Schubert y los románticos [mau sinal] y muestra en ocasiones grandes analogías con la de Hervey de Saint-Denis (sic).”

el umbral como una superficie donde había una multitud siempre cambiante de percepciones y representaciones que estaban constantemente luchando entre sí.” (Herbart, Leibniz)

Allí está también la masa de apercepción, un compacto manojo organizado de representaciones inconscientes.”

No son los <espíritus> los que mueven las mesas, sino los movimientos musculares inconscientes de los participantes; los supuestos mensajes de los <espíritus> son la expresión de los pensamientos inconscientes del médium.”

Chrevreul

Janet publicó su Automatisme Psychologique en 1889 y su impacto, como veremos en el capítulo siguiente, fue considerable y dominó el tema durante algún tiempo.”

Théodore Flournoy (1854-1920), médico, filósofo y psicólogo, así como discípulo de Wundt, fue nombrado profesor de la Universidad de Ginebra en 1891. Había aprendido las técnicas de la psicología experimental y tratado de aplicarlas a los problemas de la parapsicología. Tomó como máximas lo que él denominaba principio de Hamlet: <Todo es posible>, [mais para PRINCÍPIO DE DOSTOIEVSKI] y principio de Laplace: <El peso de las pruebas debe ir en proporción con la extrañeza del hecho>.”

Catherine Muller, más conocida por el seudónimo de Hélène Smith, era una mujer alta y hermosa de 30 años de edad, que trabajaba como vendedora en una tienda. Era una creyente ferviente en el espiritismo, y nunca aceptó pago alguno por su trabajo como médium. Sus declaraciones eran consideradas por su círculo de admiradores como revelaciones de otro mundo, mientras que los escépticos las consideraban un fraude. Flournoy afirmó que no era ni una cosa ni la otra, y que se podía dar una explicación natural.” Cf. F., Desde la India hasta el planeta Marte

Al igual que la teratología ilustra la embriología, la cual a su vez explica la teratología, y al igual que ambas se unen para iluminar la anatomía, del mismo modo podemos esperar que el estudio de los hechos del mediumismo pueda algún día ayudarnos a conseguir una visión exacta y fructífera de la psicogénesis normal.”

Según Claparède, Flournoy había comprendido muy bien su naturaleza psicosexual y podría haber descrito el proceso de transferencia, pero la discreción le impidió extenderse sobre ella, puesto que sabía que el libro sería leído por la médium y su círculo de amistades.”

Mientras que Flournoy demostraba que el lenguaje <marciano> estaba construido sobre la base gramatical del francés, un lingüista, Victor Henry, afirmó que gran parte del vocabulario estaba formado por palabras húngaras deformadas. (El húngaro era la lengua materna del padre de la médium.)Cf. Henry, Le Langage martien. Étude analytique de la genèse d’une langue dans un cas de glossolalie somnambulique, 1901.

Hélène Smith rompió posteriormente con Flournoy y con sus amigos espiritistas. Una rica dama americana le donó una cantidad de dinero lo suficientemente elevada como para permitirle dedicarse por completo a su actividad como médium. Fue un golpe fatal para su salud mental. Abandonó su posición, rompiendo así su último lazo con la realidad, y vivió en aislamiento casi completo, entrando en sonambulismo para pintar cuadros religiosos. Un control detallado del curso clínico de la médium ha sido dado por Wladimir Deonna, De la planète Mars en Terre Sainte, 1932.” Adoro a série: continuações de sagas, por um outro autor!

Es ésta la mejor conocida de las investigaciones de Flournoy en el campo del inconsciente, y la que muestra la dirección que siguió.” “acuñó el término criptomnesia.” “La mayoría de los médiums no desean engañar, sino que quieren jugar, como las niñas pequeñas con sus muñecas, pero algunas veces la vida fantástica toma el control.”

HD QUÂNTICO: “Una discusión clásica a finales del siglo XIX entre psicólogos y filósofos era la de si el individuo retiene un registro inconsciente de la totalidad de los recuerdos de toda su vida.”

La función mitopoética (término éste aparentemente inventado por Myers) es una <región intermedia> del sí mismo subliminal, donde tiene lugar perpetuamente una extraña fabricación de fantasías internas. (…) En esta concepción, el inconsciente parece estar continuamente entretenido en crear ficciones y mitos, que en ocasiones permanecen inconscientes o aparecen únicamente en los sueños.”

Un socialista, Hertzka, describió en una novela el mundo futuro como un paraíso socialista de todo tipo de mejoras técnicas, entre las que se incluían las excursiones en aeroplanos.” “Quizás las más leídas de todas estas predicciones fueron las <novelas del siglo XX> del escritor francés Albert Robida, quien las ilustró con fantásticos dibujos de gente vestida a la moda de 1895, en medio de fantásticas máquinas y gigantescos edificios modernistas.” “Sería posible obtener comunicación instantánea con alguien en cualquier parte del mundo a través del <tele>, teléfono combinado con una especie de espejo en el que cada uno podría ver a la persona con la que estaba hablando. Las personas ya no se escribirían unas a otras, sino que se enviarían discos. Los libros serían reemplazados en su mayor parte por <fonolibros>. [¡!] (…) los antiguos clásicos solamente serían leídos en forma condensada. Las amas de casa ya no cocinarían; un instituto alimenticio despacharía comidas mediante tubos neumáticos. [haha] (…) Surgiría un nuevo feudalismo de los negocios y millones de trabajadores sufrirían una vida de terrible dureza. La vida sería febril y fatigante, y estaría dominada por una constante sobreestimulación. Aparecerían nuevas formas de arte y nuevos deportes, como la caza submarina. Desaparecería la intimidad porque la ciencia proporcionaría medios ilimitados para el espionaje. Habría guerras terribles, no ya causadas por ideales pasados de moda, sino por el afán de conquista de los mercados comerciales. (…) se utilizarían gases venenosos y microbios. (…) Bretaña, p.ej., sería transformada en una reserva en la que los bretones vivirían exactamente de la misma forma que en el siglo XIX, mientras que Italia sería convertida en un gigantesco parque de atracción para turistas.” Cf. Le Vingtième Siècle. La vie électrique, 1895

Paul Regnard, Les Maladies épidémiques de l’esprit, 1887.

Mientras tanto, se había puesto de moda un nuevo término, la palabra <psicoterapia>, utilizada al principio por algunos de los discípulos de Bernheim.”

VI. PIERRE JANET Y EL ANÁLISIS PSICOLÓGICO

En 1886, cuando Janet publicó sus primeros trabajos científicos, Francia sufría la fiebre del movimiento boulangista, que despertó, temporalmente, una exaltación patriótica y el deseo de volver a anexionarse Alsacia y Lorena.” “Janet tenía 60 años cuando terminó la guerra con la victoria de los aliados y el Tratado de Versalles.” “Janet comenzó a reconsiderar sus teorías en 1925 y construyó un nuevo sistema que pasó casi desapercibido en medio de la confusión política y moral.”

Desde 1907 hasta su muerte vivió en la rue de Varennes, en un ambiente exclusivamente aristocrático y diplomático. Sin embargo, la mayoría de los pacientes a los que trató y que le proporcionaron el material para su trabajo psiquiátrico pertenecían a las clases más pobres.”

Paul Janet (1823-1899) [tío de Pierre] llegó a ser un filósofo bien conocido y el orgullo de la familia.”

Jules [su hermano] fue médico urologista. Estaba muy interesado por la psicología, y durante sus años de internado colaboró con su hermano en experimentos hipnóticos. Su tesis doctoral, dedicada a las alteraciones neuróticas del sistema urinario, es una excelente contribución a lo que en la actualidad se denomina medicina psicosomática, al igual que un estudio posterior que realizó sobre la anuria [déficit urinário].”

Paul Janet escribió libros de texto de filosofía, que fueron clásicos en Francia durante 2 o 3 generaciones, y numerosos estudios sobre historia de la filosofía. Su hijo, también Paul Janet, llegó a ser un famoso ingeniero eléctrico que fundó (…) la École Supérieure d’Électricité en París. Tenía asimismo inquietudes filosóficas y escribió estudios sobre la filosofía de la ciencia y la psicología de los descubrimientos científicos.” Cf. Paul Janet, Notes et souvenirs, 1933.

El 7 de septiembre de 1882 consiguió el 2º puesto en los duros exámenes selectivos de la agrégation de Philosophie (sólo fueron admitidos 8 candidatos, entre los cuales estaba Durkheim, que obtuvo el 7º puesto).” “Entre los estudiantes que fueron admitidos el año anterior a Janet estaban Bergson y Jaurès. Este último adquiriría fama como gran líder socialista; el 1º se convertiría en el más famoso filósofo francés de su generación. Bergson y Janet permanecerían en estrecho contacto intelectual durante toda su vida.”

Es interesante ver, en esta 1ª publicación conocida suya (La fundación del derecho de propiedad, 1883(*)), el esquema lógico, la firmeza de pensamiento y la claridad de estilo que desplegaría posteriormente en todos sus trabajos siguientes.

(*) En la Bibliothèque Nationale en París hay una copia, quizá la única existente.” Podemos, então, dar o livro como perdido para nós (ou inacessível, o que dá no mesmo). Mesmo sites com a versão digital devem cobrar aluguel do “exemplar” em euros! Maldito Capital…

Carl Murchison, A History of Psychology in Autobiography, 1930

El doctorat ès-lettres requería la elaboración de una tesis principal en francés y de una menor en latín sobre un tema distinto. Para esta última, Janet eligió como tema Bacon y los alquimistas.”

Janet supo desde el principio que no podría proseguir su investigación psicopatológica si no lograba el título de doctor en medicina, y decidió comenzar sus estudios médicos mientras continuaba con su profesión y su propia investigación.” “En 1894 Janet publicó el libro de texto de filosofía, en el que había estado trabajando durante 12 años y del que hablaremos después.”

Tuvo 3 hijos: Hélène (que se casaría con el psicoanalista Édouard Pichon), Fanny (profesora de francés) y Michel (ingeniero).”

En 1900 se instituyó en París un Instituto Internacional de Psicología con la ayuda financiera de una serie de donantes, entre los que se encontraba Serge Yourievitch, agregado de la Embajada rusa. Bajo el patrocinio de un comité internacional, entre sus miembros se encontraban William James, Frederick Myers, Lombroso, Théodore Flournoy y Théodule Ribot.”

a pesar del enorme trabajo dedicado a este nuevo sistema y a la originalidad de sus nuevas teorías, parece que no hubo muchas personas en Francia capaces de seguirle en este nuevo camino.”

Se mostró muy interesado también por la terapéutica con electroshock al ver que un paciente deprimido, que había sido sometido a psicoanálisis durante casi un año sin ningún éxito, se curaba después del tercer choque eléctrico.”

nunca concedió entrevistas a los periodistas.” Virei fã.

La mayor parte de las veces, los psicóticos están actuando. No crean la cuarta parte de lo que digan. Tratan de impresionarles con su grandeza o con sus faltas, de las que ellos mismos creen la mitad o incluso nada.”

Nunca he olvidado las sabias palabras de Janet acerca de la persecución, ni las muchas otras que eran un elemento importante en sus relaciones con sus estudiantes. Representaban un arte socrático que yo nunca he experimentado con ningún otro profesor eminente de psiquiatría. En su caso, era inseparable de su concepto de la psiquiatría.”

Ernest Harms

Cuando murió, las fichas de sus 5 mil o más enfermos fueron quemadas de acuerdo con su voluntad. No puede por menos de lamentarse la pérdida de este material extraordinariamente rico y bien clasificado, y en particular de las fichas correspondientes a Léonie y Madeleine, pero al mismo tiempo hay que respetar este acto de respeto al secreto profesional.” Diametralmente o oposto da nojeira da devassa psicanalítica…

Quizás debido a la falta de tiempo, J. no leyó mucho aparte de la literatura psicológica y psiquiátrica. Tampoco estaba interesado particularmente por la música, el arte o la arquitectura.”

Aunque tuvo gran cuidado de no mezclar nunca conceptos filosóficos con teorías psicológicas, hay una idea metafísica que aparece repetidamente en sus escritos, como una especie de leitmotiv: la de que el pasado de la humanidad ha sido preservado en su totalidad de alguna manera.” #superstições, kwahkwah!

QUEM ERA O DOPPELGÄNGER? “Una ojeada rápida a la biografía de Bergson muestra un cierto paralelismo entre su vida y la de Janet. Ambos nacieron en París en 1859. Ambos estudiaron en un Liceo de París (B. en el Lycée Condorcet, Janet en el Collège Sainte-Barbe). Ambos fueron admitidos en la École Supérieure; Bergson en 1878, Janet el año siguiente. Ambos enseñaron 1º filosofía en un liceo provincial (B. pasó 1 año en Angers y 5 en Clermont-Ferrand; Janet, medio año en Châteauroux y 6 y ½ en El Havre). Para ambos, esos años pasados en provincias representaron un período de maduración y trabajo intensivo. Ambos hicieron experimentos con hipnotismo: el primer trabajo de B., de 1886, estaba dedicado al tema de la simulación inconsciente en la hipnosis” “Ambos editaron también la obra de un filósofo (J. – Malebranche; B. – Lucrecio), y ambos presentaron sus tesis en la Sorbona en 1889. (…) B. en su Ensayo sobre los datos inmediatos de la conciencia y J. en su Automatismo Psicológico [em breve no Seclusão] enfocaron el mismo problema, aunque de forma diferente. Ambos fueron nombrados profesores de filosofía de un liceo de París; B. llegó antes al Collège Rollin, donde J. fue su inmediato sucesor. Ambos enseñaron también en la Sorbona y posteriormente en el Collège de France, donde B. había sido nombrado antes que J. y defendió la candidatura de éste en la asamblea de profesores. Durante muchos años fueron colegas en dicho centro, y luego también en la Académie des Sciences Morales et Politiques, a la vez que mantuvieron estrechos contactos sociales.”

La noción de B. de <attention à la vie> muestra gran semejanza con la fonction du réel de J. (…) [lo mismo para] el concepto de J. de tensión psicológica. (…) En Materia y memoria, B. se refiere a la investigación de J. sobre las disociaciones de personalidad; también tomó de él el término fonction fabulatrice, concepto [parecido al de] función mitopoética de Frederick Myers.”

Fue Binet (…) pionero de la psicología infantil y de la pedagogía experimental; lo fue también de la psicología sexual. Describió el fetichismo, acuñando este término. [en psicología]”

Pierre Janet siempre afirmó ser el creador de la palabra subconsciente. (El autor no ha encontrado ningún ejemplo de esa palabra antes de que él la utilizara.) Al parecer, la había acuñado para demostrar que utilizaba un enfoque psicológico completamente distinto del concepto metafísico de inconsciente de Von Hartmann, que estaba tan de moda en aquella época.” O que muito me agrada…

Muy relacionado con las distracciones está el fenómeno de la escritura automática, ampliamente practicado por los espiritistas desde 1850. Colocando un lápiz en la mano de un individuo, y manteniendo su atención en otra parte, se puede ver cómo comienza a escribir cosas de las que no es consciente y produce de esta forma grandes fragmentos de material subconsciente.” “la mente subconsciente, que ha sido traída a un primer plano durante la hipnosis y que a continuación ha retrocedido, persiste y cumplirá puntualmente las órdenes dadas por el hipnotizador durante la hipnosis. El difícil problema de las existencias simultáneas es interpretado por la teoría general de J. de la désagrégation psychologique, concepto no muy distinto del de disolución psicológica, propuesto en primer lugar por Moreau (de Tours) y posteriormente por Hughlings Jackson.”

El Automatismo (…) fue considerado desde el principio como una obra clásica de las ciencias psicológicas.”

J. afirmaba que ciertos síntomas histéricos se pueden relacionar con la existencia de partes escindidas de la personalidad (ideas fijas subconscientes) dotadas de vida y desarrollo autónomos. Demostró su origen en los acontecimientos traumáticos del pasado y la posibilidad de curarlos mediante el descubrimiento y disolución subsiguiente de estos sistemas psicológicos.”

O CASO MARCELLE: “En el nivel más superficial estaban las nubes, que el autor comparó a los efectos de las sugestiones pos-hipnóticas. Se preguntó si su contenido no sería un reflejo parcial de las novelas populares que la paciente había leído con pasión durante varios años. En un nivel intermedio estaban los impulsos, que J. adscribió a la acción de ideas fijas subconscientes surgidas a partir de ciertos recuerdos traumatizantes. Situado más profundamente estaba el terreno morboso, dependiente de la herencia, de las enfermedades físicas anteriores graves y de los acontecimientos traumáticos tempranos.”

hubo una grave febre tifoidea a los 14 (…) Se produjo así un círculo vicioso; al ser incapaz de ajustarse a las nuevas situaciones, Marcelle se refugiaba en sus ilusiones, que hacían que se adaptara peor, y así sucesivamente. Un año después (…) su padre, parapléjico, murió. El último golpe fue un desgraciado asunto amoroso, que llevó consigo ideas de suicidio. En este punto la paciente perdía la memoria de los acontecimientos recientes.”

la hipnosis y la escritura automática daban lugar a crisis, pero después la mente estaba más clara. Las crisis se hacían cada vez más graves, y las ideas fijas que surgían eran de origen cada vez más antiguo. Todas aquellas ideas que la paciente había desarrollado en el curso de su vida aparecían una tras otra, en orden inverso.”

CASO MADAME D., MAIS UM PLAGIADO PELA PSEUDANÁLISE: “un nuevo procedimiento, la charla automática, consistente en dejar a la paciente charlar en voz alta al azar en lugar de escribir de forma automática.”

En el último volumen de la Clínica de las enfermedades del sistema nervioso de Charcot, el caso de madame D. fue incluido con una nota en la que se reconocía el resultado favorable del tratamiento de J..”

Otro de los primeros pacientes de J. en París fue Justine, mujer casada de 40 años (…) había tenido un temor morboso al cólera y gritaba repetidamente, <!Cólera… se apodera(rá) de mí!>, lo que era signo de una crisis histérica.” “En una ocasión, de niña, había visto los cuerpos de los pacientes fallecidos de cólera. J. trató a Justine como paciente ambulatoria durante 3 años y obtuvo con ella una de sus curaciones más famosas.” “J. entró en el drama privado de sus crisis como un actor secundario.”

– ¿Donde está tu cólera?

– ¡Aquí! ¡Mírela, es azulada, y apesta!

Más tarde le fue fácil inducir directamente la hipnosis y obtener una descripción completa de la experiencia subjetiva durante la crisis. Veía 2 cadáveres a su lado, uno de ellos, más próximo, el de un feo anciano desnudo de color grisáceo y con un hedor de putrefacción. Simultáneamente oía sonar las campanas y gritos de <¡Cólera, cólera!>. Superada la crisis, Justine parecía haberlo olvidado todo excepto la idea del cólera, que permanecía constante en su mente. (…) El método más eficaz demostró ser la sustitución, es decir, la sugestión de una transformación gradual de la imagen alucinatoria. El cadáver desnudo fue cubierto con ropas e identificado con un general chino ante el que Justine había quedado muy impresionada al verle en la Exposición Universal. Dicho general comenzó a caminar y actuar de modo que su imagen, en lugar de ser terrorífica, se hizo cómica. El ataque cambió, en el sentido de que ahora consistía en unos cuantos gritos seguidos por crisis de llanto. Después desaparecieron los gritos, y las visiones de cólera persistieron únicamente durante el sueño, hasta que J. las expulsó a su vez sugiriendo sueños inocuos. Este resultado había requerido aproximadamente un año de tratamiento. Pero la idea fija persistía (…) En ocasiones se observaba Justine susurrando la palabra <cólera> mientras su mente estaba ocupada con cualquier otra actividad. Los intentos con la escritura automática no produjeron sino interminables repeticiones de la palabra <cólera, cólera…>. Janet dirigió ahora su ataque contra la propia palabra, y sugirió que Cho-le-ra era el nombre del general chino. La sílaba cho fue asociada con otras terminaciones hasta que llegó el día en que la palabra cólera perdió sus malas connotaciones.”

Tras la desaparición de la idea fija principal, comenzaron a desarrollarse ideas fijas secundarias. J. las clasificó en 3 grupos: 1) Ideas fijas derivadas, resultantes de la asociación con la principal (p.ej., temor morboso de los ataúdes y los cementerios). 2) Ideas fijas estratificadas: resulta sorprendente, después de haber eliminado una idea fija, ver que surge otra sin conexión con la 1ª, ni relación con las circunstancias que la rodean. Lo que reaparece entonces es una idea más antigua, previa a la que se acaba de tratar. Cuando ésta es eliminada a su vez, se descubre una 3ª, aún más antigua, de modo que hay que aplicar en orden inverso el tratamiento de las ideas fijas principales que el paciente ha sufrido durante toda su vida. 3) Ideas fijas accidentales, que son absolutamente nuevas y están provocadas por cualquier incidente en la vida diaria; son fáciles de borrar, sin embargo, siempre que se traten inmediatamente. El hecho de que puedan aparecer con tanta facilidad prueba que el paciente está en un estado de alta perceptividad, que a su vez crea la necesidad de un tratamiento más prolongado. En su lugar, la solución del problema descansa en conseguir desarrollar la capacidad de atención y síntesis mental en el paciente. Con este fin, J. ideó un programa de ejercicios escolares elementales para Justine, comenzando con operaciones aritméticas sencillas o unas cuantas líneas de escritura, para lo cual se aseguró la cooperación del comprensivo marido de ella. Después de 1 año de enseñanza, es decir, a finales del tercer año de tratamiento, la paciente estaba en situación aparentemente normal, aunque J. todavía rechazaba hablar de recuperación completa.”

J. destaco que, en muchos pacientes, antes de una neurosis grave se desarrolla en muchas ocasiones una fiebre tifoidea o una influenza.”

Segundo Janet e Morel, adeptos pelo menos parciais da teoria da degenerescência, gerações de pais obsessivos ou alcoólatras redundam em filhos epilépticos ou imbecis. “Sin embargo, J. afirmaba que las enfermedades familiares pueden desaparecer al igual que las individuales. El punto principal era comprender que la enfermedad se extiende más allá del individuo, siendo ésta la razón por la que, en un caso de este tipo, nunca se debería esperar la recuperación completa.”

cuanto más fácil parece ser la curación, más enferma está realmente la mente” Quão mais sugestível é a mente, mais a pessoa é hipnodependente e terapeutodependente. O problema do desmame já consta perfeitamente da obra de J.. “Al principio veía a Justine varias veces a la semana, después una vez a la semana y, en el tercer año, una vez al mes.”

Otra de sus curaciones famosas fue la de Achilles. Este hombre, de 33 años, fue llevado a la Salpêtrière a finales de 1890 con manifestaciones de posesión demoníaca. Provenía de un ambiente supersticioso y se decía que su padre había visto una vez al demonio al pie de un árbol.”

Repentinamente tuvo un ataque de risa que duró 2h, y clamó que veía el infierno, a Satanás e a los demonios. A continuación, y después de atarse las piernas, se arrojó a una alberca, [piscina] de la que le sacaron, y dijo que había sido una prueba para asegurarse de si estaba poseído o no. (…) Achilles se negaba a hablar, y era imposible hipnotizarle.” “Durante su viaje de negocios había sido infiel a su esposa. Había tratado de olvidar el incidente pero entonces vio que era incapaz de hablar. Comenzó a soñar en numerosas ocasiones con el demonio, hasta que por último se encontró repentinamente poseído.” Ivankaramazoviano.

IRENE, IRENE E ELA MESMA: “Muy inteligente, cumplidora y trabajadora, Irene se mostraba ansiosa y extremadamente solitaria.” “A la muerte de aquélla, en julio de 1900, su conducta cambió completamente. Se rió en el cementerio, no llevó luto y comenzó a ir al teatro. Sabía que su madre había muerto, pero hablaba de ello como de un incidente histórico que no le afectaba. Una grave amnesia se extendió sobre los 3 o 4 meses que habían precedido al fallecimiento, con un grado bastante alto de amnesia también para los acontecimientos que le habían seguido. De tiempo en tiempo, sin embargo, tenía alucinaciones en las que veía la imagen de su madre y oía su voz, que en ocasiones le ordenaba suicidarse. (…) J. decía que ninguna actriz podía haber interpretado esas sombrías escenas con tal perfección.” “Desde el momento en que Irene fue capaz de pensar en su madre a voluntad, cesó de pensar en ella involuntariamente; tras ello, no persistieron ni la amnesia ni la hipermnesia; bien cómo todos los demás síntomas.”

Tanto en el caso de Irene como en el de otros pacientes, el tratamiento hipnótico y sugestivo tenía que ser completado por otro de estímulo y reeducación mentales.”

Señaló que hay una forma de insomnio producida por ideas fijas subconscientes, de lo que dio el ejemplo de una mujer de 37 años que había perdido 4 meses antes un hijo afecto de fiebre tifoidea y que empezó a manifestar una preocupación obsesiva por éste durante 1 o 2 meses. Cuando esta obsesión desapareció, comenzó el insomnio, que por entonces ya duraba 3 años. La medicación a base de soporíferos producía dolores de cabeza y confusión mental, pero no sueño.” É por isso que irrita profundamente leigos intrometidos que “aconselham” o consumo de chá de camomila ou maracujá antes de ir para a cama! Muitos leitores de best-sellers e psicólogos diletantes do dia a dia pensam perscrutar o fundo da alma de todos os homens ao seu redor…

J., ‘L’Insomnie par idée fixe subconsciente’, Presse Médicale, V, 1897, II, 41-4.

En un estudio de 8 pacientes afectos de espasmos de los músculos del tronco, J. halló que todos ellos habían sufrido traumas psíquicos o choques emocionales. ‘La contractura persiste porque persiste la emoción’, dijo.” “El tratamiento sugestivo, continuaba, no es suficiente. Hay que tratar la idea fija subconsciente y completar el tratamiento psicológico con masaje, cuyos resultados dependen en gran parte de la influencia personal ejercida por el masajista sobre el paciente.”

En ocasiones la investigación de los sueños del paciente dará algunos resultados, pero el medio principal de que se valía Janet era la hipnosis, por la cual el paciente rendía sus recuerdos olvidados con más o menos resistencia. La hipnosis se completaba muchas veces con la escritura automática o el uso de la distracción.” O que a pseudanálise plagiaria depois como atenção flutuante.

As idéias fixas inconscientes são um dado característico da histeria, e não das neuroses obsessivas, em que as idéias fixas são conscientes. Todavia, Janet descobriu cedo a existência de idéias fixas inconscientes em estados tais como a insônia pertinaz e os espasmos musculares. Seu estudo sobre o automatismo ambulatório, publicado conjuntamente com Raymond, parece haver sido o primeiro em que se explicam os diversos atos realizados durante as fugas como efeitos coordenados de diversas idéias fixas inconscientes.”

Janet sabía desde el principio que hacer salir a la idea fija del subconsciente no era suficiente para curarle, pues no hace sino cambiar una idea de este tipo por una obsesión fija consciente.”

Cuando hablaba de análisis psicológico, J. nunca afirmaba que éste fuera su propio método. Aparentemente, utilizaba dicha expresión con el mismo sentido general que los matemáticos cuando hablan de análisis algebraico y los químicos de análisis químico.” E não é assim em toda ciência? Claro que é, pois pseudanálise não é ciência.

J., Les Névroses (1909): “la distinción de 2 neurosis básicas: histeria y psicastenia.” Recuo do juízo anteriormente obtido em Ellenberger: pareceu que psicastenia não guardava qualquer relação com a neurastenia (inferência que fazia pelas minhas leituras passadas), mas sim com a psicose; porém esse trecho me devolve à convicção antiga. Na continuação, a explicação completa (MUITO ALÉM DE BEARD E DURKHEIM): “J. descartó la palabra neurastenia, que implicaba una teoría neurofisiológica de la que no había pruebas, y creó el término psicastenia para designar un grupo de neurosis en el que incluía las obsesiones, las fobias y otras diversas manifestaciones.”

Estigmatizado” em Janet significa estritamente: aquele que padece de neurose crônica, sofrendo um estreitamento das faculdades da consciência. Por que ocorre em uns e em outros não, ainda que com histórias de vida similares? Porque certos pacientes têm maior predisposição à histeria por nascerem com menos “força psicológica”, o equivalente ao conceito de energia psíquica de Mach.

A histeria é uma doença psicogênica, não fisiológica”: ponto de vista compartilhado por Briquet, Charcot, Janet.

A histeria é uma forma de personalidade múltipla”: ponto de vista compartilhado por Binet, Janet.

crisis psicasténicas, ataques de ansiedad” relação com as IDÉIAS FIXAS CONSCIENTES.

movimentos musculares inúteis”

coeficiente de realidade”

Depreende-se facilmente do esquema teórico da psicastenia de Janet que o psicastênico é o clássico “inadaptado social” (enfim, o mesmo que o neurastênico de Durkheim). O sujeito não sabe equilibrar seus rasgos de personalidade com as exigências do mundo exterior a sua volta. Daí a dizer que isso é uma queda ou perda da função do real no paciente é uma hipérbole e tanto, ainda mais para hoje em dia! Se o psicastênico é algo mais específico que o neurastênico de Beard, infelizmente acabou generalizando-se da mesma forma, no atual modo de produção. Incompreensão geral do gênio e do pathos do desinteresse, mesmo por outros indivíduos com rasgos geniais.

Posso afirmar que Janet padece, em menor escala, claro, de um empobrecimento de seu sistema, embora tente aperfeiçoá-lo e abranger mais dados, após seu trabalho clássico Automatismo psicológico. Os conceitos que formulou a posteriori são de pouco interesse ao metafísico como eu, categorias, ao meu ver, mal-pensadas.

J. consideró que no era suficiente pensar en la energía mental en términos de cantidad, sino que había que tener también en cuenta la <tensión psicológica> del individuo, es decir, su capacidad para elevar dicha energía a un cierto nivel en la jerarquía de funciones.” Acréscimo desnecessário, já que não dirime a questão.

ESPOSAS DE CÉSAR: “También fue criticado el concepto de psicastenia: ¿era en realidad una entidad nosológica?” “En la época de Janet, numerosos autores suponían la existencia de una hipotética energía nerviosa o mental, cuya insuficiencia daría lugar a las alteraciones neurasténicas. Pero se veían confundidos por algunos hechos, como el de que un individuo que parecía completamente exhausto pudiera repentinamente, bajo ciertos estímulos, hallar la fuerza necesaria para realizar acciones difíciles. J. superó estas aparentes contradicciones elaborando un sistema en el que la energía psicológica se caracteriza por 2 parámetros: fuerza y tensión. [Superou = disfarçou, ‘fugiu’ epistemologicamente falando.]

La fuerza psicológica es la cantidad de energía psíquica elemental, es decir, la capacidad de realizar actos psicológicos numerosos, prolongados y rápidos. Existen 2 formas: latente y manifiesta. Movilizar la energía significa hacerla pasar de la forma latente a la manifiesta.

La tensión psicológica es la capacidad de un individuo para utilizar su energía física a un nivel más o menos alto en la jerarquía de tendencias descrita por J.. Cuanto mayor sea el número de operaciones sintetizadas, más nueva será la síntesis, y por tanto más alta la tensión correspondiente. Apenas hace falta señalar que la tensión en el sentido de J. no tenía nada en común con la denominada tensión en el sentido coloquial de ansiedad o irritación que, según la terminología de J., correspondería, por el contrario, a estados bajos de tensión psicológica.

Se han establecido comparaciones con los fenómenos físicos. La relación de fuerza y tensión psicológicas ha sido comparada con la de calor expresado en términos de calorías y en términos de temperatura, y con la de electricidad en términos de corriente y de tensión.”

La agitación aparece cuando la cantidad de fuerza se mantiene al tiempo que desciende la tensión. Las crisis psicolépticas y otras descargas [¿?] son los efectos de un descenso súbito de la tensión. El agotamiento aparece cuando la energía psicológica de un cierto nivel se utiliza en otro superior. [Empréstimo do futuro ou do mundo dos mortos? Gon Freecs] Debiera haber un equilibrio entre fuerza y tensión.” A psicologia dinâmica de J. é ainda muito mecânica!

Este es el principio que J. desarrolló en el volumen de 1100 páginas de sus Médications psychologiques. Su sistema ha sido posteriormente elaborado y codificado por su discípulo suizo Leonhard Schwartz (Neurasthenie: Entstehung. Erklärung und Behandlung der nervösen Zustande, 1951).” Não ler.

síndromes asténico e hipotónico”

laxitud x agotamiento (¿?)

En las astenias leves, los pacientes están insatisfechos de sí mismos, son incapaces de disfrutar completamente de la felicidad o el placer, y con facilidad se muestran ansiosos o deprimidos. Sabiendo que se cansan fácilmente, evitan los esfuerzos, la iniciativa y las relaciones sociales, y son considerados orgullosos o torpes. Restringen sus intereses, sentimientos y acciones al mínimo posible, hasta el punto de llevar una vida de ascetas (ascetismo neurótico). Se muestran suspicaces hacia los demás, e inestables y lentos en adaptarse a las situaciones nuevas; tratan de ser reservados, pero no saben guardar con facilidad un secreto y son muchas veces grandes mentirosos.” Já acho que pinta demasiado o perfil.

No les gusta la gente y no se sienten ligados a los demás (…) Numerosos alcohólicos pertenecen a esta categoría.”

LOS HIPOTÓNICOS: “agitaciones motoras, tics, gesticulación, garrulidad, [loquacidade] ansiedad, obsesión, meditaciones mentales, y también asma, palpitaciones cardíacas y migrañas. Como característica, el cansancio aumenta con el reposo y muchas veces disminuye con el ejercicio. Este tipo de paciente busca espontáneamente estímulos, porque éstos no sólo movilizan sus fuerzas latentes sino que las elevan a un nivel más alto de tensión psic.”

Dormir muito e tirar férias seriam para os astênicos. “Los estimulantes no Suelen ser muy útiles aquí, porque tienden a movilizar reservas que muchas veces son insuficientes, y a agotarlas. Sin embargo, parece que algunos tipos de estímulo incrementan realmente la energía. Entre ellos, productos endocrinos y métodos fisioterapéuticos que ejercen acción estimulante sobre la piel.” “los puntos débiles se encuentran generalmente en la relación del paciente con su ambiente social y con su trabajo profesional.” “El médico debe preguntar 1º acerca de las diversas personas con las que el paciente entra en contacto y de su relación con cada una de ellas, para delimitar hasta qué punto le dan fuerza o le privan de ella. Los más peligrosos son los devoradores de energía (o ‘sanguijuelas’), es decir, aquellas personas que, debido a su mal temperamento constante, sus enfados, sus suspicacias y autoritarismo, dejan exhaustos a sus compañeros. Su acción es en ocasiones lo suficientemente nociva como para que el psiquíatra se sienta autorizado a llevar a cabo una operación de ‘cirugía social’, a espaciar o separar a los individuos, o incluso apartarse de ellos permanentemente. Las mujeres asténicas no deben tener niños. (…) Debemos añadir aquí que el propio paciente neurótico es muchas veces un devorador de energía de su medio ambiente y que está grandemente necesitado de consejo acerca de sus actitudes hacia la gente que le rodea.”

la moratoria: después de un sobreesfuerzo físico o emocional, un individuo puede aparecer normal durante cierto tiempo y después derrubarse bruscamente.” “El psiquíatra que ve a alguien en ese período latente debe ser capaz de diagnosticar un agotamiento real bajo la máscara de salud aparente, y someterle a tratamiento como si fuera un asténico.” É esperar demais de seres tão limitados…

Idéias fixas e traumas como atos não-saldados.

J. insistía en la gran importancia de los actos de terminación.”

PROFILAXIA DOS HIPOTÔNICOS: “caminatas, deportes, caza o trabajos manuales. El problema se hace más difícil cuando las derivaciones han tomado um carácter de organización autónoma, como es el caso de los síndromes obsesivos convulsivos [COMPULSIVOS?].”

café, estricnina” “viajes, cambios de vida, asuntos amorosos, que los pacientes buscan espontáneamente.” “Pero la estimulación no es más que un desplazamiento”

La crisis epiléptica no es sino un colapso repentino de tensión psicológica en forma de descarga de energía, cayendo el individuo a un nivel inferior, del que asciende lentamente. Menos espectaculares son las crisis psicolépticas de los psicasténicos. Existe un emborronamiento súbito de la acción y la percepción y una pérdida del sentimiento de la realidad, y su terminación puede ser repentina o gradual.”

La relación entre cleptomanía y depresión mental fue bien ilustrada en el caso de un paciente que había aprendido accidentalmente a aliviar su depresión mediante la estimulación proporcionada por el robo en las tiendas.”

O QUANTA (E NÃO QUANTO) QUE PODEMOS AGUENTAR: “el caso del individuo que deja sus acciones incompletas y sin conseguir, haciendo descender cada vez su tensión psicológicas y quedando cada vez menos capaz de adaptación; de este modo cae en un círculo vicioso cuya terminación lógica es un síndrome asténico-hipotónico, que tiene su expresión en la esquizofrenia hebefrénica. [hebétude] Este concepto está muy próximo a la teoría de la esquizofrenia de Adolf Meyer, quien la considera como el resultado de una larga serie de reacciones inadecuadas y de deterioro de los hábitos.”

Ray, How Never to Be Tired, 1938.

Na relação entre o paciente e o diretor [de sua terapia], como dizia Janet, apareceria, antes ou depois, em ocasiões de forma brusca, uma mudança chamativa. O paciente mostraria uma conduta específica frente ao terapeuta, que não tinha frente a mais ninguém. Afirmaria que o terapeuta era um ser excepcional e que ele, o paciente, havia por fim encontrado alguém que o compreendia e o levava a sério. Isto significava, em realidade, que o paciente era agora capaz de contar seus próprios sentimentos e de falar seriamente acerca de si mesmo. A imagem inexata anterior que tinha do diretor era uma mescla de todo tipo de inclinações prévias mais ou menos semelhantes que temos a outras pessoas, sintetizadas agora de uma forma particular.”

J. declaró una vez que los psicólogos de finales del XIX habían escrito demasiadas monografías sobre temas limitados, hasta el punto de crear una gran confusión. Se necesitaban ahora sistemas comprensivos que permitieran ordenar, clasificar e interpretar hechos”

tendencias (concepto que prefiere al de instinto; las tendencias son más flexibles y se pueden combinar entre sí).”

un acto de cualquier nivel se puede hacer subconsciente cuando el individuo realiza de forma consciente actos de un nivel superior.” E não vice-versa? O inconsciente é burro?

La gran síntesis psicológica de J. es un monumento de tal amplitud que haría falta un volumen de 400-500pp. para exponer sus elementos.”

En lo relativo a la imitación, J. adopta la definición de Durkheim: la percepción del acto de otro hombre parece controlar la ejecución del acto del imitador, pero la imitación es un <acto doble> que implica una acción no sólo del imitador, sino también del imitado.”

J. L’Amour et la heine, 1937

« Al principio la palabra hablada era el comienzo de una acción. Pero después, el habla se emancipó de la conducta corporal; el hombre comenzó a jugar con el lenguaje, y esto es a lo que J. denomina lenguaje inconsistente. El lenguaje inconsistente se puede observar en niños de 3 a 6 años, que muchas veces hablan sin prestar atención a lo que dice el otro, según describió Piaget.”

Finalmente, el lenguaje fue utilizado por el hombre para hablarse a sí mismo en forma de lenguaje interior. Este fue el origen del pensamiento.” Se não pensava, homem não era.

los seres no son sino objetos a los que el nombre y la creencia añaden persistencia y estabilidad.”

Bergson, L’Évolution créatrice, 1907

Murphy, Human Potentialities, 1958

Os papéis primigênios do rito (ainda mais antigo) e do mito.

No es sorprendente que en numerosas religiones primitivas se realizaran ritos orgiásticos en los que la intoxicación alcohólica desempeñaba un papel predominante. Incluso las ceremonias fúnebres pretenden aumentar la energía de los participantes”

La idea de los espíritus-dioses surgió también de la conducta para con los seres ausentes, de los que los muertos son una categoría especial.”

la acedia [acídia] se podría explicar como un empobrecimiento gradual de energía mental. Su reverso es la conversión, que incluye una recuperación de la fe y un nuevo sentido de poder y estabilidad mental, así como un proceso de recuperación de energía mental y de ciertos estímulos.”

En una discusión religiosa falta la resignación científica, hay desprecio por el adversario y falta de honradez intelectual, p.ej., en forma de citas incorrectas de los escritos del mismo.” “El grado más alto de proselitismo es la persecución religiosa, que J. explica como un deseo de mando, de unidad intelectual y de alivio de la depresión mental.”

El fenómeno de la posesión demoníaca es considerado por J. como el reverso de la oración. Al igual que en ésta, es una conducta doble en la que el sujeto interpreta 2 papeles, pero mientras que en la oración la 2ª personalidad es buena (un dios o santos), en la posesión es mala (un diabo o demonio).”

O ÊXTASE, AMBIVALENTE: “Es una experiencia que la religión atesora pero de la que también recela, pues la persona extática está propensa a tener revelaciones privadas, separadas de los dogmas de la Iglesia.”

William James, Las variedades de la experiencia religiosa

Bergson, Las dos fuentes de la moral y de la religión

Desde el punto de vista clínico, J. suele ser considerado como un discípulo de Charcot. Se olvida muchas veces que, antes de ingresar en la Salpêtrière en 1899, tenía ya una experiencia de 6 o 7 años de trabajo clínico con neurosis y enfermedades mentales en El Havre con los doctores Gibert y Powilewicz, de modo que fue a la Salpêtrière no como estudiante, sino como como colaborador experimentado. Allí, en todo caso, aprendió a tratar psicóticos, sobre todo en las salas de los doctores Séglas y Falret.”

Las teorías de J. sobre la energía psicológica tienen mucho en común con las ideas expresadas por Beard y S. Weir Mitchell, y sobre todo por William James (cf. The Energies of Man).”

Las últimas teorías de Janet sobre la jerarquía de las tendencias, su amplio conductismo, estuvieron también sin duda muy inspiradas por la obra de Josiah Royce y James Mark Baldwin.” “J. nunca ocultó que muchas de las ideas que desarrolló tan ampliamente en su gran síntesis estuvieron inspiradas por Royce y Baldwin. Incluso el término socius, que tanto le gustaba, era tomado de Baldwin.”

Todos os pioneiros da psicologia da infância nada mais são que Hegels “aplicados”.

Las analogías entre las últimas teorías de Janet y las enseñanzas de George Herbert Mead son particularmente llamativas.”

El propio Bleuler dijo que la palabra autismo designa esencialmente desde el ángulo positivo lo que J. denominó pérdida del sentido de lo real desde el punto de vista negativo.”

Lo que Jung denominó complejo no era originariamente más que el equivalente de la idea fija subconsciente de Janet.

El trabajo de J. ejerció también una gran influencia sobre la psicología individual de Adler. Este último reconoció que su trabajo sobre el sentimiento de inferioridad constituyó un desarrollo de la observación de J. del sentiment d’incomplétude.”

La influencia de J. ha sido considerable también sobre la psiquiatría francesa y sus 3 principales representantes contemporáneos, Henri Baruk, Henri Ey y Jean Delay.” “La psicofarmacología, añade Delay, ha confirmado ciertas de las ideas de Janet, y por esta razón el propio Delay clasificó los fármacos psicótropos en psicolépticos, psicoanalépticos y psicodislépticos, sobre la base de los conceptos de Janet.”

Pierre Janet es un ejemplo notable de la forma como la fama y el olvido se distribuyen de manera desigual entre los científicos. Hacia 1900 sus contemporáneos tenían la impresión de que pronto sería el fundador de una gran escuela. Sin embargo, a pesar del constante desarrollo de su obra, pareció como si se separara lentamente de la tendencia general.” “Resulta tentador, en este punto, especular acerca de las razones por las que Janet fue favorecido por Lesmosine, la diosa del olvido, en lugar de por Mnemosine, la diosa de la memoria.” “Casi parece como si algún hado misterioso hubiera decretado el olvido de la memoria de Janet. Cuando murió, el 24 de febrero de 1947, en París no había periódicos debido a una huelga de impresores; su muerte pasó, por tanto, casi desapercibida. Cuando reaparecieron los periódicos, el 18 de marzo, [o mês em que a terra parou!] fue mencionada la noticia en 2 líneas entre un gran número de informaciones de todo tipo.” “En 1956 fue celebrado en la Salpêtrière el centenario de Fraud, al que se erigió un monumento en recuerdo de su visita a la clínica de Charcot. Pero nadie pensó en erigir un monumento a Janet en su centenario, en 1959” “En 1960, al publicarse un volumen conmemorativo de la fundación del collège Sainte Barbe, la lista de los hombres ilustres que habían estudiado allí no contenía el nombre de Janet. Mas aún: sus obras nunca han sido reimpresas; cada vez son más raras y difíciles de obtener.”

VII. SIGMUND FRAUD Y EL PSEUDANÁLISIS

Mientras que hombres como Pierre Janet se habían mantenido dentro de los límites de las organizaciones científicas tradicionales, de la universidad, de las sociedades culturales establecidas, escribiendo en periódicos abiertos a cualquier punto de vista psicológico o médico, y sin intentar nunca fundar una escuela, Freud rompió abiertamente con la medicina oficial.”

En 1859 Austria fue vencida en Italia por los piamonteses y los franceses, y perdió Lombardía. En 1866 sufrió, en guerra con Prusia, una rápida y aplastante derrota en Sadowa y perdió Venecia. El imperio tuvo que abandonar sus ambiciones relativas a Alemania e Italia y puso sus ojos en la Península Balcánica para su expansión política y económica, pero allí tropezó con la creciente rivalidad de Rusia. En 1867, se convirtió en doble monarquía austro-húngara.” “En 1890 los suburbios de Viena fueron incorporados a la capital, que ahora tenía más de 1 millón de habitantes y se había convertido en una de las ciudades más bellas del mundo.”

Su vida es un ejemplo de ascenso social gradual desde la clase media baja hasta la alta burguesía.” MUDE SUA CLIENTELA E SE TORNARÁ UM NOVO-RICO: “Los pacientes en los que realizó sus estudios neurológicos pertenecían a los estratos más bajos de la población, pero su práctica privada, en la que basó el psicoanálisis, se desarrolló entre enfermos de los más altos círculos sociales.”

La mayor parte del entorno familiar de Fraud es todavía desconocido u oscuro.” “En Viena habitaban las denominadas familias toleradas. Aunque los judíos habían sido desterrados de la ciudad en 1421, y de nuevo en 1670, en la 2ª mitad del siglo XVIII reconstituyó una tercera comunidad alrededor de varias familias ricas e influyentes.” “Otro grupo judío de Viena, la denominada comunidad turco-israelita, estaba formado por judíos sefarditas procedentes de Constantinopla y Salónica, y que durante largo tiempo gozaron de la protección del sultán. Hablaban sefardita, y pronunciaban el hebreo de forma diferente que los judíos de habla alemana.” “Como los judíos eran los únicos comerciantes de la ciudad, las calles del ghetto estaban siempre abarrotadas de clientes.”

Los niños iban a la escuela en la sinagoga, donde las enseñanzas se centraban en la lectura de los libros sagrados en hebreo, penosa prueba para la mayoría de ellos por no comprender su significado.” “La característica principal era el miedo: miedo de los padres, de los profesores, de los esposos, de los rabinos, de Dios y sobre todo de los gentiles.”

Por último, dentro del ghetto existía una cierta estructura social basada en el éxito y el fracaso, el rico y el pobre, con una aristocracia formada por algunas familias ricas, como los Gomperz, los Todeco, los Ullman o los Pappenheim, que construyeron una gran red de negocios y conexiones sociales.”

Vishnitzer, trad./ed., The Memoirs of Ber of Bolechow (1723-1805), Londres, Oxford Press, 1922: Ber habla con ironía de su educación talmúdica y del pilpul, es decir, de la profunda discusión de los hombres cultos acerca de puntos oscuros del Talmud, donde rivalizaban en argumentos sutiles, distinciones demasiado finas y audaces afirmaciones obtenidas de combinaciones ingeniosas del texto.”

El permiso para habitar en domicilios privados se conseguía mediante el pago de un impuesto especial. (…) Tal era la condición de los judíos antes de la emancipación. [hasta 1851]” “Una gran fracción de judíos, especialmente en las ciudades, tendió a la <asimilación>, adoptando las costumbres, modales, vestidos y forma de vida de la población circundante, y los que hablaban yiddish (dialecto alemán del siglo XIV intercalado con palabras hebreas) adoptaron el uso del alemán moderno. Muchos de estos judíos asimilados conservaron su religión en la forma denominada judaísmo liberal; otros que tenían poco o ningún sentimiento religioso permanecieron unidos por tradición a sus comunidades. Algunos fueron más lejos y abandonaron la religión de sus mayores, que ya no significaba nada para ellos; como era obligatorio declarar una religión, se registraron como católicos o protestantes. Algunas comunidades de judíos ortodoxos mantuvieron, sin embargo, rigurosamente sus creencias, ritos y costumbres. Leyendo ciertas descripciones de la vida del ghetto, como las de Siegmund Mayer o Steinthal, se siente una curiosa sensación de nostalgia por aquella época en que la vida religiosa y la disciplina moral eran tan estrictas.” “surgieron numerosos conflictos entre los padres ortodoxos y los hijos separados, que no podían comprender las duras condiciones bajo las que habían vivido aquéllos.” “Muchos adoptaron nombres y apellidos nuevos, así como fechas ficticias de nacimiento; estaban registrados en la comunidad judía con un nombre hebreo, de modo que tenían una especie de identidad doble.” “Por tales razones los historiadores deben tener cuidado al utilizar los documentos oficiales austríacos de aquella época, especialmente los relativos a la población judía.”

Parece ser que los primeros brotes de antisemitismo aparecieron después del pánico en la Bolsa de valores en 1873, y se generalizaron lentamente en las décadas de 1880 y 90, aunque ciertos eminentes judíos que vivían en Viena en aquella época aseguran que no advirtieron nada, o muy poco.” Isso é muito bem-explicado por Hannah Arendt. O anti-semitismo tem raízes mais antigas, e sequer este anti-semitismo econômico de 1873 é, ainda, considerado pela autora o anti-semitismo moderno (Holocausto). Além disso, os judeus viviam, por assim dizer, em seu próprio mundo, de modo que não percebiam os movimentos políticos ou as tendências sociais.

Nuestra epidermis se ha hecho demasiado sensible, y desearía que nosotros, los judíos, tuviéramos una firme conciencia de nuestro propio valor, tranquilidad y casi indiferencia por el juicio de los otros, en lugar de este point d’honneur oscilante, hipersensible y fácilmente insultado. Sea lo que quiera, ese point d’honneur es ciertamente un producto de la asimilación.” Josef Breuer, 1894. É por isso que os judeus jamais entenderam ou tiveram como se preparar… O que Breuer chama aqui de “ponto de honra” é o que nós entendemos por viver em sociedade!

Fraud mantuvo la ideología patriarcal, con su creencia en la dominación del hombre y la subordinación de la mujer, su devoción por la familia y sus severas costumbres puritanas.”

Si es difícil escribir acerca de Fraud es por la profusión de obras a él dedicadas y por la leyenda surgida a su alrededor, que hace excesivamente laboriosa y decepcionante la labor de un biógrafo objetivo.” “El estudio objetivo [verdadero] de las fuentes de F. ha sido comenzado por Maria Dorer y Ola Andersson ha llevado a cabo una investigación sobre el desarrollo de los conceptos fraudianos basándose en materiales de origen.”

La afirmación de que Jacob Freud poseía una fábrica de tejidos pertenece a la leyenda, así como la historia de que abandonó Freiberg debido al furioso antisemitismo.”

La lengua de la comunidad sefardita, no muy numerosa, era un dialecto hispano-judío. ¿Pudo el prestigio de esa comunidad haber incitado al joven Sigismund a aprender su idioma? Se sabe, por lo demás, que F. aprendió español con un condiscípulo llamado Eduard Silberstein.”

Breuer tenía amistad personal con el compositor Hugo Wolf, el escritor Schnitzler y el filósofo Brentano, y mantenía correspondencia con la poetisa Maria Ebner-Eschenbach.”

A F. le gustaba decir que había sido alumno de Charcot en París durante 1885 y 1886. Esto ha llevado en ocasiones a creer que permaneció allí durante largo tiempo. En realidad, éste vio a Ch. por 1ª vez el 20/10/85, y se separó de él el 23/2/86. De estos 4 meses hay que restar además una semana de las vacaciones de Navidad, que pasó con su novia en Alemania, y <un par de semanas> en que Ch. estuvo enfermo. Podemos suponer que su encuentro con él tuvo más la naturaleza de un encuentro existencial que la de una relación maestro-discípulo.”

Aumentó la frecuencia de la histeria masculina en Francia, al menos como etiqueta diagnóstica, por lo que en París se conocieron 2 tipos: el clásico y el postraumático. En Viena, ya no se discutía la existencia de la histeria masculina clásica, pero los neurólogos más famosos no aceptaban la identificación que hacía Ch. de las parálisis traumáticas en el hombre con ella.” O erro de F. foi cair que nem um patinho no 2º conceito, o charcotiano, na frente de auditórios vienenses bastante exigentes!

El profesor Bamberger, presidente, reconoció los méritos de Ch., pero no vio nada nuevo en el interesante trabajo de F..” “El profesor Leidesdorf mencionó que en muchas ocasiones había examinado pacientes que, después de un accidente de ferrocarril o un trauma similar, habían desarrollado síntomas orgánicos que no tenían nada en común con la histeria.” “a aquellos neurólogos les irritaría que F. atribuyera a Ch. el descubrimiento de que la histeria no era una simulación ni el resultado de alteraciones de los órganos genitales, 2 puntos que ya eran conocidos en Viena hacía largo tiempo, por lo que pensarían que F. les trataba como ignorantes e intentaba ponerse a su nivel. Asombra pensar que F. no se diera cuenta de que estaba ofendiendo a una Sociedad que se había mostrado bien dispuesta hacia él.” “En contra de lo que afirma la leyenda, F. no rompió sus lazos con la Sociedad. Su candidatura fue apoyada por 7 miembros destacados de la misma el 16/2/87, y fue elegido el 18/3. Nunca dejó de ser miembro de la Sociedad hasta abandonar Viena.”

La controversia sobre las neurosis traumáticas de histeria masculina continuó invadiendo Europa durante algunos años hasta que, hacia 1900, el mundo médico perdió su interés por la histeria, cesó de creer en la existencia de los estigmas de Ch. y la propia enfermedad se hizo mucho menos frecuente.”

Fue acusado de haber desencadenado sobre la humanidad el <tercer azote>, la adicción a la cocaína (los otros 2 eran en alcoholismo y la morfinomanía)”

No era extraño trabajar desde la 1ª hora de la mañana hasta la última de la noche, durante 6 días a la semana, pero los profesionales liberales y las personas de categorías se tomaban 3 meses de vacaciones de verano, que pasaban en el campo o viajando Baedeker [guia de viagens] en mano.”

La evolución científica de F. durante esos 10 años es manifiesta: en 1886 era un neurólogo que aceptaba completamente las teorías de Ch., mientras que en 1896 ya no se interesaba por la neurología” Grande involução!

Se alejaban las esperanzas de un gran descubrimiento que le daría fama y riquezas.”

OS DELÍRIOS ELLENBERGUIANOS DA ‘DOENÇA CRIADORA’: “Sufre de sentimentos de aislamiento total, aun cuando tenga um mentor que le guíe a lo largo de la prueba. La terminación es muchas veces rápida y está caracterizada por una fase de alegría.”

COLOCANDO A CARROÇA NA FRENTE DOS BOIS:Paul Valéry ha demostrado como la personalidad de un escritor creador puede también ser premoldeada por la imagen de su trabajo.” Mais salutar seria denominar essa condição de Síndrome de Nietzsche, de Platão ou de Sócrates, como queira. Lá pelos meus 18 anos denominei coisas correlatas a esse processo como COMPLEXO DO SUPERIOR.

¿No es entonces la teoría de Fraud una racionalización de su propia inhibición sexual?” Maryse Choisy

Wagner-Jauregg recibió numerosos honores, que culminaron en 1927 con la concesión del premio Nobel. Fue el primer psiquíatra que lo recibió.”

Repetidas veces se ha trazado un paralelismo entre Fraud y Arthur Schnitzler.” “Siguiendo los pasos de su padre, Schn. se dedicó al periodismo médico.” “Mientras tanto, tenía su tiempo y su interés cada vez más absorbidos por la literatura y el teatro, y su consulta mermó gradualmente. Sus tormentosas relaciones amorosas con algunas actrices le hicieron sufrir, pero le proporcionaron material para sus obras.” “La fama de S. comenzó con Anatol, la historia de un playboy vienés de la época.” “El Paracelsus de S. da así una imagen de la hipnosis y la vida mental muy distinta de la que presentan los estudios sobre la histeria de Br. y F.. Estos 2 parecen tomar las revelaciones de sus sujetos hipnotizados en su sentido literal, y construían sus teorías sobre esta base” “Las semejanzas entre S. y F. no se deben sobrevalorar.” Pelo pouco que li, isso é EVIDENTE!

La misma independencia del pseudanálisis se demuestra en la novela de S. Frau Beate, historia de incesto entre un joven y su madre viuda.”

Después de la I Guerra, la nueva generación austríaca despreció Schnitzler como prototipo de <espíritu corrompido de la monarquía decadente> y de <la vida frívola de la clase ociosa vienesa>. En 1927 publicó un opúsculo, El espíritu en el trabajo y en la acción, curioso ensayo sobre la tipología de distintas variedades de hombre tales como el poeta, el filósofo, el sacerdote, el periodista, el héroe, el organizador, el dictador, etc.”

S. se reveló como mucho menos escéptico de lo que hacían pensar sus primeros trabajos literarios.” Ao invés de sucumbir ao niilismo bélico, propunha soluções e era um verdadeiro humanista, ao contrário de Fraud.

S., Huida en las tinieblas

La historia de Moisés habría sido una novela comparable a las bíblicas de Shalom Asch y Thomas Mann.”

Creo que la gente no se da cuenta por lo general de las dificultades de la observación al microscopio, o de la enorme y penosa preparación necesaria para educar simplemente los órganos de la vista y el tacto para el trabajo… Parece una cosa fácil sentarse y mirar los objetos a través de un cristal que lo aumenta todo; pero en la investigación microscópica existen campos tan oscuros que el estudiante debe observar una dieta especial antes de comenzar su estudio, para evitar que incluso el latido de las arterias pueda alterar la firmeza de su mirada, y tener el sistema nervioso en excitación tan tranquila que toda su figura permanezca durante horas en rígida obediencia a su mirada fija y concentrada.” Agassiz

Haeckel describió e ilustró configuraciones imaginarias que confirmaban sus teorías y que le condujeron a ser acusado de fraude, Meynert halló tractos ilusorios en la sustancia cerebral, y varias generaciones de astrónomos vieron y levantaron mapas de los <canales> de Marte.”

En aquella época [1891] había una abundancia enorme de literatura sobre este tema, [afasia] hoy difícilmente accesible; muchas de esas obras estaban escritas en el estilo de la mitología cerebral contemporánea.”

A principios de la década de 1880, Heymann Steinthal propuso lo que en la actualidad se podría calificar de teoría dinámica de la afasia, pero, por tratarse de un lingüista, fue ignorado por los neuropatólogos.”

La reputación de F. como especialista en parálisis cerebral infantil quedó tan firmemente asentada que Nothnagel le pidió que escribiera una monografía sobre el tema, que apareció retrasada en 1897. Este trabajo fue objeto del aprecio, en Francia, de Brissaud y Raymond. En Bélgica, las teorías de F. sobre la parálisis cerebral y su clasificación en subformas fue criticada por Van Gehuchten, quien las tachó de concepción artificial carente de base anatomopatológica alguna. Todos estos hechos tienen interés, porque muestran que F., también en su período neurológico, recibió tantos honores como críticas, contrariamente a la afirmación de que durante la época en que fue neurólogo no recibió más que honores, que se convirtieron en insultos tan pronto como se dedicó al estudio de la neurosis.”

Hay 2 formas de construir una teoría psicológica. La 1ª es reunir hechos y hallar factores comunes de los cuales deducir leyes y generalizaciones. La 2ª es construir un modelo teórico y ver si los hechos se ajustan a él, para modificarlos si es necesario. Siguiendo una tendencia común en su época, la preferencia de Fraud fue por este 2º camino.” Tsc, tsc…

Para hacer inteligible el Proyecto hay que colocarlos en su contexto, es decir, en la larga línea de evolución que había comenzado con Herbart. En el curso del siglo XIX, la anatomía y fisiología cerebrales se construyeron sobre una base científica y experimental, pero existía también una línea paralela de anatomofisiología cerebral especulativa, que en la última parte del siglo fue denominada Hirnmythologie (mitología del cerebro). Curiosamente, en ocasiones fueron los mismos estudiosos empíricos los que patrocinaban la anatomofiología mitológica, aunque se consideraban como <positivistas> y despreciaban la filosofía de la naturaleza.” < < < Perfeita descrição de Freud.

El Proyecto de F. no es sino un último resurgir de esta secuencia especulativa.Tudo explicável ao ler-se Herbart e Fechner. A propósito do primeiro (Herb.), de acordo com diversas passagens deste livro, é imprescindível ler ao menos seu principal tratado psicológico, e na fonte, não via fracas obras de coleções didáticas governamentais! Parece que mesmo noções avançadas do inconsciente como a sombra junguiana têm seu precedente nele…

Estos principios fechnerianos fueron completados posteriormente por Heinrich Sachs con su supuesta ley de la cantidad constante de energía psíquica

Brücke fue uno de los estudiosos que redujeron la psicología a la neurología y explicaron todo el funcionamiento del sistema nervioso como una combinación de reflejos. (…) Meynert (…) fue apenas más elaborado que Brücke.”

Exner, el 3º de los maestros neurológicos de F., publicó en 1894 su Entwurf, considerado como una síntesis de los sistemas de Brücke y Meynert. En el intervalo, sin embargo, había aparecido la teoría de la neurona, y Exner discutió las cantidades de excitación que podrían ser transferidas en las uniones entre las neuronas, donde él creía que tenía lugar la suma de las excitaciones.” “Desarrolló ampliamente su psicología neurológica, dando explicaciones de la percepción, el juicio, la memoria, el pensamiento y otros procesos mentales.”

La neuropatología (en aquella época completamente distinta de la psiquiatría) comenzaba a ser una especialidad de moda.”

Comparando la biografía de Bertha Pappenheim con las 2 versiones de la historia de Anna O. se observa que, según la 1ª, Bertha se trasladó de Viena a Frankfurt en 1881, mientras que Anna permaneció en el sanatorio vienés hasta junio de 1882 según Breuer, y durante mucho más tiempo según Jones. Más extraño aún es que la fotografía de Bertha (cuyo original ha visto el autor) lleve la fecha de 1882 grabada por el fotógrafo y muestre una mujer de aspecto sano, deportivo; aparece con traje de montar, en agudo contraste con el retrato que hace Breuer de una joven ligada al hogar sin escape para sus energías físicas y mentales.” “La historia clínica de Br. es obviamente una reconstrucción hecha de memoria, escrita 13 o 14 años más tarde <a partir – como él mismo dice – de notas incompletas> y publicada con bastante indiferencia, para complacer a Fraud.” Será Breuer o maior mentiroso –– depois do próprio F., que não tem paralelo?

Breuer y su paciente jugaron un juego cerrado, como habían hecho Despine y Estelle en el pasado, aunque Br. tuvo menos éxito. A los viejos magnetizadores la historia de Anna no les hubiera parecido tan extraordinaria (…) Era uno de esos casos frecuentes en la década de 1820”

La catarsis fue durante algún tiempo uno de los temas más discutidos entre los eruditos y se hizo tópico en las conversaciones de los salones vieneses. No es de extrañar que una joven de la alta sociedad la adoptara como medio para una cura autodirigida, pero resulta irónico que el tratamiento infructuoso de Anna O. convirtiera para la posteridad en el prototipo de una cura catártica.”

No se da indicación [en los relatorios de los años 80 de Br.] de adónde fue la paciente después de su salida de[l sanatorio de] Bellevue. Manifiestamente, estaba ella enferma física y psíquicamente y era morfinómana en un grado grave.”

La 1ª psiquiatría dinámica había significado, fundamentalmente, la sistematización de observaciones realizadas sobre pacientes hipnotizados.” Em 1896 F. rompeu com todo esse trabalho sério!

En la realidad, tanto la resistencia como la transferencia habían sido conocidas ya por los magnetizadores e hipnotizadores.”

En los 1880 Gross revisó sistemáticamente las declaraciones de testigos y acusados en busca de lapsus de lengua y manifestaciones afines significativas y publicó observaciones relevantes en sus artículos y libros de textos.” “Gross halló que los testigos falsos invariablemente se traicionaban, aunque fuera por una sola palabra, y también por su actitud, talante o gestos.”

Algunos escritores utilizaban corrientemente parapraxias como una argucia tan obvia que no era necesario explicárselas al lector.”

Schopenhauer había dado ya a la metafísica del sexo un lugar central en su filosofía” E assim vai… Até vermos que NADA em F. é original! Os TRÊS ENSAIOS, p.ex.: F. puxou tudo de Krafft-Ebing.

En 1913 parecía que la teoria pseudanalítica se había completado por fin. Sin embargo, y para sorpresa de [nadie!], todavía tenía que producirse una gran metamorfosis.”

El paso final al moderno pseudanálisis [contradição em termos – neo-charlatania] del yo se dio en 1939 con la famosa monografía de Heinz Hartmann [começa como termina, com o mesmo sobrenome irrelevante!], en la cual se resaltaba la autonomía del yo y su función de adaptación.” Adaptação da psicanálise ao mercado.

EVIL NEVER DIES! “Poco después de haber concebido su teoría pseudanalítica, Fraud la expandió a los campos de la religión, la sociología, la historia de la cultura, el arte y la literatura.” Resumindo, tudo de que ele jamais entendeu.

Tomó cosas de sus maestros, sus colegas, sus rivales, sus colaboradores, sus pacientes y sus discípulos.”

La fuente primera y principal de cualquier pensador creador descansa en su propia personalidad.” Talvez de um criador, mas o que essa frase faz justo no capítulo sobre Fraud?!

La Piere¹ (The Freudian Ethic, 1959) afirma que el freudismo arruinó la ética del individualismo, la autodisciplina y la responsabilidad que prevalecían en el mundo occidental.”

¹ Também grafado LaPiere (Google Books). Infelizmente esse livro só deve existir na Amazon e na Abe Books – nenhum ebook encontrado!

Sería de valor incalculable conocer el punto de partida de la leyenda freudiana y los factores que la llevaron a su desarrollo actual. Por desgracia, el estudio científico de las leyendas, su estructura temática, su crecimiento y sus causas es una de las provincias menos conocidas de la ciencia, y hasta la fecha no se ha escrito nada sobre Fraud que pudiera compararse con el estudio que hizo Etiemble de la leyenda que creció alrededor del poeta Rimbaud.” Isso segue válido também fora do domínio dos psicólogos da TCC (os mais interessados em atacar F., isto é, chutar cachorro morto), 50 anos depois.

La leyenda atribuye a F. mucho de lo que pertenece a Herbart, Fechner, Nietzsche, Meynert, Benedikt y Janet, y descuida la obra de los exploradores previos del inconsciente, de los sueños y de la patología sexual.”

Su sistema fue juzgado lo bastante materialista como para ser adoptado por los psicólogos soviéticos de Rusia antes de que fuera reemplazado por la psiquiatría de Pavlov.”

Le ocurrió, por tanto, a F. lo que había ocurrido a Darwin y otros antes de él” Grosseiro mal-entendido: Darwin era um naturalista, e foi aplicado ao campo social e político, sem qualquer licença ou transição prevista pelo autor. Já Fraud era um enxerido metafísico e cripto-biólogo que foi aplicado em tudo o que queria que fosse aplicado, através da burocracia da IPA: psicologia nascente, psiquiatria, neurologia, sexologia, sociologia, antropologia, história, onirologia obviamente, teologia, blá, blá, blá… Não só seu estrago foi de dimensões muito mais incalculáveis como foi VOLUNTÁRIO.

VIII. ALFRED ADLER Y LA PSICOLOGÍA INDIVIDUAL

El interés de la psicología individual consiste en que es el primer sistema registrado, unificado y completo de Menschenkenntnis, lo suficientemente vasto además como para abarcar también el campo de las neurosis, de las psicosis y de la conducta delictiva.” “Los años 1920 a 32 fueron, a pesar de los cataclismos políticos, los de sus más grandes descubrimientos. Pero no esperó a que Hitler subiera al poder, y emigró a los EEUU en 1932.” Cem vezes mais inteligente que F., em que pese seus fanáticos dizerem o oposto.

La desintegración del imperio austro-húngaro favoreció el paso de su enseñanza desde su posición marginal inicial a la de un movimiento socio-ético de alcance mundial.”

Burgenland está orgulloso de su pasado histórico y de sus grandes hombres, entre los que se encuentran los compositores Haydn y Liszt. Durante siglos había sido una especie de <estado tapón> situado entre Austria y Hungría. Entonces pertenecía a Hungría, pero los magnates húngaros, dueños de una gran parte de la tierra, se mostraban amistosos con Austria (lo que era excepcional entre la nobleza húngara). (…) Los judíos de Burgenland gozaban de un status más liberal que la mayoría de los demás del imperio.”

Em toda a bibliografia de Adler não se encontra nem uma vez o termo “anti-semitismo”: “Al no estar unidos sentimentalmente, podían pasar al protestantismo o al catolicismo sin tener el sentimiento de traicionar a sus antecesores o de ser desleales con sus compañeros judíos. Así, Alfred Adler se hizo posteriormente protestante, mientras que 2 de sus hermanos (Max y Richard) se convirtieron al catolicismo y el primogénito (Sigmund) abandonó la comunidad judía como konfessionslos (sin ninguna religión declarada).”

La única investigación sistemática [de la genealogía de la familia Adler] realizada hasta la fecha es la del Dr. Hans Beckh-Widmanstetter, que es la que seguimos aquí.”

Según [su biógrafa] Phyllis Bottome, la familia criaba caballos, vacas, cabras, gallinas y conejos, pero sería exageración representar al joven Alfred creciendo en una especie de jardín del Edén en miniatura, como se ha hecho en ocasiones.”

[Su madre] y Alfred nunca se entendieron, y se dice que desempeñó en la vida de su hijo el papel al que este último denominaría posteriormente Gegenspieler (matriz), es decir, la persona contra la que uno mide y ejercita la propia fuerza.”

Alfred se sentía a sí mismo a la sombra del hermano mayor modelo, un verdadero <primogénito>, al que siempre vio remontándose delante de él en una esfera que Alfred – a pesar de todos sus esfuerzos – nunca podría alcanzar”

Bottome

Ellenberger chega a um nível de detalhamento biográfico absurdo! Refere que seu caçula Max Adler não deve ser confundido com o economista relativamente famoso de mesmo nome e dá até o título de seu doutorado, Die Anfänge der merkantilistischen Gewerbepoilitik in Oesterreich!”

Comovedoramente ingênuo: “La diferencia existente entre el ambiente social y familiar de A. y F. guarda relación con la diferencia que se advierte entre sus respectivos sistemas psicológicos.” Mas podemos resumir, sem ter de recorrer ao pomposo social: F. era um filhinho da mamãe num ambiente infecto, e A. ao contrário (um filho normal numa família sadia). Ironicamente, mais tarde, Fraud, de cidadania austríaca integral, sentia-se “isolado”, “sorumbático”, “antagonizado” por tudo e todos, ao passo que Adler, que era de nacionalidade húngara até 1911, era, ao contrário, tudo menos um autodenominado perseguido ou “de minoria”. Um odiava a vida, exalava polpa odium fati, o outro…

Alfred pasó la mayor parte de su infancia en los <arrabales> de la ciudad, jugando o luchando con muchachos no judíos, muchos de los cuales pertenecían a las clases más inferiores.”

Mientras que la dificultad de escribir acerca de F. proviene de la superabundancia de material [mítico-]biográfico, con Adler, al igual que con Janet, ocurre exactamente lo contrario.” “De la abundante correspondencia de A. se ha publicado escasamente media docena de cartas.” “Por desgracia, los archivos escolares fueron destruidos durante la ocupación aliada de Viena después de la Segunda Guerra Mundial. Por tanto, es imposible saber el tipo de alumno que fue Alfred Adler.”

Según sus biógrafos, era un gran apasionado de la música, del canto y del teatro, y también un actor bastante bueno.” Nesta frase já vemos sua superioridade humana em relação a Fraud.

El. Dr. Beckh-Widmanstetter localizó el expediente académico completo de A. (…) completó sus estudios de medicina en un tiempo normal, siguió únicamente los cursos obligatorios necesarios para pasar los exámenes y pasó sus 3 Rigorosa con la nota de genügend (suficiente), que era la mínima para aprobar. Como en aquella época la psiquiatría no era una asignatura obligatoria, A. no recibió ninguna enseñanza psiquiátrica; tampoco asistió a las clases del Privatdozent Fraud sobre la histeria. Sin embargo, en el 6º semestre siguió el curso de Krafft-Ebing sobre Las enfermedades más importantes del sistema nervioso.”

no se sabe en que circunstancias se conocieron los 2 colegas [en aproximadamente 1902].” “Parece ser que era el miembro más activo del círculo, y que F. le tenía en gran estima durante esos primeros años. En 1907 aparecieron sus Estudios sobre la inferioridad de los órganos, obra que fue considerada como un complemento fisiológico de la teoría psicoanalítica y bien conceptuada por F..” “Con los 6 miembros que habían renunciado al mismo tiempo que él y algunos otros, A. fundó un nuevo grupo, la Sociedad de Psicoanálisis Libre, [HAHAHA!] que poco después fue denominada Sociedad de Psicologia Individual.”

Precisamente en aquella época apareció el famoso libro de Hans Vaihinger, La filosofía del como si, que impresionó mucho a A.”

A COR DA INVEJA: “Mientras que F. se reunía con sus discípulos 1º en su apartamento y luego en los locales de una asociación médica, A. prefería hacerlo con sus seguidores en uno de los cafés vieneses. Alguno de sus adversarios consideró el procedimiento poco decoroso, a pesar de que las discusiones eran más serias que la charla usual que tenía lugar en los cafés.”

Salud y educación, livro-texto da Psicologia individual.

Trotski vivió en Viena desde 1907 hasta julio de 1914; su esposa era amiga de Raissa Adler.”

Leyendo el informe de Wagner-Jauregg, [quem indeferiu sua candidatura a Privatdozent] no se puede por menos de pensar que su crítica de A. estaba dirigida sobre todo a F., que es mencionado varias veces.”

Su mujer había ido de vacaciones a Rusia con los 4 niños, y cuando él le envió un telegrama urgiéndole regresar a Viena, ella no se dio cuenta de la seriedad de la situación, pospuso la vuelta y fue detenida. Hubieron de transcurrir varios meses de arduas negociaciones para conseguir que saliera de Rusia y volviese a Viena atravesando Suecia y Alemania.” “A. fue enviado como médico del ejército a la sección neuropsiquiátrica del Hospital militar de Semmering.”

Hemos perdido nuestro dominio sobre otros pueblos y vemos sin envidia ni rencor cómo los checos, los eslavos del sur, los húngaros, los polacos, los rutenios, aumentan su fuerza y despiertan a una nueva vida independiente… Nunca fuimos más miserables que cuando estábamos en la cúspide de nuestro poder…”

Los intentos de deserción en masa durante la ofensiva de Rusia fueron severamente controlados por la policía militar.”

Robert Dottrens, The New Education in Austria, 1930.

En aquella época se enfrentaba con otra serie de problemas, porque algunos de sus seguidores izquierdistas mantenían persistentemente que la psicología individual no era sino una consecuencia del marxismo.”

Phyllis Bottome cuenta en su autobiografía el desencanto que le produjo su primer encuentro con Adler, en el verano de 1927: Yo pensaba en un genio socrático, que nos condujera a todos a las profundidades de la psicología. Me encontré con un anfitrión muy amable y considerado que no hablaba de nada en particular y de todo en general.”

Parece que a desagradável expressão “constelação familiar” nasceu de Adler.

En aquella época, muchas mujeres estudiantes iban a las universidades de Europa Central, y algunas de ellas se casaban con sus compañeros o profesores. Podría hacerse una lista de los profesores franceses, alemanes y austríacos que contrajeron matrimonio con estudiantes rusas de aquella forma.”

Adler pertenecía a la clase media baja austríaca, en la cual se esperaba que la mujer fuese sobre todo una buena ama de casa”

Cuando Adler y su pequeño grupo se separaron de F., Stekel permaneció fiel a éste durante algún tiempo, pero fue atacado por los otros miembros del grupo, [novidade…] de modo que abandonó a su vez la sociedad pseudoanalítica.” “No se sabe la causa por la que, después de una amistad tan larga, se enemistaran hasta el extremo de que ni siquiera se hablaban o se saludaban cuando se encontraban en la calle.” “Con el transcurrir de los años, muchas de las ideas del propio A. fueron adoptadas tranquilamente por St., cuya enseñanza se convirtió en una mezcla de los conceptos fraudianos y adlerianos junto con los suyos propios.” “En 1908 A. sostuvo, contrariamente a la opinión de F., la existencia e importancia de los impulsos agresivos primarios; S. fue más lejos, manteniendo que el instinto criminal desempeña un papel importante en la neurosis, en la melancolía, en la epilepsia y en la elección de profesión.” “El énfasis que pone Stekel sobre el actor que hay en todo neurótico no está muy lejos de lo que Adler dice acerca del estilo de vida de un paciente. (…) Cuando F. declaró que la perversión es la negación de las neurosis, S. y A. no estuvieron de acuerdo: para ellos, la perversión no es sino otra forma de neurosis.” “La enseñanza de S. muestra el camino que habría tomado el pseudoanálisis si hubiera sido un método puramente empírico y práctico”

Libro de la salud del oficio de sastre. [alfaiate, costureiro] Este folleto de 31 páginas es tan raro en la actualidad que incluso entre los psicólogos individuales se han formulado dudas sobre su existencia verdadera.” Origem social das enfermidades físicas e nervosas. O Uber da época:

La peor calamidad es la desigual distribución del trabajo a lo largo del año: hay 5 o 6 meses de trabajo excesivo, durante los cuales el sastre trabaja 16 o 18 horas diarias, si no más, ayudado por su esposa y los hijos. Y durante el resto del año no tiene casi trabajo en absoluto, lo que le obliga a disminuir los sueldos de sus ayudantes o a despedirlos. Es asombroso que, a pesar de las bajas condiciones salariales, haya no menos de 200 mil sastres en Alemania, y casi otros tantos en Austria-Hungría. (…) Tiene que vivir y trabajar en el mismo local, situado en la zona más barata e insalubre de la ciudad; son lugares húmedos, faltos de aireación, llenos de gente, lo que favorece el contagio de las enfermedades infecciosas.

(…) La tuberculosis pulmonar es 2x más frecuente entre ellos que en el resto de los oficios. Otros resultados de la posición inclinada son las alteraciones circulatorias, como varices y hemorroides, así como frecuentes alteraciones gástricas e intestinales, de las que están afectos más del 30% de los sastres. La posición peculiar sentada e inclinada determina deformaciones tales como escoliosis, cifosis, reumatismo y artritis del brazo derecho, callosidades de los tobillos, etc. (…) Las enfermedades de la piel son frecuentes: se encuentra sarna en aproximadamente el 25% de los sastres. Debido a los pinchazos de la aguja, muchas veces padecen abscesos en los dedos, y debido a la presión de las tijeras, es frecuente la luxación del pulgar derecho. Su costumbre de colocarse hilos en la boca les produce infecciones de las encías y diversas alteraciones bucales y gástricas. (…) sufren cortedad de vista y calambres [cãibra] de los músculos oculares. (…) Según las estadísticas, la morbilidad es superior a la de cualquier otro oficio, y su esperanza media de vida es la más baja de todas las profesiones.”

El hilo rojo que cruza la monografía es la denuncia de la medicina académica contemporánea, que ignora la existencia real de las enfermedades sociales.” “Los que dice acerca de la superioridad de la gran fábrica sobre la pequeña tienda parece reflejar la teoría entonces muy discutida de Schulze-Gaewernitz, quien afirmaba que no se podrían mejorar las condiciones de la clase trabajadora hasta que hubiera una industria pesada poderosa y amplia.”

¿Continuará la profesión médica dejándose llevar a remolque por los funcionarios, o tomará su lugar a la cabeza del movimiento?”

El carácter nervioso adolece de un deficiente estilo y composición, pero está lleno de ideas y datos clínicos. En él se citan gran variedad de autores: médicos, pediatras y psiquíatras como Kraepelin y Wernicke y, entre los representantes de las nuevas escuelas, Janet, Bleuler, F. y numerosos psicoanalistas. Entre los filósofos, los que aparecen con más frecuencia son Nie. y Vaihinger, y entre los escritores, Goethe, Schiller, Shakespeare, Tolstoi, Dostoievski, Gogol e Ibsen.”

el más claro y sistemático de sus libros, Conocimiento de la naturaleza humana.” “Esta especie de psicología pragmática, calificada en ocasiones de concreta, no pretende profundizar demasiado en los temas, sino proporcionar principios y métodos que permitan adquirir un conocimiento práctico de uno mismo y de los demás. Esto fue también lo que intentó Kant en su La antropología desde el punto de vista pragmático. Incidentalmente, en el prólogo de este libro Kant utiliza 2x el término Kenntnis des Menschen y emplea la palabra Menschenkenntnis, que Adler utilizaría después casi como sinónimo de la psicología individual. Henri Lefèbvre ha demostrado asimismo que del marxismo se podía deducir un sistema para el conocimiento práctico del hombre en general y de la vida diaria. Aún más fácilmente se podría extraer otro sistema de psicología pragmática de las obras de Nietzsche.”

Según Adler, los primeros recuerdos tienen un gran valor diagnóstico, sean o no históricamente ciertos. Reflejan el fin vital y el estilo de vida del individuo, siempre que sean examinados en conexión con otras indicaciones psicológicas.”

Lebensstil: Uno recurrirá a la arrogancia, el otro a la modestia fingida, un tercero despertará la lástima en los demás y así sucesivamente.” “Así es posible diagnosticar de forma simple y rápida el fin secreto perseguido por aquellos con los que tratamos y ver cómo intentan influir sobre nosotros. De esta forma se puede ver a través de la máscara, y evitar sus ataques.” “Adler considera importantes los deseos sucesivos del niño relativos a su futura profesión, y piensa que la ausencia de cualquier deseo de este tipo podía ser signo de una grave alteración subyacente.”

En la última década del siglo XIX se puso de moda ser Nervenarzt, es decir, tratar a esos numerosos pacientes cuyas enfermedades no pertenecían ni a la neurología ni a la psiquiatría hospitalaria.”

El terapeuta no dudará en charlar con miembros de la familia o amigos del paciente en presencia de este último (y con su consentimiento), si lo considera necesario.”

Madelaine Ganz, que visitó uno de estos jardines de infancia en 1932, notó que los niños parecían menos disciplinados que en el de Montessori. Eran libres de realizar sus actividades en pequeños grupos o solos. La única regla impuesta era la de concluir cualquier trabajo que eligieran.”

Estas organizaciones fueron abolidas cuando el partido socialdemócrata abandonó su último reducto, <Viena roja>, en 1934. Pero las ideas de Adler permanecieron vivas, y se puede percibir su inspiración en creaciones, no ya suyas, sino de algunos de sus discípulos.”

IX. CARL GUSTAV JUNG Y LA PSICOLOGÍA ANALÍTICA

AINDA MAIS ARCANA: “la psicología analítica rechaza dicha herencia y regresa a las fuentes inalteradas del romanticismo psiquiátrico y de la filosofía de la naturaleza.” “Cuando nació, F. tenía 19, Janet 16 y Adler 5.”

Um suíço nacional-socialista.

Durante la 2ª Guerra y con posterioridad aflojó sus lazos con su escuela y expresó sus pensamientos en forma cada vez más personal.”

Hacia el fin de su vida personificó la figura casi legendaria el <sabio anciano de Küsnacht>, al que iban a visitar personas procedentes de todas las partes del mundo.”

Para el suizo, el federalismo y la democracia son términos casi sinónimos. Todo suizo ejerce sus derechos políticos en 3 niveles: municipio, cantón y federación. Cada municipio goza de gran autonomía, y todos los ciudadanos varones intervienen de forma constante y activa en sus problemas.” “Um estrangeiro que trate de conseguir a cidadania suíça deve solicitar primeiro a aceitação de um município dado, mediante a qual se converte em cidadão do cantão e conseguintemente da Confederação Suíça.” “Nada mais detestável, menos democrático, para um suíço, que a idéia de impor um idioma comum a todo o país.” “Mais ainda, na Suíça de fala alemã utiliza-se uma variedade de dialetos, em contraste com o Schriftdeutsch (Alemão escrito), a língua oficial administrativa e universitária.”

Em antagonismo com os outros exércitos europeus, que impõem um período de 1, 2 ou mais anos de serviço militar, os jovens recrutas recebem umas quantas semanas de instrução e exercício militares intensivos.” “Deste modo, cada varão suíço é simultaneamente soldado ou oficial e civil. Os efetivos militares permanentes estão reduzidos ao mínimo.” “dispõem de escudos de armas não só os aristocratas mas todas as famílias. Em conseqüência do sistema de município de origem, a qualquer um lhe resulta muito fácil reconstruir sua genealogia consultando os arquivos municipais.” “Durante a segunda metade do século XIX, se converteu numa espécie de laboratório experimental das instituições democráticas.”

Mas não é verdade que a Suíça sempre nadou de braçada na Europa e viveu na mais plena paz, com firmamento azul, enquanto seus irmãos mergulhavam em fratricídios sem fim: Napoleão conturbou o país, e houve guerra civil entre 1815-1830. Foi esta basicamente um conflito senhores do campo X patriciado urbano. Devido a isso, Basiléia se dividiu em duas em 1833: Basiléia-cidade e Basiléia-campo, ambas com autonomia política.

Em 1845 os 7 cantões católicos constituíram uma Liga em separado, a Sonderbund, dando lugar a uma guerra civil que terminou com a vitória da Federação e a reunificação de 1847.”

BASILÉIA: “Centro industrial e comercial internacional situado na encruzilhada de Suíça, França e Alemanha, era naquela época o suficientemente pequena como para que seus cidadãos se conhecessem todos entre si – tinha 50 mil habitantes. Desde o Renascimento, havia sido um dos centros da cultura européia. Em sua infância, caminhando pelas ruas, Jung podia ver o eminente filósofo-historiador Jac[k?]ob Burckhardt, ou o ancião Bachofen; ouvia falar por todas as partes de Nietzsche, que travara uma infinidade de relações; e Jung podia ser apontado na rua e infalivelmente identificado como <o neto do famoso Carl Gustav Jung>. [homônimo?]” “Seu avô (1794-1864) era um personagem lendário na Basiléia.” Um poeta e boêmio com diploma de medicina. Uma prisão decorrente de perseguição a movimentos estudantis na Alemanha, que dura 1 ano, acaba com suas pretensões de carreira artística e, exilado na França, conhece Von Humboldt, que o recomenda como professor de medicina na Universidade da Basiléia. “Em 1857 fundou uma casa para crianças retardadas, à qual dedicaria a maior parte de seu tempo.” Tornar-se-ia a seguir reitor da universidade, grão-mestre franco-maçon e autor de inúmeros tratados científicos, bem como voltou à arte, compondo peças de teatro sob pseudônimos. Segundo um rumor era filho ilegítimo de Goethe. (!) Não há dúvida de que havia certa semelhança física entre os dois. Jung o jovem jamais vira seu avô.

Relata-se uma série de “habilidades paranormais” dos avós maternos de Jung (o jovem).

F. había sido el primogénito querido de una madre joven y hermosa, mientras que Jung conservaba la imagen de una madre vulgar, ambivalente. La idea de que todo niño pequeño se enamora de su madre y siente celos de su padre le parecía absurda. Por outro lado, não deu tanta importância à hostilidade do filho ao pai, senão à identificação inconsciente com ele e com seus antepassados.”

A maioria dos filhos de pastores foi de homens destacados, ainda que alguns se rebelassem contra a ortodoxia religiosa paterna (quando não contra a própria religião, como sucedeu com Nietzsche).”

Conhece-se menos de Jung do que se poderia supor. A obra de Jung se encontrava incompleta na época do livro de Ellenberger, poucas de suas cartas foram publicadas e maioria de suas biografias se baseia em suas próprias memórias em entrevistas concedidas na velhice.

Exemplos de conflitos de relatos: “Albert Oeri, seu amigo de infância, diz que J. havia decidido, ainda muito jovem, converter-se em médico; em sua autobiografia, J. relata que esta decisão foi tomada repentinamente, sob o impacto de dois sonhos, pouco antes de matricular-se na Universidade.”

Ich kann nicht glauben an was ich nicht kenne, und an was ich kenne brauche ich nicht zu glauben.“

Em sua autobiografia, J. relata que o acontecimento mais importante de seus anos de faculdade foi o descobrimento do Zaratustra de Nietzsche, livro que exerceu uma extraordinária fascinação sobre ele, bem como sobre muitos dos jovens de sua geração.”

É extraordinário [porque fantasioso e mentiroso] que em sua autobio. não se mencione o nome de Bleuler nem uma só vez, e que Jung afirme que, quando chegou a Burghölzli, aos psiquiatras não lhes interessava outra coisa a não ser descrever os sintomas e etiquetar os pacientes, e que <a psicologia do paciente mental não tinha importância alguma>. Esta afirmação está em contradição manifesta com a de todos os que trabalharam com Bleuler.”

Sua tese de graduação, dedicada à história de sua prima médium, [hmmm] apareceu em 1902.”

Diz-se que J. e B. tiveram freqüentes choques porque J. estava tão interessado pela psicanálise que havia abandonado seus deveres no hospital.” “El doctor Alphonse Maeder assegura al autor que fue testigo de incidentes durante los cuales J. ridiculizó públicamente a Bleuler.” Esquentadinhos esses pseudanalistas!

F. queria discípulos que aceitassem sua doutrina sem reservas. Blueler e Jung concebiam a relação com ele como uma colaboração que deixava livres a ambas as partes. (…) F. estava disposto a ser paciente e a fazer concessões, exceto no relativo a seu Édipo e sua libido. Ora, eram estas precisamente as idéias que J. nunca aceitou, tornando inevitável que F. reprovara seu oportunismo, e que este rechaçara em Fraud seu dogmatismo autoritário.”

As divergências se acirram e temos em Metamorfoses e símbolos da libido, 1911 o marco junguianos equivalente ao que seria Humano, Demasiado humano para o dueto Nie.-Wag.

Em 1913 Jung, que já havia se desvinculado do Burghölzi, demitiu-se da Universidade de Zurique e da IPA.

Patéticas páginas sobre a autofabricação dos arquétipos.

Pero el mundo de los arquetipos amenazaba con sumergirle, y Jung se dio cuenta de que este tipo de ejercicio era muy peligroso. Por lo tanto, se impuso varias reglas.” Jajaja!

Como resultado destas regras, diz J., logrou descer ao Hades e emergir vitoriosamente de seu arriscado experimento. Defendia que Nietzsche havia tido uma experiência similar. Seu Zaratustra era uma erupção formidável de material arquetípico, mas, por não estar firmemente cravado na realidade, [!!!] já que vivia só, [!!] sem uma família [!!!!] e sem ocupação, [!!!!!!!!!!] Nie. foi esmagado [??!?]” Que interpretação mais torpe! Isso vindo de um simpatizante do espiritismo é mais que inaceitável.

percebeu que tinha dentro de si uma subpersonalidade autônoma, feminina, a que denominou anima.”

veia neognóstica” Jamais ler Livro negro e Livro vermelho! Aliás, seria muito pouco o que preciso ler deste homem…

Esta progressão desde o inconsciente ao consciente e desde o eu ao si mesmo foi o que denominou individuação. Lá pelos findos da Primeira Guerra Mundial, descobriu que, muitas vezes, um avanço decisivo na individuação era sancionado pela aparição de uma figura quadrada específica em seus sonhos, mais ou menos semelhante aos mandalas da Índia e Tibet. Em princípios de 1919 terminou seu experimento, do qual surgiu como um novo homem com novos conhecimentos.” Urgh! Sempre esse papinho… Nada mais antípoda do Z.

Os tipos psicológicos, 1921, espécie de condensação da DOUTRINA (é bem essa a palavra!)

Antes de que Richard Wilhelm publicara su traducción alemana de I Ching, J. estaba ya apasionadamente interesado por ese método chino de oráculos y realizó experimentos con él, aparentemente con algún éxito, aunque se abstuvo de comentarios hasta muchos años después.”

Praticou antropologia no Quênia e em povos do Novo México (Estados Unidos). Mais humilde e pertinente que Fraud: (*) “El autor preguntó a J. una vez por qué no publicaba sus observaciones sobre los elgoni, a lo que éste respondió que, siendo psicólogo, no quería invadir el campo de la antropología.”

El 25/11/32, el Ayuntamiento de Zurich decidió concederle el Premio de Literatura de la Ciudad, que ascendía a 8 mil francos suizos. La ceremonia tuvo lugar en la casa consistorial el 18/12. Se le concedía el premio por haber superado la <psicología sin alma> del siglo XIX, así como las concepciones parciales de F., por la gran influencia ejercidas por sus ideas sobre la literatura, y por su propia labor como crítico literario.”

Informações pouco fiáveis: “Em fevereiro de 34 Gustav Bally expressou sua surpresa por Jung prosseguir em suas funções no seio da Sociedade [Nazista] de Psicoterapia trabalhar como redator-chefe da Zentralblatt für Psychotherapie. Jung replicou que estava confuso. Seria fácil abandonar todo esse trabalho, mas havia preferido ajudar seus colegas alemães mesmo que sob risco de ser mal-interpretado. (…) Protestou contra a acusação de colaboração com os nazis e de anti-semitismo. Bally não voltou a insistir, mas alguns anos mais tarde publicou uma apreciação da psicologia junguiana raramente imparcial, demonstrando muita simpatia por Jung.” Mas em 1935 foi recebido em Harvard!

Em 28/9/37 estava em Berlim durante a histórica visita de Mussolini a Hitler e observou-os detidamente durante 45 minutos no desfile. Desde então, sua preocupação centrou-se fundamentalmente nos problemas da psicose de massas e nos perigos que ameaçavam a existência da humanidade.” hm.

No início de 1944, relata J., fraturou um pé e sofreu um infarto do miocárdio, durante o qual perdeu a consciência e sentiu que estava morrendo. Teve uma visão cósmica, percebendo nosso planeta como que desde uma distância imensa, e sua personalidade pareceu ser a soma total de tudo que havia dito e feito durante sua vida.”

Durante o resto de sua vida escreveria livros que confundiriam seus discípulos (como foi seu Resposta a Jó); concedeu entrevistas a visitantes de todas as partes do mundo, e recebeu numerosas honras, ainda que também sofresse muitas indignidades.”

Naquela época, em 1934, as pessoas ainda criam que se podia negociar com os nazis, [sempre esse pretexto da INOCÊNCIA!] e inclusive em 1936 o próprio Jones entrevistou na Basiléia o <doutor> Göring e outros da alta cúpula nazi.”

Jung mantinha [em seu artigo que fala de uma psicologia semita vis-à-vis outra ariana!] a opinião de que não existe um método universal de psicoterapia, e que o zen ou o ioga, que podiam ser eficazes no Japão e na Índia, não tinham por que sê-lo na Europa” E a ‘psicologia judia’, onde daria certo, já que eles não têm um território?

O que J. dizia acerca da falta de uma identidade cultural judia não era muito distinto do que haviam proclamado Theodor Herzl (O Estado judeu, 1896) e os sionistas.”

É possível que identificasse de forma inconsciente [VSF!] o incipiente movimento nazi com a sublevação patriótica e criadora da juventude [reacionária, pois anti-Comuna de Paris, etc.] em 1848”

Durante toda sua vida, Jung esteve muito interessado pelo gnosticismo, e em 1945 se sentiu comovido pela notícia da descoberta de uma coleção de manuscritos gnósticos no povo de Khenoboskion, no Alto Egito.”

Já após seu octogésimo aniversário reanimou-se uma campanha para denunciá-lo e estigmatizá-lo como colaborador nazi. Diz-se que havia ocultado cuidadosamente seus sentimentos anti-semitas, revelando-os tão-só no momento em que creu que Hitler dominaria toda a Europa. Teria traído Fraud em 1913 e tratado de afundar a psicanálise em 1933. Um grupo de discípulos judeus seus publicou um protesto na Israelitisches Wochenblatt (semanário israelita). (…) A campanha não arrefeceu depois de sua morte.”

Jung morreu em 6 de junho de 1961.”

En sus seminarios no-publicados se advierten algunas de las calidades que caracterizaron su conversación, en contraste con el estilo muchas veces pesado y laborioso de sus libros.”

Mantenía también la opinión de que cualquiera que deseara ser un buen psiquíatra debía abandonar la consulta y partir para visitar las prisiones y las casas de los pobres, los garitos, los burdeles y tabernas, los salones distinguidos, la bolsa de valores, las reuniones socialistas, las iglesias y las sectas.”

según fuentes dignas de crédito, en los 20 cobraba 50 francos suizos a la hora por la psicoterapia (cifra muy alta) (…) pero hay otros informes de que, muchos años después, la gente se veía sorprendida por los bajos honorarios que solicitaba.”

De todos los grandes pioneros de la psiquiatría dinámica., J. es el único cuya esposa se convirtió en su discípulo, adoptó sus enseñanzas y aplicó su método psicoterapéutico.”

Denis de Rougemont dijo que <posiblemente el mayor teólogo y el mayor psicólogo de nuestro siglo sean 2 suizos: Karl Barth (1886-1968) y Jung. Los dos, sigue explicando, se dedicaron a la cura de almas y a la edificación de un vasto sistema.>” “Siendo pastor de un pueblecito, Barth publicó un comentario sobre la Epístola a los romanos que revolucionó el pensamiento teológico.” “Cuando Hitler subió al poder, encabezó la resistencia de la Iglesia protestante contra los nazis, por lo que fue juzgado y expulsado de Alemania.” “Barth, que había escrito incontables libros y artículos, se concentró entonces en un vasto y universal tratado de teología, la Kirchliche Dogmatik, que ha sido comparado a la Summa de santo Tomás de Aquino por su magnitud y profundidad. Barth está considerado unánimemente como el mayor teólogo protestante desde Lutero y Calvino, y goza de audiencia universal, no sólo entre los protestantes sino también entre los católicos.”

Paul Häberlin (1878-1960), [quem?] considerado generalmente como el mayor filósofo suizo moderno, tiene algunas características comunes con Jung, como es la de que nació también en Kesswil.” “Durante varios años tuvo siempre 2 o 3 niños difíciles viviendo con su propia familia. Desde 1914 hasta 22 fue profesor titular de filosofía en Berna. (…) su éxito era comparado con el de Bergson en el Collège de Francia.” “Su Antropología filosófica es realmente notable.”

J. ha sido comparado muchas veces con Rudolf Steiner (1861-1925), fundador de la antroposofía.” “Steiner mantuvo que el enfoque de Goethe [em suas obras de filosofia natural] constituía la base para un verdadero estudo científico” “A partir de 1902 fue un miembro influyente de la Sociedad Teosófica, pero gradualmente desarrolló sus propias ideas en una dirección que por último le llevó a fundar un movimiento propio en febrero de 1912, la Sociedad Antroposófica. En el mismo año se comenzó la construcción del gran (…) Goetheanum en honor de quien, según Steiner, había alcanzado el grado más alto posible de sabiduría humana.” “El término <antroposofía> había sido acuñado por el filósofo romántico suizo Ignaz Troxler (1780-1866) para designar un método cognoscitivo que, tomando como punto de partida la naturaleza espiritual del hombre, investigaría la naturaleza espiritual del mundo” “Aunque muchos trataron de aplicar el método de Steiner, parece ser que nadie llegó nunca adonde el maestro.” Hahahaha “Enseñó un nuevo estilo arquitectónico y nuevos principios de pintura, declamación y arte dramático.” “No debe extrañar que ambos vieran la vida como una sucesión de metamorfosis, siendo la central el <cambio> que se produce hacia los 35 años.” Eu fui mesmo extraordinariamente precoce…

En el semestre de invierno de 1897-8 Jung fue elegido presidente de la Zofingia de Basilea. En su charla de apertura declaró que un hombre formado no debía tomar parte activa en la vida política. (Actitud común mantenida por los intelectuales antes de 1914).”

Aunque no era de ningún modo ateo, atacó varias formas de religiosidad: la fe religiosa tradicional, el racionalismo (tal como veía en la teología de Ritschl), y el interés por las <experiencias religiosas> (al estilo de William James). Era notable el tono de absoluta convicción cuando hablaba del alma (término que había desaparecido de la psicología)”

Kraepelin demostró que la fatiga favorecía las asociaciones verbales. Efectos semejantes fueron observados en la fiebre y la intoxicación alcohólica.” Como eu mesmo em minha carreira literária também demonstrei.

ABAIXO A ASSOCIAÇÃO DE PALAVRAS! “Nunca la repudió, y su práctica fue mantenida en el Instituto C.G. Jung debido a su valor disciplinario. Pero J. proclamó que <quien desee conocer la mente humana no aprenderá nada, o casi nada, de la psicología experimental>.”

J. había dirigido su atención, al principio, a los contenidos extinguidos del inconsciente (las ideas fijas subconscientes de Janet); después asimiló a los complejos de representación con carga emocional de Ziehen, y por último los volvió a encontrar en las reminiscencias traumáticas de F..”

(*) “Resulta por lo tanto erróneo lo que ciertos autores afirman de que el test de asociación de palabras era <una aplicación del psicoanálisis al método de prueba>. El proprio método y la noción de <complejo> precedieron a la fundación del pseudoanálisis.”

Tanto los chicos como las chicas, dice, se conforman de modo inconsciente a las actitudes familiares, como si hubiera una especie de contagio psíquico. Una vez fijadas estas actitudes, persistirán a lo largo de toda la vida. (…) En resumen, J. atribuía a esta asimilación precoz de las actitudes familiares (<identificación> en la terminología posterior) todos los efectos que F. adscribía a la resolución del complejo de E.”

Una de las primeras aplicaciones del ps.an. a la psicología social fue el trabajo de J. sobre <Psicología de los rumores>: una niña de 13 años había contado a sus condiscípulas un sueño que había tenido acerca de su profesor. La historia produjo un gran escándalo y la niña fue expulsada de la escuela, si bien la junta escolar se mostró dispuesta a readmitirla bajo aprobación psiquiátrica.” “El sueño en sí no tenía nada escandaloso, pero las testigos habían elaborado una serie de detalles escabrosos. J. llegó a la conclusión de que el sueño representaba sin lugar a dudas los deseos inconscientes de la niña, y que los testigos habían aportado nuevas versiones, al igual que si lo hubieran interpretado en un sentido psian..” Hermenêutica fraca e tendenciosa.

Dedicó más de 400 páginas a la interpretación mitológica de algunas ilusiones y fantasías de una persona a la que nunca había visto. Esta obra fue publicada en 2 partes en el Jahrbuch, en 1911-2.” “Trad. inglesa, Psychology of the Unconscious, NT, Moffat Yard, 1916. Nueva edición con el título Symbols of Transformation, en Collected Works, vol. V, NY, Pantheon Books, 1956.”

La obra de J. no es fácil de leer. En la versión original alemana abundan las citas latinas, griegas, inglesas y francesas sin traducir, así como largas etimologías copiadas de diccionarios. El lector se ve aplastado por una avalancha de citas eruditas de la Biblia, los Upanishad y otros libros sagrados; de la epopeya de Gilgamés y la Odisea; de poetas y filósofos (en particular Goethe y Nie.); de arqueólogos, lingüistas e historiadores de la religión; de Creuzer, Steinthal y otros estudiosos de la mitología, para no hablar de los psicólogos, psiquíatras y pseudoanalistas contemporáneos.”

Todas las dificultades, según J., se zanjarían dando a la palabra <libido> el significado de <energía psíquica>, la energía que se manifiesta en el proceso vital y es percibida subjetivamente como tendencia y deseo.” “Tomado en el nuevo sentido propuesto, el término <libido> se convertiría en un concepto abstracto (al igual que el de energía en la física), en una pura hipótesis.” “No hay sexualidad infantil propiamente dicha, y J. critica duramente la expresión <perverso polimorfo> adscrita por F. al niño.”

En presencia de una neurosis, lo que hay que preguntarse es: <¿Qué tarea desea evitar el paciente?>

Esta variedad de fuentes explica el motivo de que Los tipos psicológicos sea un libro en cierto modo desconcertante. El lector que abre ese volumen de 700 páginas esperando que comience con una clara descripción psicológica de lo que su título sugiere, pronto se siente decepcionado. La descripción clínica de los tipos ocupa únicamente el último tercio del libro, después de un largo estudio que comprende las obras de teólogos, filósofos, psicólogos, poetas e historiadores de la ciencia.” “Para captar la teoría junguiana en toda su complejidad, no hay nada que pueda reemplazar a la lectura del arduo capítulo X de la obra citada. La contribución de J. al Festschrift de Morton Prince sería una buena introducción.”

A los que son muy introvertidos o extravertidos les resulta difícil comprender a los del otro tipo, al menos intelectualmente. Pero (…) los matrimonios entre personas de distintos tipos son frecuentes y muchas veces felices.” “La noción de introversión y extraversión y la de las 4 funciones permitió a J. establecer un sistema de 8 tipos psic., 4 de los cuales son extrav. y los otros 4 introv..” “Luego tenemos el tipo reflexivo-introvertido, descrito ampliamente por J., quien parece que tomó a Nie. como modelo: es el hombre que carece de sentido práctico, se aísla después de las experiencias desagradables con sus compañeros, desea llegar al fondo de las cosas y muestra una gran audacia en sus ideas, aunque muchas veces se ve estorbado o detenido por dudas y escrúpulos.”

Como el libro de Binet apareció aproximadamente en la época en que J. estudiaba en París con Janet, es probable que lo leyera y después lo olvidara, lo cual sería un ejemplo más de esas criptomnesias tan frecuentes en la historia de la psiq. dinámica.” Criptomnésia, ah, tá bom!…

Jung dedicaria 20 livros a sua agora esculpida Psicologia Analítica. “La revisión completa de este amplio sistema requeriría un libro de 500 páginas, que por desgracia J. no escribió nunca.”

Lo que F. hizo por Moll, lo hizo J. por F.”

lo que importa no es la realidad del padre o de la madre, sino el modo como el niño los ve subjetivamente. J. propuso llamar a esta representación subjetiva imago, término inspirado por el título de la novela de Carl Spitteler.”

HISTORICIDADE DOS CONCEITOS DA PSIC. ANALÍTICA:

complexo imago arquétipo (inconsciente coletivo)

O culto de Mitra e o sol dotado de um falo. Origem do símbolo para o masculino?

Hay que hacer una distinción entre los <arquetipos propiamente dichos> que normalmente están latentes e inconscientes, y las <imágenes arquetípicas> que son las manifestaciones de aquéllos en la consciencia. Los arquetipos no son fruto de la experiencia individual, son <universales>.” “alma mundial-neo-platónica” “calidad <numinosa>” Acredite se quiser, J. se autodefinia como um empírico!

(*) “En realidade, el símbolo del sol fálico (Sonnenphallus) había sido mencionado por Creuzer en Symbolik und Mythologie der alten Völker, III, 3ª ed., Leipzig, Leske, 1841.”

La persona es la suma total de las actitudes convencionales que un individuo adopta por pertenecer a ciertos grupos: trabajo, clase social, casta, partido político o nación. Algunos ind. se identifican de tal manera con estas actitudes que pierden el contacto con su verdadera personalidad.”

La sombra es la suma de las características personales que el ind. desea esconder a los demás y a sí mismo. Pero cuanto mayor empeño pone en ocultársela a sí mismo, más activa y maligna se hace.” Difícil levar a sério! “El concepto junguiano de la sombra no debe confundirse con el concepto fraudiano de lo reprimidoA exposição e o reconhecimento da sombra, sua visibilidade em suma, seriam voluntarios.

el más central de todos los arquetipos, el sí mismo.”

Muchas veces se tiene la impresión de que gran parte de lo que Adler denomina protesta masculina es considerado por J. como manifestaciones del animus [a anima das mulheres, i.e., entidade masculina].”

espíritu (…) Aparece en los sueños bajo múltiples formas (…) Tiende a personificar en forma de sabio anciano” “En la literatura la personificación por excelencia del sabio anciano se encuentra en el Zarathustra de N.”

La palabra inglesa self, a la que se han dado tantos significados antagónicos, difícilmente expresa lo que quería significar J. con Selbst (literalmente, el <ello mismo>).” Ponto nevrálgico que uniria o consc. e o inconsc.

Considerando dicha neurosis como un aviso del inconsciente, el sujeto debe cambiar su forma de vida, o de lo contrario desperdiciará la 2ª mitad de la misma.” “J. contrastó la deplorable pseudo-juventud de las personas de edad en la civilización occidental con la dignidad de los ancianos entre los elgoni del este de África y el respeto que inspiraban a sus compañeros de tribu.”

(*) “Ver, por ejemplo, la descripción de la neurosis de la mitad de la vida de Velchaninov, en la novela de Dostoievski El eterno marido, y la de Claude Lothaire en la novela de Edmond Jaloux Les profondeurs de la mer.”

Una vez obtenida la individuación, el yo ya no es el centro de la personalidad, sino un planeta que gira alrededor de un sol invisible, el sí mismo. El individuo ha logrado la ecuanimidad y ya no teme a la muerte”

En Francia, Fabre d’Olivet había escrito sobre la cuaternidad a principios del siglo XIX.” “El mandala es una figura circular ornada con símbolos y dividida generalmente en 4 secciones.”

enantiodromia. Este término, originario de Heráclito, significa <regreso a lo opuesto>.” “autorregulación” Divina comédia – a diferença é que nós, os poetas de carne e osso, temos de viver o paraíso primeiro.

A PSICOTERAPIA P.D.: “Vamos considerar em separado a terapia de conscienciação, o tratamento do segredo patógeno, o método redutivo-analítico, a ativação da individuação e a reeducação.”

J. afirma que, de todos sus pacientes que estaban en la 2ª mitad de la vida, no había uno solo cuyo problema principal no estuviera relacionado con su actitud hacia la religión.”

¿?? “Existen, dice J., pacientes cuya característica principal es una especie de hedonismo y ansia infantil por la gratificación de sus instintos, mientras que otros están poseídos por el impulso del poder y la superioridad. Los del primer grupo deben ser tratados con una terapia de orientación pseudoanalítica, [¡!] y los del 2º, según los principios adlerianos. [¡!]Adler primeiro…

en algunas ocasiones J. daba a sus pacientes más cultos escritos de F. y A. para que los leyeran, y por lo general pronto encontraban por ellos mismos lo que más de acuerdo iba consigo.

Los métodos reductores-analíticos proporcionan muchas veces buenos resultados, pero otras veces no son completamente satisfactorios, y el progreso resulta detenido o el paciente tiene sueños de carácter arquetípico. Todo ello señala la necesidad de cambiar el procedimiento, es decir, de trabajar con el método sintético-hermenéutico.” Por que esse idiota batizou sua psicoterapia de Psicologia Analítica então?

Lo que F. denomina neurosis de transferencia es para J. un intento desesperado del paciente de compensar sus actitudes equivocadas ante la realidad y un resultado de la falta de habilidad del terapeuta (incidentalmente, esto es exactamente lo que Janet había dicho en 1896).”

El terapeuta debe llevarle, pues, a confrontar el consciente y el inc. de modo que pueda tener lugar la deseada síntesis.”

Mientras que muchos de los pseudanalistas freudianos de la actualidad nunca analizan los sueños de sus pacientes, no ocurre así en la terapia junguiana.”

J. no acepta la distinción que hace F. entre el contenido manifiesto y el latente de los sueños, sino que afirma que el manifiesto es el propio sueño.”

Los sueños no se pueden interpretar si el intérprete (…) carece de un buen conocimiento de los símbolos, y por tanto de la mitología y la historia de la religión.”

Resumiremos ahora los estados sucesivos de la psicoterapia sintético-hermenéutica normal.”

SONHAR COM A SUA SOMBRA: “El paciente sueña con um individuo repulsivo que es siempre diferente, [pai? Aloísio?] aunque conserva ciertas características, y que muestra además ciertos rasgos que recuerdan los suyos propios. Por último, llega el momento en que comprende que ese individuo no es otro que él mismo, [outros recorrentes: Thomas, Maurício, Leandro, Igor e Gustavo…] o mejor, su sombra, lo que le permite tomar consciencia de ciertos aspectos de su personalidad que había rehusado ver. [CASUAL DEMAIS, INTRANSIGENTE DEMAIS] Una vez que está completamente consciente de su sombra, tiene que asimilarla.”

inflación psíquica”

O tratamento pretende a progressão e terminação da individuação, o que significa que uma pessoa seguiu o velho preceito de <torna-te aquilo que tu és>, que se atribui amiúde a Nietzsche, mas que em realidade é uma citação do poeta grego Píndaro.” Torna-te um misantropo, pelo bem social!

Mientras que F. declara que el psan. no debe tratar de reeducar a su paciente, J. insiste en que éste debe ser ayudado desde el principio a lo largo de todos los estadios, sea cual sea la terapia que se utilice.”

J. concibe la neurosis como un <sistema enfermo de relaciones sociales>, definición que concuerda con los conceptos de Janet y de Adler. Debido a esta proyección, el neurótico manipula inconscientemente a las personas que le rodean (esposa, padres, hijos y amigos) y les hace enfrentarse uno con otro de modo que pronto se encuentra preso en una red de intrigas de las que son víctimas tanto él como los demás.”

en 1937 interpretó la visión de Zosimos de Panopolis, gnóstico del siglo III que marcó además la transición entre el gnosticismo y la alquimia.

La alquimia había sido siempre un rompecabezas para los historiadores de la cultura. Ya en la antigüedad griega y romana, y hasta el siglo XVIII, gran número de hombres cultos habían dedicado su vida a la práctica de operaciones pseudoquímicas”

Silberer, quien en un tratado sobre alquimia del siglo XVIII halló la representación simbólica del asesino del padre, de las teorías de sexualidad infantil y de otras varias. Jung, a su vez, vio en la serie de operaciones realizadas por los alquimistas una proyección del proceso de individuación” Berthelot, Les Origines de l’alchemie, 1885 / Silberer, Probleme der Mystik und ihrer Symbolik, 1914. – cada qual vê o que quer na alquimia, aparentemente…

Su interés se dirigió también a la astrología e los símbolos astrológicos.”

El Libro tibetano de los muertos es una descripción de lo que experimenta el alma desde el momento de la muerte hasta el de la próxima reencarnación, así como una explicación de cómo alcanzar la iluminación final y escapar, por lo tanto, a la reencarnación.”

En 1929 publicó un comentario psicológico como introducción a la traducción alemana que hizo su amigo, el sinólogo Richard Wilhelm, de un antiguo libro chino, El secreto de la flor dorada.”

El rico simbolismo del yoga tántrico le proporcionó abundante material comparativo para el estudio de los símbolos del inconsciente colectivo.”

En varios comentarios sobre las enseñanzas orientales, y sobre todo en su estudio del I Ching, J. anunció un nuevo concepto que desarrollaría en 1952 bajo el nombre de sincronicidad. (…) En realidad, algo de eso había también en el concepto de <armonía preestabelecida> de Leibniz y en comentarios de Schopenhauer”

Por último, se preguntó si la física moderna, tomando como punto de partida el principio del determinismo causal rigoroso, no daría un paso adelante hacia el principio de sincronicidad.” A física quântica já existía há décadas nos anos 50!

Desde la primavera de 1934 hasta el invierno de 39, J. dedicó a Zarathustra un seminario cada semestre.” Pena que não o entendeu! “Estes 10 volumes representam o comentário mais completo conhecido da obra de Nie.” E o cadáver de Deus nos livre de ler isso algum dia, correto, Federico Nicolas?

Extrañamente, cuando se solicitó de J. que escribiera una introducción para la 3ª ed. de la traducción alemana del Ulises de Joyce, no fue capaz de reconocer en la obra un duplicado moderno de la OdiseaPorque é BURRO!

Le pareció una especie de <tenis> interminable, y consideró que se podía leer con la misma facilidad al derecho o al revés. Estos comentarios fueron publicados en una revista e irritaron a Joyce.”

Vio en el hitlerismo el resurgir del arquetipo de Wotan, el antiguo dios germánico de la tormenta, la batalla, la inspiración profética y las ciencias secretas. Distinguió 2 tipos de dictadores: el tipo <caudillo> (como Mussolini y Stalin) y el tipo <[muy mal] vidente> (como Hitler). Este último es capaz de percibir fuerzas oscuras en el inconsciente de sus seguidores y conducirlos como un Mesías.”

La idea de lo santo de Rudolf Otto apareció en 1917 y fue considerada como una contribución sustancial a la psicología de la religión.”

En Aion (1951) parece identificar a Cristo como el arquetipo del sí mismo y considerar que la humanidad como un todo está sufriendo un proceso de individuación colectiva” Shinji curtiu.

como Job tenía una concepción de la justicia más alta que el propio Dios, Éste se enfrentó con el desafío mediante la encarnación de su Hijo.” “Por esa razón, J. considera que la proclamación en 1950 del dogma de la Asunción es <el acontecimiento religioso más importante desde la Reforma>.”

el mayor de todos los enigmas filosóficos, el problema del mal.” Discordo!

Según Leibbrand, el sistema junguiano no se puede concebir sin la filosofía de Schelling.”

Eugen Böhler (…) trató de aplicar los conceptos de Jung a la ciencia económica” “La fantasía es el verdadero incentivo del progreso económico (…) La literatura, el arte, los periódicos, el cine, la radio la televisión son <fábricas de sueños> Mais manjado impossível.

La Bolsa de Valores tiene también una función mítica; no es el <cerebro>, sino el <corazón> de la vida económica” Aí eu concordo!

las depresiones surgen cuando el mito económico se pierde bruscamente.”

La aplicación de los conceptos junguianos a la filosofía política fue inaugurada en 1931 por Schindler con su estudio sobre el Derecho constitucional y la estructura social.” E eu pensando que seria um enaltecimento do nazismo!

X. APARICIÓN Y ASCENSO DE LA NUEVA PSIQUIATRÍA DINÁMICA

después de describir el entorno social, político, cultural y médico de la nueva psiquiatría dinámica y de tratar de resumir las doctrinas de sus 4 grandes representantes, Janet, F., Adler y J., tenemos todavía que esbozar la compleja interrelación de estos grandes sistemas entre sí y con otros menores, así como con el entorno general de los acontecimientos de su tiempo. Tomaremos como punto de partida al memorable informe de Ch. sobre la hipnosis, de feb. de 1882, que abrió la nueva era, y terminaremos a finales de la II Guerra”

Había muchas protestas por el aluvión de literatura pornográfica y obras teatrales de esta especie (…) El interés principal del público parecía centrarse en las nuevas obras de teatro, como Safo de Daudet, en una visita que realizó de incógnito a París el excéntrico rey de Baviera Luis II, y en la exhibición de un grupo de aborígenes australianos en un parque zoológico. Por el diario de los hermanos Goncourt sabemos que Charcot se había trasladado un año antes al espléndido palacio que se había hecho construir en el Faubourg Saint-Germain, y que su hija Jeanne estaba enamorada del hijo de Alphonse Daudet, Léon, cuya resistencia suscitó el desagrado de Ch..”

Entre las personas a quienes Fraud conoció en París estaba Léon Daudet, con el que se encontró por lo menos una vez en casa de Ch.. Aunque aún no había acabado sus estudios de medicina, el dotado joven era una persona muy notable, a la que se predecía un brillante futuro en política, la literatura o la medicina.” Legal, chutando tantas carreiras, em uma acertaria!

Agudo observador y dueño de una gran memoria para recordar a las personas, al parecer no tomó en consideración al neurólogo vienés, ya que nunca mencionó su encuentro con él, mientras que F. conservó un recuerdo duradero del joven Daudet.” HAHAHA – geralmente o inferior é que tem a ganhar nesse tipo de encontro aleatório, realmente!

¿Quién hubiera pensado entonces que el invitado austríaco se convertiría en un hombre de fama mundial y que Léon Daudet no terminaría sus estudios de medicina, seguiría una carrera política sin esperanzas como dirigente del movimiento realista [¿?] y, a pesar de su gran talento literario, no escribiría nunca una obra maestra?”

Alguna de las novelas de L. Daudet trata del incesto y otras desviaciones sexuales, de la adicción a la morfina y de la herencia psicopática.”

BOM SUJEITO: “Escribió asimismo obras no-ficticias sobre los ensueños y la personalidad humana, en especial sobre el yo y el sí mismo, y denominó metapsicología a su propio sistema psicológico. Sus concepciones, sin embargo, difieren notablemente de las de F. y muestran más semejanzas con las de Jung.”

El 13 de junio de 1886 el joven y extravagante rey de Baviera Luis II, que acababa de ser declarado psicótico por una comisión médica y recluido en su castillo de Berg, apareció ahogado en un lago junto con el psiquíatra que le atendía, el profesor Gudden.”

En los EEUU hubo una violenta agitación socialista, que culminó en el caso Haymarket, en el que 4 dirigentes sindicales, víctimas de un complot de la empresa, fueron sentenciados a muerte y ahorcados en Chicago el 1º de mayo, fecha que desde entonces conmemoran los años los socialistas en todo el mundo.”

Cuando Brasil abolió la esclavitud en 1888, el resto del mundo quedó desconcertado al saber que había existido hasta entonces.”

En el campo de la psicología, el acontecimiento más importante fue la publicación de los Principios de psicología de William James. El famoso psicológico de Harvard había trabajado durante 12 años en el libro, que era una de las mayores obras de este tipo que aparecían en los EEUU y que tuvo un éxito inmediato y duradero a ambos lados del Atlántico. Trataba no sólo de diversos aspectos de la psicología experimental, sino también de problemas de hipnosis dual e investigación psíquica.”

Houve outros processos que ajudaram no descrédito da teoria do delito sob hipnose. —Grasset referiu o caso de uma mulher histérica de 19 anos que, encontrando-se grávida, afirmara ter sido hipnotizada por um camelô. Os especialistas a hipnotizaram, por sua vez, e assim conseguiram detalhes do suposto estupro. Apesar de suas negativas, o camelô foi detido. Então ocorreu que, 2 meses antes da data esperada, nascera a criança. A recém-mãe confessou que suas acusações contra o camelô eran falsas, e que suas sessões hipnóticas com os peritos haviam sido simuladas.”

O discípulo de Charcot Georges Gilles de la Tourette publicou o grande Tratado sobre a histeria [Traité clinique et thérapeutique de l’hystérie d’après l’enseignement de la Salpêtrière, 1891], síntese da doutrina de Ch. e refutação de seus principais adversários.”

1892 deu a impressão de ser particularmente violento, dados os numerosos atentados criminosos levados a cabo pelos anarquistas na Europa e na América.”

Marcel Prévost, El otoño de una mujer (“romance psicológico”, e, como indicado mais acima, mesmo autor de Jardim secreto!)

Por su semejanza con la personalidad y la psicoterapia de Pierre Janet, apenas hay dudas de que el escritor utilizó a éste como modelo del Doctor Daumier, quizás un poco también Benedikt.”

Tal era la situación [de abandono gradual da hipnose terapêutica] a comienzos del crucial año de 1893.” “nunca había sido tanta la actividad anarquista, y el 9 de diciembre Vaillant arrojó una bomba en la Chambre des Députés.”

Babinski buscaba criterios neurológicos para definir los síntomas histéricos y distinguirlos de los orgánicos (lo que le llevaría al descubrimiento del reflejo plantar-cutáneo, o <reflejo de Babinski>).”

El mes de julio [1893] se inició con diversas manifestaciones estudiantiles en París, y un joven fue muerto accidentalmente en un café. Fue la señal de comienzo de violentos disturbios estudiantiles, secundados por los trabajadores. Durante 4 días el Barrio Latino se vio cubierto de barricadas.”

En el año 1894 todavía no se discutía la supremacía política de Europa, pero hubo 2 acontecimientos que pudieron haber servido de aviso. Japón, por propia iniciativa, declaró la guerra a China y, después de una rápida victoria, hizo de Corea su <protectorado>. El sultán turco Abdul Hamid II eligió a los armenios como víctimas propiciatorias y exterminó sistemáticamente a 80 mil de ellos. Hasta entonces había sido costumbre que los países europeos intervinieran declarando la guerra o amenazando con hacerla tan pronto como los turcos comenzaban una matanza de cristianos. Pero esta vez, a pesar de la indignación levantada en las naciones cristianas, nadie se opuso de forma eficaz al sultán rojo, lo que significó otra derrota moral para Europa. La actividad anarquista, mientras tanto, continuaba, y el presidente francés Sadi Carnot fue asesinado.” A Europa vive em derrotismo moral há séculos, essa seria a afirmação mais sóbria e próxima da verdade.

1895: “el favor del público cultivado se inclinó por la Psicología de las masas de Gustave Le Bon, que se creyó proporcionaría una nueva clave para la comprensión de la sociología, la historia y la ciencia política.” Infelizmente Le Bon nunca foi capaz de entender o comunismo ou a revolução. Cf. outro livro na seara da psicología de Le Bon, mais tardio: https://seclusao.art.blog/2021/06/16/as-opinioes-e-as-crencas-gustave-le-bon-1911/.

En 1896 se produjo otro grave golpe contra la autoestimación de Europa. Los italianos, que habían emprendido la conquista de Etiopía, sufrieron una dura derrota frente al emperador Menelik en Adua. Pero de los acontecimientos de ese año, quizá ninguno fue tan terrible como la catástrofe que acompañó a la coronación del zar Nicolás II y la emperatriz Alejandra el 29 de mayo. Durante los festejos, la multitud se vio acometida por el pánico y varios miles de hombres, mujeres y niños fueron pisoteados y muertos. Se suscitaron duras protestas de los liberales y alborotos estudiantiles que tuvieron que ser reprimidos. Los supersticiosos vieron en todo eso como un mal augurio para el reinado del nuevo zar. La alianza entre Francia y Rusia, sin embargo, tomaba forma, y cuando el zar Nicolás visitó París se le tributó una recepción triunfal. Todo ello no hacía sino aumentar la tensión existente entre los 2 bloques políticos de Europa.”

En Viena, Karl Lueger, dirigente antisemita, fue elegido por 3ª vez alcalde; después de que el emperador hubiera cancelado en 2 ocasiones su nombramiento, esta vez fue ratificado.”

el incendio del Bazar de la Charité, el 4 de mayo de 1897. Los organizadores y participantes pertenecían a la élite de la aristocracia francesa. Una de las víctimas del desastre fue la hermana de la emperatriz Isabel de Austria. Entre las 125 personas que perecieron en el incendio sólo había 5 hombres (3 ancianos, 1 muchacho de 20 y un médico). Se confirmó que los jóvenes aristócratas presentes se habían abierto camino a puntapiés, conducta que significó el golpe mortal para el respeto que seguía teniéndose a la aristocracia.”

Todos los síntomas histéricos, lo digo claramente, son equivalentes a idées fixes; y un ataque histérico es la explosión de una idée fixe… Nociones como ésta, que me han sido sugeridas en gran parte por los experimentos del Dr. Janet, encuentran una extraña confirmación en los recientes estudios de Breuer-F.. (…) El genio es, en esencia, una súbita afluencia subliminal que expresa simbólicamente el resultado de observaciones, y de cuya inferencia no es consciente el sí mismo subliminal.”

Myers

El narcisismo europeo recibió un nuevo y serio golpe con la guerra de Cuba. Como consecuencia de un incidente no aclarado (la explosión del Maine cerca de La Habana), los EEUU declararon la guerra a España, cuya flota sufrió una gran derrota. En corto espacio de tiempo, los norteamericanos ocuparon Cuba, Puerto Rico, Guam y las islas Filipinas. En España, la derrota motivó una autorreflexión que cristalizó en la <generación de 1898>, muchos de cuyos componentes hicieron resurgir la vida intelectual del país.”

La emperatriz Isabel de Austria fue asesinada por un anarquista en Ginebra, y por entonces muchos creyeron que la mano del destino trabajaba contra el desgraciado emperador Francisco José I.”

Névroses et idées fixes contiene varias de las historias clínicas más famosas de J., las de Marcelle, Justine, Marcelline, madame D. y Achilles, así como contribuciones de naturaleza más teórica. Después de L’automatisme psychologique y la tesis médica sobre la histeria,(*) el libro aseguró la fama de Janet como el primer especialista francés en neurosis.

(*) J., ‘Traitement psychologique de l’hystérie’, en Traité de Thérapeutique, Albert Robin (org.), fascículo 15, 2ª parte, Paris, Rueff, 1898, pp. 140-216.

1899 trajo consigo la guerra de los Boers. El público esperaba una rápida victoria de los ingleses, pero sufrieron algunas derrotas iniciales y tuvieron que pedir refuerzos. Los Boers gozaron de amplias simpatías en Francia y Alemania. En la 1ª de estas naciones la agitación por el caso Dreyfus se apaciguó gradualmente. La sentencia fue suspendida y Dreyfus regresó de la isla del Diablo.”

El año de 1900 se presentó como uno de los más sangrientos nunca vistos.” “Cierta sociedad secreta, la de los boxers, provocó una insurrección en China. En junio, los europeos fueron sitiados en sus embajadas en Pekín y rescatados en agosto por una expedición internacional al mando de un alemán. Se habló mucho del <peligro amarillo>, el pensar que los chinos se unieran para constituir un ejército poderoso que anegaría y destruiría Europa se convirtió en una pesadilla. El rey Umberto de Italia fue asesinado por un anarquista.”

En Alemania, Planck leyó su primer trabajo sobre la teoría de los cuantos, que revolucionaría la física.”

El Desde la India hasta el planeta Marte de Flournoy es tan entretenido como una novela de Julio Verne o H.G. Wells, un profundo análisis de algunos de los sutiles procesos de la mente inconsciente.” “El libro de Flournoy irritó a quienes creían que las declaraciones de los médiums eran verdaderas revelaciones de otros mundos.”

Creo que la obra de Flournoy ha dado el paso decisivo para convertir la investigación psíquica en una ciencia respetable”

William James

un modelo de honradez”

Myers

La interpretación de los sueños fue criticada también en una serie de periódicos y revistas destinadas al gran público. Apenas había salido de la imprenta cuando apareció su recensión en el periódico vienés Die Zeit de 6 y 13 de enero de 1900, firmada nada menos que por su redactor-jefe, Max Burckhardt. (…) Consideraba que el autor había dado demasiada importancia al elemento infantil, y lamentaba que no explicara sueños de las personas pertenecientes al tipo verbal (las que piensan en palabras más que en imágenes), ni la escisión de la personalidad en los sueños.”

Hubo un desplazamiento político general hacia la izquierda, y mucha gente esperaba que el triunfo de los partidos socialistas asegurara la paz internacional.”

Babinski recomendó reemplazar el término <histeria> por el de <pitiatismo>. La mayoría de los neurólogos franceses, que estaban hartos de ver demostraciones de pacientes histéricos en la Salpêtrière, la Charité o el Hôtel-Dieu, aceptaron con rapidez las ideas de Babinski. (…) llegaron a la conclusión de que la histeria era una entidad carente de existencia. El nº de pacientes histéricos descendió de forma rápida y continuada; los franceses pretendieron atribuir este descenso a los nuevos conceptos de Babinski, pero, dado que en toda Europa ocurría el mismo fenómeno, podría preguntarse uno hasta qué punto no estuvieron implicados factores sociales y culturales.”

[1902] La erupción del Mont-Pelée, en la Martinica, que destruyó la capital de la isla, fue considerada por algunos como un signo de la ira de Dios contra el gobierno anticlerical francés.”

J., Sobre la psicopatología de los fenómenos denominados ocultos

El año de 1903 estuvo caracterizado por grandes tensiones en todo el mundo. En Serbia fueron asesinados el rey Alejandro y la reina Draga, en virtud de un complot organizado por una sociedad secreta. Su sucesor, Pedro I, abrió una nueva dirección política. Su gobierno era rabiosamente nacionalista, se oponía a Austria-Hungría y estaba apoyado por Rusia.”

Entre las publicaciones de ese año, hubo 3 que tuvieron una importancia directa para la psiquiatría dinámica. Janet publicó sus 2 grandes volúmenes, Las obsesiones y la psicastenia, descripción completa y exacta de las obsesiones y alteraciones psicasténicas, con numerosas historias clínicas y una elaboración de sus nuevos conceptos sobre fuerza y tensión psicológicas.

La 2ª fue la obra póstuma de Frederic Myers, Personalidad humana, libro que no sólo contenía una colección inigualable de material acerca de los temas del sonambulismo, la hipnosis, la histeria, la personalidad dual y los fenómenos parapsicológicos, sino también una teoría completa de la mente inconsciente, con sus funciones regresiva, creadora y mitopoética.

En la literatura de aquel año, sin embargo, nada pudo superar el éxito del libro de Weininger Sexo y carácter.”

O ESTRANHO TERROR MISTURADO COM PRECURSOR DO IDENTITARISMO CONTEMPORÂNEO: “Weininger propôs a criação de uma nova metafísica dos sexos: a diferença entre o homem e a mulher se toma como ponto de partida para a resolução de numerosos problemas psicológicos, sociológicos, morais e filosóficos. O principio básico é a bissexualidade fundamental do ser humano. No principio de seu livro Weininger recolhe todos os dados anatômicos, fisiológicos e psicológicos disponíveis acerca da bissexualidade dos seres vivos. Refere-se, p.ex., a um zoólogo dinamarquês, J.J. Steenstrup, quem proclamou, já em 1846, que a sexualidade não é uma característica exclusivamente do corpo como um todo, senão de cada órgão e de cada célula. W. considera cada homem ou mulher como uma combinação, em proporção diversa, de 2 ‘substâncias’, uma masculina (arrenoplasma) e outra feminina (teliplasma). A proporção difere não só em cada célula e órgão de cada indivíduo senão que neste indivíduo oscila e pode mudar no curso da vida. A lei básica da atração sexual diz que todo indivíduo resulta atraído por outro de proporção complementar (assim, um homem com ¾ de substância masculina mais ¼ de feminina buscará uma mulher com ¾ de feminina mais ¼ de masculina). Os homossexuais são seres inter-sexuais cujos objetos de amor cumprem também esta lei de complementaridade, por mais que pertençam ao mesmo sexo.”

Weininger esboça uma tipologia dos tipos intermediários; o homem feminino, a mulher masculina (grupo a que pertencem aquelas que lutam pela emancipação; as mulheres superiores são seres em que predomina o elemento masculino). Descreve especialmente 2 tipos de ideais opostos, o <varão absoluto> e a <mulher absoluta>, que não se devem confundir com o homem mediano nem a mulher mediana. A diferença esencial entre o homem e a mulher é que nesta a esfera sexual se estende a toda a personalidade: [mas e se todas as minhas células forem femininas, poxa?!?] <A mulher não é nada mais que sexualidade, o homem é sexualidade e algo mais… A mulher é UNICAMENTE sexual, o homem é TAMBÉM sexual. (…) O homem tem um pênis, a vagina tem uma mulher…>¹.” É toda uma teoria que se espatifa contra ela própria: “O gênio é a aptidão para uma maior claridade de pensamento com uma consciencia mais ampla; entranha, portanto, um grau mais alto de masculinidade, ao que uma mulher não pode chegar.” ¡!!

¹ Verdadeiro papa do machismo que ainda persiste nas conversas de bar e entre os mais subdesenvolvidos socialmente.

Weininger distingue 2 tipos ideais opostos de mulheres: a <prostituta absoluta> e a <mãe absoluta>. O tipo materno existe unicamente para a preservação da raça humana; seu único fim é o filho, todo homem pode convertê-la em mãe. É valente e frugal. O tipo de prostituta existe unicamente devido à relação sexual; [Deusa da Sífilis?] é covarde e esbanjadora.” Depois de afirmar essas lorotas no triste ano de 1903 (se este foi o livro mais importante sobre sexualidade, imagine o pior!), Weininger ainda arremata dizendo que não existe um tipo puro de mulher-mãe na sociedade, embora exista, ah, mas é claro, já estava prevendo esse argumento falocêntrico hediondo!, o tipo puro da puta.

Os chineses e, sobretudo, os judeus são mais afeminados.”

NEM TUDO ESTAVA PERDIDO: “O livro foi muito criticado, levantou uma tormenta de controvérsias, foi considerado como obra-prima e obteve êxito fabuloso, sobretudo nos países de fala alemã, na Itália, Rússia e Dinamarca. Na Suécia foi exaltado por Strindberg. Em Viena tomou as discussões públicas por 4 meses. Mas o sucesso do livro explodiu mesmo quando seu autor, de 23 anos, se suicidou antes do fim de 1903.”

Em 1904 os japoneses vencem uma guerra contra a Rússia (¡!), e o resto da Europa, escandalizada, aceita passivamente. Blá, blá, blá, mais um golpe fatal no eurocentrismo…

Mientras tanto, había aparecido una nueva estrella en el firmamento de la psicoterapia. Un médico suizo, Paul Dubois, afirmó que las alteraciones neuróticas y muchas enfermedades físicas eran producto de la imaginación y se podían curar mediante la voluntad a través de la autoeducación. En 1904 dio unas conferencias en la Universidad de Berna acerca de los métodos psicoterapéuticos que empleaba en su consulta privada y en el hospital. Según los relatos, Dubois era un terapeuta reputado; le llegaban pacientes de todas partes del mundo, y el profesor Déjerine, de la Salpêtrière, aprendió su método de él. Las razones de estos éxitos terapéuticos no aparecen en sus escritos, y parecían misteriosas a sus contemporáneos.”

El presidente Theodore Roosevelt se ofreció como mediador del tratado de paz entre rusos y japoneses que se firmó en Portsmouth, New Hampshire.”

Édouard Claparède, Psychologie de l’enfant et pédagogie expérimentale, 1905.

Em 1908, o Império Turco, <o homem doente da Europa>, demonstrou que ainda não estaba morto. Um grupo de revolucionários, os Jovens Turcos, cansados do sangrento despotismo do sultão Abdul Hamid II, deram um golpe de Estado, após o qual o sultão reagiu oferecendo-lhes postos no governo. As minorías oprimidas do Império começaram a cultivar esperanças. Os búlgaros proclamaram sua independência, e entre os armênios surgiu a agitação nacionalista, desejosos de se emancipar, como haviam feito os gregos, sérvios e os próprios búlgaros. O governo austro-húngaro aproveitou a oportunidade para proclamar a anexação das províncias da Bósnia e Herzegovina, que durante 30 anos estavam, se bem que apenas nominalmente, sob a soberania do sultão.” “Os anarquistas seguiam ativos: em Portugal assassinaram o rei Carlos.”

Sorel, Réflexions sur la violence, 1908.

Karl Kraus predijo que el advenimiento de la aviación desataría el colapso en el mundo.” “La famosa revista de Karl Kraus, Die Fackel, que mantuvo una vehemente lucha contra la moralidad sexual convencional y glorificó al marqués de Sade y a Weininger, había alabado años antes los Tres ensayos. Ahora, sin embargo, K.K. ridiculizó a un pseudoanalista que afirmaba haber descubierto fantasías masturbatorias en el poema de Goethe El aprendiz de brujo. Kraus comparó a los pseudoanalistas con los meteorólogos que pretenden no sólo predecir el tiempo, sino controlarlo.”

Ziehen dijo que los conceptos de F. eran <carentes de sentido>, pero halló las observaciones de Abraham interesantes y verdaderas en líneas generales. Rothmann creía que los matrimonios consanguíneos eran comunes entre los judíos por haber vivido siempre en comunidades aisladas.”

En 1909, en Turquía, los elementos conservadores se rebelaron contra los Jóvenes Turcos, cuyos dirigentes fueron asesinados el 31 de marzo, pero un destacamento del ejército mandado por ellos consiguió el poder y depuso a Hamid II, reemplazándole por su hermano Mohamed V. El nuevo gobierno decidió reorganizar y modernizar Turquía. Se dotó al ejército de consejeros alemanes. Surgió un movimiento nacionalista, consecuencia del cual fue la matanza de armenios en Cilicia y Constantinopla. El nuevo gobierno trató de revitalizar la literatura y cultura. [¿?] El público de todo el mundo quedó fascinado por la conquista del Polo Norte por Peary, por la exploración de Shackleton de las regiones del Polo Sur y por el primer vuelo aéreo realizado por Blériot sobre el Canal de la Mancha.” A proletarização inclusive dos ursos polares e pingüins!

Primero, en lugar de las tranquilas demostraciones corrientes entre los científicos en sus discusiones, los pseudoanalistas hacen afirmaciones dogmáticas matizadas por estallidos emocionales; son únicos para comparar a F. con hombres como Kepler, Newton y Semmelweis, y se caracterizan por el vigor de sus ataques contra sus adversarios.

Segundo, en lugar de probar sus afirmaciones de forma científica, se contentan con manifestaciones imposibles de verificar. Dicen: <Sabemos por experiencia propia que…> y dejan a otros el trabajo de probarlo.

Tercero, no aceptan ninguna crítica, ni siquiera la expresión de la duda más justificada, a la que denominan resistencia neurótica.

Cuarto, los pseudoanalistas ignoran todo lo realizado antes de ellos, o por otros, pretendiendo así ser innovadores. En tal caso, antes de Fraud, no se habría curado a ningún paciente histérico, y tampoco se hubiera practicado ningún tipo de psicoterapia.

Quinto, las teorías sexuales del pseudoanálisis se presentan como un hecho científico, aunque no probado, como cuando Wulffen dice: <Todas las facultades éticas del interior del hombre, su sentido del pudor, su moralidad, su adoración de Dios, su estética, sus sentimientos sociales, proceden de la sexualidad reprimida>. Wulffen recuerda a Weininger cuando dice: <La mujer es un delincuente sexual nato; cuando su fuerte sexualidad se reprime por completo, le conduce fácilmente a la enfermedad y la histeria y, cuando tal represión es insuficiente, a la delincuencia; en muchas ocasiones le conducirá a ambas cosas>.”

Friedländer, no Congresso Internacional de Medicina de Budapeste

Aschaffenburg, Löwenfeld y Friedländer explicaron el éxito de las teorías sexuales de Fraud basándose en que habían caído en el terreno fértil vienés. La Psychopathia sexualis de Krafft-Ebing había logrado en Viena, en 1886, un extraordinario éxito entre el gran público, y desde entonces no había cesado de crecer el interés específico por los temas sexuales, como demostró el éxito fabuloso del libro de Weininger, para no mencionar el de Schnitzler y los trabajos de otros escritores. Los pacientes de Fraud, por tanto, eran receptivos ante ese tipo de cuestiones. Este argumento del genius loci, que Ladame también citaría posteriormente y que llevaría a malas interpretaciones del habla de Janet, que utilizó el término, pero no para repetir Ladame (que utilizó genius loci en un nuevo contexto y se refería al mórbido interés de los vieneses por la discusión de las patologías sexuales).”

[1910] Francia, Inglaterra y Alemania eran presa de una neurosis nacionalista de masas”

Caroline Playne, The Neuroses of the Nations, 1928.

Otro signo ominoso fue la aparición de tendencias nihilistas, tales como el movimiento futurista. (…) los futuristas organizaron espectáculos teatrales diseñados para conmocionar y maltratar al público, que terminaban en reyertas. [motins]

Na psicanálise todo analista é selvagem.

O movimento fraudiano é o regresso em forma modernizada a uma medicina mágica, uma espécie de maçonaria para psicoterapeutas, uma autêntica epidemia psíquica de <doutores>”

Hoche

[1911] Em virtude de um acordo com a Inglaterra, a França abandonou suas pretensões sobre o Egito em troca da liberdade completa no Marrocos. Os alemães, no entanto, também tinham interesse no protetorado e, para fazer-se notar, enviaram um navio de guerra a Agadir. Depois de difíceis negociações evitou-se a guerra, e a Alemanha cedeu seus <direitos> sobre Marrocos em troca de uma zona do Congo Francês, muito embora ambas as potências se sentissem enganadas e a tensão mal diminuísse. A Itália se recusava a ser deixada de lado na partilha da África e, vendo que o Império turco sofria uma grave crise interna, declarou-lhe guerra e invadiu Trípoli com o intento de adquirir uma nova colônia e vingar assim sua derrota em Adua.”

Sobre um método psicoterapêutico então em voga que caiu no olvido porque seu autor não o ensinou nem oralmente nem por escrito:

Robert Dupond, La Cure des psychonévroses par la méthode du Dr. Vittoz, 1934 (tese);

Henriette Lefebvre (paciente curada), Un Sauveur, le Docteur Vittoz, sem data.

psicastenia de Janet esquizofrenia de Bleuler (conceituada e assim batizada em 1911)

O ano de 1912 foi, sobretudo, o das guerras balcânicas. Grécia, Sérvia e Bulgária, os novos Estados balcânicos, atacaram a Turquia, pretendendo livrar-se de seu jugo. Este foi o tema do dia, e se falou muito das <atrocidades macedônias>. A guerra intensificou a tensão entre as outras potências européias, em particular entre a Rússia e a Áustria-Hungria.”

Von Bernhardi explicó en Alemania y la guerra próxima que su país tendría que enfrentarse a una serie de enemigos”

Wilhelm Wundt, Elemente der Völkerpsychologie, 1912: “Añadió que se sentía abrumado por la extravagante literatura pseudoanalítica; acababa de recibir una obra de Johann Michelsen en la que se interpretaba a Cristo como un símbolo del acto sexual, y el buey en el establo como un símbolo de castración, y se explicaban de forma semejante todos los demás personajes de la Natividad.”

Los pseudoanalistas analizan ahora no sólo la vida, sino la muerte: toda la vida espiritual de la humanidad, la religión, el arte, la literatura y el folklore. No pueden aceptar críticas de los legos, pero no dudan en invadir campos en los que ellos mismos son legos.”

Oppenheim, Friedländer, Isserlin, etc., considerados por lo general en la actualidad como los primeros oponentes del pseud., pertenecieron en realidad al grupo que intentaba hacer una valoración objetiva. Sus críticas han sido considerablemente exageradas [por los pseud.] y el <germen de verdad> que aceptaban ha sido olvidado.”

Sob a epígrafe de pseudoanálise se mesclavam numerosas tendências; existiam amplas gradações entre os escritos de F., do seu círculo próximo, do círculo mais amplo de analistas leigos e dos excêntricos que se diziam analistas. Como podia o público reconhecer o pertencente à pseud. genuína?” Isso de <psicanálise genuína> é a mesma coisa de procurar o ramo de ouro chamado CHARLATANICE ORIGINAL, da qual derivariam todas as outras. É inútil.

neurose x psicose

Viena x Zurique

[1913] Después de vencer a los turcos, Grecia, Bulgaria y Servia comenzaron a despedazarse entre sí en una 2ª guerra balcánica, aliándose Grecia, Servia y Rumania contra Bulgaria. Estas convulsiones sacudieron a Austria-Hungría y asimismo a Rusia, donde se decretó una movilización parcial, y únicamente se logró evitar la guerra gracias a una conferencia de embajadores.”

Henri Bergson relata que, dia 4 de agosto de 1914, ao abrir um jornal e fixar os olhos na enorme manchete: ALEMANHA DECLARA A GUERRA À FRANÇA, sentiu subitamente uma presença invisível, como se uma figura mítica houvesse escapado de um livro e se situado tranqüilamente em sua casa. (…) Bergson se dio cuenta entonces de que este acontecimiento, que había esperado sin descanso durante 43 años, había llegado por fin y, a pesar de su horror ante la catástrofe, no pudo sino maravillarse de la facilidad con que la idea abstracta de la guerra se había convertido en una presencia viva. El conflicto armado, que vemos en retrospectiva como un trueno en un cielo azul y como una interrupción dramática de la marcha de Europa hacia la felicidad y la prosperidad, apareció ante muchos contemporáneos como el resultado inevitable de una larga serie de conflictos, amenazas, guerras locales y rumores de guerra, cuando no como una liberación de intolerables tensiones.” Ah, um prato cheio para os pseudanalistas!

A França já havia assimilado suas minorias,¹ mas a Grã-Bretanha tinha dificuldades com os irlandeses. A Espanha, com os catalães, e a Alemanha com suas minorias alsacianas, dinamarquesas e polacas. Os turcos recorriam a matanças periódicas, cujas últimas vítimas tinham sido, em 1914, os búlgaros e os armênios. A Rússia, que durante muito tempo havia exibido um talante liberal, tratava agora de <russificar> suas minorias. A situação da Áustria-Hungria era a mais difícil, já que era o único grande Estado multinacional em período de ultra-nacionalismo universal. Estava exposta à agitação interior e ao mesmo tempo às intrigas russas e sérvias. Dificilmente poder-se-ia entender seus problemas, fora daquele país, quando ainda não se haviam formulado os conceitos de descolonização, Estados-satélites e Estado supra-nacional. Nos Balcãs, recentemente livres dos turcos, era-se presa de nacionalismos fanáticos e de lutas intestinas. A Sérvia era um satélite da Rússia, que dirigia sua política na prática e utilizava-a contra o império austro-húngaro. Este último, se ainda existisse hoje [1970], seria considerado um Estado supra-nacional, mas suas dissenções internas reclamavam uma reforma política completa. Todas as fichas da monarquia estavam depositadas no príncipe-herdeiro Francisco Fernando.”

¹ Falso: faltavam os argelinos.

O público europeu estava tão acostumado ao assassinato de reis e chefes de Estado por anarquistas ou paranóicos isolados que não compreendeu o verdadeiro significado do assassinato de Sarajevo, autêntico complô organizado pelo serviço secreto da Sérvia. Já vimos que em 1903 tinham sido assassinados o rei pró-austríaco sérvio Alexandre III e sua esposa, a rainha Draga, assim como alguns de seus partidários. O novo monarca, Pedro, iniciou, apoiado pela Rússia, uma política anti-austríaca, respaldada pelos terroristas que lhe haviam elevado ao poder. A anexação da Bósnia-Herzegovina pela Áustria-Hungria e a criação de uma Dieta bósnia enfureceu os nacionalistas sérvios, que levaram a cabo uma série de atos terroristas contra funcionários austríacos e em 1912 contra o governador da Croácia. Em 28 de junho de 1914, um grupo de jovens conspiradores bósnios, treinados nas escolas terroristas sérvias, equipados com armas deste exército, e ajudados através da fronteira por agentes também sérvios, assassinaram o arquiduque e sua esposa na visita a Sarajevo. Se alguma vez houve um crime maquiavélico, foi este: como o arquiduque havia decidido resolver os problemas do Império atribuindo igual cidadania a todos os grupos eslavos do sul para conter os nacionalistas sérvios, seu homicídio pôs termo a qualquer esperança de readaptação, ao deixar como prováveis herdeiros um imperador velho e cansado ou um jovem sem preparação alguma.¹ O governo austro-húngaro se defrontava agora com um trágico dilema: deixar sem castigo as atividades de um perigoso ninho de terroristas que jurara destruir o Império ou recorrer a uma intervenção armada com o risco de uma guerra generalizada, tendo em vista o apoio da Rússia à Sérvia.”

¹ Uaaau, que dramalhão!

Robert Kann, The Multinational Empire, 2 vols., 1964.

Zerman, The Break-up of the Hapsburg Empire, 1914-18, 1961.

Dois meses antes o governo dos Estados Unidos havia enviado uma expedição contra os mexicanos de Veracruz, como resposta a um ato muito menos grave de agressão. Para explicar realisticamente a situação austro-sérvia, devemos imaginar o que ocorreria se o presidente Wilson é que tivesse sido assassinado em Santa Fé por um grupo de terroristas procedentes do Novo México, armados, treinados e dirigidos pela polícia secreta mexicana, e com o apoio encoberto de uma potência importante (européia).”

A guerra supunha um risco mortal, sobretudo porque, apenas 1 ano antes, havia-se descoberto que o coronel Alfred Redl, chefe do Serviço de Contra-espionagem do exército imperial, havia sido obrigado mediante coação a proporcionar informação militar vital aos russos.”

A Alemanha sim estava bastante preparada” Imagina se não estivesse…

Todas as igrejas puseram-se ao lado de seus respectivos países, e o Papa simplesmente encomendou seus combatentes a Deus.”

Poucos pensadores souberam contemplar a catástrofe com lucidez. O filósofo francês Alain adivinhou que significaria uma hecatombe da elite e que deixaria o país à mercê dos ladinos, os tiranos e os escravos.” Que Alain???

Romain Rolland, otro escritor francés residente en Ginebra, lanzó un manifiesto ensalzando el heroísmo de la juventud europea y sus sacrificios por un ideal patriótico, pero acusando a los hombres de Estado que habían desencadenado la guerra y no hacían nada para detenerla, y condenando a los escritores que atizaban el fuego. En el mismo sentido, el novelista alemán Hermann Hesse, al tiempo que ensalzaba a los combatientes, denunció a quienes permanecían en la seguridad de sus casas para escribir fogosas incitaciones contra el enemigo.”

Los miles de hombres que habían ido a luchar con tan gran entusiasmo esperaban una guerra corta, pensando que las armas modernas favorecerían necesariamente una conclusión rápida. Muy pocos adivinaron que duraría más de 4 años. La guerra comenzó con un periodo de vehemente entusiasmo y mortíferos ataques.”

O GENOCÍDIO DE 2 MILHÕES DE ARMÊNIOS: The Memoirs of Naim Bey. Turkish Official Documents Relating to the Deportations and Massacres of Armenians, 1920.

PREVIEW: “A Alemanha tratou de forçar a sorte intensificando a guerra submarina, o que motivou a intervenção dos EUA ao lado dos Aliados.”

A finales de 1918, toda Europa tenía puestas sus esperanzas en el presidente Wilson. Los aliados veían en él al poderoso defensor que apoyaría sus peticiones en la conferencia de paz; los alemanes y austríacos estaban convencidos de que conseguiría una paz de justicia y reconciliación.”

FRANKENSTEIN & REVENGE: “Babinski, que había atacado el concepto de histeria de Ch., se enfrentó con alteraciones clínicas muy semejantes a las de la vieja histeria que, no obstante, resistían la acción terapéutica de la sugestión.”

los Estados Unidos de Europa habían existido aquí durante generaciones, cuando en ningún otro sitio había sido posible hacerlos vivir juntos. Y este imperio múltiple, con sus lenguas, culturas y temperamentos, esa mezcla brillante de colores en contraste, existió únicamente aquí…”

Ernst Lothar, vienense nostálgico safado

En el Congreso de Viena, en cuyas sesiones se firmó en 1815 una paz duradera después de las guerras napoleónicas, la derrotada Francia había negociado en un plano de igualdad. En 1919 no se admitió, en cambio, en las negociaciones a las potencias vencidas; más aún, Alemania fue obligada a reconocerse culpable, demanda nunca oída antes en la historia de la diplomacia. No es de extrañar que los pueblos de Europa Central que habían puesto su confianza en el presidente Wilson se enfureciesen y, si Fraud mantuvo una aversión inveterada contra el presidente, se limitaba a compartir un sentimiento ampliamente extendido por Austria y Europa Central.”

Tras la ignominiosa huida del káiser a Holanda y un corto intento de revolución comunista, se estableció el gobierno democrático de Weimar”

Bajo la carga de la miseria espiritual y material, muchos alemanes se rebelaron contra la situación y aceptaron la leyenda de que la derrota se debía a la <puñalada por la espalda> (Dolchstoss) de los socialistas; comenzaron, pues, a pensar en el desquite.”

Los creadores del Tratado de Paz no se dieron cuenta de que el desmembramiento del imperio de los Habsburgo había separado razas cuyas rivalidades se remontaban a mil años antes, y que únicamente se habían mantenido juntas por las tradiciones de la monarquía.”

Bullock, Austria, 1918-1938: A Study in Failure, 1939.

Austria pasó a ser un país de 6,5 millones de hab., con una capital hipertrófica de 2,5 mi.”

En Rusia, el nuevo gobierno soviético se mostró mucho más fuerte de lo que los aliados habían esperado, y Europa comenzó a temblar ante el espectro del bolchevismo. Hasta entonces, el nihilismo había sido para la mayoría un concepto fundamentalmente abstracto, o algo que concernía únicamente a los rusos, pero súbitamente apareció como una terrible amenaza para el mundo.” ¿? Ver o histriónico folheto de Hermann Hesse, Blick ins Chaos, 1921!

A los armenios se les había prometido un Estado independiente, pero resultó que después de las matanzas ya no quedaban armenios.”

Karl Kraus, Die Letzten Tage der Menschheit [Los últimos días de la humanidad], 1926.

En medio del desastre se hicieron heroicos esfuerzos para salvar la salud nacional de la juventud. Entre ellos destaca el famoso experimento sobre pedagogía terapéutica realizado por Aichhorn en Oberhollabrunn, cerca de Viena. Por desgracia, es uno de los episodios de la historia de la pedagogía acerca del cual existe menos documentación.”

Alec Mellor, La Torture, son histoire, son abolition, sa réapparition au XXe siècle, 1961.

Resulta característico que en las novelas de Proust no se haga ninguna mención de las bebidas alcohólicas, mientras que en las de Hemingway y otros escritores de la posguerra el alcohol desempeña un papel considerable.”

en Francia, con el modernismo, Lautréamont, que había muerto joven y cuyos escritos se consideraban contaminados por la enfermedad mental, fue proclamado extemporáneamente como el más grande poeta francés del siglo XIX.Em breve no Seclusão!

Entre la abundante literatura dedicada al surrealismo, ver particularmente Maurice Nadeau, Histoire du surréalisme, 2 vols., 1948.”

Siendo estudiante de medicina, André Breton fue movilizado para trabajar en una unidad psiquiátrica militar. Entre sus pacientes se encontraba un hombre que había permanecido en una trinchera durante la batalla y que, al igual que un policía dirigiendo el tráfico, había <dirigido> el vuelo de las granadas a su alrededor. El hombre estaba convencido de que se trataba de una guerra simulada, con armas falsas y heridos y muertos simulados; prueba de ello es que él siempre escapaba a las heridas. Breton quedó impresionado al ver cómo una persona joven y bien educada, que parecía lúcida, podía vivir en un mundo fantástico hasta un grado tal.”

Breton cuenta cómo el uso inmoderado de la escritura automática suscitó en él estados alucinatorios. Uno de sus colaboradores, Desnos, caía cada vez con más facilidad en profundos estados sonámbulos, en los que se tornaba agitado y peligroso, hasta el punto de que una vez persiguió al poeta Éluard con un cuchillo para matarlo.”

James Mooney, The Ghost Dance Religion and the Stoux Outbreak of 1890, 1896.

En cuanto a J., se afirmó que había dicho de las obras dadaístas: Es demasiado idiota para ser esquizofrénico.”

QUINTO EVANGELHO E… “En psiquiatría, algunos de los maestros de la antigua generación se interesaban por otros campos. Bleuler publicó su Historia natural del alma, en la que había trabajado durante muchos años y que algunas personas llamaron su Segundo Fausto.”

Forel, Le Monde social des fourmis, 5 vols. (!!!), 1921.

Rorschach, Psychodiagnostik Methodik und Ergebnisse eines wahrnehmungsdiagnostischen Experiments (Deutenlassen von Zufallsformen), 1921.

La Editorial Pseudoanalítica pasó también por momentos buenos y malos. Cuando publicó una <novela psicoanalítica> de Groddeck, despertó agudas críticas; algunos analistas la juzgaron de mal gusto, pornográfica e indigna de ser publicada por una editorial científica.” HAHAHAHA!

En psiquiatría se manifestaban nuevas tendencias. El tratamiento de la parálisis general mediante malarioterapia utilizado por Wagner-Jauregg fue conocido y aplicado universalmente. Es difícil darse cuenta hoy día de la sensación que este descubrimiento causó: la paresia general era el arquetipo de la enfermedad mental incurable y fatal, y el tratamiento citado suponía la introducción del método fisiológico en psiquiatría.”

El primer signo de un enfoque nuevo y completamente distinto [en muchos años] se tuvo cuando Ludwig Binswanger leyó un trabajo <sobre fenomenología> ante la Sociedad Suiza de Neurología y Psiquiatría. Este autor, psiquíatra dotado de amplia base filosófica, discípulo de Bleuler, destacó el interés de la fenomenología de Husserl como método aplicable a la psiquiatría clínica.”

Buber publicó un librito, Yo y tu, que se convertiría en uno de los clásicos del existencialismo.”

En octubre de 1925 fue firmado por las grandes potencias el pacto de Locarno, tendente a la prevención de posteriores agresiones, con lo que se estimó que había concluido la posguerra.”

Bleuler, Die Psychoide, das Prinzip der organischen Entwicklung

Para algunos contemporáneos, la admisión de Alemania en la Liga de las Naciones en septiembre de 1926 fue un paso adelante en la reconstrucción de Europa; para otros, un signo inquietante de recuperación del poder perdido.”

Otro acontecimiento importante de 1926 fue el gran Congreso Internacional de Investigación Sexual, celebrado en Berlín del 11 al 16 de octubre y organizado por Albert Moll.”

El relato del año 1927 no sería completo sin mencionar el libro de Heidegger Sein und Zeit, análisis completamente nuevo y original de la estructura de la existencia humana.” https://seclusao.art.blog/2022/04/07/ser-e-tempo-heidegger-trad-marcia-sa-cavalcante-schuback-ed-universitaria-sao-francisco/

Uno de los principales acontecimientos de 28, el pacto Briand-Kellogg, de renuncia a la guerra, fue firmado solemnemente en París el 27 de agosto por los representantes de 15 Estados. Algunos vieron en él un paso definitivo hacia la paz; otros, un ceremonial sin ningún significado.”

Von Gebsattel publicó un estudio fenomenológico sobre la melancolía, que confirmaba algunos de los hallazgos de Minkowski. Entre los nuevos métodos psicoter. se encontraban la técnica de relajación progresiva de Edmund Jacobson, de Chicago, y la terapéutica de Shoma Morita, de Japón.”

Ludwig Bauer, pensador político, escribió un análisis de la situación y llegó a la conclusión de que era inevitable una nueva guerra mundial, más terrible que la 1ª, salvo el caso improbable de creación de un Estado universal supranacional.”

[1932] Los japoneses crearon el Estado títere del Manchukuo. En Alemania, Hindenburg fue reelegido presidente (…) Salazar pasó a ser el jefe del gobierno de Portugal, y en Sudamérica estalló la guerra del Chaco entre Paraguay y Bolivia. Roosevelt fue elegido presidente de EEUU y Francia rehusó pagar sus deudas a esta nación.”

Minkowski, Le Temps vécu [Tiempo experimentado], 1933.

El 9 de octubre de 1934, el rey Alejandro de Yugoslavia y el ministro francés Barthou fueron asesinados en Marsella por un grupo de conspiradores ustasi.¹”

¹ “The Ustaše (pronounced [ûstaʃe]), also known by anglicised versions Ustasha or Ustashe, was a Croatian fascist and ultranationalist organization active, as one organization, between 1929 and 1945, formally known as the Ustaša – Croatian Revolutionary Movement (Croatian: UstašaHrvatski revolucionarni pokret). Its members murdered hundreds of thousands of Serbs, Jews, and Roma as well as political dissidents in Yugoslavia during World War II.”

Einstein deploró que los científicos intelectuales, que en el siglo XVII habían formado una comunidad espiritual, fueran ahora meros representantes de sus diversas tradiciones nacionalistas. Habían dejado la responsabilidad de pensar a escala internacional en manos de los políticos. Pidió con urgencia científicos que reconstruyeran una comunidad espiritual para asumir la dirección de todos los esfuerzos encaminados a impedir la guerra.”

En 1936 apareció el último libro de Janet, La inteligencia antes del lenguaje, estudio de las formas no-verbales de inteligencia en el que se comparan el animal, el niño y el idiota.”

De um ângulo alternativo, pode-se considerar o início da guerra em 38, pois Hitler anexou a Áustria neste ano antes de invadir a Polônia: “La sombría atmosfera de la capital, con las terribles dificultades que encontraban quienes intentaban huir, ha sido descrita fielmente por Leopold Ehrlich-Hichler en una novela.”

Según Jochen Besser, en la ideología nazi influyeron fuertemente las teorías de los círculos ocultistas y teosóficos de principios del siglo XX (apud Wettley, August Forel, 1953). Es de destacar el favor concedido, en efecto, a la cosmogonía glacial, o Welt-Eis-Lehre (teoría del hielo cósmico) de Hörbiger, ingeniero austríaco que enseñaba un complicado sistema astronómico y cosmogónico. En él incluía la idea de que el hielo es la sustancia fundamental constituyente del universo. Su sistema consiguió un éxito prodigioso entre los nazis, e incluso encontró adeptos en Inglaterra. Irónicamente, el Instituto Hörbiger se instaló en la casa que había pertenecido a Alfred Adler en Salmannsdorf. La medicina nazi retiraba inspiración de la dietética de Bircher-Benner

Hans Wolfgang, Hörbiger. Ein Schicksal, 1930.

Arnold Toynbee & Frank Ashton-Gwatkin, The World in March, 1939, 1952.

[1939] Karen Horney publicó sus Nuevos caminos en pseudanálisis, manifiesto y primer libro-texto de una escuela desviacionista que combinaba las enseñanzas de Adler con la terminología fraudiana.”

La generación que surgió en 45 era tan distinta de la precedente como la de 19 lo había sido de la Belle Époque.”

Gengis Khan hizo que millones de mujeres y niños murieran por su propia voluntad y con un corazón alegre. La historia sólo ve en él el gran constructor de un Estado. No me importa lo que piense de mí la débil civilización europea… Por ello he enviado al Este únicamente a mis unidades de la Calavera, con orden de matar sin pena o piedad todos los hombres, mujeres y niños de raza o idioma polaco. ¿Quién se acuerda hoy día del exterminio de los armenios?” Hitler, discurso aparecido no The Times londrino de 24/11/45. Cf. Pasdermadjian, Histoire de l’Arménie depuis les Origines jusqu’au Traité de Lausanne, 1949.

en menos de 3 semanas, Polonia había desaparecido del mapa.”

Visão de Ellenberger completamente turvada pelo imperialismo do Capital, acusando os russos de invadir nações, como se fossem parceiros dos alemães, contendo comentários cretinos como: “Desde agosto a octubre se desarrolló, sin embargo, la batalla de Inglaterra, que salvó al mundo occidental.”

Fromm, Escape from Freedom, 1941.

Binswanger, Formas básicas y conocimiento de la existencia humana, 1942. O “manifesto” da Daseinanalyse. Dizer que esta análise existencial dos psicóticos se inspirou na análise metafísica que pretendia ser uma Primeira filosofia de Heidegger é um verdadeiro escracho paradoxal!

Carl Rogers e a ascensão da estupidez na psicología americana.

En 43 pasó a un primer plano una nueva tendencia dinámica: la medicina psicosomática.[*] En realidad, ella ya tenía una larga historia: la medicina primitiva era en gran parte psicosomática, al igual que las curaciones realizadas por Gassner y Mesmer, y también Liébault, Bernheim, Forel y sus seguidores. Hasta fisiólogos hablaban del fuerte poder de las emociones (psiquismo) para adolecer la persona, como Krehl en Alemania y Cannon en los EUA.” Weiss & English, Psychosomatic Medicine; Dunbar, Psychoshomatic Diagnosis.

+ Sarno, The Divided Mind, 2006.

+ Caroline Myss, Creation of health.

[*] WIKI (ENTRE DOIS ASSASSINOS PROFISSIONAIS, O STRESS E O TÉDIO): “The strongest perspective on psychosomatic disorders is that attempting to distinguish between purely physical and mixed psychosomatic disorders is obsolete as almost all physical illness have mental factors that determine their onset, presentation, maintenance, susceptibility to treatment, and resolution. According to this view, even the course of serious illnesses, such as cancer, can potentially be influenced by a person’s thoughts, feelings and general state of mental health.” “it questions the broad acceptance of self-proclaimed diseases such as gluten-intolerance, chronic Lyme disease and Fibromyalgia as a gain of illness for patients to avoid the underlying intra-psychic conflicts eliciting the disease, while at the same time, challenging the reasons for this neglect in the doctors’ own avoidance of their emotional intra-psychic conflict.” “While in the U.S., psychosomatic medicine is considered a subspecialty of the fields of psychiatry and neurology, in Germany and other European countries it is considered a subspecialty of internal medicine. Thure von Uexküll and contemporary physicians following his thoughts regard the psychosomatic approach as a core attitude of medical doctors, thereby declaring it not as a subspecialty, but rather an integrated part of every specialty.”

In the beginnings of the 20th century, there was a renewed interest in psychosomatic concepts. Psychoanalyst Franz Alexander [muito citado por Ellenberger, mas não achei os contextos importantes a ponto de destacar neste resumo] had a deep interest in understanding the dynamic interrelation between mind and body. Sigmund Fraud pursued a deep interest in psychosomatic illnesses following his correspondence with Georg Groddeck who was, at the time, researching the possibility of treating physical disorders through psychological processes. Hélène Michel-Wolfromm (Gynecologie psychosomatique, 1964) applied psychosomatic medicine to the field of gynecology and sexual problems experienced by women.”

Robert Adler is credited with coining the term Psychoneuroimmunology (PNI) to categorize a new field of study also known as mind-body medicine. The principles of mind-body medicine suggest that our mind and the emotional thoughts we produce have an incredible impact on our physiology, either positive or negative.” “Dr. Candace Pert, a professor and neuroscientist who discovered the opiate receptor, called this communication between our cells the <Molecules of Emotion> because they produce the feelings of bliss, hunger, anger, relaxation, or satiety. Dr. Pert maintains that our body is our subconscious mind, so what is going on in the subconscious mind is being played out by our body.”

Biosemiotics (from the Greek βίος, bios, life, and σημειωτικός, sēmeiōtikos, observant of signs) is a field of semiotics and biology that studies the prelinguistic meaning-making, or production and interpretation of signs and codes and their communication in the biological realm.

Biosemiotics integrates the findings of biology and semiotics and proposes a paradigmatic shift in the scientific view of life, in which semiosis (sign process, including meaning and interpretation) is one of its immanent and intrinsic features. The term biosemiotic was first used by Friedrich S. Rothschild in 1962, but Thomas Sebeok and Thure von Uexküll have implemented the term and field. The field, which challenges normative views of biology, is generally divided between theoretical and applied biosemiotics. Insights from biosemiotics have also been adopted in the humanities and social sciences, including human-animal studies and human-plant studies.”

According to the basic types of semiosis under study, biosemiotics can be divided into: 1) vegetative semiotics (also endosemiotics, or phytosemiotics), the study of semiosis at the cellular and molecular level (including the translation processes related to genome and the organic form or phenotype); vegetative semiosis occurs in all organisms at their cellular and tissue level; vegetative semiotics includes prokaryote semiotics, sign-mediated interactions in bacteria communities such as quorum sensing and quorum quenching.

2) zoosemiotics or animal semiotics, or the study of animal forms of knowing; animal semiosis occurs in the organisms with neuromuscular system, also includes anthroposemiotics, the study of semiotic behavior in humans.”

TAL PAI, TAL FILHO? Jakob von Uexküll (1864–1944), médico psicossomático do XIX; Thure von Uexküll (1908–2004), seu continuador.

The contemporary period (as initiated by Copenhagen-Tartu school) include biologists Jesper Hoffmeyer, Kalevi Kull, Claus Emmeche, Terrence Deacon, semioticians Martin Krampen, Paul Cobley, philosophers Donald Favareau, John Deely, John Collier and complex systems scientists Howard H. Pattee, Michael Conrad, Luis M. Rocha, Cliff Joslyn and León Croizat.”

Donald Favareau, Essential Readings in Biosemiotics, 2010.

In 2021, the American philosopher Jason Josephson Storm has drawn on biosemiotics and empirical research on animal communication to propose hylosemiotics, a theory of ontology and communication that Storm believes could allow the humanities to move beyond the linguistic turn.”

Hoffmeyer, Jesper (ed.)(2008). A Legacy for Living Systems: Gregory Bateson as a Precursor to Biosemiotics. Berlin: Springer.

John Deely, Introducing Semiotics: Its History and Doctrine (1982).

J.D., Medieval Philosophy Redefined: The Development of Cenoscopic Science, AD354 to 1644 (From the Birth of Augustine to the Death of [João] Poinsot) (University of Scranton: 2010).

trad. português de um de seus livros: Semiótica Básica, trad. Julio Pinto e Julio Jeha [São Paulo, Brazil: Ática Editora].

The postmodern era has for its distinctive task in philosophy the exploration of a new path, no longer the ancient way of things nor the modern way of ideas, but the way of signs, whereby the peaks and valleys of ancient and modern thought alike can be surveyed and cultivated by a generation which has yet further peaks to climb and valleys to find.” Deely. Excessivamente otimista…

It appears that the methodology of biosemiotics has a clear resemblance with that of phenomenology, but with the important difference that several biosemiotic perspectives can be applied to all living organisms, rather than just to humans.” Lol. Estaríamos voltando a uma presunção de onisciência objetiva, ao, sem nem nos compreendermos a nós mesmos, já soltarmos afirmações sobre animais, plantas e microrganismos e como eles experienciam o mundo?

* * *

COMO SE O MUNDO, FARTO DE SI MESMO DEPOIS DE DUAS GUERRAS, CONSPIRASSE PARA ALIVIAR TENSÕES GENERALIZADAS, AJUDANDO FENÔMENOS COMO BABY BOOMERS E BEATNIKS ‘ALL ALIKE’: “Podemos añadir que, en 1943, en los laboratórios de la compañía farmacéutica Sandoz, de Basilea, el químico Albert Hofmann descubrió por casualidade una sustancia que producía vívidas alucinaciones en dosis infinitesimales. Su descubrimiento no atrajo mucha atención en aquella época, pero el producto se haría famoso más tarde bajo el nombre de LSD.”

López Ibor, Angustia vital, 1950.

El análisis existencial había sido considerado hasta entonces como un sistema teórico completamente abstracto. Con la publicación del caso de Ellen West, entró en el campo de la psiquiatría y psicopatología clínica.” “Binswanger comienza su análisis donde Janet había interrumpido el estudio de Nadia, [paciente com um problema psiquiátrico afim] es decir, éste es su intento de elucidar y reconstruir la evolución del Dasein de la paciente con su universo de experiencia subjetiva. En esa tarea se vio favorecido por la aptitud de E.W., persona de una formación esmerada, para expresarse en prosa y en verso.” Seriam pacientes estúpidos imunes à Daseinanalyse?

A los 9 meses rechazó la leche y siempre mostró dificultades en relación con la ingesta de comidas. Era una niña vivaz, con aspecto de muchacho, muy obstinada y ambiciosa y a la que gustaba la lectura. Desde su adolescencia había llevado un diario, escrito poesía y expresado una especie de entusiasmo panteísta por la vida y la naturaleza. Se sentía llamada a grandes logros, a conseguir fama imperecedera, y ansiaba el amor de un hombre perfecto. (…) A los 20 años comenzó a tener miedo de engordar, que gradualmente se convirtió en una obsesión que dominó toda la vida.” Comigo foi o contrário!

Vê-se, logo após, no relato de Binswanger, que esta foi mais uma das vítimas da pseudanálise, antes de consultar consigo.

Binswanger no se atrevió a mantenerla en la zona abierta de la institución debido a sus impulsos suicidas. Dos famosos psiquíatras llamados a consulta concordaron con él en que la paciente era incurable. El marido, informado de esta situación y del peligro, prefirió llevarla a casa. Inmediatamente cesaron los sufrimientos de la paciente. Alegremente, comió a satisfacción por 1ª vez en 13 años, leyó poesías, escribió unas cartas, e inmediatamente tomó un veneno y murió a la mañana siguiente.”

Desde el punto de vista de la temporalidad, E.W., que no había sido capaz de construir el tiempo, no tenía futuro, o más bien éste estaba reemplazado por el mundo etéreo de las fantasías, falto de raíces en su presente o su pasado. Tampoco tenía un pasado sobre el que construir sus acciones presentes o su futuro”

Szondi, Análisis del destino, 1945. “La Schicksalanalyse era un sistema teórico que ha sido mal comprendido en muchas ocasiones. Se puede definir como una síntesis de la genética psiquiátrica y del pseudoan.. El enfoque genético tuvo su origen en el estudio de las enfermedades mentales hereditarias. Partiendo de ellas (epilepsia, esquizofrenia y síndrome maníaco-depresivo), la escuela alemana llegó a la noción de <círculo hereditario> (Erbkreis). Él comprende no sólo las manifestaciones negativas (tipos específicos de psicosis y anomalías del carácter), sino también otras positivas (dones y talentos específicos), de modo que en una misma familia ciertos individuos pueden estar afectos de psicosis, otros favorecidos por un talento particular [yo] y otros mostrar, por último, rasgos específicos de carácter dentro de los límites de la normalidad. [yo de nuevo] Esto lleva a suponer que en cada círculo hered. hay un denominador común, que ha sido denominado factor raíz o radical biológico. Lo que Szondi denomina factores de impulso es un sistema de 8 radicales biológicos de ese tipo derivados de la investigación genético-psiquiátrica.” “inconsciente familiar” “elecciones vitales (elección del amor, la amistad, la profesión, la enfermedad e incluso la forma de morir), cuya suma constituye nuestro destino.” “el genotropismo, a saber, que la elección del amor está dirigida inconscientemente por semejanzas latentes en la fórmula genética.” “el operotropismo, es decir, la tendencia inconsciente de un individuo a elegir una ocupación para la cual los factores hereditarios positivos le confieren una superioridad.” E tudo isso antes mesmo da descoberta do DNA!

Se pusieron en duda sus hipótesis genéticas, en particular su sistema de los 8 factores agrupados en 4 vectores. Pero en realidad parece ser que, en la mente de Sz., este sistema es más bien un modelo ficticio, comparable a los resonadores diseñados por Helmholtz y con los que analizan los médicos los elementos constitutivos de un tono. La elección de los resonadores tiene que ser necesariamente arbitraria, pero ningún médico negará su utilidad para el análisis de un sonido.”

1945: Merleau-P., Fenomenologia da percepção

Para los franceses se hizo corriente el leer a F. en inglés, e incluso los alemanes jóvenes hablaban del ego, id y superego en lugar de utilizar los términos originales Ich, Es, ÜbeR[e]ICH.”

11. CONCLUSIÓN

El fracasado intento revolucionario de la Comuna de París de 1871 desencadenó una ola de sentimientos antidemocráticos. Dupréel ha demostrado que la teoría de Gustave Le Bon sobre la <psicología de las masas> era una expresión de esa tendencia, y a pesar de ello fue tomada como verdad científica indiscutible y utilizada como tal por muchos autores, incluyendo a Fraud.”

No es de extrañar que muchas de las ideas de Fraud y Jung sean semejantes a las enseñanzas de los viejos psiquíatras románticos. Janet, por el contrario, es en definitiva un representante póstumo de la Ilustración, al igual que en menor grado Adler. Bajo esta luz se pueden comprender las rivalidades existentes entre estos 4 autores y sus discípulos como olas retrasadas de las luchas de Ilustración y el romanticismo a finales del siglo XVIII y principios del XIX.” Excelente resumo. Doutor Fraude é um charlatão leitor de Goethe que usava sua habilidade de escritor e seu senso de fantasia e ficção para ‘hipnotizar’ (pun intended) as massas, involucrando seu ‘sistema’ com as idéias e modas do momento (daí que numa life span de 50 anos como autor pós-tempos como neurologista tenha fabricado um conteúdo tão versátil que, de década a década, contradizia inteiramente todos os ensinamentos futuros e pretéritos – em outros termos, a melhor refutação da pseudanálise é a própria obra fraudiana, elevada a uma pseudociência hagiográfica pelos psicólogos e psiquiatras facilmente enganados).

Ellenberger, porém, reduz todos os sistemas de psicoterapia existentes de uma forma tão extrema ao núcleo familiar de cada psicoterapeuta de destaque que, penso, ignorava as terríveis e desagradáveis implicações de sua exegese: toda terapia é discurso, e se o paciente é inteligente o bastante, não embarca em nenhuma. Enfim, como sempre, a ignorância é uma bênção. A neurose criadora de Ellenberger era pouco criativa e suicida!

Burton, The anatomy of melancholy, 1621.

A RAQUÍTICA REDUÇÃO DE TUDO À BIOGRAFIA (O que me leva a concluir: o melhor terapeuta é o historiador): “Según Phyllis Bottome, Adler padeció raquitismo en edad temprana, lo que explicaría sus teorías sobre la inferioridad orgánica, el complejo de inferioridad y la compensación. El propio Pavlov hizo un corto pero significativo relato de la neurosis cardíaca que sufrió tras ser operado en 1927, y parece ser que su interés por la psiquiatría fue grandemente estimulado por este acontecimiento.”

E não contente com invalidar qualquer pesquisa no campo, Ellenberger parte para uma engenhosa negação da negação logo a seguir: “Aunque Janet utilizó su propia experiencia de la psicastenia y Adler su experiencia personal de inferioridad orgánica, obtuvieron sus principales descubrimientos mediante la investigación clínica objetiva.”

Es lamentable que las enseñanzas de Puységur y los antiguos magnetizadores hayan estado tan completamente olvidados en las últimas décadas del siglo XIX, como demuestran los ejemplos de Ch. y Breuer.”

O FALSO DINAMISMO DO CÍRCULO: “Retrocedemos, por tanto, a la paradoja que fue el punto de partida de nuestra investigación, es decir, el hecho de que la psiquiatría dinámica sufrió una sucesión aparentemente incoherente de vicisitudes con fases de rechazo y resurgimiento, en contraste con el curso constante de evolución de las ciencias físicas.”

Tal punto de vista es extraño a la ciencia moderna; nadie podía imaginar a Pasteur, p.ej., declarando ser el único en decidir lo que era y lo que no era bacteriología, mientras que sería perfectamente normal que Heidegger afirmara que él era el único capaz de definir lo que era y lo que no era la filosofía heideggeriana.” Chega a ser tão óbvio que é engraçado!

Entre los fundadores de la moderna psiquiatría dinámica notamos que sólo uno, Janet, permaneció fiel a la tradición de la ciencia unificada. (…) Esperó que sus enseñanzas se integraran en la disciplina de la psicología, del mismo modo que Pasteur había esperado que sus descubrimientos se integraran en la medicina.”

Lista das obras grifadas em vermelho, em ordem alfabética, menos aquelas virtualmente impossíveis de encontrar hoje em dia (repete-se o negrito para as leituras consideradas prioritárias):

ABRAHAM, K., Dreams and Myths : A study in folk-Psychology

ADLER, Conocimiento de la naturaleza humana

____, Estudios sobre la inferioridad de los órganos

____, Salud y educación

AGASSIZ, Études sur les glaciers

ALEXANDER, Franz, The Western mind in transition : an eyewitness story

ANGELL, The Great Illusion, a Study of the Relation of Military Power in Nations to Their Economic and Social Advantage

AICHHORN, Wayward Youth

ASCH, East River

BABINSKI & FROMENT, Hysteropithiatisme en Neurologie de Guerre

BACHOFEN, O Matriarcado

BAEUMLER, Bachofen und Nietzsche

BADT-STRAUSS, Moses Mendelssohn, der Mensch und das Werk

BAKUNIN, Marxism, Freedom and the State, http://www.revoltlib.com/anarchism/marxism-freedom-and-the-state-some-class-bakunin-mikhail-1950/.

____, 5 mini-artigos: http://www.revoltlib.com/anarchism/recollections-on-marx-and-engels-marx-bakunin-mikhail-1869/, http://www.revoltlib.com/anarchism/red-association-emancipation-work-bakunin-mikhail-1870/, http://www.revoltlib.com/anarchism/god-or-labor-two-camps-idea-of-god-moral-bakunin-mikhail-1947/, http://www.revoltlib.com/anarchism/integral-education-i-masses-power-bakunin-mikhail-1869/, http://www.revoltlib.com/anarchism/organization-of-the-international-policy-bakunin-mikhail-1869/.

BALDWIN, Mental Development in the Child and the Race

BARTH, The Epistle to the Romans

____, Dogmática Eclesiástica [inacabada]

BEAUMARCHAIS, Le Barbier de Séville

BEBEL, A., Women Under Socialism, https://archive.org/details/WomanUnderSocialism.

BECCARIA, Dei Delitti e dele Pene

BENEDETTI, Psychotherapie als existentielle Herausforderung

BENEDIKT, M., Memories

____, Seelenkunde des Menschen als reine Erfahrungswissenschaft

BENNETT, The Mesmeric Mania of 1851, with a Physiological Explanation of the Phenomena Produced

BERGASSE, Considérations sur le magnétisme animal, ou, Sur la théorie du monde et des êtres organisés après les principes de M. Mesmer, avec des pensées sur le Mouvement par M. le Marquis de Chatellux, de l’Académie Françoise

BERGSON, Las dos fuentes de la moral y de la religión

____, Ensayo sobre los datos inmediatos de la conciencia

____, L’Évolution créatrice

BERNHEIM, Hypnotisme, suggestion, psychothérapie, Études nouvelles

BERTHELOT, Les Origines de l’alchemie

BERTRAND, Du magnétisme animal en France et des jugements qu’en ont porté les sociétés savantes, (Suivi de) Considérations sur l’apparition de l’extase dans les traitements magnétiques

____, Lettres sur la physique

BINSWANGER, Caso Ellen West

____, Formas básicas y conocimiento de la existencia humana

BIRCHER-BENNER, The Essential Nature and Organisation of Food Energy, https://archive.org/details/b29807232/page/n5/mode/2up

BJERRE, Psychosynthese

BLEULER, Historia natural del alma

____, Die Psychoide, das Prinzip der organischen Entwicklung

BÖLSCHE, Vida amorosa en la naturaleza

BOTTOME, Alfred Adler: Apostle of Freedom

____, Against Whom?

BOUGAINVILLE, Voyage autour du monde

BOURGET, P., The Glamour of Italy

____, Mensonges

BRAID, Neurypnology, or the Rationale of Nervous Sleep

BRAMWELL, Hypnotic and Post-hypnotic Appreciation of Time: Secondary and Multiplex Personalities

BRENTANO, Philosophical Investigations on Space, Time and Phenomena

BRIEUX, Les avariés

BRIQUET, Traité de l’hystérie

BRUNSCHWIG, La Crise de l’état prussien à la fin du XVIIIe siècle et la genèse de la mentalité romantique

BUBER, Yo y tu

BÜCHNER, L., Kraft und Stoff [Força e matéria]

____, Man in the Past, Present and Future [ah, esses polímatas!…]

BULLOCK, Austria, 1918-1938: A Study in Failure

BURCKHARDT, J., A Cultura do Renascimento na Itália

BURTON, The anatomy of melancholy

CARTER, The Idea of Decadence in French Literature, 1830-1900

CARUS, Psyche

CASSIRER, The Philosophy of Enlightenment

CASTIGLIONE, The Book of the Courtier

CHAMPOLLION, Précis du système hiéroglyphique des anciens Égyptiens, ou recherches sur les éléments premiers de cette écriture sacrée, sur leurs diverses combinaisons, et sur les rapports de ce systéme avec les autres méthodes graphiques égytpiennes

CHARCOT, Clínica de las enfermedades del sistema nervioso

CHEVREUL, De la baguette divinatoire, du pendule dit explorateur et des tables tournantes, au point de vue de l’histoire, de la critique et de la méthode expérimentale

CHOISY, Love in the Prisons

CHUGERMAN, Lester F. Ward, The American Aristotle

CLAPARÈDE, L’association des idées

____, Psychologie de l’enfant et pédagogie expérimentale

CLARETIE, Histoire de la révolution de 1870-1871, 5 vols.

____, Les Mirabeau

COLSENET, Études sur la vie inconsciente de l’espirt

CONDORCET, Esquisse d’un tableau historique des progres de l’esprit humain

COUÉ, Self-Mastery Through Conscious Autosuggestion, https://archive.org/details/selfmasterythro00amergoog/page/n4/mode/2up?view=theater

GRACÍAN, The Art of Wordly Wisdom

CREUZER, Symbolik und Mythologie der alten Völker, besonders der Griechen

DALLEMAGNE, Dégénérés et déséquilibrés

DAUDET, Léon, L’Avant-Guerre

____, Les Morticoles

____, Safo

DARWIN, F., (ed.) Charles Darwin, Life and Letters (3 volumes)

DAVIS, A.J., The Magic Staff

DE LIGORIO, Oeuvres, IX

DE ROCHAS, Les Vies successives. Documents pour l’étude de cette question

DE SANCTIS, I sogni. Studi psicologici e clinici di un alienista

DEBREYNE, Moechialogie. Traité sur les péché contre le sixième et le neuvième commandements du Décalogue

____, Pensées d’un croyant catholique

DÉJERINE, L’héredité dans les maladies du système nerveux

DELAY, Les Dissolutions de la mémoire, Preface by Pierre Janet

DELEUZE, Histoire critique du magnétisme animal

DEONNA, De la planète Mars en Terre Sainte

DESFONTAINES, Le nouveau Gulliver, ou Voyages de Jean Gulliver, fils du capitaine Lemuel Gulliver, 2vols.

DESSOIR, Das Doppel-Ich

DEWITT, Epicurus and His Philosophy

DOTTRENS, The New Education in Austria

DU PREL, Justinus Kerner und die Seherin von Prevorst

____, Der Kampf ums Dasein am Himme, republicado como Entwickelungsgeschichte des Weltalls

____, Oneirokritikon. Der Traum vom Standpunkt des transcendentalen Idealismus

DUBOIS, P., Psychic Treatment of Nervous Disorders

DUJARDIN, Interior Monologue

DUMAS, G., ‘Comment on gouverne les rêves’

DUNBAR, Psychoshomatic Diagnosis

DUPOND, La Cure des psychonévroses par la méthode du Dr. Vittoz (tese)

DUPRÉEL, Esquisse d’une philosophie des valeurs

EDELSTEIN, E. & EDELSTEIN, L. Asclepius: Collection and Interpretation of the Testimonies

EHRLICH, P., Histology of the Blood, Normal and Pathological (c/ Adolf Lazarus) https://www.gutenberg.org/ebooks/author/34208, quem descobriu a cura para a sífilis.

ELIADE, Techniques du Yoga

____, Yoga, Essai sur les origines de la mystique indienne

ELKIN, Aboriginal Men of High Degree

ÉSQUILO, la Orestíada

EXNER, S., Entwurf zu einer physiologischen Erklärung der psychischen Erscheinungen

EY, Schizophrénie: études cliniques et psychopathologiques

FABRE D’OLIVET, Music Explained as Science and as Art and Considered in its Analog Relationship with Religious Mysteries, Ancient Mythology and the History of the Earth, https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k65505h.pdf

____, Notions sur le sens de l’ouïe en général, et en particulier sur la guérison de Rodolphe Grivel, sourd-muet de naissance en une série de lettres écrites par Fabre d’Olivet, https://www.biusante.parisdescartes.fr/histoire/medica/resultats/index.php?do=chapitre&cote=49724

FALRET, Mémoire sur la folie circulaire, forme de la maladie mentale caractérisée par la reproduction successive et régulière de l’état maniaque, de l’état mélancolique, et d’un intervalle lucide plus ou moins prolongé (artigo em https://www.biusante.parisdescartes.fr/histoire/medica/resultats/index.php?do=page&cote=epo0306&p=1)

FARIA, De la cause du sommeil lucide, ou Étude de la nature de l’homme

FAVAREAU, Essential Readings in Biosemiotics

FECHNER, In Sachen der Psychophysik, https://archive.org/details/insachenderpsyc00fechgoog

____, Nanna, o el alma de las plantas

____, On Life After Death, https://archive.org/details/onlifeafterdeath00fechuoft

____, Repertorium der Experimentalphysik, 3 vols., https://archive.org/details/repertoriumdere04fechgoog, https://archive.org/details/repertoriumdere03fechgoog, https://archive.org/details/repertoriumdere00fechgoog.

____, Revision der hauptpuncte der psychophysik, https://archive.org/details/revisionderhaup01fechgoog

____, La visión de día en contraste con la visión de noche

____, Zend-Avesta

FEUERBACH, Aktennässige Darstellung merkwürdiger Verbrechen, 2 vols.

FLAUBERT, Salambó

FLOURNOY, Esprits et médiums

____, Des Indes à la planète Mars

FOREL, Ants and Some Other Insects: An Inquiry into the Psychic Powers of these Animals, https://archive.org/details/antssomeotherins00fore

____, Hypnotism; or, Suggestion and Psychotherapy: A Study of the Psychological, Psycho-physiological and Therapeutic Aspects of Hypnotism, https://archive.org/details/hypnotismorsugge00foreiala/page/n5/mode/2up?view=theater

FRANZ, Persons One and Three. A Study in Multiple Personalities

FRIEDLÄNDER, Platon: Seinswahrheit und Lebenswirklichkeit

FROMM, Escape from Freedom

FUCHS, Geistige Strömungen in Österreich

GALENO, On the Passions and Errors of the Soul, traduzido por Harkins, prefácio de Walther Riese

GANZ, Madelaine, The Psychology Of Alfred Adler: and the Development of the Child

GAULTIER, Le Génie de Flaubert

GEORGE, S., Das neue Reich

GMELIN, Materialen für die Anthropologie

GOBINEAU, Essai sur l’inégalité des races humaines, 4 vols.

GOCLENIUS, Isagoge in peripateticorum et scholasticorum primam philosopiam, quae dici consuevit metaphysica

GORDON, Forgotten Scripts: How they were deciphered and their impact on contemporary culture

GRASSET, J., The marvels beyond science: (L’occultisme hier et aujourd’hui; le merveilleux préscientifique): being a record of progress made in the reduction of occult phenomena to a scientific basis, https://archive.org/details/marvelsbeyondsci00gras/page/n5/mode/2up

GRAY, A., Darwiniana: Essays and Reviews Pertaining to Darwinism, https://archive.org/details/darwinianaessay03graygoog

GRIESINGER, Pathologie und Therapie der psychischen Krankheiten, o fundador da psiquiatria universitária

GRILLPARZER, Libussa

____, Sappho

GRIMM, Correspondance littéraire, philosophique et critique adressée à un souverain d’Allemagne, 5 vols., por el barón de Grimm y por Diderot

GROTEFEND, Neue Beiträge zur Erläuterung der persepolitanischen Keilschrift

GUIGNARD, Un Poète romantique allemand, Clemens Brentano

HÄBERLIN, Antropologia filosófica

HAECKEL, The History of Creation, https://web.archive.org/web/20121022155413/http://www.geology.19thcenturyscience.org/books/1876-Haeckel-HistCrea/Vol-I/htm/doc.html

____, The Riddle of the Universe

____, The Wonders of Life [fundamental para entender a ciência alemã protonazista], https://archive.org/details/in.ernet.dli.2015.22567

HARLEY, Native African Medicine

HAUPTMANN, The Rats

HAWTHORNE, La letra escarlata

HEINROTH, Lehrbuch der Seelengesundheitskunde, https://archive.org/details/bub_gb_9EQ-AAAAYAAJ

HELMHOLTZ, ‘On the Limits of the Optical Capacity of the Microscope’

____, On the Sensations of Tone as a Physiological Basis for the Theory of Music

HENRY, V., Le Langage martien. Étude analytique de la genèse d’une langue dans un cas de glossolalie somnambulique

HERBART, A Text-book in Psychology, https://archive.org/details/atextbookinpsyc01herbgoog

HERBERT MEAD, Mind, Self and Society

HERTZKA, Freiland, ein soziales Zukunftsbild[

HERVEY DE SAINT-DENYS (Conde de), Les Rêves et les moyens de les diriger; Observations pratiques.

HERZL, O Estado judeu

HESSE, Demian

____, ‘A Glimpse into Chaos’

____, Journey to the East; Magister Ludi (saga)

____, Schön ist die Jugend

____, Der Steppenwolf

HIMMELFARB, Darwin and the Darwinian Revolution

HIRN, Origins of Art

HOFFMAN, Los elixires del diablo

HOFMANN, A., LSD – My Problem Child, https://maps.org/images/pdf/books/lsdmyproblemchild.pdf

HÜMPFNER, Clemens Brentanos Glaubwürdigkeit in seinen Emmerich-Aufzeichnungen

HUYSMANS, La Bièvre et Saint-Séverin

IBOR, Angustia vital

IBSEN, La dama del mar [The Lady from the Sea, tradução da filha de Marx]

____, Los fantasmas

____, Rosmersholm

IDELER, C.L., Die Zeitrechnung der Chinesen

IDELER, K.W., Religious insanity, description of patient stories. A contribution to the history of religious confusion of the present

JALOUX, Les profondeurs de la mer

JAMES, W., The energies of man

____, Pragmatism

____, Principios de psicología

____, Las variedades de la experiencia religiosa

JANET, Pierre, L’amour et la heine

____, Automatisme Psychologique

____, Bacon y los alquimistas (tese de doutorado)

____, L’Évolution psychologique de la personnalité

____, ‘L’Insomnie par idée fixe subconsciente’

____, La inteligencia antes del lenguaje

____, Les Névroses

____, Névroses et idées fixes

____, Las obsesiones y la psicastenia

JANET, Paul, Notes et souvenirs

JUNG, Aion

____, Metamorfoses e símbolos da libido

____, Psicologia Analítica

____, ‘Psicología de los rumores

____, Resposta a Jó

____, Sobre la psicopatología de los fenómenos denominados ocultos

____, Os tipos psicológicos [resumo mais completo do junguismo]

JUNG-STILLING, Theobald oder die Schwärmer

KAAN, Psychopathia sexualis

KANN, The Multinational Empire, 2 vols.

KARMA LINGPA, The Tibetan Book of the Dead

KERENYI, Bachofen und die Zukunft des Humanismus. Mit einem Intermezzo über Nietzsche und Ariadne

____, Die Mythologie der Griechen (The Mythology of the Greeks), 2 vols.

KERENYI & JUNG, Einführung in das Wesen der Mythologie

KERNER, Kleksographien

KIRCHHOFF, A., Das Gotische Runenalphabet

KRAFFT-EBING, Psychopathia Sexualis

KRAUS, Anti-Freud: Karl Kraus’ Criticism of Psychoanalysis and Psychiatry

____, The End of the World Through Black Magic

____, The Insurmountables

____, The Kraus Project: Essays by Karl Kraus

____, The Last Days of Mankind

____, The Third Walpurgis Night

KROPOTKIN, Memoirs of a Revolutionist

____, Mut https://gutenberg.org/ebooks/4341 ual Aid: A Factor of Evolution, https://gutenberg.org/ebooks/4341

KSENOFONTOV, Schamanen-Geschichten aus Sibirien, traducido al alemán y editado por Adolf Friedrich y Georg Buddrus.

LA PIERE, The Freudian Ethic

LA TOURETTE, Tratado sobre a histeria

LAFITAU, Moeurs des Sauvages Amériquains, Comparées aux Moeurs des Premiers Temps, 2 vols.

LAPLACE, Exposition du système du monde

LAVOISIER, Elementary Treatise of Chemistry (Elements of Chemistry, in a New Systematic Order, Containing All the Modern Discoveries (Edinburgh: William Creech, 1790; New York: Dover, 1965) translation by Robert Kerr of Traité élémentaire de chimie. ISBN 978-0-486-64624-4 (Dover).)

LEFEBVRE, H., (paciente curada) Un Sauveur, le Docteur Vittoz

LEIBBRAND, Romantische Medizin

LELY, Vie du marquis de Sade, 2 vols.

LESSING, Nathan o Sábio

LIÉBAULT, Confessions d’un médecin hypnotiseur

LITTRÉ, E., Conservation, révolution et positivisme

LOMBROSO, The Man of Genius

LOWELL, Occult Japan, or the Way of the Gods

LUCRETIUS, De rerum natura

MANN, Doktor Faustus

MAGNAN, V., Des anomalies, des aberrations et des perversions sexuelles

MASON, Rilke, Europe and the English-speaking World

MAUPASSANT, Pierre et Jean

MAURY, Sueño y sueños

MAXWELL, Theory of Heat

MEIGE, Les Possédées noires

MELLOR, La Torture, son histoire, son abolition, sa réapparition au XXe siècle

MESMER, Mémoire sur la découverte du magnétisme animal

____, Précis historique

METCHNIKOFF, E., Études sur la nature humaine : essai de philosophie optimiste, https://archive.org/details/etudessurlanatu00metc

____, The prolongation of life; optimistic studies, https://archive.org/details/prolongationofli00metciala/page/n5/mode/2up

MEYER, A., The Collected Papers

MEYNERT, Vom Gehirne der Säugethiere

____, Psychiatrie. Klinik der Erkrankungen des Vorderhirns, begründet auf dessen Bau, Leistungen und Ernährung [professor de neuro-anatomia e neuro-patologia de Fraud]

MIALLE, Exposé par ordre alphabetique des cures opérées en France par le magnétisme animal, depuis Mesmer jusqu’à nos jours, II

MICHAUD, Autour d’Emerson

MICHEL-WOLFROMM, Gynecologie psychosomatique

MICHELET, La Bible de l’Humanité

____, Nossos filhos

MINKOWSKI, La Schizophrénie

____, Tiempo experimentado

MOLESCHOTT, Der Kreislauf des Lebens

MOLET, La Conception malgache du monde, du surnaturel et de l’homme en Imerina, 2 vols.

MOLL, A., Christian Science, Medicine, and Occultism

____, Les perversions l’instinct génital : Étude sur l’inversion sexuelle basée sur des documents officiels

____, Das Sexualleben des Kindes

MONTAGUE, The Natural Superiority of Women

MONTESSORI, The Montessori Method: Scientific Pedagogy as Applied to Child Education in the Children’s Houses, https://archive.org/details/montessorimethod00montuoft

MOONEY, The Ghost Dance Religion and the Stoux Outbreak of 1890

MORAND, P., Fin de siècle

____, Tendres Stocks

MOREL, Études cliniques

MOREAU, Des aberrations du sens génésique

MOREAU DE TOURS, Du Hachisch et de l’aliénation mentale

MUNTHE, La historia de San Michele

MURATORI, Sobre el poder de la imaginación humana

MURCHISON, A History of Psychology in Autobiography

MURPHY, G., Challenge of Psychical Research: A Primer of Parapsychology, https://archive.org/details/challengeofpsych002654mbp/page/n5/mode/2up?view=theater

____, Human Potentialities

____, In the Minds of Men: The Study of Human Behavior and Social Tensions in India https://archive.org/details/inthemindsofment027503mbp/page/n5/mode/2up?view=theater

MYERS, Personalidad humana

____, Phantasms of the Living, 2 vols.

MYSS, Creation of health

NADEAU, Histoire du surréalisme, 2 vols.

NECHAYEV, Catecismo revolucionario, manifesto de 6 páginas, fácil de baixar.

NEHRU, J., Glimpses of World History

NORDAU, Degeneración

ÖSTERREICH, Die besessenheit (Traducción inglesa, Possession, Demoniacal and Other Among Primitive Races, in Antiquity, the Middle Ages, and Modern Times)

____, Phänomenologie des Ich

OTTO, Rudolf, La idea de lo santo

PARACELSUS, Paracelsus (Theophrastus Bombastus von Hohenheim, 1494–1541). Essential Theoretical Writings

PASDERMADJIAN, Histoire de l’Arménie depuis les Origines jusqu’au Traité de Lausanne

PASTEUR, Studies on Beer

PAUSANIAS, Description of Greece, IV

PAYNE, Zero. The Story of Terrorism

PEYER, Asthma sexuale

PEARY, North Pole diary

PERT & MARRIOTT, Everything You Need to Know to Feel Go(o)d

PFISTER, Christianity and Fear

PIAGET, Le Langage et la pensée chez l’enfant

PIRANDELLO, Si Gira, Quaderni di Serafino Gubbio (Shoot!, The Notebooks of Sarafino Gubbio, Cinematograph Operator)

PLAYNE, The Neuroses of the Nations

PODMORE, Modern Spiritualism. A History and a Criticism, 2 vols.

POPPER-LYNKEYS, The Ethical and Cultural Meaning of Technological Progress

PRAZ, The Romantic Agony

PRÉVOST, Jardim Secreto

____, O outono de uma mulher

PRINCE, M., La disociación de una personalidad

____, The Psychology of the Kaiser: A Study of his Sentiments and his Obsessions, https://archive.org/details/psychologyofkais1915prin

____, The Unconscious

Prince, W.F., The Case of Patience Worth. A Critical Study of Certain Unusual Phenomena

PUYSÉGUR, Les Fous, les insensés, les maniaques et les frénétiques ne seraient-ils que des somnanbules désordonnés?

QUIMBY, The Complete Writings, 3 vols.

RABAUD, ‘L’Interdépendance générale des organismes’, Revue Philosophique, 59, n. 2 (1934), pp. 171-209

RAY, How Never to Be Tired

REGNARD, Les Maladies épidémiques de l’esprit

REICKE, Malwida von Meysenbug

RENAN, E., Averroës et l’Averroïsme

____, Le Bouddhisme

____, Drames philosophiques

wiki: “They show the attitude towards uncultured Socialism of a philosopher liberal by conviction, by temperament an aristocrat. We learn in them how Caliban (democracy), the mindless brute, educated to his own responsibility, makes after all an adequate ruler; how Prospero (the aristocratic principle or the mind) accepts his dethronement for the sake of greater liberty in the intellectual world, since Caliban proves an effective policeman and leaves his superiors a free hand in the laboratory”

____, The Future of Science/L’Avenir de la Science

____, Histoire Générale et Systèmes Comparés des Langues Sémitiques

____, History of the People of Israel/Histoire du peuple d’Israël [antiga] (em 5 volumes)

____, Origins of Christianity (7 vols., 2 póstumos, mas ler sobretudo o 4º, Antichrist/L’antéchriste, 1873(6?), quase empatando com Nie.!), https://archive.org/details/bub_gb_R6qpV-l8zH0C ou https://archive.org/details/bub_gb_VHniKE1ME8wC

____, Vie de Jésus, seu livro mais polêmico – e em verdade é o 1º volume do livro acima citado, porém é muito mais vendido em separado. Versões em 3 línguas: https://www.gutenberg.org/ebooks/author/4527.

wiki: “Renan’s works were read and appreciated by many of the leading literary figures of the time, including James Joyce, Marcel Proust, Matthew Arnold, Edith Wharton, and Charles Augustin Sainte-Beuve. One of his greatest admirers was Manuel González Prada in Peru who took the Life of Jesus as a basis for his anticlericalism.”

RESTIF DE LA BRETONNE, Monsieur Nicolas

RIBOT, As doenças da memória

____, Les Maladies de la personnalité (última edição 2001)

____, Problèmes de psychologie affective, https://archive.org/details/problmesdepsyc00ribouoft

____, La psycholgie allemande contemporaire: (École expérimentale), https://archive.org/details/lapsycholgieall00ribogoog

____, La Psychologie des sentiments

RICHET, Our Sixth Sense

RILKE, The Book of Hours

RITSCHL, The Christian Doctrine of Justification and Reconciliation, https://archive.org/details/christiandoctri00ritsgoog

ROBIDA, Le Vingtième Siècle. La vie électrique, https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k101948n

ROBIN, A., (org.) Traité de Thérapeutique

ROHDE, Afterphilologie

RORSCHACH, Psychodiagnostik Methodik und Ergebnisse eines wahrnehmungsdiagnostischen Experiments (Deutenlassen von Zufallsformen)

ROSKOFF, Geschichte des Teufels

ROUSSEAU, Confissões

SAL Y ROSAS, El mito del jani o susto de la medicina indigena del Peru

SANTAYANA, The Sense of Beauty

SARNO, The Divided Mind

SCHELER, The Human Place in the Cosmos

SCHELLING, Ideen zu einer Philosophie der Natur

SCHERNER, The Life of The Dream

SCHIAPARELLI, G.V., La vita sul pianeta Marte (Life on Mars)

____, Sulla distribuzione apparente delle stelle visibili ad occhio nudo, https://gutenberg.beic.it/view/action/nmets.do?DOCCHOICE=12383389.xml&dvs=1672862904812~217&locale=pt_BR&search_terms=&show_metadata=true&adjacency=&VIEWER_URL=/view/action/nmets.do?&DELIVERY_RULE_ID=7&divType=

SCHLEGEL, Lucinde

SCHNITZLER, Anatol

____, El espíritu en el trabajo y en la acción

____, Frau Beate

____, Huida en las Tinieblas

____, Paracelsus

SCHRENCK-NOTZING, Phenomena of Materialisation

SEBEOK, Zoosemiotics

SÉBILLOT, El folklore de Francia

SÉGLAS, Leçons cliniques sur les maladies mentales et nerveuses (Salpêtrière, 1887–94)

SEMMELWEIS, Semmelweis‘s Gesammelte Werke Herausgegeben und zum Theil aus dem Ungarischen Übersetzt

SHUTE, Flaws in the Theory of Evolution

SIDIS, Philistine and Genius, https://en.wikisource.org/wiki/Philistine_and_Genius

____, The Foundations of Normal and Abnormal Psychology, https://en.wikisource.org/wiki/The_Foundations_of_Normal_and_Abnormal_Psychology

____, The Source and Aim of Human Progress: A Study in Social Psychology and Social Pathology, https://en.wikisource.org/wiki/The_Source_and_Aim_of_Human_Progress

SIGERIST, A History of Medicine, I

SILBERER, Probleme der Mystik und ihrer Symbolik

SOREL, Réflexions sur la violence

SPENCER, Essays: Scientific, Political, and Speculative, Vol I: The Development Hypothesis, “Progress: Its Law and Cause, The Factors of Organic Evolution and others

SPITTELER, Imago

STEINER, R., Fundamentals of Therapy: An Extension of the Art of Healing Through Spiritual Knowledge, https://rsarchive.org/Books/GA027/English/RSP1983/GA027_index.html

____, Theosophy: An Introduction to the Spiritual Processes in Human Life and in the Cosmos, https://rsarchive.org/Books/GA009/

STEINTHAL, Philologie, Geschichte und Psychologie in ihren gegenseitigen Beziehungen

SZONDI, Análisis del destino

TESTE, Comment on devient homoeopathe, https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=mdp.39015010568577&view=1up&seq=9

THIPGEN & CLECKLEY, The Three Faces of Eve

THOURET, Recherches et doutes sur le magnétisme animal

TOYNBEE & ASHTON-GWATKIN, The World in March, 1939

TOKARSKY, Fear of Death

TURKISH GOVERNMENT, The Memoirs of Naim Bey. Turkish Official Documents Relating to the Deportations and Massacres of Armenians

VAIHINGER, La Filosofía del como si

VALÉRY, Regards sur le monde actuel

VAN EEDEN, The Bride of dreams

VAN GEHUCHTEN, L’Anatomie du système nerveux de l’homme (crítico de F.)

VILLIERS DE L’ISLE-ADAM, L’Eve future

VINCHON, Mesmer et son secret

VISHNITZER, trad./ed., The Memoirs of Ber of Bolechow (1723-1805)

VOLKELT, Phänomenologie und Metaphysik der Zeit

VON BERNHARDI, Alemania y la guerra próxima

VON GEBSATTEL, E., Handbuch der Neurosenlehre und Psychotherapie

VON HUMBOLDT, W., On Schiller and the Path of Spiritual Development

VON MEYSENBUG, M., Memoiren einer Idealistin

VON SCHUBERT, Populäre Astronomie

VON WEIZSÄCKER, Pathosophie

WAGENVOORT, Roman dynamism: studies in ancient Roman thought, language and custom

WATTS, Life and Work of Kerner

WEDEKIND, F.

wiki:In the English-speaking world, before 2006 Wedekind was best known for the Lulu cycle, a 2-play series—Erdgeist (Earth Spirit, 1895) and Die Büchse der Pandora (Pandora’s Box, 1904)

WEININGER, Sexo e caráter

WEIR MITCHELL, Rest in the Treatment of Nervous Disease, https://corescholar.libraries.wright.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1006&context=special_books

WEISS & ENGLISH, Psychosomatic Medicine

WERNICKE, Lehrbuch der Gehirnkrankheiten : für Aerzte und Studirende

WESTPHAL, K.F.O., Contrary sexual instinct: Symptom of a neuropathic (psychopathic) Condition, 1a descrição médica da homossexualidade.

WETTLEY, August Forel

WILDGANS, Dies Irae

WILHELM, R., I Ching, http://www2.unipr.it/~deyoung/I_Ching_Wilhelm_Translation.html

____, Secret of the Golden Flower

WINKELMANN, Forschungen zur deutschen Geschichte

WOLFGANG, Hörbiger. Ein Schicksal

WUNDT, Elemente der Völkerpsychologie

____, Gustav Theodor Fechner. Rede zur Feir seines hundertjährigen Geburtsages

ZERMAN, The Break-up of the Hapsburg Empire, 1914-18

ZIEHEN, G.T., Concerning the overall relations between the brain and soul

ZOLA, La joie de vivre

ZOZIMOS OF PANOPOLIS, The Book of the Keys of the Work (Kitāb Mafātī aan’a)

____, The Book of Pictures (Muṣḥaf auwar)

Bônus (autores e leituras relacionados com as sugestões acima): (ESPECIALIZAR-ME NA GÊNESE DO FASCISMO ANTES DE MORRER, COMO MONOTEMA DE PESQUISA)

Deely, John, Introducing Semiotics: Its History and Doctrine (1982).

____, Medieval Philosophy Redefined: The Development of Cenoscopic Science, AD354 to 1644 (From the Birth of Augustine to the Death of [João] Poinsot) (University of Scranton: 2010).

____, Semiótica Básica, trad. Julio Pinto e Julio Jeha [São Paulo, Brazil: Ática Editora]

Gasman, Daniel (1971). The Scientific Origins of National Socialism: Social Darwinism in Ernst Haeckel and the German Monist League.

Hoffmeyer, Jesper (ed.)(2008). A Legacy for Living Systems: Gregory Bateson as a Precursor to Biosemiotics.

Hugh Robert (1923). The Life of Sir Ernest Shackleton, https://archive.org/details/lifeofsirernests00milluoft

Kelly, Alfred (1981). The Descent of Darwin: The Popularization of Darwinism in Germany, 1860–1914.

Mikhelson O.K., From the History of Russian Religious Studies: At the Origins of Scientific Psychology of Religion in Russia (Late Nineteenth-Twentieth Centuries) // State, Religion, Church in Russia and Abroad. 2018.

Weikart, Richard (2004). From Darwin to Hitler.

FRAU LOU: NIETZSCHE’S WAYWARD DISCIPLE: A HISTÓRIA DE UMA FALSIFICADORA INATA – Rudolph Binion, 1968.

FOREWORD (Walter Kaufmann)

Was Lou really that important?”

The bulk of this volume is not out of proportion to the importance of its subject, for Frau Lou is more significant than Lou’s own books. In the case of most biographies the opposite may be taken for granted, but in this case the author’s reach exceeds the woman whose biography he offers us—in two ways.

First: not only does he deal with Nietzsche, Rilke, and Freud; we also encounter an amazing array of other German and Austrian writers and scholars. It is scarcely an exaggeration to say that Lou’s friendships approximate a Who Was Who of Central European intellectual life during the half-century between 1880 and 1930.”

The whole literature on Lou’s troubled relationship to Nietzsche and Paul Rée is dated by Frau Lou.” “Lou, like Nietzsche’s sister, falsified the story. That the sister’s account was mendacious has been known for a long time, but everyone who discussed this episode without relying on the sister has invariably relied on Lou. Thus Binion makes a major contribution to the study of Nietzsche’s life and character.”

In the last chapter we see the old Lou writing her memoirs, rewriting her life once more, fashioning a final version of events that she could not face as they had actually happened. Then we still get an account of the author’s source materials and the obstacles he faced when he visited her archives. It would be a rank abuse of his hospitality to tell this story in the Foreword, but it provides the perfect link between those last years in which Lou tried to forge her myth and this book in which the myth is finally exposed. Only after having read those pages can one fully appreciate Rudolph Binion’s immense accomplishment.”

KEY TO THE REFERENCE MATTER

Dates are written the day first, then the month in Roman, then the year, thus: 7 VII 1897. Lou’s diary entries are cited by their dates preceded by a D, thus: D 7 VII 1897. The formula for a letter, whether published or unpublished, is addresseraddressee, date, thus: LouFreud, 27 IX 1912. Correspondents’ surnames or full names are used except in Lou’s and the following cases: B-H (Richard Beer-Hofmann); CG (Clara Gelzer); Clara (Clara Westhoff Rilke); EK (Ellen Key); Emma (Emma Wilm Flörke); FN (Friedrich Nietzsche); Frieda (Frieda von Bülow); Hanna (Hanna Bormann); Helene (Helene Klots Klingenberg); HVH (Hugo von Hofmannsthal); Ida O (Ida Overbeck); Lisbeth (Elisabeth Nietzsche, later Förster-Nietzsche); MVM (Malwida von Meysenbug); O (Franz Overbeck); RMR (Rainer Maria Rilke). An asterisk signifies an oral source, thus: *Franz Schoenberner.”

PREFACE

Frau Lou is a psychoanalytic study of a near-mad near-genius of a woman.”

Translating Lou was troublesome, for as she grew older her style carried the weight of her arguments more and more. Academic at first—even in her fiction—it acquired sonorous modulation and intricate articulation in her middle years. Then it went the way of compact allusiveness, as if aiming to compress all of Creation into a single, pious syllable. Tractable as is German diction, Lou strained it baroquely in the end. This compelled me to strain English even harder in order to convey her message intact. I moreover found best reason to quote her at her worst, for then her latent texts were most legible—especially when she was either solecistic or silly, which she rarely was.”

P A R T O N E . C H I L D H O O D

I. FATHER AND FATHER-GOD

Psicanalistas deviam ser proibidos de escrever biografias: “Litde Lelia was wretched amidst plenty as only a human being can be. Her trouble was psychic growing pains which fortunately can, and unfortunately must, be traced to their crude source. This was a craving for her father excited by excretion and attended by darkling visions of reentering his bowel-womb to repossess his penis.”

Mas essa bisonhice na escolha e interpretação dos temas não é o pior: estilo críptico e pouco pertinente para esse tipo de livro. Prosa poética de mau gosto. Quem entender se o que Binion descreve às páginas 6 e 7 são apenas eventos normais de infância ou cenas de estupro ganha uma balinha. Ex: “yet she was pleased to feel tiny and helpless over against him.”; “and if his strokes now felt punitive rather than voluptuous, she now had a father-god only too willing to commiserate over the sore spot.”

P. 8: “In drawing on actual people for her personages, she was opening up her ‘second world’ to the first. Yet beneath the surface, her personages were still mostly herself and her father, their fates still determined by her old father-romance.” Ainda não entendi uma linha da vida dessa garota…

Probably rarely has a girl had everything so much her own way, averred her mother.”

Autistic as ever, ‘awkward’ and ‘shy’ to boot, Lelia kept to herself throughout adolescence.” “Her one confidante her own age was her cousin Emma, who would daydream with her about true love.” “Lelia’s only other intimate was an uncannily clever and charming maiden aunt named Caro, who won her heart by treating her as the special girl she knew herself to be.”

ALICE ÀS AVESSAS: “Lelia ‘learned nothing’ at her gymnasium, the German Lutheran Petrischule, where at 16 she still wrote like a whimsical child of 10.”

II. GOD’S VICAR, GILLOT

Constructions like Gillot’s were rife since Herder and Hegel had made history progressional and Bauer and Strauss had made Jesus historical.” Se isso foi 11:59, ainda estamos na meia-noite em ponto!

Early in 1880 she went abroad with her mother to convalesce from nervous exhaustion.”

III. AFTER GILLOT

(…)

Ilegível!!!

P A R T T W O . Y O U T H

I. THE UNHOLY TRINITY

Parece que ela foi “aluna especial” ou “ouvinte” na universidade de Zurich porque não pôde se qualificar ao bacharelado.

Paul Rée, a Schopenhauer adept in his student days, took a doctorate at Halle in 1875 with a dissertation on Aristotle’s Ethics and that same year brought out an anonymous collection of psychologistic bons mots: Psychologische Beobachtungen. In 1877 he came into his own as Positivist, Utilitarian and Darwinist all in one with an account of how conscience must have originated” Nie. tinha que fazer muitas concessões para ter amigos, já vejo!

She took him out of her way home from Villa Mattei via the Coliseum, where she assured him beguilingly by moonlight that she was out for comradeship, not romance. Infatuated, Rée sent for help from his one close friend, Friedrich Nietzsche.

Rée had first met N. in 1873 through a common friend, the classicist and Kantian Heinrich Romundt, on arriving for a summer in Basel, where N. was professor and Romundt was visiting him. N. was then 28, Rée 23. With an old classmate of N’s, the dilettante Carl von Gersdorff, Rée attended N.’s course on the pre-Platonic philosophers.”

in (…) 1876 (…) the two were both just then positivistically surmounting Schopenhauer’s influence,¹ N. in his Human, All Too Human and Rée in his derivation of conscience. So congenial did N. find Rée both philosophically and personally that, after ‘enjoying the lovely autumn’ for some days with him near Montreux, N. took him along on a winter’s sick leave spent in Sorrento with Malwida von Meysenbug – by her gracious provision.”

¹ À minha idade atual. Quão doloroso não foi para mim chegar a esse estágio já aos 20? Mas e então – o que fiz desses 12 anos de dianteira? “Progredi” realmente em algo mais?

he is a moralist with the keenest vision – quite a rarity among Germans.” FN

he developed into a genealogist of morals in point-by-point opposition to Rée.” “Perhaps I have never read anything to which I have said no to myself sentence by sentence, conclusion for conclusion, in such measure yet utterly without vexation or impatience.” Prefácio da Genealogia

Gods were not natural forces divinized to the end of sanctifying official penalties, as Rée had it; they were tribal fathers to whom, by reason of the pain of being moral, a bad debt was felt to be owing – and growing. Moreover, religion did not merely underwrite official morality, but often enough rewrote it. For morality was transcending itself continually: today’s virtues were yesterday’s vices.” “N. too viewed the bad conscience as mankind’s mortal ailment, and at first too saw a quick individual remedy in the correction of certain intellectual errors, notably God and free will. He soon looked instead to a gradual ascendancy of mankind’s ‘intellectual conscience’, newly emergent, over mankind’s moral conscience, still at loggerheads with the herd-instinct. By 1882 he was dimly envisioning an inversion of values by ‘free thinkers’ (who would repent of their compassion, rancor and remorse [and of their repenting?]) preliminary to a transvaluation of values by a new, higher species of moral man.” Grifo meu.

Rée harked back to premoral man, N. forward to postmoral man – to a final, as against primal, innocence to be achieved through self-mastery and self-knowledge. For only N.’s thinking was bold. Rée’s irreverent philosophy was one long writ of impeachment against a tyrannical conscience – his own.” “Each bore the marks of a pressing personal alternative: melancholia and paranoiac megalomania respectively.” “Yet all along, even as he played up Rée, he played down their differences. In HATH he called Rée ‘a master of soul-searching’ and again ‘one of the boldest and coldest thinkers’. (…) Subsequently he added: ‘Long live Réealism and my good friend!’.” Genial.

AOS 33 (estou a 2 dias do meu aniversário, 2021): “Two years later N. was released from his university duties with a decent allowance because of his health. Subject to dire headaches, eyeaches and nausea since 1873, with ever rarer interludes of euphoric relief, he suffered the worse for imagining his father’s fatal ‘softening of the brain’ to be hereditary. [a fonte aqui é uma carta a Brandes de 1888]”

Foi um projeto longamente cultivado por N. e Rée morarem e viverem juntos, porém nestes tempos de convalescença e de necessidade de eremitismo filosófico N. hesitou primeiro, para em seguida rechaçar tal projeto com firmeza: não era seu destino levar uma existência tão ‘epicurista’!

N.’s distress on Rée’s account, while quite sincere, was only the outside story. The inside story was released to Malwida years afterwards, with a vengeance: <‘He’s a poor fellow, one must push him along’ – how often have I told myself this when his miserable, dishonest way of thinking and living revolted me. I have not forgotten the fury I felt in 1876 as I heard he would come along to you in Sorrento. And . . . in Sils-Maria I became ill at my sister’s news that he wanted to come up. [N. expressou sua vontade de não ser sob qualquer circunstância interrompido em seus trabalhos de verão, por carta, a Elizabeth.]>

On the outside, meanwhile, N. overrated Rée far more than was even his fond wont with friends. For Rée had no notion of N.’s mind beyond the narrow range of his own: all N. was contained for him in N.’s Réealistic sentence, ‘Every word is a prejudice’. And even within that narrow range N. was Rée’s master.” “By mail N. would exchange compliments with Rée but not ideas – for all Rée’s trying.”

Curiosamente, seu amigo também parecia sofrer dessa sinusite-dos-sábios: “I have had a headache now for some 14 months without even a minute’s let-up.’ Desabafo em carta, outubro de 1879.

E aqui eu muito agradeço Lou sequer estar sendo mencionada!

He mothered N., nursed him, read to him to spare his eyes, but then stole his symptoms” Como não deve ter sido prato cheio e apetitoso para um psicanalista estreito escrever essas linhas!

Both were precisionists with the pen, with a like penchant for epigram. N.’s prose was not lost to theory, however, but bacchanalianly live with it. It reveled in his thinking as he himself did; and amidst his solitude, his thinking ran riot with him. Timid as he was, it knew no taboos, so that he took wicked delight in it – while also shuddering at it as, beginning in August 1881, he conceived in turn the ‘eternal recurrence’, the ‘overman’, etc.”

And then it was that N. chose to <return ‘to men’>, as he put it – to come down from the mountain so as ‘to become human again’, like his Zarathustra in The Gay Science, then in preparation.”

Rée teria enviada uma máquina de escrever a N., que quebrou no caminho.

N. dizia de si mesmo em suas cefaléias horrendas: 7/8 (sete oitavos) cego.

Between times they went to see Sarah Bernhardt, who, overplaying Camille, burst a blood vessel on stage – ‘an unbearable impression.’

Your brother uses the typewriter all the time, only his blind groping for keys does give him lots of trouble.” Rée Lisbeth

Greet the Russian girl for me, if that makes any sense: I am greedy for souls of that species. In fact, in view of what I mean to do these next 10 years, I need them! Matrimony is quite another story. I could consent at most to a 2-year marriage” N. escreve nessa mesma carta que logo após essa frase a máquina de escrever “parou”.

Well before then, Lou was already counting N. in on her projected residential salon by reason of Rée’s and Malwida’s respective versions of him as the veriest positivist and veriest idealist.”

Gillot, o preceptor e quiçá proponente a marido de Lou, tendo enviado uma carta de censura sobre seus “projetos devassos” de se encontrar com dois homens (uau, arrebatadoramente imoralista!), Lou respondeu declarando sua emancipação, por assim dizer. Claro que nesse ínterim Rée foi sempre um joguete de seu coquetismo. Agora vinha mais um para diverti-la.

As for his [Reé] taking her [Lou] home on foot after midnight, arm in arm: what if someone had recognized them?! ‘And what would R. have done had an officer or anyone else been unpleasant to you – fought a duel?!!’ Malwida”

Malwida had glimpsed a first truth about Lou: she was not unmindful of sex and convention after all.”

O PRIMEIRO ENCONTRO (NA PRAÇA DE SÃO PEDRO, ROMA, ITÁLIA): “His hands incomparably beautifully and nobly wrought, his unusually small and delicately shaped ears, his fine, highly expressive mouth-lines, almost fully concealed by an ample moustache combed over them, his placid features in general together with his gentle laughter, his noiseless way of talking, his cautious, wistful gait, shoulders a little bent, his ultra-simple neat attire”

His defective eyesight lent his features a quite special magic in that they did not reflect varying outer impressions but only what was passing through him internally. They looked inwards, yet at the same time into the distance”

In return, N.’s eyes could barely make Lou out, while to his ears her voice was somewhat rasping.” Hahaha…

“‘It is unpleasant to be able to do nothing but plead in a matter so close to one’s heart’, she wrote Rée on April 25. [para N. postergar sua estada]”

N. cannot answer for how he will feel tomorrow, but would like to introduce himself to your mother before we meet again at the lakes.”

N. was not fit to leave before another week” “he explained to Lou that her chaste ménage à trois was not all that simple even with chaperon, as I should consider myself duty-bound to offer you my hand so as to protect you from what people might say; otherwise, etc. etc.” Que tempos!

Between times N. presented himself to Lou’s mother, who warned him that Lou’s self-accounting was strictly fantastical; he listened with one sharp ear.”

Finalmente no começo de maio o trio se encontrou novamente.

He spoke to her of the eternal recurrence, which made self-denial eternally foolish, and of his son-to-be, Zarathustra, due to transcend the slave morality of good-and-evil as the historic Zarathustra had transcended the master morality of good-and-bad.” Nunca um flerte foi tão imediatamente alto nível na História!

Lou was just not his buxom type”

Ida Overbeck later remembered him as then ‘most excited’ and ‘most hopefully confident’. For, she explained, ‘N. had given himself to the hope of having found his alter ego in Miss Salomé – of working with her, and through her help, toward his goals.’

That this photo was all Lou’s idea emerges from RéeLou (late May 1882): the Stibbe doctor would examine her as revenge for the photographing: I shall be as stubborn (about it) as you (were)’, and from RéeLou (mid-June 1882): ‘Picture arrived yesterday. N. superb; you and I hideous, can dispute the prize for ugliness between us. You see, Lou, for once you were not right after all.’ FNLou (28 May 1882) was more gallant: ‘Oh the bad photographer! And yet: what a lovely silhouette atop the rack-waggon!’

(*) “Natural science was presumably N.’s idea, but 1890a:224 is the sole source for the stock contention that he wanted to study it 10 years so as to ground the eternal recurrence physically (space and matter finite, time infinite), which is likely as fanciful as the neighboring one (ibid., 224-25) that, cursory study having disclosed the impossibility of ever grounding it, he clung to it only the faster (cf. Schlechta, Fall, 30ff.)” O que não é o tal do telefone sem fio, Mr. Graham!

O DISCRETO: “N. desired Lou’s ‘very existence’ to be kept secret from his mother and sister. Son and twice grandson of preachers, N. did not ridicule his family on account of its ‘Naumburg virtue’ without reverencing it on the same account, even unto fantasies of noble lineage: in nothing, declared Overbeck, was his ‘caprice’ more conspicuous. His sister, still his childhood sweetheart, had since HATH come to idolize his life as against his books, and he cherished her idolatry at heart even as he dreaded her jealousy.”

At all odds, Rée was already on intimate Du terms with Lou in Lucerne behind N.’s (and everyone else’s) back – as a ‘little brother’ with his ‘little sister’, to be sure, yet even fraternally he craved Lou’s exclusive affection.”

Rée’s aim of turning Lou over to N. was reversing itself: already he was aiming to turn her against N..”

II. FORM PILLAR TO POST

Paulão visivelmente agindo como fura-olho pelas costas via cartas: “I am and shall remain entirely your friend alone; I have no scruples about behaving a little crookedly, a little falsely, a little mendaciously and deceitfully toward anyone except you. Out of my friendship to you I make a cult; I regard as a sin – (what, Mr. Antimoralist?) – well, I mean: if I did or said anything false, dishonorable, unfriendly, crooked with respect to you, I would have a feeling just like the one believers may have after committing a great sin. And from this special uprightness I draw a justification for being false in generalEscreve como se falasse ao telefone…

Are we really going to see each other again – or have I only dreamed it!” P.R.

R. is from head to toe a better friend than I am or can be: mark well the distinction!”

Your Flush of Dawn is now my only companion. It entertains me in bed better than would visits, shopping, and travel dust. Could I but say: see you soon! Only remain so cheerful and healthy, everything will turn out very well.”

Let me know how you propose to arrange your time from Bayreuth on and what cooperation from me you are counting on. I now badly need mountains and forests: not only health but even more The Gay Science is driving me into solitude: I want to finish it.”

Naumburg is a frightful place for my health.”

But I would like to insist very strongly that you not get all wrapped up in N.’s work. I should have preferred your going your own way mentally, just to prove for once that, even in these highest realms of thought, a woman can stand alone and attain independent results.” Malwida – Não se estamos falando do maior filósofo da Europa moderna!

Above all, I hope N. himself steers another course than in his latest writings”

NEVER did I think that you should ‘read aloud and write’ for me, but I very much wished that I might be your TEACHER. To tell the whole truth: I am now seeking people who could be my heirs; I carry something around with me absolutely not to be read in my books – and am seeking the finest, most fertile soil for it. Observe my self-seeking!”

I was downright bowled over by the fact of having acquired a ‘new person’ after overly strict seclusion and renunciation of all love and friendship.”

tragically, N. alone in his day and age knew how far above that day and age he stood.”

I am now still occupied with very fine matters of language: the final decision on the text requires the most scrupulous ‘listening’ to word and sentence. Sculptors call this work of finishing ‘ad unguem’.”

As for Parsifal, on July 26 she stood through the first performance looking duly transfixed, tone-deaf though she was.”

I hate it when someone does something commonplace and then calls it by a fine name. (…) this talk of their living together was sheer drivel; even assuming that the girl had been quite ideally pure-minded, her habits of life were so different from ours. Fritz is so painfully orderly, exacting, and ascetically inclined” EN

Lou’s earliest Nietzschean apologists themselves (Bernoulli, Halévy, Andler, Hofmiller) all maintained that she was a passionate Wagnerite—indeed, that this was the root of the evil.”

One day a bird flew by me, and I, superstitious like all solitary people who stand at a turning of their way, believed I had seen an eagle. Now the whole world is at pains to prove to me I am mistaken—and there is urbane European prattle about it. Who is better off now—I, who as they say was ‘fooled,’ who spent a whole summer in a lofty world of hope on account of this bird omen, or those who are ‘not to be fooled’?—And so forth. Amen. . . . —Now I am ‘a bit in the wilderness’ and pass many a sleepless night. But no despondency! And that demon was, like everything that now crosses by path (or seems to), heroic-idyllic.” FNPT (Peter Gast)

Relato de EN das palavras de Lou: “he’s a madman who doesn’t know what he wants, he’s a common egoist who wanted only to exploit her mental gifts, she doesn’t care a hoot for him but if now they didn’t go to a city together it would mean she weren’t ‘great’, that’s why Fritz doesn’t want to study with her—so as to shame her. What’s more, Fritz would be crazy to think she should sacrifice herself to his aims or that they had the same aims at all, she knew nothing of his aims. Besides, were they to pursue any aims together, 2 weeks wouldn’t go by before they were sleeping together, men all wanted only that, pooh to mental friendship! and she knew first-hand what she was talking about, she had been caught twice already in that kind of relationship. [com ‘papai-Deus’ e a porra dum padre-tutor!]

As I, now naturally beside myself, said that might well be the case with her Russians only she didn’t know my pure-minded brother, she retorted full of scorn (word for word): ‘Who first soiled our study plan with his low designs, who started up with mental friendship when he couldn’t get me for something else, who first thought of concubinage—your brother!’

utterly out of my element: never in my life had I heard such indecent talk (here I have reproduced it all with propriety at that). And a 21-year-old girl was saying these things, especially about men generally and my brother in particular, and when on top of it all she had proposed their living together!! What is one to think of such a girl?! In the evening, when we were in Tautenburg and Fritz was out looking for a place for us to stay, she broke out again in a fury against Fritz and became downright grossly indecent, as when she said full of derision: ‘just don’t go thinking that I care beans for your brother or am in love with him, I could sleep in the same room with him without getting worked up.’ Would you believe it possible? I too was altogether beside myself and shouted at her repeatedly: ‘Stop this indecent talk!’ ‘Pooh,’ she said, ‘with Rée I talk a lot more indecently.’ She had also told me Rée had told her that Fritz was thinking of a concubinage. So now I told her: All right, I would ask his mother, whereupon she was furious and threatened to get back at me, and she did. I was utterly miserable and didn’t sleep a wink. . . . Oh what a martyrdom for my sensibility the whole story was! . . . The moment she believed she could draw no further advantage from his fame she fell upon him like a wild animal and tore his good name and reputation to bits and trampled on them. . . . The girl is not out to marry Fritz, she just wants to become famous through him. She wants to marry only a rich man because she needs lots of money and has none.”

Again Lisbeth’s account was in substance unquestionably faithful throughout. It depicted a veritable hysterical outburst on Lou’s part modulated by an impish impulse to make Lisbeth squirm in her straight laces. Lisbeth was indeed shocked—for life.”

AH, A TURMINHA DA PSICANÁLISE! “In after years Lou herself, even while officially scouting the whole vulgar incident, represented the contents of her tirade equivalently in diverse contexts; as to its form, in old age she projected the hysteria onto Lisbeth by having her vomit in shock”

Heavens, she had never imagined I still had such retarded views, so what if he had intended concubinage? That would be nothing degrading surely, they were above conventionality so it couldn’t degrade Fritz and she hadn’t meant it to.” EN

Rée, then heading for Helgoland to wait on Lou’s pleasure, did his best to sustain the lovers’ quarrel by mail. He took it out especially on Nietzsche’s shift of philosophical course. By mid-August, however, he was reduced to taking it out on his own jealousy. For through a diary installment Lou told him about having spent a radiant August 14 with Nietzsche away from Lisbeth ‘in the quiet, dark pine forest alone with the sunshine and squirrels’, adding: ‘Conversing with Nietzsche is uncommonly lovely . . . but there is quite special charm in the meeting of like thoughts and like emotions; we can almost communicate with half words. . . . Only because we are so kindred could he take the difference between us, or what seemed to him such, so violently and painfully. . . . The content of a conversation of ours really consists in what is not quite spoken but emerges of its own from our tacit exchanges. (…) But is it good for him to spend the whole day from morning to night in conversation with me, hence away from his work? When I asked him this today, he nodded and replied: But I do it so seldom and am enjoying it like a child. The same evening, though, he said: I ought not to live long in your vicinity. We often recollect our time together in Italy and . . . he said softly: monte sacro—I have you to thank for the most bewitching dream of my life.Lou came close to perceiving a sorry truth: in nothing was she so akin to Nietzsche as in her passion for half-spoken words that denied as well as implied their unspoken half.”

What will become of him? He cannot again devote so much enthusiasm and energy to a cause.¹ A second love is no love. And will anything come of this one? Besides, there is subtle charm to the fact that one often does not clearly understand what he is saying and so supposes more behind it than is there.² Snailie [apelidinho mongolóide entre a puta e R.] will laugh and say pure envy is speaking out of me. Perhaps—”² O limitado Rée

¹ Os maiores livros de Nietzsche ainda estavam todos por ser escritos.

² Já devemos congratular este simplório pela astúcia de entender que havia algo que não podia entender na filosofia nietzschiana…

And I’m somewhat jealous too meanwhile, naturally—understandably. . . . Just you wait, Snailie. [Smeagol] . . . Now that you’re friends again with Nietzsche, enough! More you don’t need, do you hear, Snailie?” Patético.

É a historiografia dos fortes? O que é ‘fortes’?

III. “A PITY FOREVER”

TALK HAD set them asunder; talk brought them back together. Morning, noon, and night the two talked—in the pine forest, on an inn terrace beneath lindens, along precipitous chamois paths, in her room and in his. They talked of unholy things—of squeamishness about suffering as inhibited delight in it (‘we did not dare look at each other afterwards’) and, over a cognac (‘Ah, how foul it tasted!’, he exclaimed), of his potential for madness. More academically, he argued the original ascendancy of the ‘herd instinct’ over Rée’s constant: egoism. Yet religion was, he later remarked, ‘really our sole topic’. They discussed how each had relinquished his childhood faith—he all at once and effortlessly, she with a painful struggle of mind against heart.”

Odd—how in our talks, without meaning to, we always wind up on the precipice; anyone listening to us would think 2 devils were conferring.” L.

Nietzsche found Lou’s prose sorely wanting yet readily corrigible.”

She labored her diary for his scrutiny too. ‘I have excessive confidence in his power as a teacher’, she entered on August 14. By August 18, however, he has ‘given up on being my teacher; he says I should never have such a prop’ – which on their terms meant never be a woman.”

She resolved on Nietzsche as author, in lieu of woman as such, as the subject of her first full-scale study.” “She had caught him at the ideal moment: in transition – or, as he preferred, transcendence. After 6 years of impassioned positivistic self-restraint, he was about to burst into didactics and song. [?] With his help, she found that he would she himself (sic) a new philosophic purpose in order to deliver himself from the pain of instinctual discord whenever an old one lost its grip on him, and that he would face up to each new purpose as to ‘something cut off from himself and to be endured by him’ – whereas she would struggle painfully toward her one (unspecified) goal felt to be an innermost necessity.”

So ended Lou’s Tautenburg diary. From merely romanticizing his every sign of fondness for her, she had gone on to divinize N. in her own likeness.”

“‘Two things my philosophy forbids me unconditionally: 1. regret, 2. moral indignation. Do be sweet again, dear Llama!’ Llama stayed sour, and Nietzsche shortly reported to Overbeck: I have the Naumburg virtue against me, there is a real break between us – and even my mother so forgot herself with one remark that I packed my things and left for Leipzig in the morning.’ He was to specify thereafter: ‘My mother called me a disgrace to my father’s grave.’

I have no call at all today for praise or blame – a further reason to write no letters.”

FNL “Read Sanctus Januarius once in context! There stands my entire private morality as the sum of my requirements for existence: they prescribe only an ought, in case I do not want to myself.”

Lou at all odds read Sanctus Januarius – and blithely took the passage exhorting an estranged friend to be one with candor and good grace for a message to Rée. § Rée looked just a bit contemptible to Lou after Tautenburg – and felt rather more so. On a note of apology, he promised N. a frank talk in Leipzig. Under the same cover he announced that Lou had won him over to N.’s view that egoism had been celebrated before coming to be reviled: he was back at playing second fiddle, only now under Lou’s baton.”

“‘stellar friendship: our earthly ways have parted, but let us trust that, though we may yet become earthly enemies, our celestial orbits will cross again sometime’ Science. N. unquestionably had Wagner on his mind when penning this passage (though Hofmiller, without dissenting, located the germ of it in FNO, 14/11/81) – but R. may have already been at the back of his mind then and certainly was in 9/1882).”

the oldest signification of ‘good’ was distinguished, powerful, rich, and of ‘bad’ lowly, weak, poor: this was Rée’s one new Nietzschean thesis since his Ursprung.” Ao que consta, Lou ‘convenceu’ Rée de que a filosofia de N. era mais correta que seu ponto de vista liberal-pragmático.

With that, Rée was ready to crawl contritely out of the Trinity.”

as I have lost my natural sister, a preternatural one is due me.”

Between times, Lou was again N.’s self-willed schoolgirl. They discussed her plans for a study of religious history as well as her draft sketch of his life and works.”

Rée era o passivo da não-relação.

I do not like feelings where they reconverge in their circulation, [?] for that is the point of false pathos, at which truth and integrity of feeling are lost. Is this what is estranging me from N.?” Ficou xonadinha e não quis dar o braço a torcer.

Lou “Maia”: ela e o véu – e nada mais!

Dedicatória no exemplar de HDH:

Freundin – sprach Kolumbus – traue

Keinem Genuesen mehr!

Immer start er in das Blaue,

Fernstes zieht ihn allzusehr!

Wen er liebt, den lockt erg erne

Weit hinaus in Raum und Zeit –

Über uns glänzt Stern bei Sterne,

Um uns braust die Wigkeit.”

The Columbus theme in Nietzsche’s poetry goes back to his ‘Colombo’ of 1858, one of his many youthful poems about sailing the high seas – but the only actual sailing he ever did was that to and from Sicily in 1882.”

Even writing letters to my sister is no longer advisable – except for those of the most innocuous sort (I sent her another letter full of merry verses lately).” Nietzsche a Overbeck, 27?/8/1883

How shallow people are to me today! Where is there a sea left in which one can still really drown? I mean a person.”

Then he moved on to Columbus’s city, from which he had originally sailed to meet Lou – in the wrong direction. He had come full circle.”

All nearness makes one so insatiable – and in the last resort I am an insatiable fellow on the whole. – From time to time we will see one another again, won’t we?” NR

Mind? What is mind to me! What is knowledge to me! I esteem nothing but impulses – and I would swear we have something in common here.”

de espírito-livre a corpo-livre lá vai um, lá vão dois, três abismos!…

Affects are devouring me. Dreadful pity, dreadful disillusion, dreadful feeling of wounded pride – how can I stand it any longer? Isn’t pity a feeling out of hell? What should I do? Every morning I despair of lasting the day. I no longer sleep – what good does 8 hours’ walking do! Where do I get these violent affects from! Oh some ice! But where is there ice left for me? This evening I’ll take opium till I lose my mind.”

A cat’s character: that of a beast of prey posing as a domestic animal. Nobleness as reminiscence about association with noble people; strong will, but with no great object; without diligence or cleanliness, without civil probity; cruelly misplaced sensuality. (…) Capable of enthusiasm for people without love for them, yet love for God: need for effusion (…) only some basic mishap in your upbringing and development has temporarily crippled your good will for this. Just think: that cat-egoism unable to love any longer, that professing nothing together with a feeling for life . . . and then knowledge as a pleasure among pleasures. And if I understand you at all: these are all voluntary and self-imposed tendencies with you – for as much as they are not symptoms”

A MACACA DE ZARATUSTRA: “In her loss of herself she was that strongest offense to him: ‘the caricature of my ideal.’

His sister – who, according to a draft to Malwida, ‘regards Lou as a poisonous reptile to be destroyed at all costs’Só porque uma mulher não presta, não quer dizer que sua inimiga preste.

Souls such as yours, my dear sister, I do not like: and I like them least when they are morally bloated.”

For heaven’s sake, what do these little girls of 20 think who have pleasant feelings of love and nothing to do but be sick now and again and lie in bed?”

Formerly I was inclined to take you for a vision, for the earthly apparition of my ideal. Observe: I have poor eyes. . . . Had I created you, I would have given you better health, to be sure, but first of all some things that matter far more

Twins spiritually, they were sexually the titillating reverse. Only the same taboo on both sides brought their mating to a stalemate as its sexual motive loomed lurid to them both” mating!

I tense all my fibers for self-mastery – but I have lived in solitude and fed on ‘my own fat’ too long, so again I am the more readily racked by my affects. Could I but sleep!” NO

Today something occurred to me in passing that made me laugh hard: she actually treated me like a 20-year-old student – a quite permissible approach for a girl of 21 – like a student who had fallen in love with her. But sages like me love only ghosts. Woe if ever I love a human being – I would soon go to ruin. Man is too imperfect a thing.”

But Lou, what letters you write! Little vengeful schoolgirls write that way: what use have I for such paltry stuff? Do understand: I want you to raise yourself before me, not lower yourself still further.”

In Lucerne I gave you my piece on Schopenhauer: I told you that my basic views were in it and that I believed they would be yours too. You should have read it and said no then: much would have been spared me.”

What would you reply if I asked you: are you honest? are you incapable of duplicity? . . . In your mouth, such a poem as To Pain is a deep untruth. In such matters I hate all superficiality. Only a high purpose can make people of your sort bearable to others.”

No, my dear Lou, we are nowhere near ‘forgiving’. I cannot shake forgiveness out of my sleeve after the offense has had 4 months in which to burrow into me. . . . Adieu, my dear Lou, I shall not see you again. Preserve your soul from such doings and make good with others (…) Adieu, dear Lou, I did not read your letter through, but I read too much already.”

Fast upon his ‘adieu’ to Lou, and just 9 months after meeting her, he delivered the first book of So Spoke Zarathustra, written in a trance, as if from inner dictation, in 10 ‘absolutely serene and fresh January days’.” A melhor contribuição (maculada, fenomênica concepção) desta mulher ao mundo!

Now on February 13, 1883, his first Zarathustra was ready for the printer – ‘in just the holy hour in which Richard Wagner died’, he later specified.”

My severance from my family is beginning to appear to me as a true blessing; oh, if you knew all I have had to overcome on this score (since my birth)! I do not like my mother, and hearing my sister’s voice upsets me: I have always fallen ill when together with them.”

With spring (…) the second book of Z. emerged.”

As for the typewriter, it is on the blink like everything weak men take in hand for a while, be it machines or problems or Lous.” NLisb.

Things are moving again. My sister wants her revenge on this Russian – well and good, only so far I have been the victim of her every initiative. She does not even notice bloodshed and the most brutal possibilities hardly an inch off.” NO – poderia estar falando da bestialidade alemã de décadas à frente, sem qualquer reparo!

And do not worry about my false footing with my sister; the truth is that all my footings so far with everyone have been false: she was at least as much affronted as I was, with good right too, and if now she means to work it out for Lou to be sent back to Russia, she will be doing more good if she succeeds than I with my asceticism. Of a sudden Dr. Rée steps into the foreground: to have to relearn about someone with whom I shared love and trust for years is frightful.” NIda O.

From all that I have now learned – of far too late! – these 2 persons, Rée and Lou, are not worthy of licking the soles of my shoes. Excuse the all too human metaphor! (…) Schopenhauer-style ‘pitying’ has so far always done the top damage in my life”

About suicide – a thought that every lengthy letter from N. in over half a year has expressed – I feel quite as you do: nothing can make it acceptable except desperation.” OGast

I would delight in giving you a lesson in practical morality with a few bullets: maybe in the best case I could manage to deter you once and for all from dealing in morality, which calls for clean hands, Dr. Rée, not clammy fingers!” NR

Ao irmão de Rée, teria dito algo que se aproxima, na tradução, a macaca fétida e esquálida com enchimento (falsos peitos). Adorável!

Enmity is incompatible with my whole philosophy and way of thinking”

RE-JOYCE WITH YOUR INNER POSSIBILITIES!

o rato roebens (rói bem!) a (consciência da) roupa do rei de remorsuras e inteleitos

mas ao pai de todos os reis, a punição mais severa –

a impossibilidade da reconciliação com um seu igual em temperamento.

…posto que se aproveitam de minha nobreza!

I no longer know how to live; it is on my mind continually.”

Se misturar com a ralé, Nietzsche, é da vida! – segue o jogo… Cada um à parte, com sua parte.

Never before did I hate anyone – not even Wagner, whose perfidy went well beyond Lou’s. For the first time I feel humbled.” Imagina-te filho de um Wagner, e não de um pastor que morreu sem dar trabalho…

long a stranger to practical life, I act 49 times out of 50 on a motive no one seeing me thinks of, so that I almost always arouse misunderstanding and wind up my own victim.”

engolindo e vomitando sapos como devora-se o pão de cada dia, mas não a ponto de estar cego a quem diabos sou ou devenho…

Such pain (it was as if a knife had been put to all my sore spots at once!) is a high distinction. My body and soul are so constituted that I can suffer frightfully in both: and as for my soul, I was last year like someone who for many, many years running had experienced nothing: whence my soul was without any skin or natural protective device.”

Given her energy of will and originality of mind, she was headed for something great; given her practical morality, though, she may well belong rather in a penitentiary or madhouse.” O clubinho das Quartas-Feiras não deixa de ser ambos: por fora, ‘something great’ (de acordo a pseudo-historiografia do séc. XX), porém um asilo ou penitenciária até a medula! Nada menos que profético, meu caro e jamais superestimado ídolo!

you cannot imagine how this madness rages in my day and night.”

Ajude-me a sobreviver mais 15 meses! = foi ele, mas poderia ser eu neste fim de maio, o segundo maio da pandemia!

The separation from you threw me back into the deepest melancholy, and the whole return trip I was lost to evil black sentiments, including true hate for my sister, who for one year now has deprived me of all self-control with ill-timed silence and ill-timed talk”

He nonetheless left for Naumburg [cidade das duas víboras-de-família] a few days later – and there, in a month of being tirelessly chided and taunted, the crisis passed. Lisbeth had found ‘something absolutely distracting’: anti-Semitism, the highest lesson she had drawn from the Trinity fiasco. That month Naumburg celebrated her engagement to Bernhard Förster, who was laying plans for Aryan colony in Paraguay.”

By April he had broken with Lisbeth again – this time ‘radically’, for ‘between a vengeful anti-Semitic goose and me, conciliation is impossible.”

Despite all this forfeiture, and for all his show of anguish and fury, he surmounted the sentimental casualty of ‘82 more rapidly, more fully, and more healthily than either of his 2 erstwhile consorts.” [!]

IV. LOU WITHOUT NIETZSCHE

– His is a beautiful mouth.

– But, Miss Salomé, how would you know? His mouth is overcast by a formidable moustache.

– Yes, but when he opens his mouth (and how often I did speak with him!) I see his lips perfectly.

too odd a girl to be easily made out . . . a likable, winning, truly feminine being who renounces all womanly resources in the struggle for existence and instead takes up men’s weapons with a certain harsh exclusiveness. Sharp judging and, as it turns out, condemning of everything; no trace of mercy, so dear to woman; clear resoluteness in every word, yet her character only appears the more one-sided for being so resolute in its one direction; music, art, poetry are discussed, to be sure, but gauged by a strange standard: not pure joy over their beauty, pleasure in their form, comprehension of their substance, poetic enjoyment with heart and soul, no – only a cold, too often negative, corrosive philosophizing about them.” Ludwig Hütter, filósofo alemão, resumindo o caráter e a mente inócuos da ‘valley girl’ Lou a Malwida

Fidelio was ‘not bad’ – to cite one small example.” (Ignora-se se se refere a Rée ou Lou – mas faz diferença?)

I dislike that skepticism which picks holes in everything and yet can offer nothing positive.”

Deussen¹ was, like Romundt, an old friend of N.’s, and Stein a new enthusiast – the one sort being then about as rare as the other.

¹ FN, Genealogy, III:17, called Deussen ‘Europe’s first real expert in Indian philosophy.

Nie.’s occult sway over ‘our friends’ brought home to her his superiority as nothing else could – to the detriment of her chosen alternative to him.”

The Danish cultural historian Georg Brandes, later N.’s 1st notable publicist, evidently escaped detection.” (Aludindo provavelmente a sua possível origem judia – e Paul Rée era um anti-semita!)

In the spring of 1883 Lou and Rée urged a friend of Brandes, the brilliant young sociologist and ardent Nietzschean of the first hour Ferdinand Tönnies, ‘with friendly-violent insistence’ to join them on a trip to the Engadin.”

Paulsen, outro amigo do “círculo”, a Tönnies: “though I by no means like leaving you alone to the Rées and Nietzsches, I much enjoy conversing with Rée but do not expect I could live close to them. There is something morbid there…”

Lisb., 1/9/1900: “I believe Georg Brandes also first heard his name [N.] from me, in the winter of 1879/80 at Friedrich Paulsen’s house”

Tödo mundo cai no cönto dessa sereia: “She is really an altogether extraordinary being: so much cleverness in a 21-year-old girl would almost make your flesh creep were it not for her truly tender disposition and utter demureness. She is a phenomenon that must be seen from close up to be believed. And a single look suffices to annihilate any thought of a ‘woman of loose ways’, as the preacher says: cut off both my hands if I am mistaken!”

On July 26 Tönnies struck the first sour note by complaining of senility as he turned 28.”

There, Lou forgave Tönnies only pro forma and would not see him alone, much less let him call her ‘dear Loulou’ as of old.” HAHAHAHAHA! O irônico é que Tönnies não cometeu nenhuma gafe ou indelicadeza (“dar em cima dela”, seria a 1ª suspeita de quem lê), não nesse sentido: para Lou e Rée, que o incumbiram de uma missão – ver Nietzsche e convencê-lo a arranjar as pazes entre os 3 – ele fracassou além do permitido ao sequer ter conseguido tocar no assunto durante sua visita. Diz em carta que “os olhos semi-cegos porém penetrantes do meu interlocutor me preveniram de qualquer iniciativa”.

He bought Lou a copy of Zarathustra I and read to her from it. She was not a pleased father.” Hahahahaha!

N.’s mid-summer fury [nas cartas cheias de invectivas, a ela, a Rée, ao irmão de Rée e à mãe de Lou! – sem falar das piores ainda, de Elizabeth] had left Lou doubly apprehensive of forcible repatriation” A família Nietzsche era tão influente a ponto de sujar a honra da virgenzinha e torná-la persona non grata na Alemanha? Ou Na Europa inteira, já que esses pseudo-intelectuais faziam viagens quase toda semana para diferentes pontos da Itália, principalmente… Aqui entendo o sentido: a mãe de Lou seria convencida a cortar as ‘finanças’ da idle girl…: “The point was to acquire a profession in any case and maybe even a livelihood just in case.”

Desnecessário dizer que ninguém do “círculo” apreciou o hoje imortal 1º volume do Zaratustra. O próprio circunspecto Peter Gast teria dito, tolamente: “Eu acho que a doença afeta sua escrita”.

Sua tática defensiva (permanecer fora da Prússia por 18 meses e estabelecer-se profissionalmente) era válida somente contra a família Rée; mas ela se preocupava sumamente com a sua. Meio século depois ela ainda insistiria: ‘Eles tentavam me deserdar de volta para casa’ – acrescentando, incoerentemente, que sua família concordara, então, com seus planos de publicar um livro como meio de obter uma ‘permissão de residir no estrangeiro’.” “Im Kampf um Gott [o wannabe-book] Um esforço por um Deus, um romance à dupla chave [double clef, seja lá o que isso significa] –, recounted Lou’s Nietzsche experience not only disguised, but modified in accordance with her attendant hopes and fears. Her narrator-hero was Kuno (Nico), a preacher’s son who, having lost the paternal Faith in his youth, seeks to override the resultant ‘inner conflict’ by setting himself successive intellectual tasks contrary to his inclinations.” E essa BABOSEIRA vem da pena de quem achou Zaratustra ruim? Ok.

Lou’s allowance from home may have been cut in 1883 (in any case Rée escravoceta paid most of their way).”

No “romance” a personagem louaniana recusa uma proposta de Kuno em casamento; Kuno sai da cidade aliviado; Lou comete suicídio envenenando-se! Patético. E depois o romance se prolonga, com Kuno voltando e conhecendo uma filha sua com Lou, crescida, de quem esconde a identidade, e com quem tem um caso. Nauseante. Três vezes patético!

Through Margharita’s inner misgivings over her cat-egoism, Lou was retracting her final, self-justificatory letters to N.; through Margharita’s noble shamming of depravity, Lou was roundly refuting N.’s final indictment of her; through M.’s suicide, Lou was living up to a remark of N.’s, proudly noted by her, about how a nature as ‘concentrated’ as hers really ought to issue in a deed.” Parabéns a Binion por analisar essa merda com tanto esmero – páginas e páginas!

More immediately it was a secret message to N. (like ‘Märchen’s love-recognition at Nico-end’): the declaration of a love that could never be. In the spring of 1884 the hapless lovers communicated indirectly, probably through Romundt. N. learned that he had ‘actually done her much harm’ the preceding summer as also that she was in Meran with Rée and about to publish ‘something on religious affects’. She on her side heard that N. was ready to resume relations.”

she was in Munich afterwards with Stein, whom she engaged to plead before N. for a reconcilement – and mention her novel to him. Then Stein visited Sils for 3 enchanting days beginning August 26. He not only mentioned the novel, but also, N. told his mother, ‘spoke with the highest regard of Dr. Rée’s character and of his love for me – which did me much good.’ As for the plea, it went unheard, having perhaps been inaudible.”

Lou was back in Berlin by December, when her novel appeared. It brought Henri Lou, (?) besides rave reviews, a satchel-load of fan mail. One enthusiast declared: I and a whole circle of kindred spirits to whom I took your confession wish to express our warm and sincere gratitude’Zzzzzz…

My friend Ebbinghaus called it ‘nun’s fantasies’.” Deussen

Overbeck himself judged it ‘the most astonishing book I have read this year.’ He subsequently sent it to N.’s old friend the classical philologist Erwin Rohde, who ‘read it with much interest. For all its great faults (its bodilessness, ghostly spirituality, etc.), it is enticing by virtue of the pure ardor and genuine sentiment bursting forth throughout.’N. também leu o livrito.

A mulher deseja se tornar independente, então ela começa a esclarecer o homem acerca da ‘mulher enquanto tal’: isso é um dos piores progressos no enfeiamento geral da Europa.” Além do Bem e do Mal

Considero o verdadeiro amigo das mulheres aquele que assim as aconselha hoje: mulier taceat de muliere (mulheres devem silenciar sobre a mulher)!”

quando a mulher tem tendências intelectuais, amiúde ela não é sexualmente saudável”

alguém de gênio é insofrível quando lhe faltam ao menos duas coisas: gratidão e asseio”

quem, para salvar sua reputação, jamais sacrificou, pelo menos uma vez, – a si mesmo?”

Eterno masculino” (cunhado por Goethe): a característica de quem sabe, reconhece e exalta as mulheres mais nobres.

Toda sua seção sobre as mulheres em Beyond está repleta de Louísmos virados contra Lou, muito além de seus desertos [Aqui não fica claro o que eu deveria traduzir por ‘well beyond her deserts’ – As puerilidades e futilidades da mulher em geral, de Lou Salomé? Dos aforismos sobre o feminino que Lou tinha elaborado e que N. corrigiu com paciência?] [ou carências?] (ecoando, entretanto, [O que é que ‘ecoava’? o deserto, ou os ‘louísmos’ de N.? ou os louísmos da própria Lou?] o discurso zombeteiro da mulher como ente muito mais talhado para gerar um filho que para competir com o homem): foi sem dúvida a pior conseqüência intelectual de seu encontro.” Se Binion diz!

Convencer o homem a tê-la em alta consideração; para em seguida, implicitamente, acreditar na estima que o homem nutre por ela: quem sabe melhor que a mulher realizar essa mágica?”

alternativa:

Convencer o homem a tê-la em alta consideração; inconscientemente, acreditar na própria nobreza como coisa dada: quem melhor que a mulher para fazê-lo?”

ou ainda:

Convencer o homem de que ela vale muito; acreditar no homem: não é este o truque supremo da feminilidade?”

…depois conferimos o aforismo 148 nas traduções já existentes em Português para uma pós-avaliação!

Mais abstrata é a verdade que se quer ensinar, melhor se deve cativar os sentidos com ela.” Algo de que Heidegger certamente é incapaz…

As colossais expectativas depositadas pela mulher no ato sexual e seu pudor concomitante frustram desde sempre toda a sua vida sexual.”

one should talk only about what one knows firsthand”, assim resenhou N. o livro de Rée sobre a consciência, hahaha!

Rée then separated after all from his soeur inseparable: ‘86 found them living, as Lou then put it, ‘at opposite ends’ of Berlin ‘like children mad at each other’. (…) Besides, Rée had had enough of chaperoning Lou, and Lou enough of his chaperoning.”

The previous fall Rée had again failed his examination for a university lectureship, this time in Strasbourg, whereupon he had commenced studying the natural sciences with a view to grounding his moral philosophy in them” O nível do cidadão…

Mais meia dúzia de velhos babões pediram a mão da russinha em casamento, blá, blá, blá…

Finally, after returning from a few weeks in Bavaria spent principally with Jenia, Lou received a proposal from Fred Charles Andreas, a prodigious philologist [define it!]; the engagement followed secretly on November 1, 1886.”

Afterwards he studied medicine, zoology, and mineralogy at Halle and Göttingen, and at 22 he took a doctorate in oriental philology at Erlangen.” Morou muitos anos na Pérsia: “Only when he injured his eyes deciphering inscriptions in bright sunlight did he return to Europe – as courier to his royal patron, himself en route to Wiesbaden for eye treatment.”

By ‘87 he had mastered Greek, Latin, Pahlavi, Sanskrit, Old Norse, Aramaic, and Hebrew, in addition to Javanese, Dutch, German, French, the Scandinavian tongues, English, Hindi, Arabic, Turkish, Armenian, and just about every dialect of Persian, from Afghan to Baluchi (including Dravidian Brahvi) to Ossetic to Kurdish. Furthermore, in each case he had an expert’s knowledge of the corresponding literature, religion, and folklore, as also of the history, geography, and archaeology. He deciphered inscriptions with surpassing ease, memorizing even as he deciphered. (…) His special concern was how dead languages sounded, particularly how sounds relates to writing and how dialects emerge, then vary; he intended to do a great book on all this once he was settled professionally.” Mas vacilou e o pai da Lingüística foi Saussure e não ele!

POR ISSO NÃO GOSTO DE PSICANALISTAS BIOGRAFANDO: “Whereas he called himself Charles, Lou called him Fred (in writing, mostly ‘F.’), and soon after their engagement he Germanized his given names to Friedrich Carl. This hints at Nie.. So do his age and profession, his interest in Zarathustra, even his eye trouble – and a friendship with Erwin Rohde.”

Done with Lou as far as he knew, N. turned against R. in July 87 with The Genealogy of Morals, subtitled ‘a polemical piece’. In the preface he declared his arguments of 1876-86 against Rée’s moral theory to have been just that, pretending, however, to have drawn them from an age-old theory of his own about to be expounded in full for the 1st time – whereupon he presented them newly consolidated, sharpened, rectified, amplified, supplemented, and cleansed of Darwin’s and Bagehot’s traces. By predating this theory before his acquaintance with Rée, he was extirpating Rée from his past. He was also repudiating Rée the positivist par excellence when now he represented the scientific ideal as a derivative of Christian asceticism, Europe’s mortal malady, and repudiating Rée the rationalist par excellence when now he treated thinking as instinctual like everything else in life, only surreptitiously so. Thus confuted, R. became for him ‘congenial Dr. Rée’ again. And then, while in Ecce Homo he claimed to have meant himself by his Human, All Too Human tribute to ‘one of my friends, excellent Dr. Rée – fortunately too fine an animal to . . .’, (!) he also supposed that a subsidy remitted to him by Deussen from ‘unknown Berlin admirers’ came out of Deussen’s own pocket and, he told his mother, Rée’s.”

Genealogy does retain Bagehot’s distinctive frame of reference – nature’s huge enterprise of making the human animal law-abiding – but no hint at a natural selection of those primitive tribes having the hardest cakes of custom. As for Darwinism, the old ‘herd instinct’ gave way to the slavish principle of strength in numbers.”

Carta a Rée de 1877: “I ever more admire how solid your exposition is on the logical side. Yes, I can do nothing like that, at most sing or sigh a little – but prove! for the good of the head! That you can do, and that is of 100x more consequence.”

Rome viewed the Jew as something against nature, an antipodal monstrosity so to say” Genealogy of Morals

the big news in The Genealogy of Morals, crucial to its whole argument, is the world-historical role of the Jews, a sly priestly folk with a genius for rancor, who, subjugated by Rome, incite the slaves of the Empire to moral revolt against their masters, thereby determining a unique historic reversal of values with modern nihilism as its final consequence – pending a transvaluation of values.”

O mestre deveria aprender ao inverso: compaixão pelos escravos e suportar o ressentimento dos escravos.” Sempre achei que a forma mais cristalina desse axioma está contida não na Genealogia, mas no Crepúsculo dos Ídolos

Mulheres… todas gostam de mim – esse fato é de há muito conhecido: exceto as abortivas, as ‘emancipadas’, que não têm o que é preciso para gerar descendência.” Ecce Homo

Nem se eu enlouquecer eu mando cartas pra vocês!

Rée took his medical degree in 1890, then set up in Tütz as a medical saint. Living alone in a hut on the family estate, he tended the community free of charge for 10 years without a break. He would carry bread and wine to poor patients beneath his priestly mantle and readily finance trips to the distant clinics. He came to hate Lou, and he dismissed N. as all ‘morbid vanity’ and ‘raving’ in ‘clever’ and ‘beautiful’ phraseology. He was preparing a supreme opus, Philosophie

He was still deriving transcendental concepts such as ‘justice’ from selfishness progressively rationalized – still writing history a priori, only now without wasting labor on corroborative research. His philosophy, once daring, was now dated: like his counterpart the Count, he had outlived himself – and not only philosophically.” Acabou com o jumento!

He died on October 28, 1901”

Tönnies também possui um artigo devastador, chamado simplesmente ‘Rée’.

As for Malwida, Hütter recollected that, when he asked her about Lou in 92, she ‘replied – gruff, embittered, deprecatory (not at all like herself) – <I was deceived by her. She let me down>, something like <unworthy>. I said no more…’

V. THE WAYWARD DISCIPLE

With Fred she proved frigid: the marriage could not be consummated.”

She ruled out divorce because of ‘the bond, the word… – they retain their sting: he is still alive, he is, exists, and you have abandoned your freely chosen task!’”

[1890] Throughout most of Europe, Realism had already yielded to Naturalism on stage and in letters a decade or two earlier. That is, the inescapable banalities of social life had yielded to its inextricable problems, the pointless norm to the pointed extreme, occurrences and recurrences to situations, data to theses. Flaubert having shown that adultery was as dull as marriage, Ibsen and Strindberg were now showing that marriage was anything but dull given its inherent perils, including adultery – and dullness. In Germany, though, where Realism had been best known in translation, Naturalism was naturalized belatedly – on the stage for the most part, and with a strong admixture of dialect, reverie, and rhyme. Just so it created a scandal: on October 20, 1889, the Freie Bühne’s first domestic offering, Vor Sonnenaufgang by the unknown Silesian dramatist Gerhart Hauptmann, drew riotous cheers and jeers for blending didactics, lyricism, and crudity.”

As mulheres foram até hoje tratadas como pássaros pelo homem” Beyond Good and Evil

She advocated the emancipation of women, but with the proviso that new, self-given obligations and interdictions should replace the old, man-given ones.”

Though Lou’s Ibsen book was extravagantly acclaimed in its time, its big talk about ideals – about self-liberation versus self-alienation through ideals, and about self-sacrifice for ideals or for want of them – rings false in ours.” “she discussed neither Ibsen’s plays nor even his characterizations, but his characters themselves, quite as if they were real people” “Lou could develop no farther as authoress, feminist or female except as Nietzsche’s ex-disciple.”

Following Nietzsche’s breakdown, Lou filled in her old sketch of him and brought it up-to-date as she pored over his life’s work. The result was the first significant treatment of him in print: 10 precursory articles of 1891-93, elaborated into Friedrich Nietzsche in seinen Werken¹ of 1894.” “Other Nietzscheana prior to Lou’s were crackpot adulation or defamation.” “N.’s writings emerged as symptomatic expressions of self-induced nervous derangement at distinct stages of its development toward insanity. This thesis, startling for its time, was damning for N. in effect and in after-effect, confused as were Lou’s intent and argument respectively.”

If one has character, one has an ever-recurrent typical experience.” BGE

In point of fact N.’s insanity was due to a brain ailment of physical origin, hence was not mentally self-induced, and there is no correlation whatever between the onsets of his malady, his intellectual self-renewals, and his alternations between felt instinctual harmony and felt instinctual chaos. He does seem to have induced and relished many a crisis, only not knowingly. Lou, however, lacked a conception of unconscious purpose”

When speaking summarily, Lou let nothing philosophical survive N.’s self-renewals beyond his philosophical personality itself.”

Evidently she took his Zarathustra IV (1st published in 1891) for his ‘last work’, written ‘on the threshold of madness’ (1890a), only to learn belatedly that it was actually completed in 1885” HAHAHAAHAHA!

Para a loira burra russa:

suprahomem – misticismo

vontade de potência – ( ) (não escreveu sobre)

eterno retorno – idéia fixa

transvaloração de todos os valores – blá, blá, blá (é tão idiota que seria humilhante proceder a este résumé

Her first large-scale autobiographic hoax was, then, an approximation to that great coveted but forbidden spiritual and carnal union between them, rendered celestial and eternal by being depicted only dimly and solemnly and without temporal beginning or end.”

Within N.’s old circle Erwin Rohde, after deeming L.’s first articles on N. incomparably fine and deep, now told Overbeck that she was ‘above all a literary parasite who would just like to live off N. a while as off a suitable substratum while also putting her own person to advantage, and this not so tactfully or nicely.’

her reflexions and constructions about N.’s illness are sufficient in themselves to rule out any really intimate association or communication.”

In July 1893 Peter Gast, in his introduction to a reedition of N.’s Human, All Too Human, upbraided L. for her latest articles: he threw back her charge against N. of mystical madness, refuted her on point after point beginning with N.’s having come to positivism through Rée, and denounced her trickery about how long she knew N. – all this too late, however, to affect her book.”

Mr. and Mrs. Förster had founded their colony – ‘New Germania’ – in Paraguay early in 1886. In 89, facing financial ruin, Bernhard took his life; Lisbeth carried on alone, slowly retrieving the deficit. She returned to Germany in the fall of 90 for 18 months to boost subscriptions, then definitively in September 93 to cash in on her brother’s growing fame. She wrested his literary estate from Gast’s hands, then from her mother’s proprietorship. In February 94 she founded the Nietzsche Archiv in Naumburg with Gast’s help – only to turn Gast out that very spring. For she intended using the Archiv to represent N.’s life and thought in the way of her neo-Germanic propaganda, anti-Semitism and all. Her very own first project was known in Archiv parlance as ‘the biography’.”

In 1900 the Archiv began publishing N.’s letters: forged ones to Lisbeth reviling Lou and Jews plugged untoward gaps. A year later The Will to Power appeared, a concatenation of N. scraps presented as N.’s supreme work – as if to render Lou’s study obsolete. Lisbeth meanwhile more than once called Lou a liar in print – notably in 99 concerning Lou’s pretended conversations and correspondence with N. about the eternal recurrence. In 1904 the volume of the Archiv biography covering 82 appeared. By this account, Lou approached N. as a would-be disciple, but fast showed herself to be intellectually unfit and only out for an amour, so N., who really just wanted a secretary anyhow, sent her packing. L.’s book, ‘utterly false and untrue’, contained ‘conversations never held, excerpts from imaginary letters, and events that never took place.’ It was ‘an act of revenge upon sick N. due to wounded feminine vanity’ – and was ‘perhaps meant to win back Paul Rée’s alienated affections’ to boot.”

Unfortunately for Lou, the mud slung at her was made up of pure grains of truth – or rather, fortunately for her, the pure grains of truth were all mudded over. So, speciously wondering that anyone could regard her book as directed against N., she dismissed the Archival as beneath her dignity to read, let alone refute”

Her ethereal, ageless romance with N. having been refuted, she made him over into a nasty suitor – indeed a vengeful spurned man.”

In this contest between fabler and forger, the one sure loser was N. himself.”

P A R T T H R E E . W O M A N H O O D

I. RITES OF LOVE

IN 92 Lou Andreas, 31-year-old virginal wife, and Georg Ledebour, a Marxist journalist and lecturer 11 years her senior, fell in love.” “She insisted on working things out her own way. For months thereafter she lied to the 2 overwrought rivals by turns until she no longer heard what they growled or hissed back at her. She grew numb and skeletal.” “Ledebour married one of his pupils in 95—one of approximately Lou’s own age and social standing whom he had known, like Lou, since 92. She made him a tender companion through a stormy career and—following Hitler’s advent—a long exile.” “Lou’s Ledebour affair paralleled her Nietzsche hoax as her sorriest off-paper attempt since girlhood to impress fantasy upon reality. Even so, it was her farthest advance toward womanhood to date—a roundabout advance as if to a 2nd adolescence, this one compelling. Her first documented amour since her marriage, it was also her last with an older man: thereafter, while remaining a child-wife at home, she resumed her maidenly coquetterie abroad with new earnestness.”

Lou also made acquaintances fleetingly with August Strindberg, tenuously with the lesser playwright Otto Hartleben, and abidingly with the Danish translator Therese Krüger. And early in 92 she met Frieda von Bülow, soon her closest friend.” “A most possessive friend, she nonetheless had mixed, unstable feelings toward Lou, who was unfailingly devoted to her.”

Her next votive offering, Von der Bestie bis zum Gott (From Beast to God), was a delectable scholarly study of how deities, on losing their following, turn satanic and how, conversely, frightful beasts work their way up through totemism to fusion with tribal fathers, then withdraw to the wilderness as divinity sets in.”

Having found Vienna enchanting at first sight, Lou now found it doubly so. Schnitzler was then, on turning 33, a physician who dabbled in letters; only later that year did his drama Liebelei invert the formula overnight.”

II. SUPER-LOU AND RAINER

At Wassermann’s for tea on May 12, Lou was confronted with a veteran poet of 21 who, with huge soulful eyes, ‘narrow shoulders, thin neck’, ‘receding chin and almost no back to his head’, looked to her like a ‘sickly aristocrat’.”

She was far from suspecting his genius. And no wonder, for he was then in his artistic incunabula, which were all sensibility, sentiment, and fancy, in rich effusion.”

(…)

P A R T F O U R . M A T U R I T Y

(…)

II. A PERSONALIZED FREUDIANISM

Puro lixo e devaneio.

III. THEORIZING FOR FREUD

(…)

IV. LIVING FOR FREUD

(…)

V. ASIDE FROM FREUD

At Alvastra in ‘11 Lou seduced Poul (sic) Bjerre after having befriended his wife, an invalid, and laughed down his marital scruples (…) he too had once written on Nietzsche as a mad genius, but expressly to eschew reductive exegetics.” “About then Ellen Key ran into Bjerre, who inquired whether Lou still took Freud so seriously—and Ellen, reporting to Lou, added that Bjerre had just brought out a fine book exposing Freud’s exaggeration of sex.” “Lou’s next was Viktor Tausk, her classmate in Vienna, a Croation (sic) ex-jurist come lately to medicine and psychoanalysis.”

P A R T F I V E . O L D A G E [ O F A H A R L O T ]

I. REVAMPING THE PAST

Reaffirming her individuality by this same token, she treated Freud’s work as a contribution to her existence rather than the reverse.”

By and large, Lou treated other celebrities just like Tolstoi in not letting on how well or ill she knew them and as if her knowing them were a matter of course—though in fact she ransacked her ‘Celebrities’ file to compile 2 chapters teeming with them.”

II. “HOMECOMING”

As the pain eased over the months, she went back from 100 to 125 pounds even on a limited calorie diet—one permitting her chocolate at night in lieu of bread by day.” “Later that year she was laid up in plaster with a broken foot. Her proud calligraphy was reduced to a pencil scrawl—as during her prostration of 2 years before, only this time definitively, for her eyesight was failing.” “Another year or so and her chronic heart ailment had set in for the duration, followed by cancer in a breast that was successfully amputated in mid-35 after she had put her papers in final order and taken leave of the world.”

III. A RETROSPECT

Inclusive as were her cultural concerns, her concerns were that exclusively cultural: nowhere do her own ample annals disclose that, for instance, her life in Germany began under Bismarck and ended under Hitler.” Uma imbecil fora do tempo, mas não atemporal.

a moral monstrosity”

distraught fabler”

post-elaborated beyond recognition”

BEYOND FRAU LOU

Lou changed off fictionalizing techniques continually, but I could not grasp the sense of the changes.”

The stock subjects of intellectual history were extraneous to Lou, who went the Zeitgeist’s way with no guidance from the Zeitgeist. Commonly ideas and their ilk are chronicled as if they developed somehow one from the other or else in response to conditions and events of public life; they developed neither way, however”

* * *

APPENDIX B

How I would deal with a man who spoke that way about me to my sister there is no doubt. For I am a soldier and always will be, I can handle weapons. But a girl! And Lou! I did not at all doubt but that she would at some time cleanse herself of those ignominious deeds in a heavenly way. Dirt! Any other man would have turned away from such a girl with disgust: I too felt disgust, but overcame it again and again. It moved me to pity to see a nobly endowed nature in its momentary degeneration; and, to tell the truth, I spilled countless tears in Tautenburg—not on my own account, but on Lou’s. This trick pity played on me. I lost the little I still possessed: my good name, the confidence of a few people—perhaps I shall yet lose a friend: you (…) Dear friend, I call Lou my sirocco incarnate: not one minute have I had with her that clear sky that I need above me, with or without people. She combines all the human qualities repulsive and hateful to me, and since Tautenburg I have for that very reason put myself to the torture of loving her! (…) I thought you had persuaded her to come to my help: now I see that she is out for amusement and good mental entertainment. And when I think that questions of morality come in there too I am, to put it mildly, revolted.”

Listen, friend, to how I see things today! She is an utter misfortune—and I am its victim. In the spring I thought I had found someone able to help me: for which not only a good intellect but a first-rate morality is needed. I discovered instead a being who wants to have fun and is shameless enough to believe that the most distinguished minds on Earth are just good enough for her fun. As a result of this mistake I more than ever lack the means of finding such a person. I am writing this in clearest weather: do not confuse my sense with the nonsense of my recent opium letter. I am certainly not crazy, nor do I suffer from delusions of grandeur. But I should have friends who warn me in good time about such desperate things as those of last summer. Who could suspect that her talk of ‘heroism’, of ‘fighting for a principle’, her poem ‘To Pain’, her tales of struggles for knowledge, are simply fraud?”

It was a completely futile waste of love and heart—though in truth I can afford it. . . . Lou debases the whole dignity of our striving: she should have nothing further to do with your name and mine. I no longer understand you, dear friend. How can you stand being near such a creature? For heaven’s sake, pure air and highest mutual esteem!”

O MUNDO COMO VONTADE E COMO REPRESENTAÇÃO: A música ouvida só uma vez nunca foi ouvida

Volume I (Contendo os 4 livros ou TOMOS clássicos de MVR + o apêndice “Crítica da filosofia kantiana”), edição em Português, tradução e editoração de Jair Barboza, UNESP, 2005.

APRESENTAÇÃO: Um livro que embriaga

Nos meios acadêmicos franceses o autor passa despercebido e até hoje ainda se encontra envolvido em penumbra. O mesmo não se dá na Alemanha, para o que em muito contribuiu sua recepção pela Escola de Frankfurt. Quanto à Inglaterra, graças ao domínio da filosofia analítica, o destino de qualquer filosofia continental é quase sempre a má compreensão e conseqüente assimilação falha, se bem que em referência a Sch. tenhamos lá a exceção de B. Magge. Ora, como o Brasil tem uma tradição filosófica acadêmico-uspiana marcadamente francesa, era natural que, num 1o momento, também importássemos de lá a penumbra a envolver o pensamento schopenhaueriano. Isso começa a mudar com uma tese doutoral defendida na Alemanha, de Muriel Maia, e publicada em 1991 pela Vozes, A outra face do nada. Em 1994 vem a lume pela Edusp/Fapesp, baseada em tese doutoral defendida no Brasil, de Maria Lúcia Cacciola, Schopenhauer e a questão do dogmatismo. A partir daí os estudos schopenhauerianos ganham significativo incremento entre nós, a ponto de bianualmente realizar-se numa cidade brasileira um colóquio em torno do pensamento do autor de O mundo, fórum privilegiado para discutir as mais diversas e instigantes temáticas filosóficas, não só relacionadas a Sch., mas também a um espectro de autores e temas que de algum modo permitem a prática da autêntica filosofia (que, como ensinava o velho e bom Platão, é essencialmente diálogo).”

O leitor tem aqui a primeira versão integral [propaganda enganosa!] – com 3 prefácios, corpus da obra e a crítica da filosofia kantiana”

Seguindo também a vontade dele, as palavras destacadas no texto vão em VERSALETE [CAPS LOCK aqui], em vez de itálico como é usual hoje em dia.” “As minhas notas, em algarismos arábicos, são indicadas por (N.T.), para diferenciá-las das notas de Sch. indicadas com asterisco (*), em conformidade com o original.” As MINHAS notas (Rafael Aguiar) estarão devidamente assinaladas fora das aspas, em cor azulada quando de fundamental importância.

O ofício de traduzir textos filosóficos, ainda mais um clássico, é inglório: os justos méritos são todos do autor do texto e as críticas são todas para o tradutor” Critiquem o tradutor se calhar, ele deixou o e-mail no prefácio: jbarboza@gmx.net. Minha própria opinião sobre a presente tradução ao Português é de que ela é medíocre; não fosse pelas altas considerações ao estilo do original e pelos volumes 2 e 3 em Inglês, teria descontado uma estrela da avaliação do post (“3 de 5 estrelas”, no lugar de 4). Muitos trechos ficam horrendos e/ou ininteligíveis sem uma repaginada ou intervenção. Não cri necessário avisar ao leitor quando empreendi essas alterações “salvacionistas” na sintaxe das frases de Jair Barboza.

PREFÁCIO À 1ª EDIÇÃO

Schopenhauer diz que seu sistema filosófico não poderá ser compreendido se não for lido pelo menos duas vezes (daí minha escolha de título A música ouvida só uma vez nunca foi ouvida). À parte termos fontes melhores que tornam uma segunda leitura discricionária (eu havia lido muito Nietzsche antes de experimentá-lo), pude cumprir com suas exigências: 2012/2019 foram os anos em que li este PRIMEIRO TOMO (vou chamar a partir de agora de VOLUME 1, para não confundir o leitor, já que o 1o tomo é subdividido em 4 partes que Schopenhauer mesmo chamou de TOMOS)!

LEITURAS DO AUTOR RECOMENDADAS ANTES DE ‘O MUNDO…’:

Sobre a quádrupla raiz do princípio de razão suficiente (Introdução fundamental à filosofia moderna)

Sobre a visão e as cores (Não-vinculada ao assunto aqui tratado a não ser indiretamente – como forma acabada da teoria sobre a propagação da luz antes do séc. XX e do campo da física monopolizar o discurso acerca do tema, e como um aperfeiçoamento do ótimo tratado de Goethe sobre este assunto, é um texto que valerá a pena.)

Sobre a vontade na natureza (Prelúdio importante para as 2ª e 4ª parte do VOLUME 1.)

Era tão contra a minha vontade copiar-me, ou com labor colocar de novo em outras palavras o que já foi dito de modo suficiente, que preferi este caminho, embora até pudesse fornecer aqui uma exposição melhor do conteúdo do ensaio, sobretudo depurando os conceitos oriundos da minha então excessiva ocupação com a filosofia kantiana, tais como categorias, sentidos externo e interno, e coisas semelhantes.” Curiosamente, Sch. vai se repetir muito nos volumes 2 e 3, e até que relativamente nos tomos do volume 1, então prepare-se para uma jornada bem cíclica!

cada aforismo isolado e disperso que constitui o Upanixade¹ pode ser deduzido como conseqüência do pensamento comunicado por mim” Uma maneira anti-cronológica de ver as coisas!

¹ Upanishad em inglês.

O leitor que chegou até o prefácio, este que o rejeita, tendo pago em dinheiro vivo pelo livro, pode agora perguntar como será indenizado. – Meu último refúgio, então, é lembrar-lhe que sabe usar de diversas maneiras um livro não-lido. (…) poderá colocá-lo na cômoda ou mesa de chá de sua amada.” HAHAHA

Agosto de 1818”

PREFÁCIO À 2ª EDIÇÃO

NÃO AOS ALOÍSIOS! OU: AOS NÃO-ALOÍSIOS…

Quem pratica e leva a sério uma coisa que não conduz a vantagens materiais não pode contar com a simpatia dos contemporâneos.”

É impossível a uma contemporaneidade que durante 20 anos exaltou Hegel, esse Caliban¹ espiritual, como o maior dos filósofos, de maneira tão sonora que toda a Europa ouviu, encetar o desejo de aplauso àquele que descobriu semelhante farsa; uma tal contemporaneidade não possui mais coroas de glória para outorgar: sua aprovação prostituiu-se e sua censura não significa coisa alguma.”

¹ Caliban era um curandeiro farsante de uma peça, Próspero e Caliban.

PALAVRÓRIO PARA OCULTAR O DESINTERESSE EDITORIAL NUM VOLUME ÚNICO (Ver, a respeito, as palavras finais deste post!): “Por isso, embora fosse mais agradável ao leitor ter toda a minha obra numa única peça, em vez de, como agora, em duas metades para serem trazidas juntas em seu uso [três terços, agora], queira ele pensar que para isso seria exigido de minha parte a realização, numa só idade, daquilo que apenas em duas é possível, na medida em que, para tanto, teria de possuir numa só e mesma idade as qualidades divididas pela natureza em dois períodos da vida completamente diferentes.” “Por outro lado (…) o leitor encontrará algumas compensações pelo desagradável uso simultâneo de dois tomos na variedade e alívio que traz o tratamento do mesmo objeto pela mesma cabeça, no mesmo espírito, no entanto em anos bem diferentes.” Schopenhauer, aviso que, para nós, microencefálicos do XXI, ainda não chegou a edição de bolso do seu clássico: em fascículos, divididos em umas 30 partes, como seria mais adequado para as calças jeans atuais!

Quem, entretanto, não domina a filosofia kantiana, está, por assim dizer, em estado de inocência, não importa o que tenha praticado, ou seja, permaneceu naquele realismo natural e pueril no qual todos nascemos e que capacita para todas as coisas possíveis, menos para a filosofia” 100 anos mudam totalmente a noção do óbvio!

Os capítulos principais de cada um desses filósofos autênticos fornecerão 100x mais intelecção de suas doutrinas do que os comentários esforçados e entediantes feitos por cabeças comuns sobre os mesmos, que na maioria das vezes se encontram profundamente enraizados na filosofia da moda, ou em sua opinião pessoal preferida.”

Se em todos os tempos vemos juntos os Górgias e Hípias [sofistas] bem no topo, e o absurdo via de regra predomina, parecendo impossível que, através do coro dos encantadores e encantados, ouça-se a voz de um indivíduo; ainda assim, em todos os tempos, as genuínas obras vão fazendo aos poucos, silenciosamente, o seu efeito próprio e poderoso, e, como num milagre, vê-se finalmente o seu soerguimento a partir do tumulto, semelhante a um aeróstato que, do denso espaço atmosférico da terra, eleva-se às alturas mais puras, onde, uma vez chegando, permanece, e ninguém mais pode fazê-lo descer.”

26 anos depois do primeiro prefácio – desta vez já com os volumes 2 e 3 preparados.

PREFÁCIO À 3ª EDIÇÃO

Petrarca, De vera sapientia

Se por fim cheguei e tenho a satisfação, no ocaso de meu decurso de vida, de ver o começo de minha influência, é com a esperança de que ela, conforme uma antiga regra, durará em proporção direta à demora com que começou.” O ideal, pois, seria que ela comece muito depois da própria morte.

1859” Espantosos 41-2 anos depois do 1º prefácio!

APÊNDICE: Crítica da filosofia kantiana

Como a água deslocada por um navio logo se fecha atrás dele, assim também o erro, quando espíritos proeminentes o colocam de lado e conquistam um espaço para si, volta a fechar-se rapidamente atrás deles, conforme a natureza (Goethe, Poesia e verdade,¹ III, 521)” Todo gênio tem de errar do zero.

¹ Em breve no Seclusão.

As pessoas começam a perceber que a verdadeira e séria filosofia ainda se encontra lá onde Kant a deixou. Em todo caso, não reconheço que tenha acontecido algo na filosofia, entre mim e ele; por conseguinte, ligo-me imediatamente a ele.” “manifestamente, minha linha de pensamento, por mais diferente que seja no seu conteúdo da kantiana, fica inteiramente sob a influência dela”

O MAIOR MÉRITO DE KANT É A DISTINÇÃO ENTRE FENÔMENO E COISA-EM-SI (…) Ele foi conduzido a este caminho por LOCKE (vejam-se Prolegômenos de toda metafísica, §13, n. 2)” “LOCKE abstraiu da coisa em si a participação que os órgãos dos sentidos têm no seu fenômeno; KANT, entretanto, ainda abstraiu a participação das funções cerebrais (embora não sob este nome)”

os Prolegômenos (este mais belo e mais compreensível de todos os escritos capitais de K., que é muito pouco lido, embora facilite extraordinariamente o estudo de sua filosofia)”

filosofia leibniz-wolffiana: deve-se conhecer todas as 3 teorias, antes de proceder ao estudo da filosofia kantiana.”

Fosse o homem tão prudente e linear, jamais teria mergulhado de cabeça em piscina alguma. É indiferente de onde partimos, uma vez que precisamos sentir o perigo e nos molhar.

ele apresentou a mesma verdade, por um novo lado e um novo caminho, que já Platão incansavelmente repete e na maioria das vezes exprime em sua linguagem do seguinte modo: este mundo que aparece aos sentidos não possui nenhum verdadeiro ser, mas apenas um incessante devir, ele é, e também não é; sua apreensão não é tanto um conhecimento mas uma ilusão.”

a doutrina de Maia, pela qual não se entende outra coisa senão aquilo que K. nomeia o fenômeno em oposição à coisa-em-si” O FIO OU VÉU DE MAIA: Joguete dos deuses.

Kant (…) expressou a mesma doutrina de um modo totalmente novo e original (…) fez dela, mediante a exposição mais calma e sóbria, uma verdade demonstrada e incontestável; já Platão e os indianos (…) fundamentaram suas afirmações meramente sobre uma intuição geral do mundo, produzindo-a como enunciado direto de sua consciência e a expondo mais mítica e poeticamente que filosófica e distintamente.” Grande ironia platônica!

Ele levou semelhante tarefa a efeito ao desmontar e exibir, peça por peça, toda a maquinaria de nossa faculdade de conhecimento”

NOSSA ÉPOCA EXAGEROU O TIPO! “Pode-se portanto comparar todos os dogmáticos a pessoas que acham que, se caminhassem em linha reta, chegariam ao fim do mundo. Kant, porém, teria circunavegado o mundo e mostrado que, porque ele é redondo, não se pode sair dele por movimento horizontal, no entanto por meio de movimento perpendicular talvez isso não seja impossível. Pode-se também dizer que o ensinamento de K. propicie a intelecção de que o princípio e fim do mundo devem ser procurados não fora dele, mas dentro de nós mesmos.”

Costuma-se fazer a filosofia escolástica estender-se só até cerca de 100 anos antes de Descartes”

Giordano Bruno (…) apenas se aproxima em alguma coisa de Platão, no vigoroso dom e força de orientação poética ao lado do filosófico”

A teologia especulativa e a psicologia racional a ela conectada receberam dele o golpe de morte, e desde então, desapareceram da filosofia alemã.” “A grandeza desse mérito de K. só pode ser medida por quem atentou para a influência perniciosa daqueles conceitos sobre a ciência natural e sobre a filosofia em todos os escritores, mesmo os melhores, dos sécs. XVII e XVIII.” “antes de K. estávamos NO tempo; agora, o tempo está em nós”

Vemos inclusive os melhores escritores do tempo, p.ex. Lessing, enredados da maneira mais deplorável possível nas perfeições e imperfeições e debatendo-se com elas.”

seus erros, ao qual passo agora.”

quem é claro para si mesmo até o fundo e sabe de maneira inteiramente distinta o que pensa e quer, jamais escreverá de modo indistinto, jamais estabelecerá conceitos oscilantes, indeterminados e nem recolherá para designação deles expressões difíceis, complicadas, de línguas estrangeiras, para depois usá-las continuamente, como o fez K. ao tirar palavras e fórmulas da filosofia antiga, até mesmo da escolástica e combiná-las umas às outras para seus propósitos, como p.ex. ‘unidade sintética transcendental da apercepção’, e em geral ‘unidade da síntese’, usadas todas as vezes em que apenas ‘unificação’ seria suficiente.”

Quo enim melius rem aliquam concipimus, eo magis determinati sumus ad eam unico modo exprimendam, diz Decartes em sua 5ª carta.”

#PROJETO: TRADUZIR HEGEL PARA A LÍNGUA DOS HOMENS! (cada vez mais próximo!)

Entretanto o maior atrevimento em servir à mesa um nonsense mal-cozido, em empastelar redes de palavras delirantes e vazias de sentido, como até então se tinha ouvido apenas em hospícios, entrou em cena finalmente com HEGEL, e se tornou o instrumento da mais canhestra mistificação geral que já existiu, com um resultado que parecerá digno de fábulas à posteridade e que permanecerá como um monumento da estupidez alemã.”

Wer mag sich mit den Narr’n befassen? – GOETHE

// “Quem quer se ocupar com os tolos?”

uma característica inteiramente peculiar do espírito de K. é uma satisfação singular pela SIMETRIA, que ama a multiplicidade variegada, para ordená-la e repetir a ordem em subordens, e assim por diante, exatamente como nas igrejas góticas.”

A TÁBUA DOS JUÍZOS (…) uma dúzia bem exata de categorias, simetricamente dispostas sob 4 títulos” “elegante edifício”

K. nunca chegou a distinguir claramente o conhecimento intuitivo do conhecimento abstrato.”

aquilo conhecido a priori pela pura intuição, ou pelas formas do entendimento, é uma REGRA, e apenas o que resulta a priori de meros conceitos é um princípio. Voltaremos depois a esta distinção arbitrária e inadmissível quando tratarmos da dialética.”

RAZÃO A PRIORI X RAZÃO EMPÍRICA (JUÍZO): “julgar é a operação do entendimento quando o fundamento do juízo for empírico, transcendental ou metalógico; mas se este fundamento for lógico, como aquele em que consiste a inferência, age aqui uma faculdade de conhecimento bem especial, e muito mais aprimorada, a razão.”

O entendimento é também sempre redefinido de modo novo em 7 passagens da Crítica da razão pura.” “na p. 158 (V, 197)¹ é dito que ele ‘não é somente a faculdade das regras, mas a fonte dos princípios fundamentais segundo a qual tudo se encontra sob regras’, e, não obstante, fôra anteriormente oposto à razão, porque exclusivamente esta seria a faculdade dos princípios”

¹ Quinta edição, novo número de página. K. multilou sua obra-mestra nas revisões (e não em prol da clareza e concisão).

A mesma falta de atenção suficiente, com a qual passa por cima de questões do tipo: que é intuição?, que é reflexão?, que é conceito?, que é entendimento?: faz com que também passe por cima das seguintes investigações igualmente necessárias: o que é OBJETO,¹ o qual distingo de REPRESENTAÇÃO?,² que é existência?, que é objeto?,³ que é sujeito?, que é verdade, ilusão, erro? No entanto ele persegue, sem refletir ou olhar em redor, seu esquema lógico e sua simetria. A tábua dos juízos deve e tem de ser a chave de toda sabedoria.

¹ (N.T.) Gegenstand, ou seja, ‘objeto empírico’, vale dizer, aquilo que está (stehen) diante de mim (gegen).

² (N.T.) Vorstellung, que está (stellen) em frente a mim (vor), portanto um termo cuja acepção é quase idêntica à de Gegenstand.

³ (N.T.) Aqui, Objekt, ou seja, objeto na sua acepção mais geral, que inclui o objeto empírico Gegenstand.”

Conforme esse esquema descritivo, teríamos uma imagem, grosso modo, aproximadamente assim:

Toda a passagem das 348-92, na qual K. expõe seu idealismo decidido com extrema beleza e distinção, foi por ele suprimida na 2ªed. e, em contrapartida, foi introduzida uma série de declarações conflitantes. Nesse sentido, o texto da Crítica da razão pura, tal qual circulou de 1787 até 1838, tornou-se um livro desfigurado e corrompido, autocontraditório, cujo sentido, exatamente por isso, não podia ser completamente claro e compreensível a ninguém.” “Em conseqüência das minhas representações, o Sr. Prof. Rosenkranz foi convencido no ano de 1838 a restabelecer em sua forma originária a Crítica da razão pura, pois a imprimiu no mencionado segundo tomo de acordo com a PRIMEIRA edição de 1781, conquistando com isso um mérito inestimável na filosofia; sim, talvez tenha resgatado do ocaso a obra mais importante da língua alemã, e por isso sempre lhe devemos ser gratos.” Pseudo-Kant apud Kant!

Com a decisiva visão idealista fundamental expressa tão distintamente na 1ªed. da Crítica, encontra-se todavia, em inegável contradição, o modo como K. introduz a COISA-EM-SI; e, sem dúvida, essa é a principal razão para ele, na 2ªed., suprimir a citada passagem principal idealista e se autodefinir como alguém diretamente opositor do idealismo berkeleyano, com o que, entretanto, tão-somente incorporou inconseqüências a sua obra, sem poder remediar o principal defeito dela.”

FICHTE (…) foi suficientemente atrevido e impensado a ponto de negar por completo a coisa-em-si e estabelecer um sistema no qual não apenas, como em K., a parte meramente formal da representação mas também a parte material, o conteúdo completo dela, foram pretensamente deduzidos a priori do sujeito. (…) de tal maneira que conseguiu desviar, de K. para si, a atenção do público e, assim, dar à filosofia alemã o rumo ao qual foi conduzida mais adiante por Schelling, e finalmente atingiu seu alvo na absurda sabedoria hegeliana de bundões.” [!!!]

da doutrina da estética transcendental não saberia descartar coisa alguma, apenas acrescentar.”

Ele deixa a intuição nela mesma incompreensível, puramente sensível, portanto inteiramente passiva, [concepção limitada e anterior da intuição, até Hume] e só pelo pensamento (categorias do entendimento) permite que um OBJETO seja apreendido. Com isso (…) traz O PENSAMENTO PARA A INTUIÇÃO. (…) com isso o pensamento perde o seu caráter essencial de universalidade e abstração”

nosso pensamento não serve para conferir realidade às intuições: esta elas já o têm, desde que são capazes dela (realidade empírica) por si mesmas.”

os discípulos sem autonomia de pensamento de todo grande pensador tornam-se o espelho de aumento de seus erros.”

Se quisermos ir para além dessa representação, chegaremos à pergunta sobre a coisa-em-si, cuja resposta é o tema da minha obra inteira, bem como de qualquer metafísica em geral.”

Um indício da falta de fundamento da doutrina das categorias já é dado pela sua própria exposição. Nesse sentido, que distância há entre a ESTÉTICA transcendental e a ANALÍTICA transcendental! LÁ, que clareza, determinidade, segurança, firme convicção enunciada abertamente e comunicada de maneira infalível! Tudo é cheio de luz, nenhum canto escuro é deixado: Kant ali sabe o que quer e sabe que tem razão. AQUI, ao contrário, tudo é obscuro, confuso, indeterminado, vacilante, incerto, a exposição é temerosa, cheia de desculpas e remissões ao que vem em seguida, ou até mesmo tergiversações.”

Na ESTÉTICA transcendental todas as proposições são efetivamente demonstradas a partir de fatos inegáveis da consciência; na ANALÍTICA transcendental, ao contrário, quando a consideramos mais de perto, encontramos meras afirmações de algo que é assim e assim tem de ser. (…) a exposição traz a marca do pensamento do qual procedeu, pois o estilo é a fisionomia do espírito.” “a lei de causalidade é a real, mas também a única forma do entendimento, e as restantes 11 categorias são apenas janelas cegas. Na 1ª edição, a dedução das categorias é mais simples e mais ágil que na 2ª.”

parece ter-se assustado com o fato de, caso se fizesse a admissão do nexo causal entre sensação dos sentidos e objeto, este último se tornaria de imediato a coisa-em-si, introduzindo o empirismo lockeano. Semelhante dificuldade seria, entretanto, posta de lado, pela clareza de consciência que nos relembraria que a lei de causalidade é de origem subjetiva, tanto quanto a sensação dos sentidos mesma; ademais, também o próprio corpo, na medida em que aparece no espaço, já pertence às representações. Porém Kant impediu-se de conceder isso devido ao seu temor em face do idealismo berkeleyano.”

O prefácio aos Princípios metafísicos da ciência da natureza contém uma longa nota que, igualmente, fornece uma explicação das categorias, asseverando que elas ‘em nada diferem das ações formais do entendimento no julgamento’

Peço que atiremos 11 categorias janela afora e conservemos tão-somente a de causalidade, porém reconhecendo que sua atividade já é condição da intuição

Única descoberta baseada em apreensão objetiva e suprema clareza humana de consciência é o apperçu de que tempo e espaço são por nós conhecidos a priori.”

ao admitir esquemas de conceitos puros (SEM CONTEÚDO) a priori do entendimento (categorias) análogos aos esquemas empíricos (ou representantes de nossos conceitos reais pela fantasia), passa-lhe despercebido que falta por completo a finalidade desses esquemas.”

o conceito de substância não tem nenhum outro verdadeiro conteúdo senão o de conceito de matéria.”

é incontestável o verdadeiro análogo lógico entre a ação recíproca e o circulus vitiosus (…) Ora, assim como a lógica recusa o circulus vitiosus, do mesmo modo o conceito de ação recíproca deve ser banido da metafísica.”

Causalidade é a lei segundo a qual os ESTADOS da matéria a entrarem em cena determinam suas posições no tempo. Na causalidade trata-se apenas de estados, sim, propriamente dizendo, só de MUDANÇAS, e não da matéria enquanto tal, nem da permanência sem mudança. A MATÉRIA enquanto tal não está sob a lei de causalidade, já que não vem a ser, nem perece: tampouco a COISA toda, como se costuma dizer; mas exclusivamente os ESTADOS da matéria.” “Só no caso em que o estado A precede no tempo o estado B, e sua sucessão não é casual mas necessária, noutros termos, não é mera seqüência mas conseqüência – apenas neste caso o estado A é causa, e o estado B é efeito. O conceito de AÇÃO RECÍPROCA contém, todavia, que ambos são causa e ambos são efeito um do outro.” “ambos (…) constituem UM só estado” “Também afirmo terminantemente que o conceito de AÇÃO RECÍPROCA não pode ser ilustrado por um único exemplo sequer. Tudo o que se desejasse apresentar como tal é ou um estado de repouso, para o qual o conceito de causalidade, que tem significação só em relação às mudanças, não encontra aplicação alguma, ou é uma sucessão alternada de estados homônimos a se condicionarem, para cuja explanação basta a simples causalidade.”

Humboldt, Ansichten der Natur, vd. sua teoria do deserto: “nos desertos de areia não chove, mas chove nas montanhas densas de vegetação que os delimitam. A causa não é a atração das montanhas sobre as nuvens. Porém, a coluna de ar aquecido, elevando-se da planície arenosa, impede que as partículas de vapor se desfaçam e impele as nuvens para o alto; sobre montanhas, a corrente de ar que se eleva verticalmente é mais fraca; as nuvens descem e se segue a precipitação no ar mais frio. Assim, a falta de chuva e a ausência de vegetação do deserto se encontram em ação recíproca.” “Se houvesse verdadeira ação recíproca, o perpetuum mobile seria possível e até mesmo certo a priori.”

há, segundo as diferentes figuras deste princípio (da razão), uma necessidade física (do efeito a partir da causa), uma lógica (pelo fundamento de conhecimento, nos juízos analíticos, silogismos e assim por diante), uma matemática (segundo o fundamento do ser no espaço e no tempo) e por fim uma necessidade prática, com a qual não queremos indicar alguma determinação por um suposto imperativo categórico, mas a ação necessária que entra em cena via um determinado caráter empírico, em conformidade com os motivos apresentados. – Tudo o que é necessário, todavia, é apenas relativo, a saber, sob a pressuposição do fundamento do qual se segue. Nesse sentido, necessidade absoluta é uma contradição.”

Na natureza, como representação intuitiva, tudo o que acontece é necessário, pois procede de uma causa. Se, contudo, observarmos este acontecimento singular em sua relação a todo o resto que não é sua causa, reconhecemo-lo como contingente: isto, entretanto, já é uma reflexão abstrata. Se, ainda, abstrairmos de um objeto da natureza sua relação causal com tudo o mais, portanto sua necessidade e sua contingência, então um tal conhecimento compreende o conceito de REAL, conceito este em que se considera apenas o EFEITO, sem buscar a causa, em relação à qual se deveria chamá-lo NECESSÁRIO e, em relação a todo o resto, CONTINGENTE.”

a origem de toda essa falsa explanação acerca do necessário e do contingente já se encontra em Aristóteles, em De generatione et corruptione, Liv. II, c. 9&11, no qual o necessário é explicado como aquilo cujo não-ser é impossível; a ele se contrapõe aquilo cujo ser é impossível; e entre os 2 se encontra aquilo que pode ser e também não ser, portanto aquilo que nasce e perece, e este seria então o contingente. Em conformidade com o dito acima, é claro que esta explanação, como tantas outras de Arist., surgiu do permanecer em conceitos abstratos, sem retorno ao concreto e intuitivo, no qual, todavia, encontra-se a fonte de todos os conceitos abstratos na qual estes têm de ser continuamente controlados.”

todos os juízos APODÍTICOS são originariamente e em sua última significação HIPOTÉTICOS. Tornam-se CATEGÓRICOS apenas pela introdução de uma ASSERTÓRICA menor, portanto na conclusão. Se esta menor é ainda indecidida e a indecidibilidade é expressa, tem-se o juízo PROBLEMÁTICO.”

Em verdade, a distinção entre necessário, real e possível existe propriamente dizendo apenas in abstracto e segundo o conceito.”

a contingência é um fenômeno meramente subjetivo, nascendo da limitação do horizonte de nosso entendimento, e em verdade um fenômeno tão subjetivo quanto o horizonte ótico no qual o céu toca a terra.”

os Princípios da ciência da natureza, inteiramente retalhados conforme a tábua das categorias – o que possivelmente ocasionou aquilo que há de falso misturado aqui e ali ao verdadeiro e excelente desta importante obra.”

É falso que em toda mudança o tempo mesmo PERMANEÇA. Antes, o tempo mesmo é precisamente o que flui: um tempo que permaneça é uma contradição.”

Em termos estritos, o simultâneo é uma determinação negativa que meramente indica o fato de duas coisas, ou estados, não serem diferentes quanto ao tempo, portanto sua diferença deve ser procurada em outra parte.”

Ser e fazer-efeito são nela unos, o que já a palavra WIRKLICHKEIT indica.¹ Unificação íntima de espaço e tempo – causalidade, matéria, efetividade – é algo uno, e o correlato deste uno é o entendimento.

¹ Como se vê, a língua alemã possui 2 termos para realidade, o de uso corrente Wirklichkeit, efetividade, realidade efetiva, e o de origem latina Realität. Wirklichkeit é mais apropriado justamente porque deriva de wirken, fazer-efeito.”

Pode-se de bom grado comparar a minha refutação da prova kantiana com os ataques anteriores à mesma por FEDER, Über Zeit, Raum und Kausalität; e por G.E. SCHULZE, Kritik der theoretischen Philosophie, t. 2.”

Aquela inacreditável ausência de lucidez sobre a essência das representações intuitiva e abstrata leva K., no capítulo ‘da distinção de todos os objetos em fenômenos e números’ à monstruosa afirmação de que sem pensamento, portanto sem conceitos abstratos, não haveria de modo algum conhecimento de um objeto, e que a intuição, visto que não é pensamento, também não é conhecimento algum, e em geral não passa de uma mera afecção da sensibilidade, uma mera sensação!”¹ “Intuições, ao contrário, têm em si mesmas grande e imediata significação (nelas, de fato, objetiva-se a coisa-em-si). Fazem o papel de si mesmas, expressam a si, não têm conteúdo meramente emprestado, como os conceitos.”

¹ Ora: é Kant quem nos ensina, primeiramente, que o pensamento é uma das modalidades da intuição! Quando Kant se desmente dessa maneira, realmente redigiu e pensou mal.

Ele repreende Leibniz e Locke. O 1º por ter reduzido tudo às representações abstratas, o 2º às representações intuitivas. No entanto, distinção alguma é alcançada e, embora L. e Le. efetivamente tenham cometido esse erro, K. mesmo cai num 3º, que inclui os 2 erros anteriores, a saber, ter misturado intuitivo e abstrato numa tal extensão que daí nasce um híbrido monstruoso, uma não-coisa, da qual não é possível representação distinta alguma, e que, por conseguinte, só podia confundir, aturdir e pôr em conflito os discípulos.”

Se elimino todo pensamento (através de categorias) de um conhecimento empírico, não permanece conhecimento algum de um objeto, pois por mera intuição nada é pensado, e o fato desta afecção da sensibilidade estar em mim não constitui referência alguma de tal representação a algum objeto. – Em certa medida, esta sentença contém todos os erros de K. em uma noz” Péssima tradução!

PENSAMENTO, adicionado somente ao homem, não aos animais, é mera abstração da intuição, não fornece conhecimento algum fundamentalmente novo, não põe objetos que antes já não existissem, mas muda apenas a forma do conhecimento já adquirido pela intuição, ou seja, torna-a conhecimento abstrato em conceitos, com o que sua intuitividade é perdida, mas por outro lado sua combinação se torna possível e isto amplia consideravelmente sua aplicabilidade.”

LEIBNIZ, em vez de aprender com os grandes filósofos contemporâneos seus, Spinoza e Locke, preferiu pôr à mesa suas próprias invenções estranhas.”

Justamente aquela distinção despercebida por K. entre conhecimento abstrato e intuitivo foi a que os antigos filósofos designavam por [termo grego: aproximadamente nossa INTELIGIBILIDADE], cuja oposição e incomensurabilidade tanto os ocupou nos filosofemas dos eleatas, na doutrina platônica das Idéias,¹ na dialética dos megáricos, e mais tarde a escolástica na disputa entre nominalismo e realismo, cuja semente, de desenvolvimento tardio, já estava contida na orientação oposta de espírito de Platão e Arist..”

¹ Aqui, Sch. está sendo leviano. Cf. Heidegger, sobre a ingenuidade de Sch. com respeito a Platão.

Após ser obrigado a rejeitar a doutrina das categorias de K., do mesmo modo como ele rejeitou a de Ar., quero aqui indicar um 3º caminho para alcançar o que é tencionado. O que ambos procuravam sob o nome de categorias eram os conceitos mais universais sob os quais se tinha de subsumir todas as coisas, por mais diferentes que fossem, e assim, por meio deles, seria ao fim pensado todo o existente.”

não podemos pensar linguagem alguma que não consista ao menos em substantivos, adjetivos e verbos.” “em todo juízo deve ser possível encontrar sujeito, predicado e cópula, esta última afirmativa, ou negativa, mesmo que cada um destes não seja designado por um nome próprio, como todavia ocorre na maioria dos casos.” “pode-se pensar numa linguagem em que adjetivo e verbo estivessem sempre fundidos um no outro, como às vezes o estão em todas as línguas.” “A gramática filosófica tem de ensinar o mecanismo exato da expressão das formas do pensamento, como a lógica tem de ensinar as operações com as formas mesmas do pensamento.”

menciono a Vorläufig Grundlage zur Sprachphilosophie, 1835, de S. STERN, como um ensaio totalmente malsucedido de construir as categorias a partir das formas gramaticais. A saber, ele confundiu inteiramente o pensamento com a intuição e, por conseguinte, quis deduzir das formas gramaticais as supostas categorias da intuição, em vez das categorias do pensamento” “O primeiro material do pensamento são sempre os conceitos e apenas a estes se referem as formas da lógica, nunca DIRETAMENTE à intuição.” “De meros conceitos nunca podem provir outras proposições senão ANALÍTICAS. Se conceitos devem ser ligados sinteticamente e no entanto a priori, tal ligação tem de necessariamente ser intermediada por um 3º termo, por uma intuição pura da possibilidade formal da experiência, do mesmo modo que os juízos sintéticos a posteriori são intermediados pela intuição empírica: conseqüentemente, uma proposição sintética a priori nunca pode provir de meros conceitos.”

Assim como, antes, sob o título de anfibologia, meros filosofemas leibnizianos foram tomados como desvios naturais e necessários da razão e como tais foram criticados, a mesma coisa ocorre agora com os filosofemas de Wolff.”

Nunca (…) pode-se dar para um condicionado uma SÉRIE propriamente sucessiva de condições que existisse meramente como tal e em virtude daquilo que, ao fim, é ultimamente condicionado; ao contrário, ela é sempre uma alternante de condicionados e condições” “Assim, o princípio de razão SUFICIENTE exige tão-somente a completude da CONDIÇÃO MAIS PRÓXIMA, nunca a completude de uma SÉRIE.”

um incondicionado é literalmente uma incoisa.”

Que a comodidade faça esta ou aquela pessoa deter-se em algum lugar e arbitrariamente assumir tal absoluto, em nada adianta contra aquela inabalável certeza a priori, mesmo que, ao fazê-lo, assuma um ar e feições pomposas. De fato, todo o discurso sobre o absoluto, este tema quase exclusivo das filosofias ensaiadas desde Kant, nada é senão a prova cosmológica incognito.”

Todo ser tem seu limite e absoluto. O dos mais baixos é a subsistência mesma. O de outros são palavras que dotam de superpoderes. O de outros, terceiros, são missões automutantes. Mas a faculdade de mentir sobre si mesmo com belas palavras deveria ser o dom mais prezado. Criar e deslocar. Absoluto ex nihilo. O Nada são os outros.

Seid ihr nicht die Weiber, die beständig

Zurück nur kommen auf ihr erstes Wort,

Wenn man Vernunft gesprochen stundenlang?

Que o regresso a uma causa incondicionada, a um 1º começo, não esteja de modo algum fundado na natureza da razão, está de resto provado em termos concretos pelo fato de as religiões originárias do nosso gênero, que possuem ainda hoje o maior número de seguidores sobre a face da terra, i.e., o bramanismo e o budismo, não conhecerem e não tolerarem tais assertivas, mas remeterem ao infinito e à série dos fenômenos mutuamente condicionados.”

Os deuses são transmorfos. Pernicioso seria outro Um dentro do Grande Um, que é o universo.

pressuposição de um objeto incondicionado em sua existência”

conflito insolúvel”

Para decidir isso seria necessário pedir ajuda à investigação histórica e pesquisar se os povos antigos e não-europeus, em especial os hindustânicos, e muitos dos mais antigos filósofos gregos, de fato também chegaram àqueles conceitos; ou se somos apenas nós que, bastante benevolentes, os atribuímos a eles, da mesma forma que os gregos reencontravam por toda parte seus deuses, ou quando de maneira totalmente falsa traduzimos o Brama dos hindus e o Tien dos chineses como ‘Deus’; ou se, antes, ao contrário, não seria o caso de o teísmo propriamente dito ser encontrado apenas na religião judaica e nas duas religiões dela provenientes, cujos seguidores, exatamente por isso, teriam abrangido os adeptos de todas as outras religiões da terra sob o nome de pagãos – uma alcunha, diga-se de passagem, extremamente parcial e rude, que deveria ser banida pelo menos dos escritos dos mestres eruditos, já que confunde e mistura bramanistas, budistas, egípcios, gregos, romanos, germanos, gauleses, iroqueses, patagônicos, caribenhos, taitianos, australianos e muitos outros. Para padres, uma tal expressão é cabível”

No que tange a Platão, sou da opinião de que ele deve aos judeus as suas quedas periódicas no teísmo.” Será?

Quem é Platão senão um Moisés que fala grego?” NUMENIUS

CLEMENTE amiúde repete que Platão conheceu e usou Moisés (…) Strom. I, 25; V, 14, §90-ss.; Paedagog., 2:10 & 3:11 (…) Cohortatio ad gentes, 6

Muito infeliz (…) foi a escolha do nome IDEAS para aquelas 3 pretensas produções necessárias da razão pura teórica. (…) as Idéias de Platão são inteiramente intuitivas, como também o indica tão precisamente a palavra que ele escolheu, a qual só poderia ser adequadamente traduzida por ‘intuitibilidades’ ou ‘visibilidades’. Kant se apropriou do termo para designar aquilo que está situado tão longe de toda possibilidade da experiência que até mesmo o pensamento abstrato só pode alcançá-lo pela metade. A palavra Idéia, primeiramente introduzida por Platão, conservou desde então, por 22 séculos, sempre a significação na qual ele a empregou, pois não apenas todos os filósofos da Antiguidade mas também todos os escolásticos, inclusive os padres da Igreja e os teólogos da Idade Média, a empregaram exclusivamente naquela significação platônica, ou seja, no sentido da palavra latina exemplar; como SUÁREZ expressamente o indica na sua 25ª Disputatio, seção I. – Que mais tarde ingleses e franceses foram induzidos por meio da pobreza de suas línguas ao uso indevido daquela palavra, é bastante ruim, porém não determinante.” “Ora, como o abuso de poucos anos não pode ser levado em consideração contra a autoridade de muitos séculos, sempre emprego o termo Idéia em sua significação platônica antiga, originária.”

Kant (…) considera conhecer, pensar e querer como efeitos cuja causa procura e, não podendo admitir o corpo como causa, admite então para eles uma coisa por inteiro diferente do corpo. Nesses moldes, o primeiro e o último dos dogmáticos demonstram a existência da alma:¹ a saber, Platão no Fedro, e também Wolff”

¹ Com “a” de alegoria.

desse conceito de MATÉRIA, a SUBSTÂNCIA é por sua vez uma abstração, conseqüentemente um genus mais elevado, e nasceu porque do conceito de matéria só se permitiu ficar o predicado da permanência, abstraindo-se porém todas as suas propriedades restantes e essenciais, extensão, impenetrabilidade, divisibilidade” “aquela abstração é ou destituída de finalidade e admitida como sem função, ou tem uma secreta segunda intenção. Esta vem a lume quando, sob o conceito de substância, uma segunda subespécie é coordenada à matéria, que é sua autêntica subespécie, a saber, a substância imaterial, simples, indestrutível – alma.” “o conceito SUBSTÂNCIA foi formado meramente para ser o veículo da sub-repção [fraude sutil] do conceito de substância imaterial.”

idéias cosmológicas”

As teses e antíteses que dessa forma entram em conflito lembram a ‘causa justa e injusta’ que Sócrates, nas NUVENS de Aristófanes, faz com que se apresentem lutando.”

o sofisma consiste nisto: em vez da falta de começo na série dos estados, o que primariamente era a questão, subitamente é introduzida a falta de fim (infinitude) (…) Mas o término de uma série sem começo pode sempre ser PENSADO sem prejuízo de sua falta de começo, bem como, inversamente, é possível o começo de uma série sem fim.”

POLIER, Mythologie des Indous

Em relação aos limites espaciais do mundo é provado que, se este deve chamar-se uma TOTALIDADE DADA, necessariamente tem de ter limites. A conseqüência é correta.”

a dificuldade de pensar o mundo como limitado no espaço reside em que o espaço mesmo é necessariamente infinito e, por isso, um mundo limitado, finito no espaço, por maior que o mundo fosse, tornar-se-ia uma grandeza infinitamente pequena, desproporção na qual a imaginação encontra um obstáculo insuperável, pois lhe sobra apenas a escolha de pensar o mundo como infinitamente grande ou como infinitamente pequeno.”

(N.T.) “Metrodoro, o mestre de Epicuro, ensina que é absurdo nascer apenas uma espiga num vasto campo, e apenas um mundo no espaço infinito.”

Física, III, cap. 4, capítulo este bastante digno de leitura”

Priestley, On Matter and Spirit

infinitum non potest esse actu: […] sed impossibile, actu esse infinitum” Metafísica, 10

compreenderemos mal a nós mesmos caso pretendamos pensar o infinito, não importa o seu tipo, como algo objetivamente subsistente, pronto, independente do regresso.”

sistema de acomodação”

Em geral, este é o ponto em que a filosofia de Kant conduz à minha, ou em que esta brota daquela como um galho do tronco. Os leitores se convencerão disso quando lerem com atenção na Crítica da razão pura p. 536 e 537 (V, 564), e depois ainda compararem com esta passagem a introdução à Crítica da faculdade de juízo, p. XVIII e XIX da 3ªed., ou p. 13 da edição Rosenkranz, em que é até mesmo dito: ‘O conceito de liberdade pode tornar representável uma coisa-em-si (que é de fato a vontade) em seu objeto (Objekt), mas não na intuição; ao contrário, o conceito de natureza pode tornar de fato representável seu objeto (Gegenstand) na intuição, mas não como coisa-em-si.’Resumo: o sentido da vida não está dado! Por isso existe o mundo: para o Ser ser!

Se fôssemos apenas seres com representação, o caminho para a coisa-em-si nos seria por completo vedado.”

a ilusão de uma liberdade perfeita do indivíduo em suas ações particulares é mais vívida justamente na convicção do homem mais tosco que nunca ponderou; por conseguinte, não é fundada em especulação alguma, embora com freqüência seja para aí transportada. Por outro lado, somente filósofos, e em realidade os mais profundos deles, portanto os escritores mais pensantes e os poucos iluminados da Igreja, estão livres da ilusão.”

TU DEVES: “em vez de reconhecer toda sua existência como ato de sua liberdade, [cada um,] ao contrário, antes procura a esta em suas ações particulares.”

Vontade livre” (termo importante na filosofia nietzschiana)

leia-se toda a ‘6ª seção da antinomia da razão pura’, sobretudo a discussão sobre a diferença entre o caráter empírico e o inteligível, p. 534-50 (V, 562-578), que conto entre aquilo que de mais excelso já foi dito pelo homem”

o ens realissimum dos escolásticos (…) a prova ontológica da existência de Deus, rudimentarmente estabelecida por Anselmo de Canterbury e em seguida aperfeiçoada por Descartes. (…) a representação grotesca de um continente de todas as realidades possíveis foi transformada num pensamento essencial e necessário da razão.” “a escolástica, um movimento sem igual na história universal, o qual nunca mais pode retornar.”

uma argumentação de CLEANTO (…) trata disso, mas de uma mera conclusão a partir da analogia, a saber, porque a experiência ensina que na terra UM ser é sempre mais excelente que outro, e [por]que de fato o homem, como o mais excelente, fecha a série, e ainda possui muitas falhas, segue-se daí que necessariamente tem de existir seres ainda mais excelentes”

HUME, Natural history of religion

H., Dialogues on natural religion

Dois livros de David que ainda me faltam!

Já no Órganon de Aristóteles se encontra um capítulo no todo suficiente para a refutação da prova ontológica, como se tivesse sido intencionalmente escrito justamente para isso: trata-se do 7º capítulo do 2º livro dos Analyt. Post..”

Em cada empreendimento humano há algo que não está em nosso poder e não pode entrar em nosso cálculo. O desejo de ganhar isto para si é a origem dos deuses.” O monoteísta, o ateu e o pagão: O avaro, o humilde e o pródigo.

Entrementes, é uma característica digna de nota da filosofia universitária como, caso a verdade não se resigne e se adapte, é-lhe mostrada a porta sem cerimônia, com a observação: ‘Pra fora, verdade! Não podemos te UTILIZAR. Devemos-te algo? Tu nos pagas? Então, fora!’

Ora, aqueles a quem Kant colocou em permanente embaraço através de sua crítica da teologia especulativa foram os professores de filosofia. Recebendo seus soldos de governos cristãos, não podiam renunciar aos principais artigos de fé.”

Bacon [Francis B.], Essays (Sermones Fideles)

Owen, Ostéologie comparée, 1855

Ora, que tem a ver com um tal inglês e com a Académie des Sciences a Crítica da faculdade de juízo ou até mesmo meu livro sobre a Vontade na natureza? Com sua tamanha profundidade, não conseguem esses senhores olhar para baixo.”

Decerto que não é um dos menores méritos de Frederico, o Grande, o fato de, sob seu governo, Kant ter podido desenvolver e publicar a Crítica da razão pura. Dificilmente sob qualquer outro governo um professor assalariado teria ousado semelhante coisa. Já ao sucessor do grande rei, Kant teve de prometer não mais escrever.” O que obviamente não cumpriu!

Agir racionalmente e agir virtuosa, nobre e santamente seriam uma única e mesma coisa; e agir egoísta, maldosa e viciosamente seria pura e simplesmente agir de maneira irracional.” Na prática, Kant beija Platão.

Censurar Maquiavel pela imoralidade de seu escrito é tão fora de propósito quanto o seria censurar um professor de esgrima por não ter iniciado sua aula com uma preleção moral contra assassinato e homicídio.”

o feito de Coriolano, que depois de ter empregado durante anos sua força para vingar-se dos romanos (…) enternece-se com a súplica do senado e com o choro de sua mãe e de sua mulher, renunciando à vingança tão longa e laboriosamente preparada, e até mesmo, na medida em que chama com isso para si a justa cólera dos Volscos, morre por aqueles romanos, cuja ingratidão conhecia e com tanto empenho quisera punir.”

O que, nesse sentido, se chama RAZÃO PRÁTICA é muito aproximadamente designado pela palavra latina prudentia, que, segundo Cícero (De Nat. Deor., II, 22), é uma contração de providentia.”

É completamente errado traduzir nil admirari por ‘não se admirar’. Essa sentença de Horácio não concerne tanto ao teórico, mas sim ao prático e quer realmente dizer: ‘Não avalie de maneira incondicional um objeto’

Nossos antepassados não fizeram as palavras sem lhes atribuir um sentido determinado, e assim elas ficariam esperando possíveis filósofos chegarem séculos mais tarde e lhes determinar naquilo que deveriam ser pensadas; ao contrário, indicaram por elas conceitos bem-determinados. As palavras, portanto, não mais estão sem dono. Sujeitá-las a um sentido totalmente diferente do que foi tido até agora significa abuso, concessão de uma licença para cada um poder usá-la no sentido que lhe aprouver, com o que, daí, resulta inevitavelmente uma confusão sem fim.”

todos os filósofos antigos, exceção feita a Platão, [!] portanto peripatéticos, estóicos, epicuristas quiseram, por meio de diferentes estratagemas, identificar virtude e felicidade, tornando-as dependentes uma da outra segundo o princípio de razão ou segundo o princípio de contradição.”

[!] Mas Sócrates-Platão é justamente o centro irradiador dessa síntese ética!

SÍNDROME DE ALDACI: “A questão já antes tratada por Platão e Sêneca, se a virtude pode ser ensinada, deve ser respondida negativamente. (…) a virtude é (…) inata como o gênio e (…) os professores de estética, com todas as suas forças reunidas, são tão incapazes de atribuir a alguém a capacidade de produções geniais (…) quanto o são todos os professores de ética e pregadores da virtude de transformar um caráter não-nobre num caráter virtuoso e nobre. Impossibilidade muito mais óbvia que a transformação do chumbo em ouro. A procura de uma ética e de um princípio supremo seu que teriam influência prática e efetivamente iriam transformar e melhorar o gênero humano assemelha-se à procura da pedra filosofal. – Mas já falei suficientemente no fim do 4º livro da presente obra sobre a possibilidade de uma completa mudança na mentalidade do homem”

O amor de K. à simetria arquitetônica entra em cena diante de nós também na Crítica da razão prática, quando lhe dá todo o mesmo talhe da Crítica da razão pura, servindo-se de novo dos mesmos títulos e formas, com evidente arbítrio, o qual é visível especialmente na tábua das categorias da liberdade.”

Uma das obras mais tardias de K. é a DOUTRINA DO DIREITO. É tão fraca que, embora a rejeite inteiramente, considero supérflua uma polêmica contra ela, pois parece não ser a obra desse grande homem, mas o rebento de um filho comum da terra, que há de morrer de morte natural por sua própria fraqueza.” “Os erros que censurei quando da Crítica da razão pura como inerentes em toda parte a K. são encontrados na doutrina do direito num tal excesso que amiúde se acredita ler uma paródia satírica do estilo kantiano” “as mais absurdas opiniões são desenvolvidas, como a de que no estado de natureza, i.e., fora do Estado, não haveria direito algum à propriedade. Isso significa propriamente: todo direito é positivo, e assim o direito natural está fundado no direito positivo, quando o inverso deveria ser o caso.”

J.C.F. Meister, Naturrecht

É admirável como K., a quem a arte sempre permaneceu muito estranha e que, segundo tudo indica, pouca receptividade possuía para o belo, sim, provavelmente nunca teve oportunidade de ver uma obra de arte significativa, e por fim até mesmo parece que não teve notícia alguma do gigante que o ombreava, Goethe, único homem de seu século e de sua nação para ser colocado ao seu lado – é admirável, ia dizer, como apesar de tudo isso K. foi capaz de prestar com mérito à consideração filosófica sobre a arte e sobre o belo um serviço duradouro.”

Procurou-se separar o autêntico belo artístico do inautêntico, e descobrir quais eram as características dessa autenticidade que depois podiam servir como regras.” “Ar. percorreu tal caminho sobre o qual ainda encontramos nos tempos recentes Home, Burke, Winckelmann, Lessing, Herder (…) Baumgarten

K. não parte do belo mesmo, intuitivo, imediato, mas do JUÍZO sobre o belo, do chamado, e muito feiamente, juízo do gosto.”

Com isso nasce aquela combinação barroca entre conhecimento do belo e conhecimento da finalidade dos corpos naturais em UMA faculdade de conhecimento, chamada FACULDADE DE JUÍZO” “Poder-se-ia também ali fazer uma acusação de grande inconseqüência, pois, após ter sido incansavelmente repetido na Crítica da razão pura que o entendimento é a faculdade de julgar, e após as formas de seus juízos terem sido transformadas em pedra fundamental de toda filosofia, entra agora em cena uma faculdade de juízo inteiramente peculiar e por completo diferente daquela outra.” “De longe o que há de mais excelente na Crítica da faculdade de juízo é a teoria do sublime. Ela é incomparavelmente mais bem-sucedida que a teoria do belo e dá não apenas, como esta, o método geral da investigação mas também um trecho do correto caminho, de maneira que, embora não forneça a solução propriamente dita do problema, chega bem perto.”

ERROU NO FINALZINHO! “Semelhante elucidação teria sido especialmente favorável à excelente indicação kantiana de que um conhecimento mais profundo da essência em si, cujo fenômeno são as coisas na natureza, indicaria, tanto no fazer-efeito mecânico (conforme leis) quanto no fazer-efeito aparentemente intencional da natureza, um único e mesmo princípio último, o qual poderia servir como fundamento comum para a explicação de ambos. Espero ter fornecido um tal princípio mediante o estabelecido da Vontade como a coisa-em-si p.d..”

meus escritos, poucos que sejam, [!!!] não foram compostos ao mesmo tempo mas sucessivamente, no decorrer de uma longa vida e com amplos intervalos”

Que a Divina Vontade me dê bons editores de Obras Completas post-mortem!

LIVRO PRIMEIRO: Do mundo como representação

Primeira consideração: A representação submetida ao princípio de razão: o objeto da experiência e da ciência

§1

O mundo é representação.” “O quão cedo essa verdade fundamental foi conhecida pelos sábios da Índia, na medida em que aparece como o princípio básico da filosofia védica atribuída a VYASA, testemunha-o William Jones no último de seus ensaios: On the philosophy of the Asiatics’, Asiatic researches, V. 4, p. 164

§4

A gravidade, ao contrário, apesar de sua universalidade, deve ser computada entre os conhecimentos a posteriori, apesar de KANT, nos seus Princípios metafísicos da ciência da natureza (…) a estabelecer como cognoscível a priori.”

O contrário não vale, ou seja, o conhecimento da lei de causalidade depender da experiência – justamente o que caracterizou o ceticismo humeano, refutável exclusivamente pelo que acabou de ser dito. [descrição oftalmológica do sentido da visão, que é intelectual]”

§5

O realismo põe o objeto como causa, e o efeito dele no sujeito. O idealismo fichtiano faz do objeto um efeito do sujeito. (…) segue-se que nem uma nem outra das duas afirmações pode ser comprovada, e o ceticismo faz ataques vitoriosos a ambas.”

Aqui não há erro nem verdade (confinados ao domínio abstrato da reflexão). Aqui o mundo se dá aberto aos sentidos e ao entendimento, com ingênua verdade como aquilo que é, como representação intuitiva, a desenvolver-se legalmente no vínculo da causalidade.”

O ONTEM NÃO EXISTE MAIS: “A alegação de que o sonhado possui vivacidade e clareza menores do que a intuição efetiva não merece ser levada em conta, pois ninguém teve ainda ambos presentes para poder efetuar a comparação, mas se pôde apenas comparar a LEMBRANÇA do sonho com a realidade presente.”

Calderón, A vida é sonho

§6

Uma concepção intuitiva imediata do entendimento foi a descoberta da lei da gravitação por R. Hookes,¹ bem como a remissão de tantos e grandes fenômenos a essa lei, o que logo foi confirmado pelos cálculos de Newton. Também nesses moldes foi a descoberta de Lavoisier do oxigênio e seu papel significativo na natureza. Exatamente nos mesmos moldes foi a descoberta de Goethe da origem das cores físicas.”

¹ O correto é R. Hooke, cf. Vol. 2 abaixo.

Tomada em seu sentido mais exato, a PRUDÊNCIA indica exclusivamente o entendimento a serviço da vontade.”

Qual é o problema de errar as casas dos botões?

até mesmo um filhote de cão não se aventura a pular da mesa, por mais que deseje, porque prevê o efeito da gravidade de seu corpo, sem, contudo, conhecer este caso especial a partir da experiência.”

o aparente tamanho maior da lua no horizonte que no zênite, o qual não é ótico, visto que, como o micrômetro demonstra, o olho apreende a lua no zênite até num ângulo maior de visão do que no horizonte: é o entendimento que, como causa do brilho fraco da lua e de todas as estrelas no horizonte, assume uma distância maior em relação a elas, avaliando-as como objetos terrestres conforme a perspectiva atmosférica, com o quê a lua é tomada no horizonte como muito maior do que no zênite, e, ao mesmo tempo, considera-se a abóbada celeste mais estendida no horizonte, logo, achatada.”

§7

A filosofia [hegeliana] da identidade, nascida em nosso tempo e de todos conhecida, poderia não ser compreendida sob a citada oposição [sujeito e objeto], na medida em que não torna o sujeito nem o objeto o ponto de partida propriamente dito, mas um terceiro, o absoluto cognoscível por intuição-racional, que não é sujeito nem objeto, mas o indiferenciado. Embora a ausência completa de qualquer intuição-racional me impeça de falar da mencionada indiferenciação e do absoluto, todavia, na medida em que tenho acesso a todos os protocolos dos contempladores-racionais [o deboche!…], também abertos a nós profanos, tenho de observar que a dita filosofia não pode ser excluída da oposição anteriormente estabelecida entre os 2 erros, já que, apesar da identidade entre sujeito e objeto (não-pensável, e intuível apenas intelectualmente, ou experienciada por imersão nela), a referida filosofia une em si os 2 erros quando os decompõe em 2 disciplinas, a citar: o idealismo transcendental, que é a doutrina-do-eu de Fichte e, por conseqüência, em conformidade com o princípio de razão, faz o objeto ser produzido ou tecido fio a fio a partir do sujeito; e a filosofia da natureza, que, semelhantemente, faz o sujeito surgir aos poucos a partir do objeto mediante o uso de um método denominado construção, que me é pouco claro, mas o suficiente para bem notar que se trata de um progresso conforme o princípio de razão em várias figuras. Renuncio à profunda sabedoria contida nesta construção.” HAHAHA!

Essa grande tirada só pode ser entendida por quem ao menos leu a perspectiva schopenhaueriana do criticismo kantiano (mais acima).

é possível fazer uma classificação de tais sistemas conforme as 4 classes de objetos possíveis estabelecidas no meu ensaio introdutório. Assim, pode-se dizer que, da 1ª daquelas classes, ou do mundo real, partiram Tales e os jônicos, Demócrito, Epicuro, Giordano Bruno e os materialistas franceses; da 2ª, ou dos conceitos abstratos, Spinoza (vale dizer: do conceito de substância, meramente abstrato e que existe unicamente em sua definição) e, anteriormente, os eleatas; da 3ª classe, vale dizer, do tempo, por conseguinte dos números, os pitagóricos e a filosofia chinesa do I-Ching; por fim, da 4ª classe, i.e., do ato da vontade motivado pelo conhecimento, partiram os escolásticos, que ensinavam uma criação a partir do nada, mediante o ato da vontade de um ser pessoal-transcendental.”

O materialista se assemelha ao Barão de Münchhausen, que, debatendo-se na água e montado em seu cavalo, puxa este para cima com as pernas, e levanta a si mesmo pela ponta da peruca estendida ao alto.” Conforme bem lembrado no ensaio de Mann.

o fim e ideal de qualquer ciência da natureza é, no fundo, um materialismo desenvolvido até as suas últimas consequências.”

a geometria tem o espaço como problema, e o princípio de razão de ser no espaço como órganon; a aritmética tem o tempo como problema, e o princípio de razão de ser no tempo como órganon; a lógica tem a ligação dos conceitos enquanto tal como problema, e o princípio de razão de conhecer como órganon; a história tem os fatos humanos ocorridos em seu conjunto como problema, e a lei de motivação como órganon; a ciência da natureza, por sua vez, tem a matéria como problema, e a lei de causalidade como órganon.”

entre química e fisiologia é que se ganhou alguma coisa”, e não estritamente falando na química ou na fisiologia propriamente ditas.

o mundo ainda possui um lado completamente diferente, a sua essência mais íntima, o seu núcleo, justamente a coisa-em-si.”

Oposto ao explicitado procedimento que parte do objeto, para daí fazer originar-se o sujeito, opõe-se o procedimento que parte do sujeito para daí querer produzir o objeto. O 1º procedimento foi comum e universal em toda filosofia até agora [1818]; o segundo, ao contrário, é encontrado propriamente em apenas um único exemplo, em verdade bastante novo, o da filosofia-aparente de Fichte, que neste sentido tem de ser notada.” Acrescente-se ainda M. Stirner: o SOLIPSISMO como fundo do poço absoluto.

Fichte se tornou filósofo apenas com a coisa-em-si de Kant, sem a qual muito provavelmente teria escolhido profissão bem diferente, com muito mais sucesso, já que possui talento retórico significativo. (N.T.) Schopenhauer mesmo teve a oportunidade de ouvir a retórica de Fichte pessoalmente, já que foi seu aluno na Universidade de Berlim, nos anos de 1811-12.”

E, assim como por sobre os deuses dos antigos ainda reinava o destino eterno, também por sobre o Deus dos escolásticos ainda reinavam aquelas aeternae veritates, ou seja, as verdades metafísicas, matemáticas e metalógicas (…) Se eu devesse indicar a figura do princípio de razão que serve de fio condutor para Fichte fazer o não-eu ser produzido a partir do eu, como uma teia feita pela aranha, indicaria o princípio de razão de ser no espaço. Só relacionadas a esta figura é que adquirem algum sentido e significado aquelas sofríveis deduções de como o eu, de si, produz e fabrica o não-eu, conteúdo do livro mais sem-sentido e tedioso jamais escrito. – A filosofia fichtiana, de resto indigna de menção, nos é interessante aqui apenas como real oposição tardiamente surgida ao velho materialismo, que foi a mais conseqüente filosofia que parte do objeto, como a fichtiana foi a mais conseqüente filosofia que parte do sujeito.”

(*) (Observação final do §7) “A estes 7 primeiros capítulos correspondem os 4 primeiros capítulos do 1º livro dos complementos [VOLUME 2].”

§8

Se na representação intuitiva a ILUSÃO distorce por momentos a realidade, na representação abstrata o ERRO pode imperar por séculos, impondo seu jugo férreo a povos inteiros, sufocando as mais nobres disposições, e, mesmo quem não é por ele enganado, é acorrentado por seus escravos ludibriados.”

Quem quiser dar-se ao trabalho de percorrer a massa de escritos filosóficos que foram publicados desde Kant, reconhecerá que, assim como as falhas do príncipe são expiadas pelo povo inteiro, os erros dos grandes espíritos espalham sua influência nefasta por gerações inteiras”

§9

Herder, Metacrítica

Duas esferas estão contidas numa 3ª, mas não a preenchem:

Este último caso vale para todos os conceitos cujas esferas não se comunicam imediatamente, visto que sempre um 3º, embora freqüentemente muito extenso, os encerra.”

Semelhante esquematismo dos conceitos pode servir de fundamento tanto para a teoria dos juízos quanto para toda a silogística. Com o quê o ensinamento destes se torna bastante leve e fácil, pois todas as suas regras são vistas, deduzidas e explicadas a partir da origem. Porém, não é necessário carregar a memória com essas regras, porque a lógica nunca pode ter para a filosofia uma utilidade prática, mas apenas teórica. (…) embora se possa dizer que a lógica está para o pensamento racional como o baixo fundamental para a música, e, também, em termos menos precisos, que a ética está para a virtude como a estética para a arte, tem-se de notar, em contrapartida, que nunca um artista veio a sê-lo pelo estudo da estética, muito menos um caráter nobre pelo estudo da ética; que, muito antes de Rameau, já se compunha música correta e belamente; e, ainda, que não é preciso conscientizar-se do baixo fundamental para notar as desarmonias; da mesma forma, não se precisa saber lógica para evitar ser enganado por falsas conclusões.” Créditos concedidos em Lógica IV antes de nascer.

a lógica é meramente o saber in abstracto daquilo que cada um sabe in concreto. Logo, tão pouco quanto se precisa dela para não concordar com um falso raciocínio, tão pouco se recorre à ajuda de suas regras para fazer um raciocínio correto, e até o mais erudito dos lógicos a põe completamente de lado em seus pensamentos reais.” “enquanto nas outras ciências a verdade do caso particular é comprovada pela regra, na lógica se dá o contrário, e a regra tem sempre de ser comprovada pelo caso particular.” “Quem ensina lógica para fins práticos assemelha-se àquele que tenta ensinar um castor a construir a sua casa.” “Por ser disciplina autônoma, acabada e perfeita, a subsistir por si, em si contida, é legítimo tratá-la cientificamente e independente de tudo o mais, portanto ensiná-la nas universidades.”

hoje em dia quem não quiser permanecer tosco nos principais assuntos, e ser computado na massa obtusa imersa na parvoíce, tem de estudar filosofia especulativa. O nosso séc. XIX é um século filosófico, o que não significa que ele tenha filosofia ou a filosofia seja dominante nele, mas antes que está maduro para ela e, exatamente por isso, sente a sua necessidade. Tem-se aí um sinal de uma elevada formação,¹ até mesmo um ponto fixo na escala da cultura dos tempos.”

¹ Dois degraus para o fim da filosofia.

foram-se descobrindo gradualmente expressões mais ou menos perfeitas, como o princípio de contradição, de razão suficiente, do terceiro excluído, o dictum de omni et nullo, bem como as regras especiais da silogística, como, p.ex., ex meris particularibus aut negativis nihil sequitur, a rationato ad rationem non valet consequentia, etc. Que tudo isso só aconteceu muito lenta e trabalhosamente, e antes de Aristóteles as coisas eram imperfeitas, pode-se, em parte, notá-lo na maneira prolixa e tediosa com que verdades lógicas são trazidas a lume em muitos diálogos platônicos” “Ar., no entanto, reuniu, ordenou, corrigiu o que foi antes encontrado e o trouxe a um nível incomparavelmente superior de perfeição.” “estaremos pouco inclinados a acreditar na afirmação de escritores persas, que JONES nos relata (bastante prejudicado por ela),¹ a saber, que Calístenes encontrara entre os indianos uma lógica acabada e a enviou ao seu tio Ar. (Asiatic researches, v. 4, p. 163).”

¹ Péssima tradução. Obviamente aqui o tradutor da Ed. UNESP quis dizer mais exatamente algo como induzido por, parcial para com, no sentido de formar um preconceito, erro comum nos falsos cognatos ingleses e espanhóis. O engraçado é que os termos alemães correspondentes, respectivamente, a preconceito e prejuízo (Vorurteil e Verlust) não se parecem – o que me leva a acreditar que foi uma tradução de segunda mão – que coisa!

§10

A razão é de natureza feminina, só pode dar depois de ter recebido. Abandonada a si mesma, possui apenas as formas destituídas de conteúdo com que opera.”

§11

Como a língua alemã ainda possui a palavra sinônima EMPFINDUNG, ‘sensação’, seria útil reservá-la, como sub-espécie, para os sentimentos corpóreos.”

FILOSOFIA DA ILHA: “Os gregos denominavam os outros povos bárbaros. Os ingleses denominam tudo o que não é da Inglaterra ou inglês continente ou continental. Os fiéis vêem todos os demais como heréticos ou pagãos. O nobre considera os que não o são roturiers. Para o estudante, todos os outros são filisteus. E coisas semelhantes. A mesma parcialidade, até se pode dizer ignorância por orgulho, deve ser imputada, por mais estranho que soe, à razão mesma, na medida em que esta engloba sob o ÚNICO conceito de SENTIMENTO qualquer modificação da consciência que não pertence imediatamente ao SEU modo de representação”

§12

O cálculo diferencial de modo algum amplia o nosso conhecimento das curvas. Ele nada contém além do que estava contido na intuição delas. Contudo, muda o tipo de conhecimento, transforma-o de intuitivo em abstrato, acarretando assim grandes êxitos no uso prático.”

Unicamente os números podem ser exprimidos em conceitos abstratos a lhes corresponderem exatamente, mas não as grandezas espaciais. O conceito mil difere do conceito dez de maneira tão precisa quanto diferem essas duas grandezas temporais na intuição.” “Porém, entre o conceito abstrato de uma milha e o de um pé, sem representação intuitiva alguma de ambos e sem ajuda do número, não há mais diferença exata alguma que corresponda a tais grandezas.” Os ‘intuitivos da ilha (grande)’!

ERRO CLAMOROSO OU A DENÚNCIA DO ABSURDO DO SÉC. XX (COMEÇANDO NO SÉCULO XVII E APENAS AUMENTANDO): “Essa necessidade própria do espaço de, com suas 3 dimensões, ter de ser traduzido em tempo – o qual tem apenas 1 dimensão –, caso se queira ter um conhecimento abstrato das relações espaciais, i.e., um SABER e não uma mera intuição, é o que faz a matemática tão difícil. O que se torna bastante claro quando comparamos a intuição das curvas com o seu cálculo analítico, ou a tabela de logaritmos das funções trigonométricas com a intuição das relações variáveis das partes do triângulo expressas na referida tabela. Que combinação incrível de algarismos, que quantidade extremamente laboriosa de cálculos não seria exigida para expressar in abstracto o que a intuição apreende aqui de uma só vez, perfeitamente, com precisão infalível, ou seja, a diminuição do cosseno à medida que o seno cresce, o cosseno de um ângulo enquanto seno de outro, a relação inversa de crescimento e diminuição de dois ângulos, etc.” O fetiche dos programadores (neo-oráculos).

Nossa intuição dos números em seu elemento próprio, o mero tempo, sem adição do espaço, vai quando muito até dez.”

Não está ao nosso alcance ensinar e aprender in abstracto uma fisionômica, porque as nuances são aqui tão sutis que conceito algum tem flexibilidade para lhes corresponder. Conseqüentemente, o saber abstrato está para elas como uma imagem de mosaico está para um quadro de VAN DER WERF ou DENNER.” Gall e Lavater como imbecis altamente intuitivos que creram poder ensinar algo inócuo e amorfo – sobre formas! – em calhamaços… Sua sensação de que “ninguém houve de semelhante antes de mim” induziu-os ao erro de se crerem gênios, mas tão-só lidavam com algo que não era passível de ser ensinado, e ninguém intuitivo como eles quis ser tão temerário.

Por isso sou da opinião de que a [ciência] fisionômica não pode avançar com segurança a não ser até o estabelecimento de algumas regras muito gerais, como p.ex. estas: na testa e nos olhos pode-se ler o que há de intelectual numa pessoa, já na boca e na metade inferior da face o que há de ético, as manifestações da vontade. Testa e olhos se explicitam reciprocamente: tomados isoladamente são apenas meio compreensíveis. O gênio nunca é sem uma testa alta, larga, belamente arqueada, mas a recíproca amiúde não é verdadeira. O espírito pode ser inferido de um semblante espirituoso tanto mais seguramente quanto mais feia for a face, e, de um semblante estúpido pode-se inferir tanto mais seguramente a estupidez quanto mais bela for a face; porque a beleza, enquanto correspondência com o tipo da espécie, já porta em e por si a expressão da clareza espiritual, o contrário ocorrendo com a fealdade, etc.” Varg Vikernes possui uma face estúpida quando jovem; depois, uma expressão austera, que no entanto nos ludibria (feiúra encobridora), posto que ele não é um sábio (confirmação da regra).

Caso o cantor ou o virtuose realize o seu recital por reflexão, este permanece morto. O mesmo vale para compositores, pintores, sim, para poetas. O conceito sempre é infrutífero na arte; apenas a parte técnica desta pode ser por ele conduzida.”

Até mesmo no que se refere ao nosso comportamento, às maneiras pessoais no trato com os outros, o conceito é apenas de valor negativo, para conter o extravasamento grosseiro do egoísmo e da bestialidade, com o que a cortesia faz seu elogiável trabalho.” Quem não tem polidez é puramente animal (ex: Mª do Socorro, Rubens…)

A conduta transcorre, como se diz, conforme o SENTIMENTO, i.e., não segundo conceitos, mas segundo o conteúdo ético.”

O mesmo a razão realiza, ao fim, na arte, onde ela também em nada contribui para o principal, porém apóia a execução, justamente porque o gênio não está sempre desperto e, não obstante, a obra deve ser consumada em todas as suas partes, tornando-se um todo.”

§13

Ora, é exatamente a incongruência entre o conhecimento intuitivo e o abstrato, em virtude da qual este está para aquele como um trabalho de mosaico está para a pintura, o fundamento de um fenômeno notável que, tanto quanto a razão, é exclusividade da natureza humana, não tendo recebido até agora, apesar de renovadas tentativas, nenhuma explicação aceitável. Trata-se do RISO.” “De fato, o RISO se origina sempre e sem exceção da incongruência subitamente percebida entre um conceito e os objetos reais que foram por ele pensados em algum tipo de relação” Bergson utilizou Schopenhauer em seu tratado.

O dito espirituoso sempre se deve mostrar em palavras, o disparate cômico, entretanto, na maioria das vezes em ações, embora também em palavras quando meramente expressa a intenção, em vez de efetivamente consumá-la, ou também quando se exprime em meros juízos e opiniões.”

O pedante, com suas máximas universais, quase sempre é incompetente; na arte, para a qual o conceito é infrutífero, produz abortos maneiristas, rígidos e sem vida. Até mesmo em termos éticos o propósito de agir justa e nobremente não pode sempre ser conduzido por máximas abstratas, visto que em muitos casos a natureza infinitamente nuançada das circunstâncias torna necessária uma escolha do justo a proceder imediatamente do caráter, enquanto o emprego de máximas meramente abstratas produz em parte falsos resultados, porque se aplicam apenas parcialmente, em parte não podem ser levadas a bom termo, na medida em que são alheias ao caráter individual de quem age, que não pode ser negado inteiramente – daí, portanto, resultando inconseqüências. Não podemos eximir completamente KANT da censura de ter dado azo ao pedantismo moral, já que torna condição do valor moral de uma ação o fato de esta ocorrer a partir de puras máximas abstratas, racionais, sem nenhuma inclinação ou afeto momentâneo.”

§14

O número dos princípios superiores aos quais se subordinam todos os demais é bastante variado, conforme as diversas ciências, de tal forma que numas há mais subordinação, noutras mais coordenação.”

As ciências propriamente classificatórias: zoologia, botânica, também a física e a química (na medida em que reduzem todo fazer-efeito inorgânico a poucas forças fundamentais), possuem o maior número de subordinações. A história, ao contrário, propriamente dizendo, não possui subordinação alguma, pois o universal nela consiste apenas na visão panorâmica dos principais períodos, dos quais, porém, não se podem deduzir eventos particulares – os quais estão subordinados só ao tempo e coordenados segundo o conceito. Conseqüentemente, a história, tomada em sentido estrito, é sem dúvida um saber, mas não uma ciência. Na matemática euclidiana os axiomas são os únicos princípios superiores indemonstráveis, aos quais se subordinam estrita e gradualmente todas as demonstrações.”

Precisamente porque a perfeição científica consiste nisso, segue-se que o fim da ciência não é a certeza máxima, pois esta pode ser igualmente encontrada até mesmo no conhecimento singular, mais desconexo, mas a facilitação do saber mediante a sua forma (…) dizer (…) que a cientificidade do conhecimento reside na sua maior certeza é uma opinião equivocada, como também é falsa a afirmação daí proveniente de que só a matemática e a lógica seriam ciências no sentido estrito do termo, visto que somente nestas, devido a sua completa aprioridade, tem-se certeza irrefutável do conhecimento.” “o velho erro de que somente aquilo que é demonstrado é completamente verdadeiro (…) Antes, ao contrário, cada demonstração precisa de uma verdade indemonstrável que em última instância sustenta a ela ou a sua demonstração.”

Ora, como todas as demonstrações são silogísticas, não é preciso primeiro procurar demonstração para uma nova verdade, mas uma evidência imediata. Só pelo tempo em que esta se encontra ausente é que a demonstração pode ser provisoriamente fornecida. Nenhuma ciência pode ser absolutamente demonstrável, tampouco quanto um edifício pode sustentar-se no ar. Todas as suas demonstrações têm de ser remetidas a algo intuitivo, por conseguinte não mais demonstrável. (…) Toda evidência última, i.e., originária, é INTUITIVA, o que a palavra já o indica.”

CÉU, O LABORATÓRIO PERFEITO: “Eis o material inteiro da astronomia que, tanto pela sua simplicidade quanto pela sua segurança, conduz a resultados definitivos e muito interessantes, fazendo jus à grandeza e importância de seus temas. P.ex., se conheço a massa de um planeta e a distância de seu satélite, posso concluir com certeza o período de translação do último conforme a segunda lei de Kepler. O fundamento dessa lei, entretanto, é que, a essa distância apenas essa velocidade determinada é capaz de manter o satélite orbitando em torno do seu planeta, impedindo que caia nele.”

o movimento aparente dos planetas é conhecido empiricamente. Depois de muitas hipóteses falsas sobre a relação espacial desse movimento (órbita planetária), a hipótese verdadeira foi finalmente encontrada, bem como as leis que o movimento segue (as leis de Kepler). Por fim, também a causa destes (gravitação universal) e a concordância empiricamente conhecida de todos os casos observados com o conjunto inteiro das hipóteses e suas conseqüências (…) forneceram a certeza completa.”

a indução (…) vale dizer, a intuição múltipla”

que a matéria permanece, i.e., que não pode nascer nem perecer, sabemo-lo imediatamente como verdade negativa, pois nossa pura intuição do espaço e do tempo dá a possibilidade do movimento, o entendimento dá, com a lei de causalidade, a possibilidade da mudança de forma e qualidade; no entanto, faltam-nos as formas de representabilidade de uma origem e desaparecimento da matéria. Aquela verdade foi evidente para todos, em todos os tempos e em toda parte, nunca tendo sido seriamente contestada”

DEBATEDORES E REFUTADORES DE REDES SOCIAIS: “Demonstrações são destinadas não tanto aos que estudam mas antes aos que querem disputar. Estes negam obstinadamente a intelecção imediatamente fundamentada.”

§15

Em toda parte, portanto, a evidência imediata é de longe preferível à verdade demonstrada, que é para ser aceita apenas onde a primeira é muito remota, não quando esta se encontra tão, ou mais perto do que a última.”

De nossa parte exigimos a remissão de cada fundamentação lógica a uma intuitiva. A matemática euclidiana, ao contrário, empenha-se com grande afinco, em todo lugar, em descartar deliberadamente a evidência intuitiva sempre ao alcance da mão, substituindo-a por uma evidência lógica.” “Euclides (…) em vez (…) de nos dar uma intelecção fundamental da essência do triângulo, simplesmente formula algumas proposições desconectadas e escolhidas arbitrariamente acerca dessa figura, fornecendo dela um fundamento de conhecimento lógico por meio de uma demonstração laboriosa conduzida segundo o princípio de contradição. (…) Quase se tem a sensação desconfortável parecida àquela produzida por um truque.” “Outras vezes, como no teorema de Pitágoras, linhas são traçadas sem se saber ao certo por quê; depois se nota que eram laços estendidos para capturar desprevenida a concordância do leitor, o qual, atônito, tem de admitir o quê, em seu foro íntimo, permanece completamente inconcebível, tanto mais que pode estudar a matemática euclidiana inteira sem ganhar uma intelecção propriamente dita das leis das relações espaciais, mas apenas aprende de memória alguns de seus resultados.” “Entretanto, a maneira como tudo isso foi conduzido por Euclides mereceu toda a admiração que os séculos lhe dedicaram, indo tão longe a ponto de seu método de tratamento da matemática ter sido declarado modelo de todas as exposições científicas, segundo o qual se procurou modelar as demais ciências.”

Os eleatas foram os primeiros a descobrir a diferença, mais freqüentemente a oposição, entre o intuído e o pensado (…) mais tarde foram seguidos por megáricos, dialéticos, sofistas, neo-acadêmicos e céticos” “Reconheceu-se (…) precipitadamente que tão-só o pensamento lógico-racional funda a verdade, embora Platão (em Parmênides), mediante exemplos (no modo usado ulteriormente por Sexto Empírico), mostrasse aos megáricos, pirrônicos e neo-acadêmicos como, por seu turno, também silogismos e conceitos conduzem a erros, sim, produzem paralogismos e sofismas que se originam muito mais facilmente e são muito mais difíceis de resolver do que a ilusão da intuição sensível.”

Kepler, De harmonia mundi

É em geral o método analítico o que desejo para a exposição da matemática, em vez do sintético, usado por Euclides.” “Na Alemanha começa esporadicamente a mudar a exposição da matemática, e o caminho analítico é trilhado mais vezes.”

o princípio de contradição mesmo, que é uma verdade metalógica e fundamento universal de toda demonstração lógica. Quem nega a necessidade intuitivamente exposta das relações de uma proposição expressa espacialmente pode com igual direito negar os axiomas, a conclusão enquanto conseqüência das premissas, sim, pode até mesmo negar o princípio de contradição: pois tudo isso são coisas igualmente indemonstráveis, imediatamente evidentes e conhecidas a priori.”

Se um delinqüente é capturado, suas declarações são registradas num protocolo, a fim de verificar a sua concordância e julgar a sua veracidade. Não obstante, isso é apenas um expediente de ajuda, o qual não se leva muito a sério, caso se possa por si mesmo investigar imediatamente a verdade de cada uma de suas declarações, mesmo porque a pessoa em questão pode mentir de maneira conseqüente desde o início. Aquele primeiro método, entretanto, foi o seguido por Euclides para investigar o espaço.” “é digno de nota que esse método de demonstração foi empregado apenas na geometria, não na aritmética, pois nesta a verdade é de fato iluminada exclusivamente pela intuição” “a aritmética (…) faz de cada proposição isolada um axioma. Em vez das demonstrações que saturam a geometria, o conteúdo inteiro da aritmética e da álgebra, ao contrário, é um mero método para abreviação no numerar.”

(*) “O verdadeiro e esplêndido da doutrina de Spinoza é inteiramente independente de demonstrações, justamente como na geometria.”

nenhum ramo das ciências naturais, p.ex., a física, a astronomia, a fisiologia, pode ser descoberto de uma só vez, como foi possível com a matemática e a lógica, mas precisaram e precisam de experiências completas e comparadas de muitos séculos.”

a gravidade é uma qualitas oculta, que escapa ao pensamento, por conseqüência não deriva necessariamente da forma do conhecimento. O mesmo não ocorre com a lei de inércia, que, como tal, se segue da lei de causalidade: eis por que uma remissão a esta é uma explanação por inteiro suficiente. Duas coisas são absolutamente inexplanáveis, i.e., não-remissíveis à relação expressa pelo princípio de razão. Em primeiro lugar, o próprio princípio de razão em todas as suas figuras, porque ele é o princípio de toda explanação, somente em referência ao qual ela possui significado; em segundo lugar, aquilo que não se alcança por ele e a partir do quê, entretanto, provém o originário de todos os fenômenos: a coisa-em-si, cujo conhecimento de modo algum está submetido ao referido princípio. A coisa-em-si tem de aqui permanecer incompreensível.”

A FILOSOFIA tem como peculiaridade o fato de nada nela ser tomado como pressuposto, mas tudo lhe é em igual medida estranho e problemático, não apenas as relações dos fenômenos, mas também eles mesmos, sim, o próprio princípio de razão, ao qual as outras ciências se contentam em remeter todas as coisas. Na filosofia, nada seria ganho com tal remissão, já que cada membro de uma série é tão estranho para ela quanto os demais. (…) mesmo o que as ciências pressupõem como fundamento e limite de suas explanações é justamente o verdadeiro problema da filosofia”

Reproduzir o conhecimento in concreto in abstracto, ou seja, elevar as intuições sucessivas que se modificam, bem como tudo o que o vasto conceito de SENTIMENTO abrange e meramente indica como saber negativo, não-abstrato, obscuro, a um saber permanente – eis a tarefa da filosofia. Esta, por conseguinte, tem de ser uma expressão in abstracto da essência do mundo.” “Eis por que ela, em parte separa, em parte une, e assim vê de modo sumário toda a diversidade do mundo em geral conforme o seu ser, e a transmite como saber em poucos conceitos abstratos.” “a capacidade para a filosofia consiste justamente naquilo apontado por Platão, i.e., o conhecimento do uno no múltiplo e do múltiplo no uno.”

§16

Esse recolher-se na reflexão faz o homem parecer um ator que, depois de seu desempenho e até que entre novamente em cena, ocupa um lugar na platéia entre os espectadores, de onde, sereno, assiste à sucessão dos acontecimentos, mesmo que seja a preparação da sua morte (na peça); depois, porém, volta ao palco e age e sofre como estava escrito.”

É preciso proporcionar-se entendimento ou uma corda”

Antístenes

Ter pais e não trolls 0%

Ser o maior autor deste século ?%

Cícero, Paradoxa

a sabedoria estóica, mesmo depois de exposta, nunca pôde ganhar vida ou verdade poética interior, mas permaneceu um boneco de madeira com o qual não se pôde fazer nada.”

LIVRO SEGUNDO: Do mundo como vontade

Primeira consideração: A objetivação da vontade

§17

encontramos a filosofia como um monstro de inumeráveis cabeças, cada uma falando sua própria língua.”

ponto de vista unilateral da quantidade” (representação) conceituação plagiada por Freud (pois sem crédito), e reconhecida por Husserl & caterva.

ciências ‘quantitativas’: história natural, fisiologia, mineralogia, geologia, mecânica, físico-química…

[nada sobre] a essência íntima de nenhum daqueles fenômenos.”

Chamaríamos, no lugar do “quantitativo” de Sch., de ciências meramente descritivas. Poderia incluir a própria psicologia se fosse uma disciplina formada em sua época.

eterno mistério” “forças naturais”

Queremos conhecer a significação dessas representações. Perguntamos se este mundo não é nada além de representação, caso em que teria de desfilar diante de nós como um sonho inessencial ou um fantasma vaporoso, sem merecer nossa atenção.” Será a conclusão nas últimas linhas do primeiro tomo, mesmo que inadvertida.

Em resumo, este momento é o pulo do gato ainda-kantiano-demais da filosofia schopenhaueriana…

§18

além disso (…) a palavra do enigma é dada ao sujeito do conhecimento que aparece como indivíduo. Tal palavra se chama VONTADE.”

(N.T.) “OBJETIDADE DA VONTADE – No original, Objektität des Willens. O termo Objektität, neologismo de Sch., costuma provocar confusão entre tradutores, que às vezes o vertem por ‘objetividade’, termo inadequado, pois faz perder de vista o caráter inconsciente de imediatez do ato da vontade, anterior ao seu tornar-se fenômeno consciente na intuição do entendimento.”

a vontade é o conhecimento a priori do corpo, e o corpo é o conhecimento a posteriori da vontade. – Decisões da vontade referentes ao futuro são simples ponderações da razão sobre o que se vai querer um dia (…) apenas a execução estampa a decisão, que até então não passa de propósito cambiável, existente apenas in abstracto na razão. Só na reflexão o querer e o agir se diferenciam; na efetividade são uma única e mesma coisa.” “No entanto, é totalmente incorreto denominar a dor e o prazer representações, o que de modo algum são, mas afecções imediatas da vontade em seu fenômeno, o corpo, vale dizer, um querer ou não-querer impositivo e instantâneo sofrido por ele.” Grande erro de Schopenhauer: frase responsável pela hedionda vitória da psicanálise (fracasso da humanidade) no século XX.

essência” “milagre” “Em certo sentido todo o presente livro é um esclarecimento de tal milagre.”

primeira classe de representações”

quarta classe de representações”

lei de motivação”

§19

O egoísmo teórico, em realidade, nunca é refutado por demonstrações. Na filosofia, contudo, foi empregado apenas como sofisma cético, ou seja, como encenação. Enquanto convicção séria, ao contrário, só pode ser encontrado nos manicômios; e, como tal, precisa não tanto de uma refutação mas de uma cura.” “nós, que procuramos mediante a filosofia ampliar os limites do nosso conhecimento, veremos aquele argumento cético que nos foi aqui contraposto como um pequeno forte de fronteira, que não se pode assaltar, mas do qual a guarnição nunca sai, podendo-se por conseguinte passar por ele e dar-lhe as costas sem perigo.”

a afirmação de Kepler, em seu ensaio De planeta Martis, de que os planetas têm de possuir conhecimento para se manterem tão exatamente em sua órbita elíptica e assim avaliarem a velocidade de seu movimento, de modo que o triângulo da área de sua órbita sempre permane[ça] proporcional ao tempo no qual passam por sua base.”

§20

SEM-FUNDAMENTO”

Tampouco a explanação fisiológica da vida vegetativa (functiones naturales, vitales), por mais longe que se vá, pode suprimir a verdade de que toda vida animal a se desenvolver nesses moldes é ela mesma fenômeno da vontade. De modo geral, como foi elucidado antes, cada explanação etiológica só pode fornecer a posição necessariamente determinada no espaço e no tempo de um fenômeno particular, seu aparecimento necessário conforme uma regra fixa. Mas por essa via a essência íntima do fenômeno permanece sempre infundada, sendo pressuposta por qualquer explanação etiológica, e apenas indicada pelo nome força, lei natural ou, caso se trate de ações, caráter, vontade.”

abre-se o caminho para a explanação teleológica do corpo. (…) Dentes, esôfago, canal intestinal são a fome objetivada.”

§21

Fenômeno se chama representação, e nada mais.” Este “…e nada mais”, até este e nada mais!, Freud copiou de Sch., em seu Projeto para uma Psicologia [Pseudo]científica (1895). Também no Seclusão: https://seclusao.art.blog/2021/02/27/escritos-precoces-de-freud-incluindo-o-projeto/.

COISA-EM-SI, entretanto, é apenas a VONTADE.” “Aparece em cada força da natureza que faz efeito cegamente, na ação ponderada do ser humano: se ambas diferem, isso concerne tão-somente ao grau da aparição, não à essência do que aparece.” Erro fundamental reparado por Nietzsche.

§22

Também me compreenderá mal quem pensar que é indiferente se indico a essência em si de cada fenômeno por vontade ou qualquer outra palavra. Este seria o caso se a coisa-em-si fosse algo cuja existência pudéssemos simplesmente DEDUZIR e, assim, conhecê-la apenas mediatamente, in abstracto. Então se poderia denominá-la como bem se quisesse. O nome seria um mero sinal de uma grandeza desconhecida. (…) Até os dias atuais subsumiu-se o conceito de VONTADE sob o conceito de FORÇA.” “renunciamos ao único conhecimento imediato que temos da essência íntima do mundo: fazemos tal conhecimento se dissipar num conceito abstraído do fenômeno, com o qual nunca poderemos ir além deste último.” Ao mesmo tempo que sentimos a segurança e verdade por trás destas palavras, ou nestas palavras, sentimos também a hesitação, dúvida e autocontradição do sistema schopenhaueriano (mas somente quem já chegou ao final do livro quarto e voltou a comparar algumas afirmações clássicas do autor).

§23

servindo-me da antiga escolástica, denomino tempo e espaço pela expressão principium individuationis, que peço para o leitor guardar para sempre.” Será mesmo bom guardar, pois ele usará bastante a expressão nos tomos II e III!

Cento e vinte Issos batalham por mim como se fossem espermatozóides do novo nascer.

Ela é, pois, livre de toda PLURALIDADE, apesar de seus fenômenos no espaço e no tempo serem inumeráveis.”

Apesar de todos os propósitos e reflexões, não muda sua conduta, e desde o início até o fim de sua vida tem de conduzir o mesmo caráter por ele próprio execrado e, por assim dizer, desempenhar até o fim o papel que lhe coube.”

Denomino CAUSA, no sentido estrito do termo, o estado da matéria que, ao produzir outro com necessidade, sofre ele mesmo mudança igual à que provoca, o que se expressa na lei: ‘ação e reação são iguais’.” “Tais causas em sentido estrito fazem efeito em todos os fenômenos mecânicos, químicos, etc. (…) todas as mudanças dos corpos inorgânicos. Por outro lado, denomino EXCITAÇÃO aquela causa que não sofre reação alguma proporcional ao seu efeito e cujo grau de intensidade nunca é paralelo à intensidade do efeito. (…) Desse tipo são todos os efeitos sobre corpos orgânicos enquanto tais. (…) A excitação ocupa o meio-termo, faz a transição entre o motivo, que é causalidade intermediada pelo conhecimento, e a causa em sentido estrito. (…) Assim, p.ex., o aumento da seiva nas plantas se dá por excitação e não é explanável a partir de meras causas segundo leis da hidráulica ou dos tubos capilares; contudo, recebe apoio destes, estando já bastante próximo da pura mudança causal. Por outro lado, os movimentos da Hedysarum gyrans e da Mimosa pudica, embora se sigam de mera excitação, são bastante similares aos que se seguem de motivos, e quase aparentem querer fazer a transição. A contração da pupila em virtude do aumento de luz se dá por excitação, porém já entra no movimento por motivo, ocorrendo porque a luz muito forte poderia afetar dolorosamente a retina, com o quê, para evitá-lo, contraímos a pupila. – A ereção se deve a um motivo, pois a ocasião que a produz é uma representação; todavia, faz efeito com a necessidade de uma excitação, ou seja, não se pode resistir a ele, mas, para torná-lo ineficaz, é preciso afastá-lo. Esse é também o caso de objetos repugnantes, que estimulam o vômito.” Fisiologia assaz analítica quando comparada a Nietzsche.

MARSHALL HALL, On the diseases of the nervous system

F.B. Osiander, Über den Selbstmord (On Suicide)

Schopenhauer dava crédito ao mito do suicídio pela supressão voluntária da respiração – segundo ele praticada por Diógenes o Cínico e por tribos africanas!

§24

Isso que se furta a toda fundamentação, contudo, é justamente a coisa-em-si, aquilo que essencialmente não é representação, não é objeto do conhecimento e só se torna cognoscível quando entra naquela forma.”

quanto mais necessidade um conhecimento implica, tanto mais há nele aquilo que não pode ser pensado nem representado de outro modo, como p.ex. as relações espaciais (…) Ao contrário, quanto mais nele há que tem de ser apreendido de maneira pura e contingente, quanto mais ele se nos impõe de modo simplesmente empírico, tanto mais há nele algo de propriamente objetivo e verdadeiramente real, mas também tanto mais inexplicável é, ou seja, não pode mais ser deduzido de outra coisa.”

quimismo” “foronomia” “átomos oníricos”

pessoas que, 50 anos após a publicação da doutrina das cores de Goethe, ainda acreditam na luz homogênea de Newton”

sempre restarão forças originárias; sempre restará, como resíduo insolúvel, um conteúdo do fenômeno que não pode ser remetido a sua forma; sempre restará, portanto, algo não mais explanável por outra coisa e em conformidade com o princípio de razão.”

Aquilo que para cada homem é seu caráter infundado, pressuposto em qualquer explanação de seus atos a partir de motivos, é para cada corpo orgânico precisamente sua qualidade essencial, seu modo de atuar, cujas exteriorizações são ocasionadas por ação vinda de fora, enquanto a qualidade essencial mesma, ao contrário, não é determinada por coisa alguma externa a si, portanto é inexplanável. Suas exteriorizações isoladas, únicas pelas quais se torna visível, estão submetidas ao princípio de razão; ela mesma, no entanto, é sem-fundamento. Em essência isso foi corretamente reconhecido pelos escolásticos, que a designaram forma substantialis (Cf. Suárez, Disput. metaph., disp. XV, sect. I).”

Nós, diferentemente, que aqui intentamos não etiologia mas filosofia, i.e., não conhecimento relativo mas incondicionado da essência do mundo, escolhemos o caminho oposto e partimos Daquilo que nos é de imediato conhecido da maneira mais completa e plenamente confiável, daquilo que nos é mais próximo, para então compreendermos o que é distante, unilateral e mediato. (…) Somente da comparação com Aquilo que se passa em mim quando meu corpo executa uma ação após um motivo tê-lo posto em movimento (…) posso adquirir intelecção no modo como os corpos destituídos de vida mudam através de causas e assim compreender o que é a sua essência íntima.”

a quarta classe de representação [citada mais acima sem contexto] estabelecida no ensaio sobre o princípio de razão tem de se tornar para mim a chave para o conhecimento da essência íntima da primeira classe. A partir da lei de motivação tenho de aprender a compreender a lei de causalidade em sua significação íntima.”

APETITE & AMOR: METAFÍSICA MEDIEVAL: “Se fôssemos pedras, ou torrentes, ou vento, ou flama, ou algo semelhante, sem consciência e vida, ainda assim não nos faltaria um certo apetite por posição e ordem; pois no movimento dos corpos, por assim dizer, exprime-se o amor decisivo para sua tendência para baixo, devido ao peso, ou para cima, devido à leveza. Um corpo é impulsionado pelo seu peso exatamente como o espírito é impelido pelo amor.” Sto. Agostinho, tradução de Jair Barboza

§25

O QUANTIFICADOR DO NADA: “Se a coisa-em-si, como acredito ter demonstrado de modo claro e suficiente, é a VONTADE, então esta, considerada nela mesma e apartada de seu fenômeno, permanece exterior ao tempo e ao espaço; por conseguinte não conhece pluralidade alguma, portanto é UNA. Mas, como já disse, uma não no sentido de que um indivíduo, ou um conceito é uno, mas como algo alheio àquilo que possibilita a pluralidade, o principium individuationis.” Se acrescentasse que é autocontraditória, poderíamos aceitá-la como a versão final da vontade. “Por conseqüência, a pluralidade das coisas no espaço e no tempo, que em conjunto são uma OBJETIDADE, não lhe concerne, e ela, apesar dessa pluralidade, permanece indivisa.”

Sei que sem mim Deus não pode viver um instante sequer

Se eu for aniquilado, também seu espírito tem de necessariamente extinguir-se.

Angelus Silesius

A verdadeira sabedoria não é adquirida medindo-se o mundo ilimitado ou, o que seria mais pertinente, sobrevoando pessoalmente o espaço infinito, mas antes investigando qualquer coisa em particular, procurando conhecer e compreender perfeitamente a sua essência verdadeira e própria.” Quem não entende a ausência-de-fim do momento presente não pode ser historiador.

os GRAUS DE OBJETIVAÇÃO DA VONTADE, ia dizer, não são outra coisa senão as IDÉIAS DE PLATÃO.”

§26

faculdade (…) da dissimulação. Aparentemente essa diferença da espécie humana em relação às demais vincula-se aos sulcos e circunvoluções do cérebro, que nos pássaros faltam por completo e nos roedores ainda são pouco marcantes; e mesmo nos animais de grau mais elevado são muito mais simétricos dos dois lados e mais constantes em cada indivíduo do que no homem.” WENZEL, De structura cerebri hominis et brutorum, 1812; CUVIER, Leçons d’anat. comp. [ano?]; VICQ D’AZYR, Hist. de l’acad. d. sc. de Paris, 1783.

Sim, tenho de me surpreender com o fato de Mallebranche,¹ apesar das peias e do fardo de estar totalmente imerso em dogmas positivos impostos por seu tempo, ainda assim, ter encontrado de maneira tão feliz e correta a verdade”

¹ (sic) O correto é Malebranche.

Que um seja mau e outro bom, isso não depende de motivos e influências exteriores, como doutrinas e sermões; nesse sentido, o caráter é algo absolutamente inexplicável. Porém, se um malvado mostra sua maldade em injustiças diminutas, intrigas covardes, velhacarias sórdidas que ele exerce no círculo estreito de seu ambiente, ou se ele, como um conquistador, oprime povos, faz um mundo ajoelhar-se em penúrias, derramando o sangue de milhões – isso é a forma exterior de seu fenômeno, o inessencial dele, dependente das circunstâncias nas quais o destino o colocou, dependente do ambiente e das influências exteriores dos motivos. Contudo, jamais sua decisão em virtude de tais motivos é explicável a partir deles, pois essa decisão procede da Vontade, cujo fenômeno é este homem. (…) A maneira como o caráter desdobra suas propriedades é inteiramente comparável à maneira como os corpos da natureza destituída de conhecimento mostram as suas propriedades.”

O que Rafael, Diogo e Giordano Bruno têm em comum? Que eles seriam os mesmos em qualquer época e lugar…

§27

a forma substantialis de Aristóteles designa exatamente Aquilo que aqui nomeio o grau de objetivação da Vontade em uma coisa.” Como visto no §25, acaba de casar mestre & discípulo.

do conflito entre fenômenos mais baixos resultam os mais elevados, que devoram a todos, porém efetivando o esforço de todos em grau mais elevado. – Por isso, vale aqui a lei: serpens, nisi serpentem comederit, non fit draco. (Serpente que não come serpente não vira dragão)”

SEROTONIN WARS

Assim, em toda parte na natureza vemos conflito, luta e alternância da vitória, e aí reconhecemos com distinção a discórdia essencial da Vontade consigo mesma. [autocontraditória – CHECK – Will leveled up!] Cada grau de objetivação da Vontade combate com outros por matéria, espaço e tempo. Constantemente o que subsiste tem de mudar de forma, na medida em que, pelo fio condutor da causalidade, fenômenos mecânicos, químicos, orgânicos anseiam avidamente por entrar em cena e assim arrebatam uns aos outros a matéria, pois cada um quer manifestar a própria Idéia.¹ Esse conflito pode ser observado em toda a natureza.”

¹ Na medida em que Sch. emprega o verbo “manifestar”, ou seja “evidenciar”, ou seja representar, para sua concepção de Idéia (que por colocar em letra maiúscula deve equiparar à platônica, o que como já bem-mostrado é exatamente seu oposto, uma ANTI-IDÉIA), além de depois comentar que o “conflito pode ser observado” na natureza, ele fala aqui da Vontade aplicada ao reino dos sentidos, da sua Representação (PARTES 1&3 do TOMO 1). Ou ele interpreta mal a Idéia de Platão, o que não acredito, ou o sentido da frase seria: manifestar o imanifestável (o que se esconde por trás do fenômeno). Obviamente, uma vez que a Idéia seja aplicada ao reino das aparências, não são mais as Idéias platônicas aquilo de que se fala. Essa nota de rodapé se justifica de antemão pelo que veremos da péssima escolha de título para a tradução inglesa dos TOMOS 2&3, “WILL & IDEA”, que, obviamente, eu retifiquei em todos os momentos para “WILL & REPRESENTATION”, que é o que quis dizer o tradutor atrapalhado. “Manifestar a própria representação” seria contraditório no trecho acima, e não partiria da boca de Schopenhauer (felizmente é um trecho em Português). O que pode confundir o leitor é que a noção de manifestar algo oculto foi conjugado com a observação direta dos fenômenos naturais, logo à frase seguinte! Mas quando assim aparecesse na versão inglesa (to manifest the representation itself) significaria que Sch. sem dúvida quisera denominar o fenômeno, e não a Vontade. Se o tradutor quisesse manter algum tipo de fidelidade simétrica e ao mesmo tempo o trambolho-palavra IDEA, deveria ter pensado em “World as IDEA & REPRESENTATION”. Representação fenomênica não poderia em caso algum ter ficado de fora do título desta obra que é, essencialmente, bipartida (torna-se quadripartida por uma espécie de chacota schopenhaueriana misturada com homenagem a Kant). Para fechar o raciocínio: supondo que Sch. se expressa corretamente no original e que o tradutor Inglês quisesse efetuar ‘o melhor trabalho’, como Jair o fez pelo menos nesse trecho, podemos admitir ainda que “quer manifestar” não é o mesmo que “manifestar”, e aí sim usar “(platonic) Idea”, algo que os múltiplos fenômenos gostariam de manifestar embora não possam (would wish/aim/long/yearn/crave/urge to manifest its own Will/Idea).

não se deve procurar nenhum primeiro empuxo para a força centrífuga, mas ela, nos planetas, conforme a hipótese de Kant e Laplace, é o resíduo da rotação originária do corpo central, de onde os planetas se separaram e esse corpo se contraiu, e ao qual o movimento é essencial: ele ainda possui rotação e vaga ao mesmo tempo no espaço sem fim, ou translada talvez em torno de um corpo central maior, invisível para nós. Essa visão concorda inteiramente com a conjetura dos astrônomos acerca de um sol central e também com o distanciamento observado de todo o nosso sistema solar, e talvez de toda a galáxia à qual pertence o nosso sol”

é suprimida a infalibilidade na atuação destituída de conhecimento da Vontade”

§28

Os reinos da natureza formam uma pirâmide, cujo ápice é o homem. Para os que apreciam comparações, também se pode dizer que os fenômenos desses reinos acompanham o do homem tão necessariamente quanto todas as inumeráveis gradações da penumbra acompanham a plena luz do dia, e pelas quais esta se perde na escuridão. Ou ainda se pode chamá-los ecos do homem e dizer: animais e plantas são a 5ª e a 3ª inferiores do homem, enquanto o reino inorgânico é a 8ª baixa. Toda a verdade desta última metáfora só nos será clara quando, no livro seguinte, investigarmos a profunda significação da música. Ali se nos mostrará como a melodia encadeada em notas altas, ágeis, deve em certo sentido ser vista como expondo a vida e o esforço do homem encadeados pela reflexão; por outro lado, as vozes soltas e o baixo que se move gravemente, do qual procede a harmonia, necessária para a plenitude da música, estampam o restante da natureza animal e da natureza destituída de conhecimento.” “No fundo, tudo isso se assenta no fato de a Vontade ter de devorar a si mesma, já que nada existe de exterior a ela, e ela é uma Vontade faminta. Daí a caça, a angústia, o sofrimento.”

A planta revela todo o seu ser à primeira vista, e com perfeita inocência, sem sofrer por carregar os genitais expostos à visão em sua parte superior, enquanto nos animais os genitais estão situados em partes ocultas. Essa inocência das plantas repousa em sua falta de conhecimento. Não no querer, mas no querer com conhecimento é que reside a culpa. Toda planta nos conta sobre sua terra, seu clima e a natureza do solo em que nasceu. Eis porque até mesmo o leigo sabe facilmente se uma planta exótica pertence aos trópicos ou a uma zona temperada, se cresce na água ou nos pântanos, nas montanhas ou em maciços.”

caráter” “Idéia particular”

ato próprio” “caráter inteligível”

caráter empírico”

a translação dos planetas, a obliqüidade da elíptica, a rotação da terra, a separação entre terra firme e oceanos, a atmosfera, a luz, o calor e todos os fenômenos semelhantes, que na natureza são aquilo que o baixo fundamental é na harmonia, acomodam-se plenos de pressentimento à geração futura de seres vivos, dos quais serão o sustentáculo mantenedor. Do mesmo modo, o solo se adapta à alimentação das plantas, estas à alimentação dos animais, estes à alimentação dos predadores, e todos estes àquele primeiro.” Inconciliável: Vontade UNA / Idéias MÚLTIPLAS. Inconciliável dum ponto de vista lógico, anyway… Chutando para o espaço sideral o princípio de não-contradição, tudo isto é lícito, legítimo, coerente, irretocável.

ponderada astúcia (…) o instinto dos animais nos fornece o melhor esclarecimento para a restante teleologia da natureza.”

§29

vemos aquela filosofia que investigava o macrocosmo, a de Tales, e aquela que investigava o microcosmo, a de Sócrates, coincidirem na medida em que se prova o objeto de ambas como sendo o mesmo.”

Cada vontade é vontade de alguma coisa. Tem um objeto, um fim de seu querer.”

o que aquele ser quer em geral (…) cada homem sempre tem fins e motivos segundo os quais conduz o seu agir e sabe a todo momento fornecer justificativas sobre seus atos isolados; no entanto, caso se lhes pergunte por que em geral quer, ou por que em geral quer existir (…) a pergunta lhe pareceria absurda.”

Suficientemente feliz é quem ainda tem algo a desejar, pelo qual se empenha, pois assim o jogo da passagem contínua entre o desejo e a satisfação e entre esta e um novo desejo – cujo transcurso, quando é rápido, se chama felicidade, e, quando é lento se chama sofrimento – é mantido, evitando-se aquela lassidão que se mostra como tédio terrível, paralisante, apatia cinza sem objeto definido, languor mortífero.”

LIVRO TERCEIRO: Do mundo como representação

Segunda consideração: A representação independente do princípio de razão: a Idéia platônica: o objeto da arte

§30

o princípio de razão, que é o princípio último de toda finitude, de toda individuação, forma universal da representação” “caso as Idéias devam se tornar objeto de conhecimento, isso só pode ocorrer pela supressão da individualidade no sujeito cognoscente. A explanação detalhada e definitiva deste tema é o que doravante nos vai ocupar.” Lado aleijado da “simetria quadripartite” de Schopenhauer? A desculpa perfeita para falar exclusivamente de Estética por alguns parágrafos!

§31

Se para nós a Vontade é a COISA-EM-SI e as IDÉIAS a sua objetidade imediata num grau determinado, encontramos, todavia, a coisa-em-si de Kant e a Idéia de Platão – único que verdadeiramente é –, estes dois grandes e obscuros paradoxos dos dois maiores filósofos do Ocidente, de fato não como idênticas, mas como intimamente aparentadas e diferentes apenas em uma única determinação.”

Platão diz o seguinte:

(…) Sim, cada um veria inclusive a si mesmo e aos outros apenas como sombras na parede à frente. Sua sabedoria, então, consistiria em predizer aquela sucessão de sombras apreendida na experiência. Ao contrário, apenas as imagens arquetípicas reais daquelas sombras, as Idéias eternas, formas arquetípicas de todas as coisas, é que podem ser ditas verdadeiras, pois elas SEMPRE SÃO, MAS NUNCA VÊM-A-SER. [Aqui parou Kant] A elas não convém PLURALIDADE, pois cada uma, conforme sua essência, é una, já que é a imagem arquetípica mesma, cujas cópias ou sombras são as coisas efêmeras isoladas da mesma espécie e de igual nome.”

Platão não chegou a essa expressão superior e só indiretamente pôde isentar as Idéias dessas formas, na medida em que nega às Idéias o que só é possível por elas, a saber, pluralidade do igual, nascer e perecer.”

é tão reduzido o verdadeiro público de um autêntico filósofo que mesmo os discípulos que o compreendem só aparecem de séculos em séculos.”

§32

só a Idéia é a mais ADEQUADA OBJETIDADE possível da Vontade ou coisa-em-si; é a própria coisa-em-si, apenas sob a forma da representação” Interpretação platônica desautorizada!

O tempo é meramente a visão esparsa e fragmentada que um ser individual tem das Idéias, as quais estão fora do tempo, [Como representação? Por isso o grifo verde acima em ‘sob a forma’!] portanto são ETERNAS.” Acaba de contradizer o precedente. Se ao menos aqui fosse IDÉIA, e à p. 242 (página da citação anterior) IDÉIAS, no plural, poderíamos ceder a palmatória a Sch…. O problema é que o autor inverteu os termos. A representação nunca é Una. E o que está fora do tempo é sempre, no autor, o Um, “a” Vontade.

§33

Apolo de Belvedere, segundo Schopenhauer o ápice da representação da independência entre o cérebro ou cabeça (parte racional) e o restante do corpo humano (parte instintiva, cega). Não seria contraditório que este último (sinônimo da Natureza) apareça em Sch. como regido pela Cultura, que é mera aparência e não tem o direito de representar a Vontade mais que nenhum outro fenômeno visível? Pois a Vontade não é racional, não tem propósito “exterior”.

§34

Em si mesma, i.e., alheia à representação, a Vontade é una com a minha vontade.”

NADA COM ISSO SE GANHA. ONDE SE QUER CHEGAR ALÉM DO SER-ANIMAL? “Quem, dessa maneira, absorveu-se tão profundamente e se perdeu na intuição da natureza, e existe ainda apenas como puro sujeito que conhece, em verdade tornou-se de imediato ciente de que, enquanto tal, é a condição, portanto o sustentáculo do mundo e de toda existência objetiva, visto que esta, doravante, expõe-se como dependente da sua existência.” Kantiano demais.

§35

Gozzi, Analisi riflessiva della fiaba L’amore delle tre melarance

todo evento ou obra, sufocados em gérmen, ainda têm a infinitude inteiramente aberta para o seu retorno.”

O autoconhecimento da Vontade e, daí, a sua decidida afirmação ou negação é o único evento em si.”

Parágrafo 35 in a nutshell: #EternoRetorno #Nietzsche; e depois retrocesso a #Camus. Nem infinito, nem retorno, nem negação: só afirmação-nova-no-tempo.

§36

O QUANTO A PSICANÁLISE NÃO BEBERIA DESTAS LINHAS? “arte plástica, poesia ou música. Sua única origem é o conhecimento das Idéias, seu único fim é a comunicação desse conhecimento. – A ciência segue a torrente infinda e incessante das diversas formas de fundamento a conseqüência: de cada fim alcançado é novamente atirada mais adiante, nunca alcançando um fim final, ou uma satisfação completa, tão pouco quanto, correndo, pode-se alcançar o ponto onde as nuvens tocam a linha do horizonte. A arte, ao contrário, encontra em toda parte o seu fim.” “A roda do tempo pára. As relações desaparecem. Apenas o essencial, a Idéia, é objeto da arte.”

O modo de consideração que segue o princípio de razão é o racional, único que vale e ajuda na vida prática e na ciência; já o modo que prescinde do conteúdo deste princípio é o genial, único que vale e ajuda na arte. O 1º é o modo de consideração de Aristóteles, o 2º é no todo o de Platão. O 1º é comparável a uma tempestade violenta que desaba sem princípio e fim, a tudo verga, movimenta e arrasta; o 2º, ao calmo raio de sol que corta o caminho da tempestade, totalmente intocado por ela.” (Não seria o contrário?)

só o gênio é capaz de um esquecimento completo da própria pessoa e de suas relações; segue-se que a GENIALIDADE nada é senão a OBJETIVIDADE mais perfeita, ou seja, orientação objetiva do espírito, em oposição à subjetiva que vai de par com a própria pessoa, i.e., com a [própria] vontade.”

como diz Goethe, fixar em pensamentos duradouros o que aparece oscilante no fenômeno.”

claro olho cósmico” No entanto, continua confuso e ambivalente. Quando quer, joga a Vontade para o fenômeno, com mediação da IDÉIA.

excedente de conhecimento livre”

purificado de Vontade, [Mas o abandono da razão é o contrário!] espelho claro da essência do mundoDaí se explica a vivacidade que beira a inquietude,¹ em indivíduos geniais, na medida em que o presente quase nunca lhes basta, já que não preenche a sua consciência. Daí resulta aquela tendência ao desassossego, aquela procura incansável por novos objetos dignos de consideração, o anseio quase nunca satisfeito por seres que lhe sejam semelhantes e que os ombreie e com os quais possa se comunicar. Já o filho comum da terra, ao contrário, plenamente satisfeito com o presente comum, absorve-se nele e em toda parte encontra o seu igual, possuindo aquele conforto especial na vida cotidiana que é negado ao gênio.”

¹ Aquele que cessa de desejar – que corta o fluxo do tempo, na obra de arte – torna-se vivaz? Como explicar esse tipo de contradição schopenhaueriana?!

ETNÓGRAFOS DOS MORTOS: “Portanto, a fantasia põe o gênio na condição de, a partir do pouco que chegou a sua apercepção efetiva, construir todo o resto e assim deixar desfilar diante de si quase todas as imagens possíveis da vida. (…) o gênio precisa da fantasia para ver nas coisas não o que a natureza efetivamente formou, mas o que se esforçava para formar, mas que, devido à luta de suas formas entre si, não pôde levar a bom termo.”

Uma teoria do gênio correta encaixada no molde errado (sua “Vontade” kantiana).

homens completamente desprovidos de gênio podem possuir bastante fantasia.” Maurício G. – DÉJÀ VU, como se já tivesse publicado no blog esta exata citação acrescida deste nome.

Ele talvez escrevinhará as suas fantasmagorias, com o que vêm a lume os romances comuns de todos os gêneros que divertem seus iguais e o grande público: os leitores sonham ao se porem no lugar do herói, achando então a exposição bastante ‘espirituosa’.”

o verdadeiro oposto da contemplação, o espionar.”

há grandes espaços intermédios no qual (sic) o indivíduo de gênio, tanto no que diz respeito aos méritos quanto às carências, em muito se aproxima do indivíduo comum.” “o fazer-efeito de um ser supra-humano diferente do próprio indivíduo e que apenas periodicamente se apossa dele. A aversão do gênio em direcionar sua atenção ao conteúdo do princípio de razão mostra-se primeiro em referência ao fundamento de ser, enquanto aversão à matemática, cuja consideração segue as formas mais gerais do fenômeno, espaço e tempo”

A experiência também nos confirmou que grandes gênios da arte não têm talento algum na matemática: nunca um homem foi bastante distinto em ambas ao mesmo tempo. Alfieri inclusive conta que nunca conseguiu compreender nem sequer a quarta proposição de Euclides. [HAHA! Congruência de triângulos.] Goethe foi bastante repreendido pelos adversários obscurantistas de sua doutrina das cores devido ao seu desconhecimento da matemática: aqui, naturalmente, por não se tratar de cálculos e medidas segundo dados hipotéticos, mas de conhecimento imediato, via entendimento, da causa e do efeito, essa repreensão foi feita em lugar tão indevido e conduzida tão ao revés, que esses senhores revelaram aí, bem como por seus demais ditos de Midas, sua total carência de faculdade de juízo.”

a conhecida anedota acerca de um matemático francês que, após ter lido Ifigênia, de Racine, perguntou: qu’est-ce-que cela prouve, o que isso prova?”

a impressão do presente é bastante poderosa sobre o gênio, arrasta-o para o irrefletido, o afeto, a paixão.” “ele julga e narra de maneira extremamente objetiva aquilo que diz respeito aos seus próprios interesses, sem ocultar o que seria prudente ocultar (…) inclinam-se a monólogos e podem em geral mostrar muitas fraquezas que de fato os aproximam da loucura.” “todo aquele que conheceu as Idéias eternas nas coisas efêmeras aparece como louco.”

Nunca houve grande engenho sem uma mistura de demência.” Aristóteles

Nem todo louco dá bom dia a cavalo.

Goethe, Torquato Tasso

…se compararmos o número de gênios verdadeiramente magnânimos, produzidos pela Europa culta em todos os tempos antigos e novos, com as 250 milhões de pessoas que vivem atualmente na Europa e se renovam a cada 30 anos.”

Entrementes, gostaria de expor o mais brevemente possível minha opinião sobre o fundamento puramente intelectual do parentesco entre genialidade e loucura [SEGUNDO TOMO]” Jaspers teve volumosa bibliografia.

Que veementes sofrimentos espirituais ou terríveis e inesperados eventos com freqüência ocasionam a loucura, explano-o da seguinte maneira. Todo sofrimento desse tipo está sempre limitado, enquanto acontecimento real, ao presente. Nesse sentido, é sempre transitório e, assim, nunca excessivamente grave.” “quando um tal desgosto, um tal saber doloroso, ou pensamento, é tão atormentador que se torna absolutamente insuportável e o indivíduo poderia sucumbir a ele, a natureza assim angustiada recorre à LOUCURA como último meio de salvação da vida.” “Como exemplo considere-se o furioso Ajax, o rei Lear e Ofélia.” A obsessão de mãos em momentos de repouso. Melhor ferir o próprio couro cabeludo que sucumbir à ressurreição de traumas.

ele vê em toda parte o extremo, e, justamente por isso, o seu agir atinge extremos. Ele não consegue encontrar a justa medida, falta-lhe a fleuma (…) O gênio conhece as Idéias perfeitamente, mas não os indivíduos. Eis por que, como já se observou, um poeta pode conhecer profunda e essencialmente O ser humano, porém de maneira muito ruim OS homens. O gênio, pois, é facilmente enganado e se torna um joguete nas mãos de astutos.”

§37

DECANTAÇÃO: “Que a Idéia se nos apresente mais facilmente a partir da obra de arte do que imediatamente a partir da natureza ou da efetividade, isso se deve ao fato de o artista, que conheceu só a Idéia e não mais a efetividade, também ter reproduzido puramente em sua obra a Idéia, separada da realidade efetiva com todas as suas contingências perturbadoras. O artista nos permite olhar para o mundo mediante os seus olhos. Que ele possua tais olhos a desvelar-lhe o essencial das coisas, independentemente de suas relações, eis aí precisamente o dom do gênio, o que lhe é inato. E, ademais, que ele esteja em condições de também nos emprestar esse dom, como se pusesse em nós os seus olhos, eis aí o adquirido, a técnica da arte.”

ESPETADA EM KANT: “explanarei mais detalhadamente a consideração filosófica do belo e do sublime, tanto na natureza quanto na arte, sem separar estas duas esferas.

§38

Na medida em que o quadro também exige a participação do espectador em semelhante estado, a sua comoção muitas vezes é incrementada pela oposição com o estado pessoal inquieto, a constituição mental irrequieta turvada pelo querer veemente, na qual se encontra. No mesmo espírito, pintores de paisagem, em especial Ruisdael, freqüentes vezes pintaram temas paisagísticos extremamente insignificantes, e com isso produziram o mesmo efeito de maneira ainda mais aprazível.”

Note-se o quão próximo de nós pode sempre se encontrar um domínio em que podemos nos furtar por completo à nossa penúria! Mas quem tem a força para nele se manter por longo tempo?”

Eis por que de bom grado nunca ficam sozinhos com a natureza; precisam de sociedade, ao menos de um livro. Seu conhecer permanece servil à Vontade. Procuram, por conseguinte, só por aqueles objetos que têm alguma relação com o seu querer e, de tudo que não possua uma tal relação, ecoa em seu interior, semelhante a um baixo fundamental, um repetitivo e inconsolável ‘de nada serve’. Assim, na solidão, até mesmo a mais bela cercania assume para eles um aspecto desolado, cinza, estranho, hostil.”

O ETERNO “ERA FELIZ E NÃO SABIA”… “na medida em que tornamos presentes os perdidos dias pretéritos, longinquamente situados, na verdade a fantasia chama de volta apenas os objetos, não o sujeito do querer, que outrora carregava consigo seus sofrimentos incuráveis, como o faz agora. Mas, tais sofrimentos foram esquecidos. (…) Eis por que, sobretudo quando uma necessidade nos angustia mais do que o comum, a recordação súbita de cenas do passado distante muitas vezes paira diante de nós como um paraíso perdido. Apenas o objetivo, não o individual-subjetivo, é chamado de volta pela fantasia, figurando diante de nós aquele objetivo como se, outrora, fosse tão puro e tão pouco turvado por qualquer relação com a vontade como o é agora a sua imagem na fantasia – embora antes a relação dos objetos com o nosso querer provocasse tanto tormento quanto agora.”

Resta apenas o mundo como representação; o mundo como Vontade desapareceu.” Resumo do objetivo de Sch. no livro 3.

Ormuzd mora na mais pura luz. Ahriman na noite eterna. O paraíso de Dante assume as aparências de Vauxhall em Londres, visto que todos os espíritos bem-aventurados aparecem em pontos de luz, reunidos em figuras regulares.”

Já na audição se dá algo completamente diferente. Tons podem provocar dores imediatamente e, sem referência à harmonia ou à melodia, podem ser também de imediato sensualmente agradáveis. O tato, enquanto uno com o sentimento do corpo inteiro, está ainda mais submetido a esse influxo imediato sobre a vontade, embora também haja tato destituído de dor ou agrado. O odor, entretanto, é sempre agradável ou desagradável; o paladar ainda mais. Portanto, estes dois últimos sentidos são os mais intimamente ligados à vontade. Eis por que sempre foram chamados de sentidos menos nobres e, por Kant, de sentidos subjetivos.”

§39

Uma tal elevação tem de ser não apenas obtida com consciência, como também mantida com consciência, sendo, assim, acompanhada de uma contínua lembrança da Vontade, porém, não de um querer particular, individual, como o temor ou o desejo, mas da Vontade humana em geral, tal qual esta se exprime em sua objetidade, o corpo humano. Caso um ato isolado e real da Vontade entre em cena na consciência por meio de uma aflição efetiva pessoal e de um perigo advindo do objeto, imediatamente a vontade individual, assim efetivamente excitada, ganha a preponderância, e a calma da contemplação se torna impossível. A impressão do sublime se perde, visto que cede lugar à angústia

(N.T.) “para diferenciar Sch. de Kant, que opera uma ‘transição’ (Übergang) definitiva entre o belo e o sublime no capítulo 23 da Crítica da faculdade de juízo. (…) Como dito linhas antes pelo autor, o sentimento do sublime em sua determinação fundamental (Idéia intuída) é ‘uno’ com o do belo, distinguindo-se deste apenas pelo ‘acréscimo’ do elevar-se do contemplador para além da relação conhecida como desfavorável do objeto com a Vontade. Tanto é que Sch. falará mais adiante do ‘sublime no belo’ (Erhabenen am Schönen). Com isso, o termo gradação funcionou melhor porque indica os graus seqüenciais em que suavemente o belo e o sublime se confundem de acordo com o estado estético em que se está, sem porém distinguirem-se em natureza.”

O caráter sublime, p.ex., notará erros, ódio, injustiça dos outros contra si, sem no entanto ser excitado pelo ódio; notará a felicidade alheia, sem no entanto sentir inveja; até mesmo reconhecerá as qualidades boas dos homens, sem no entanto procurar associação mais íntima com eles; perceberá a beleza das mulheres, sem cobiçá-las.”

§40

DA GULA AO PORNÔ: “Frutas pintadas ainda são aceitáveis, visto que, como um desenvolvimento tardio de flores, e pela sua forma e cor, oferecem-se como um belo produto natural, sem que se seja obrigado a pensar na sua comestibilidade. Mas, infelizmente, encontramos com freqüência, pintadas com naturalidade ilusória, iguarias preparadas e servidas, ostras, arenques, lagostas, pães amanteigados, cerveja, vinho, etc.; tudo isso é bastante repreensível. – Na pintura de gênero e na escultura o excitante consiste nas suas figuras nuas, cujo posicionamento, semipanejamento e todo o modo de execução são calculados para despertar a lubricidade do espectador, pelo que a pura consideração estética é de imediato suprimida e a obra se posta contra a finalidade da arte.”

ANTI-GORE: “se reconheceu desde sempre que o excitante negativo (repugnante) é inadmissível na arte, na qual até mesmo o feio é suportável, desde que não repugnante, e seja posto em lugar adequado”

§41

A figura e expressão humanas são o objeto mais significativo das artes plásticas, assim como as ações humanas o são da poesia.”

CADEIRA-MADEIRA: “Em conformidade com nossa visão, não podemos concordar com Platão, quando este afirma (Rep., X, 596 b; Parmen., 130 b-d) que mesa e cadeira expressam as Idéias de mesa e cadeira. (…) Porém, conforme Aristóteles (Met., XI, cap. 3), Platão mesmo estatuíra somente Idéias de seres naturais (…) e no cap. 5 é dito que, conforme os platônicos, não há Idéia alguma de casa e anel. Em todo caso, já os discípulos mais próximos de Platão, como relata Alcino, negavam que houvesse Idéia de artefatos.”

§42

(…)

§43

a luta entre gravidade e rigidez é propriamente o único tema estético da bela arquitetura.”

As colunas são as formas mais simples de sustento, determinadas tão-somente por seu fim. A coluna torneada é de mau gosto; a pilastra quadrangular é, de fato, menos simples que a coluna redonda, embora casualmente de mais fácil execução.”

A nossa alegria numa semelhante obra seria de súbito bastante diminuída se nos fosse revelado que o material de construção é pedra-pomes, pois assim ela apareceria como uma espécie de construção ilusória. O mesmo efeito seria produzido pela informação de que se trata apenas de um edifício de madeira, quando até então pensávamos ser de pedra, precisamente porque isso doravante muda, altera a relação entre rigidez e gravidade e, com isso, a significação e a necessidade de todas as partes”

Se, entretanto, nos alegrássemos durante a visão de um belo edifício e alguém chegasse e dissesse que ele consiste em materiais completamente diferentes, com peso e consistência bastante diversos, todavia indiscerníveis aos olhos, então a construção inteira seria tão indigna de fruição quanto um poema em língua desconhecida. Todo o exposto demonstra precisamente que a arquitetura faz efeito não apenas matemática mas também dinamicamente, e que aquilo a falar-nos por ela não é meramente a forma e a simetria, mas antes as forças fundamentais da natureza, as Idéias primeiras, graus mais baixos de objetividade da Vontade.” “Inclusive a simetria não é uma exigência imprescindível, visto que até mesmo as ruínas podem ser belas.”

Ora, se o belo não encontra apoio algum na hidráulica utilitária, é porque os seus respectivos fins, via de regra, não se combinam, apesar de haver raras exceções, como, p.ex., a Cascata di Trevi em Roma.”

§44

Jakob Böhme, Signatura rerum

§45

na exposição do ser humano, separam-se o caráter da espécie e o caráter do indivíduo. O primeiro, então, se chama beleza (sem sentido inteiramente objetivo), enquanto o segundo retém o nome de caráter ou expressão. Só que aqui entra em cena uma nova dificuldade, ou seja, expor simultânea e perfeitamente ambos os caracteres num mesmo indivíduo.”

Goethe diz: Quem contempla a beleza humana não pode padecer de mal algum.”

Alguma vez a natureza produziu um homem perfeitamente belo em todas as suas partes? – Opinou-se que o artista tem de estudar conjuntamente as muitas partes belas isoladas distribuídas por muitos homens e delas compor um todo belo. Eis uma opinião disparatada. (…) de onde deve o artista reconhecer que precisamente estas formas isoladas são belas e não as outras? – Também vemos até onde foram (…) os antigos pintores alemães. Considerem-se suas figuras nuas. – Conhecimento algum do belo é possível de maneira puramente a posteriori.”

O fato de todos reconhecermos a beleza, caso a vejamos, sendo que no caso do artista autêntico isso ocorre com uma tal clareza que ele a mostra como nunca se vira e, por conseguinte, supera a natureza com sua exposição, tudo isso é apenas possível devido ao fato de que a Vontade – cuja objetivação adequada em seu grau mais elevado deve aqui ser descoberta e julgada – SOMOS NÓS MESMOS.”

Ele imprime no mármore duro a beleza da forma que a natureza malogrou em milhares de tentativas, coloca-a diante dela e lhe brada: ‘Eis o que querias dizer!’. Para em seguida ouvir a concordância do conhecedor: ‘Era isso mesmo!’. Só assim pôde o gênio grego descobrir o tipo arquetípico da figura humana e estabelecê-lo como cânone da escultura.”

A possibilidade de uma tal antecipação a priori do belo no artista, bem como o seu reconhecimento a posteriori no espectador, reside no fato de ambos serem o mesmo Em-si da natureza, a Vontade que se objetiva. Pois, como disse Empédocles, apenas pelo igual é o igual reconhecido; apenas a natureza pode entender a si mesma; apenas a natureza pode aprofundar-se em si. E também apenas pelo espírito é o espírito compreendido.”

a influência bestial da sabedoria hegeliana de bundões (Hegelschen Afterweisheit, onde After = saída do intestino, ânus)”

A opinião disparatada de que os gregos teriam descoberto o ideal estabelecido da beleza humana de maneira inteiramente empírica, recolhendo partes isoladas e belas, encontrando e desvelando aqui um joelho, ali um braço, tem por análogo a opinião sobre a poesia de que, p.ex., Shakespeare conseguiu fazer entrar em cena, em seus dramas, a grande variedade e justeza de seus caracteres tão verdadeiros e coerentes, tão profundamente trabalhados, a partir de sua própria experiência mundana de vida, tendo-a então repetido.”

UM HUMANISMO, HERE WE GO AGAIN! “a supressão do caráter da espécie mediante o caráter do indivíduo é caricatura, e a supressão do caráter individual mediante o caráter da espécie é ausência de significação.”

nas obras dos antigos não encontramos a beleza humana, por eles distintamente apreendida, expressa numa única figura, mas em muitas delas”

olhos e cores, que residem fora do âmbito da escultura” erro de época cometido por Sch., já que depois descobriu-se que as estátuas eram pintadas.

Ora, como a beleza é manifestamente o objeto privilegiado da escultura, LESSING procurou explicar o fato de LAOCOONTE NÃO GRITAR dizendo que o grito é incompatível com a beleza. Como esse objeto foi tema, ou ao menos ponto de partida de um livro de Lessing, e como muita coisa foi escrita sobre o assunto antes e depois dele, julgo ser-me concedida a oportunidade para, aqui, emitir episodicamente a minha opinião sobre o assunto, embora esta especial elucidação não esteja em conexão propriamente dita com a nossa consideração, sempre direcionada ao universal.”

§46

Que Laocoonte, no famoso grupo de esculturas, não grite, é algo manifesto. A estranheza geral e sempre repetida em face disso deve ser atribuída a que, na sua situação, todos nós gritaríamos: e assim também o exige a natureza. Pois, no caso da dor física mais intensa e do súbito aparecimento da maior das angústias corporais, toda reflexão que poderia conduzir a uma resignação silenciosa é subitamente reprimida da consciência e a natureza se alivia pelo grito, exprimindo assim a dor e a angústia, ao mesmo tempo em que invoca alguém salvador e espanta o agressor. Já Winckelmann sentia falta da expressão do grito. No entanto, na medida em que procurava uma justificativa para o artista, transformou, propriamente dizendo, Laocoonte num estóico, o qual considerava inadequado à sua dignidade gritar secundum naturam, e assim acrescentar à própria dor a coerção inútil de evitar a sua manifestação. Em conseqüência, W. vê em Lao. ‘o espírito de um grande homem posto à prova, um mártir procurando suprimir e reter em si mesmo a expressão do sentimento: ele não irrompe em sonoros gritos, como o faz em Virgílio, mas somente emite gemidos lamentosos’ (…) Esta opinião é por sua vez criticada por Les. (…) no lugar do fundamento psicológico, ele coloca o fundamento puramente estético, ou seja, que a beleza, princípio da arte antiga, não admite a expressão do grito. Outro argumento por ele aduzido, de que um estado completamente passageiro e incapaz de qualquer duração não pode ser exposto numa obra de arte imóvel, tem contra si centenas de exemplos de figuras maravilhosas, captadas em movimentos inteiramente fugidios, dançando, lutando, correndo etc. Goethe mesmo, em seu estudo sobre Lao., que abre os Propileus (p. 8), considera a escolha de um semelhante momento passageiro absolutamente necessária.”

a exposição do grito reside por inteiro fora do domínio da escultura. Não se podia produzir em mármore um Lao. gritando, mas apenas um de boca escancarada e esforçando-se inutilmente por gritar e no qual a voz ficava entalada na garganta” Não diga! E pra me dizer isso você devotou um capítulo inteiro na sua magnum opus?

o Lao. de V. grita como um touro (…) por isso Homero retrata Marte e Minerva gritando horrivelmente, sem detrimento de sua dignidade e beleza divinas. Do mesmo modo na arte teatral. Sobre o palco L. obrigatoriamente tinha de gritar. Também Sófocles faz Filocteto gritar: de fato, nos palcos antigos ele efetivamente devia gritar. (…) um grito pintado ou destituído de voz seria ainda mais risível do que música pintada [o grito pode ser desenhado como onda] (…) a Santa Cecília no órgão, o violinista de Rafael na galeria Sciarra em Roma”

§47

a escultura se serve do drapejado não como um velamento mas como uma exposição indireta da forma” “na escultura o drapejado é em certa medida o que na pintura é o escorço: ambos são alusões, mas não simbólicas, e sim tais que, se bem executadas, compelem imediatamente o entendimento a intuir o aludido, como se ele realmente tivesse sido dado.”

pobreza espiritual, confusão, perversidade vão vestir-se a si mesmas com os termos mais rebuscados, as expressões mais obscuras, para assim, em frases difíceis e pomposas, mascararem pensamentos miúdos, triviais, insossos, cotidianos”

§48

PINTURA HISTÓRICA”

Indivíduo algum ou ação alguma podem ser sem significado [o quanto isso não contrasta com o teor do livro IV!] (…) Eis por que nenhum evento da vida humana deve ser excluído da pintura. Em conseqüência, é-se muito injusto com os maravilhosos pintores da escola neerlandesa ao apreciar somente suas habilidades técnicas, desprezando-os no resto, alegando-se que, na maioria das vezes, só expõem objetos da vida cotidiana, enquanto se consideram como significativos, ao contrário, somente os eventos da história universal ou bíblica.” “Apenas a significação interior vale na arte, a exterior vale na história. Ambas são completamente independentes uma da outra, podem aparecer juntas, mas também sozinhas.”

Até mesmo a fugacidade dos momentos que a arte fixou em tais obras (hoje em dia denominadas pinturas de gênero) desperta uma leve e específica comoção: pois, fixar o mundo fugaz (em constante transformação) em imagens duradouras de eventos particulares a fazerem as vezes do todo é uma realização da arte da pintura pela qual esta parece trazer o tempo mesmo ao repouso, na medida em que eleva o indivíduo à Idéia de sua espécie.” Vivesse mais algumas décadas e Sch. ficaria louco!

Do mesmo modo que no palco não é admissível que o principal transcorra detrás da cena (como nas tragédias francesas), também é um erro, ainda maior, se isso ocorre numa pintura.”

é em geral uma grande infelicidade que o povo cuja cultura deveria servir de base para a nossa não seja o indiano nem o grego, ou mesmo o romano, mas justamente esse povo judeu; o que foi nefasto em especial para os pintores geniais da Itália, nos séc. XV e XVI, arbitrariamente restritos a uma esfera limitada de temas, na maioria das vezes mesquinharias de todo tipo. Pois o Novo Testamento, em sua parte histórica, é para a pintura tão desfavorável quanto o Antigo, e a história subseqüente dos mártires e Padres da Igreja é um tema mais infeliz ainda.”

a resignação perfeita, que é o espírito mais íntimo tanto do cristianismo quanto da sabedoria indiana, a renúncia a todo querer, a viragem, a supressão da Vontade e, com esta, da essência inteira do mundo, portanto a redenção.”

§49

Antes, muitos dos exemplos platônicos de Idéia e as elucidações de Platão sobre as mesmas são aplicáveis apenas aos conceitos.”

O CONCEITO é (…) alcançável e apreensível (…) comunicável por palavras sem ulterior determinação, esgotável por inteiro em sua definição.¹ A IDÉIA (…) é absolutamente intuitiva (…) nunca sendo conhecida pelo simples indivíduo enquanto tal (…) [mas pelo] puro sujeito do conhecimento (…) alcançável apenas pelo gênio, em seguida por aquele que (…) está numa disposição genial. (…) a medida do seu próprio valor intelectual.”

¹ Subordinado ao espaço-tempo.

O conceito é a medida do homem;

A Idéia a medida de deus.

Às vezes também os mais limitados reconhecem as grandes obras pela autoridade de outrem, para desse jeito esconderem sua fraqueza.”

a ira da falta de valor. Que é afinal a modéstia senão a fingida humildade por meio da qual, num mundo povoado de inveja, pede-se perdão pelas excelências e méritos próprios àqueles que não os possuem?”

Em virtude da forma temporal e espacial de nossa apreensão intuitiva, a IDÉIA é a unidade que decaiu na pluralidade; o CONCEITO, ao contrário, é unidade, mas produzida por intermédio¹ da abstração de nossa faculdade racional: a 2ª pode ser descrita como unitas post rem, a 1ª como unitas ante rem.”

¹ Não cessa de se contradizer!

o seu ódio vem à tona alegremente’

Sem detrimento de sua filosofia, Sch. brilha ainda mais enquanto poeta.

…por reflexão sintética” À medida que não encontra mais palavras para se explicar, recorre ao mentor Kant.

A verdadeira e única fonte de qualquer obra de arte é a Idéia” “Justamente porque a Idéia é e permanece intuitiva, o artista não está consciente in abstracto da intenção e do fim de sua obra” “não pode relatar sua atividade” “Por sua vez, imitadores, maneiristas, imitatores, servum pecus procedem na arte a partir do conceito.” “Na medida em que sugam o seu alimento de obras alheias, assemelham-se a plantas parasitas; também se assemelham aos pólipos, que assumem as cores daquilo de que se apropriam.” “Só o gênio, contrariamente, é comparável a um corpo orgânico que assimila, transforma e produz.”

a elevada formação do gênio jamais prejudica a sua originalidade. (…) tais obras maneiristas encontram com freqüência, e rapidamente, a aprovação sonora dos contemporâneos (…) Contudo, após alguns anos, tais obras já são inapreciáveis, visto que (…) mudaram.”

Esses indivíduos que aparecem sucessivamente estão por inteiro sozinhos, visto que a massa e a multidão da posteridade sempre será e permanecerá tão perversa e obtusa quanto a massa e a multidão de todos os tempos. – Que se leiam os lamentos dos grandes espíritos em todos os séculos sobre os seus contemporâneos: soam sem exceção como hoje, porque o gênero humano sempre foi o mesmo.”

§50

PLATÃO, O INFINITO: “Não podemos admitir que uma obra artística seja intencional e deliberadamente a expressão de um conceito, como é o caso da ALEGORIA. Uma alegoria é uma obra de arte que significa algo outro que o exposto nela.”

A noite de Correggio, O gênio da glória de Aníbal Caracci, As horas de Poussin

É o caso de uma tartaruga para significar o pudor feminino; Nêmesis abrindo a sua túnica e olhando para o próprio seio, significando que também vê as coisas mais ocultas”

A escultura grega apela à intuição, pelo que é ESTÉTICA. Já a escultura indiana apela ao conceito, pelo que é SIMBÓLICA.”

tenho de naturalmente rejeitar essa e outras semelhantes colocações de Winckelmann sobre a metafísica do belo propriamente dita, embora de resto o respeite muito. Por aí se nota como se pode ter a maior receptividade para o belo da arte, e ter o juízo mais correto sobre as obras artísticas sem no entanto estar em condição de oferecer uma descrição abstrata, propriamente filosófica, de sua essência.”

Com a POESIA, a alegoria tem uma relação completamente diferente do que com a arte plástica. Se nesta é repreensível, naquela é admissível (…) aqui o que é dado imediatamente em palavras é o conceito, e o próximo passo é sempre ir deste ao intuitivo, cuja exposição tem de ser executada pela fantasia do ouvinte.”

Note-se o quanto Cervantes fala belamente do sono, ao exprimir que nos alivia de todos os sofrimentos espirituais e corporais”

Grande efeito fez sobre a plebe romana, que se retirou de seu país, a fábula de Menenius Agrippa envolvendo estômagos e membros.” Ler Coriolano de Shakespeare.

Goethe, Triunfo da sensibilidade

Dom Quixote (…) alegorizava a vida de um homem que, diferentemente dos demais, não tem em vista apenas cuidar do próprio bem-estar mas persegue um fim objetivo, ideal, que se apossou de seu pensamento e querer, com o que se sente, obviamente, isolado neste mundo.”

Quem adivinharia, se não fosse informado, o motivo de o peixe ser o símbolo do cristianismo? Apenas um Champollion.” Porque o cristão morre pela boca! Champollion foi um dos fundadores da egiptologia e grande decifrador de hieróglifos. Está explicado!

§51

Assim como o químico combina 2 fluidos perfeitamente claros e transparentes e dessa combinação resulta um precipitado sólido, também o poeta, a partir da universalidade transparente e abstrata dos conceitos, sabe combiná-los e obter um precipitado concreto, individual, a representação intuitiva.”

Também a experiência e a história ensinam a conhecer o homem; contudo, mais freqüentemente OS homens e não O homem”

A história está para a poesia como a pintura de retratos está para a pintura histórica, pois a história dá o verdadeiro no particular, a poesia no universal.”

A mediocridade não é concedida ao poeta,

Seja por homens, deuses ou colunas.”

Mediocribus esse poetis

Non homines, non Di, non concessere columnae”

a crítica e a sátira, sem nenhuma condescendência, deveriam açoitar os poetas medíocres (…) Pois, se até mesmo a torpeza de um imbecil deixou irado o brando Deus das musas, a ponto de dilacerar Mársias, não vejo onde a poesia medíocre possa basear sua pretensão à tolerância.”

Agora vemos como também os historiadores antigos seguiam o preceito de Wilckelmann de que o retrato deve ser o ideal do indivíduo (…) Já os novos historiadores, diferentemente, salvo raras exceções, apresentam na maioria das vezes apenas ‘um barril de entulhos e inutilidades, e quando muito uma ação principal de estado’.”

O puro e simples historiador, que trabalha exclusivamente conforme os dados, assemelha-se a alguém que, sem conhecimento algum da matemática, investiga e mede por traços a proporção das figuras encontradas casualmente; com isso o estabelecimento dessas medidas encontradas empiricamente estão todas sujeitas aos erros das figuras assinaladas. O poeta, ao contrário, assemelha-se ao matemático que constrói aquelas relações a priori, na pura intuição, expressando-as não como a figura efetivamente assinalada as possui, mas como as mesmas são na Idéia e que o desenho deve tornar sensível.”

Was ich nie und nirgends hat begeben

Das allein veraltet nie.”

Schiller

É errado afirmar que as autobiografias são cheias de engodo e dissimulação. A mentira é em toda parte possível, mas talvez em nenhum outro lugar é mais difícil do que justamente na autobiografia.”

numa carta (…) ao contrário da conversação, perde-se a medida da impressão que se provocaria sobre outrem. O destinatário de uma carta a perscruta de modo sereno e numa disposição alheia à do remetente, a lê repetidas vezes, em diferentes ocasiões, podendo facilmente desmascarar a intenção secreta. Conhece-se melhor e mais fácil um autor, também como homem, a partir de seu livro, pois todas aquelas condições fazem efeito na escritura de um livro de modo ainda mais vigoroso e constante.”

o drama, que é o gênero mais objetivo e, na maioria dos aspectos, o mais perfeito e difícil da poesia. (…) Embora nas artes apenas o gênio autêntico possa realizar algo de bom, parece que unicamente a poesia lírica constitui uma exceção, pois até homens no todo não tão eminentes podem, às vezes, mediante estímulo forte proveniente do exterior e um entusiasmo momentâneo elevar suas faculdades espirituais acima de sua medida comum, e assim produzir uma bela canção.”

Reproduzem-se na poesia lírica do genuíno poeta o íntimo da humanidade inteira e tudo o que milhões de homens passados, presentes e futuros sentiram e sentirão nas mesmas situações”

ninguém pode prescrever ao poeta o dever de ser nobre e sublime, moralista, pio, cristão, isso ou aquilo, muito menos censurá-lo por ter este e não outro caráter. O poeta é o espelho da humanidade, e traz à consciência dela o que ela sente e pratica.”

Como uma paródia cômica corretamente executada do caráter lírico, deve-se mencionar uma notável canção de Voss, na qual descreve a sensação de um pedreiro embriagado caindo de uma torre e a fazer, durante a queda, a observação deveras estranha ao seu estado (portanto pertence ao conhecimento destituído de vontade) de que o relógio da torre marca onze e meia.”

I live not in myself, but I become

Portion of that around me, and to me

High mountains are a feeling”

Byron

Justamente por isso o jovem se prende tanto ao lado intuitivo e exterior das coisas; justamente por isso se inclina à poesia lírica e, só quando se torna adulto, à dramática. Podemos pensar o ancião no máximo como poeta épico, semelhante a Ossian e Homero, pois narrar pertence ao caráter de quem é idoso.”

Hamlet, a quem Horácio gostaria de seguir voluntariamente; porém, aquele pede que permaneça e respire por mais algum tempo neste ingrato mundo de dores, a fim de esclarecer o destino de Hamlet e zelar por sua memória.”

A palavra final no Maomé de Voltaire expressa isso literalmente, quando a agonizante Palmira diz a Maomé: ‘O mundo é para tiranos, vive!’

as críticas obtusas (…) que o Dr. Samuel Johnson dirige a peças isoladas de Shakespeare, censurando a sua licenciosidade: qual fato levou as Ofélias, as Desdêmonas, as Cordélias a serem culpáveis? – Só a visão de mundo rasa, otimista, racional-protestante, ou, melhor dizendo, judaica, fará a exigência de justiça poética para, com a satisfação desta, encontrar a sua própria. O sentido verdadeiro da tragédia reside na profunda intelecção de que os heróis não expiam os seus pecados individuais, mas o pecado original, i.e., a culpa da existência mesma”

(1) “maldade extraordinária” “exemplos desse tipo são: Ricardo III, Iago em Otelo, Shylok em O mercador de Veneza, Franz Moor [Schiller], Fedra de Eurípides, Creonte em Antígona

(2) “destino cego” “a maioria das tragédias dos antigos; entre os modernos, citem-se como exemplos Romeu e Julieta, Tancredo de Voltaire, A noiva de Messina.”

(3) “relações recíprocas” “meras circunstâncias são colocadas, tais quais aparecem com freqüência; contudo, as pessoas são de uma tal maneira opostas, que precisamente a sua situação as compele conscientemente a tramar a maior desgraça umas contra as outras (…) Esse último tipo de tragédia me parece superar em muito as anteriores pois nos mostram a grande infelicidade não como exceção, não como algo produzido por circunstâncias raras ou caracteres monstruosos, mas como algo que provém fácil e espontaneamente das ações e dos caracteres humanos” Opinião muito pessoal de Sch…

Nas duas primeiras técnicas vemos o destino monstruoso e a maldade atroz que, no entanto, ameaçam só de longe, por conseguinte temos a esperança de nos subtrair a eles sem necessidade de nos refugiarmos na renúncia; ao contrário, na última técnica as potências que destroem a felicidade e a vida aparecem de tal forma que também fica aberto para elas, a todo instante, o caminho até nós, pois aqui vemos o grande sofrimento ser produzido por complicações cujo essencial também pode tocar o nosso destino, ou por ações que talvez nós mesmos seríamos capazes de realizar, e portanto não teríamos o direito de denunciar a injustiça.” Chimera Ant: a humanidade imperialista das formigas; o inseto imoral em nós.

Uma tragédia deve ser aqui mencionada como modelo perfeito nesse aspecto, porém superada em outros aspectos por várias outras peças do mesmo grande mestre: trata-se de Clavigo. Também Hamlet pertence em certa medida a este gênero, se se leva em conta tão-somente a sua relação com Laertes e Ofélia. Também Wallenstein tem o mesmo mérito. Fausto é inteiramente desse tipo, se considerarmos como ação principal a sua conduta com Gretchen e o irmão desta. Do mesmo modo o Cid de Corneille, apesar de faltar a este o desfecho trágico, que de outro lado tem a relação análoga de Max com Tekla.”

§52

uma bela arte permaneceu excluída de nossa consideração e tinha de permanecê-lo, visto que, no encadeamento sistemático de nossa exposição, não havia lugar apropriado para ela. Trata-se da música.” “linguagem universal, cuja distinção ultrapassa até mesmo a do mundo intuitivo” “a alegoria interior com a qual o íntimo mais fundo de nosso ser é trazido à linguagem.”

o ponto de comparação da música com o mundo, a maneira pela qual a primeira está para este como cópia ou repetição, encontra-se profundamente oculto. A música foi praticada em todos os tempos sem se poder dar uma resposta a tal indagação. Ficou-se satisfeito em compreendê-la imediatamente, renunciando-se a uma concepção abstrata dessa compreensão imediata.”

para que a minha exposição sobre a significação da música seja aceita com genuína convicção, julgo necessário a freqüente audição musical, acompanhada de persistente reflexão”

ABSURDIDADE: “a música, visto que ultrapassa as Idéias e também é completamente independente do mundo fenomênico, ignorando-o por inteiro, poderia em certa medida existir ainda que não houvesse mundo [!!!!] – algo que não pode ser dito acerca das demais artes. De fato, a música é uma tão IMEDIATA objetivação e cópia de toda a VONTADE, como o mundo mesmo o é, sim, como as Idéias o são, cuja aparição multifacetada constitui o mundo das coisas particulares.¹ A música, portanto, de modo algum é semelhante às outras artes, ou seja, cópia de Idéias, mas CÓPIA DA VONTADE MESMA [acaba de se contradizer de novo!], cuja objetidade também são as Idéias. Justamente por isso o efeito da música é tão mais poderoso e penetrante que o das outras artes, já que estas falam apenas de sombras, enquanto aquela fala da essência.”

¹ Se suas Idéias são para significar Vontade, perdem o sentido. Na realidade ressuscitar, malversando, Platão (nestes casos específicos do texto schopenhaueriano) só prejudica a compreensão moderna da Filosofia clássica e desvaloriza o próprio filosofar contemporâneo. Se há diferença, ela é não-concorde ao próprio sistema schopenhaueriano e, mesmo se não fosse, nunca é explicada pelo autor.

TEORIA DE UMA MUITO LIMITADA MÚSICA DO HOMEM BRANCO: “deve haver entre música e Idéias não uma semelhança imediata, mas um paralelismo, uma analogia (…) Demonstrar essa analogia facilitará, enquanto ilustração, o entendimento da presente explanação, dificultada pela obscuridade do seu tema.” Obscuro, de fato!

é lei da harmonia que só podem acompanhar uma nota grave aqueles tons agudos que efetivamente ressoam automática e simultaneamente com ela (seus sons harmoniques) mediante vibrações concomitantes. Algo análogo ao fato de que todos os corpos e organizações da natureza têm de ser vistos como originados pelo desenvolvimento gradual a partir da massa planetária, que é tanto seu sustentáculo quanto sua fonte [o baixo]” “O grave tem um limite além do qual tom algum é audível. Isso corresponde ao fato de que matéria alguma é perceptível sem formas e qualidade, i.e., sem exteriorização de uma força não mais explicável, na qual justamente se exprime uma Idéia, e, mais geralmente, que matéria alguma pode ser completamente destituída de volição.”

O SOL, NÃO A CROSTA TERRESTRE, É O BAIXO DO SUPRA-HOMEM: “Ademais, no conjunto das vozes intermediárias que produzem a harmonia e se situam entre o baixo contínuo e a voz condutora que canta a melodia, reconheço a seqüência integral das Idéias na qual a Vontade se objetiva.”

O desvio da correção aritmética dos intervalos mediante um temperamento qualquer, ou produzida pelo tipo escolhido de tom, é análogo ao desvio do indivíduo do tipo da espécie. Sim, as dissonâncias impuras que não formam nenhum intervalo determinado são comparáveis aos abortos monstruosos situados entre duas espécies animais, ou entre homem e animal.” “Também existência alguma experimenta uma sucessão de desenvolvimentos espirituais, muito menos se torna mais perfeita por meio de formação, mas todas subsistem o tempo inteiro uniformemente, de acordo com aquilo que a sua espécie é, e determinadas por lei fixa.”

O ÚLTIMO METAFÍSICO DO TOM: “Somente a MELODIA tem conexão intencional e plenamente significativa do começo ao fim. Ela narra a história da Vontade iluminada pela clareza de consciência, cuja impressão na efetividade é a série de seus atos. Porém, a melodia diz mais: narra a história mais secreta da Vontade, pinta cada agitação, cada esforço, cada movimento seu, tudo o que a razão resume sob o vasto e negativo conceito de sentimento”

A invenção da melodia, a revelação nela de todos os mistérios mais profundos do querer e sentir humanos, é a obra do gênio, cuja atuação aqui, mais do que em qualquer outra atividade, se dá longe de qualquer reflexão e intencionalidade consciente, e poderia chamar-se uma inspiração. Aqui o conceito é infrutífero, como na arte em geral. O compositor manifesta a essência mais íntima do mundo, expressa a sabedoria mais profunda, numa linguagem não compreensível por sua razão: como um sonâmbulo magnético fornece informações sobre coisas das quais, desperto, não tem conceito algum. No compositor, mais do que em qualquer outro criador, o homem é completamente separado e distinto do artista. Mesmo na explanação dessa arte maravilhosa o conceito mostra a sua indigência e limites.”

A demora do novo estímulo da vontade, o languor, não poderia encontrar outra expressão a não ser no tom fundamental prolongado, cujo efeito é logo insuportável” drone!

DE VIVALDI A CARLOFF: “A música de dança, consistindo em frases curtas e fáceis, em movimento veloz, parece exprimir a felicidade comum, fácil de ser alcançada: ao contrário, o allegro majestoso, com grandes frases, longos períodos, desvios vastos, descreve um esforço mais elevado, mais nobre, em vista de um fim distante e sua realização final. O adagio fala do sofrimento associado a um grande e nobre esforço, que desdenha qualquer felicidade vulgar. Quão maravilhoso é o efeito dos modos maior e menor! É fascinante observar como a mudança de um meio tom, a entrada em cena da terça menor em vez da maior, impõe a nós imediata e inevitavelmente um sentimento penoso, angustiante, do qual o modo maior rapidamente de novo nos liberta. O adagio atinge no modo menor a expressão mais aguda da dor, tornando-se lamento comovente. A música de dança, em modo menor, parece indicar a perda da felicidade frívola – que antes se deveria desdenhar – ou falar do alcançamento de um objetivo menor por meio de fadigas e labutas. – Quanto ao número inesgotável de possíveis melodias, corresponde ao inesgotável da natureza na diversidade de seus indivíduos, fisionomias e decursos de vida. A passagem de uma tonalidade para outra completamente diferente, quando a conexão com a anterior é no todo interrompida, compara-se à morte, na medida em que nesta o indivíduo finda. No entanto, a vontade que nele apareceu existe tanto quanto antes, aparecendo num outro indivíduo, cuja consciência, todavia, não possui ligação alguma com a de seu antecessor.”

A música exprime não esta ou aquela alegria singular e determinada, esta ou aquela aflição, ou dor, ou espanto, ou júbilo, ou regozijo, ou tranqüilidade de ânimo, mas eles MESMOS, i.e., a Alegria, a Aflição, a Dor, o Espanto, o Júbilo, o Regozijo, a Tranqüilidade de Ânimo, em certa medida in abstracto, o essencial deles, sem acessórios, portanto também sem os seus motivos.” “Daí advém o fato de nossa fantasia ser tão facilmente estimulada pela arte dos sons, tentando assim figurar em carne e osso aquele mundo espiritual invisível, vivaz e ágil, a falar tão imediatamente a nós, logo, tenta corporificá-la num exemplo analógico. Essa é a origem do canto com palavras e, por fim, da ópera – que justamente por isso nunca devem abandonar a sua posição subordinada para se tornarem a coisa principal, fazendo da música mero meio de sua expressão, o que se constitui num grande equívoco e numa absurdez perversa.” Prelúdio d’O Caso Wagner.

quando a música procura apegar-se em demasia às palavras e amoldar-se aos eventos, esforça-se por falar uma linguagem que não é a sua. De um semelhante erro ninguém melhor se livrou do que ROSSINI. Por isso sua música fala tão distinta e puramente a sua linguagem PRÓPRIA, visto que quase não precisa de palavras e, por conseguinte, provoca todo o seu efeito mesmo se executada só com instrumentos.”

a música, como dito, é diferente de todas as outras artes por ser não cópia do fenômeno (…) mas cópia imediata da Vontade e, portanto, expõe para todo físico o metafísico (…) Em conseqüência, poder-se-ia denominar o mundo tanto música corporificada quanto Vontade corporificada.”

em certo sentido, as melodias são, semelhantemente aos conceitos universais, uma abstração da realidade efetiva.”

Toda essa relação pode ser muito bem expressa na linguagem dos escolásticos, caso se diga: os conceitos são as universalia post rem, a música entretanto fornece as universalia ante rem, e a realidade as universalia in re.”

a mesma composição se adapta a muitas estrofes, daí também o vaudeville.”

Que seja possível a relação entre uma composição e uma exposição intuitiva reside, no fato de as duas serem apenas expressões diversas da mesma essência íntima do mundo. Quando uma tal relação de fato está presente [é que] o compositor soube expressar na linguagem universal da música os estímulos da Vontade constitutivos do núcleo de um evento: então a melodia da canção, a música da ópera são plenamente expressivos. A analogia encontrada pelo compositor entre aquelas duas (…) tem de provir do conhecimento imediato da essência do mundo, inconsciente para a sua razão, e não pode (…) ser imitação intermediada por conceitos. Do contrário a música não expressa a essência íntima, a Vontade mesma, mas apenas imita de maneira inadequada o seu fenômeno. Isto o faz toda música imitativa propriamente dita: p.ex., As estações, de Haydn, também muitas passagens de sua Criação, em que fenômenos do mundo intuitivo são imediatamente imitados. Também é o caso de todas as peças de batalha. Tudo isso deve ser por completo rejeitado.” [!]

a seriedade que lhe é essencial, a excluir por completo o risível do seu domínio próprio e imediato, explica-se pelo fato de seu objeto não ser a representação, exclusivamente em relação à qual o engano e o risível são possíveis” “Quão plena de sentido e de significação é a linguagem musical, testemunham-no até mesmo os sinais de repetição, junto com o da capo, que seriam insuportáveis nas obras escritas com palavras. Na música, entretanto, são bastante apropriados e benéficos, pois, para apreendê-lo completamente, tem-se de ouvi-la duas vezes.” 200 ou 2000…

se (…) a filosofia nada é senão a correta e plena repetição e expressão da essência do mundo em conceitos mais universais (…) quem me seguiu e penetrou no meu modo de pensar não achará paradoxal se disser, supondo-se que tenhamos sucesso em dar uma explicação perfeitamente correta, exata e detalhada da música (…) repetição exaustiva (…) que isso seria de imediato uma suficiente repetição e explanação do mundo em conceitos, ou algo inteiramente equivalente, portanto seria a verdadeira filosofia.”¹ Pretensão: meu livro é música, então DEVE ser lido duas vezes para ser entendido!

¹ Reducionismo absurdo!

Música é um exercício oculto de metafísica no qual a mente não sabe que está filosofando.” Leibniz

se aplicarmos essa visão à interpretação acima exposta sobre a harmonia e a melodia, notaremos que uma mera filosofia moral sem explanação da natureza, como Sócrates queria introduzir,¹ é análoga a uma melodia sem harmonia, desejada exclusivamente por Rousseau” [?]

¹ O Sócrates que conhecemos é o platônico – e Platão exibe o equilíbrio perfeito entre ética e estética. Em adição: filosofia natural-racional não é filosofia estética, antes basicamente seu contrário. Aristóteles representaria a hipertrofia da filosofia da natureza.

Duas versões do pior dos mundos: o redimido (ultra-moral) e o ateu (ultraestético). O único mundo perfeito e portanto possível é o eticoestético. Esse bom e esse belo e esse melhor unificados, porém, ainda não foram encontrados, ainda não nasceram. (Contribuição ao meu PENSAMENTO ÚNICO.)

Outra derivação lógica: burrice e mau-caratismo são os dois lados de uma mesma moeda. Burrice e mau-caratismo como valores absolutos numa escala dada, que é relativa às demais escalas intersubjetivas, isto é. Minha definição de burrice e mau-caratismo não comporta, para mim, um homem burro e bom simultaneamente (absurdo, paradoxo). Se está estabelecido que o homem é bom, ele não é burro, a despeito das aparências. Se estiver estabelecido que é mau-caráter, não tem como ser sábio, por mais erudição que demonstre. O caráter verdadeiro seguirá o da inteligência, forçosamente, e assim por diante. Meu pai é burro e mau-caráter – este é o modo de vida uno por ele conhecido, inescapável. Burro porque mau-caráter, mau-caráter porque burro. Sua essência. Destarte, é natural afirmar, ainda, que ele não possui a aura de uma pessoa bela. Não existem classificações intermediárias, já que se baseiam no meu próprio julgamento do mérito de um indivíduo.

Um sistema de tons perfeitamente puro e harmônico é não apenas física mas até mesmo aritmeticamente impossível. Os números mesmos, através dos quais os tons se expressam, possuem irracionalidades insolúveis.”

toda música possível desvia-se da pureza perfeita. Ela pode apenas ocultar sua dissonância essencial pela distribuição da mesma em todos os tons, i.e., por temperamento. Veja-se a esse respeito Akustik [Traité d’acoustique] de Chladni, §30, e seu Kurze Übersicht der Schall – und Klanglehre, p. 12.”

Ora, se todo o mundo como representação é a visibilidade da Vontade, a arte é o clareamento dessa visibilidade, a camera obscura que mostra os objetos mais puramente, permitindo-nos melhor abarcá-los e compreendê-los: é o teatro dentro do teatro, a peça dentro da peça em Hamlet. [e outras peças do astuto Shakespeare]”

Aquele conhecimento profundo, puro e verdadeiro da essência do mundo se torna um fim em si para o artista, que se detém nele. Eis porque um tal conhecimento não se torna para ele um quietivo da Vontade¹ (…) contrariamente (…) ao santo que atinge a resignação. (…) saída (…) consolo ocasional

¹ Seria o desejável. Mas é assim de fato com a classe artística? Ou não seria antes o caso da exceção?

Como símbolo dessa transição [asceta-artista] pode-se considerar a Santa Cecília de Rafael (1514-15).”

O quanto não sofreu Schopenhauer, que não foi santo nem poeta (músico, pintor…), apenas filósofo sem coroa! Sua norma, a Vontade, também não foi acolhida pelas futuras constituições dos homens…

LIVRO QUARTO: Do mundo como vontade

Segunda consideração: Alcançando o conhecimento de si,

afirmação ou¹ negação da Vontade de vida

¹ (N.T.) “Trata-se de uma opção” Jura, gênio?!

§53

a parte seguinte da nossa consideração (…) poderia chamar-se filosofia prática, em contraste com a parte teórica tratada até agora.¹ Na minha opinião, contudo, toda filosofia é sempre teórica, já que lhe é sempre essencial manter uma atitude contemplativa, não importa o quão próximo seja o objeto de investigação, e sempre inquirir, em vez de prescrever regras. [parece ironia vindo do autor!]”

¹ Ao contrário da espessura dessa parte face às outras (bem maior, ocupando um terço do primeiro volume, embora seja em teoria a quarta parte), sempre há menos o que escrever nesse tocante; o autor foi corajoso por trazer à tona novamente a Primeira filosofia, mas foi sumamente confuso em pensá-la e caracterizá-la, elaborando uma miscelânea de doidivanas.

seria tão tolo esperar que nossos sistemas morais e éticos criassem caracteres virtuosos, nobres e santos, quanto que nossas estéticas produzissem poetas, artistas plásticos e músicos.”

o meu pensamento único propriamente dito” “o agir do homem” “irei ao meu limite”

neste livro de ética não se devem esperar prescrições nem doutrinas do dever, muito menos o estabelecimento de um princípio moral absoluto parecido a uma receita universal para a produção de todas as virtudes. Também não falaremos de ‘DEVER INCONDICIONADO’, porque este, como exposto no apêndice, contém uma contradição, nem tampouco falaremos de uma ‘lei para a liberdade’”

Vontade livre” O alvo de ataque do Nietzsche maduro – porém, não se pode chamar a Vontade não-livre deste de ‘ressurreição’ do imperativo categórico. Até porque não é universal nem voluntária: faz parte do caráter de poucos escolhidos, que não podem ser auto-escolhidos. Uma casta-diretriz dos valores da humanidade, os avaliadores de valores.

Nossa tarefa filosófica, portanto, só pode ir até a interpretação e a explanação do agir humano e suas diversas e até mesmo opostas máximas, das quais ele é a expressão viva”

CRÍTICA DO IDEALISMO ALEMÃO, MAIS CONHECIDO COMO HISTORICISMO: “Semelhante FORMA HISTÓRICA DE FILOSOFAR fornece na maioria das vezes uma cosmogonia, a qual admite muitas variedades, ou então um sistema da emanação, doutrina da queda; ou ainda, por parte da dúvida desesperadora advinda dessas tentativas estéreis, é-se levado a um último caminho, oferecendo-se uma doutrina do constante vir-a-ser, brotar, nascer, vir a lume a partir da escuridão, do fundamento obscuro, do fundamento originário, do fundamento infundado e outros semelhantes disparates.” “toda uma eternidade (…) já transcorreu até o momento presente, pelo que tudo o que pode e deve vir-a-ser já teve de vir a ser. Todas essas filosofias históricas, não importa seus ares, fazem de conta que Kant nunca existiu e tomam O TEMPO por uma determinação da coisa-em-si”

O autêntico modo de consideração filosófico do mundo, ou seja, aquele que nos ensina a conhecer a sua essência íntima e, dessa maneira, nos conduz para além do fenômeno, é exatamente aquele que não pergunta ‘de onde’, ‘para onde’, ‘por quê’, mas sempre em toda parte pergunta apenas pelo QUÊ do mundo” Antes não seria pelo ‘que’ (conjunção conectiva)?

§54

A mais sábia de todas as mitologias, a indiana, exprime isso dando ao Deus que simboliza a destruição e a morte (como Brama, o deus mais pecaminoso e menos elevado do Trimurti, simboliza a geração e o nascimento, e Vishnu a conservação), Shiva, o atributo do colar de caveiras e, ao mesmo tempo, o linga, símbolo da geração, que aparece como contrapartida da morte.”

Natura non contristatur”

ADEUS, QUERIDO COCÔ! “Ora, assim como estamos a todo momento contentes em conservar a forma, sem lamentar a matéria perdida, também temos de nos comportar do mesmo modo quando na morte ocorre o mesmo, porém numa potência mais elevada” “Do mesmo modo que somos indiferentes num caso, não devemos tremer no outro.” “parece tão tolo embalsamar cadáveres como o seria conservar nossos excrementos.”

perdemo-nos num vazio sem fundo, sentindo-nos semelhantes a uma esfera oca de cristal, da qual soa uma voz, cuja causa, entretanto, não encontramos ali; quando queremos assim apreender a nós, nada obtemos senão, assustados, um fantasma instável.”

Naturalmente, se pensarmos retrospectivamente nos milênios transcorridos, nos milhões de pessoas que neles viveram, perguntaremos: que foram elas? Que se fez delas? Por outro lado, precisamos só evocar o passado de nossas vidas e vìvidamente renovar suas cenas na fantasia para de novo perguntar: que foi tudo isso? Que foi feito deles? Como no caso de nossa vida, assim também no caso da vida daqueles muitos milhões. Ou deveríamos supor que o passado alcançou uma nova existência ao receber o selo da morte? Nosso próprio passado, inclusive o dia mais recente e o anterior, é tão-somente um sonho nulo da fantasia; o mesmo é o passado de todos aqueles milhões. Que foi? Que é? A Vontade, cujo espelho é a vida, e o conhecer destituído de volição, que mira claramente a Vontade nesse espelho. Quem ainda não reconheceu isso ou não o quer reconhecer pode acrescentar à questão anterior, sobre o destino das gerações passadas, ainda esta: Por que precisamente ele, o questionador, é tão feliz em possuir este tempo presente precioso e fugidio, único real, enquanto aquelas centenas de gerações de homens, sim, os heróis e os sábios daqueles tempos, naufragaram na noite do passado e assim se tornaram nada, enquanto ele, seu insignificante eu, existe realmente? Ou, de maneira mais sucinta, embora estranha: Por que este agora, seu agora, é precisamente agora, e não FOI há muito tempo?”

Quid fuit? Quod est. Quid erit? Quod fuit (…) cada um pode dizer: ‘Para sempre sou o senhor do presente e ele me acompanhará por toda a eternidade como a minha sombra; por isso não me assombro e pergunto de onde ele veio, e por que ele é, precisamente agora’”

quem está satisfeito com a vida como ela é, quem a afirma em todas as suas maneiras, pode confiantemente considerá-la como sem fim e banir o medo da morte como uma ilusão a infundir-lhe o tolo temor de que poderia ser despojado do presente, ludibriando-o sobre um tempo destituído de presente, parecido com aquela ilusão relativa ao espaço, em virtude da qual alguém fantasia a exata posição ocupada por si no globo terrestre como a de cima, e as restantes como a de baixo.” “temer a morte porque ela nos arrebata o presente não é mais sábio do que temer deslizar para baixo no globo terrestre redondo, a partir do topo, onde felizmente nos encontramos agora.” “meio-dia sempiterno” “se um homem teme a morte como seu aniquilamento, é simplesmente como se pudesse pensar que o sol se lamentaria diante da noite(*) (…) Contrariamente, quem está oprimido pelo peso da vida e ainda assim a deseja e afirma (…) não pode esperar da morte a libertação, nem pode salvar a si mesmo pelo suicídio. Apenas com aparências falsas lhe seduz o frio e tenebroso Orco, como se fôra o porto da paz.

(*) Eckermann, Conversas com Goethe: (…) Goethe diz: ‘Nosso espírito é um ser de natureza totalmente indestrutível: ele faz efeito continuamente de eternidade a eternidade. É comparável ao sol, que parece se pôr apenas aos nossos olhos terrenos, mas que em realidade nunca se põe, brilhando incessantemente.’ – Goethe tomou a comparação de mim, não eu dele. [!] Sem dúvida ele a utilizou nessa conversa de 1824, em virtude de uma reminiscência, talvez inconsciente, da passagem acima escrita, pois esta aparece, com os mesmos termos aqui empregados, na 1ª ed. de minha obra, p. 401, e também ocorre novamente na p. 528, bem como na conclusão do §65. Aquela 1ª ed. lhe foi enviada em dezembro de 1818, e em março de 1819 ele mandou, por minha irmã, uma carta de congratulação para Nápoles, onde então me encontrava. À carta adicionava uma papeleta, onde assinalava os números de algumas páginas que especialmente lhe agradaram. Logo, ele lera o meu livro.”

o suicídio já se nos apresenta aqui como um ato inútil e, por conseguinte, tolo. Quando tivermos avançado ainda mais em nossa consideração, ele aparecerá numa luz menos favorável ainda.” Nem para o moribundo incurável que já sentiu o doce mel da vida entre os lábios?

Só o homem carrega consigo em conceitos abstratos a certeza de sua morte, embora a mesma só o angustie muito raramente, em momentos particulares, quando uma ocasião a presentifica à fantasia. Contra a voz poderosa da natureza a reflexão pouco pode.”

Ninguém tem uma convicção realmente vívida da certeza da própria morte, pois, do contrário, não poderia haver diferença tão grande entre sua disposição e a do criminoso condenado.”

No Veda isso é expresso ao se dizer que quando um homem morre, sua faculdade de ver se torna una com o sol, seu olfato com a terra, seu paladar com a água, sua audição com o ar, sua fala com o fogo, e assim por diante (Upanixade, I, p. 249-ss.); e ainda pelo fato de que, em cerimônia especial, a pessoa moribunda transfere um por um seus sentidos e faculdades inteiras ao filho, como se fosse continuar a viver nele (ibid., II, p. 82-ss.).”

a consciência interna (…) evita (…) o envenenamento da vida do ser racional pelo pensamento sobre a morte, já que tal consciência é a base daquele ânimo vital que conserva cada vivente e o capacita a continuar vivendo serenamente, como se não existisse morte” “Todavia, nada impede que, quando a morte entre em cena para o indivíduo no particular e na efetividade, ou apenas na fantasia, ele tenha então de encará-la nos olhos, sendo assim assaltado pelo medo” “às vezes enfrentamos a dor mais terrível só para escapar da morte por mais alguns instantes”

CRACK! estalar da mandíbula

Um homem que assimilasse firmemente em seu modo de pensar as verdades até agora referidas, e, ao mesmo tempo, não tivesse chegado a conhecer por experiência própria ou por uma intelecção mais ampla que o sofrimento contínuo é essencial a toda a vida; e na vida encontrasse satisfação e de bom grado nela se deleitasse, e, ainda, por calma ponderação, desejasse que o decurso de sua vida, tal qual até então foi experimentado, devesse ser de duração infinda ou de retorno sempre novo; cujo ânimo vital fosse tão grande que, no retorno dos gozos da vida, de boa vontade e com prazer assumisse as suas deficiências e tormentos aos quais está submetido; um tal homem, ia dizer, se situaria ‘com firmes, resistentes ossos sobre o arredondado e duradouro solo da terra’ e nada teria a temer. Armado com o conhecimento que lhe conferimos, veria com indiferença a morte voando em sua direção nas asas do tempo, considerando-a como uma falsa aparência, um fantasma impotente, amedrontador para os fracos, mas sem poder algum sobre si, que sabe: ele mesmo é a Vontade, da qual o mundo inteiro é objetivação ou cópia; ele, assim, tem não só uma vida certa mas também o presente por todo o tempo, presente que é propriamente a forma única do fenômeno da Vontade; portanto, nenhum passado ou futuro infinitos, no qual não existiria, pode lhe amedrontar, pois considera a estes como uma miragem vazia e um Véu de Maia. Por conseguinte, teria tão pouco temor da morte quanto o sol tem da noite. – No Bhagavad-Gita Krishna coloca seu noviço Arjuna nesse ponto de vista, quando este, cheio de desgosto (parecido a Xerxes) pela visão dos exércitos prontos para o combate, perde a coragem e quer evitar a luta, a fim de evitar o sucumbir de tantos milheres. É quando Krishna o conduz a esse ponto de vista, e, assim, a morte daqueles milhares não o pode mais deter: dá então o sinal para a batalha.”

A filosofia de Bruno não possui uma ética propriamente dita, e a ética da filosofia de Spinoza não procede absolutamente da essência de sua doutrina, mas, apesar de bela e louvável, é adicionada a ela simplesmente por meio de fracos e palpáveis sofismas.” “completa AFIRMAÇÃO DA VONTADE DE VIDA.”

Meu único fim, pois, só pode ser expor a afirmação e a negação, trazendo-as a conhecimento distinto da faculdade racional, sem prescrever nem recomendar uma ou outra”

Visto que, como já dito, toda esta obra é apenas o desdobramento de um pensamento único (…) é requerida a lembrança do leitor não apenas de coisas há pouco ditas, como também das precedentes, para assim poder conectá-las com o lido a todo momento, por mais que já tenha sido dito de outro modo. Exigência esta também feita por Platão aos seus leitores nas digressões complexas e tortuosas de seus diálogos, os quais só depois de longos episódios retomam o pensamento principal; contudo, exatamente por isso, o pensamento se torna mais claro.” “Daqui a necessidade de um estudo repetido do livro, unicamente por meio do qual a conexão de todas as suas partes se torna distinta” Ok, Sch., não precisa dizer de novo!

§55

Que a Vontade enquanto tal seja LIVRE segue-se naturalmente de nossa visão, que a considera como a coisa-em-si, o conteúdo de qualquer fenômeno.” Suprema ironia que o conceito nietzschiano “VONTADE NÃO-LIVRE” seja seu exato sinônimo! (Observação que redigi 2012 – veja abaixo sua refutação)

necessidade é conseqüência”

Mas como isso é compreensível? Eis aí algo que só se tornará distinto na completa seqüência do texto. BLÁ, BLÁ, BLÁ… Por que não evitou tantos parágrafos redundantes e metalingüísticos?

toda pessoa tosca, seguindo seu sentimento, defende ardorosamente a plena liberdade das ações individuais, embora os grandes pensadores de todas as épocas, inclusive os doutrinadores religiosos mais profundos, a tenham negado.”

A necessidade do agir individual foi suficientemente demonstrada por Priestley em sua Doctrine of philosophical necessity. Foi Kant, todavia, cujo mérito a este respeito é em especial magnânimo, o primeiro a demonstrar a coexistência dessa necessidade com a liberdade da Vontade em si (…) estabelecendo a diferença entre caráter inteligível e empírico, a qual conservo por inteiro,¹ conquanto o primeiro é a Vontade como coisa-em-si a manifestar-se em fenômenos num determinado indivíduo e num determinado grau, [neste caso o nome ‘caráter inteligível’ está pessimamente auferido] já o segundo é este fenômeno mesmo tal qual ele se expõe no modo de ação segundo o tempo,¹ e já na corporização segundo o espaço. A fim de tornar mais clara a relação entre ambos, a melhor expressão a ser empregada é aquela presente no meu ensaio introdutório sobre o princípio de razão, ou seja, que o caráter inteligível de cada homem deve ser considerado como um ato extratemporal, [?] indivisível e imutável da Vontade,² cujo fenômeno, desenvolvido e espraiado em tempo, espaço e em todas as formas do princípio de razão, é o caráter empírico como este se expõe conforme a experiência, vale dizer, no modo de ação e no decurso de vida do homem.”

¹ Porém, eis a refutação de que as Vontades de Nie. e Sch. sejam sinonímias. Meu pensamento único (em roxo, no §52) foi desenvolvido ou lapidado enquanto lia este livro, mas está em oposição aos ensinamentos de Schopenhauer. Em Nie. e de acordo comigo, só existe esta segunda Vontade. A outra é um engano.

² Esse remendo só é necessário ao sistema schopenhaueriano porque ele não abria mão de uma Vontade una, ao invés de múltiplas Vontades em eterno conflito. Não existe unidade na natureza, apenas a aparência conceitual de tal (i.e., a palavra fenômeno quando aplicada a todo fenômeno ao mesmo tempo).

Mas não repetirei aqui de maneira incompleta a magistral exposição de Kant. Contudo a pressuponho como conhecida.” Gostaria de crer que a Crítica da Razão Prática seja um livro que se precise ler tão-somente uma vez nessa vida!

Ponderemos pelo que decidiremos no momento da aparição das circunstâncias, que nos permitiriam atividade e decisão livres. Na maioria das vezes a ponderação racional, que vê longe, fala antes em favor de uma decisão; já a inclinação imediata, por sua vez, fala em favor de outra. Enquanto, compelidos, permanecemos passivos, o lado da razão aparentemente tende a ganhar a preponderância; entretanto, já antevemos fortemente o quanto o outro lado irá nos atrair quando a oportunidade para agir se fizer presente. Porém, até lá nos esforçaremos zelosamente, por fria meditação dos pro et contra, em alumiar o mais claramente os motivos dos 2 lados, a fim de que cada um possa com toda a sua força fazer efeitos sobre a vontade quando o momento preciso se apresentar, e, com isso, nenhum erro da parte do intelecto desvie a vontade para decidir-se de modo diferente do que faria se tudo fizesse efeito equanimemente. Semelhante desdobrar distinto dos motivos em dois lados é, no entanto, tudo o que o intelecto pode fazer em relação à escolha. A decisão propriamente dita é por ele esperada de modo tão passivo e com a mesma curiosidade tensa como se fosse a de uma vontade alheia. De seu ponto de vista, entretanto, as duas decisões têm de parecer igualmente possíveis: isso justamente é o engano da liberdade empírica da vontade. (…) O intelecto nada pode fazer senão clarear a natureza dos motivos em todos os seus aspectos, porém sem ter condições de ele mesmo determinar a vontade, pois esta lhe é completamente inacessível, sim, até mesmo, como vimos, insondável.”

como Kant ensina, e toda a minha exposição torna necessário, se a coisa-em-si reside fora do tempo e de toda forma do princípio de razão, segue-se que não apenas o indivíduo tem de agir de maneira igual em situação igual e que cada ação má tem de ser a garantia segura de inumeráveis outras que ele TEM DE levar a cabo, e não PODE deixar de fazê-lo, mas também que, como Kant ainda diz, caso apenas fossem dados, de maneira completa, o caráter empírico e os motivos, a conduta futura do homem poderia ser calculada como um eclipse do sol ou da lua. (…) A Vontade, cujo fenômeno é toda a existência e vida do homem, não pode mentir no caso particular. O que o homem quer em geral sempre quererá no particular.

A defesa de uma liberdade empírica da vontade, vale dizer, do liberi arbitrii indifferentiae, está intimamente ligada ao fato de se ter colocado a essência íntima do homem numa ALMA, a qual seria originariamente uma entidade QUE CONHECE, sim, propriamente dizendo, uma entidade abstrata QUE PENSA, e só em conseqüência disto algo QUE QUER. Considerou-se, assim, a Vontade como de natureza secundária, quando em realidade o conhecimento o é. A Vontade foi até mesmo considerada como um ato de pensamento e identificada com o juízo, especialmente por Descartes e Spinoza. De acordo com isso, todo homem teria se tornado o que é somente em conseqüência de seu CONHECIMENTO. Chegaria ao mundo como um zero moral

Seu caráter é originário, pois querer é a base de seu ser. Pelo conhecimento adicionado ele aprende no decorrer da experiência o QUÊ ele é, ou seja, chega a conhecer seu caráter. [e não mudar]”

o homem é sua própria obra antes de todo conhecimento, e este é meramente adicionado para iluminá-la. Daí não poder decidir ser isto ou aquilo, nem tornar-se outrem, mas É de uma vez por todas, e sucessivamente conhece o QUÊ é. Pela citada tradição, ele QUER o que conhece; em mim ele CONHECE o que quer.”

hábito (…) constância do caráter”

o dogma da predestinação (…) Romanos 9:11-24, o qual é manifestamente derivado da intelecção do homem como imutável, de tal maneira que sua vida e conduta, o seu caráter empírico, são apenas o desdobramento do caráter inteligível, são apenas o desenvolvimento de decididas e imutáveis disposições já reconhecíveis na criança.”

a conduta de um homem pode variar notavelmente sem que com isso se deva concluir sobre a mudança em seu caráter. O que o homem realmente e em geral quer, a tendência de seu ser mais íntimo e o fim que persegue em conformidade a ela, nunca pode mudar por ação exterior sobre ele, via instrução, do contrário, poderíamos recriá-lo.”

procurar o que inalteradamente procura por um caminho diferente do até então seguido.”

a uma juventude arrebatada, selvagem, pode seguir-se uma idade madura, ordenada e judiciosa.”

no começo somos todos inocentes, e isto apenas significa que nem nós, nem os outros, conhecemos o mau de nossa própria natureza (…) Ao fim, nos conhecemos de maneira completamente diferente do que a priori nos considerávamos, e então amiúde nos espantamos conosco mesmos.

ARREPENDIMENTO nunca se origina de a Vontade ter mudado (algo impossível), mas de o conhecimento ter mudado.” A diferença da minha conduta dos 17-19 anos para depois.

para enganar a si mesmas, as pessoas fingem precipitações aparentes, que em realidade são ações secretamente ponderadas. Porém mediante tais truques sutis não enganamos nem adulamos ninguém, senão a nós mesmos.”

O peso de consciência em relação a atos já cometidos não é arrependimento, mas dor sobre o conhecimento de nosso si mesmo”

pensamentos abstratos. São estes que amiúde nos são insuportáveis, criam tormentos, em comparação com os quais o sofrimento do mundo animal é bastante pequeno.”

O QUE ALOÍSIOS JAMAIS SABERÃO: “Eis por que nas maiores dores espirituais a pessoa arranca os cabelos, golpeia-se no peito, arranha o rosto, atira-se ao chão: tudo sendo propriamente apenas meios violentos de distração em face de um pensamento de fato insuportável. E justamente porque a dor espiritual, como a mais aguda de todas, torna alguém insensível à dor física, o suicídio é bastante fácil para quem se encontra desesperado ou imerso em desânimo crônico, embora antes, em estado confortável, tremesse com tal pensamento. De maneira semelhante, preocupações e paixões, portanto o jogo do pensamento, abalam o corpo muito mais freqüente e intensamente que deficiências físicas.”

seria esforço vão trabalhar numa melhora do próprio caráter (…) sendo preferível submeter-se ao fatídico, entregando-se a toda inclinação, mesmo as más.”

Cícero, De fato (principalmente caps. 12 e 13 – argumento contra a “razão indolente” ou “nos tempos atuais, a crença turca”)

Ao lado do caráter inteligível e do empírico, deve-se ainda mencionar um terceiro, diferente dos dois anteriores, a saber, o CARÁTER ADQUIRIDO, o qual se obtém na vida pelo comércio com o mundo e ao qual é feita referência quando se elogia uma pessoa por ter caráter, ou se a censura por não o ter.” Schopenhauer só se complica tentando aperfeiçoar seu sistema e acrescentar cada vez mais coisas. Se ele tivesse feito uma obra bem menor, seria um clássico imortal da filosofia, coisa que quase já é, sem reparos a acrescentar! Não existem 2 caráteres, muito menos 3!

Ora, se a pessoa segue apenas as aspirações que são conformes ao seu caráter, sente, em certos momentos e disposições particulares, estímulo para aspirações exatamente contrárias e incompatíveis entre si: nesse sentido, se quiser seguir aquelas primeiras sem incômodo, estas últimas têm de ser completamente refreadas.” “assim como, de acordo com a doutrina do direito de Hobbes, cada um de nós tem originariamente o direito a todas as coisas, mas não o exclusivo a cada uma delas, e no entanto se pode obter o direito exclusivo a coisas individuais renunciando-se ao direito a todas as demais, enquanto os outros fazem o mesmo em relação ao que escolheram; exatamente assim também se passa na vida, quando só podemos seguir com seriedade e sucesso alguma aspiração determinada, seja por prazer, honra, riqueza, ciência, arte ou virtude, após descartarmos todas as aspirações que lhe são estranhas, renunciando a tudo o mais.”

embora (…) siga o próprio caminho guiado por seu demônio interior (…) a muitos invejará em virtude de posição e condição que, no entanto, convêm exclusivamente ao caráter deles, não ao seu, e nas quais se sentiria antes infeliz, até mesmo sem as conseguir suportar. Pois assim como o peixe só se sente bem na água, o pássaro no ar, a toupeira debaixo da terra, todo homem só se sente bem na sua atmosfera apropriada.”

muitos fazem os mais diversos e fracassados tipos de tentativa, violam o próprio caráter no particular e ainda têm de se render novamente a ele no todo: aquilo que conseguem tão penosamente contra a própria natureza não lhes dá prazer algum. O que assim aprendem permanece morto. Até mesmo do ponto de vista ético, um ato demasiado nobre para o seu caráter e nascido não de um impulso puro, imediato, mas de um concerto, de um dogma, perderá todo o mérito até mesmo aos seus olhos num posterior arrependimento egoístico.”

Assim como só pela experiência nos tornamos cônscios da inflexibilidade do caráter alheio e até então acreditávamos de modo pueril poder através de representações abstratas, pedidos e súplicas, exemplos e nobreza de caráter fazê-lo abandonar seu caminho, mudar seu modo de agir, despedir-se de seu modo de pensar, ou até mesmo ampliar suas capacidades; assim também se passa conosco.”

Conhecemos, portanto, o gênero e a medida de nossos poderes e fraquezas, economizando assim muita dor.” Guardaremo-nos de tentar aquilo que não nos permitirá ser bem-sucedidos.” Se os parentes mais próximos e suas predisposições tirânicas deixarem!

Amiúde alguém assim partilhará a alegria em sentir seus poderes e raramente experimentará a dor em ser lembrado de suas fraquezas, o que se chama humilhaçãoSe os chefes e seus “pseudoconselhos afetivoprofissionais” deixarem.

Eis por que nada é mais salutar para nossa tranqüilidade de ânimo que a consideração do já-acontecido a partir do ponto de vista da necessidade, de onde todos os acasos aparecem como instrumentos de um destino soberano.”

§56

A ESTAGNAÇÃO SCHOPENHAUER-CAMUS: “O desenvolvimento mais claro de tudo isso, o tema capital deste último livro, foi-nos preparado e facilitado pelas considerações entrementes expostas sobre liberdade, necessidade e caráter. Porém, tais considerações se tornarão ainda mais claras após as termos colocado novamente e dirigirmos nosso olhar para a vida mesma, cujo querer ou não-querer é a grande questão”

à medida que o fenômeno da Vontade se torna cada vez mais perfeito, o sofrimento se torna cada vez mais manifesto.”

SEDE ESTÚPIDOS! “O homem no qual o gênio vive é quem mais sofre.” Porém…

TISCHBEIN, pintor filosófico ou o filósofo que pinta. A metade superior de um seu desenho representa mulheres cujos filhos estão sendo raptados, mulheres que, em diferentes grupos e posições, expressam variada e profundamente a dor materna, angústia, desespero; a parte inferior mostra, em agrupamento e ordenação inteiramente iguais, ovelhas, das quais as crias também são retiradas: de forma que a cada cabeça e a cada posição humana da metade superior do desenho corresponde, na metade inferior, um análogo animal, com o que se vê distintamente em que moldes a dor possível na abafada consciência animal se relaciona com o devastador tormento unicamente possível pela distinção do conhecimento, pela claridade de consciência.”

§57

De modo algum o tédio é um mal a ser desprezado; por fim ele pinta verdadeiro desespero no rosto.” “Também em toda parte, por meio da prudência estatal, são implementadas medidas públicas contra o tédio, como contra outras calamidades universais; porque esse mal, tanto quanto seu extremo oposto, a fome, pode impulsionar o homem aos maiores excessos: o povo precisa panem et circenses. O rígido sistema penitenciário da Filadélfia torna, pela solidão e a inatividade, o mero tédio um instrumento de punição (…) Na vida civil, o tédio é representado pelo domingo, e a necessidade pelos 6 dias da semana.” “Quando desejo e satisfação se alternam em intervalos não muito curtos nem muito longos, o sofrimento ocasionado por eles é diminuído ao mais baixo grau, fazendo o decurso de vida o mais feliz possível.”

os obtusos: (…) para a maioria dos homens, as fruições intelectuais são inacessíveis. Eles são quase incapazes de alegria no puro conhecimento: estão completamente entregues ao querer.”

os jogos de carta, que, no sentido mais próprio do termo, são a expressão do lado deplorável da humanidade.” Todo RPG precisa de ROGUES.

Os esforços infindáveis para acabar com o sofrimento só conseguem a simples mudança da sua figura, que é originariamente carência, necessidade, preocupação com a conservação da vida. Se, o que é muito difícil, obtém-se sucesso ao reprimir¹ a dor nesta figura, logo ela ressurge em cena, em milhares de outras formas (variando de acordo com a idade e as circunstâncias), como impulso sexual, amor apaixonado, ciúme, inveja, ódio, angústia, ambição, avareza, doença, etc. Finalmente, caso não ache a entrada em nenhuma outra figura, assume a roupagem triste, cinza do fastio e do tédio, contra os quais todos os meios são tentados. Mesmo se em última instância se consegue afugentar a estes, dificilmente isso ocorrerá sem que a dor assuma uma das figuras anteriores, e assim a dança recomeça do início, pois entre dor e tédio, daqui para acolá, é atirada a vida do homem.

¹ Verdrägen ou Verdrägung

Os males imediatamente necessários e absolutamente universais, p.ex., a necessidade no avanço da idade e a morte, bem como os muitos incômodos cotidianos, normalmente não nos entristecem.”

uma convicção viva produzirá um grau significativo de equanimidade estóica, e reduzirá consideravelmente a preocupação angustiada acerca do próprio bem-estar. Contudo, em realidade um tal controle tão poderoso da razão sobre o sofrimento imediatamente sentido raramente ou nunca é encontrado.”

a paradoxal mas não absurda hipótese de que em cada indivíduo a medida da dor que lhe é essencial se encontraria para sempre determinada através de sua natureza

ESCALA “ZERO A CAROL-ZENA”: “grandes sofrimentos tornam todos os pequenos totalmente insensíveis e, ao inverso, na ausência de grandes sofrimentos até mesmo as menores contrariedades nos irritam e atormentam (…) quando uma grande infelicidade, cujo mero pensamento antes nos estremecia, de fato ocorre, nossa disposição permanece no todo inalterável após a imediata superação da primeira dor; por outro lado, logo após o aparecimento de uma felicidade longamente ansiada, não nos sentimos no todo e duradouramente muito melhores ou mais contentes do que antes.”

o motivo externo de tristeza não passa daquilo que para o corpo é um vesicatório,¹ o qual atrai para si todos os humores ruins que, do contrário, espalhar-se-iam pelo organismo. A dor encontrada em nosso ser nesse período de tempo, e portanto inevitável, seria, sem as causas exteriores determinadas do sofrimento, repartida em centenas de pontos, aparecendo na figura de centenas de outras contrariedades ou caprichos sobre coisas que agora ignoramos inteiramente” Não fosse a TPM da colega Socorro, ela seria uma dessas caras amarelas de rodoviária…

¹ “Que faz nascer bolhas na pele” (para combater um mal maior).

tanto o júbilo quanto a dor excessivos se fundam sempre sobre um erro ou um engano: conseqüentemente, essas duas tensões excessivas da mente podem ser evitadas por intelecção.” “A ética estóica empenhava-se sobretudo por livrar a mente de todo esse engano e suas conseqüências”

Mais um erro de cálculo? Que o diga a literatura póstuma!

Lembra sempre de preservar equânime

A tua mente nos momentos de adversidade e de

Temperar a tua alegria insolente nos momentos de felicidade.”

Horácio

A situação dos tonéis das Danaides levada ao mais extremo: “Não bebas água, pois sempre sentirás sede!”

E assim se passam as coisas, ao infinito, ou, o que é mais raro e pressupõe uma certa força de caráter, até que encontremos um desejo que não pode ser satisfeito nem suprimido:¹ então, por assim dizer, temos aquilo que procurávamos, a saber, algo que a todo momento poderíamos acusar, em vez do nosso próprio ser, como a fonte dos sofrimentos, que nos divorcia de nossa sorte, porém nos reconcilia com a nossa existência, na medida em que novamente temos conhecimento de que, a ela mesma, o sofrimento é essencial e a satisfação verdadeira é impossível. A conseqüência dessa última forma de desenvolvimento é uma certa disposição melancólica, o sustento contínuo de uma única, grande dor, que faz desdenhar todos os sofrimentos ou alegrias pequenos; por conseguinte um fenômeno muito mais digno que a frenética correria por sempre novas formas de ilusão,² coisa muito mais usual.”

¹ I. Matar o Pai que há em mim (minha consciência menosprezadora); II. Ser o escritor perfeito; III. Acumular todo o conhecimento planejado (ler todos os livros grifados em todas as minhas leituras antes de morrer). Os três se me afiguram impossíveis no mesmo grau!

² Novos doutorados e novos treinos de academia exóticos para exibir aos coleguinhas.

Máxima resignação: o artista filho de um megero.

§58

Os poetas conduzem seus heróis por milhares de dificuldades e perigos até o fim almejado; porém, assim que este é alcançado, de imediato deixam a cortina cair, pois a única coisa ainda a ser mostrada seria que o fim glorioso no qual o herói esperava encontrar a felicidade foi em realidade um ludibrio, de modo que após atingi-lo não se encontra num estado melhor que o anterior.”

A melodia é sempre um desvio da tônica por milhares de vias tortuosas e surpreendentes, até a dissonância mais dolorosa, para ao fim reencontrar o tom fundamental, que expressa a satisfação e o repouso da Vontade, depois do qual, entretanto, nada mais pode ser feito e cuja continuação produziria uma monotonia insípida e arrastada, correspondente ao tédio.”

as grandes paixões (Raja-Guna) que aparecem nos grandes caracteres históricos (…) a vida do gênio (Satua-Guna) (…) a grande letargia (Tama-Guna)”

É realmente inacreditável o quanto a vida da maioria dos homens, quando vista do exterior, decorre insignificante, vazia de sentido e, quando percebida no seu interior, decorre de maneira tosca e irrefletida. Trata-se de um anseio e tormento obscuro, um vaguear sonolento pelas 4 idades da vida em direção à morte, acompanhado por uma série de pensamentos triviais. Assemelham-se a relógios aos quais se deu corda e funcionam sem saber por quê. Todas as vezes que um homem é gerado e nasce, o relógio da vida humana novamente tece corda, para mais uma vez repetir o seu estribilho inúmeras vezes tocado: frase por frase, medida por medida, com insignificantes variações. – Todo indivíduo, todo rosto humano e seu decurso de vida é apenas um sonho curto a mais do espírito infinito da natureza, da permanente Vontade de vida; é apenas um esboço fugidio a mais traçado por ela em sua folha de desenho infinita, ou seja, espaço e tempo, esboço que existe ali por um mero instante se for comparado a ela, e depois é apagado, cedendo lugar a outros. Contudo, e aqui reside o lado sério da vida, cada um desses esboços fugidios, desses contornos vazios, tem de ser pago com toda a Vontade de vida em sua plena veemência, mediante muitas e profundas dores e, ao fim, com uma amarga morte, longamente temida e que finalmente entra em cena. Eis por que a visão de um cadáver nos torna de súbito graves.

A vida do indivíduo, quando vista no seu todo e em geral, quando apenas seus traços mais significativos são enfatizados, é realmente uma tragédia; porém, percorrida em detalhes, possui o caráter de comédia, pois as labutas e vicissitudes do dia, os incômodos incessantes dos momentos, os desejos e temores da semana, os acidentes de cada hora, sempre produzidos por diatribes do acaso brincalhão, são puras cenas de comédia.”

§59

O que é nobre e sábio raramente consegue fazer sua aparição ou encontra eficácia e eco; mas o absurdo e o perverso no domínio do pensamento, o rasteiro e de mau gosto na esfera da arte, o mau e fraudulento na esfera dos atos, realmente afirmam sua supremacia, obstados apenas por pequenas interrupções. Ao contrário, o insigne de todo tipo não passa, sempre, de uma exceção, um caso entre milhões: por conseguinte, se porventura tiver se anunciado numa obra duradoura, ela permanece subseqüentemente isolada após ter sobrevivido ao rancor de seus contemporâneos, sendo conservada como uma espécie de meteorito vindo de uma outra ordem de coisas, diferente da aqui imperante.”

Um homem, ao fim de sua vida, se fosse igualmente sincero e clarividente, talvez jamais a desejasse de novo, porém, antes, preferiria a total não-existência. O conteúdo essencial do célebre monólogo em Hamlet, quando resumido, é este: nossa condição é tão miserável que o decididamente preferível seria a completa não-existência.¹ Se o suicídio efetivamente nos oferecesse esta última, de tal modo que a alternativa ‘ser ou não ser’ fosse posta no sentido pleno da palavra, então aquele seria incondicionalmente escolhido como um desenlace altamente desejável (a consumation devoutly to be wish’d). No entanto, algo em nós diz que não é bem assim”

¹ Formulação do odium fati. Mas não é essa a questão: o passado não é aniquilado. O cadáver de Hamlet não quer ter vergonhas nem arrependimentos…

Se se conduzisse o mais obstinado otimista através dos hospitais, enfermarias, mesas cirúrgicas, prisões, câmaras de tortura e senzalas, pelos campos de batalha e praças de execução, e depois lhe abríssemos todas as moradas sombrias onde a miséria se esconde do olhar frio do curioso; se, ao fim, lhe fosse permitida uma mirada na torre da fome de Ungolino, ele certamente também veria de que tipo é este meilleur des mondes possibles.”

wiki:

Ugolino della Gherardesca (c.1220March 1289), Count of Donoratico, was an Italian nobleman, politician and naval commander. He was frequently accused of treason and features prominently in Dante’s Divine Comedy.”

Ugolino was born in Pisa into the della Gherardesca family, a noble family of Germanic origins whose alliance with the Hohenstaufen Emperors had brought to prominence in Tuscany and made them the leaders of the Ghibellines in Pisa.

Between 1256 and 1258 he participated in the war against the filo-genoese giudicato of Cagliari, in Sardinia. Ugolino then obtained the south-western portion of the former giudical territory, with its rich silver mines, where he founded the important city of Villa di Chiesa, today Iglesias.

As head of his family, the Ghibelline party and podestà of Pisa, Ugolino took action to preserve his power in the face of the political hostility of Pisa’s neighbours. In 1271, through a marriage of his sister with Giovanni Visconti, judge of Gallura, he allied himself with the Visconti, the leaders of the Guelphs in Pisa. In doing so, he aroused the suspicions of his fellow Ghibellines.

The subsequent disorders in the city in 1274 led to the arrest of both Ugolino and Giovanni, who were accused of plotting to undermine Pisa’s government and, with the support from Tuscany’s Guelphs, share power among themselves. Ugolino was imprisoned and Giovanni banished from Pisa. Giovanni Visconti died soon afterwards, and Ugolino, no longer regarded as a threat, was set free and banished. In exile, Ugolino immediately began to intrigue with the Guelph cities of Florence and Lucca. With the help of Charles I of Anjou, he attacked his native city and forced it to make peace on humiliating terms, pardoning him and all the other Guelph exiles. After his return, Ugolino at first remained aloof from politics but quietly worked to reassert his influence.

In 1284, war broke out between Pisa and Genoa and both Ugolino and Andreotto Saracini were appointed as captains of two divisions of fleets by Alberto Morosini, the Podestà of Pisa. The two fleets met in August in the Battle of Meloria. The Genoese fought valiantly and destroyed 7 Pisan galleys and captured 28. Among the 11,000 captives was the Podestà. Ugolino and his division set the sign of surrender and withdrew, deciding the battle in favour of Genoa. This flight was later interpreted as treachery but not by any writer earlier than the 16th century.

When Florence and Lucca took advantage of the naval defeat to attack Pisa, Ugolino was appointed podestà for a year and succeeded in pacifying them by ceding certain castles. When Genoa suggested peace on similar terms, Ugolino was less eager to accept, for the return of the Pisan prisoners, including most of the leading Ghibellines, would have diminished his power.

Ugolino, now appointed capitano del popolo for 10 years, was now the most influential man in Pisa but was forced to share his power with his nephew Nino Visconti, son of Giovanni. The duumvirate did not last, as Ugolino and Nino soon quarrelled. In 1287, Nino, striving to become Podestà, entered into negotiations with Ruggieri degli Ubaldini, Archbishop of Pisa, and the Ghibellines. Ugolino reacted by driving Nino and several Ghibelline families out of the city, destroying their palaces and occupying the town hall, where he had himself proclaimed lord of the city.

In April of that year, Ugolino again refused to make peace with Genoa, even though the enemy was willing to be content with financial reparations. Ugolino still feared the return of the captured Pisans, who saw Ugolino as the cause for their prolonged captivity and had sworn to get their revenge for this.

In 1288, Pisa was hit by a dramatic increase in prices, resulting in food shortage and riots among the bitter populace. During one of these riots, Ugolino killed a nephew of the Archbishop, turning the latter against him. On 1 July 1288, after leaving a council-meeting discussing peace with Genoa, Ugolino and his followers were attacked by a band of armed Ghibellines. Ugolino withdrew into the town hall and repelled all attacks. The Archbishop, accusing Ugolino of treachery, aroused the citizens. When the town hall was set on fire, Ugolino surrendered. While his illegitimate son was killed, Ugolino himself – together with his sons Gaddo and Uguccione and his grandsons Nino (surnamed ‘the Brigand’) and Anselmuccio – were detained in the Muda, a tower belonging to the Gualandi family. In March 1289, on orders of the Archbishop, who had proclaimed himself podestà, the keys were thrown into the Arno river and the prisoners left to starve. Their corpses were buried in the cloister of Saint Francis Church and remained there until 1902, when they were exhumed and transferred to the Gherardesca family chapel.”

Dante placed Ugolino and Ruggieri in the ice of the second ring (Antenora) of the lowest circle of the Inferno, which is reserved for betrayers of kin, country, guests, and benefactors. Ugolino’s punishment involves his being entrapped in ice up to his neck in the same hole with his betrayer, Archbishop Ruggieri, who left him to starve to death. Ugolino is constantly gnawing at Ruggieri’s skull. (Canto XXII)”

“‘Father our pain’, they said,

Will lessen if you eat us, you are the one

Who clothed us with this wretched flesh: we plead

For you to be the one who strips it away’.”

(Canto XXXIII, ln. 56–59)

“…And I,

Already going blind, groped over my brood

Calling to them, though I had watched them die,

For two long days. And then the hunger had more

Power than even sorrow over me”

(Canto XXXIII, ln. 70–73)

For this reason Ugolino is known as the ‘Cannibal Count’ and is often depicted gnawing at his own fingers (‘eating of his own flesh’) in consternation, as in the sculpture The Gates of Hell by Auguste Rodin, in Ugolino and his Sons by Jean-Baptiste Carpeaux and in other artwork, though this may also simply refer to Ugolino’s own statement in the poem that he gnawed his fingers in grief.”

§60

É sempre uma exceção se um semelhante decurso de vida sofre uma interferência e, devido a um conhecer independente do serviço da vontade e direcionado à essência do mundo em geral, conduz à demanda pela contemplação estética ou à demanda pela renúncia ética.” Schopenahuer confunde: onde advém a contemplação, não é certo que deva haver renúncia ética (à ação). Nem onde há participação coletiva há necessariamente sua presença. Além disso, aquilo que é independente da Vontade, e portanto se escora exclusivamente no femômeno, certamente se interessa pelas coisas do mundo, de forma ativa, não-contemplativa. Um estóico que descobrisse a Vontade antes de Sch. estaria além de envolvimento ou contemplação (gozo) estético, e, aí sim, sem dúvida, seria o perfeito indiferente ético. Porém essa figura é utópica.

Em conformidade com isso, aquela doutrina considera cada indivíduo de um lado como idêntico a Adão, o representante da afirmação da vida e, nesse sentido, entregue ao pecado (original),¹ ao sofrimento e à morte; de outro, o conhecimento da Idéia mostra cada indivíduo como idêntico ao redentor, ao representante da negação da Vontade de vida e, nesse sentido, partícipe de seu auto-sacrifício, redimido por seu mérito, salvo das amarras do pecado e da morte, i.e., do mundo. (Romanos 5:12-21)”

¹ Não diria isso: aquele constringido pelo pecado original nega esta vida. (efeito involuntário da fé cristã)

² Este, também, é claro, nega esta vida. (cristão idôneo que verdadeiramente entendeu sua fé) No fim de contas, nenhum dos dois é capaz de afirmar a vida, a não ser no além, o que é o mesmo que negar absolutamente a vida (o fenômeno, mas também a Vontade subjacente).

Du bist unser!

Nüchtern solltest wiederkehren:

Und der Biss des Apfels macht dich unser!”

os poetas e filósofos antigos, dentre eles Hesíodo e Parmênides, disseram bsstante significativamente que EROS é o primeiro, o criador, o princípio do qual provêm todas as coisas (cf. Aristóteles, Metafísica I, 4).”

G.F. SCHOEMANN, De cupidine cosmogonico, 1852.

Maia diz: Amai, sem tergiversação. Hinduísmo vs. cristianismo.

Os genitais são o princípio conservador vital, assegurando vida infinita no tempo. Com semelhante qualidade foram venerados entre os gregos no phallus e entre os hindus no linga, os quais, portanto, são o símbolo da afirmação da Vontade.”

§61

Cada um mira a própria morte como o fim do mundo; já a morte dos seus conhecidos é de fato ouvida com indiferença” “O lado terrível disso se encontra na vida dos grandes tiranos e facínoras, nas guerras que devastam o mundo, enquanto o seu lado hilariante é objeto da comédia, e aparece sobretudo na presunção e na vaidade, o que Rochefoucauld, melhor que qualquer outro escritor, conseguiu apreender e expor in abstracto.”

o bellum omnium contra omnes, descrito primorosamente por Hobbes no 1º capítulo de De cive.” Também não precisa exagerar!

§62

Quem sofre a injustiça sente a invasão na esfera de afirmação do próprio corpo, via negação deste por um indivíduo estranho, como uma dor imediata, espiritual, completamente separada e diferente. Por outro lado, a quem pratica a injustiça apresenta-se por si mesmo o conhecimento de que ela, em si, é a mesma Vontade que também aparece no outro corpo, afirmando-se com tanta veemência num único fenômeno que, ao transgredir os limites do próprio corpo e de suas forças, torna-se negação exatamente dessa Vontade no outro fenômeno e, por conseguinte, tomado como Vontade em si, entra em conflito consigo mesmo precisamente por meio dessa veemência, cravando os dentes na própria carne. Também a quem pratica a injustiça esse conhecimento apresenta-se instantaneamente não in abstracto, mas como um sentimento obscuro, o qual se denomina mordida de consciência, ou, mais de acordo com o presente caso, sentimento de INJUSTIÇA COMETIDA.” Precisava ser tão repetitivo e se alongar tanto para referir algo tão simples?

O conceito de INJUSTIÇA, aqui analisado em sua abstração mais universal, expressa-se in concreto da maneira mais acabada, explícita e palpável no canibalismo.” De volta a Ugolino.

Depois dele temos o homicídio, cuja perpetração é instantaneamente seguida com horrível distinção pela mordida de consciência, cuja significação acabamos de estabelecer de modo seco e abstrato, comprometendo com chaga incurável a tranqüilidade de espírito pelo resto da vida.”

todo autêntico direito de propriedade, i.e., moral, está originariamente baseado única e exclusivamente no trabalho elaboradorLeis de Manu, IX, 44” “Quanto a Kant, só a sua debilidade senil pode explicar a sua doutrina do direito, este entrançamento estranho de erros, uns se seguindo aos outros, chegando ele a fundamentar o direito de propriedade na primeira ocupação.” “De fato, lá onde uma coisa, pelo esforço de outra pessoa, por menor que ele seja, é trabalhada, melhorada, protegida de acidentes, conservada, mesmo sendo esse esforço apenas a colheita ou o recolher do chão um fruto silvestre – se uma outra pessoa se apodera dela, manifestamente priva outrem do trabalho de suas forças e portanto faz o corpo do outro, em vez do próprio, servir a SUA vontade; afirma assim a própria vontade para além de seu fenômeno atá a negação da vontade alheia, ou seja, pratica injustiça. (…) a fundamentação do direito natural de propriedade (…) DETENÇÃO (…) formação (…) o último sempre é suficiente” “Portanto, o chamado direito de 1ª ocupação é, em termos morais, por inteiro destituído de fundamento.” Belo marxismo incipiente, doutor Schop.!

VIOLÊNCIA ou ASTÚCIA, os quais, em termos morais, são em essência a mesma coisa.” “a legalidade da astuta estratégia de guerra”

Quem se recusa a mostrar ao andarilho o caminho correto não pratica injustiça; mas quem lhe aponta o caminho errado, pratica-a.”

o conceito de INJUSTIÇA é originário e positivo, já o oposto dele, o de JUSTIÇA, é derivado e negativo.”

DIREITO NATURAL, que se poderia melhor denominar direito moral, pois sua validade não se estende ao sofrimento, à realidade externa, mas só ao ato e ao autoconhecimento oriundo desse ato da vontade individual, autoconhecimento que se chama CONSCIÊNCIA MORAL.”

É esse Hobbes o mesmo que, em seu livro De principiis Geometrarum, caracteriza estranhamente seu modo de pensamento, no todo empírico, negando por completo a matemática propriamente pura, ao afirmar, obstinadamente que o ponto possui extensão e a linha possui largura, e, como nunca podemos exibiri-lhe um ponto sem extensão e uma linha sem largura, tampouco podemos fazer-lhe compreender a aprioridade da matemática ou a aprioridade do direito, visto que ele se fecha a qualquer conhecimento não-empírico.”

O gozo da prática da injustiça num indivíduo é sempre superado pela dor relativamente maior ao sofrer a injustiça de outrem” Isso poderia ter salvado Kant de escrever a Crítica da Razão Prática.

As repúblicas tendem à anarquia, as monarquias ao despotismo, a monarquia constitucional, meio-termo para escapar desses excessos, tende ao império das facções. Para criar um Estado perfeito, primeiro tem-se de criar seres cuja natureza permita que sempre sacrifiquem o próprio bem-estar em favor do bem-estar público. Até lá, entretanto, algo pode ser alcançado na existência de UMA família cujo bem-estar é completamente inseparável do bem-estar do país, de maneira que, pelo menos nas grandes questões, nunca uma pode ser favorecida sem que o outro o seja. Aí residindo a força e a vantagem da monarquia hereditária.” Silogismo.

Caso fosse possível pensar uma prática da injustiça separada do sofrimento da injustiça por outra parte, então, de maneira conseqüente, o Estado não poderia proibi-la. – Ademais, na MORAL, a vontade, a disposição íntima é o único objeto real a ser considerado; disso se segue que a vontade firme de cometer injustiça, obstada e tornada ineficiente mediante poder externo, iguala-se por completo à injustiça de fato cometida e, diante do tribunal, leva aquele que assim quer a ser condenado como injusto. Por seu turno, vontade e disposição enquanto tais não são de maneira alguma assuntos de Estado, mas apenas o ATO (seja este meramente intentado ou praticado) e este o é em virtude de seu correlato, vale dizer, o SOFRIMENTO da outra parte.¹ Para o Estado, portanto, o ato, a ocorrência é a única coisa real; a disposição íntima, a intenção é investigada tão-somente na medida em que, a partir dela, conhece-se a significação do ato.”

¹ Vive como um cristão e poderás ser nazista em teu foro íntimo.

assim como de maneira bastante engenhosa se denominou o historiador um profeta às avessas, o legislador é um moralista às avessas.” “O conceito de injustiça, sua negação da justiça, conceito originariamente MORAL, torna-se JURÍDICO pela mudança do ponto de partida do lado ativo para o passivo, ou seja, por inversão. Isso, ao lado da doutrina do direito de Kant, o qual, do imperativo categórico, deduz falsamente a fundação do Estado como um dever moral, deu origem aqui e ali nos novos tempos ao erro bastante esquisito de que o Estado é uma instituição para o fomento da moralidade e se originou do esforço em promovê-la, sendo, portanto, orientado contra o egoísmo.” “Mais disparatado ainda é o teorema de que o Estado é condição da liberdade em sentido moral e, com isso, da moralidade.”

Kant faz a afirmação fundamentalmente falsa de que, exterior ao Estado, não há direito algum de propriedade. Só que, em conformidade com a nossa dedução recém-feita, há sim propriedade no Estado de natureza, lastreada em direito perfeitamente natural, i.e., moral, o qual não pode ser violado sem injustiça, podendo pois ser defendido sem injustiça. Por outro lado, e isto também é certo, fora do Estado não há DIREITO PENAL. Todo direito de punir é estabelecido exclusivamente pela lei positiva, que, ANTES do delito mesmo, determinou uma punição para ele e cuja ameaça, como contramotivo, deve sobrepor-se a todo possível motivo que conduz ao delito. Essa lei positiva deve ser vista como reconhecida e sancionada por todos os cidadãos do Estado. Ela, portanto, funda-se sobre um contrato comum, a cujo cumprimento os membros do Estado estão obrigados em todas as circunstâncias, portanto deve-se infligir punição de um lado, ou, de outro, recebê-la; por conseguinte, a aceitação de uma punição é algo que pode ser imposto com direito. Daí se segue que o imediato OBJETIVO DA PUNIÇÃO num caso particular é CUMPRIR A LEI COMO UM CONTRATO. Por sua vez, o único objetivo da LEI é IMPEDIR o menosprezo dos direitos alheios, pois, para que cada um seja protegido do sofrimento da injustiça, unem-se todos em Estado, renunciando à prática da injustiça e assumindo o fardo da manutenção dele.”

Retaliação do mal, com o mal sem ulterior finalidade, não é moralmente nem de qualquer outra maneira justificável, porque inexiste um fundamento da razão para tal, e a jus talionis estabelecida como um princípio independente e último do direito penal carece de sentido. Por conseguinte, a teoria kantiana da punição, concebida como retaliação pela vontade de retaliação, é uma visão totalmente infundada, perversa. No entanto, seus vestígios sempre se fazem presentes nos escritos dos jurisconsultos, na forma de perífrases imponentes, verborragia oca, como aquela de que, pela punição, o delito é expiado ou neutralizado ou suprimido e coisas semelhantes.”

Esta sentença repetida tão infatigavelmente por todos os kantianos, ‘que se tem de tratar os homens sempre como fim, não como meio’, certamente soa imponente e é bastante adequada para os que gostam de ter uma fórmula que lhes isenta de todo pensamento extra. Contudo, considerada sob uma luz mais clara, essa sentença é extremamente vaga, indeterminada e atinge seu intento de maneira completamente indireta, e a cada caso de sua aplicação exige antes explanação específica, determinação e modificação”

O assassino condenado à morte (…) era cidadão. A fim de gozar a segurança de sua vida, de sua liberdade, de sua propriedade, deu como penhor sua vida e prosperidade em favor da segurança de todos, e esse penhor é agora executado.”

Éris (…) expulsa do conflito dos indivíduos por meio da instituição estatal, retorna de fora como guerra entre os povos e então exige, no total e num só pagamento, como débito acumulado, sacrifícios sangrentos, os quais se lhe haviam evitado ao recorrer-se à astuta precaução. Sim, supondo-se que tudo isso fosse ao fim ultrapassado e posto de lado por uma prudência acumulada pela experiência de milênios, o resultado seria a efetiva superpopulação de todo o planeta, cujo horrível mal só uma imaginação audaciosa poderia agora tornar presente.”

§63

Pensais que os crimes ascendem aos deuses em asas,

E então lá alguém tem de gravá-los nas tábuas de Zeus,

E que Zeus olha para eles e pronuncia sentenças sobre os homens?

Todo o céu não seria grande o suficiente

Para conter os pecados humanos, se Zeus os escrevesse

Nem ele os veria a todos

E sentenciaria cada punição. Não!

A punição já está entre nós, caso apenas queirais vê-la.” Eurípides

A justiça eterna furta-se ao olhar turvado pelo conhecimento que segue o princípio de razão, o principium individuationis. (…) Vê o homem mau, após perfídias e crueldades de todo tipo, viver em alegria e deixar o mundo sem ser incomodado. Vê o oprimido arrastar-se numa vida cheia de sofrimento, até o seu fim, sem que apareça um vingador ou retaliador. Mas só conceberá e aprenderá a justiça eterna quem se elevar por sobre o conhecimento que segue o fio condutor do princípio de razão, atado às coisas particulares; assim fazendo, conhece as Idéias, vê através do principium individuationis e percebe que as formas do fenômeno não concernem à coisa-em-si. É só uma pessoa assim que, em virtude desse mesmo conhecimento, pode compreender a essência verdadeira da virtude

Eis por que os sábios ancestrais do povo da Índia expressaram diretamente esse conhecimento nos Vedas, permitido somente às 3 castas regeneradas, ou nas doutrinas sapienciais esotéricas, e isso até onde o conceito e a linguagem o podem apreender e até onde era possível a suas formas de exposição pictórica e rapsódica; na religião popular, todavia, ou doutrina exotérica, isso foi comunicado apenas de maneira mítica.”

Mahavakya: Tatoumes, ou, mais precisamente, tat twam asi, ‘isso é tu’.” Upanixade, I

Esta [mitologia hindu] é o fim de todas as doutrinas religiosas, na medida em que são roupagens míticas completas da verdade inacessível à tosca inteligência comum.”

O mito aqui aludido é o da transmigração das almas. Ele ensina que todos os sofrimentos infligidos em vida pelo homem a outros seres têm de ser expiados numa vida posterior neste mundo e precisamente pelos mesmos sofrimentos. Tal ensinamento vai tão longe que, quem apenas mata um animal, nascerá no tempo infinito exatamente como este animal, sofrendo a mesma morte.” Esse quadro é muito mais horripilante que o eterno retorno da sua própria vida, Sch. – como conciliar tal contradição?

Assim, uma pessoa nascerá de novo em castas inferiores, ou como mulher, animal, pária, chandala, leproso, crocodilo e assim por diante.”

brâmanes, sábios, santos. A recompensa suprema (…) que também espera a mulher que em 7 vidas sucessivas morreu voluntariamente na pira funeral do esposo, e a pessoa cuja boca nunca pronunciou uma mentira – a recompensa suprema, ia dizer, o mito só pode expressar negativamente na linguagem deste mundo, por meio da promessa tantas vezes renovada de não voltar a nascer: non adsumes iterum existentiam apparentem (‘Não assumireis de novo a existência aparente’): ou como os budistas, que não admitem nem vedas nem castas, exprimem-se: ‘Tu deves atingir o nirvana, ou seja, um estado no qual não existem 4 coisas, a saber, nascimento, velhice, doença e morte’.

Nunca houve, nem nunca haverá um mito tão intimamente ligado à verdade folosófica, no entanto acessível a tão poucos, quanto esta doutrina ancestral do povo mais nobre e antigo (…) no entanto, já Pitágoras e Platão apreenderam com admiração aquela non plus ultra da exposição mítica, adquirida da Índia, ou do Egito, e a respeitaram, aplicaram-na e, embora não saibamos em que extensão, até mesmo nela acreditaram. – Nós, por outro lado, agora a enviamos aos brames [?] clergymen ingleses e tecelões da confraria morávia, a fim de por compaixão doutriná-los melhor, fazendo-lhes entender que foram criados do nada e devem agradecer e alegrar-se com isso.” HAHAHA!

Nunca as nossas religiões deitaram ou irão deitar raízes na Índia; a sabedoria ancestral da raça humana não será reprimida pelos acontecimentos na Galiléia. Ao contrário, a sabedoria indiana avança sobre a Europa e produzirá uma mudança fundamental em nosso saber e pensamento.”

§64

(…)

§65

(N.T) “Gut und böse. Mais adiante aparecerá uma palavra próxima de böse, justamente schlecht, cuja equivalência em português poderia ser encontrada em ‘mal’ ou ‘ruim’, reservando-se ‘mau’, em termos morais, precisamente para böse.”

BOM (…) BELO e VERDADEIRO (…) Dentre as pessoas familiarizadas com os escritos de nossos tempos, quem não se enfastiou com aquelas 3 palavras, por mais que elas apontem coisas originariamente admiráveis? Quem não se enfastiou após ver milhares de vezes como os mais incapazes de pensamento acreditam, com boca escancarada e ares de bronco inspirado, poder apenas com a pronúncia das mencionadas palavras transmitir grande sabedoria?”

tudo o que é favorável à Vontade em alguma de suas exteriorizações e satisfaz seus fins é pensado pelo conceito BOM, por mais diferentes que essas coisas possam ser noutros aspectos. (…) tudo o que é exatamente como queremos que seja.”

MAU, méchant[, evil] (…) mallus, cativo, bad são usadas tanto para os homens quanto para as coisas inanimadas”

felicidade (…) como sendo idêntica ou conseqüência da virtude, e isso sempre de maneira sofística (…) Ao contrário, em (…) nossa consideração, a essência íntima da virtude resultará de um esforço em direção totalmente oposta à da felicidade, ou seja, oposta à direção do bem-estar e da vida.”

(*) “entre os povos monoteístas, ateísmo, ou a falta de Deus, tornou-se sinônimo de ausência de moralidade. Aos padres tais confusões conceituais são bem-vindas e apenas em conseqüência delas pôde originar-se aquele monstro assombroso, o fanatismo, imperando não só sobre indivíduos isolados, perversos e maus além de toda medida, mas também sobre povos inteiros, e, finalmente, o que para a honra da humanidade só aconteceu uma vez em sua história, corporificando-se neste Ocidente como Inquisição, a qual, segundo as mais novas informações finalmente autênticas, somente em Madri (no resto da Espanha havia muito mais desses queimadouros religiosos) em 300 anos matou de modo torturante na fogueira 300 mil pessoas por questões de fé. Convém lembrar tudo isso a todos os fanáticos, sempre que eles queiram levantar a sua voz.”

BOM ABSOLUTO é uma contradição.” O núcleo nietzschiano já estava preparado. 1. Não há absoluto; 2. A existência do bem exige que ele seja relativo a um mal. Ambos os conceitos são relativos, posto que criados, convencionados.

podemos, metafórica e figurativamente, chamar a total auto-supressão e negação da Vontade, sua verdadeira ausência, unicamente o que acalma e cessa o ímpeto da Vontade para todo o sempre” “podemos chamar essa total auto-supressão e negação da Vontade de bem absoluto, summum bonum, e vê-la como o único e radical meio de cura da doença contra a qual todos os outros meios são anódinos, meros paliativos.”

o horror íntimo do malvado em relação aos seus próprios atos, o qual ele tenta ocultar de si, contém ao mesmo tempo, junto ao pressentimento da nulidade e mera aparência do principium individuationis e da diferença por este posta entre si e outrem, também o conhecimento da veemência da própria vontade, da violência com a qual se entregou e apegou à vida, precisamente esta vida observada diante de si em seu lado terrível no tormento provocado em alguém por ele oprimido, e com quem, entretanto, é tão firmemente enlaçado que, exatamente dessa forma, o que há de mais horrível sai de si mesmo como um meio para afirmação completa da sua vontade.”

o suicídio não fornece salvação alguma: o que cada um QUER em seu íntimo, isto ele deve SER; e o que cada um É, precisamente isto ele QUER.”

Eis por que coisas que aconteceram há muito tempo ainda continuam a pesar na consciência.” “o mau (…) [v]ê a extensão em que pertence ao mundo e quão firmemente está ligado a ele.” “Fica em aberto se isto alguma vez irá quebrar e suplantar a veemência de sua vontade.”

os opostos sempre se esclarecem mutuamente e o dia revela simultaneamente a si mesmo e à noite, como Spinoza disse de maneira admirável.”

§66

mediante moral e conhecimento abstrato em geral, nenhuma virtude autêntica pode fazer efeito, mas esta tem de brotar do conhecimento intuitivo, o qual reconhece no outro indivíduo a mesma essência que a própria.” “pode-se tão pouco formar um virtuoso por meio de discursos morais e sermões quanto o foi formar um único poeta com todas as estéticas desde Aristóteles.”

Seria em realidade muito funesto se a principal coisa da vida humana, o seu valor ético, válido pela eternidade, dependesse de algo cuja obtenção está submetida tão ao acaso quanto os dogmas, as crenças religiosas, os filosofemas.”¹ “Decerto os dogmas podem ter uma forte influência sobre a CONDUTA, sobre os atos exteriores, assim como o têm o hábito e o exemplo (neste último caso porque o homem ordinário não confia em seu juízo, de cuja fraqueza está consciente, seguindo apenas a experiência própria ou de outrem); mas com isso a disposição de caráter não mudou. (…) Todo conhecimento comunicável só pode fazer efeito sobre a vontade exclusivamente como motivo. (…) o que o homem verdadeiramente e em geral quer sempre permanece o mesmo. Se adquirir outros pensamentos, foi meramente sobre as vias para alcançar esse fim; motivos imaginários podem guiá-lo como se fossem reais.”

¹ Aqui vale lembrar: Gustave Le Bon tampouco foi um pioneiro.

Eis por que quase nunca podemos julgar com acerto moral os atos de outrem e raras vezes os nossos. – Os atos e as maneiras de agir de um indivíduo e de um povo podem ser bastante modificados por dogmas, pelo exemplo e pelo hábito. Porém, em si, todos os atos (opera operata) são meras imagens vazias; só a disposição de caráter que conduz a eles fornece-lhes sentido moral. Este, por sua vez, pode em realidade ser o mesmo, apesar da diversidade exterior dos fenômenos. Com grau igual de maldade um homem pode morrer na guilhotina e outro pacificamente no regaço de seus parentes. Pode ser o mesmo grau de maldade o que se expressa em UM povo nos traços crus do assassino e do canibalismo, e em OUTRO fina e delicadamente in miniature nas intrigas da côrte.”

quem reconhece e aceita voluntariamente o limite moral entre o injusto e o justo, mesmo ali onde o Estado ou outro poder não se imponha, quem, conseqüentemente, de acordo com a nossa explanação, jamais, na afirmação da própria vontade, vai até a negação da vontade que se expõe em outro indívudo – é JUSTO.” “vê através do Véu de Maia [além do princípio de individuação] e iguala a si o ser que lhe é exterior, sem injuriá-lo.”

O grau supremo dessa justiça de disposição – sempre associada à autêntica bondade, sendo que o caráter desta não é mais meramente negativo – vai tão longe que a pessoa pode até questionar o próprio direito à propriedade herdada e assim desejar manter o seu corpo apenas com as próprias forças, espirituais ou físicas, sentindo todo serviço prestado por outros, todo luxo como uma repreenda, inclusive podendo entregar-se por fim à pobreza voluntária. Desse modo, vemos PASCAL, após assumir orientação ascética, não mais querer serviços de ninguém, apesar dos seus vários serviçais; e, em que pesasse de sua doença crônica, fazia a própria cama e buscava a refeição na cozinha, etc. (Vie de Pascal par sa soeur, p. 19).”

Propriamente falando, aquela justiça exacerbada do hindu é mais que justiça, a saber, é já efetiva renúncia, negação da Vontade de vida, ascese (…) Por outro lado, viver sem fazer nada, servindo-se das forças de outrem em meio à riqueza herdada e sem realizar coisa alguma, já pode ser visto como algo moralmente injusto, embora, segundo as leis positivas, tenha de permanecer algo justo.”

o homem bom de modo algum deve ser considerado como um fenômeno da Vontade originariamente mais fraco em comparação ao homem mau.” Comentário nitidamente antitético com tomos anteriores.

O homem nobre nota que a diferença entre si e outrem, que para o mau é um grande abismo, pertence apenas a um fenômeno passageiro e ilusório, reconhece imediatamente, sem cálculos, que o Em-si do seu fenômeno é também o Em-si do fenômeno alheio, a saber, aquela Vontade de vida constitutiva da essência de qualquer coisa, que vive em tudo”

(*) “O direito do homem à vida e à força dos animais baseia-se no fato de que, com o aumento da clareza de consciência, cresce em igual medida o sofrimento, e a dor, que o animal sofre através da morte e do trabalho, não é tão grande quanto aquela que o homem sofreria com a privação de carne ou de força do animal. O homem, pois, na afirmação de sua existência, pode ir até a negação da existência do animal, e a Vontade de vida no todo suporta aí menos sofrimento que no caso inverso. Isso ao mesmo tempo determina o grau de uso que se pode fazer das forças animais, sem cometer injustiça, o que, entretanto, é freqüentemente desrespeitado, particularmente em relação aos animais de carga e aos cães de caça; contra o quê, portanto, a sociedade protetora dos animais em especial orienta sua atividade. Aquele direito do homem, na minha opinião, não se estende à vivissecção, sobretudo em animais superiores. Já o inseto não sofre tanto através da sua morte quanto o homem sofre com a sua picada. – Isto os hindus não o perceberam.”

§67

Todo amor puro e verdadeiro é compaixão. Todo amor que não é compaixão é amor-próprio. (…) Até mesmo a amizade autêntica é sempre uma mescla de amor-próprio e compaixão” “O CHORO é (…) COMPAIXÃO CONSIGO MESMO ou, a compaixão que retorna ao seu ponto de partida.” “se sente que quem ainda pode chorar também tem de ser necessariamente capaz de amor”

a morte do pai. Embora a idade e a doença tivessem transformado a vida dele num tormento e, através do desamparo, um fardo pesado para o filho, ainda assim sua morte é chorada intensamente. (…) Desnecessário lembrar que toda a ética exposta em esboço nestes §61-67 recebeu seu tratamento mais detalhado e completo no meu escrito sobre o fundamento da moral.” Schopenhauer é um dos pais do marketing!

§68

o estado de voluntária renúncia, resignação, verdadeira serenidade (…) As promessas da esperança, as adulações do tempo presente, a doçura dos gozos, o bem-estar que fazem a nossa pessoa partícipe da penúria de um mundo sofrente sob o império do acaso e do erro atraem-nos novamente ao mundo e reforçam os nossos laços de ligação com ele.”

Sua Vontade se vira; ela não mais afirma a própria essência espelhada no fenômeno, mas a nega. (…) a transição da virtude à ASCESE.” Sinto a confusão argumentativa de Sch. – oscilando entre o herói e o vagabundo, semi-Cristo. Sou modesto, sou um quarto de Deus!

a grande indiferença por tudo” “desmente o corpo: não quer satisfação sexual alguma”

Asiatic Researches, v. 8, Colebrooke, On the Vedas, excerto do Sama-Veda, bem como seus Miscellaneous essays, v. I, p. 88”

o admirável e vertiginoso Angelus Silesius, no dístico intitulado Der Mensch bringt Alles zu Gott” “místico ainda mais magnânimo, Meister Eckhard (sic – Meister Eckhart)” “Meister Eckhart quer dizer: como o homem, em e consigo mesmo, também redime os animais, serve-se deles nesta vida. – Parece até mesmo que a difícil passagem da Bíblia, Romanos 8:21-24, pode ser interpretada nesse sentido.”

Foe Koue Ki, trad. Abel Rémusat: Foe Koue Ki, ou Relation des royaumes bouddhiques, voyage dans la Tartarie (Histoire, French Edition)

Quem atingiu o 2º patamar ainda sempre sente – como corpo animado pela vida, fenômeno concreto da Vontade – uma tendência natural à volição de todo tipo, porém a refreia intencionalmente, ao compelir a si mesmo a nada fazer do que em realidade gostaria de fazer: ao contrário, faz tudo o que não gostaria de fazer, mesmo se isto não tiver nenhum outro fim senão justamente o de servir à mortificação da Vontade.”

Nesse ‘estágio’ “o lado doce da vida” fica eternamente trancado – porém reavivado com persistência – dentro dos sonhos. Eu sempre estou atravessando um Portal, só não sei se é mais um ou se é Especial…

ISSO ESTÁ PARA ALÉM DO ESTÓICO (UTÓPICO ALÉM DO UTÓPICO): “todo sofrimento exterior trazido por acaso ou maldade, cada injúria, cada ignormínia, cada dano são-lhe bem-vindos. Recebe-os alegremente como ocasião para dar a si mesmo a certeza de que não mais afirma a Vontade, mas alegremente toma partido de cada inimigo fenomênico da Vontade, inimigo esse que é a sua própria pessoa.” Talvez, portanto, quando diz “dar a outra face”, o Evangelho seja mais impraticável que o próprio estoicismo, tido tantas vezes como um Sermão da Montanha exagerado…

alimenta-o [o próprio corpo] de maneira módica para evitar que seu florescimento exuberante e prosperidade novamente animem e estimulem fortemente a Vontade”

À página 485 Schopenhauer já está em contradição com sua própria análise da futilidade do suicídio de algumas páginas atrás!

Sankhya Carica, tr. Horace Wilson.

aqui se mostra a grande diferença, tão importante em nossa consideração, impregnando-a em toda parte e tão pouco observada até agora, entre o conhecimento intuitivo e o conhecimento abstrato. Entre os dois há um grande abismo que, em referência ao conhecimento da essência do mundo, só é transposto pela filosofia.” “Portanto, aqui talvez tenhamos pela 1ª vez expresso abstratamente e purificado de todo elemento mítico a essência íntima da santidade, da auto-abnegação, da mortificação da vontade própria, da ascese como NEGAÇÃO DA VONTADE DE VIDA que entra em cena após o conhecimento acabado de sua essência ter-se tornado o quietivo de todo querer.” Quanta pretensão!

(N.T.) devemos ter em mente que Sch., a princípio, por desejo do pai, estudou para seguir a carreira comercial e só após a morte do genitor é que se dedica à filosofia. Como herança dessa formação, abundam em seus textos belas e secas metáforas econômicas.” Ao que vemos, ninguém ‘mata o pai em vida’ neste mundo…

Um santo pode estar convencido das mais absurdas superstições, ou, ao contrário, ser um filósofo; é indiferente. Apenas a sua conduta o evidencia como santo.”

OS LIMITES DA FILOSOFIA CONTINENTAL: “Repetir abstratamente toda natureza íntima do mundo de maneira distinta e universal, por conceitos, e assim depositá-la como imagem refletida nos conceitos permanentes, sempre disponíveis da razão, isso, e nada mais, é filosofia.” Trecho mal-redigido ou traduzido?! Seria como escrever: “Repetir conceitual, distinta e universalmente toda natureza íntima do mundo, e assim depositá-la como imagem¹ da razão: apenas isso é filosofia.”

¹ Pois toda reflexão é abstrata, conceitual – ou seja: o autor repete 4x a mesma terminologia inútil. Além disso, o próprio “razão” já é quase uma quinta referência ao mesmo arcabouço de idéias (conceitos!), em menos de 3 linhas completas! Um pot-pourri de pleonasmos… Mas o pior é que acho que nenhum filósofo negaria sua afirmação, que foi feita para ser polêmica

CONFISSÃO DE SANTO CHOPENTINHO: “minha descrição acima feita da negação da Vontade de vida (…) é meramente abstrata, geral, e, por conseguinte, fria.”

A literatura indiana, a julgar pelo pouco que podemos conhecer do até agora traduzido, é bastante rica em descrições da vida dos santos e penitentes, chamados samanas, saniasis, etc.”

Também entre os cristãos não faltam casos em favor das elucidações aqui intentadas. Leiam-se as, na maioria das vezes, pessimamente escritas biografias daquelas pessoas denominadas almas santas ou pietistas, quietistas, entusiastas pios, etc. Coleções dessas biografias foram feitas em várias épocas, como a Vida das almas santas de Tersteegen, a História dos renascidos de Reiz. Em nossos dias confira-se a coleção de Kanne que, misturada ao muito de ruim, contém várias coisas boas, entre as quais a Vida da Beata Sturmin. A essa categoria pertence por inteiro a vida de São Francisco de Assis, verdadeira personificação da ascese e modelo de todos os monges mendicantes. (…) Vita S. Francisci a S. Bonaventura concinnata (Soest, 1847). (…) Histoire de S. François d’Assise, par Chavin de Mallan (1845). (…) Spence Hardy: Eastern monachism, an account of the order of mendicants, founded by Gotama Budha (1850) (…) recomendo a autobiografia de Madame [de] Guion [Vie de…], esta bela e grandiosa alma, cuja lembrança sempre me enche de reverência, que deve ser gratificante a todo espírito nobre conhecer, e fazer justiça à excelência de sua disposição de caráter, vendo com indulgência as superstições de sua razão, apesar de saber que às pessoas de espírito comum, i.e., a maioria, aquele livro sempre terá um péssimo crédito, pois em geral e em toda parte cada um só pode apreciar aquilo que lhe é de algum modo análogo

a conhecida biografia de Spinoza, se usarmos como chave para ela a sua excelente introdução ao deficiente ensaio De emendatione intellectus; pois se trata do intróito mais eficiente que conheço como calmante para a tempestade das paixões (…) inclusive Goethe, por mais grego que fosse, não considerou indigno de sua pena mostrar-nos esse lado mais belo da humanidade, em límpido espelho da poesia, quando expôs de forma idealizada a vida da senhorita Klettenberg, em Confissões de uma bela alma.”

as descrições da vida dos homens santos e auto-abnegados são para o filósofo – apesar de na maioria das vezes serem muito mal-escritas e narradas com uma mescla de superstição e absurdo –, devido ao significado de seu estofo, incomparavelmente mais instrutivas e importantes até mesmo que Plutarco e Lívio.” Lívio nunca li, mas Plutarco é mais um fabulista que um biógrafo…

Mateus 16:24-25; Marcos 8:34-35; Lucas 9:23-24, 14:26-27 e 14:33). Essa tendência foi gradativamente desenvolvida e deu origem aos penitentes, aos anacoretas, aos monges”

Fénelon, Explications des maximes des Saints sur la vie intérieure

Teologia alemã, da qual Lutero diz, no prefácio a ela aditado, que de nenhum livro, excetuando-se a Bíblia e Agostinho, mais aprendeu o que seja Deus, Cristo e o homem.” Prequel da Ideologia alemã? Hahaha.

O ANTI-FARISEUS: “Ali, portanto, tem-se muito mais a aprender sobre o assunto, em vez de discorrer sobre ele com convencimento judaico-protestante.”

TAULER, Imitação da vida pobre de Cristo

______, Medulla animae

o que no Novo Testamento nos é, por assim dizer, visível envolto em véu e névoa, aparece-nos desvelado nas obras dos místicos com total clareza e distinção.”

o sublime fundador do cristianismo teve necessariamente de adaptar-se em parte consciente, em parte inconscientemente, ao judaísmo, de modo que o cristianismo é composto de 2 elementos bastante heterogêneos, dentre os quais prefiro o puramente ético, nomeando-o exclusivamente cristão, para distingui-lo do dogmatismo judeu com o qual é confundido. Se – como amiúde se temeu, em especial nos dias atuais – essa religião excelente e salutar entrar definitivamente no ocaso, eu procuraria a razão disso apenas no fato de ela consistir não de um elemento simples, mas de dois elementos originariamente heterogêneos postos em combinação pelo curso mundano dos eventos. Ora, daí só poderia resultar a dissolução, devido à degeneração provocada por parentesco desigual e pela reação ao espírito avançado do tempo. (…) o lado puramente ético (…) é indestrutível.”

(*) “Institutes of Hindu-Law, or The Ordinances of Manu, [traduzido] do sânscrito por William Jones (…) em especial os capítulos 7 e 12. (…) Nos últimos 40 anos a literatura indiana cresceu de uma tal maneira na Europa que, se tentasse agora completar esta nota à 1ª edição, encheria muitas páginas.”

terrível e lenta autopunição para a completa mortificação da Vontade: o que ao fim pode conduzir à morte voluntária mediante jejum, atirar-se aos crocodilos ou precipitar-se do pico sagrado do alto do Himalaia ou ser sepultado vivo, e também mediante o lançar-se sob as rodas do carro colossal que passeia as imagens de deuses entre o canto, o júbilo e a dança das bailadeiras (apsaras).” “Tanta concordância em épocas e povos tão diferentes é uma prova factual de que aqui se expressa não uma excentricidade ou distúrbio mental, como a visão otimista rasteira de bom grado o afirma, mas um lado essencial da natureza humana, e que, se raramente aparece, é tão-só em virtude de sua qualidade superior.”

Não somos mais o indivíduo que conhece em função do próprio querer incansável, correlato da coisa isolada” Tem certeza? Você parecia procurar com entusiasmo novas porções de literatura hindu! Atrás, no fundo, de uma quimera, uma só Quimera, mais quimérica que o SALTO DA FÉ de Kierkegaard!

« Midi de la gloire; jour où il n’y a plus de nuit; vie qui ne craint plus la mort, dans la mort même: parce que la mort a vaincu la mort, et que celui que a souffert la première mort, ne goutera plus la seconde mort » Vie de Madame de Guion, op. cit.

Desenvolvem escrúpulos de consciência em cada prazer inocente ou em cada pequena agitação da própria vaidade, a qual também morre por último, e, entre todas as inclinações do homem, é a mais difícil de destruir, a mais ativa e a mais tola. – Sob o termo, por mim já amiúde empregado, de ASCESE, entendo no seu sentido estrito essa quebra PROPOSITAL da Vontade pela recusa do agradável e a procura do desagradável, mediante o modo de vida penitente voluntariamente escolhido e a autocastidade, tendo em vista a mortificação contínua da Vontade.” Não está um pouco tarde no livro para definir conceitos centrais dele? Curioso que estou a infinitas distâncias do ser beato, e no entanto já identifico tal descrição como a exata narrativa do meu modo de vida – involuntário, diga-se!

SUPERVALORIZAÇÃO? “sua obra-prima imortal Fausto, exposição essa ao meu ver inigualável poeticamente, na história do sofrimento de Gretchen. Esta é um perfeito modelo do segundo caminho que conduz à negação da Vontade, não, como o primeiro, pelo mero conhecimento adquirido livremente do sofrer de um mundo inteiro, mas através da dor excessiva sentida na própria pessoa.” Schopenhauer às vezes parece um garoto que tudo vê pelas lentes de sua idéia fixa. Mas todos os filósofos devem ser crianças, em grau menor ou grau maior!

Se tua vida é fudida, não te alarmes: quanto mais fudida é a vida, menos é benquista e sentida!

Shakespeare nos apresenta na figura do Cardeal de Beaufort (Henrique VI Parte II) o terrível fim de um facínora que morre cheio de desespero, pois nem sofrimento nem morte podem quebrar sua vontade veemente, que ia até o extremo da crueldade.” Nem me recordo deste personagem!

Um caráter deveras nobre é sempre pensado por nós com um certo traço de tristeza silenciosa, que de modo algum se deve ao constante desgosto ligado às contrariedades cotidianas [tipo-mor: S******] (este seria antes um traço ignóbil e faria temer uma disposição má de caráter mau).”

ensimesmamento (…) leve pressentimento da morte (…) Eis por que tal aflição é acompanhada de uma alegria secreta, e é isto, creio, o que a mais melancólica de todas as nações chamou the joy of grief. Aqui, todavia, reside também o perigo do SENTIMENTALISMO, tanto na vida real quanto em sua exposição poética”

a negação da Vontade de vida, ou – é o mesmo – a resignação completa”

§69

Novas especulações enjoativas sobre o suicídio.

A Vontade de vida aparece tanto na morte auto-imposta (Shiva), quanto no prazer da conservação pessoal (Vishnu) e na volúpia da procriação (Brama). [DV] Essa é a significação íntima da UNIDADE DO TRIMÚRTI, que cada homem é por inteiro, embora no tempo seja destacada ora uma, ora outra de suas 3 cabeças.” “O suicídio, em realidade, é a obra-prima de Maia na forma do mais gritante índice de contradição da Vontade de vida consigo mesma.”

o suicida se assemelha a um doente que, após ter começado uma dolorosa operação de cura radical, não permite o seu término, preferindo permanecer doente. (…) Eis por que todas as éticas, tanto filosóficas quanto religiosas, condenam o suicídio, embora elas mesmas nada possam fornecer senão estranhos argumentos sofísticos.” “quietivo final”

Reconhecidamente, de tempos em tempos repetem-se casos nos quais o suicídio é estendido às crianças. O pai mata os filhos que tanto ama e em seguida a si próprio. Se tivermos em mente que a consciência moral, a religião e todos os conceitos tradicionais fazem reconhecer no assassinato o pior crime; e que, porém, o pai o comete na hora da própria morte e em verdade sem ter nessa ocasião motivo egoístico algum, então o ato só pode ser explanado como se segue. A vontade do indivíduo se reconhece imediatamente nas crianças, enredada na ilusão que envolve o fenômeno como se fosse a essência em si e, ademais, profundamento abalado pelo conhecimento da miséria de toda vida, acredita que, ao suprimir o fenômeno, também suprime a essência mesma; portanto, deseja resgatar a si e aos filhos da existência e de suas penúrias.”

Entre esta morte voluntária resultante do extremo da ascese e aquela comum resultante do desespero, deve haver muitos graus intermediários e combinações, sem dúvida difíceis de explanar. Contudo, a mente humana tem profundezas, obscuridades e complicações cuja elucidação e detalhamento são de extrema dificuldade.”

Francamente, sua tentativa de inventário ou hierarquia dos suicídios ou da negação da Vontade já saturaram! Pouco importa distinguir uns dos outros na loooonga série… Além disso, esta última citação iguala, na forma pagã, a assertiva tão comum entre filósofos e cientistas pré-Iluminismo quando se deparavam com os limites derradeiros de suas descobertas: “Os mistérios de Deus são incognoscíveis, blah, blah, blah…”

§70

Ora, como em conseqüência de tal efeito da graça toda a essência do homem é radicalmente mudada e revertida, de tal forma que ele nada quer do que até então veementemente queria, logo, em conseqüência do efeito da graça, RENASCIMENTO. Pois o que ela chama de HOMEM NATURAL, a quem nega toda capacidade para o bem, é justamente a Vontade de vida – que tem de ser negada, caso a redenção de uma existência como a nossa deva ser alcançada. Em realidade, por trás da nossa existência encrava-se algo outro, só acessível caso nos livremos do mundo.” Um papel lamentável de carrasco, senhor Último Homem! Essencialmente, um Platão insatisfeito… Em seguida seu “trunfo” é citar Romanos 8:3, como se ainda estivéssemos na idade média e não no século XIX!

Ademais, é uma doutrina cristã original dos evangelhos, defendida por Agostinho, em acordo com os mestres da Igreja, contra as rasteirices dos pelagianos¹ e cuja purificação de erros e restabelecimento foi o objetivo principal dos esforços de LUTERO, como este o declara expressamente em seu livro De servo arbitrio, a de que a VONTADE NÃO É LIVRE mas está originariamente propensa ao que é mau.”

¹ Cristãos contra a doutrina do pecado original e a favor do livre-arbítrio e de certa faculdade de auto-divinização no homem. Me pergunto como tal seita sobrevive no cristianismo a ponto de ter um verbete no Wikipédia – certamente os primeiros pelagianos foram todos queimados na fogueira; mas imaginar que ainda se organizem!… Parecem mais um braço do paganismo que agride a crença cristã a partir de seu interior! Atenção para a pérola: John Rawls was a critic of Pelagianism, an attitude that he retained even after becoming an atheist. His anti-Pelagian ideas influenced his book A Theory of Justice, in which he argued that differences in productivity between humans are a result of ‘moral arbitrariness’ and therefore unequal wealth is undeserved.” Será uma crítica ao pelagianismo algo central num livro de Direito/Economia?!?

a despeito de Agostinho e Lutero, essa opinião se adequa ao senso comum do pelagianismo, que em verdade é o racionalismo dos dias atuais

não é mais necessária liberdade alguma no Operari, [no agir] pois ela se encontra no Esse, [na essência] e justamente aqui reside também o pecado, enquanto pecado original. (…) rejeita-se o que é genuinamente cristão e retorna-se ao judaísmo. (…) todo dogma arruína a teologia, bem como qualquer ciência. De fato, se se estuda a teologia de Agostinho nos livros De civitate Dei (especialmente no 14º livro), experienciamos algo análogo ao caso em que tentamos manter em pé um corpo cujo centro gravitacional está fora dele: não importa como se o gire ou se o mude de lugar, sempre cairá novamente.” Schopenhauer ofereceu as armas para a própria tréplica “neo-pelaginiana”, pelo visto… Porém, o dogma é o sine qua non da teologia ou crença, enquanto que ele define um campo científico, mas não seu teor, dentro de amplos limites (ex: o dogma da Física são algumas leis fundamentais, mas tudo o que se inscrever nelas e for debatível entre os físicos não será dogmático – o dia em que os dogmas da Física qua Física forem insustentáveis, acabará esta disciplina).

a contradição entre a bondade de Deus e a miséria do mundo, e entre a liberdade da vontade e presciência divina, é o tema inesgotável de uma controvérsia quase secular entre cartesianos, Malebranche, Leibniz, Bayle, Klarke, Arnauld (…) todos eles giram incessantemente em círculos (…) i.e., tentam resolver uma soma aritmética que nunca chega a um bom resultado (…) Apenas Bayle mostra que percebeu este problema.” Ainda não tive a felicidade de ler nada “autoral” deste “enciclopedista” avant la lettre! (O Dicionário histórico e crítico é sua obra mais famosa, contendo sinopses das vidas dos maiores pensadores e personalidades – em breve no Seclusão.)

Recorri aqui aos dogmas da religião cristã (eles mesmos estranhos à filosofia) tão-somente para mostrar que a ética oriunda de toda a nossa consideração – a 1ª sendo no todo coerente e concordante com as partes da 2ª –, embora nova e surpreendente em sua expressão, de modo algum o é em sua essência; ao contrário, concorda totalmente com todos os dogmas propriamente cristãos, e no essencial já se achava nestes.” E é o terrível aspecto derivado disso que torna suas conclusões completamente equivocados, Schopenhauer! – diria Nietzsche!

§71

o conceito de NADA é essencialmente relativo e sempre se refere a algo determinado, que ele nega. Essa qualidade foi atribuída (especialmente por Kant) apenas ao nihil privativum que, sinalizado com ‘-‘ em oposição a ‘+’, podia, de um ponto de vista invertido, tornar-se ‘+’. Ora, em oposição ao nihil privativum foi estabelecido o nihil negativum, o qual em toda relação sempre seria nada, utilizando-se como exemplo a contradição lógica,¹ que se suprime a si mesma.” Belo trecho dessa vez, significativamente elucidativo! A propósito, o matemático curioso com relação à filosofia, porém essencialmente leigo, que, lendo passagens como essa, lançasse a hipótese de que a filosofia continental (até Schop., pelo menos) nada mais é que “discussões excessivamente abstratas de matemáticos entre si” estaria de certa forma correto…

¹ Princípio aristotélico (princípio da não-contradição), talvez o mais importante da Primeira Filosofia (ironia das ironias, ele não é um conceito meta-Lógico, i.e., não deveria servir para elaborar metafísica, e sim apenas para discussões práticas): Se A é não-B, e se B é não-A, logo: A não pode ser não-A (auto-evidente); não-A é B; B não pode ser não-B; não-B é A. O que seria o ‘nada negativo’ que Schopenhauer enumera? Aquilo que não existe formalmente: um A = não-A ou B = não-B; ou ainda: um superveniente C que se identificasse com A e B ao mesmo tempo (o que seria chamado, desde Aristóteles, também de absurdo ou impossibilidade). O nada não tem lugar no mundo dos fenômenos. Para transcender esse ‘sistema’, teríamos de imaginar um mundo ou uma filosofia contraditórios, i.e., transgredir esse princípio básico da não-contradição, aceitar e abraçar o absurdo e o paradoxal. Este trecho também nos ajuda a compreender por que, há algumas páginas Schopenhauer “santificou” seu bem ascético, i.e., deu um status de bem absoluto à negação da Vontade, em que pese ter dito que o “bem absoluto” era uma contradição e que só existia o bem relativo. Dentro deste quadro de superação-de ou de aplicação-literal-e-extrema-de Aristóteles, o filósofo consegue ser coerente consigo mesmo (ele representa o C que se identifica ao mesmo tempo com o A e o B) – levando a lógica às últimas conseqüências do lado de cá (do mundo das aparências e, paradoxalmente, do mundo cristão, que justamente nega por inteiro este mundo das aparências!).

qualquer nada (…) subsumido em um conceito mais amplo é sempre apenas um nihil privativum. (…) exemplo do não-pensável, necessaruanente requerido na lógica para demonstrar as leis do pensamento.”

O universalmente tomado como positivo, o qual denominamos SER, e cuja negação é expressa pelo conceito NADA na sua significação mais geral, é exatamente o mundo como representação”

Negação, supressão, viragem da Vontade é também supressão e desaparecimento do mundo, seu espelho. Se não miramos mais a Vontade neste espelho, então perguntamos debalde para que direção ela se virou, e em seguida, já que não há mais onde e quando, lamentamos que ela se perdeu no nada.” Mais fácil falar e especular do que escapar efetivamente do problema do nada negativo ou absoluto, do qual não se escapa. Enquanto houver fenômeno, há Vontade. Sempre.

As últimas linhas do PRIMEIRO VOLUME são um desfecho patético comparado com a força do argumento geral construído no decorrer da obra!

Entretanto, esta consideração é a única que nos pode consolar duradouramente, quando, de um lado, reconhecemos que sofrimento incurável e tormento sem fim são essenciais ao fenômeno da Vontade, ao mundo e, de outro, vemos, pela Vontade suprimida, o mundo desaparecer e pairar diante de nós apenas o nada.” C0nstrução linguística infeliz, porque insuficiente, porque demonstrativa do não-resultado ou do resultado aquém do esperado que a filosofia da representação e da Vontade de Schopenhauer manejou conquistar: quietivo tímido da vontade, mesmo para indivíduos santos, nada de supressão, a não ser de maneira hiper-figurada. Qual é a utilidade da filosofia schopenhaueriana, pois? Não epistemológica, sem dúvida; apenas ética, como espécie de prolegômenos para a vida prática (nem se pode chamar de ‘guia’ o que não contem senão uma base precária em direção a uma). Uma ética de não levar a existência demasiado a sério e, portanto, bastante limitada, em que pese realista. Com efeito, limitada porque realista.

O próprio tradutor achou necessário acrescentar em nota de rodapé ao último parágrafo: “a linguagem fracassa nesse momento final de sua filosofia”. Por que outro motivo haveria de fazê-lo senão porque o empreendimento schopenhaueriano deixou a desejar? Ressalva: nada das críticas incisivas sobre este tomo IV diminui a importância do autor no panorama filosófico ocidental, pois ele foi continuado por outros pensadores e sua noção de Vontade segue tendo uma repercussão tremenda.

OBS: Doravante, para os VOLUMES II & III, ocorre inversão da notação sobre notas de rodapé: (*) corresponderá a observações do editor/tradutor; eventuais notas de Sch. aparecerão numeradas (¹,²,³…) entre aspas, e as minhas também numeradas, porém fora das aspas.

Volume II, edição inglesa, tradução de Haldane & Kemp, 6. ed., 1909.

SUPLEMENTOS AO PRIMEIRO TOMO

When Descartes took his cogito ergo sum as alone certain, and provisionally regarded the existence of the world as problematical, he really discovered the essential and only right starting-point of all philosophy (…) Thus true philosophy must always be idealistic; indeed, it must be so in order to be merely honest. For nothing is more certain than that no man ever came out of himself in order to identify himself directly with things which are different from him”

Realism which commends itself to the crude understanding, by the appearance which it assumes of being matter-of-fact, really starts from an arbitrary assumption, and is therefore an empty castle in the air, for it ignores or denies the first of all facts, that all that we know lies within consciousness.”

In spite of all that one may say, nothing is so persistently and ever anew misunderstood as Idealism, because it is interpreted as meaning that one denies the empirical reality of the external world.”

NÃO BRINQUE COM OS ALEMÃES:Jacobi, who set up such a credit or faith theory of the world, and had the fortune to impose it upon a few professors of philosophy, who for 30 years have philosophised upon the same lines lengthily and at their ease, is the same man who once denounced Lessing as a Spinozist, and afterwards denounced Schelling as an atheist, and who received from the latter the well-known and well-deserved castigation.” “Jacobi, in his doctrine that the reality of the external world is assumed upon faith, is just exactly <the transcendental realist who plays the empirical idealist> censured by Kant in the Critique of Pure Reason

Among the moderns only Locke has definitely and without ambiguity asserted the reality of matter; and therefore his teaching led, in the hands of Condillac, to the sensualism and materialism of the French. Only Berkeley directly and without modifications denies matter. The complete antithesis is thus that of idealism and materialism, represented in its extremes by Berkeley and the French materialists (Hollbach). Fichte is not to be mentioned here: he deserves no place among true philosophers; among those elect of mankind who, with deep earnestness, seek not their own things but the truth, and therefore must not be confused with those who, under this pretence, have only their personal advancement in view. Fichte is the father of the sham philosophy [fraude], of the disingenuous method which, through ambiguity in the use of words, incomprehensible language, and sophistry, seeks to deceive, and tries, moreover, to make a deep impression by assuming an air of importance—in a word, the philosophy which seeks to bamboozle and humbug those who desire to learn. After this method had been applied by Schelling, it reached its height, as every one knows, in Hegel, in whose hands it developed into pure charlatanism. But whoever even names this Fichte seriously along with Kant shows that he has not even a dim notion of what Kant is.

Materialism is the philosophy of the subject that forgets to take account of itself.” “Realism necessarily leads, as we have said, to materialism. (…) To escape from these consequences, while realism remained in undisputed acceptance, spiritualism was set up, that is, the assumption of a second substance outside of and along with matter, an immaterial substance. This dualism, equally unsupported by experience and destitute of proof and comprehensibility, was denied by Spinoza, and was proved to be false by Kant, who dared to do so because at the same time he established idealism in its rights.”

The world from which I part at death is, in another aspect, only my representation. The centre of gravity of existence falls back into the subject.”

As a forcible conclusion of this important and difficult discussion I shall now personify these two abstractions, and present them in a dialogue after the fashion of Prabodha Tschandro Daya. It may also be compared with a similar dialogue between matter and form in the Duodecim Principia Philosophiæ of Raymund Lully.”

(…)

THE SUBJECT What insane arrogance! Neither thou nor thy form would exist without me; ye are conditioned by me. Whosoever thinks me away, and believes he can still think ye there, is involved in gross delusion, for your existence apart from my representation is a direct contradiction, a meaningless form of words. Ye are simply means ye are perceived by me. My representation is the sphere of your existence; therefore I am its first condition.

MATTER – Fortunately the audacity of your assertion will soon be put to silence in reality and not by mere words. Yet a few moments and thou actually art no more. With all thy boasting thou hast sunk into nothing, vanished like a shadow, and shared the fate of all my transitory forms. But I, I remain, unscathed and undiminished, from age to age, through infinite time, and behold unshaken the play of my changing form.

(…)

THE SUBJECT – Thou dost well to refrain from contesting my existence on the ground that it is linked to individuals; for, as inseparably as I am joined to them, thou art joined to thy sister, Form, and hast never appeared without her. No eye hath yet seen either thee or me naked and isolated; for we are both mere abstractions. It is in reality one being that perceives itself and is perceived by itself, but whose real being cannot consist either in perceiving or in being perceived, since these are divided between us two.

BOTH [FUUUSÃO!!] – We are, then, inseparably joined together as necessary parts of one whole, which includes us both and exists through us. Only a misunderstanding can oppose us two hostilely to each other, and hence draw the false conclusion that the one contests the existence of the other, with which its own existence stands or falls.”

With Locke the thing in itself is without colour, sound, smell, taste, neither warm nor cold, neither soft nor hard, neither smooth nor rough; yet it has still extension and form, it is impenetrable, at rest or in motion, and has mass and number. With Kant, it has laid aside all these latter qualities, because they are only possible by means of time, space, and causality, and these spring from an intellect (brain), just as colours, tones, smells, &c., originate in the nerves of the organs of sense.”

The mass of the nerves of sensation of the whole of the organs of sense is very small compared with that of the brain, even in the case of the brutes,¹ whose brain, since they do not, properly speaking, i.e., in the abstract, think, is merely used for effecting perception, and yet when this is complete, thus in the case of mammals, has a very considerable mass, even after the cerebellum, whose function is the systematic guidance of movements, has been taken away.”

¹ Sempre que Sch. fala “brutes” deve-se entender os animais, não o homem primitivo.

That excellent book by Thomas Reid, Inquiry into the Human Mind (1ed., 1764; 6ed., 1810), as a negative proof of the Kantian truths, affords us a very thorough conviction of the inadequacy of the senses to produce the objective perception of things, and also of the non-empirical origin of the perception of space and time. (…) Thomas Reid’s book is very instructive and well worth reading—ten times more so than all the philosophy together that has been written since Kant.”

It is amusing to see how, lacking alike the profundity of the German and the honesty of the English philosopher, they [the French] turn the poor material of sensation this way and that way, and try to increase its importance, in order to construct out of it the deeply significant phenomena of the world of perception and thought.”

To take only a couple of the better attempts of this sort out of a multitude of others, I may mention as examples Condorcet at the beginning of his book, Des Progrès de l’Esprit Humain, and Tourtual on Sight, in the 2nd volume of the Scriptures Ophthalmologici Minores” “I irrefutably establish the intellectual nature of perception as long ago as 1816, in my essay On Sight and Colour [2.ed, 1854; 3.ed, 1870], and with important additions 15 years later in the revised Latin version of it which is given under the title Theoria Colorum Physiologica Eademque Primaria, in the 3rd volume of the Scriptores Ophthalmologici Minores, published by Justus Radius in 1830; yet most fully and thoroughly in the 2nd (and 3rd) edition of my essay On the Principle of Sufficient Reason, § 21. Therefore on this important subject I refer to these works, so as not to extend unduly the present exposition.” E fá-lo muito bem!

NADA MAIS FALSO: “Physiologically it rests upon the fact that in the organs of the nobler senses, thus in sight and hearing, the nerves which have to receive the specific outward impression are quite insusceptible to any sensation of pain, and know no other sensation than that which is specifically peculiar to them, and which serves the purpose of mere apprehension.”

Even with the brain this is the case, for if it is cut into directly, thus from above, it has no feeling. Thus only on account of this indifference with regard to the will which is peculiar to them are the sensations of the eye capable of supplying the understanding with such multifarious and finely distinguished data, out of which it constructs in our head the marvellous objective world”

– Seu insensível!!!

– Ó, muito obrigado, madame!

SURDO É RETARDADO, CEGO NÃO: “Words are only imperfectly represented by visible signs; and therefore I doubt whether a deaf and dumb man, who can read, but has no idea of the sound of the words, works as quickly in thinking with the mere visible signs of conceptions as we do with the real, i.e., the audible words. If he cannot read, it is well known that he is almost like an irrational animal, while the man born blind is from the first a thoroughly rational being.”

How much the use of reason is bound up with speech we see in the case of the deaf and dumb, who, if they have learnt no kind of language, show scarcely more intelligence than the ourang-outang or the elephant.”

NOTHING WORST, REALLY: “Sight is an active, hearing a passive sense. Therefore sounds affect our mind in a disturbing and hostile manner, and indeed they do so the more in proportion as the mind is active and developed; they distract all thoughts and instantly destroy the power of thinking.” VIRE FUMO OU SE TORNE A PRÓPRIA BAGUNÇA.

Therefore the thinking mind lives at peace with the eye, but is always at war with the ear. This opposition of the two senses is also confirmed by the fact that if deaf and dumb persons are cured by galvanism they become deadly pale with terror at the first sounds they hear, while blind persons, on the contrary, who have been operated upon, behold with ecstasy the first light, and unwillingly allow the bandages to be put over their eyes again.”

But this whole opposition stands in direct conflict with that coloured-ether, drum-beating theory which is now everywhere unblushingly served up, and which seeks to degrade the eye’s sensation of light to a mechanical vibration, such as primarily that of hearing actually is, while nothing can be more different than the still, gentle effect of light and the alarm-drum of hearing.”

although we hear with two ears, the sensibility of which is often very different, yet we never hear a sound double, as we often see things double with our two eyes; we are led to the conjecture that the sensation of hearing does not arise in the labyrinth or in the cochlea, but deep in the brain where the two nerves of hearing meet, and thus the impression becomes simple.”

A luz do trovão gravada na retina.

the sun shone on all statues, but only the statue of Memnon gave forth a sound.” A maçã de Newton não era nem mais vermelha nem mais verde. Mas sua voz é a mais chata da galáxia!

A DIVINA COMÉDIA DOS TÍMPANOS (TO HELL AND FORTH): “Kant, Goethe, and Jean Paul were highly sensitive to every noise, as their biographers bear witness.”

SILÊNCIO NO TRIBUNAL DA MINHA CONSCIÊNCIA: “Goethe in his last years bought a house which had fallen into disrepair close to his own, simply in order that he might not have to endure the noise that would be made in repairing it. Thus it was in vain that in his youth he followed the drum in order to harden himself against noise. It is not a matter of custom.

PROFISSÃO: REPÓRTER: “On the other hand, the truly stoical indifference to noise of ordinary minds is astonishing. No noise disturbs them in their thinking, reading, writing, or other occupations, while the finer mind is rendered quite incapable by it. But just that which makes them so insensible to noise of every kind makes them also insensible to the beautiful in plastic art, and to deep thought or fine expression in literary art; in short, to all that does not touch their personal interests.”

Amostra grátis da morte.

It is always a good sign when an artist can be hindered by trifles from exercising his art. F—— used to stick his fingers into sulphur if he wished to play the piano. … Such things do not interfere with the average mind … it acts like a coarse sieve (Lichtenberg,¹ Vermischte Schriften, vol. I, p. 398).”

É sempre um bom sinal quando um artista pode ser interrompido e atrapalhado por ninharias em seu processo de criação artística. F. [identidade desconhecida!], sendo por demais sensível a sons, chegava ao extremo de ter de afundar seus dedos em ácido sulfúrico caso se sentisse compelido a tocar o piano e interromper seus afazeres. Esses sofrimentos de ordem delicada são incompreensíveis para a mente do “homem médio”, que filtra tais incômodos de forma tosca e obtusa, sem sequer neles reparar, ao passo que sente mortalmente os sofrimentos ásperos, que o artista sensível é capaz de suportar tranqüilamente.

¹ Físico e ensaísta (1742-1799). Parece valer a pena conferir tudo que ele deixou em seus diários, sem publicar, até morrer. Boas indicações: The Reflections of Lichtenberg, Swan Sonnenschein, 1908 (selected and translated by Norman Alliston) / Aphorisms, Penguin, 1990 (trans. with an introduction and notes by R.J. Hollingdale), reprinted as The Waste Books, 2000 / Philosophical Writings (trans. and ed. by Steven Tester), Albany: State University of New York Press, 2012. Não confundir com Lichtenberger, crítico acadêmico, jovem demais para Schopenhauer ter conhecido, embora nascido no séc. XIX, que escreveu sobre Nietzsche, Wagner, Goethe, o Nazismo, entre outros tópicos de interesse!

Se escuto cães ladrando por horas no jardim duma casa sem ninguém vir interrompê-los, sei exatamente o que pensar da capacidade intelectual dos moradores.”

Poderemos nos chamar de civilização somente quando nossos ouvidos puderem viver desprotegidos sem danos, quando não for mais <direito adquirido> de cada um perturbar a paz de consciência e a tranqüilidade de quem caminha na rua através de uma infinidade de sons como assovios, berros, relinchos, marteladas, o estalar de chicotes, latidos, etc., etc. (…) Algo mais sobre este assunto é dito no 13º capítulo do segundo volume do ParergaSim, amigo, eu me lembro muito bem! Quem estiver interessado (são passagens bem divertidas!), basta clicar em https://seclusao.art.blog/2017/05/30/o-pessimismo-de-arthur-schopenhauer/ e digitar Lichtenberg na busca (ctrl + F).

o piano de cores foi um dos erros mais absurdos da humanidade [uma aparente tentativa, no século XVIII, de produzir o que então se chamou de ‘música para os olhos’ ou ‘harmonia das cores’; insucesso que se estenderia, em outras tentativas individuais funestas, ao longo de todo o século XIX de Schopenhauer!]”

QUESTÃO DE PONTO DE VISTA (Expressar o mesmo em outras palavras)! “From the fact that we are able spontaneously to assign and determine the laws of relations in space without having recourse to experience, Plato concludes (Meno, p. 353, Bip.) that all learning is mere recollection. Kant, on the other hand, concludes that space is subjectively conditioned, and merely a form of the faculty of knowledge. How far, in this regard, does Kant stand above Plato!”

This dependence of all counting upon time is also betrayed by the fact that in all languages multiplication is expressed by time, thus by a time-concept: sexies, six fois, sex mal.”

We ask what o’clock it is; we investigate time, as if it were something quite objective. And what is this objective existence? Not the progress of the stars, or of the clocks, which merely serve to measure the course of time itself, but it is something different from all things, and yet, like them, independent of our will and knowledge.”

By degrees such unduly wide conceptions come to be used almost like algebraical symbols, and tossed about like them, and thus philosophy is reduced to a mere process of combination, a kind of reckoning which (like all calculations) employs and demands only the lower faculties. Indeed there finally results from this a mere juggling with words, of which the most shocking example is afforded us by the mind-destroying Hegelism, in which it is carried to the extent of pure nonsense.”

Why not earlier? And so far back indeed that one never gets down from it to the present, but is always marvelling that the present itself did not occur already millions of years ago.”

ORIGAMI NEVOENTA DO ENTE: “even in Aristotle (Metaph., 4:2) we find causes divided into 4 classes which are utterly falsely, and indeed crudely conceived.” “Now this table may be regarded at pleasure either as a collection of the eternal laws of the world, and therefore as the basis of our ontology, or as a chapter of the physiology of the brain, according as one assumes the realistic or the idealistic point of view; but the second is in the last instance right. [tabela comparativa de conceitos do esqueleto da metafísica ocidental das páginas 214 a 222]”

O erro de Hegel: superestimar Aristóteles.

O erro de Schopenhauer: subestimar Platão.

Não existe filósofo perfeito.

Só há uma Matéria, e todas as diferentes matérias são diferentes estados da Matéria. Enquanto unidade tal, ela é referida como Substância. O que causa diferentes estados da Matéria são acidentes.” Ou seja: substância é um termo inútil que devera ser abolido da Metafísica.

O Tempo pode ser percebido a priori, embora somente sob a forma de uma linha.”

24. O instante não tem duração; O ponto não tem extensão; O átomo não tem realidade (mas é a unidade de modelo mecânico).”

Shall we then believe that Kant silently appropriated such important thoughts of another man? and this from a book which at that time was new? Or that this book was unknown to him, and that the same thoughts sprang up in 2 minds within a short time? (…) But what are we to say if we find Kant’s most important and brilliant doctrine, that of the ideality of space and the merely phenomenal existence of the corporeal world, already expressed by Maupertuis 30 years earlier? This will be found more fully referred to in Frauenstädt’s letters on my philosophy, Letter 14.”

We are therefore obliged to assume that Laplace knew that Kantian doctrine. Certainly he expounds the matter more thoroughly, strikingly, and fully, and at the same time more simply than Kant, as is natural from his more profound astronomical knowledge; yet in the main it is to be found clearly expressed in Kant, and on account of the importance of the matter, would alone have been sufficient to make his name immortal. It cannot but disturb us very much if we find minds of the first order under suspicion of dishonesty, which would be a scandal to those of the lowest order. For we feel that theft is even more inexcusable in a rich man than in a poor one. We dare not, however, be silent; for here we are posterity, and must be just, as we hope that posterity will some day be just to us. Therefore, as a 3rd example, I will add to these cases that the fundamental thoughts of the Metamorphosis of Plants, by Goethe, were already expressed by Kaspar Wolff in 1764 in his Theory of Generation. Indeed, is it otherwise with the system of gravitation? The discovery of which is on the Continent of Europe always ascribed to Newton, while in England the learned at least know very well that it belongs to Robert Hooke, who in the year 1666, in a Communication to the Royal Society, expounds it quite distinctly, although only as an hypothesis and without proof. The principal passage of this communication is quoted in Dugald Stewart’s¹ Philosophy of the Human Mind, and is probably taken from Robert Hooke’s Posthumous Works. The history of the matter, and how Newton got into difficulty by it, is also to be found in the Biographie Universelle, article Newton. Hooke’s priority is treated as an established fact in a short history of astronomy, Quarterly Review, August, 1828. Further details on this subject are to be found in my Parerga, vol. 2, § 86 (2nd edition, § 88). The story of the fall of an apple is a fable as groundless as it is popular, and is quite without authority.”

¹ “I can only advise that not an hour should be wasted over the scribbling of this shallow writer.”

Now when we are considering matter only as regards its quantity, not its quality, this expression can only be mechanical, i.e., it can only consist in motion which it imparts to other matter. For only in motion does the force of matter become, so to speak, alive; hence the expression vis viva for the manifestation of force of matter in motion. (…) We must therefore compare one quantity of motion with the other, and then subtract the velocity from both, in order to see how much each of them owed to its mass.”

* * *

Their memory is therefore always dependent upon what is now actually present. Just on this account, however, this excites anew the sensation and the mood which the earlier phenomenon produced. Thus the dog recognises acquaintances, distinguishes friends from enemies, easily finds again the path it has once travelled, the houses it has once visited, and at the sight of a plate or a stick is at once put into the mood associated with them. All kinds of training depend upon the use of this perceptive memory and on the force of habit, which in the case of animals is specially strong. It is therefore just as different from human education as perception is from thinking.”

PERFUME DE MULHER: “when we visit a place where we once were in early childhood”

This is the nature of all the recollections of the brutes. We have only to add that in the case of the most sagacious this merely perceptive memory rises to a certain degree of phantasy, which again assists it, and by virtue of which, for example, the image of its absent master floats before the mind of the dog and excites a longing after him, so that when he remains away long it seeks for him everywhere.”

Between the brute and the external world there is nothing, but between us and the external world there is always our thought about it, which makes us often inapproachable to it, and it to us.” Um estranho morando numa rua estranha – e barulhenta – onde ninguém me conhece, ninguém pensa em mim exceto quando me vê chegar do trabalho ou descer à padaria para tomar meu café da manhã. Em resumo, uma folha seca no outono, de um pomar já pelado pelas agruras do tempo…

In this respect the dog stands to the man in the same relation as a glass goblet [taça] to a metal one, and this helps greatly to endear the dog so much to us, for it affords us great pleasure to see all those inclinations and emotions which we so often conceal displayed simply and openly in him.”

A vida como uma partida de pôquer.

On the 27th of August 1830 there was held at Morpeth, in England, a coroner’s inquest on the keeper, Baptist Bernhard, who was killed by his elephant. It appeared from the evidence that 2 years before he had offended the elephant grossly, and now, without any occasion, but on a favourable opportunity, the elephant had seized him and crushed him. (See the Spectator and other English papers of that day.)”

insight can only be obtained by the help of the faculty of judgment, from perception, which alone is complete and rich knowledge.”

if I read those modern philosophemes which move constantly in the widest abstractions, I am soon quite unable, in spite of all attention, to think almost anything more in connection with them; for I receive no material for thought, but am supposed to work with mere empty shells, which gives me a feeling like that which we experience when we try to throw very light bodies; the strength and also the exertion are there, but there is no object to receive them, so as to supply the other moment of motion. If any one wants to experience this let him read the writings of the disciples of Schelling, or still better of the Hegelians.”

MAYBE ANALYTICAL PHILOSOPHY IS JUST 100% BULLSHIT?Simple conceptions would necessarily be such as could not be broken up. Accordingly they could never be the subject of an analytical judgment. This I hold to be impossible, for if we think a conception we must also be able to give its content.” Nada se ganha descrevendo o gosto de um frango.

the more perfect grammar of the ancient languages renders a more artistic and more perfect construction of the thoughts and their connection possible. Thus a Greek or a Roman might perhaps content himself with his own language, but he who understands nothing but some single modern patois will soon betray this poverty in writing and speaking; for his thoughts, firmly bound to such narrow stereotyped forms, must appear awkward and monotonous. Genius certainly makes up for this as for everything else, for example in Shakespeare.”

The princely scholastic Pico de Mirandula already saw that reason is the faculty of abstract ideas, and understanding the faculty of ideas of perception in his book, De Imaginatione, ch. 11 (…) Spinoza also characterises reason quite correctly as the faculty of framing general conceptions (Eth. ii. Prop. 40, schol. 2). Such facts would not need to be mentioned if it were not for the tricks that have been played in the last 50 years by the whole of the philosophasters of Germany with the conception reason.

PRELÚDIO A O ANTICRISTO: “Having become accessible to thought, he is at once exposed to error. But every error must sooner or later do harm, and the greater the error the greater the harm it will do. The individual error must be atoned for by him who cherishes it, and often he has to pay dearly for it. And the same thing holds good on a large scale of the common errors of whole nations. Therefore it cannot too often be repeated that every error wherever we meet it, is to be pursued and rooted out as an enemy of mankind, and that there can be no such thing as privileged or sanctioned error. The thinker ought to attack it, even if humanity should cry out with pain, like a sick man whose ulcer the physician touches. (…) For example, we can accustom them to approach this or that idol with holy dread, and at the mention of its name to prostrate in the dust not only their bodies but their whole spirit; to sacrifice their property and their lives willingly to words, to names, to the defence of the strangest whims (…) to renounce all animal food, as in Hindustan, or to devour still warm and quivering pieces, cut from the living animal, as in Abyssinia; to eat men, as in New Zealand, or to sacrifice their children to Moloch [Isso deveria ocorrer com alguma freqüência ao redor de todo o mundo, não ser típico de uma região ou interdito em outras!]; to castrate themselves; to fling themselves voluntarily on the funeral pires of the dead—in a word, to do anything we please. Hence the Crusades, the extravagances of fanatical sects; hence Chiliasts and Flagellants, persecutions, autos da fé, and all that is offered by the long register of human perversities.” “The tragical side of error lies in the practical, the comical is reserved for the theoretical.”

SÓ SEI QUE NADA (ESPERO DE) SEI(TAS): “if we could firmly persuade 3 men that the sun is not the cause of daylight, we might hope to see it soon established as the general conviction.”

In Germany it was possible to proclaim as the greatest philosopher of all ages Hegel, a repulsive, mindless charlatan, an unparalleled scribbler of nonsense, and for 20 years many thousands have believed it stubbornly and firmly; and indeed, outside Germany, the Danish Academy entered the lists against myself for his fame, and sought to have him regarded as a summus philosophus. (Upon this see the preface to my Grundproblemen der Ethik.) These, then, are the disadvantages which, on account of the rarity of judgment, attach to the existence of reason. We must add to them the possibility of madness. The brutes do not go mad, although the carnivora are subject to fury, and the ruminants to a sort of delirium.” Imagino que hoje a psicologia animal refute este dado.

* * *

Books impart only secondary ideas.¹ Mere conceptions of a thing without perception give only a general knowledge of it.”

¹ Não sei se o termo mais apropriado seria indirect ideas

while almost every one is capable of comparing conceptions with conceptions, to compare conceptions with perceptions is a gift of the select few.”

All original thinking takes place in images, and this is why imagination is so necessary an instrument of thought, and minds that lack imagination will never accomplish much, unless it be in mathematics. On the other hand, merely abstract thoughts, which have no kernel of perception, are like cloud-structures, without reality. Even writing and speaking, whether didactic or poetical, has for its final aim to guide the reader to the same concrete knowledge from which the author started; if it has not this aim it is bad.”

Upon this depends the infinite superiority of genius to learning; they stand to each other as the text of an ancient classic to its commentary.” “the knowledge of genius consists in the apprehension of the (Platonic) Ideas of things”

Another may know by heart all the 300 maxims of Gracian, but this will not save him from stupid mistakes and misconceptions if he lacks that intuitive knowledge. For all abstract knowledge affords us primarily mere general principles and rules; but the particular case is almost never to be carried out exactly according to the rule; then the rule itself has to be presented to us at the right time by the memory, which seldom punctually happens; then the propositio minor has to be formed out of the present case, and finally the conclusion drawn. Before all this is done the opportunity has generally turned its back upon us, and then those excellent principles and rules serve at the most to enable us to measure the magnitude of the error we have committed. Certainly with time we gain in this way experience and practice, which slowly grows to knowledge of the world, and thus, in connection with this, the abstract rules may certainly become fruitful.”

Natural understanding can take the place of almost every degree of culture, but no culture can take the place of natural understanding.” “One case in his own experience teaches him more than many a scholar is taught by 1,000 cases which he knows, but does not, properly speaking, understand.”

If now this perceptive knowledge is very scanty, such a mind is like a bank with liabilities tenfold in excess of its cash reserve, whereby in the end it becomes bankrupt. Therefore, while the right apprehension of the perceptible world has impressed the stamp of insight and wisdom on the brow of many an unlearned man, the face of many a scholar bears no other trace of his much study than that of exhaustion and weariness from excessive and forced straining of the memory in the unnatural accumulation of dead conceptions.” “At any rate the constant streaming in of the thoughts of others must confine and suppress our own, and indeed in the long run paralyse the power of thought if it has not that high degree of elasticity which is able to withstand that unnatural stream.” Como se não fosse o bastante a configuração atual do conhecimento impossibilitar gênios, há ainda uma espécie de processo seletivo entre os pensadores mais talentosos – aquele que apesar de todas as leituras que precisa realizar no século XXI se destacar como um grande pensador em Filosofia Continental é realmente um campeão dos campeões, o ápice da ‘cadeia acadêmico-alimentar’.

SUN-BOOK: “blinded by the light of books.”

ceaseless reading and study directly injures the mind—the more so that completeness and constant connection of the system of our own thought and knowledge must pay the penalty if we so often arbitrarily interrupt it in order to gain room for a line of thought entirely strange to us. To banish my own thought in order to make room for that of a book¹ would seem to me like what Shakespeare censures in the tourists of his time, that they sold their own land to see that of others.”

¹ Ou isso ou Schopenhauer sofria de algum tipo de irritabilidade acentuada ou burn-out que tornara improfícua sua tentativa de continuar sua instrução. Um veloz fluxo de idéias, obsessive e irrequieto, ansioso e ininterrupto, que tornava qualquer leitura desprazerosa a partir de certo ponto, dada a necessidade de processar, refletir e comentar o input de nova informação. Nada muito diferente do que eu mesmo sinto. Doravante, ele se via compelido, no fim da vida, decerto, muito mais a escrever do que a ler; e provavelmente se dedicava a hobbies “inofensivos” como ouvir música e passear, nos intervalos de produção intelectual. Mas todo o seu Sistema já estava sedimentado. A autocrítica, na hipótese de deparar-se com algo realmente interessante ou importante na literatura àquela altura de sua vida, já estaria impossibilitada. Outro claro sinal de que o que ele diz é no mínimo válido para algumas mentalidades: os piores livros só consigo terminá-los se fizer demasiadas críticas e anotações intermitentes à leitura. Em grandes clássicos, quase não sinto vontade de acrescentar nada. Eis o dilema: O Mundo como Vontade e Representação poderia ainda ser um clássico, haja vista que já o comentei tanto?!

In order to have thoughts they must read something” Ou apenas para ter pensamentos sadios de novo, tomados por uma neurose ou depressão incuráveis (caso clássico: Sade).

Indeed it is dangerous to read about a subject before we have thought about it ourselves. For along with the new material the old point of view and treatment of it creeps into the mind, all the more so as laziness and apathy counsel us to accept what has already been thought, and allow it to pass for truth.” No que é que já não pensamos de antemão nessa vida?

Now they regard reading as their work and special calling, and therefore they gorge themselves with it, beyond what they can digest. Then reading no longer plays the part of the mere initiator of thought, but takes its place altogether; for they think of the subject just as long as they are reading about it, thus with the mind of another, not with their own.”

The man of thought is so because such things [playing cards, gossip] have no interest for him. He is interested only in his problems, with which therefore he is always occupied, by himself and without a book.”

On the other hand, the compulsory exertion of a mind in studies for which it is not qualified, or when it has become tired, or in general too continuously and invita Minerva, dulls the brain, just as reading by moonlight dulls the eyes. This is especially the case with the straining of the immature brain in the earlier years of childhood. I believe that the learning of Latin and Greek grammar from the 6th to the 12th year lays the foundation of the subsequent stupidity of most scholars.” Ufa! Tive uma infância-adolescência bem normal. O Luan, não. Quem lê Kant no ensino médio? Agora falando sério, este final de parágrafo contradiz Sch. mais acima: que o latim e o grego são as melhores línguas para expressar conceitos. Porém, entende-se que Sch. está apenas sendo azedo como se deve com os filisteus!

the really characteristic and original views of which a gifted individual is capable, and the working up, development, and manifold application of which is the material of all his works, even if written much later, can arise in him only up to the 35th or at the latest the 40th year of his life, and are really the result of combinations he has made in his early youth.”

at last, after the 42nd year, the venous system obtains the upper hand, as Cabanis has admirably and instructively explained.” Deve ser interessante envelhecer…

PRIMAVERA CEREBRAL: “Therefore the years between 20 and 30 and the first few years after 30 are for the intellect what May¹ is for the trees” A partir do ano que vem, pra mim, só com Jesus na causa!

¹ Setembro/outubro em nosso caso.

He may by reflection make clearer what he has apprehended; he may yet acquire much knowledge as nourishment for the fruit which has once set; he may extend his views, correct his conceptions and judgments, it may be only through endless combinations that he becomes completely master of the materials he has gained; indeed he will generally produce his best works much later, as the greatest heat begins with the decline of the day, but he can no longer hope for new original knowledge from the one living fountain of perception.”

Conceptions are certainly the material of philosophy, but only as marble is the material of the sculptor. It is not to work out of them but in them; that is to say, it is to deposit its results in them, but not to start from them as what is given. Whoever wishes to see a glaring example of such a false procedure from mere conceptions may look at the Institutio Theologica of Proclus in order to convince himself of the vanity of that whole method. These abstractions such as unum, multa, bonum, producens et productum, sibi sufficiens, causa, melius, mobile, immobile, motum, &c., are indiscriminately collected, but the perceptions to which alone they owe their origin and content ignored and contemptuously disregarded. A theology is then constructed from these conceptions, but its goal, the teos, is kept concealed.”

At all times we find persons, like this theologian Schleiermacher, who is too fond of philosophising, famous while they are alive, afterwards soon forgotten. My advice is rather to read those whose fate has been the opposite of this, for time is short and valuable.”

A science constructed from the mere comparison of conceptions, that is, from general principles, could only be certain if all its principles were synthetical a priori, as is the case in mathematics: for only such admit of no exceptions. If, on the other hand, the principles have any empirical content, we must keep this constantly at hand, to control the general principles. For no truths which are in any way drawn from experience are ever unconditionally true. They have therefore only an approximately universal validity”

Yet even Plato himself has very frequently permitted such mere abstract reasoning; and Proclus, as we have already mentioned, has, after the manner of all imitators, carried this fault of his model much further. Dionysius the Areopagite, De Divinis Nominibus, is also strongly affected with this. But even in the fragments of the Eleatic Melissus we already find distinct examples of such mere abstract reasoning”

But a perfect gem of philosophical mere abstract reasoning passing into decided sophistication is the following reasoning of the Platonist, Maximus of Tyre, which I shall quote, as it is short: <Every injustice is the taking away of a good. There is no other good than virtue: but virtue cannot be taken away: thus it is not possible that the virtuous can suffer injustice from the wicked. It now remains either that no injustice can be suffered, or that it is suffered by the wicked from the wicked. But the wicked man possesses no good at all, for only virtue is a good; therefore none can be taken from him. Thus he also can suffer no injustice. Thus injustice is an impossible thing.>

To infer is easy, to judge is difficult. False inferences are rare, false judgments are always the order of the day.” “In most men the faculty of judgment is only nominally present; it is a kind of irony that it is reckoned with the normal faculties of the mind, instead of being only attributed to the monstris per excessum.”

While each one would be ashamed to go about in a borrowed coat, hat, or mantle, they all have nothing but borrowed opinions, which they eagerly collect wherever they can find them, and then strut about giving them out as their own. Others borrow them again from them and do the same thing. This explains the rapid and wide spread of errors, and also the fame of what is bad; for the professional purveyors of opinion, such as journalists and the like, give as a rule only false wares, as those who hire out masquerading dresses give only false jewels.”

* * *

The problem of the origin, which is everywhere the same, and hence of the peculiar significance of laughter, was already known to Cicero, but only to be at once dismissed as insoluble (De Orat., ii. 58).” “Platner, in his Anthropology, §894, has collected the opinions of the philosophers from Hume to Kant who have attempted an explanation of this phenomenon peculiar to human nature. Kant’s and Jean Paul’s theories of the ludicrous are well known. I regard it as unnecessary to prove their incorrectness, for whoever tries to refer given cases of the ludicrous to them will in the great majority of instances be at once convinced of their insufficiency.”

The audience in a theatre in Paris once called for the Marseillaise to be played, and as this was not done, began shrieking and howling, so that at last a commissary of police in uniform came upon the stage and explained that it was not allowed that anything should be given in the theatre except what was in the playbill [cartaz]. Upon this a voice cried: <Et vous, Monsieur, êtes-vous aussi sur l’affiche?>—a hit which was received with universal laughter.”

Of this kind is also the well-known anecdote of the actor Unzelmann. In the Berlin theatre he was strictly forbidden to improvise. Soon afterwards he had to appear on the stage on horseback, and just as he came on the stage the horse dunged, at which the audience began to laugh, but laughed much more when Unzelmann said to the horse: <What are you doing? Don’t you know we are forbidden to improvise?>

On account of the want of reason, thus of general conceptions, the brute is incapable of laughter, as of speech. This is therefore a prerogative and characteristic mark of man. Yet it may be remarked in passing that his one friend the dog has an analogous characteristic action peculiar to him alone in distinction from all other brutes, the very expressive, kindly, and thoroughly honest fawning and wagging of its tail. But how favourably does this salutation given him by nature compare with the bows and simpering civilities of men! At least for the present, it is a thousand times more reliable than their assurance of inward friendship and devotion.”

the transition from profound seriousness to laughter is so easy, and can be effected by trifles. For the more perfect that agreement assumed by seriousness may seem to be, the more easily is it destroyed by the unexpected discovery of even a slight incongruity. Therefore the more a man is capable of entire seriousness, the more heartily can he laugh.”

Men whose laughter is always affected and forced are intellectually and morally of little worth; and in general the way of laughing, and, on the other hand, the occasions of it, are very characteristic of the person.”

Irony is objective, that is, intended for another; but humour is subjective, that is, it primarily exists only for one’s own self. Accordingly we find the masterpieces of irony among the ancients, but those of humour among the moderns.”

* * *

Logic, Dialectic and Rhetoric go together, because they make up the whole of a technic of reason, and under this title they ought also to be taught—Logic as the technic of our own thinking, Dialectic of disputing with others, and Rhetoric of speaking to many (concionatio); thus corresponding to the singular, dual, and plural, and to the monologue, the dialogue and the panegyric.” “for the technical rules of disputation, eristics, very little has hitherto been accomplished. I have worked out an attempt of the kind, and given an example of it, in the second volume of the Parerga, therefore I shall pass over the exposition of this science altogether here.

Rutilius Lupus, the epitomiser of a later Gorgias.”

although they are of great theoretical interest, they are of little practical use; partly because, though they certainly give the rule, they do not give the case of its application (…) Thus they teach only what every one already knows and practises of his own accord”

PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO (Lógica Pura): “Every predicate can either be affirmed or denied of very subject.” Uma sentença é verdadeira – ou então seu contrário o é. Subtipo do simples e fundamental princípio da não-contradição. “the feeling of contradiction” como prova.

PRINCÍPIO DA RAZÃO SUFICIENTE (Ser-no-Mundo): A enunciação de uma verdade depende do fenômeno e da consciência (mundo exterior). “From this it is easy to see that one truth can never overthrow another, but all must ultimately agree; because in the concrete or perceptible, which is their common foundation, no contradiction is possible.” “This second law of thought is therefore the connecting link between logic and what is no longer logic, but the matter of thought.” “Therefore all judging consists in the use of a verb, and vice versa.”

To speak of the bodies so directly appears to them [os filósofos contemporâneos] too vulgar; and therefore they say <being>, which they think sounds better”

CAETANISMOS: “Thus zwar [é verdade] (the contracted <es ist wahr> [isso é verdadeiro]) seems to belong exclusively to the German language. It is always connected with an aber which follows or is added in thought, as if is connected with then.”

<Immanuel Kant> signifies logically, <all Immanuel Kant>.”

* * *

An inference is that operation of our reason by virtue of which, through the comparison of two judgments a third judgment arises, without the assistance of any knowledge otherwise obtained. The condition of this is that these two judgments have one conception in common, for otherwise they are foreign to each other and have no community. But under this condition they become the father and mother of a child that contains in itself something of both. Moreover, this operation is no arbitrary act, but an act of the reason, which, when it has considered such judgments, performs it of itself according to its own laws. So far it is objective, not subjective, and therefore subject to the strictest rules.” “He knew it only implicite, now he knows it explicite

In reality the premisses assumed from without, both for theoretical insight and for motives, which bring about resolves, often lie for a long time in us, and become, partly through half-conscious, and even inarticulate, processes of thought, compared with the rest of our stock of knowledge, reflected upon, and, as it were, shaken up together, till at last the right major finds the right minor, and these immediately take up their proper places, and at once the conclusion exists as a light that has suddenly arisen for us, without any action on our part, as if it were an inspiration; for we cannot comprehend how we and others have so long been in ignorance of it. It is true that in a happily organised mind this process goes on more quickly and easily than in ordinary minds; and just because it is carried on spontaneously and without distinct consciousness it cannot be learned.”

The voltaic pile may be regarded as a sensible image of the syllogism. Its point of indifference, at the centre, represents the middle, which holds together the 2 premisses, and by virtue of which they have the power of yielding a conclusion. The 2 different conceptions, on the other hand, which are really what is to be compared, are represented by the 2 opposite poles of the pile. Only because these are brought together by means of their 2 conducting wires, which represent the copulas of the 2 judgments, is the spark emitted upon their contact—the new light of the conclusion.”

in general, eloquence is more the gift of nature than the work of art; yet here, also, art will support nature.”

RESUMO DA MAIÊUTICA: “Therefore we ought rather to keep the conclusion completely concealed, and only advance the premisses distinctly, fully, and in different lights.”

A VIRTUDE PODE SER ENSINADA? “In difficult cases we may even assume the air of desiring to arrive at a quite opposite conclusion from that which we really have in view. An example of this is the famous speech of Antony in Shakspeare’s Julius Cæsar.” Uma das poucas peças de Sh. que me falta ler!

In defending a thing many persons err by confidently advancing everything imaginable that can be said for it, mixing up together what is true, half true, and merely plausible. But the false is soon recognised, or at any rate felt, and throws suspicion also upon the cogent and true arguments which were brought forward along with it.”

The Chinese go, perhaps, too far the other way, for they have the saying: <He who is eloquent and has a sharp tongue may always leave half of a sentence unspoken; and he who has right on his side may confidently yield three-tenths of his assertion.>

A proposition of immediate certainty is an axiom. Only the fundamental principles of logic, and those of mathematics drawn a priori from intuition or perception, and finally also the law of causality, have immediate certainty. A proposition of indirect certainty is a maxim,¹ and that by means of which it obtains its certainty is the proof. If immediate certainty is attributed to a proposition which has no such certainty, this is a petitio principii. If a proposition has absolute universality [mediata imediatizada pelo <consenso>], the perception to which it appeals is not empirical but a priori.”

¹ Protótipo de “maximista” nas humanidades: La Rochefoucauld.

O Um será sempre atacado de mais de dois lados.

Cimento é duro mas demora a secar. Quanto mais concreto e granítico é o pensamento, mais cimentado a longo prazo ele é (demora mais a solidificar, permanece por mais tempo sem desgaste no uso comum dos homens).

MAS É LÓGICO!

Indução analítica

Dedução sintética

Expansão ao absurdo

Ab and 1 4 v1d4

Redução ao claro

Carbonoriginal

Realidade virtual

Sucção centrífuga

Certainly the analytical method consists in referring what is given to an admitted principle; the synthetical method, on the contrary, in deduction from such a principle[Lei, axioma, prova, máxima, princípio, prova, consenso, hipótese, a depender do grau de qualidade atingido pelo formulador da proposição, aferição variável no tempo. Contradições lógicas (erros grosseiros) se autorrefutam, sem necessidade de prova; ciências bem-estabelecidas, que já amealharam axiomas e técnicas seguras para o estabelecimento de uma série de provas, exigem o método analítico e condenam o método sintético. Por outro lado, nenhuma ciência se estabeleceu sem grandes riscos em seu início, porque grandes resultados e descobertas exigem afirmações com grau de certeza reduzido, cujo teste de validade pode demorar mais ou menos tempo, mas não é imediato.]. The analytical method proceeds from the facts; [from] the particular, to the principle or rule; [from] the universal, or from the consequents to the reasons; the other conversely [FÁBRICA DOS FATOS – mas discordo que a análise venha do particular para a regra, sendo o contrário! No início de uma ciência, uma impressão particular não é um fato. Ou seja, o particular que gera uma regra já não é um particular, mas um fato.]. Therefore it would be much more correct to call them the inductive and the deductive methods, for the customary names are unsuitable and do not fully express the things. [O mais irônico é que Sherlock Holmes – ou bons detetives! – não deduz, ou pelo menos não deveria: ele apenas induz (pelas pistas) para <resolver o caso>! Certamente homens como Licurgo e Jesus Cristo, a despeito do que todos pensam, foram caracteres dedutivos.]

[¹ A teoria tem de estar “pronta” ou a análise fracassará. Século XX in a nutshell? Para ser exitoso no método sintético, é preciso ser um Kant. Mas os cabeças-pequenas que abundam usarão pressupostos errados e deduzirão cegamente, em ambas as mãos errarão, indiscriminadamente, sem que haja “rota mais fácil” ou “caminho mais curto”. O Saussure, o Baudrillard de sua geração saberá aproveitar migalhas do pão dormido ou iniciar a refundação de algo no vazio. Seria perda de tempo se questionar binariamente sobre isso. Há quem consiga extrair 120% de 12%, há quem consiga anular qualquer fração ou centésimo! Há quem consiga alimentar e adornar o que já é rico e abundante, e quem enfeia, com bigodes de mau gosto, qualquer Mona Lisa finalizada. Há quem salve torres inclinadas e perdidas, com puxadinhos de gênio; e quem consiga até piorar rabiscos de crianças remelentas enfezadas…]

If a philosopher tries to begin by thinking out the methods in accordance with which he will philosophise, he is like a poet who first writes a system of æsthetics in order to poetise in accordance with it. Both of them may be compared to a man who first sings himself a tune and afterwards dances to it. The thinking mind must find its way from original tendency. Rule and application, method and achievement, must, like matter and form, be inseparable. But after we have reached the goal we may consider the path we have followed. Æsthetics and methodology are, from their nature, younger than poetry and philosophy; as grammar is younger than language, thorough bass [baixo contínuo] younger than music, and logic younger than thought.” Deus é o método e a estética antes da ciência e do belo. É a boca sábia que entoará todos os poemas da História… É Kant antes do lunático que se estrepa e cai no fosso… É um Newton (Oldton) precoce e bizarro que fala em aceleração antes de pomares, precipícios, e aliás, pecado original (A Queda)… É um metal extremo antes de Woodstock. Uma Madonna antes de da Vinci. Um filho do Átomo antes de Rutherford, Niels Bohr ou mesmo Demócrito! Sou eu descobrindo aos 17 anos que não deveria cursar Ciências Sociais, antes mesmo de pensar em desistir de Jornalismo… Enfim, se o Deus cristão ainda fosse honesto como os fundadores do credo, talvez decretasse Moratória. Mas, se seguirmos a lógica, deixaremos de ser homens antes de acabarmos como espécie…

SOBRE O FIM DA METAFÍSICA OCIDENTAL: É possível induzir que chegamos ao esgotamento das possibilidades do nosso sistema de pensamento lógico-filosófico; sem no entanto ter nenhuma resposta – dedutiva – para o problema… Vanguardas artísticas estão no limbo entre deduções e induções convenientes… Sentem na pele a mudança e o novo… Um grande <e se…> perfeitamente ajuizado… Se fosse preciso compará-los a empresários: são necessariamente aqueles que só querem apostar nas ações que provavelmente mais desvalorizariam… Um método pragmático deliberadamente invertido, muito diferente do caos e da contingência puros e simples… É como que absurdo <sonhar em> tornar-se um <inventor>, quando o <sonhar> não é só um sinônimo mais vago para algum forte tipo de indução inata

Princípios sobre princípios sobre princípios até que se chegue a um fim, perchance.

Na verdade, a roda nunca foi inventada – desde que se o assuma inocentemente, é sempre possível (e necessário) reinventá-la sempre.

There is no such thing as wheel to live!

That Latin has ceased to be the language of all scientific investigations has the disadvantage that there is no longer an immediately common scientific literature for the whole of Europe, but national literatures. And thus every scholar is primarily limited to a much smaller public, and moreover to a public hampered with national points of view and prejudices. Then he must now learn the 4 principal European languages, as well as the 2 ancient languages. In this it will be a great assistance to him that the termini technici of all sciences (with the exception of mineralogy) are, as an inheritance from our predecessors, Latin or Greek. (…) Only the Germans have hit upon the unfortunate idea of wishing to Germanise the termini technici of all the sciences. This has two great disadvantages. First, the foreign and also the German scholar is obliged to learn all the technical terms of his science twice, which, when there are many—for example, in Anatomy—is an incredibly tiresome and lengthy business. If the other nations were not in this respect wiser than the Germans, we would have the trouble of learning every terminus technicus 5 times. If the Germans carry this further, foreign men of learning will leave their books altogether unread; for besides this fault they are for the most part too diffuse, and are written in a careless, bad, and often affected and objectionable style, and besides are generally conceived with a rude disregard of the reader and his requirements.”

What an ugly, harsh-sounding word, for instance, is Stickstoff instead of azot! Verbum, substantiv, adjectiv are remembered and distinguished more easily than Zeitwort, Nennwort, Beiwort, or even Umstandswort instead of adverbium. In Anatomy it is quite unsupportable, and moreover vulgar and low. Even Pulsader and Blutader are more exposed to momentary confusion than Arterie and Vene; but utterly bewildering are such expressions as Fruchthälter, Fruchtgang, and Fruchtleiter instead of uterus, vagina, and tuba Faloppii, which yet every doctor must know, and which he will find sufficient in all European languages. In the same way Speiche and Ellenbogenröhre instead of radius and ulna, which all Europe has understood for thousands of years. Wherefore then this clumsy, confusing, drawling, and awkward Germanising? Not less objectionable is the translation of the technical term in Logic, in which our gifted professors of philosophy are the creators of a new terminology, and almost every one of them has his own. With G.E. Schulze, for example, the subject is called Grundbegriff, the predicate Beilegungsbegriff; then there are Beilegungsschlüsse, Voraussetzungsschlüsse, and Entgegensetzungsschlüsse; the judgments have Grösse, Beschaffenheit, Verhältniss, and Zuverlässigkeit, i.e., quantity, quality, relation, and modality.” Speisebrei instead of chime seems to refer to the food of little children, and Lungensack instead of pleura, and Herzbeutel instead of pericardium seem to have been invented by butchers rather than anatomists.”

Besides this, the most immediate necessity of learning the ancient languages depends upon the old termini technici, and they are more and more in danger of being neglected through the use of living languages in learned investigations. But if it comes to this, if the spirit of the ancients bound up with their languages disappears from a liberal education, then coarseness, insipidity, and vulgarity will take possession of the whole of literature. For the works of the ancients are the pole-star of every artistic or literary effort; if it sets they are lost. Even now we can observe from the miserable and puerile style of most writers that they have never written Latin. A principal use of the study of the ancients is that it preserves us from verbosity; for the ancients always take pains to write concisely and pregnantly, and the error of almost all moderns is verbosity, which the most recent try to make up for by suppressing syllables and letters. Therefore we ought to pursue the study of the ancients all our life, although reducing the time devoted to it. The ancients knew that we ought not to write as we speak. The moderns, on the other hand, are not even ashamed to print lectures they have delivered. The study of the classical authors is very properly called the study of Humanity, for through it the student first becomes a man again, for he enters into the world which was still free from all the absurdities of the Middle Ages and of romanticism, which afterwards penetrated so deeply into mankind in Europe that even now every one comes into the world covered with it, and has first to strip it off simply to become a man again. Think not that your modern wisdom can ever supply the place of that initiation into manhood; ye are not, like the Greeks and Romans, born freemen, unfettered sons of nature. Ye are first the sons and heirs of the barbarous Middle Ages and of their madness, of infamous priestcraft, and of half-brutal, half-childish chivalry. Though both now gradually approach their end, yet ye cannot yet stand on your own feet. Without the school of the ancients your literature will degenerate into vulgar gossip and dull philistinism. Thus for all these reasons it is my well-intended counsel that an end be put at once to the Germanising mania condemned above.”

instead of Untersuchung is written Untersuch, nay, even instead of allmälig, mälig; instead of beinahe, nahe; instead of beständig, ständig. If a Frenchman took upon himself to write près instead of presque, or if an Englishman wrote most instead of almost, they would be laughed at by every one as fools; but in Germany whoever does this sort of thing passes for a man of originality. Chemists already write löslich and unlöslich instead of unauflöslich, and if the grammarians do not rap them over the knuckles they will rob the language of a valuable word. Knots, shoe-strings, and also conglomerates of which the cement is softened, and all analogous things are löslich (can be loosed); but what is auflöslich (soluble), on the other hand, is whatever vanishes in a liquid, like salt in water. Auflösen (to dissolve) is the terminus ad hoc, which says this and nothing else, marking out a definite conception; but our acute improvers of the language wish to empty it into the general rinsing-pan lösen (to loosen); they would therefore in consistency be obliged to make lösen also take the place everywhere of ablösen (to relieve, used of guards), auslösen (to release), einlösen (to redeem), &c., and in these, as in the former case, deprive the language of definiteness of expression. But to make the language poorer by a word means to make the thought of the nation poorer by a conception. Yet this is the tendency of the united efforts of almost all our writers of books for the last 10 or 20 years. For what I have shown here by one example can be supported by 100 others, and the meanest stinting of syllables prevails like a disease. The miserable wretches actually count the letters, and do not hesitate to mutilate a word, or to use one in a false sense, whenever by doing so they can gain 2 letters. He who is capable of no new thoughts will at least bring new words to market, and every ink-slinger regards it as his vocation to improve the language. Journalists practise this most shamelessly; and since their papers, on account of the trivial nature of their contents, have the largest public, indeed a public which for the most part reads nothing else, a great danger threatens the language through them. I therefore seriously advise that they should be subjected to an orthographical censorship, or that they should be made to pay a fine for every unusual or mutilated word; for what could be more improper than that changes of language should proceed from the lowest branch of literature? Language, especially a relatively speaking original language like German, is the most valuable inheritance of a nation, and it is also an exceedingly complicated work of art, easily injured, and which cannot again be restored, therefore a noli me tangere. Other nations have felt this, and have shown great piety towards their languages, although far less complete than German. Therefore the language of Dante and Petrarch differs only in trifles from that of today; Montaigne is still quite readable, and so also is Shakespeare in his oldest editions. For a German indeed it is good to have somewhat long words in his mouth; for he thinks slowly, and they give him time to reflect. But this prevailing economy of language shows itself in yet more characteristic phenomena. For example, in opposition to all logic and grammar, they use the imperfect for the perfect and pluperfect; they often stick the auxiliary verb in their pocket; they use the ablative instead of the genitive; for the sake of omitting a couple of logical particles they make such intricate sentences that one has to read them 4 times over in order to get at the sense; for it is only the paper and not the reader’s time that they care to spare. In proper names, after the manner of Hottentots, they do not indicate the case either by inflection or article: the reader may guess it. But they are specially fond of contracting the double vowel and dropping the lengthening h, those letters sacred to prosody”

Em vez de Untersuchung (pesquisa, estudo, investigação), passaram a escrever Untersuch.¹ Mais que isso: no lugar de allmälig, agora escrevem mälig.² No lugar de beinahe (quase), nahe (perto). Beständig (remanescente, constante), para essa gente, virou ständig (idem). Se um francês resolvesse escrever près (perto) em vez de presque (quase), ou um inglês most (mais) no lugar de almost (quase), seriam ambos alvo de riso. Mas na Alemanha quem faz essas coisas ganha reputação de autêntico e original. Os químicos já escrevem löslich e unlöslich no lugar de unauflöslich. Se continuar assim e os gramáticos não derem um nessa <galera de jaleco>, vamos continuar a perder valiosas palavras e distinções.³ Tudo que puder ser afrouxado será tratado pelo mesmo adjetivo (nó, cadarço, até o cimento, que pode ser amolecido ou solto). O que pode se dissolver, por outro lado, termo importado da ciência internacional, perderá a especificação técnica. Culpa dos nossos <enriquecedores> do Alemão! Através desse expediente nefando, não será estranho se lösen também tomar o lugar de ablösen (liberar, transferir, etc.), auslösen (causar, desencadear), einlösen (redimir, honrar), etc. A língua se tornará de uma uniformidade boçal e estéril. E, lembre-se, tornar o idioma mais pobre num termo pode não se resumir a <empobrecer o povo em uma palavra>, mas empobrecer o povo num conceito inteiro. Em outras palavras, privar às pessoas o entendimento do conceito. E, tão graves quanto são as perspectivas, é acelerado e certeiro este processo de desmonte e achatamento: de 10 ou 20 anos para cá parece haver uma união de esforços dos escritores neste sentido. Cada exemplo meu poderia levar a 100 outros casos. Essas restrições e supressões silábicas espalham-se como verdadeiras doenças. Os desgraçados da imprensa são capazes de contar as letras, e mutilam palavras sem pensar, isso quando não passam a empregar arbitrariamente uma palavra no lugar de outra, desde que com isso ganhem dois caracteres. Não é preciso ser capaz de pensar novos pensamentos a fim de produzir neologismos, inclusive. Todo balançador de caneta imagina em seu íntimo que contribui dessa forma com a cultura e se sente um raríssimo vocacionado. Jornalistas são os mais despudorados; e como seus jornais, por serem o cúmulo da trivialidade em conteúdo, são os campeões de audiência, e ainda por cima possuem leitores exclusivos, que nada mais lêem na vida além do próprio jornal, cria-se através de seus métodos a mais terrível ameaça à língua. Eu aconselho com sinceridade que se submetam todos estes sujeitos dotados de responsabilidade pública à CENSURA ORTOGRÁFICA, ou que pelo menos os veículos ou profissionais paguem uma taxa ou multa a cada palavra mutilada e fora de contexto. Nada mais descabido que as mudanças lingüísticas procedam dos escalões mais baixos da literatura. Uma língua, especialmente uma relativamente original em sua formação como foi a alemã, é a herança mais valiosa de uma nação; não só isso, mas é por assim dizer uma obra de arte exuberantemente complicada, e frágil, pois fácil de ser violentada, violência esta que é irretratável e irreversível, portanto uma entidade sagrada à qual se aplica o princípio do noli me tangere. Outras nações sentiram esse baque, mas demonstraram muito maior compaixão por suas línguas. O idioma de Dante e Petrarca difere em bagatelas do italiano moderno; Montaigne é ainda bastante legível em seu francês arcaico, assim como Shakespeare nas suas mais antigas edições.”

¹ No Português, uma mudança ortográfica vulgarizadora análoga poderia ser: de investigação, termo “erudito”, para investigada (coloquial).

² Ambos os termos não estão mais dicionarizados (caíram em desuso).

³ Hoje, com efeito, löslich possui apenas o significado químico (in)solúvel, ao passo que auflöslich caiu em desuso. Para comparar com uma mudança em Português correlata que suprima afixos e morfemas mas mantenha a palavra na mesma ordem simbólica, poderíamos citar indissolúvel e insolúvel, onde o -dis- é facultativo. Curiosamente, no Português a semântica de (dis)solver também guarda relação com o ato de (des)atar, que associamos imediatamente a cadarço ou nó; mas, no caso, usamos o primeiro apenas para operações abstratas (resolver, solucionar um problema; quando muito, podemos desatar um nó górdio, figura de linguagem).

But since writing is the copy of speech, posterity will imagine that one ought to speak as one writes; and then of the German language there will only remain a narrow, mouth-distorting, jarring noise of consonants, and all prosody will be lost.”

The spelling Literatur instead of the correct Litteratur is also very much liked, because it saves a letter. In defence of this the participle of the verb linere is given as the root of the word. But linere means to smear [difamar]; therefore the favoured spelling might actually be correct for the greater part of German bookmaking; so that one could distinguish a very small Litteratur from a very extensive Literatur.” !!!

In order to write concisely let a man improve his style and shun all useless gossip and chatter, and then he will not need to cut out syllables and letters on account of the dearness of paper. But to write so many useless pages, useless sheets, useless books, and then to want to make up this waste of time and paper at the cost of the innocent syllables and letters—that is truly the superlative of what is called in English being penny wise and pound foolish.”

A fim de se escrever com concisão um homem deve melhorar seu estilo e drenar toda fofoca e tagarelice, o que dispensará cortes de sílabas e letras em virtude do custo do papel. Mas escrever tantas páginas inúteis, tantos artigos inúteis, tantos livros inúteis, e depois querer compensar o desperdício de matéria e de tempo às custas de sílabas e letras inocentes – isso é que é o superlativo do que na língua inglesa chamam de <being penny wise and pound foolish>: avaro com centavos e ninharias, extremamente perdulário no que realmente importa e é o olho da cara.”

It is to be regretted that there is no German Academy to take charge of the language against literary sans-culottism, [pedestrismo literário] especially in an age when even those who are ignorant of the ancient language venture to employ the press.”

As in music every particular period must correspond to the tonality to which thorough bass has advanced, so every author, in proportion to the line he follows, must bear the stamp of the philosophy which prevails in his time. But besides this, every science has also its special philosophy; and therefore we speak of the philosophy of botany, of zoology, of history, &c. By this we must reasonably understand nothing more than the chief results of each science itself, regarded and comprehended from the highest, that is the most general, point of view which is possible within that science. These general results connect themselves directly with general philosophy, for they supply it with important data, and relieve it from the labour of seeking these itself in the philosophically raw material of the special sciences.”

Goethe has afforded a beautiful example of the philosophy of zoology in his reflections on Dalton’s and Pander’s skeletons of rodents (Hefte zur Morphologie, 1824).”

FREUDÉDIPO: “Empirical sciences pursued purely for their own sake and without philosophical tendency are like a face without eyes. They are, however, a suitable occupation for men of good capacity who yet lack the highest faculties, which would even be a hindrance to minute investigations of such a kind.”

GERENTE-GERAL DA FIRMA: “the philosopher must survey all fields of knowledge, and indeed to a certain extent be at home in them; and thus that complete knowledge which can only be attained by the study of detail is necessarily denied him.” “the philosopher may be compared to the conductor, who must know the nature and use of every instrument, yet without being able to play them all, or even one of them, with great perfection.”

O ESPETÁCULO DA BOMBA DE AR: O especialista é como Penélope semi-viúva à espera, que cose só para descoser. Tanto faz seus dias, o que importa é Odisseu. Ele irá ligar os pontos e dar utilidade ao trabalho da carne, ao alfinete e ao vestido.

ESFERA, CÍRCULO E CONSCIÊNCIA

It surprises me that the 8th axiom is not rather attacked. <Figures which coincide with each other are equal to each other.>¹ For <coinciding with each other> is either a mere tautology or something purely empirical which does not belong to pure perception but to external sensuous experience. It presupposes that the figures may be moved; but only matter is movable in space. Therefore this appeal to coincidence leaves pure space—the one element of geometry—in order to pass over to what is material and empirical.

[¹ Refere-se aos Elementos de Euclides: de fato, ele não se expressou muito bem neste caso. Não se deve buscar erros metafísicos nisso, apenas ignorá-lo.]

The reputed motto of the Platonic lecture-room, of which mathematicians are so proud, was no doubt inspired by the fact that Plato regarded the geometrical figures as intermediate existences between the eternal Ideas and particular things, as Aristotle frequently mentions in his Metaphysics. Moreover, the opposition between those self-existent eternal forms, or Ideas, and the transitory individual things, was most easily made comprehensible in geometrical figures, and thereby laid the foundation of the doctrine of Ideas, which is the central point of the philosophy of Plato, and indeed his only serious and decided theoretical dogma.” Os dois últimos itálicos e o último negrito são as malversações ideais (a Idéia de malversação!) da “doutrina” platônica! Lembremos que Aristóteles não compreendeu Platão, então qualquer crítica à Idéia na Metafísica deve ser absolutamente olvidada.

In expounding it, therefore, he started from geometry. [Ele começou a vida com outros estudos prévios à filosofia, e entendeu que seus discípulos, ou os filósofos d’A República, também o deveriam, para não cometer o tipo de erro metafísico dos jovens…] In the same sense we are told that he regarded geometry as a preliminary exercise through which the mind of the pupil accustomed itself to deal with incorporeal objects, having hitherto in practical life had only to do with corporeal things.” Porém, círculos imaginados ou desenhos no papel tem muito mais a ver com rodas e távolas perfeitamente redondas que com a Idéia do círculo.

This, then, is the sense in which Plato recommended geometry to the philosopher; and therefore one is not justified in extending it further.¹ I rather recommend, as an investigation of the influence of mathematics upon our mental powers, and their value for scientific culture in general, a very thorough and learned discussion, in the form of a review of a book by Whewell in the Edinburgh Review of January 1836.²”

¹ Estudar os princípios da geometria, mas não se tornar um geômetra nem dedicar sua vida a especializar-se seriamente na área.

² Schopenhauer alude à importância da matemática para o cultivo da ciência exata em geral, fora do âmbito da filosofia (concorde com Platão). Portanto, sua recomendação de leitura se estende apenas a leigos em filosofia, i.e., a matemáticos. Ou, no máximo, a curiosos sobre a história da matemática em sentido lato ou a epistemólogos (hoje, uma especialização científico-filosófica no Ocidente). Mas eu tenho uma recomendação melhor: https://seclusao.art.blog/2019/12/26/historia-da-matematica-uma-visao-critica-desfazendo-mitos-e-lendas-tatiana-roque-2012-capitulo-7-o-seculo-xix-inventa-a-matematica-pura-ou-a-era-do/.

O Whewell acima ninguém mais é que o professor de lógica e matemática escocês W. Hammilton: “The conclusion the author arrives at is that the value of mathematics is only indirect, and lies in the application to ends which are only attainable through them; but in themselves mathematics leave the mind where they find it, and are by no means conducive to its general culture and development, nay, even a decided hindrance. This conclusion is not only proved by thorough dianoiological investigation¹ of the mathematical activity of the mind, but is also confirmed by a very learned accumulation of examples and authorities. The only direct use which is left to mathematics is that it can accustom restless and unsteady minds to fix their attention. Even Descartes, who was yet himself famous as a mathematician, held the same opinion with regard to mathematics.”

¹ Regras da arte de pensar

But the impossibility of the appearance of a thought without its sufficient occasion, even when there is the strongest desire to call it up, is proved by all the cases in which we weary ourselves in vain to recollect something, and go through the whole store of our thoughts in order to find any one that may be associated with the one we seek”

If we have read in a book of anecdotes, say, 50 anecdotes, and then have laid it aside, immediately afterwards we will sometimes be unable to recollect a single one of them. But if the occasion comes, or if a thought occurs to us which has any analogy with one of those anecdotes, it immediately comes back to us; and so with the whole 50 as opportunity offers. The same thing holds good of all that we read. Our immediate remembrance of words, that is, our remembrance of them without the assistance of mnemonic contrivances, and with it our whole faculty of speech, ultimately depends upon the direct association of thoughts. For the learning of language consists in this, that once for all we so connect a conception with a word that this word will always occur to us along with this conception, and this conception will always occur to us along with this word.”

We have afterwards to repeat the same process in learning every new language; yet if we learn a language for passive and not for active use—that is, to read, but not to speak, as, for example, most of us learn Greek—then the connection is one-sided, for the conception occurs to us along with the word, but the word does not always occur to us along with the conception. The same procedure as in language becomes apparent in the particular case, in the learning of every new proper name. But sometimes we do not trust ourselves to connect directly the name of this person, or town, river, mountain, plant, animal, &c., with the thought of each so firmly that it will call each of them up of itself; and then we assist ourselves mnemonically, and connect the image of the person or thing with any perceptible quality the name of which occurs in that of the person or thing. Yet this is only a temporary prop to lean on; later we let it drop, for the association of thoughts becomes an immediate support.”

The search of memory for a clue shows itself in a peculiar manner in the case of a dream which we have forgotten on awaking, for in this case we seek in vain for that which a few minutes before occupied our minds with the strength of the clearest present, but now has entirely disappeared.”

O PROBLEMA DE DAR AULAS OU FALAR EM UMA CONFERÊNCIA: “It depends upon the same impossibility of the appearance of a thought without its occasion that if we propose to do anything at a definite time, this can only take place if we either think of nothing else till then, or if at the determined time we are reminded of it by something, which may either be an external impression arranged beforehand [que tal uma simples anotação?] or a thought which is itself again brought about in the regular way.”

Every morning when we awake our consciousness is a tabula rasa, which, however, quickly fills itself again. (…) till all that occupied us yesterday is there again.”

sometimes we cannot recall in the morning a melody which the night before ran in our head till we were tired of it.” But sometimes it’s the opposite: we wake up listening in our heads to a melody that we are pretty sure we haven’t heard for months!

The whole process of our thought and purpose seldom lies on the surface, that is, consists in a combination of distinctly thought judgments; although we strive against this in order that we may be able to explain our thought to ourselves and others. But ordinarily it is in the obscure depths of the mind that the rumination of the materials received from without takes place, through which they are worked up into thoughts; and it goes on almost as unconsciously as the conversion of nourishment into the humours and substance of the body. Hence it is that we can often give no account of the origin of our deepest thoughts. They are the birth of our mysterious inner life. Judgments, thoughts, purposes, rise from out that deep unexpectedly and to our own surprise. A letter brings us unlooked-for and important news, in consequence of which our thoughts and motives are disordered; we get rid of the matter for the present, and think no more about it; but next day, or on the third or fourth day after, the whole situation sometimes stands distinctly before us, with what we have to do in the circumstances. Consciousness is the mere surface of our mind, of which, as of the earth, we do not know the inside, but only the crust.”

Our self-consciousness has not space but only time as its form, and therefore we do not think in 3 dimensions, as we perceive, but only in one, thus in a line, without breadth or depth. This is the source of the greatest of the essential imperfections of our intellect.” Alguém que não durma (K.) é alguém cuja linha reta do raciocínio e da consciência se tornou uma forca (uma corda que se torce sobre si mesma e asfixia nossa própria consciência).

In respect of this quality our intellect may be compared to a telescope with a very narrow field of vision; just because our consciousness is not stationary but fleeting.” “The thought which is vividly present to me now must after a little while have escaped me altogether; and if a good night’s sleep intervene, it may be that I shall never find it again, unless it is connected with my personal interests, that is, with my will

through long-continued reflection upon one subject our thinking also is gradually confused, becomes dull, and ends in complete stupor. Therefore after a certain time, which varies with the individual, we must for the present give up every meditation or deliberation which has had the fortune to remain undisturbed, but yet has not been brought to an end, even if it concerns a matter which is most important and pertinent to us; and we must dismiss from our consciousness the subject which interests us so much, however heavily our anxiety about it may weigh upon us, in order to occupy ourselves now with insignificant and indifferent things.” “If now we resume it again at another time, we approach it like a new thing, with which we become acquainted anew, although more quickly, and the agreeable or disagreeable impression of it is also produced anew upon our will.” “the same thing appears to us at different times, in the morning, in the evening, at mid-day, or on another day, often very different”

while we are occupied with plans which are great and general, we have to contend with the most trifling details and the cares of the moment. (…) In general, theoretical occupations of the mind unfit us for practical affairs, and vice versa.”

But what is to be expected of heads of which even the wisest is every night the scene of the strangest and most senseless dreams, and which has to take up its meditations again on awakening from these?” “Indeed it is really wonderful that we are not completely confused by the very heterogeneous mixture of ideas and fragments of thought of every kind which are constantly crossing each other in our minds, but are yet always able to see our way again and make everything agree together.” “at bottom it is the will that is spoken of whenever <I> appears in a judgment.”

Accordingly the knowledge even of the learned man exists only virtualiter as an acquired facility in calling up certain ideas; actualiter, on the other hand, it also is confined to one idea, and is only conscious of this one at a time.”

With a small quantity, but of good quality, one achieves more than with a very large quantity of bad quality.” Vide Abbé Faria!

Of most common occurrence is the falsifying of knowledge which is brought about by wishes and hopes, for they picture to us the scarcely possible as probable and well nigh certain, and make us almost incapable of comprehending what is opposed to it”

How little of all that we have done, experienced, learnt, or read, can we recall!”

the unconsciousness of plants still remains the foundation, and may be traced in the necessity for sleep”

The perfections possible to intellect are so opposed that they exclude each other. Therefore no man can be at once Plato and Aristotle, or Shakespeare and Newton, or Kant and Goethe.” “a decidedly excelling intellect, even in one respect alone, is among the rarest of natural phenomena. Therefore the productions of such an intellect are preserved through thousands of years, indeed every relic of such a highly favoured individual becomes a most valuable treasure.”

The remoteness of the consequents and reasons to which any one’s thought can extend seems to stand in a certain relation to the rapidity of his thinking” “Probably the slow and lasting thought makes the mathematical mind, while rapidity of thought makes the genius.”

We can detect this quality of the whole thought as soon as we have read only a few pages of an author. (…) In this we feel at once the pace, the flexibleness and lightness, even indeed the soaring power of his mind; or, on the contrary, its dulness, formality, lameness and leaden quality. For, as language is the expression of the mind of a nation, style is the more immediate expression of the mind of an author than even his physiognomy. We throw a book aside when we observe that in it we enter an obscurer region than our own, unless we have to learn from it mere facts, not thoughts.”

Sobre os jargões de cada campo: “This immense satisfaction in words is thoroughly characteristic of inferior minds.” “the secret consciousness of this, which in the case of scholars is bound up with the early learnt and hard necessity of passing themselves off as thinking beings, to meet which demand in all cases they keep such a suitable store of ready-made words. It must really be amusing to see a professor of philosophy of this kind in the chair, who bona fide delivers such a juggle of words destitute of thoughts, quite sincerely, under the delusion that they are really thoughts, and in front of him the students, who just as bona fide, i.e., under the same delusion, listen attentively and take notes, while yet in reality neither the one nor the other goes beyond the words, but rather these words themselves, together with the audible scratching of pens, are the only realities in the whole matter.” Oh, Ed.!

For, relying on the words and phrases received from his predecessors, each one confidently passes over obscurities and problems, and thus these are propagated through centuries from book to book; and the thinking man, especially in youth, is in doubt whether it may be that he is incapable of understanding it, or that there is really nothing here to understand” “Many truths remain undiscovered simply on this account, that no one has the courage to look the problem in the face and grapple with it.”

But we ought to know that inferior minds are the rule, good minds the exception, eminent minds very rare, and genius a portent. How otherwise could a human race consisting of about 800,000,000 individuals¹ have left so much after 6,000 years to discover, to invent, to think out, and to say?”

¹ O que Schopenhauer quer dizer? Seria a população do mundo civilizado em sua época ou alguma outra soma? Encontrei 1.2bi para a população mundial de 1850. Talvez os números a sua disposição fossem diferentes. Para a população de 6 mil anos atrás, me parece absurdamente alta! Numa rápida busca entrei só 11 milhões como um chute.

those who stand very high in the one scale of rank and in the other have this in common, that for the most part they live in exalted isolation, to which Byron refers when he says:—

To feel me in the solitude of kings

Without the power that makes them bear a crown.

Proph. of Dante, c. I.

QUANTAS BOAS ALEGORIAS, SR. SCHOPENHAUER! “when the degree of culture is about the same, the conversation between a man of great intellect and an ordinary man is like the journey together of 2 men, one of whom rides on a spirited horse and the other goes on foot. It soon becomes very trying to both of them, and for any length of time impossible. For a short way the rider can indeed dismount, in order to walk with the other, though even then the impatience of his horse will give him much to do.” L****, o <faça-uma-especialização-agora-mesmo!>

It [the canaille] would no longer seize always what is newest, in the childish delusion that books, like eggs, must be enjoyed while they are fresh, but would confine itself to the works of the few select and chosen minds of all ages and nations, would strive to learn to know and understand them, and might thus by degrees attain to true culture.”

* * *

When this striving after a painless existence, so far as it is attainable by the application of rational reflection and knowledge of nature of life, was carried out with the greatest consistency and to the last extreme, it produced cynicism, from which stoicism proceeded.”

All ancient moral systems, with the single exception of that of Plato, were guides to a happy life. Accordingly in them [but including Plato, that’s the irony] the end of virtue was entirely in this life, not beyond death.”

Aquele que nasce rico sentiria muito desprazer ao levar uma vida de Diógenes; sendo assim, o ideal é manter o mesmo nível de necessidades materiais existentes na vida ao se tornar pela primeira vez filósofo. Uma vida tolerante de classe média. Com vida tolerante quer-se dizer: aceitar a conseqüência da fortuna, sem procurá-la mais que na manutenção do nível corrente dos bens. Um funcionário público moderado, de baixo escalão, de ensino superior. Ganhar na loteria, receber heranças ou ter arrocho salarial, cortes na renda devidos a circunstâncias externas como crise econômica ou obrigação de sustento de outrem, tudo isso não deve ser procurado mas também não deve ser evitado caso bata à porta, e a tudo isso deve-se submeter resignado e tranqüilo.

Therefore the old, genuine Cynics, Antisthenes, Diogenes, Krates, and their disciples had once for all renounced every possession, all conveniences and pleasures, in order to escape forever from the troubles and cares, the dependence and the pains, which are inevitably bound up with them and are not counterbalanced by them.”

HOJE, APENAS DOR DE ESTÔMAGO: “Accordingly they contented themselves with what in Athens or Corinth was to be had almost for nothing, such as lupines [legumes], water, an old threadbare cloak, a wallet, and a staff. They begged occasionally, as far as was necessary to supply such wants, but they never worked. Yet they accepted absolutely nothing that exceeded the wants referred to above. (…) They occupied their time in resting, going about, talking with all men, and much mocking, laughing, and joking; their characteristic was carelessness and great cheerfulness.” “Thus in this, as in so many other respects, they show a great likeness to the mendicant friars of modern times, that is, to the better and more genuine among them, whose ideal may be seen in the Capucine Christoforo in Manzoni’s famous romance.” “With the friars, as with the Sannyâsis, who are akin to them, it is an aim which transcends life; but with the Cynics it is only the conviction that it is easier to reduce their wishes and their wants to the minimum, than to attain to the maximum in their satisfaction, which indeed is impossible, for with their satisfaction the wishes and wants grow ad infinitum

The fundamental difference between the spirit of cynicism and that of asceticism comes out very clearly in the humility which is essential to the ascetic, but is so foreign to the Cynic that, on the contrary, he is distinguished beyond everything else for pride and scorn”

Now the Stoics proceeded from them in this way—they changed the practical into the theoretical.” “Nay more, he who must actually dispense with these things in order not to be moved by them, thereby shows that in his heart he holds them to be truly good things, which one must put quite out of sight if one is not to long after them.” E o verdadeiro “excluir das vistas” é ter sempre consigo, porém a ponto de esquecermo-nos que temos.

Epictetus, chap. vii., says that the wise man, like one who has landed from a ship, &c., will also let himself be comforted by a wife or a child, but yet will always be ready, whenever the captain calls, to let them go again. Thus the Stoics perfected the theory of equanimity and independence at the cost of the practice, for they reduced everything to a mental process, and by arguments, such as are presented in the first chapter of Epictetus, sophisticated themselves into all the amenities of life. [INFELIZMENTE PRECISAMOS DE AUDIOVISUAIS E INTERNET:] But in doing so they left out of account that everything to which one is accustomed becomes a need, and therefore can only be given up with pain; that the will does not allow itself to be played with, cannot enjoy without loving the pleasures; that a dog does not remain indifferent if one draws a piece of meat through its mouth, and neither does a wise man if he is hungry; and that there is no middle path between desiring and renouncing. (…) they were therefore mere braggarts, and stand to the Cynics in much the same relation as well-fed Benedictines and Augustines stand to Franciscans and Capucines.”

Whence it follows that the Stoical morality is only a special form of Eudæmonism.”

* * *

Consider, for example, the Koran. This wretched book was sufficient to found a religion of the world, to satisfy the metaphysical need of innumerable millions of men for 1200 years, to become the foundation of their morality, and of no small contempt for death, and also to inspire them to bloody wars and most extended conquests. We find in it the saddest and the poorest form of Theism. Much may be lost through the translations; but I have not been able to discover one single valuable thought in it. Such things show that metaphysical capacity does not go hand in hand with the metaphysical need.”

Thus originated in the primitive ancestors of the Brahmans, the Rishis, the almost super-human conceptions which were afterwards set down in the Upanishads of the Vedas.”

By the Greeks they were called Sophists, by the moderns they are called Professors of Philosophy. Aristotle without hesitation numbers Aristippus among the Sophists. In Diogenes Laertius (ii. 65) we find that the reason of this is that he was the first of the Socratics who accepted payment for his philosophy; on account of which Socrates also returned him his present. Among the moderns also those who live BY philosophy are not only, as a rule, and with the rarest exceptions, quite different from those who live FOR philosophy, but they are very often the opponents, the secret and irreconcilable enemies of the latter.”

Hence many a great man has had to drag himself wearily through life unknown, unhonoured, unrewarded, till at last, after his death, the world became undeceived as to him and as to them [the professors] (…) But if he is dead, then the thing is reversed; the new generation of the former class, which always exists, now becomes heir to his achievements, cuts them down to its own measure, and now lives BY him. That Kant could yet live both BY and FOR philosophy depended on the rare circumstance that, for the first time since Divus Antoninus and Divus Julianus, a philosopher sat on the throne. Only under such auspices could the Critique of Pure Reason have seen the light. Scarcely was the king dead than we see that Kant also, seized with fear, because he belonged to the guild, modified, expurgated, and spoiled his masterpiece in the 2nd edition, and yet was soon in danger of losing his place; so that Campe invited him to come to him, in Brunswick, and live with him as the instructor of his family”

How should a religion require the suffrage of a philosophy? It has everything upon its side—revelation, tradition, miracles, prophecies, the protection of the government, the highest rank, as is due to the truth, the consent and reverence of all, a thousand temples in which it is proclaimed and practised, bands of sworn priests, and, what is more than all, the invaluable privilege of being allowed to imprint its doctrines on the mind at the tender age of childhood, whereby they became almost like innate ideas.”

VERDADE E FÉ: “It would be most beneficial to both kinds of metaphysics that each of them should remain clearly separated from the other and confine itself to its own province, that it may there be able to develop its nature fully. Instead of which, through the whole Christian era, the endeavour has been to bring about a fusion of the two, for the dogmas and conceptions of the one have been carried over into the other, whereby both are spoiled.”

that strange hermaphrodite or centaur, the so-called philosophy of religion, which, as a kind of gnosis, endeavours to interpret the given religion, and to explain what is true sensu allegorico through something which is true sensu proprio. But for this we would have to know and possess the truth sensu proprio already; and in that case such an interpretation would be superfluous.”

And to require that a great mind—a Shakespeare; a Goethe—should make the dogmas of any religion implicitly, bona fide et sensu proprio, his conviction is to require that a giant should put on the shoe of a dwarf.”

It almost seems that, as the oldest languages are the most perfect, so also are the oldest religions. If I were to take the results of my philosophy as the standard of truth, I would be obliged to concede to Buddhism the preeminence over the rest.” “For up till 1818, when my work appeared, there were very few, exceedingly incomplete and scanty, accounts of Buddhism to be found in Europe, which were almost entirely limited to a few essays in the earlier volumes of Asiatic Researches, and were principally concerned with the Buddhism of the Burmese. Only since then has fuller information about this religion gradually reached us, chiefly through the profound and instructive essays of the meritorious member of the St. Petersburg Academy, J.J. Schmidt, in the proceedings of his Academy, and then little by little through several English and French scholars, so that I was able to give a fairly numerous list of the best works on this religion in my work, Über den Willen in der Natur, under the heading Sinologie. Unfortunately Csoma Körösi,¹ that persevering Hungarian, who, in order to study the language and sacred writings of Buddhism, spent many years in Tibet, and for the most part in Buddhist monasteries, was carried off by death just as he was beginning to work out for us the results of his researches.”

¹ Livros do autor, apesar de sua morte precoce:

Essay towards a Dictionary, Tibetan and English. Prepared, with assistance of Bandé Sangs-rgyas Phuntshogs, Calcutta: Baptist Mission Press, 1834. (parcial ou totalmente disponibilizado pelo Google Books – ainda preciso checar): https://books.google.com/books?id=a78IAAAAQAAJ&printsec=frontcover&dq=csoma&redir_esc=y#v=onepage&q=csoma&f=false;

Analysis of the Dulva, part of the Kangyur, Asiatic Researches, Calcutta, 1836, vol. 20-1, pp. 41-93;

A Grammar of the Tibetan Language in English. Prepared under the patronage of the Government and the auspices of the Asiatic Society of Bengal, Calcutta: Baptist Mission Press, 1834;

Collected works of Alexander Csoma de Körös, Budapest: Akadémiai Kiadó, 1984.

I cannot place, as is always done, the fundamental difference of all religions in the question whether they are monotheistic, polytheistic, pantheistic, or atheistic, but only in the question whether they are optimistic or pessimistic, that is, whether they present the existence of the world as justified by itself, and therefore praise and value it, or regard it as something that can only be conceived as the consequence of our guilt, and therefore properly ought not to be, because they recognise that pain and death cannot lie in the eternal, original, and immutable order of things, in that which in every respect ought to be. The power by virtue of which Christianity was able to overcome first Judaism, and then the heathenism of Greece and Rome, lies solely in its pessimism, in the confession that our state is both exceedingly wretched and sinful, while Judaism and heathenism were optimistic.”

#TítulosdeLivros

É O MUNDO BOM?

DO ERRO PROVISÓRIO OU METAFÍSICA DA INVEJA

A única a existir. Produzida pelo desacordo, temporário, de menor ou maior duração, entre nosso corpo e uma nova maneira de pensar que adquirimos com a idade, i.e., no nosso devir: não o por que existimos ou não deveríamos existir? mas algo totalmente mais simplório e cabível, menos melodramático: por que esta é minha vida, e não a do que trabalha somente porque quer, do que não trabalha porque não precisa, ou do que tem um emprego em que se auto-realiza? Do que possui a mulher mais bela e condizente com seu temperamento, etc.? Porque no fundo esta é a única questão metafísica, que não pode ser resolvida, a menos que esse desacordo alma-corpo, FALSO, finalmente passe, de alguma forma. Eu só posso ser eu, e não aceitaria ser outra coisa. Na saúde ou na doença, minha saúde e minha doença, em minhas restrições, em minha miopia literal, que o vulgo não consegue suportar ou preferiria qualquer coisa a ter de hospedar… Só a pergunta: por que eles são tão tolos? faz algum sentido, provisório. O avesso por que não correspondo às expectativas deles? é tão absurdo quanto qualquer credo espírita ou imaginar-me fora do meu próprio corpo: este, único mundo, sou eu. Uma férdade, fusão última de verdade e fé. Porque não existe, nem nas leis materiais, algo diferente do que aquilo a que me dedico e aquilo que sofro. Acostumar-se a isso é tautologia e jogo de palavras.

But because in the case of thought the inexplicable appears most immediately, a spring was at once made here from physics to metaphysics, and a substance of quite a different kind from all corporeal substances was hypostatised—a soul was set up in the brain. But if one had not been so dull as only to be capable of being struck by the most remarkable of phenomena, one would have had to explain digestion by a soul in the stomach, vegetation by a soul in the plant, affinity by a soul in the reagents, nay, the falling of a stone by a soul in the stone.” “From Leucippus, Democritus, and Epicurus down to the Système de la Nature, and further, to Delamark, Cabanis, and to the materialism that has again been warmed up in the last few years, we can trace the persistent attempt to set up a system of physics without metaphysics, that is, a system which would make the phenomenon the thing in itself.”

The height to which in our time the natural sciences have risen in this respect entirely throws into the shade all previous centuries, and is a summit which mankind reaches for the first time. But however great are the advances which physics (understood in the wide sense of the ancients) may make, not the smallest step towards metaphysics is thereby taken, just as a plane can never obtain cubical content by being indefinitely extended. (…) Nay, even if one wandered through all the planets and fixed stars, one would thereby have made no step in metaphysics. It is rather the case that the greatest advances of physics will make the need of metaphysics ever more felt “One finds oneself tempted to call that over-microscopical and micrological investigator of nature the cotquean [matrona] of nature.”

Mathematics can leave perception altogether, and, as is especially the case in algebra, trigonometry, and analysis, can operate with purely abstract conceptions, nay, with conceptions which are represented only by signs instead of words, and can yet arrive at a perfectly certain result, which is still so remote that any one who adhered to the firm ground of perception could not arrive at it. But the possibility of this depends, as Kant has clearly shown, on the fact that the conceptions of mathematics are derived from the most certain and definite of all perceptions, from the a priori and yet intuitively known relations of quantity, and can therefore be constantly realized again and controlled by these, either arithmetically, by performing the calculations which are merely indicated by those signs, or geometrically, by means of what Kant calls the construction of the conceptions. This advantage, on the other hand, is not possessed by the conceptions out of which it was believed metaphysics could be built up; such, for example, as essence, being, substance, perfection, necessity, reality, finite, infinite, absolute, ground, &c. For such conceptions are by no means original, as fallen from heaven, or innate; but they also, like all conceptions, are derived from perceptions; and as, unlike the conceptions of mathematics, they do not contain the mere form of perception, but more, empirical perceptions must lie at their foundation.”

O ANTI-HEGEL: “the oft-repeated doctrine of the progressive development of man to an ever higher perfection, or in general of any kind of becoming by means of the process of the world is opposed to the a priori knowledge that at any point of time an infinite time has already run its course, and consequently all that is supposed to come with time would necessarily have already existed; existed; and in this way an interminable list might be given of the contradictions of dogmatic assumptions with the given reality of things. On the other hand, I must deny that any doctrine of my philosophy could fairly be added to such a list, because each of them has been thought out in the presence of the perceived reality, and none of them has its root in abstract conceptions alone. There is yet in it a fundamental thought which is applied to all the phenomena of the world as their key; but it proves itself to be the right alphabet at the application of which all words and sentences have sense and significance. [!] (…) Therefore, so far, it is like a sum that comes out right, yet by no means in the sense that it leaves no problem over to solve, no possible question unanswered. To assert anything of that sort would be a presumptuous denial of the limits of human knowledge in general. Whatever torch we may kindle, and whatever space it may light, our horizon will always remain bounded by profound night. For the ultimate solution of the riddle of the world must necessarily be concerned with the things in themselves, no longer with the phenomena.”

For where has there ever been true freedom of thought? It has been vaunted sufficiently; but whenever it wishes to go further than perhaps to differ about the subordinate dogmas of the religion of the country, a holy shudder seizes the prophets of tolerance, and they say: <Not a step further!> What progress of metaphysics was possible under such oppression?” “in metaphysics the ancients are still our teachers.”

Consider to what a pitch the arrogance of the priesthood of every religion would rise if the belief in their doctrines was as firm and blind as they really wish. Look back also at the wars, disturbances, rebellions, and revolutions in Europe from the 8th to the 18th century; how few will be found that have not had as their essence, or their pretext, some controversy about beliefs, thus a metaphysical problem, which became the occasion of exciting nations against each other. (…) I wish I had an authentic list of all crimes which Christianity has really prevented, and all good deeds it has really performed, that I might be able to place them in the other scale of the balance.” “Philosophy is essentially world-wisdom: its problem is the world. It has to do with this alone, and leaves the gods in peace—expects, however, in return, to be left in peace by them.”

SUPLEMENTOS AO SEGUNDO TOMO

This is perhaps the simplest and most comprehensible way of disclosing the deep gulf between the ideal and the real. This belongs to the things of which, like the motion of the earth, we are not directly conscious; therefore the ancients did not observe it, just as they did not observe the motion of the earth.”

In truth, on the contrary, a subjective and an objective existence, a being for self and a being for others, a consciousness of one’s own self, and a consciousness of other things, is given us directly, and the two are given in such a fundamentally different manner that no other difference can compare with this. About himself every one knows directly, about all others only very indirectly. This is the fact and the problem.” Thinking has primarily only a relation to perceiving, but perception has a relation to the real being of what is perceived, and this last is the great problem with which we are here concerned.”

It may be said one can see how important the choice of expressions in philosophy is from the fact that that inept expression condemned above [Idea] and the misunderstanding which arose from it became the foundation of the whole Hegelian pseudo-philosophy, which has occupied the German public for 25 years.”

the perceived object must be something in itself, and not merely something for others.” “an identity of the ideal and the real might always be affirmed; only, after Kant, this would not be saying anything new. (…) The real side must be something toto genere different from the world as idea

LEI DE EQUIVALÊNCIA

Só sei que nada sei = Não sei que tudo sei

For even in self-consciousness the I is not absolutely simple, but consists of a knower, the intellect, and a known, the will.”

there still remains the form of time, and that of being known and knowing in general. Accordingly in this inner knowledge the thing in itself has indeed in great measure thrown off its veil, but still does not yet appear quite naked. In consequence of the form of time which still adheres to it, every one knows his will only in its successive acts, and not as a whole, in and for itself: therefore no one knows his character a priori, but only learns it through experience and always incompletely.”

Thus in this sense I teach that the inner nature of everything is will, and I call will the thing in itself. Kant’s doctrine of the unknowableness of the thing in itself is hereby modified to this extent, that the thing in itself is only not absolutely and from the very foundation knowable, that yet by far the most immediate of its phenomena, which by this immediateness is toto genere distinguished from all the rest, represents it for us

what that will ultimately is in itself? (…) This question can never be answered”

That conception [a existência da alma] must therefore appear no more in philosophy, but may be left to German doctors and physiologists, who, after they have laid aside scalpel and spattle, amuse themselves by philosophising with the conceptions they received when they were confirmed. They might certainly try their luck in England. The French physiologists and zootomists have (till lately) kept themselves free from that reproach.”

* * *

Voluntas est quippe in omnibus, imo omnes nihil aliud, quam voluntates sunt: nam quid est cupiditas et lætitia, nisi voluntas in eorum consensionem, quæ volumus? et quid est metus atque tristitia, nisi voluntas in dissensionem ab his, quæ nolumus? cet.” Agost.

AS DUAS METADES DA LARANJA CHAMADA VONTADE: “We may also regard the plant as a like symbol of consciousness. It has, we know, 2 poles, the root and the corona: the former struggling into darkness, moisture, and cold, the latter into light, dryness, and warmth; then, as the point of indifference of the two poles, where they part asunder, close to the ground, the collum (rhizoma, le collet). The root is what is essential, original, perennial, the death of which involves that of the corona, is thus the primary; [corpo humano, espécie humana] the corona, on the other hand, is the ostensible, but it has sprung from something else, and it passes away without the root dying; it is thus secondary. [intelecto, indivíduo]”

As a large corona commonly springs only from a large root, so the greatest intellectual capabilities are only found in connection with a vehement and passionate will. A genius of a phlegmatic character [indiferente ou apático, carregando dois sentidos antitéticos] and weak passions would resemble those succulent plants that, with a considerable corona consisting of thick leaves, have very small roots; will not, however, be found.”

an energetic pulse, and even, according to Bichat, a short neck, is a requisite of great activity of the brain.” Ou você só cria homens-bomba! “But the opposite of the above certainly occurs: vehement desires, passionate, violent character, along with weak intellect, i.e., a small brain of bad conformation in a thick skull. This is a phenomenon as common as it is repulsive: we might perhaps compare it to beetroot [beterraba].”

The gulf which lies between a very sagacious brute and a man of very limited capacity is perhaps not much greater than that which exists between a blockhead and a man of genius; therefore here also the resemblance between them in another aspect, which springs from the likeness of their inclinations and emotions, and assimilates them again to each other, sometimes appears with surprising prominence, and excites astonishment.”

On account of the simplicity which belongs to the will as the thing in itself, the metaphysical in the phenomenon, its nature admits of no degrees, but is always completely itself. Only its excitement has degrees, from the weakest inclination to the passion, and also its susceptibility to excitement, thus its vehemence from the phlegmatic to the choleric temperament. The intellect, on the other hand, has not merely degrees of excitement, from sleepiness to being in the vein, and inspiration, but also degrees of its nature, of the completeness of this, which accordingly rises gradually from the lowest animals, which can only obscurely apprehend, up to man, and here again from the fool to the genius.”

CIRCUNSTÂNCIA X CONSTÂNCIA, CARÁTER X APARÊNCIA, ESSÊNCIA X SUPERFÍCIE, DOR E PRAZER CONTRA O INCONSCIENTE OU GÊNIO PESSOAL

If, for example, alone with ourselves, we think over our personal circumstances, and now perhaps vividly present to ourselves the menace of an actually present danger and the possibility of an unfortunate issue, anxiety at once compresses the heart, and the blood ceases to circulate in the veins. But if then the intellect passes to the possibility of an opposite issue, and lets the imagination picture the long hoped for happiness thereby attained, all the pulses quicken at once with joy and the heart feels light as a feather, till the intellect awakes from its dream. Thereupon, suppose that an occasion should lead the memory to an insult or injury once suffered long ago, at once anger and bitterness pour into the breast that was but now at peace. But then arises, called up by accident, the image of a long-lost love, with which the whole romance and its magic scenes is connected; then that anger will at once give place to profound longing and sadness. Finally, if there occurs to us some former humiliating incident, we shrink together, would like to sink out of sight, blush with shame, and often try forcibly to distract and divert our thoughts by some loud exclamation, as if to scare some evil spirit. One sees, the intellect plays, and the will must dance to it. Indeed the intellect makes the will play the part of a child which is alternately thrown at pleasure into joyful or sad moods by the chatter and tales of its nurse. This depends upon the fact that the will is itself without knowledge, and the understanding which is given to it is without will. Therefore the former is like a body which is moved, the latter like the causes which set it in motion, for it is the medium of motives. Yet in all this the primacy of the will becomes clear again, if this will, which, as we have shown, becomes the sport of the intellect as soon as it allows the latter to control it, once makes its supremacy in the last instance felt by prohibiting the intellect from entertaining certain ideas, absolutely preventing certain trains of thought from arising, because it knows, i.e., learns from that very intellect, that they would awaken in it some one of the emotions set forth above.It now bridles the intellect, and compels it to turn to other things. Hard as this often may be, it must yet be accomplished as soon as the will is in earnest about it, for the resistance in this case does not proceed from the intellect, which always remains indifferent, but from the will itself, which in one respect has an inclination towards an idea that in another respect it abhors. It is in itself interesting to the will simply because it excites it, but at the same time abstract knowledge tells it that this idea will aimlessly cause it a shock of painful or unworthy emotion: it now decides in conformity with this abstract knowledge, and compels the obedience of the intellect. This is called <being master of oneself>. Clearly the master here is the will, the servant the intellect, for in the last instance the will always keeps the upper hand, and therefore constitutes the true core, the inner being of man.”

Se, por exemplo, sozinhos conosco mesmos, pensamos sobre nossas circunstâncias mais pessoais e, eventualmente, representamos vivamente e no nosso presente imediato a ameaça de um perigo verossímil e a possibilidade de um desfecho trágico após sua ocorrência, logo a ansiedade se produz, comprimindo nosso coração, diminuindo a circulação do sangue nas veias. Mas se, logo em seguida, nosso intelecto passa de uma possibilidade indesejada para seu oposto, dando asas à imaginação e livre curso a esperanças e alegrias longamente cultivadas, nosso pulso se acelera novamente, o sangue corre impetuoso e o coração se sente leve como uma pluma, pelo menos até o intelecto acordar de seu devaneio. Suponha então que uma ocasião suscite à memória insultos e agravos sofridos muito tempo atrás: de supetão, a raiva e o amargor encherão nosso peito, que há um segundo estava imerso em tranqüilidade. Imagine também que venha à tona, por acidente, a imagem de um antigo amor, agora perdido, carregando consigo toda a cadeia de pensamentos a ele atrelada: todas as nuances do romance uma vez vivido, seus momentos mais mágicos em relevo; essa raiva que havia brotado de súbito dará lugar instantaneamente a um profundo pesar e à melancolia. E, finalmente, se nos ocorre algum incidente humilhante e vexatório, afundamos e desmilingüimos de pronto. Gostaríamos de desaparecer da vista de todos, e da nossa mesma. Ruborizamos, acanhados. Nossa reação mais natural é tentar distrair o espírito emitindo alguma exclamação, como se fosse para espantar um espírito mau. Vê-se que o intelecto joga, brinca, manipula: a Vontade apenas dança conforme a música. Sim, o intelecto é o maestro dessa composição, e faz a Vontade representar o papel duma criança jogada de um lado pro outro em cenários de dor e prazer, de exuberância e de pavor alternados, conforme uma babá que conta uma estória bem variada, multifacetada e envolvente. Isso só é possível porque a Vontade existe por si mesma sem conhecimento, e nossa faculdade do entendimento, uma vez aplicada a ela, não dispõe, por si mesma, de uma <Vontade>. Assim, parece que a primeira é uma eterna marionete, a última um titereiro, único canal para a manifestação dos motivos dos movimentos do boneco.

Em que pese esse esquema desalentador, a primazia última da Vontade se torna uma certeza absoluta no juízo do analista perspicaz e insistente, isto é, do homem que conquista um certo autodomínio e procede à reversão desta Vontade: de joguete do intelecto, a Vontade passa em última instância a exercer importantes proibições ao intelecto (à imaginação). Associações inteiras de idéias são em última instância bloqueadas. É um aprendizado derivado do próprio intelecto, utilizável pela Vontade. O sujeito, após repetidas teatralizações e recorrências do mesmo vendaval de sentimentos, chega à conclusão de que, deixado desimpedido, o intelecto despertaria emoções nem sempre interessantes à Vontade, como as circunstâncias debilitantes descritas mais acima. Neste ponto – e só neste ponto –, ocorre uma inflexão, análoga ao do cavaleiro sobre a cavalgadura. É bem esse o vocabulário: a Vontade toma as rédeas, e dirige o intelecto a fim de evitar, doravante, certas estradas e paisagens já conhecidas e indesejadas. A princípio essa reviravolta de marionete em cavaleiro parece fantástica, mas todo aquele que já sentiu o vigor do impulso inicial da Vontade decidida em empreender essa torção sabe que a continuidade do processo ocorre mais por inércia do que por esforço continuado: o essencial é a decisão original da Vontade em virar o jogo e inverter os papéis. A resistência nesse novo jogo de jóquei não provém do intelecto, como se poderia pensar, pois a imaginação do sujeito se conserva eternamente indiferente às emoções – a resistência vem da própria Vontade, quando não decidida o suficiente. A Vontade é sempre instável e oscilante, e terá, ora mais ora menos, certa inclinação ou propensão a uma determinada variante de representações coerentes entre si. Jamais as inclinações da Vontade deixarão de ser ambíguas num certo grau, porque a Vontade em si mesma, impossível de ser ‘flagrada’ diretamente, se apresentará ao sujeito (a Si mesmo, à Vontade mesma, por intermédio do intelecto, que a interpreta) ora sob um aspecto em que exalta e endeusa uma idéia, ora sob um outro aspecto em que abomina e odeia esta mesma idéia – como que por capricho. O que move a Vontade é um interesse não-valorativo, i.e., tal coisa instiga, excita a Vontade – não interessa o prazer ou o desprazer desta excitação em si mesma. O conhecimento abstrato – o intelecto – do sujeito é que revelará, com o passar do tempo, que determinada representação ou idéia seguirá ‘atormentando’ o sujeito, sem meta clara nem qualquer lógica. Então por que um teatro tão exaustivo? Em conformidade com o aprendizado do conhecimento abstrato, a Vontade dirigirá sua propensão a evitar ao máximo a sensação do tormento, de modo a dirigir com mais sentido sua ‘busca’ ou ‘atuação’. É assim, mediante as próprias descobertas, que o intelecto abstrato acaba sendo compelido a colaborar mais e mais com a Vontade, que antes submetia por completo. Na linguagem das ruas, a aquisição desta sabedoria e desta capacidade de torná-la prática e configuradora do caráter individual é o que se chamaria <tornar-se o senhor de si mesmo>. Não há dúvida de que o senhor desta frase é a Vontade, e o servo (o si mesmo) é o intelecto. É sempre a Vontade que prevalece no homem que se desenvolve até a última instância, sendo seu verdadeiro núcleo, o íntimo do Ser mesmo.”

For example, I have conceived a plan, about which, however, I have still some scruple, but the feasibleness of which, as regards its possibility, is completely uncertain, for it depends upon external and still undecided circumstances. It would therefore certainly be unnecessary to come to a decision about it at present, and so for the time I leave the matter as it is. Now in such a case I often do not know how firmly I am already attached to that plan in secret, and how much, in spite of the scruple, I wish to carry it out: that is, my intellect does not know. But now only let me receive news that it is practicable, at once there rises within me a jubilant, irresistible gladness, that passes through my whole being and takes permanent possession of it, to my own astonishment. For now my intellect learns for the first time how firmly my will had laid hold of that plan, and how thoroughly the plan suited it, while the intellect had regarded it as entirely problematical, and had with difficulty been able to overcome that scruple. Or in another case, I have entered eagerly into a contract which I believed to be very much in accordance with my wishes. But as the matter progresses the disadvantages and burdens of it are felt, and I begin to suspect that I even repent of what I so eagerly pursued; yet I rid myself of this feeling by assuring myself that even if I were not bound I would follow the same course. Now, however, the contract is unexpectedly broken by the other side, and I perceive with astonishment that this happens to my great satisfaction and relief. Often we don’t know what we wish or what we fear. We may entertain a wish for years without even confessing it to ourselves, or even allowing it to come to clear consciousness; for the intellect must know nothing about it, because the good opinion which we have of ourselves might thereby suffer. But if it is fulfilled we learn from our joy, not without shame, that we have wished this. For example, the death of a near relation whose heir we are.” “we refrain from doing something on purely moral grounds, as we believe, but afterwards we discover that we were only restrained by fear, for as soon as all danger is removed we do it.” “We may remark in passing that in all this we have a confirmation and explanation of the rule of La Rochefoucauld: L’amour-propre est plus habile que le plus habile homme du monde

O intelecto é de fato um confidente da Vontade, mas um confidente a quem não se conta tudo.”

The intellect becomes tired; the Will is never tired.” “if our will is strongly excited, as in all emotions, thus in anger, fear, desire, grief, &c., and we are now called upon to know, perhaps with the view of correcting the motives of that emotion, the violence which we must do ourselves for this purpose is evidence of the transition from the original natural activity proper to ourselves to the derived, indirect, and forced activity.”

Tandis que les faibles muscles de leurs bras et de leurs jambes savent encore a peine former quelque mouvemens indécis, les muscles de la face expriment déjà par des mouvemens distincts presque toute la suite des affections générales propres a la nature humaine: et l’observateur attentif reconnait facilement dans ce tableau les traits caractéristiques de l’homme futur” Cabanis, Rapports du Physique et Moral, vol. I, p. 123.

It is because the brain attains its full size in the 7th year that from that time forward children become so remarkably intelligent, inquisitive, and reasonable. But then comes puberty; to a certain extent it affords a support to the brain, or a resounding-board, and raises the intellect at once by a large step, as it were by an octave, corresponding to the lowering of the voice by that amount. But at once the animal desires and passions that now appear resist the reasonableness that has hitherto prevailed and to which they have been added. Further evidence is given of the indefatigable nature of the will by the fault which is, more or less, peculiar to all men by nature, and is only overcome by education—precipitation.”

13+13-1=25 “Scarcely are a few data concerning the circumstances before us, or the event that has occurred, or the opinion of others conveyed to us, superficially comprehended and hastily gathered together by knowledge, than from the depths of our being the will, always ready and never weary, comes forth unasked, and shows itself as terror, fear, hope, joy, desire, envy, grief, zeal, anger, or courage, and leads to rash words and deeds, which are generally followed by repentance when time has taught us that the hegemonicon, the intellect, has not been able to finish half its work of comprehending the circumstances, reflecting on their connection, and deciding what is prudent, because the will did not wait for it, but sprang forward long before its time with <Now it is my turn!> and at once began the active work, without the intellect being able to resist, as it is a mere slave and bondman of the Will, and not, like it, active from its own power and its own impulse; therefore it is easily pushed aside and silenced by a nod of the Will, while on its part it is scarcely able, with the greatest efforts, to bring the will even to a brief pause, in order to speak. This is why the people are so rare, and are found almost only among Spaniards, Turks, and perhaps Englishmen, who even under circumstances of provocation keep the head uppermost, imperturbably proceed to comprehend and investigate the state of affairs, and when others would already be beside themselves, con mucho sosiego, still ask further questions, which is something quite different from the indifference founded upon apathy and stupidity of many Germans and Dutchmen. Iffland used to give an excellent representation of this admirable quality, as Hetman of the Cossacks,¹ in Benjowski,[?] when the conspirators have enticed him into their tent and hold a rifle to his head, with the warning that they will fire it if he utters a cry, Iffland blew into the mouth of the rifle to try whether it was loaded. Of 10 things that annoy us, 9 would not be able to do so if we understood them thoroughly in their causes, and therefore knew their necessity and true nature; but we would do this much oftener if we made them the object of reflection before making them the object of wrath and indignation.”

¹ Título honorífico militar.

[?] Não sei se se trata do escritor húngaro ou da peça de Kotzebue! O mais bizarro é que Iffland também é um autor muito famoso, mas o que se diz dele na seqüência (que assopra o cano de um rifle) parece dizer respeito a um homônimo fictício de drama! Inclusive ambos voltam a ser citados em associação, no terceiro volume.

A ESTUPIDIFICAÇÃO DO SEU PRINCIPAL SUCESSOR (HEBETUDE RETARDADA): “through continued effort it becomes weary to the point of complete stupefaction, is exhausted, like the voltaic pile, through repeated shocks. Hence all continuous mental work demands pauses and rest, otherwise stupidity and incapacity ensue, at first of course only temporarily; but if this rest is persistently denied to the intellect it will become excessively and continuously fatigued, and the consequence is a permanent deterioration of it, which in an old man may pass into complete incapacity, into childishness, imbecility, and madness. It is not to be attributed to age in and for itself, but to long-continued tyrannical over-exertion of the intellect or brain, if this misfortune appears in the last years of life. This is the explanation of the fact that Swift became mad, Kant became childish, Walter Scott, and also Wordsworth, Southey, and many minorum gentium, became dull and incapable. Goethe remained to the end clear, strong, and active-minded, because he, who was always a man of the world and a courtier, never carried on his mental occupations with self-compulsion. The same holds good of Wieland and of Kuebel, who lived to the age of 91, and also of Voltaire. Now all this proves how very subordinate and physical and what a mere tool the intellect is. Just on this account it requires, during almost a third part of its lifetime, the entire suspension of its activity in sleep, i.e., the rest of the brain, of which it is the mere function, and which therefore just as truly precedes it as the stomach precedes digestion, or as a body precedes its impulsion, and with which in old age it flags and decays. The will, on the contrary, as the thing in itself, is never lazy, is absolutely untiring, its activity is its essence, it never ceases willing, and when, during deep sleep, it is forsaken of the intellect, and therefore cannot act outwardly in accordance with motives, it is active as the vital force, cares the more uninterruptedly for the inner economy of the organism, and as vis naturæ medicatrix sets in order again the irregularities that have crept into it.”

Creio que estou no auge de minhas funções. Um dia quem sabe eu só jogarei PlayStation e ouvirei Beethoven. Me aposentarei até disso… Apenas apertando botões. Falência de múltiplos neurônios.

He who is without them [coolness and presence of mind] only knows what he should have done or said when the opportunity has passed.”

The first appearance of danger throws them into groundless anxiety. If the intellect begins to investigate the matter it is rejected as incompetent, nay, as a deceitful sophist, because the heart is to be believed, whose fears are now actually allowed to pass for arguments as to the reality and greatness of the danger. So then the intellect dare make no search for good reasons on the other side, which, if left to itself, it would soon recognise, but is obliged at once to picture to them the most unfortunate issue, even if it itself can scarcely think this issue possible”

A conceived hypothesis gives us lynx-eyes for all that confirms it, and makes us blind to all that contradicts it.”

it is much more fortunate to be born a poet than a philosopher.” Divertir é mais fácil que ensinar.

it is not the really great minds that make historical characters, because they are capable of bridling and ruling the mass of men and carrying out the affairs of the world; but for this persons of much less capacity of mind are qualified when they have great firmness, decision, and persistency of will, such as is quite inconsistent with very high intelligence. Accordingly, where this very high intelligence exists we actually have a case in which the intellect directly restricts the will.”

Leroy, Lettres sur l’intelligence et la perfectibilité des animaux

The lover forgets no opportunity favourable to him, the ambitious man forgets no circumstance that can forward his plans, the avaricious man never forgets the loss he has suffered, the proud man never forgets an injury to his honour, the vain man remembers every word of praise and the most trifling distinction that falls to his lot. And this also extends to the brutes: the horse stops at the inn where once long ago it was fed; dogs have an excellent memory for all occasions, times, and places that have afforded them choice morsels; and foxes for the different hiding-places in which they have stored their plunder.”

Sometimes, through an interruption, it has entirely escaped me what I have just been thinking about, or even what news I have just heard. Now if the matter had in any way even the most distant personal interest, the after-feeling of the impression which it made upon the will has remained. I am still quite conscious how far it affected me agreeably or disagreeably, and also of the special manner in which this happened, whether, even in the slightest degree, it vexed me, or made me anxious, or irritated me, or depressed me, or produced the opposite of these affections. Thus the mere relation of the thing to my will is retained in the memory after the thing itself has vanished, and this often becomes the clue to lead us back to the thing itself.”

On the one hand, the moral tendency of the man in his prime and the old man is still the same as was that of the boy; on the other hand, much has become so strange to him that he no longer knows himself, and wonders how he ever could have done or said this and that. In the first half of life today for the most part laughs at yesterday, indeed looks down on it with contempt; in the second half, on the contrary, it more and more looks back at it with envy. But on closer examination it will be found that the changeable element was the intellect, with its functions of insight and knowledge, which, daily appropriating new material from without, presents a constantly changing system of thought, while, besides this, it itself rises and sinks with the growth and decay of the organism.”

If willing sprang merely from knowledge, our anger would necessarily be in every case exactly proportionate to the occasion, or at least to our relation to it, for it would be nothing more than the result of the present knowledge. This, however, is rarely the case; rather, anger generally goes far beyond the occasion. Our fury and rage, the furor brevis, often upon small occasions, and without error regarding them, is like the raging of an evil spirit which, having been shut up, only waits its opportunity to dare to break loose, and now rejoices that it has found it.”

Nothing is more provoking, when we are arguing against a man with reasons and explanations, and taking all pains to convince him, under the impression that we have only to do with his understanding, than to discover at last that he will not understand; that thus we had to do with his will, which shuts itself up against the truth and brings into the field willful misunderstandings, chicaneries, and sophisms in order to intrench itself behind its understanding and its pretended want of insight. Then he is certainly not to be got at, for reasons and proofs applied against the will are like the blows of a phantom produced by mirrors against a solid body.”

Si quelqu’un excelle parmi nous, qu’il aille exceller ailleurs” “Among quartzes adamant is outlawed.”

Then he will see with astonishment what good judges they are, what correct perception of the merit of others they have, and how well they know how to find out the best, like the sparrows, who never miss the ripest cherries.”

That the greatest excellence of mind will not easily be found combined with equal excellence of character is sufficiently explained by the extraordinary rarity of both, while their opposites are everywhere the order of the day; hence we also daily find the latter in union.”

I do not believe Balthazar Gracian was right in saying (Discreto, p. 406), <No ay simple, que no sea malicioso> (There is no simpleton who would not be malicious), though he has the Spanish proverb in his favour, <Nunca la necedad anduvo sin malicia> (Stupidity is never without malice). Yet it may be that many stupid persons become malicious for the same reason as many hunchbacks, from bitterness on account of the neglect they have suffered from nature, and because they think they can occasionally make up for what they lack in understanding through malicious cunning, seeking in this a brief triumph. From this, by the way, it is also comprehensible why almost every one easily becomes malicious in the presence of a very superior mind.”

To certain men a man of mind is a more odious production than the most pronounced rogue.”

Lichtenberg

there is nothing by which a man exasperates most people more than by displaying a superior ability of brilliancy in conversation. They seem pleased at the time, but their envy makes them curse him in their hearts” Dr. Johnson [?]

Thus on this account great mental superiority isolates more than anything else, and makes one, at least silently, hated. Now it is the opposite of this that makes stupid people so generally liked; especially since many can only find in them what, according to the law of their nature referred to above, they must seek.”

By those who place mind and learning above all other human qualities this man will be reckoned the greatest of his century. But by those who let virtue take precedence of everything else his memory can never be execrated enough. He was the cruelest of the citizens in persecuting, putting to death, and banishing.” Rosini

And so also, before the courts of the world, it is everywhere sufficient to deliver a criminal from all punishment that his guilt should be transferred from his will to his intellect, by proving either unavoidable error or mental derangement, for then it is of no more consequence than if hand or foot had slipped against the will.”

If a man is stupid, we excuse him by saying that he cannot help it; but if we were to excuse a bad man on the same grounds we would be laughed at. And yet the one, like the other, is innate. This proves that the will is the man proper, the intellect merely its tool.”

High mental capacities have always been regarded as the gift of nature or the gods; and on that account they have been called Gaben, Begabung, ingenii dotes, gifts (a man highly gifted), regarding them as something different from the man himself, something that has fallen to his lot through favour.” “all religions promise a reward beyond life, in eternity, for excellences of the will or heart, but none for excellences of the head or understanding. Virtue expects its reward in that world; prudence hopes for it in this; genius, again, neither in this world nor in that; it is its own reward. Accordingly the will is the eternal part, the intellect the temporal.”

Brilliant qualities of mind win admiration, but never affection; this is reserved for the moral, the qualities of the character.”

<I am a man more sinned against than sinning> King Lear (…) if we see that others are inferior to us here, this will not cause us any joy, but we will rather deplore it, and sincerely wish that they were as we are.”

If, looking without us, we reflect that there is vita brevis, ars longa, and consider how the greatest and most beautiful minds, often when they have scarcely reached the summit of their power, and the greatest scholars, when they have only just attained to a thorough knowledge of their science, are snatched away by death, we are confirmed in this, that the meaning and end of life is not intellectual but moral.”

the intellect suffers very important changes through time, while the will and character remain untouched by it.”

as soon as the mind has escaped from the folly of childhood it falls into the snares of innumerable errors, prejudices, and chimeras, sometimes of the absurdest and crudest kind, which it obstinately sticks to, till experience gradually removes them, and many of them also are insensibly lost. All this takes many years to happen, so that one grants it majority indeed soon after the 20th year, yet has placed full maturity, years of discretion, not before the 40th year.”

This has reached its real culminating point about the 30th year, on account of its dependence upon the pressure of blood and the effect of the pulsation upon the brain, and through this again upon the predominance of the arterial over the venous system, and the fresh tenderness of the brain fibre, and also on account of the energy of the genital system. After the 35th year a slight diminution of the physical energy of the brain becomes noticeable, which, through the gradually approaching predominance of the venous over the arterial system, and also through the increasing firmer and drier consistency of the brain fibre, more and more takes place, and would be much more observable if it were not that, on the other hand, the psychical perfecting, through exercise, experience, increase of knowledge, and acquired skill in the use of it, counteracts it—an antagonism which fortunately lasts to an advanced age, for the brain becomes more and more like a worn-out instrument.”

the events at school stand to those of the future life for the most part as the dumb-show in Hamlet that precedes the play to be given at the court, and foretells its content in the form of pantomime, stands to the play itself. But it is by no means possible to prognosticate in the same way the future intellectual capacities of the man from those shown in the boy; rather as a rule the ingenia præcocia, prodigies, turn out block-heads; genius, on the contrary, is often in childhood of slow conception, and comprehends with difficulty, just because it comprehends deeply.”

J U D A S “The advance of age, which gradually consumes the intellectual powers, leaves the moral qualities untouched.” “malice, spite, avarice, hardheartedness, infidelity, egoism, and baseness of every kind also remain undiminished to our latest years.”

just like the man who before he has a beard will wear a false one, and later, when his own beard has become grey, will dye it brown.”

Hence the implacable nature of the anger and hate of old persons—

The young man’s wrath is like light straw on fire,

But like red-hot steel is the old man’s ire.”

The universally used and generally very well understood expressions heart and head have sprung from a true feeling of the fundamental distinction here in question; therefore they are also apt and significant, and occur in all languages.” “When a hero dies his heart is embalmed, not his brain; on the other hand, we like to preserve the skull of the poet, the artist, and the philosopher. So Raphael’s skull was preserved in the Academia di S. Luca at Rome, though it has lately been proved not to be genuine; in Stockholm in 1820 the skull of Descartes was sold by auction.”

We certainly know something more of our life than of a novel we have formerly read, yet only very little. The principal events, the interesting scenes, have impressed themselves upon us; in the remainder a thousand events are forgotten for one that has been retained. The older we become the more do things pass by us without leaving any trace. Great age, illness, injury of the brain, madness, may deprive us of memory altogether, but the identity of the person is not thereby lost. It rests upon the identical will and the unalterable character of the person.” “even actions of moral significance can sometimes, after years, be only imperfectly recalled, and we no longer know accurately and in detail how we acted on a critical occasion. But the character itself, to which the actions only testify, cannot be forgotten by us; it is now still quite the same as then.”

VENCIDO PELA MINHA DEIDADE NO FUNDO DO POÇO DA ANGÚSTIA (“NÃO AINDA, MISERÁVEL, VOCÊ AINDA TEM MUITO QUE FAZER!”): “Upon this inexpressible horror mortis is also founded the favourite principle of all ordinary minds, that whosoever takes his own life must be mad; yet not less the astonishment, mingled with

a certain admiration, which this action always excites even in thinking minds, because it is so opposed to the nature of all living beings that in a certain sense we are forced to admire him who is able to perform it. For suicide proceeds from a purpose of the intellect, but our will to live is a prius of the intellect. Thus this consideration also confirms the primacy of the will in self-consciousness.” Eu tenho tudo, sou bonito, sou gostoso, sou bom, inteligente, e tenho Vontade. O que mais eu poderia querer?, perguntaria – em terceira pessoa, que abstrato! – o tipo naïve par excellence A(dria)na ou Bárbara. Anas e Bárbaras: sempre neófitas, estão no começo do alfabeto.

The brain, with its function of knowing, is only a vedette established by the will for its external ends, which, up in the watch-tower of the head, looks round through the windows of the senses and marks where mischief threatens and where advantages are to be looked for, and in accordance with whose report the will decides. This vedette, like every one engaged on active service, is then in a condition of strain and effort, and therefore it is glad when, after its watch is completed, it is again withdrawn, as every watch gladly retires from its post. This withdrawal is going to sleep, which is therefore so sweet and agreeable, and to which we are so glad to yield; on the other hand, being roused from sleep is unwelcome, because it recalls the vedette suddenly to its post.” “a certain degree of strength is required for sleeping. Therefore too great fatigue or natural weakness prevent us from seizing it, capere somnum.” “The need of sleep is therefore directly proportionate to the intensity of the brain-life, thus to the clearness of the consciousness. Those animals whose brain-life is weak and dull sleep little and lightly; for example, reptiles and fishes: and here I must remind the reader that the winter sleep is sleep almost only in name, for it is not an inaction of the brain alone, but of the whole organism, thus a kind of apparent death. Animals of considerable intelligence sleep deeply and long. Men also require more sleep the more developed, both as regards quantity and quality, and the more active their brain is.”

Montaigne relates of himself that he had always been a long sleeper, that he had passed a large part of his life in sleeping, and at an advanced age still slept from 8 to 9 hours at a time (III, chap. 13). Descartes also is reported to have slept a great deal (Baillet, Vie de Descartes, 1693, p. 288). Kant allowed himself 7 hours for sleep, but it was so hard for him to do with this that he ordered his servant to force him against his will, and without listening to his remonstrances, to get up at the set time (Jachmann, Immanuel Kant, p. 162). For the more completely awake a man is, i.e., the clearer and more lively his consciousness, the greater for him is the necessity of sleep, thus the deeper and longer he sleeps. Accordingly much thinking or hard brain-work increases the need of sleep. That sustained muscular exertion also makes us sleepy is to be explained from the fact that in this the brain continuously, by means of the medulla oblongata, the spinal marrow, and the motor nerves, imparts the stimulus to the muscles which affects their irritability, and in this way it exhausts its strength. The fatigue which we observe in the arms and legs has accordingly its real seat in the brain; just as the pain which these parts feel is really experienced in the brain; for it is connected with the motor nerves, as with the nerves of sense.”

In magnetic somnambulism the consciousness is doubled: 2 trains of knowledge, each connected in itself, but quite different from each other, arise; the waking consciousness knows nothing of the somnambulant. But the will retains in both the same character, and remains throughout identical; it expresses in both the same inclinations and aversions. For the function may be doubled, but not the true nature.” À luz do que os otimistas do séc. XIX afirmavam, Sch. se mostra, novamente, pelo menos meio século à frente de seu tempo neste assunto (magnetismo animal).

The greatest error in Gall’s phrenology is that he assigns organs of the brain for moral qualities also.”

According to an experiment made by Spallanzani¹ and repeated by Voltaire, a snail that has had its head cut off remains alive, and after some weeks a new head grows on, together with horns; with this, consciousness and ideas again appear; while till then the snail had only given evidence of blind will through unregulated movements.

¹ Risultati di esperienze sopra la riproduzione della testa nelle lumache terrestri: in the Memorie di matematica e fisica della Società Italiana, Tom. I, p. 581; Voltaire, Les colimaçons du révérend père l’escarbotier.”

It was perhaps Tiedemann who first compared the cerebral nervous system to a parasite (Tiedemann und Treviranns Journal für Physiologie, Band i. §62). The comparison is happy; for the brain, together with the spinal cord and nerves which depend upon it, is, as it were, implanted in the organism, and is nourished by it without on its part directly contributing anything to the support of the economy of the organism; therefore there can be life without a brain, as in the case of brainless abortions, and also in the case of tortoises, which live for three weeks after their heads have been cut off” “Indeed a hen whose whole brain Flourens had cut away lived for 10 months and grew.”

ACESSÓRIO DISPENSÁVEL: “Even in the case of men the destruction of the brain does not produce death directly, but only through the medium of the lungs, and then of the heart (Bichat, Sur la Vie et la Mort, Part 2, art. 2, §1).” Morte cerebral: como cultivar peixes de aquário na forma de ex-parentes.

Only if we forcibly deprive ourselves of this primary and simple information can we for a short time marvel at the process of our own bodily action as a miracle, which then rests on the fact that between the act of will and the action of the body there is really no causal connection, for they are directly identical, and their apparent difference only arises from the circumstance that here what is one and the same is apprehended in 2 different modes of knowledge, the outer and the inner.”

Mere resolves of the will, on the contrary, till they are carried out, are only intentions, and are therefore matter of the intellect alone; as such they have their place merely in the brain, and are nothing more than completed calculations of the relative strength of the different opposing motives. They have, therefore, certainly great probability, but no infallibility. They may turn out false, not only through alteration of the circumstances, but also from the fact that the estimation of the effect of the respective motives upon the will itself was erroneous, which then shows itself, for the deed is untrue to the purpose: therefore before it is carried out no resolve is certain. The will itself, then, is operative only in real action; hence in muscular action, and consequently in irritability.” “for galvanic, chemical, and even mechanical stimuli can effect the same contraction which the motor nerve calls forth.” “Sensibility in itself is quite unable to contract a muscle. This can only be done by the muscle itself, and its capacity for doing so is called irritability, i.e., susceptibility to stimuli.” “will is the metaphysical substratum of the irritability of the muscle”

If now perhaps the motor nerve that leads to my hand is severed, the will can no longer move it. This, however, is not because the hand has ceased to be, like every part of my body, the objectivity, the mere visibility, of my will, or in other words, that the irritability has vanished, but because the effect of the motive, in consequence of which alone I can move my hand, cannot reach it and act on its muscles as a stimulus, for the line of connection between it and the brain is broken. Thus really my will is, in this part, only deprived of the effect of the motive.”

how, then, can we reconcile it with this, that the voluntary actions, those most undeniable expressions of the will, clearly originate in the brain, and thus only through the spinal cord reach the nerve fibers, which finally set the limbs in motion, and the paralysis or severing of which therefore prevents the possibility of voluntary movement? This would lead one to think that the will, like the intellect, has its seat only in the brain, and, like it, is a mere function of the brain. (…) The necessity of consciousness is, as I have often explained, occasioned by the fact that in consequence of the increased complication, and thereby more multifarious wants, of an organism, the acts of its will must be guided by motives – no longer, as in the lower grades, by mere stimuli.”

Thus such an intellect must first of all unite in one point all impressions, together with the working up of them by its functions, whether to mere perception or to conceptions, a point which will be, as it were, the focus of all its rays, in order that that unity of consciousness may arise which is the theoretical ego, the supporter of the whole consciousness, in which it presents itself as identical with the willing ego, whose mere function of knowledge it is. That point of unity of consciousness, or the theoretical ego, is just Kant’s synthetic unity of apperception, upon which all ideas string themselves as on a string of pearls, and on account of which the <I think>, as the thread of the string of pearls, <must be capable of accompanying all our ideas.>” “For although the will is quite directly present in these, inasmuch as they are merely its manifestation, yet when it has to move according to motives, or indeed according to reflection, it requires such an apparatus for the apprehension and working up of ideas into such motives, in conformity with which its acts here appear as resolves: just as the nourishment of the blood with chyle [leite] requires a stomach and intestines, in which this is prepared, and then as such is poured into the blood through the ductus thoracicus, which here plays the part which the spinal cord plays in the former case.”

Por que eu coço minha barba? Os motivos da existência são antropomórficos, believe me. Eu dou alma ao que antes era puro impulso. O que este impulso ou protoalma diz a minha elucidada alma? O que posso responder à primeira pergunta? Eu sou/estou irritado e quero fazer isso, alguma coisa, não sei bem o quê… Minhas mãos não querem parar, elas querem continuar, mesmo que meus dedos doam e meu cérebro precise de repouso… Meu corpo nunca está em inércia, especialmente o meu, se podemos estabelecê-lo. Todos somos seres humanos, certo? Mas você é mais inquieto que todos a sua volta, isso com certeza, não tem erro nem tiro no escuro!… Crise de propósito de propósito?! O que está faltando nesta falta que é a náusea que é a vida, Rafael? Vamos tentar responder isso ruminando, pois pelo visto uma resposta categórica ‘inda não ‘tá pronta, oh my, yare yare.

Bichat ascribes the flowing back of the blood through the veins to the pressure of the walls of the capillary tubes, and Magendie, on the other hand, to the continue action of the impulse of the heart (Précis de Physiologie, vol. II, p. 389). That the movement of the blood is also independent of the nervous system, at least of the cerebral nervous system, is shown by the fetus, which (according to Müller’s Physiologie), without brain and spinal cord, has yet circulation of the blood.”

Cor primum vivens et ultimum moriens” Haller

The course of the arteries also determines the form and size of all the limbs; consequently the whole form of the body is determined by the course of the blood. Thus in general the blood, as it nourishes all the parts of the body, has also, as the primary fluidity of the organism, produced and framed them out of itself. And the nourishment which confessedly constitutes the principal function of the blood is only the continuance of that original production of them. This truth will be found thoroughly and excellently explained in the work of Rösch referred to above, Über die Bedeutung des Blutes, 1839.” “it has not the red colour quite at the beginning. This disposes of the objection which might be drawn from the fact that the brain and the spinal cord begin to form before the circulation of the blood is visible or the heart appears.” “The blood of invertebrate animals never assumes the red colour” “From all this it follows that the will objectifies itself most immediately in the blood as that which originally makes and forms the organism, perfects it by growth, and afterwards constantly maintains it, both by the regular renewal of all the parts and by the extraordinary restoration of any part that may have been injured. The first productions of the blood are its own vessels, and then the muscles, in the irritability of which the will makes itself known to self-consciousness; but with this also the heart, which is at once vessel and muscle, and therefore is the true centre and primum mobile of the whole life.”

the whole nervous system constitutes, as it were, the antennæ of the will, which it stretches towards within and without. The nerves of the brain and spinal cord separate at their roots into sensory and motory nerves. The sensory nerves receive the knowledge from without, which now accumulates in the thronging brain, and is there worked up into ideas, which arise primarily as motives. But the motory nerves bring back, like couriers, the result of the brain function to the muscle, upon which it acts as a stimulus, and the irritability of which is the immediate manifestation of the will.”

The ganglia lie wherever the organic functions of the vegetative system require care. It is as if there the will was not able by its direct and simple action to carry out its aims, but required guidance, and consequently control; just as when in some business a man’s own memory is not sufficient, and he must constantly take notes of what he does. For this end mere knots of nerves are sufficient for the interior of the organism, because everything goes on within its own compass.”

the reflex actions discovered by Marshall Hall, such as sneezing, yawning, vomiting, the second half of swallowing, &c., &c. (…) Marshall Hall, whose discovery of the reflex movements I have mentioned above, has given us in this the theory of involuntary movements.”

The will itself is present in the whole organism, since this is merely its visible form; the nervous system exists everywhere merely for the purpose of making the direction of an action possible by a control of it, as it were to serve the will as a mirror, so that it may see what it does, just as we use a mirror to shave by.”

O mistério do cérebro epiléptico do não-epiléptico.

Marshall Hall’s excellent book On the Diseases of the Nervous System is peculiarly fitted to bring out clearly the difference between volition and will, and to confirm the truth of my fundamental doctrine.”

Who makes the chicken in the egg? Some power and skill coming from without, and penetrating through the shell? Oh no! The chicken makes itself, and the force which carries out and perfects this work, which is complicated, well calculated, and designed beyond all expression, breaks through the shell as soon as it is ready, and now performs the outward actions of the chicken, under the name of will. It cannot do both at once; previously occupied with the perfecting of the organism, it had no care for without. But after it has completed the former, the latter appears, under the guidance of the brain and its feelers, the senses, as a tool prepared beforehand for this end, the service of which only begins when it grows up in self-consciousness as intellect, which is the lanterna to the steps of the will”

The humble hen made itself, how couldn’t men or the world?

great and fundamental as is the difference in us between willing and knowing, the ultimate substratum of both is yet the same, the will, as the real inner nature of the whole phenomenon.”

SÍNTESE IMPECÁVEL: “For the whole process is the self-knowledge of the will; it starts from this and returns to it, and constitutes what Kant has called the phenomenon in opposition to the thing-in-itself.”

O imenso perigo de uma má tradução: “Thus the whole is ultimately the will, which itself becomes idea [sic – REPRESENTATION!], and is that unity which we express by I.” Poder-se-ia até conceber, por exemplo, que Schopenhauer nomeasse seu trabalho O Mundo como Idéia e Representação em Alemão, tamanho é o ANTAGONISMO aqui!

Quite recently the physiatrica point of view has at last prevailed in pathology. According to it diseases are themselves a curative process of nature, which it introduces to remove, by overcoming its causes, a disorder which in some way has got into the organism. Thus in the decisive battle, the crisis, it is either victorious and attains its end, or else is defeated.” “On the other hand, that the will itself is sick, as Brandis repeatedly expresses himself in his book, Über die Anwendung der Kälte, which I have quoted in the first part of my essay Über den Willen in der Natur is a gross misunderstanding.”

he borrowed his fundamental thought from me, and with the usual honesty which prevails at the present day in the learned world, said nothing about it.” HAHAHA!

Bichat’s reflections and mine reciprocally support each other, for his are the physiological commentary on mine, and mine are the philosophical commentary on his, and one will best understand us both by reading us together.” “He makes the foundation of his expositions the opposition of the organic to the animal life, which corresponds to mine of the will to the intellect. Whoever looks at the sense, not at the words, will not allow himself to be led astray by the fact that he ascribes the will to the animal life; for by will, as is usual, he only understands conscious volition, which certainly proceeds from the brain, where, however, as was shown above, it is not yet actual willing, but only deliberation upon and estimation of the motives, the conclusion or product of which at last appears as the act of will. All that I ascribe to the will proper he ascribes to the organic life, and all that I conceive as intellect is with him the animal life: the latter has with him its seat in the brain alone, together with its appendages: the former, again, in the whole of the remainder of the organism. The complete opposition in which he shows that the 2 stand to each other corresponds to that which with me exists between the will and the intellect. As anatomist and physiologist he starts from the objective, that is, from the consciousness of other things; I, as a philosopher, start from the subjective, self-consciousness”

Anger boils in my veins” “Stirs my gall” “My bowels leap with joy” “Jealousy poisons my blood”

Les chants sont le langage des passions, de la vie organique, comme la parole ordinaire est celui de l’entendement, de la vie animale: la déclamation, tient le milieu, elle anime la langue froide du cerveau par la langue expressive des organes intérieurs, du coeur, du foie, de l’estomac”

Nothing is better fitted than this excellent and thorough book to confirm and bring out clearly that the body is only the embodied (i.e., perceived by means of the brain functions, time, space, and causality) will itself, from which it follows that the will is the primary and original, the intellect, as mere brain function, the subordinate and derived.”

le tempérament physique et le CHARACTÈRE MORAL ne sont point susceptible de changer par l’éducation (…) Le charactère est, si je puis m’exprimer ainsi, la physionomie des passions; le tempérament est la physionomie des fonctions internes: or les unes et les autres étant toujours les mêmes, ayant une direction que l’habitude et l’exercice ne dérangent jamais, il est manifeste que le tempérament et le charactère doivent être aussi soustraits à l’empire de l’éducation. Elle peut modérer l’influence du second, perfectionner assez le jugement et la réflection, pour rendre leur empire supérieur au sien, fortifier la vie animal afin qu’elle résiste aux impulsions de l’organique. Mais vouloir par elle dénaturer le charactère, adoucir ou exalter les passions dont il est l’expression habituelle, agrandir ou resserrer leur sphère, c’est une entreprise analogue a celle d’un médecin qui essaierait d’élever ou d’abaisser de quelque degrés, et pour toute la vie, la force de contraction ordinaire au coeur dans l’état de santé, de précipiter ou de ralentir habituellement le mouvement naturel aux artères, et qui est nécessaire à leur action, etc.”

The reader who is familiar with my philosophy may imagine how great was my joy when I discovered, as it were, the proof of my own convictions in those which were arrived at upon an entirely different field, by this extraordinary man, so early taken from the world.”

A special authentication of the truth that the organism is merely the visibility of the will is also afforded us by the fact that if dogs, cats, domestic cocks, and indeed other animals, bite when violently angry, the wounds become mortal; nay, if they come from a dog, may cause hydrophobia in the man who is bitten, without the dog being mad or afterwards becoming so. [!!] For the extremest anger is only the most decided and vehement will to annihilate its object; this now appears in the assumption by the saliva of an injurious, and to a certain extent magically acting, power, and springs from the fact that the will and the organism are in truth one. This also appears from the fact that intense vexation may rapidly impart to the mother’s milk such a pernicious quality that the sucking child dies forthwith in convulsions (Most, Über sympathetischen Mittel und Kuren, p. 16). [!!!]” Parece que este autor só é conhecido pelo próprio Schopenhauer, mesmo no google (ele dá mais detalhes no seu tratado Sobre a Vontade na natureza)!

Now, 60 years later, M. Flourens suddenly appears with a polemic against it in his work, De la vie et de l’intelligence, and makes so bold as to declare without ceremony that all that Bichat has brought to light on this important subject, which was quite his own, is false. And what does he oppose to him in the field? Counter-reasons? No, counter assertions and authorities, indeed, which are as inadmissible as they are remarkable—Descartes and Gall!”

For in the 19th century a Cartesian in philosophy is just what a follower of Ptolemy would be in astronomy, or a follower of Stahl in chemistry.” “Oh how must Bichat and I be ashamed of ourselves in the presence of such wisdom! But, to speak seriously, what can be more disheartening, or rather more shocking, than to see the true and profound rejected and the false and perverse extolled; to live to find that important truths, deeply hidden, and extracted late and with difficulty, are to be torn down, and the old, stale, and late conquered errors set up in their place; nay, to be compelled to fear that through such procedure the advances of human knowledge, so hardly achieved, will be broken off! But let us quiet our fears; for magma est vis veritatis et prævalebit. M. Flourens is unquestionably a man of much merit, but he has chiefly acquired it upon the experimental path. Just those truths, however, which are of the greatest importance cannot be brought out by experiments, but only by reflection and penetration. Now Bichat by his reflection and penetration has here brought a truth to light which is of the number of those which are unattainable by the experimental efforts of M. Flourens, even if, as a true and consistent Cartesian, he tortures a hundred more animals to death.”

Volume III, edição inglesa, tradução de Haldane & Kemp, 6. ed., 1909.

SUPLEMENTOS AO SEGUNDO TOMO (cont.)

it may be remarked in passing, my direct antipode among philosophers is Anaxagoras; for he assumed arbitrarily as that which is first and original, from which everything proceeds, a nous, an intelligence, a subject of representations, and he is regarded as the first who promulgated such a view.” “according to me, thought appears as the very last.” “All physico-theology is a carrying out of the error opposed to the truth expressed at the beginning of this chapter—the error that the most perfect form of the origin of things is that which is brought about by means of an intellect. § From the time of Socrates down to our own time, we find that the chief subject of the ceaseless disputations of the philosophers has been that ens rationis, called soul.”

REBORN, WORLD!

COMO ESTUDAR A ESCOLA EMPÍRICA (LENDO OS MÉDICOS FRANCESES CLÁSSICOS): “Here Cabanis is specially to be named, whose excellent work, Des rapports du physique au moral, is initiatory of this method of consideration on the path of physiology. (…) Even Gall may be named here, although his chief aim was missed.” “The most recent advances in the physiology of the nervous system, through Sir Charles Bell, Magendie, Marshall Hall, and others, have also enriched and corrected the material of this method of consideration.” Infelizmente – ou felizmente? – sinto que não avançamos muito neste terreno desde Sch..

A philosophy which, like the Kantian, entirely ignores this point of view for the intellect is one-sided, and consequently inadequate. It leaves an impassable gulf between our philosophical and our physiological knowledge, with which we can never find satisfaction.” “the whole objective world, so boundless in space, so infinite in time, so unsearchable in its perfection, is really only a certain movement or affection of the pulpy matter in the skull.”

Knowledge and multiplicity, or individuation, stand and fall together, for they reciprocally condition each other. Beyond the phenomenon in the true being of all things, to which time and space, and consequently also multiplicity, must be foreign, there can also be no knowledge. Buddhism defines this as Pratschna Paramita, i.e., that which is beyond all knowledge (J.J. Schmidt, On the Maha-Jana and Pratschna Paramita).”

We may regard the point at which the understanding makes the transition from the mere sensation upon the retina to the cause of that sensation as the boundary between the world as will and the world as representation”

The difference of the whole manner of existence which the extremes of the gradation of intellectual capacity establish between man and man is so great that that between a king and a day labourer seems small in comparison.” “thus the northern, cold-blooded, and phlegmatic nations are in general noticeably inferior in mind to the southern vivacious and passionate peoples; although, as Bacon has most pertinently remarked, if once a man of a northern nation is highly gifted by nature, he can then reach a grade which no southern ever attains to. [?] It is accordingly as perverse as it is common to take the great minds of different nations as the standard for comparing their mental powers: for that is just attempting to prove the rule by the exceptions.”

genius proper is only for theoretical achievements, for which it can choose and await its time, which will just be the time at which the will is entirely at rest, and no waves disturb the clear mirror of the comprehension of the world. (…) Goethe’s Tasso is written from this point of view.” “and accordingly we see great generals and great ministers appear in every age, whenever the merely external conditions are favourable to their efficiency. Great poets and philosophers, on the other hand, leave centuries waiting for them”

clumsiness in the movement of the body indicates clumsiness in the movement of the thoughts, and will be regarded as a sign of stupidity both in individuals and nations, as much as sleepiness of the countenance and vacancy of the glance. Another symptom of the physiological state of the case referred to is the fact that many persons are obliged at once to stand still whenever their conversation with anyone who is walking with them begins to gain some connection; because their brain, as soon as it has to link together a few thoughts, has no longer as much power over as is required to keep the limbs in motion by means of the motory nerves, so closely is everything measured with them. [!!]”

If, therefore, nature presents to us every living thing as appearing out of nothing, and, after an ephemeral existence, returning again forever to nothing, and if it seems to take pleasure in the unceasing production of new beings, in order that it may be able unceasingly to destroy, and, on the other hand, is unable to bring anything permanent to light; if accordingly we are forced to recognise matter as that which alone is permanent, which never came into being and never passes away, but brings forth all things from its womb, whence its name appears to be derived from mater rerum, and along with it, as the father of things, form, which, just as fleeting as matter is permanent, changes really every moment, and can only maintain itself so long as it clings as a parasite to matter (now to one part of it, now to another), but when once it entirely loses hold, disappears, as is shown by the palæotheria and the ichthyosaurians, we must indeed recognise this as the direct and genuine utterance of nature, but on account of the origin of the intellect explained above, and the nature of it which results from this origin, we cannot ascribe to this utterance an unconditional truth, but rather only an entirely conditional truth, which Kant has appropriately indicated as such by calling it the phenomenon in opposition to the thing-in-itself.

If, in spite of this essential limitation of the intellect, it is possible, by a circuitous route, to arrive at a certain understanding of the world and the nature of things, by means of reflection widely pursued, and the skilful combination of objective knowledge directed towards without, with the data of self-consciousness, this will yet be only a very limited, entirely indirect, and relative understanding, a parabolical translation into the forms of knowledge, thus a quadam prodire tenus, which must always leave many problems still unsolved.”

the old dogmatism constructed an ontology when it had only materials for a dianoiology. [ciência das faculdades intelectuais ou do pensamento – em outras palavras, seu cume é a filosofia hegeliana]”

He [K.] had, however, hastily assumed that, apart from objective knowledge, i.e., apart from the world as representation, there is nothing given us except conscience, out of which he constructed the little that still remained of metaphysics, his moral theology, to which, however, he attributed absolutely only a practical validity, and no theoretical validity at all. He had overlooked that (…) yet our own nature necessarily also belongs to the world of things-in-themselves, for it must have its root in it.”

the connection of the world of phenomena with the inner nature of things.”

Thus here lies the path upon which I have gone beyond Kant and the limits which he drew, yet always restricting myself to the ground of reflection, and consequently of honesty, and therefore without the vain pretension of intellectual intuition or absolute thought which characterises the period of pseudo-philosophy between Kant and me. In his proof of the insufficiency of rational knowledge to fathom the nature of the world Kant started from knowledge as a fact, which our consciousness affords us, thus in this sense he proceeded a posteriori. But in this chapter, and also in my work, Über den Willen in der Natur, I have sought to show what knowledge is in its nature and origin, something secondary, designed for individual ends; whence it follows that it must be insufficient to fathom the nature of the world. Thus so far I have reached the same goal a priori.” “Then this physiological consideration, in the wider sense, becomes the supplement of that ideological, as the French say, or, more accurately, transcendental consideration.”

Upon the degree of this separation ultimately depends the difference and the gradation of intellectual capacity, both between different kinds of animals and between individual human beings; thus it gives the standard for the intellectual completeness of these beings. For the clearness of the consciousness of the external world, the objectivity of the perception, depends upon it.”

Platonic’s Idea is the summit: pure representation, zero will. “Therefore genius may be defined as the highest grade of the objectivity of knowledge.”

It is the insight that what is inward and original in all the changes and movements of bodies, however various they may be, is in its nature identical; that yet we have only one opportunity of getting to know it more closely and directly, and that is in the movements of our own body. (…) Our body is accordingly the thing-in-itself so far as this can ever be reached by knowledge. Consequently it is that which must express itself in some way in everything in the world, for it is the inner nature of the world and the kernel of all phenomena.”

What is most interesting in them, as is so often the case with Aristotle [hahaha], are the opinions of earlier profound philosophers quoted by him. (…) Aristotle (…) true to his customary method, glides on the surface of things, confines himself to single characteristics and conceptions fixed by current expressions, and asserts that without sensation there can be no desires, and that plants have not sensation. He is, however, in considerable embarrassment, as his confused language shows, till here also, <where fails the comprehension, a word steps promptly in as deputy>, namely, [<GREEK TERM>], the faculty of nourishing. Plants have this, and thus a part of the so-called soul (…) [This term] is therefore a bad substitute for the more profound research of his predecessors, whom he is criticising [Empedocles, Anaxagoras, Plato].”

We also see, in the 2nd chapter [do livro Das Plantas], that Empedocles even recognised the sexuality of plants; which Aristotle then also finds fault with, and conceals his want of special knowledge behind general propositions, such as this: that plants could not have both sexes combined, for if so they would be more complete than animals. By quite an analogous procedure he displaces the correct astronomical system of the world of the Pythagoreans, and by his absurd fundamental principles, which he specially explains in the books De coelo, introduces the system of Ptolemy, whereby mankind was again deprived of an already discovered truth of the greatest importance for almost 2,000 years.” [!] Pitágoras formulou um sistema heliocêntrico? A resposta, conforme Wikipedia abaixo, é: mais que heliocêntrico – de alguma forma, Filolau, pitagórico (a fonte é Estobeu), intuiu que o sistema solar não representava o centro do universo:

An astronomical system positing that the Earth, Moon, Sun, and planets revolve around an unseen <Central Fire> was developed already in the 5th century BC and has been attributed to the Pythagorean philosopher Philolaus. The system has been called <the first coherent system in which celestial bodies move in circles>, anticipating Copernicus by 2,000 years in moving <the earth from the center of the cosmos (and) making it a planet>. Although its concepts of a Central Fire distinct from the Sun, and a nonexistent <Counter-Earth> were erroneous, the system contained the insight that <the apparent motion of the heavenly bodies> was (in large part) due to <the real motion of the observer>.”

And just because the plant is without knowledge it bears its organs of generation ostentatiously in view, in perfect innocence; it knows nothing about it. As soon as in the series of existences knowledge appears the organs of generation are transferred to a hidden part. Man, however, with whom this is again less the case, conceals them intentionally: he is ashamed of them.”

In fact, the boundary between the organised and the unorganised is the most sharply drawn in the whole of nature, and perhaps the only one that admits of no transgressions; so that natura non facit saltus seems to suffer an exception here. Although certain crystallisations display an external form resembling the vegetable, yet even between the smallest lichen, the lowest fungus and everything unorganised there remains a fundamental and essential difference. In the unorganised body that which is essential and permanent, thus that upon which its identity and integrity rests, is the material, the matter; what is unessential and changing is, on the other hand, the form. With the organised body the case is exactly reversed; for its life, i.e., its existence as an organised being, simply consists in the constant change of the material, while the form remains permanent.”

the talk, which is so much affected in our own day, of the life of what is unorganised, indeed of the globe itself, and that it, and also the planetary system, is an organism, is entirely inadmissible.” Curioso, porém: atende-se ao pré-requisito acima da manutenção da forma (circular, cíclica), com mudança constante de material, isto é, sol, cometas, asteróides e planetas não estão quimicamente congelados no tempo e mantém entre si uma certa homeostase ‘individual’ e ‘sistemática’. Poder-se-ia objetar que o núcleo da terra ou do sol não poderiam se manter com uma simples troca atômica (mudança de material), mas poderá ser que as constantes mudanças na superfície da terra e da lua – para citarmos só dois corpos celestes – não afetam sua existência? Na verdade essa questão não faz sentido justamente por não se tratar de vida – forma-conteúdo são unos na transformação climática que está acontecendo, p.ex..

HIDROSTÁTICA + HIDRODINÂMICA = HIDRÁULICA

elective affinity (an expression which is entirely borrowed from the conscious will).”

Finally [fechando o ciclo da natureza morta, aberto – num sentido – pela descoberta da gravidade e as leis daí decorrentes nas ciências exatas, e inclusive as descobertas do campo híbrido da Fisiologia-Biologia; ou melhor, fazendo a SÍNTESE, MORALIZANDO A NATUREZA], the poet shows us how the will conducts itself under the influence of motives and reflection.” “The more correctly, the more strictly according to the laws of nature his characters are there presented, the greater is his fame; hence Shakespeare stands at the top. The point of view which is here taken up corresponds at bottom to the spirit in which Goethe followed and loved the natural sciences, although he was not conscious of the matter in the abstract. Nay more, this not only appears from his writings, but is also known to me from his personal utterances.”

The body which is impelled or exposed to pressure would be crushed to pieces by the impelling or pressing body if it did not withdraw itself from its power by flight, in order to preserve its cohesion; and when flight is impossible for it this actually happens. Indeed, one may regard elastic bodies as the more courageous, which seek to repel the enemy, or at least to prevent him from pursuing further.” Medo de altura é instintivo, não prescinde da experiência.

One sees from that explanation that metaphysics never interrupts the course of physics, but only takes up the thread where physics leaves it, at the original forces in which all causal explanation has its limits. Only here does the metaphysical explanation from the will as the thing-in-itself begin.”

indeed, Kepler’s third law is no longer constantly valid, but in equal times it describes unequal areas.”

Those constructions of light from molecules and atoms which have originated with the French are indeed a revolting absurdity. An article by Ampère, who is otherwise so acute, upon light and heat, which is to be found in the April number of the Annales de chimie et physique, of 1835, may be considered as a flagrant expression of this, and indeed of the whole of atomism in general. There the solid, the fluid and the elastic consist of the same atoms, and all differences arise solely from their aggregation; nay, it is said that space indeed is infinitely divisible, but not matter; because, if the division has been carried as far as the atoms, the further division must fall in the spaces between the atoms! Light and heat, then, are here vibrations of the atoms; and sound is a vibration of the molecules composed of the atoms. In truth, however, these atoms are a fixed idea of the French savants, and therefore they just speak of them as if they had seen them. Otherwise one would necessarily marvel that such a matter-of-fact nation as the French can hold so firmly to a completely transcendent hypothesis, which is quite beyond the possibility of experience, and confidently build upon it up to the sky. (…) At bottom they are still Lockeans, owing to the earlier influence of Condillac. Therefore, for them the thing-in-itself is really matter, from the fundamental properties of which, such as impenetrability, form, hardness, and the other primary qualities, everything in the world must be ultimately explicable. (…) In Germany Kant’s teaching has prevented the continuance of the absurdities of the atomistic and purely mechanical physics for any length of time; although at the present moment these views prevail here also, which is a consequence of the shallowness, crudeness, and folly introduced by Hegel.”

The defence of atoms might be conducted in this way. One may start from porosity and say something of this sort: All bodies have pores, and therefore so also have all parts of a body: now if this were carried out to infinity, there would ultimately be nothing left of a body but pores. The refutation would be that what remained over would certainly have to be assumed as without pores, and so far as absolutely dense, yet not on that account as consisting of absolutely indivisible particles, atoms; accordingly it would certainly be absolutely incompressible, but not absolutely indivisible. It would therefore be necessary that it should be asserted that the division of a body is only possible by penetrating into its pores; which, however, is entirely unproved. If, however, this is assumed, then we certainly have atoms, i.e., absolutely indivisible bodies, thus bodies of such strong cohesion of their spatial parts that no possible power can separate them: but then one may just as well assume such bodies to be large as small, and an atom might be as big as an ox, if it only would resist all possible attacks upon it.”

matter is the visibility of the will. Consequently Plotinus and Giordano Bruno were right, not only in their sense but also in ours, when they made the paradoxical assertion already referred: Matter itself is not extended, consequently it is incorporeal.

Gravity is yet the lowest of all grades of the objectification of the will; therefore it appears in all matter without exception, thus is inseparable from matter in general.” “we can always picture to ourselves matter without weight, but not without extension, repulsive force, and stability, for then it would be without impenetrability, and consequently would not occupy space

Whether, however – now, since the paths to the perpetuation of the forms stand open, and are secured and sustained by nature with boundless care and jealousy –, generatio aequivoca¹ still takes place, can only be decided by experience; especially since the saying Natura nihil facit frustra might, with reference to the paths of regular propagation, be used as a valid argument against it.”

¹ Não confundir com geração espontânea: é o nascimento de novas espécies por mutação – processo comum entre as bactérias após o advento dos antibióticos, p.ex.. Também é a condição sine qua non de processos de mutação e da teoria da evolução de Darwin ou outran a Terra (evolução por saltos, quântica).

Or is it thought more likely that the eggs of the epizoa [verme] are constantly floating about in the air in expectation? (Fearful to think of!) Let us rather remember the disease of phthiriasis, which occurs even now. An analogous case takes place when through special circumstances the conditions of life appear of a species which up till then was foreign to that place. Thus August St. Hilaire saw in Brazil, after the burning of a primitive forest, as soon as ever the ashes had cooled, a number of plants grow up out of them, the species of which was not to be found far and wide” “The assumption now in favour that spores and eggs of the innumerable species of all those kinds of animal life are everywhere floating in the air, and that they wait through long years for a favourable opportunity to be born, is more paradoxical than that of generatio aequivoca.”

The war which has been waged for the last 10 or 15 years against generatio aequivoca, with its premature shouts of victory, was the prelude to the denial of the vital force, and related to it. Let no one, however, be deceived by dogmatic assertions and brazen assurances that the questions are decided, settled, and generally recognised. On the contrary, the whole mechanical and atomistic view of nature is approaching its bankruptcy, and its defenders have to learn that something more is concealed behind nature than action and reaction. The reality of generatio aequivoca and the folly of the extraordinary assumption that in the atmosphere, everywhere and always, billions of seeds of all possible kinds of fungi, and eggs of all possible kinds of infusoria, are floating about, till now one and then another by chance finds its suitable medium, has quite recently (1859[!]) been thoroughly and victoriously shown by Pouchet before the French Academy, to the great vexation of the other members.”

The old world, America and Australia have, it is well known, each their peculiar independent fauna, entirely different from that of the other 2.” “In Australia this analogy can only be very imperfectly followed because its fauna is very poor in mammalia, and contains neither beasts of prey nor apes.” “In mammals America always produces the inferior analogue, but in birds and reptiles the better. Thus it has the advantage in the condor, the macaw, the humming-bird, and the largest batrachia and ophidia; but, for example, instead of the elephant it has only the tapir, instead of the lion the puma, instead of the tiger the jaguar, instead of the camel the lama, and instead of apes proper only monkeys. Even from this last defect it may be concluded that in America nature was not able to rise to man; for even from the nearest grade below man, the chimpanzee and the orang-outang or pongo, the step to man was still an excessively great one. Correspondingly we find that the 3 races of men which, both upon physiological and linguistic grounds, are undoubtedly equally original, the Caucasian, the Mongolian, and the Ethiopian, are only at home in the old world; while America, on the other hand, is peopled by a mixed or climatically modified Mongolian race, which must have come over from Asia.”

In this way materialism inevitably becomes atomism; as happened to it already in its childhood in the hands of Leucippus and Democritus, and happens to it again now that it has come to a 2nd childhood through age; with the French because they have never known the Kantian philosophy, and with the Germans because they have forgotten it. And indeed it carries it further in this its 2nd childhood than in its first. Not merely solid bodies are supposed to consist of atoms, but liquids, water, air, gas, nay, even light, which is supposed to be the undulations of a completely hypothetical and altogether unproved ether, consisting of atoms, the difference of the rapidity of these undulations causing colours. This is an hypothesis which, like the earlier Newtonian 7-colour theory, starts from an analogy with music, entirely arbitrarily assumed, and then violently carried out.”

Credat Judæus Apella!¹ Certainly the nature of light is to us a secret; but it is better to confess this than to bar the way of future knowledge by bad theories.”

¹ Horácio

CRÍTICA AOS NEOMATERIALISTAS OU MATERIALISTAS MECANICISTAS (Sch. nunca chegou a conhecer o marxismo): “Different perpetual motions are then ascribed to all the atoms, revolving, vibrating, &c., according to the office of each; in the same way every atom has its atmosphere of ether, or something else, and whatever other similar fancies there may be. The fancies of Schelling’s philosophy of nature and its disciples were for the most part ingenious, lofty, or at least witty; but these, on the contrary, are clumsy, insipid, paltry, and awkward, the production of minds which, in the first place, are unable to think any other reality than a fabulous, qualityless matter, which is also an absolute object, i.e., an object without a subject; and secondly can think of no other activity than motion and impact: these two alone are comprehensible to them, and that everything runs back to these is their a priori assumption; for these are their thing-in-itself.” “Thus the course of the world is like that of a clock after it has been put together and wound up; thus from this incontestable point of view it is a mere machine, the aim of which we cannot see. Even if, quite without justification, nay, at bottom, in spite of all conceivability and its conformity to law, one should assume a first beginning, nothing would thereby be essentially changed. For the arbitrarily assumed first condition of things would at its origin have irrevocably determined and fixed, both as a whole and down to the smallest detail, the state immediately following it” Não deixa de ser um postulado totalmente correto!

Thereby a riddle is solved which is as old as the world, simply because it has hitherto always been held upside down and the freedom persistently sought in the Operari, [ação, por extensão fenômeno] the necessity in the Esse. [ser] (…) [in my system,] freedom has been transferred to the Esse, and necessity limited to the Operari.” “To save freedom from fate and chance, it had to be transferred from the action to the existence.”

Every one knows only one being quite immediately—his own will in self-consciousness. Everything else he knows only indirectly, and then judges it by analogy with this; a process which he carries further in proportion to the grade of his reflective powers. Even this ultimately springs from the fact that there really is only one being; the illusion of multiplicity (Maja), which proceeds from the forms of external, objective comprehension, could not penetrate to inner, simple consciousness; therefore this always finds before it only one being.”

if we consider at the same time that each of these masterpieces, itself of short duration, has already been produced anew an innumerable number of times, and yet every example of a species, every insect, every flower, every leaf, still appears just as carefully perfected as was the first of its kind; thus that nature by no means wearies and begins to bungle, but, with equally patient master-hand, perfects the last like the first: then we become conscious, first of all, that all human art is completely different, not merely in degree, but in kind, from the works of nature” “If we further reflect that the production of these hyperboles of all works of art costs nature absolutely nothing, so that, with inconceivable prodigality, she creates millions of organisms which never attain to maturity, and without sparing exposes every living thing to a thousand accidents, yet, on the other hand, if favoured by chance or directed by human purpose, readily affords millions of examples of a species of which hitherto there was only one, so that millions cost her no more than one; this also leads us to see that the multiplicity of things has its root in the nature of the knowledge of the subject, but is foreign to the thing-in-itself” Chamando a Vontade de una e princípio da razão suficiente de tão múltiplo quantos forem os observadores, em suma.

Why is our consciousness brighter and more distinct the further it extends towards without, so that its greatest clearness lies in sense perception, which already half belongs to things outside us,—and, on the other hand, grows dimmer as we go in, and leads, if followed to its inmost recesses, to a darkness in which all knowledge ceases? Because, I say, consciousness presupposes individuality

Immortality of the individual might be compared to a point of the surface flying off at a tangent. But immortality, by virtue of the eternal nature of the inner being of the whole phenomenon, may be compared to the return of that point, on the radius, to the centre, of which the whole surface is just the extension.”

The human race may be imagined as an animal compositum, a form of life of which many polypi, especially those which swim, such as Veretillum, Funiculina [na respectiva ordem, logo abaixo], and others, afford examples.”

The 6 equal radii of a snowflake, separating at equal angles, are measured beforehand by no knowledge; but it is the simple tendency of the original will, which so exhibits itself to knowledge when knowledge appears.” “If direct insight into the working of nature was possible for us, we would necessarily recognise that the wonder excited by teleology referred to above is analogous to that which that savage referred to by Kant in his explanation of the ludicrous felt when he saw the froth irresistibly foaming out of a bottle of beer which had just been opened, and expressed his wonder not that it should come out, but that any one had ever been able to get it in” “Therefore our astonishment at design may likewise be compared to that which the first productions of the art of printing excited in those who considered them under the supposition that they were works of the pen, and therefore had to resort to the assumption of the assistance of a devil in order to explain them.” “If we give ourselves up to the contemplation of the indescribably and infinitely ingenious construction of any animal, even if it were only the commonest insect, lose ourselves in admiration of it, and it now occurs to us that nature recklessly exposes even this exceedingly ingenious and highly complicated organism daily and by thousands to destruction by accident, animal rapacity, and human wantonness, this wild prodigality fills us with amazement; but our amazement is based upon an ambiguity of the conceptions, for we have in our minds the human work of art which is accomplished by the help of the intellect and by overcoming a foreign and resisting material, and therefore certainly costs much trouble. Nature’s works, on the contrary, however ingenious they may be, cost her absolutely no trouble; for here the will to work is already the work itself, since, as has already been said, the organism is merely the visibility of the will which is here present, brought about in the brain.” Sorte nossa que a “transmutação de todos os valores” não depende da razão!

spleen embaçado

the skull of the bird in the egg has exactly as many bones as that of the human foetus”

It has been observed that consumptive women, [tísicas] in the last stage of their illness, readily become pregnant, that the disease stops during pregnancy, but after delivery appears again worse than before, and now generally results in death; similarly that consumptive men generally beget another child in the last days of their life.”

flies poisoned with arsenic still couple, and die in the act of copulation.”

The final cause of the pubes [pêlos pubianos] in both sexes, and of the Mons Veneris in the female, is that even in the case of very thin subjects the Ossa pubis shall not be felt, which might excite antipathy” Proteger da sensação acutilante do osso.

The same efficient cause holds good also of the beard of the man; the final cause of it, I suppose, lies in the fact that the pathogonomic signs, thus the rapid alterations of the countenance betraying every movement of the mind, are principally visible in the mouth and its vicinity; therefore, in order to conceal these from the prying eye of the adversary, as something dangerous in bargaining, or in sudden emergencies, nature gave man the beard (which shows that homo homini lupus). The woman, on the other hand, could dispense with this; for with her dissimulation and command of countenance are inborn.” Menos nas lusitanas…

Here we have first to count the reciprocally adapted organisation of the genitals of the 2 sexes, and then also many circumstances that assist the propagation of the species, for example, in the case of the Lampyris noctiluca (the glowworm) the circumstance that only the male, which does not shine, has wings to enable it to seek out the female; the wingless female, on the other hand, since it only comes out in the evening, possesses the phosphorescent light, so that the male may be able to find it. Yet in the case of the Lampyris italica both sexes shine, which is an instance of the natural luxury of the South.”

Since all sucking requires the action of respiration, it can only take place in the respirable medium itself, and not under water, where, however, the sucking young of the whale hangs on to the teats of the mother; now to meet this the whole mammary apparatus of the cetacea is so modified that it has become an injecting organ, and placed in the mouth of the young injects the milk into it without it requiring to suck.”

The reciprocal support which the plant and the insect worlds receive from each other will be found admirably described in Burdach’s large Physiology, vol. I, §263.”

Three great men have entirely rejected teleology, or the explanation from final causes, and many small men have echoed them. These 3 are, Lucretius, Bacon of Verulam [Francis B.], and Spinoza. But in the case of all 3 we know clearly enough the source of this aversion, namely, that they regarded it as inseparable from speculative theology, of which, however, they entertained so great a distrust (which Bacon indeed prudently sought to conceal) that they wanted to give it a wide berth. [âncora]”

To all these teleology is at once also theology, and at every instance of design recognised in nature, instead of thinking and learning to understand nature, they break at once into the childish cry, <Design! design!> then strike up the refrain of their old wives’ philosophy, and stop their ears against all rational arguments, such as, however, the great Hume has already advanced against them.” Traduzindo este parágrafo: se é para fazer metafísica de baixa qualidade, o melhor mesmo é seguir em investigações empíricas sobre a natureza, sem tecer nenhuma hipótese maior que as próprias pernas.

In order to know Hume one must read his Natural History of Religion and his Dialogues on Natural Religion. There one sees him in his greatness, and these, together with Essay 21 <Of National Characters>,¹ are the writings on account of which—I know of nothing that says more for his fame—even to the present day, he is everywhere hated by the English clergy.”

¹ Ainda pendentes no meu caso.

the polemic of Lucretius (IV, 824-858) against teleology is so crude and clumsy that it refutes itself and convinces us of the opposite. But as regards Bacon (De augm. scient., III, 4), he makes, in the 1st place, no distinction with reference to the use of final causes between organised and unorganised nature (which is yet just the principal matter), for, in his examples of final causes, he mixes the 2 up together. Then he banishes final causes from physics to metaphysics; but the latter is for him, as it is still for many at the present day, identical with speculative theology. (…) Finally, Spinoza (Eth. I, prop. 36, appendix) makes it abundantly clear that he identifies teleology so entirely with physico-theology, against which he expresses himself with bitterness, that he explains Natura nihil frustra agere: hoc est, quod in usum hominum non sit [A naturez não age em vão, i.e., nunca faz nada que não seja de proveito para o homem]; and also … [Deus fez tudo para dirigir o homem], etc.“His aim merely was to block the path of theism; and he had quite rightly recognised the physico-theological proof as its strongest weapon. But it was reserved for Kant really to refute this proof, and for me to give the correct exposition of its material, whereby I have satisfied the maxim: Est enim verum index sui et falsi [Há uma verdadeira medida do verdadeiro e do falso].

Nada é supérfluo que seja obra da natureza.” Arist.

Cada parte do corpo é um instrumento para o corpo; cada corpo um instrumento para o todo.”

In fact, every good and regular mind must, in considering organised nature, hit upon teleology, but unless it is determined by the preconceived opinions, [suponho que queira dizer ‘conhecimentos das ciências biológicas, positivos, i.e., a humilíssima senda de Hume, p.ex.] by no means either upon physico-theology [ciência aplicada aos mandamentos da religião como se assim se pudessem extrair seus desígnios (morais) últimos] or upon the anthropo-teleology [o homem não tem um sentido a cumprir, p.ex., na História – mas apenas o que lhe predeterminou a natureza, o que não quer dizer muito; de fato é Hegel o principal contradictor de Spinoza neste tema] condemned by Spinoza.” Temos olhos para ver, ouvidos para escutar, dentes para triturar a comida… Não temos um projeto de humanidade realizável através de um Estado-nação nem pretendemos encontrar a conciliação com o Deus cristão neste, o único mundo.

With regard to Aristotle generally, I wish further to draw attention to the fact here, that his teaching, so far as it concerns unorganised nature, is very defective and unserviceable, as in the fundamental conceptions of mechanics and physics he accepts the most gross errors, which is the less pardonable, since before him the Pythagoreans and Empedocles had been upon the right path and had taught much better.¹ [Isto representa uma grande rocha demolidora de toda a exegese hegeliana na História da Filosofia] Empedocles indeed, as we learn from Aristotle’s 2nd book, De coelo (I, p. 284), had already grasped the conception of a tangential force arising from rotation, and counteracting gravity, which Aristotle again rejects. Quite the reverse, however, is Aristotle’s relation to the investigation of organised nature. This is his field; here the wealth of his knowledge, the keenness of his observation, nay, sometimes the depth of his insight, astonish us.” Aristóteles, o Biólogo.

¹ E não devemos nos esquecer de Epicuro, que interpretou os pré-socráticos (principalmente os atomistas) no sentido correto, evitando os enganos de Aristóteles.

Instinct is a character which is only set in motion by a quite specially determined motive, and on this account the action that proceeds from it is always exactly of the same kind; while the character which is possessed by every species of animal and every individual man is certainly a permanent and unalterable quality of will, which can yet be set in motion by very different motives, and adapts itself to these; and on account of this the action proceeding from it may, according to its material quality, be very different, but yet will always bear the stamp of the same character, and will therefore express and reveal this; so that for the knowledge of this character the material quality of the action in which it appears is essentially a matter of indifference. Accordingly we might explain instinct as a character which is beyond all measure one-sided and strictly determined.” “insects are accordingly, to a certain extent, natural somnambulists.”

We are also reminded here of the dæmon of Socrates, on account of which he had the feeling that he must leave undone some action expected of him, or lying near him, without knowing why—for his prophetic dream about it was forgotten.” “One had taken his passage on a ship, but when it was about to sail he positively would not go on board without being conscious of a reason;—the ship went down. Another goes with companions to a powder magazine; when he has arrived in its vicinity he absolutely will not go any further, but turns hastily back, seized with anxiety he knows not why;—the magazine blows up. A third upon the ocean feels moved one night, without any reason, not to undress, but lays himself on the bed in his clothes and boots, and even with his spectacles on;—in the night the ship goes on fire, and he is among the few who save themselves in the boat. All this depends upon the dull after-effect of forgotten fatidical dreams, and gives us the key to an analogous understanding of instinct and mechanical tendencies.”

If the path is closed by water against the march of the ants, those in front boldly throw themselves in until their corpses are heaped up into a dam for those that follow. When the drones have become useless they are stung to death. Two queens in the hive are surrounded, and must fight with each other till one of them loses its life. The ant-mother bites its own wings off after it has been impregnated, for they would only be a hindrance to it in the work that is before it of tending the new family it is about to found under the earth (Kirby and Spence, vol. 1).” “The wasps, who through the whole summer have with great care and labour fed their larvæ on the produce of their plundering, but now, in October, see the last generation of them facing starvation, sting them to death (Kirby and Spence, ibid., p. 374).”

Much unsuitable is the way in which so-called pantheists express themselves, whose whole philosophy consists in that they call the inner nature of the world, which is unknown to them, <God>; by which indeed they imagine they have achieved much.”

this world of constantly needy creatures, who continue for a time only by devouring one another, fulfil their existence in anxiety and want, and often suffer terrible miseries, till at last they fall into the arms of death”

But Spinoza had special reasons for thus naming his one substance, in order, namely, to preserve at least the word, although not the thing. The stake of Giordano Bruno and of Vanini was still fresh in the memory; they also had been sacrificed to that God for whose honour incomparably more human sacrifices have bled than on the altars of all heathen gods of both hemispheres together. If, then, Spinoza calls the world God, it is exactly the same thing as when Rousseau in the Contrat social, constantly and throughout denotes the people by the word le souverain

Every glance at the world, to explain which is the task of the philosopher, confirms and proves that will to live, far from being an arbitrary hypostasis or an empty word, is the only true expression of its inmost nature.

Look, for example, at the incredible anxiety of a man in danger of his life, the rapid and serious participation in this of every witness of it, and the boundless rejoicing at his deliverance. (…) we would rather be amazed that it was a matter of any consequence whether one attained a few years earlier to the place where after an ephemeral existence he has billions of years to be.”

Why the individual exists would thus be clear; but why does the species itself exist? That is a question which nature, when considered merely objectively, cannot answer. For in vain do we seek by contemplating her for an end of this restless striving, this ceaseless pressing into existence, this anxious care for the maintenance of the species. The strength and time of the individuals are consumed in the effort to procure sustenance for themselves and their young, and are only just sufficient, sometimes even not sufficient, for this.” “For the individuals are fleeting as the water in the brook; the Ideas, on the contrary, are permanent, like its eddies [contracorrentes, turbilhões]: but the exhaustion of the water would also do away with the eddies. We would have to stop at this unintelligible view if nature were known to us only from without, thus were given us merely objectively” “Take, for example, the mole, that unwearied worker. To dig with all its might with its enormous shovel claws is the occupation of its whole life; constant night surrounds it; its embryo eyes only make it avoid the light. It alone is truly an animal nocturnum; not cats, owls, and bats, who see by night.” “the consideration of the animal world left to itself in lands uninhabited by men is also specially instructive. A beautiful picture of this, and of the suffering which nature prepares for herself without the interference of man, is given by Humboldt in his Ansichten der Natur (2nd edition, p. 30 et seq.);¹ nor does he neglect to cast a glance (p. 44) at the analogous suffering of the human race, always and everywhere at variance with itself.” “and this goes on in secula seculorum, or till once again the crust of the planet breaks.”

¹ H., Views of Nature

Yunghahn relates that he saw in Java a plain far as the eye could reach entirely covered with skeletons, and took it for a battlefield; they were, however, merely the skeletons of large turtles, 5 feet long and 3 feet broad, and the same height, which come this way out of the sea in order to lay their eggs, and are then attacked by wild dogs (Canis rutilans), who with their united strength lay them on their backs, strip off their lower armour, that is, the small shell of the stomach, and so devour them alive. But often then a tiger pounces upon the dogs. Now all this misery repeats itself thousands and thousands of times, year out, year in.”

Certainly, according to pantheism or Spinozism, of which the systems of our century are mere travesties, all that sort of thing reels itself off actually without end, straight on through all eternity. For then the world is a God, ens perfectissimum, i.e., nothing better can be or be conceived.” “But why the whole tragi-comedy exists cannot in the least be seen; for it has no spectators, and the actors themselves undergo infinite trouble, with little and merely negative pleasure.” “We can console ourselves for that [a squirrel sacrificing himself to save his young]; but that such a poor innocent squirrel sitting beside its nest with its young is compelled, step by step, reluctantly, battling with itself and lamenting, to approach the wide, open jaws of the serpent and consciously throw itself into them is revolting and atrocious. What monstrous kind of nature is this to which we belong!”

In peace industry and trade are active, inventions work miracles, seas are navigated, delicacies are collected from all ends of the world, the waves engulf thousands. All strive, some planning, others acting; the tumult is indescribable. But the ultimate aim of it all, what is it? To sustain ephemeral and tormented individuals through a short span of time in the most fortunate case with endurable want and comparative freedom from pain, which, however, is at once attended with ennui; then the reproduction of this race and its striving.” “these puppets are not pulled from without, but each bears in itself the clockwork from which its movements result. This is the will to live, manifesting itself as an untiring machine, an irrational tendency, which has not its sufficient reason in the external world.” “Accordingly we often see a miserable figure, deformed and shrunk with age, want, and disease, implore our help from the bottom of his heart for the prolongation of an existence, the end of which would necessarily appear altogether desirable if it were an objective judgment that determined here.”

But if the rope becomes weak the puppet sinks; if it breaks the puppet must fall, for the ground beneath it only seemed to support it: i.e., the weakening of that love of life shows itself as hypochondria, spleen, melancholy; its entire exhaustion as the inclination to suicide, which now takes place on the slightest occasion, nay, for a merely imaginary reason, for now, as it were, the man seeks a quarrel with himself, in order to shoot himself dead, as many do with others for a like purpose”

Men are only apparently drawn from in front; really they are pushed from behind; it is not life that tempts them on, but necessity that drives them forward.”

I scarcely need to draw attention to the fact that the considerations with which we now conclude the 2nd book already point forcibly to the serious theme of the 4th book, indeed would pass over into it directly if it were not that my architectonic symmetry [confissões de um kantiano!] makes it necessary that the 3rd book, with its fair contents, should come between, as a 2nd consideration of the world as representation, the conclusion of which, however, again points in the same direction.”

SUPLEMENTOS AO TERCEIRO TOMO

[Representations are] the complete expression of the essence which exhibits itself as an object of perception, comprehended, not in relation to an individual will, but as it expresses itself spontaneously, whereby indeed it determines all its relations, which till then alone were known. The Representation [in singular] is the root-point of all these relations, and thereby the complete and perfect phenomenon

strictly speaking, space is as foreign to form and colours as time.”

The Representation is properly eternal, but the species is of endless duration, although its appearance upon one planet may become extinct.”

PLATÃO & A CADEIRA: “Of manufactured articles there are no Representation [Idea], but only conceptions” Só em frases como essa o título anglófono guarda qualquer fidelidade com o conteúdo da obra como um todo! Mas individualizer a representação como o Um é uma idiossincrasia schopenhaueriana, que não chega a ser daninha, mas decerto é desnecessária – e prenuncia sua concepção monista da Vontade, que Nietzsche tanto condenaria.

For the rest, the doctrine of Representations originated with the Pythagoreans, unless we distrust the assertion of Plutarch in the book De placitis philosophorum, I, 3.”

Knowledge conditioned in this way must lie at the foundation of every genuine work of art as its origin. The change in the subject which is required for this cannot proceed from the will, just because it consists in the elimination of all volition; thus it can be no act of the will, i.e., it cannot lie in our choice.” Mas é justamente a liberdade (do intelecto) que pressuporia a negação da Vontade; o artista é o oposto da figura que Sch. descreve: um hiper-concentrador de Vontade! Significa que Schopenhauer erra duplamente no aforismo: 1) não é o intelecto o mecanismo que explica o dom (irracional); 2) ainda que o fosse, ele implicaria que o artista poderia escolher seus meios, sua forma de expressão da obra de arte, e Sch. termina a passagem contradizendo-se! Em suma, é verdade que nada disso depende de nossa escolha, mas isso depõe a favor da Vontade como protagonista do processo artístico.

our consciousness has 2 sides; partly, it is a consciousness of our own selves, which is the will; partly a consciousness of other things, and as such primarily, knowledge, through perception, of the external world, the apprehension of objects.” O que ocorre é que, no processo de criação, o artista e sua obra se tornam indistinguíveis (Consciência máxima! Objetividade, se já existiu alguma). Só se voltam a separar no momento da crítica: autor de um lado, obra do outro. A crítica imparcial bem-sucedida é o exercício da subjetividade do logos.

METAFÍSICA DA ARTE:

AUTO-OBJETIFICAÇÃO DO ARTISTA & SUBJETIVIDADE DO RECEPTOR

For we only apprehend the world in a purely objective manner when we no longer know that we belong to it; and all things appear the more beautiful the more we are conscious merely of them and the less we are conscious of ourselves.” Está correto se se refere puramente ao processo da crítica da arte, com alguns ajustes – Sinal trocado: in a purely SUBJECTIVE manner – the less we are conscious of ourselves (o crítico apreende a obra como algo estranho, sujeito x objeto, esqueceu que a criação do artista, sua objetividade, está em ser o objeto enquanto o objeto é consciência, na fusão dos pólos). Propriamente falando, o artista não julga o que é ou não é o belo, pois se torna provisoriamente o próprio belo. Como pode a beleza argumentar intelectualmente sobre a beleza? Ela apenas é. Narciso não se reconhece ao espelho, está menos consciente de si, pode julgar seu reflexo (o outro) como belo. Narciso é o crítico – quem está desinteressado de si está interessado no outro (a obra). Nele, sujeito e objeto estão divorciados, Narciso não é a imagem de Narciso. O artista é todo consciência-de-si, ele e a obra são cegos à outridade, entendem apenas os reflexos (o espelho que reflete a si próprios), estão fechados em si numa subjetividade infinita – mas como não há outro, apenas mesmidade, identidade, trata-se da OBJETIVIDADE PERFEITA E AUTO-SUFICIENTE DO QUE É IGUAL A SI MESMO. Narciso, o crítico, se afoga porque carece, busca o complemento, a beleza (Narciso não é a beleza, ele é inconsciente de si, seu corpo não está em consideração a não ser como outro, infinitamente separado por um abismo). O reflexo (a obra) não quer nada. Sujeito e objeto aqui são um, o mundo. O exterior e o interior simultâneo. O Ser. Não há logos, só recursividade tautológica. Vênus é. O amor é cego e no entanto não deseja enxergar (interagir com o exterior). O amor é o processo de criação. O amor está na boca do mundo, é discursado pelos loucos da subjetividade irrestrita. Neste sentido, o amor é a Poesia e a crítica é a Verdade. Homero descreve o mundo; a verdade desmistifica-o. A verdade é a verdade dos homens, discurso, sempre carentes da serena objetividade muda e inacessível da beleza.

Goethe compreendeu esta antítese, e por isso sua autobiografia se chama Poesia & Verdade. Poesia é a sua obra, verdade o indivíduo biografado. Por ser uma obra, versando sobre a obra e a crítica, é Poesia, como foram antes seus poemas que não falavam de poemas, mas uma poesia sem objeto, inacabada. Por ser uma crítica, prosando sobre a crítica e a obra, é Verdade, verdade clínica e impessoal de sua vida. Beleza deficitária, crítica consumada. Tentativa de uma síntese impossível a não ser dentro da obra de arte que é o artista enquanto indivíduo. O jeito do belo ver, elogiar, participar – a possibilidade da crítica ser bela e definitiva.

Every bodily sensation is in itself an excitement of the will, and indeed oftener of the noluntas [falta-do-querer] than of the voluntas.”

For what we behold only in a picture or in poetry stands outside all possibility of having any relation to our will”

Now this holds good, not only of the works of plastic and pictorial art, but also of poetry; the effect of which is also conditioned by indifferent, will-less, and thereby purely objective apprehension. It is exactly this which makes a perceived object picturesque, an event of actual life poetical; for it is only this that throws over the objects of the real world that magic gleam which in the case of sensibly perceived objects is called the picturesque, and in the case of those which are only perceived in imagination is called the poetical. If poets sing of the blithe morning, the beautiful evening, the still moonlight night, and many such things, the real object of their praise is, unknown to themselves, the pure subject of knowledge which is called forth by those beauties of nature, and on the appearance of which the will vanishes from consciousness, and so that peace of heart enters which, apart from this, is unattainable in the world.” “The natural disposition for the predominance of this state is genius.”

As will, and therefore as individual, he is only one, and this one exclusively, which gives him enough to do and to suffer. As the purely objective perceiver, he is the pure subject of knowledge in whose consciousness alone the objective world has its existence; as such he is all things so far as he perceives them. And in him is their existence without burden or inconvenience. It is his existence, so far as it exists in his representation; but it is there without will.”

Let one remember how when we are gladdened by some fortunate occurrence the whole world at once assumes a bright colour and a smiling aspect, and, on the contrary, looks gloomy and sad when we are pressed with cares; also, how even a lifeless thing, if it is to be made use of in doing something which we abhor, seems to have a hideous physiognomy; for example, the scaffold, the fortress, to which we have been brought, the surgeon’s cases of instruments; the travelling carriage of our loved one, &c., nay, numbers, letters, seals, may seem to grin upon us horribly and affect us as fearful monstrosities.”

<Behind that jutting cliff the well-mounted band of friends should await me,—beside that waterfall my love should rest; this beautifully lighted building should be her dwelling, and that vine-clad window hers;—but this beautiful world is for me a desert!> and so on. Such melancholy youthful reveries really demand something exactly contradictory to themselves; for the beauty with which those objects present themselves depends just upon the pure objectivity, i.e., disinterestedness of their perception,¹ and would therefore at once be abolished by the relation to his own will which the youth painfully misses, and thus the whole charm which now affords him pleasure, even though alloyed with a certain admixture of pain, would cease to exist.”

¹ Exatamente o oposto!

Everything is beautiful only so long as it does not concern us. (We are not speaking here of sensual passion, but of æsthetic pleasure.)”

Why has the sight of the full moon such a beneficent, quieting, and exalting effect? Because the moon is an object of perception, but never of desire:

The stars we yearn not after

Delight us with their glory.—Goethe”

Finally, this is also furthered by the fact that the moon lights without heating, in which certainly lies the reason why it has been called chaste and identified with Diana. In consequence of this whole beneficent impression upon our feeling, the moon becomes gradually our bosom friend. The sun, again, never does so; but is like an over-plenteous benefactor whom we can never look in the face.” Exatamente a diferença entre um espectador e um criador. O criador não é cegado pela luz do sol, porque é o próprio sol.

since this has for its objects the Platonic Representations,¹ and these are not comprehended in the abstract, but only perceptibly, the essence of genius must lie in the perfection and energy of the knowledge of perception.” Suprema ironia que eu tenha sido a obra final do meu progenitor Materialista com “M” de Mammon. O que há de falho em mim decorre da herança: porém, segundo Schopenhauer, eu sou o rei do mundo fenomênico, não do espiritual!

¹ Insisto em modificar Idea por Representation da tradução inglesa sempre que possível porque: 1) a tradução foi descuidada; 2) Schopenhauer não entendeu a doutrina platônica.

For talent is an excellence which lies rather in the greater versatility and acuteness of discursive than of intuitive knowledge. He who is endowed with talent thinks more quickly and more correctly than others; but the genius beholds another world from them all, although only because he has a more profound perception of the world which lies before them also, in that it presents itself in his mind more objectively, and consequently in greater purity and distinctness.”

In the case of the brutes [o homem primitivo, mas os Josés de Jesus também], where it is almost entirely confined to the direct relations, the matter is just on that account most apparent: what has no relation to their will does not exist for them. (…) Therefore the normal mind does not attain to an absolutely pure, objective picture of things, because its power of perception, whenever it is not spurred on by the will and set in motion, at once becomes tired and inactive, because it has not enough energy of its own elasticity and without an end in view to apprehend the world in a purely objective manner. Where, on the other hand, this takes place—where the brain has such a surplus of the power of ideation that a pure, distinct, objective image of the external world exhibits itself without any aim; an image which is useless for the intentions of the will, indeed, in the higher degrees, disturbing, and even injurious to them—there, the natural disposition, at least, is already present for that abnormity which the name genius denotes, which signifies that here a genius foreign to the will, i.e., to the I proper, as it were coming from without, seems to be active. But to speak without a figure: genius consists in this, that the knowing faculty has received a considerably greater development than the service of the will, for which alone it originally appeared, demands. (…) Thus genius consists in an abnormally large measure of intellect, which can only find its use by being applied to the universal of existence, whereby it then devotes itself to the service of the whole human race, as the normal intellect to that of the individual. In order to make this perfectly comprehensible one might say: if the normal man consists of 2/3 will and 1/3 intellect, the genius, on the contrary, has 2/3 intellect and 1/3 will.”

the man without imagination will never achieve anything great, unless it be in calculating and mathematics. The works of plastic and pictorial art and of poetry, as also the achievements of mimicry, may also be regarded as means by which those who have no imagination may make up for this defect as far as possible, and those who are gifted with it may facilitate the use of it.” Chegamos ao exato contrário da afirmação mais freqüente de que “não há gênios nas humanas”!

The investigation of the particular phenomena is the field of the talents, in the real sciences, whose special object is always only the relations of things to each other.”

The pleasure which we have in many of Goethe’s songs which bring the landscape before our eyes, or in Jean Paul’s sketches of nature, depends upon the fact that we thereby participate in the objectivity of those mindsi.e., the purity with which in them the world as representation separated from the world as will, and, as it were, entirely emancipated itself from it. It also follows from the fact that the kind of knowledge peculiar to genius is essentially that which is purified from all will and its relations, that the works of genius do not proceed from intention or choice, but it is guided in them by a kind of instinctive necessity.” Sch. se contradiz – e muito – em estética! Se o objetivo é o instinto da espécie, é óbvio que o artista terá mais instinto que o plebeu – mas Sch. vê a recepção da obra como algo objetivo, e não o inverso, ao mesmo tempo em que nele o plebeu tem mais instinto, e menos autoconsciência. Sua teoria está de ponta-cabeça.

¹ Correto: participamos da objetividade única do grande gênio através de nossa subjetividade. Mas nós, enquanto bons espectadores, é que separamos as coisas. Em realidade, não há nada disso.

because all anxiety proceeds from the will, and knowledge, on the contrary, is in and for itself painless and serene, this gives to the genius lofty brow and clear, perceiving glance, which are not subject to the service of the will and its wants, that look of great, almost supernatural serenity which at times breaks through, and consists [contrasts?] very well with the melancholy of their other featuresespecially the mouth

DA SERIEDADE DO SUPERIOR

¹ Chamada pelo normalman (ex: meu irmão) de “seriedade”. Mas o que acontece é que o gênio é ansioso em total desproporção com sua vida pessoal comezinha. Sua ansiedade transborda das criações artísticas para a vida pessoal. O estúpido e bobo leva uma vida incontáveis vezes mais serena; é claro que ele se aparvalha diante das menores tontices, que duram pouco, mas talvez não reconheça um perigo real, hegemônico e duradouro. O fascismo veio nos provar isso. Nossa serenidade não é extra-mundana, mas muito, muito profana e imanente. Quando até o que assenta e está na base do próprio cotidiano das massas demonstra fissuras e rachaduras, vivemos do despertar ao adormecer intranquilos, farejando alguma coisa. Para o normalman, tudo vai bem. A polarização entre as forças democráticas e reativas e o fascismo opressor, que é vista com bons olhos e sinal de pujança pelo gênio, desagrada essas pessoinhas sem bússola do real. Ora, se uma Jussara Pereira, normalwoman, tivesse mesmo menos intelecto e mais vontade que eu nessa gigantesca proporção de um terço (no sentido schopenhaueriano destes termos), eu não teria de ouvir dela que me “falta inteligência emocional (sic)”! No fim, temos os dois a mais, ainda que proporcionalmente possamos estar mais injetados do dito intelecto: temos mais vontade e mais intelecto. Nossa condição não lhes é intuível – eles tateiam, deduzem, podem acertar em cheio como bater na lua querendo aterrissar em Marte, é um método completamente caótico esse dos normais lidarem com os geniais…

In tristitia hilaris, in hilaritate tristis”

Giordano Bruno

In pandemics, serene

In everyday life, anxious as hell

E completei mais tarde: no fim de semana um caco.

* * *

the traveller in anxiety and haste will see the Rhine and its banks only as a line, and the bridges over it only as lines cutting it. In the mind of the man who is filled with his own aims the world appears as a beautiful landscape appears on the plan of a battlefield.”

The normalman is sunk in the whirl and tumult of life, to which he belongs through his will; his intellect is filled with the things and events of life; but he does not know these things nor life itself in their objective significance”

and then again in very different degrees of distinctness, the question passes through the mind like a flash, What is all this? or again, How is it really fashioned?. The first question, if it attains continued presence, will make the philosopher, and the other, under the same conditions, the artist or the poet.”

My poetic rapture was very small, so long as I only encountered good; but it burnt with a bright flame when I fled from threatening evil. The tender poem, like the rainbow, is only drawn on a dark ground; hence the genius of the poet loves the element of melancholy.” Goethe

The good will is in morality everything; but in art it is nothing.”

Para o gênio, suas pinturas, poemas ou pensamentos são um fim; para os outros (imitadores ou observadores), um meio. Os últimos só vêem pela frente seus próprios negócios, por isso sabem muito bem como avançá-los, bajulando seus contemporâneos, servindo suas necessidades e atendendo seus humores. Sendo assim, esses outros, os normais e vulgares, vivem em sua maioria nas circunstâncias mais felizes; o primeiro, o gênio, o mais das vezes em condições miseráveis. Ele sacrifica seu bem-estar pessoal a fim de atender seu fim objetivo; e ele não pode agir ao contrário, porque toda sua seriedade e gravidade aí repousam. Os normais, seus opostos extremos, agem ao avesso; portanto, estes últimos são pequenos, mas o gênio é grande. O trabalho do gênio é atemporal, mas seu reconhecimento costuma advir apenas na posteridade: ele vive e morre como comum, em seu próprio tempo. De forma geral, só é um grande homem aquele que, em seu trabalho, prático ou teórico, não procura tirar vantagens para si mesmo, mas persegue tão-somente seu final objetivo (desinteressado).”

Portanto, esse predicado altivo pertence somente ao herói genuíno e ao gênio: contrariamente à natureza humana, estes espécimes nunca buscaram o próprio sucesso, nunca viveram para si mesmos, mas para todos, para a humanidade. E tanto como a matemática das populações obriga que a maioria seja constantemente pequena, jamais podendo aspirar à grandeza, a natureza proíbe a ocorrência contrária: a de alguém que pudesse ser constantemente grande, grande a cada momento, o que é impossível—

Porque todo homem é feito de barro,

E o costume é sempre sua nutriz.”

<Quem quer que tenha nascido com um talento, para um talento, sempre encontra nele a mais bela das existências>, diz Goethe. Quando olhamos para as vidas de grandes homens dos tempos passados, não pensamos <Ó, quão feliz deve ele estar agora, por ser ainda admirado entre nós após tanto tempo!>, mas sim: <Quão feliz deve ele ter sido no imediato fruir de sua mente, cujos traços continuam a ressuscitar ao longo dos séculos!>. Não na fama em si, mas naquilo que ele sabe que atingiu (e que originou sua fama), recai o valor que ele próprio – e portanto a humanidade póstuma – se atribuiu. Este é o íntimo prazer que compensa o sofrimento material desta raça de crianças imortais que existem em todos os tempos.”

But even the man of great understanding and reason, whom one might almost call wise, is very different from the genius, and in this way, that his intellect retains a practical tendency, is concerned with the choice of the best ends and means, therefore remains in the service of the will, and accordingly is occupied in a manner that is thoroughly in keeping with nature. The firm, practical seriousness of life which the Romans denoted gravitas presupposes that the intellect does not forsake the service of the will in order to wander away after that which does not concern the will; therefore it does not admit of that separation of the will and the intellect which is the condition of genius.” Nenhum povo defendeu jamais os gênios. Que os romanos fossem de uma moral pró-genialidade seria paradoxal!

The kinship of genius and madness, so often observed, depends chiefly upon that separation of the intellect from the will which is essential to genius, but is yet contrary to nature. But this separation itself is by no means to be attributed to the fact that genius is accompanied by less intensity of will; for it is rather distinguished by a vehement and passionate character; but it is to be explained from this, that the practically excellent person, the man of deeds, has merely the whole, full measure of intellect required for an energetic will while most men lack even this; but genius consists in a completely abnormal, actual superfluity of intellect, such as is required for the service of no will. On this account the men of genuine works are a thousand times rarer than the men of deeds. It is just that abnormal superfluity of intellect by virtue of which it obtains the decided preponderance, sets itself free from the will,¹ and now, forgetting its origin, is freely active from its own strength and elasticity; and from this the creations of genius proceed.”

¹ Eu encaro como o homem prático aquele que se divorcia da vontade e cujo comportamento se tornou uma quimera fictícia (tratando o fenomênico como se fosse o real fundamental – só aqui é que haveríamos de falar em loucura). O gênio, o superabundante em intelecto se compararmos com seu estoque de vontade, é aquele, no entanto, que nunca separa os galhos e a copa das suas raízes instintuais: ele é exatamente o que a natureza projeta para a raça superior de homens.

Lofty and beautiful trees bear no fruit; the fruit-trees are small, ugly cripples. The full garden rose is not fruitful, but the small, wild, almost scentless roses are. The most beautiful buildings are not the useful ones; a temple is no dwelling-house. A man of high, rare mental endowments compelled to apply himself to a merely useful business, for which the most ordinary man would be fitted, is like a costly vase decorated with the most beautiful painting which is used as a kitchen pot”

NOSSO TUDO OU NADA EXASPERANTE DE CADA DIA (QUE NUNCA É O ÚLTIMO, A DESPEITO DAS APARÊNCIAS): “First of all, the genius will be, as it were, the servant of 2 masters, for on every opportunity it frees itself from the service to which it was destined in order to follow its own ends, whereby it often leaves the will very inopportunely in a fix, and thus the individual so gifted becomes more or less useless for life, nay, in his conduct sometimes reminds us of madness. Then, on account of its highly developed power of knowledge, it will see in things more the universal than the particular; while the service of the will principally requires the knowledge of the particular. [ERRO: a Vontade já é esse particular, ela busca o universal, a vontade-para-o-poder, engrandecer-se.] But, again, when, as opportunity offers, that whole abnormally heightened power of knowledge directs itself with all its energy to the circumstances and miseries of the will, it will be apt to apprehend these too vividly, to behold all in too glaring colours, in too bright a light, and in a fearfully exaggerated form, whereby the individual falls into mere extremes.”

A pulga que vira um elefante.

Hence it arises that highly gifted individuals sometimes are thrown by trifles into violent emotions of the most various kinds, which are incomprehensible to others, who see them transported with grief, joy, care, fear, anger, &c., by things which leave the everyday man quite composed. Thus, then, the genius lacks soberness, which simply consists in this, that one sees in things nothing more than actually belongs to them, especially with reference to our possible ends; therefore no sober-minded man can be a genius.”

A SOCIEDADE DOS MEUS MELHORES AMIGOS MORTOS: “What reasonableness, quiet composure, finished surveyal, certainty and proportionateness of behaviour is shown by the well-endowed normal man [Rafael Matta in a nutshell] in comparison with the now dreamy absentness, and now passionate excitement of the man of genius, whose inward pain is the mother’s lap of immortal works! To all this must still be added that genius lives essentially alone. It is too rare to find its like with ease, and too different from the rest of men to be their companion. With them it is the will, with him it is knowledge, that predominates; therefore their pleasures are not his, and his are not theirs. They are merely moral beings, and have merely personal relations; he is at the same time a pure intellect, and as such belongs to the whole of humanity. The course of thought of the intellect which is detached from its mother soil, the will, and only returns to it periodically, will soon show itself entirely different from that of the normal intellect, still cleaving to its stem. For this reason, and also on account of the dissimilarity of the pace, the former is not adapted for thinking in common, i.e., for conversation with the others: they will have as little pleasure in him and his oppressive superiority as he will in them. They will therefore feel more comfortable with their equals, and he will prefer the entertainment of his equals, although, as a rule, this is only possible through the works they have left behind them.

Il y a peu de vices qui empêchent un homme d’avoir beaucoup d’amis, autant que peuvent le faire de trop grandes qualités.” Chamfort

Poucos são os vícios que impedem um homem de ter muitos amigos, os mesmos vícios que podem proporcionar as raras amizades de enormes qualidades.”

The man of talent is like the marksman who hits a mark the others cannot hit; the man of genius is like the marksman who hits a mark they cannot even see to; therefore they only get news of him indirectly, and thus late; and even this they only accept upon trust and faith.”

Il en est de la valeur des hommes comme de celle des diamans, qui à une certaine mesure de grosseur, de pureté, de perfection, ont un prix fixe et marqué, mais qui, par-delà cette mesure, restent sans prix, et ne trouvent point d’acheteurs.Ch.

Nel mondo non è se non volgo” Maquiavel

Nada no mundo senão o vulgo!”

Qual é a semelhança entre gênios, figos e dias?

R: São mais bem-aproveitados fora da estação, após a maturidade, melhor secos do que frescos!

The fundamental condition is an abnormal predominance of sensibility over irritability and reproductive power; and what makes the matter more difficult, this must take place in a male body. (Women may have great talent, but no genius, for they always remain subjective.)” UTOPIA: A MÁRTIR

LOS TESTARUDOS (CONTAINS AN IRONY)

Certainly the brain will thereby very easily affect the rest of the organism injuriously, and through its heightened life and ceaseless activity wear it out prematurely, unless it is itself possessed of energetic vital force and a good constitution: thus the latter belong to the conditions of genius. Indeed even a good stomach is a condition on account of the special and close agreement of this part with the brain. But chiefly the brain must be of unusual development and magnitude, especially broad and high. On the other hand, its depth will be inferior, and the cerebrum will abnormally preponderate in proportion to the cerebellum. Without doubt much depends upon the configuration of the brain as a whole and in its parts; but our knowledge is not yet sufficient to determine this accurately, although we easily recognise the form of skull that indicates a noble and lofty intelligence. The texture of the mass of the brain must be of extreme fineness and perfection, and consist of the purest, most concentrated, tenderest, and most excitable nerve-substance; certainly the quantitative proportion of the white to the grey matter has a decided influence, which, however, we are also unable as yet to specify. However, the report of the post-mortem on the body of Byron (apud Medwin) shows that in his case the white matter was in unusually large proportion to the grey, and also that his brain weighed 6 pounds [2.72kg].” What’s grey matter anyway? White’s anatomy…

O IRRITADIÇO + A BEM-FORMADA + UMA PROBABILIDADE DE 25%, QUIÇÁ?¹

In contrast to the superior size of the brain, the spinal cord and nerves must be unusually thin. (…) This whole quality of the brain and nervous system is the inheritance from the mother, to which we shall return in the following book.Oui, oui, la délicatesse des traits… “But it is quite insufficient to produce the phenomenon of genius if the inheritance from the father is not added, a lively, passionate temperament, which exhibits itself somatically as unusual energy of the heart, and consequently of the circulation of the blood, especially towards the head.

¹ O filho pode nascer com a configuração craniana do pai e com a lassitude materna (decidamente, o pior dos cenários)!… E se Schopenhauer estiver certo, tem de ser do sexo masculino, irrevogavelmente. Destarte, parecem ter ‘acertado comigo’ de segunda!

…from the requisite strength of the heart the brain receives that internal movement different from its constant rising and sinking at every breath, which consists in a shaking of its whole mass at every pulsation of the 4 cerebral arteries, and the energy of which must correspond to the here increased quantity of the brain, as this movement in general is an indispensable condition of its activity. To this, therefore, small stature and especially a short neck is favourable, because by the shorter path the blood reaches the brain with more energy; and on this account great minds have seldom large bodies. Yet that shortness of the distance is not indispensable” Quando penso que vou encontrar uma restrição absoluta, há sempre um ‘senão’…

for example, Goethe was of more than middle height.”

JOSÉ DE JESUS: “This condition coming from the father explains many faults of temperament described above. But, on the other hand, if this condition exists without the former, thus with an ordinarily or even badly constructed brain, it gives vivacity without mind, heat without light, hot-headed persons, men of unsupportable restlessness and petulance. That of two brothers only one has genius, and that one generally the elder, as, for example, in Kant’s case, is primarily to be explained from the fact that the father was at the age of strength and passion only when he was begotten; although also the other condition originating with the mother may be spoiled by unfavourable circumstances.”¹

¹ Quando meu irmão nasceu, tinha meu pai 29 e minha mãe 27. Novos demais? Na idade ideal quando se quer ter uma família feliz, sem dúvida. Quando eu nasci, 7 anos mais tarde, tornou-se impraticável viver uma adolescência e uma primeira juventude minimamente compreensíveis para 2 espíritos já obtusos e agora muito mais velhos e recalcitrantes em seus costumes e percepção de mundo (obsolescência cada vez mais grave de seus pontos de vista estacionários), mundo este sempre em rapidíssima mutação (a ponto de até hoje, mais de 20 anos depois do advento da internet, apresentarem o mesmo comportamento requerido pelos pais para criar filhos nos anos 1980…). A idade da força e da paixão seria, conforme alguns autores, entre os 30 e os 40… 36 e 34. Sete décadas em conjunto.

Dans l’enfance le système nerveux, comparé au musculaire, est proportionellement plus considérable que dans tous les âges suivans, tandis que par la suite, la pluspart des autres systèmes prédominent sur celui-ci. On sait que, pour bien voir les nerfs, on choisit toujours les enfans (Bichat, De la vie et de la mort, art. 8, §6).”

childhood is the time of innocence and happiness, the paradise of life, the lost Eden on which we look longingly back through the whole remaining course of our life. But the basis of that happiness is that in childhood our whole existence lies much more in knowing than in willing” “The innocent and clear glance of children, at which we revive ourselves, and which sometimes in particular cases reaches the sublime contemplative expression with which Raphael has glorified his cherubs, is to be explained from what has been said.”

Certainly what a man acquires of insight and knowledge up to the age of puberty is, taken as a whole, more than all that he afterwards learns, however learned he may become; for it is the foundation of all human knowledge.”

On what, then, the likeness between childhood and genius depends I scarcely need to express further: upon the surplus of the powers of knowledge over the needs of the will, and the predominance of the purely intellectual activity which springs from this. Really every child is to a certain extent a genius, and the genius is to a certain extent a child.” Não é tão simples assim. Ainda mais com um intelecto e uma vontade de definições tão ambíguas!

In Riemer’s Mittheilungen über Goethe (vol. I, p. 184) it is related that Herder and others found fault with Goethe, saying he was always a big child. Certainly they were right in what they said, but they were not right in finding fault with it. It has also been said of Mozart that all his life he remained a child (Nissen’s Biography of Mozart, p. 2 and 529). Schlichtegroll’s Nekrology (for 1791, vol. II, p. 109) says of him: <In his art he early became a man, but in all other relations he always remained a child>. Every genius is even for this reason a big child; he looks out into the world as into something strange, a play, and therefore with purely objective interest. Accordingly he has just as little as the child that dull gravity of ordinary men, who, since they are capable only of subjective interests, always see in things mere motives for their action.”

in many students¹ a purely intellectual tendency and an eccentricity suggestive of genius is unmistakable. But nature returns to her track; [os instintos reacionários voltam a contrabalançar a natureza excessivamente intelectual que ameaça aflorar no indivíduo] they assume the chrysalis form [o desenvolvimento intelectual sofre uma pausa – período de latência] and reappear at the age of manhood, as incarnate Philistines,² at whom we are startled when we meet them again in later years.”

¹ Significa que por mais que muitos alunos pareçam promissores e realmente exibam o temperament do gênio, o número efetivo de gênios na idade adulta é mínimo.

² O emprego da expressão “incarnate Philistines” soa estranho aqui, pois não combina com o teor da frase. Philistine tem necessariamente uma conotação jocosa, e no entanto Schopenhauer quer se referir aos eruditos sob uma luz de decência! Ou Sch. quer dizer que esse “retorno do intelecto” é muito defasado na maioria dos homens? I.e., surpreendemo-nos de um completo asinino (filisteu) aos 30 ter se tornado finalmente alguém ponderado aos 50? Porém isso não faz nenhum sentido, não é realista!

The predominance of the cerebral nervous system and of intelligence in childhood, which is here under consideration, together with the decline of it in riper age, receives important illustration and confirmation from the fact that in the species of animals which stands nearest to man, the apes, the same relation is found in a striking degree. It has by degrees become certain that the highly intelligent orang-outang is a young pongo, which when it has grown up loses the remarkable human look of its countenance, and also its astonishing intelligence, because the lower and brutal part of its face increases in size, the forehead thereby recedes, large cristæ, muscular developments, give the skull a brutish form, the activity of the nervous system sinks, and in its place extraordinary muscular strength develops, which, as it is sufficient for its preservation, makes the great intelligence now superfluous.”

Les singes de tous les genres offrent ce rapport inverse de l’âge et de l’intelligence. Ainsi, par exemple, l’Entelle (espèce de guenon du sous-genre des Semno-pithèques et l’un des singes vénérés dans la religion des Brames) a, dans le jeune âge, le front large, le museau peu saillant, le crâne élevé, arrondi, etc. Avec l’âge le front disparait, recule, le museau proémine; et le moral ne change pas moins que le physique: l’apathie, la violence, le besoin de solitude, remplacent la pénétration, la docilité, la confiance. Ces différences sont si grandes, que dans l’habitude où nous sommes de juger des actions des animaux par les nôtres, nous prendrions le jeune animal pour un individu de l’âge, où toutes les qualités morales de l’espèce sont acquises, et l’Entelle adulte pour un individu qui n’aurait encore que ses forces physiques. Mais la nature n’en agit pas ainsi avec ces animaux, qui ne doivent pas sortir de la sphère étroite, qui leur est fixée, et à qui il suffit en quelque sorte de pouvoir veiller à leur conservation. Pour cela l’intelligence était nécessaire, quand la force n’existait pas, et quand celle-ci est acquise, toute autre puissance perd de son utilité.Cuvier “This last confirms my principle that the intellect, like the claws and teeth, is nothing else than a weapon in the service of the will.”

Whenever I doubt whether an event which I remember really took place, I throw upon myself the suspicion of madness: unless it is that I am uncertain whether it was not a mere dream. If another doubts the reality of an event, related by me as an eye-witness, without mistrusting my honesty, then he regards me as insane. Whoever comes at last, through constantly recounting an event which originally was fabricated by him, to believe in it himself is, in this one point, really insane.”

In the Lalita-vistara, well known to be the history of Buddha Sakya-Muni, it is related that at the moment of his birth all the sick became well, all the blind saw, all the deaf heard, and all mad people <recovered their memory>. This last is mentioned in 2 passages.”

My own experience of many years has led me to the opinion that madness occurs proportionally most frequently among actors. But what a misuse they make of their memory! Daily they have to learn a new part or refresh an old one; but these parts are entirely without connection, nay, are in contradiction and contrast with each other, and every evening the actor strives to forget himself entirely and be some quite different person. This kind of thing paves the way for madness.”

For the rest, I have only considered the p[s]hys[ch]ical origin of madness, thus what is introduced by external, objective occasions. More frequently, however, it depends upon purely physical causes, upon malformations or partial disorganisation of the brain or its membranes, also upon the influence which other parts affected with disease exercise upon the brain.” Na verdade é o contrário: ele só considerou causas internas, as outras são as externas (conversely)!

It is the same as with suicide, which is rarely brought about by an external occasion alone, but a certain physical discomfort lies at its foundation; and according to the degree which this attains to a greater or less external occasion is required; only in the case of the very highest degree is no external occasion at all required.”

I remember a man in a madhouse who had been a soldier, and had gone out of his mind because his officer had addressed him as Er.(*)

(*) In German inferiors are sometimes addressed as Er instead of Sie.”

Pinel taught that there is a mania sine delirio, frenzy without insanity. This was controverted by Esquirol, and since then much has been said for and against it. The question can only be decided empirically. But if such a state really does occur, then it is to be explained from the fact that here the will periodically entirely withdraws itself from the government and guidance of the intellect, and consequently of motives, and thus it then appears as a blind, impetuous, destructive force of nature, and accordingly manifests itself as the desire to annihilate everything that comes in its way.” Isso é o conceito de psicose.

Every corn of rice casts its shadow.” “Every neglected plant at once becomes beautiful.”

That the sight of a mountain chain suddenly rising before us throws us so easily into a serious, and even sublime mood may partly depend upon the fact that the form of the mountains and the outline of the chain arising from it is the only constantly permanent line of the landscape, for the mountains alone defy the decay which soon sweeps away everything else, especially our own ephemeral person. Not that at the sight of the mountain chain all this appeared distinctly in our consciousness, but an obscure feeling of it is the fundamental note of our mood.”

Before a picture, as before a prince, every one must stand, waiting to see whether and what it will speak to him”

A filosofia está para a arte como o vinho para as uvas.” [a filosofia descobre o cerne da aparência] O contrário também poderia ser afirmado sem que a veritas cedesse em 1 milímetro para o erro. Cristo era mais artista que filósofo. Carpinteiro. O dá-me uma alavanca e um ponto de apoio e moverei o mundo da Estética: Dá-me uvas boas o bastante e meus pés saberão amassá-las numa boa bebida que fermentarei.

Le secret d’être ennuyeux, c’est de tout dire.” Voltaire

Sculpture gives merely the form without the colour; painting gives the colour, but the mere appearance of the form; thus both appeal to the imagination of the beholder. The wax figure, on the other hand, gives all, form and colour at once; whence arises the appearance of reality, and the imagination is left out of account. Poetry, on the contrary, appeals indeed to the imagination alone, which it sets in action by means of mere words.”

Curioso como meu cérebro parece se partir em 2 em tempos em que intercalo leituras de Jung com Schopenhauer, haja vista a ‘opinião’ de cada qual sobre a ‘Idéia’ platônica: “The communication of such a Representation can therefore only take place on the path of perception, which is that of art.”

understanding, technical skill and routine must here fill up the gaps which the conception and inspiration of genius has left, and must mix with these all kinds of necessary supplementary work as cement of the only really genuinely brilliant parts. This explains why all such works, only excepting the perfect masterpieces of the very greatest masters (as, for example, Hamlet, Faust, the opera of Don Juan), inevitably contain an admixture of something insipid and wearisome, which in some measure hinders the enjoyment of them. Proofs of this are the Messiah, Gerusalemme liberata, even Paradise Lost and the Æneid; and Horace already makes the bold remark, Quandoque dormitat bonus Homerus. But that this is the case is the consequence of the limitation of human powers in general.”

That in Italy even the simplest and most unornamented buildings make an æsthetic impression, while in Germany this is not the case, depends principally upon the fact that in Italy the roofs are very flat. A high roof is neither support nor burden, for its two halves mutually support each other, but the whole has no weight corresponding to its extension.”

According to the weight of the whole burden generally will the Doric or the 2 lighter orders of columns be chosen, for the first, not only by the greater thickness, but also by the closer position of the columns, which is essential to it, is calculated for heavier burdens, to which end also the almost crude simplicity of its capital is suited. The capitals in general serve the end of showing visibly that the columns bear the entablature, and are not stuck in like pins”

If it were the task of architecture as a fine art simply to exhibit these, then the model would have the same effect as the finished work. But this is distinctly not the case; on the contrary, the works of architecture, in order to act æsthetically, absolutely must have a considerable size; nay, they can never be too large, but may easily be too small. Indeed ceteris paribus the æsthetic effect is in exact proportion to the size of the building, because only great masses make the action of gravitation apparent and impressive in a high degree. But this confirms my view that the tendency and antagonism of those fundamental forces of nature constitute the special æsthetical material of architecture, which, according to its nature, requires large masses in order to become visible, and indeed capable of being felt.”

At the sight of the pottery and implements of the ancients we feel that if nature had wished to produce such things it would have done so in these forms. Since, then, we see that the beauty of architecture arises from the unconcealed exhibition of the ends, and the attainment of them by the shortest and most natural path, my theory here appears in direct contradiction with that of Kant, which places the nature of all beauty in an apparent design without an end.”

the modern architect cannot noticeably depart from the rules and patterns of the ancients without already being on the path of deterioration.”

I scarcely need to remind the reader that in all these considerations I have had in view antique architecture alone, and not the so-called Gothic style, which is of Saracen origin, and was introduced by the Goths in Spain to the rest of Europe. Perhaps a certain beauty of its own kind is not altogether to be denied to this style, but yet if it attempts to oppose itself to the former as its equal, then this is a barbarous presumption which must not be allowed for a moment. How beneficently, after contemplating such Gothic magnificence, does the sight of a building correctly carried out in the antique style act upon our mind!”

If one could bring an ancient Greek before our most celebrated Gothic cathedrals, what would he say to them? — (βάρβαρος) barbaroi!” “For the freely lying entablature has vanished, and with it the columns: support and burden, arranged and distributed in order to give visible form to the conflict between rigidity and gravity, are here no longer the theme. Moreover, that thorough, pure rationality by virtue of which everything admits of strict account, nay, already presents it of its own accord to the thoughtful beholder, and which belongs to the character of antique architecture, can here no longer be found; we soon become conscious that here, instead of it, a will guided by other conceptions has moved; therefore much remains unexplained to us.” “the horizontal line which is that of burden has entirely vanished, and the action of gravity only appears indirectly, disguised in arches and vaults, while the vertical line which is that of support, alone prevails, and makes palpable to the senses the victorious action of rigidity, in excessively high buttresses, towers, turrets, and pinnacles without number which rise unencumbered on high.”

the brilliant side of Gothic churches is the interior; because here the effect of the groined vaulting borne by slender, crystalline, aspiring pillars, raised high aloft, and, all burden having disappeared, promising eternal security, impresses the mind; while most of the faults which have been mentioned lie upon the outside. In antique buildings the external side is the most advantageous, because there we see better the support and the burden; in the interior, on the other hand, the flat roof always retains something depressing and prosaic. For the most part, also, in the temples of the ancients, while the outworks were many and great, the interior proper was small. An appearance of sublimity is gained from the hemispherical vault of a cupola, as in the Pantheon, of which, therefore, the Italians also, building in this style, have made a most extensive use. What determines this is that the ancients, as southern peoples, lived more in the open air than the northern nations who have produced the Gothic style of architecture. Whoever, then, absolutely insists upon Gothic architecture being accepted as an essential and authorised style may, if he is also fond of analogies, regard it as the negative pole of architecture, or, again, as its minor key. In the interest of good taste I must wish that great wealth will be devoted to that which is objectively, i.e., actually, good and right, to what in itself is beautiful, but not to that whose value depends merely upon the association of ideas. Now when I see how this unbelieving age so diligently finishes the Gothic churches left incomplete by the believing Middle Ages, it looks to me as if it were desired to embalm a dead Christianity.”

Accordingly painting may also present ugly faces and emaciated figures; sculpture, on the other hand, demands beauty, although not always perfect, but, throughout, strength and fulness of the figures. Consequently a thin Christ upon the Cross, a dying St. Jerome, wasted by age and disease, like the masterpiece of Domenichino, is a proper subject for painting; while, on the contrary, the marble figure by Donatello, in the gallery at Florence, of John the Baptist, reduced to skin and bone by fasting, has, in spite of the masterly execution, a repulsive effect. From this point of view sculpture seems suitable for the affirmation, painting for the negation of the will to live, and from this it may be explained why sculpture was the art of the ancients, while painting has been the art of the Christian era.” Agora nem mesmo a vontade de morrer se manifesta – em suspenso…

Therefore it assisted the Greek sculptors very much that the climate and customs of their country gave them opportunity the whole day of seeing half-naked forms, and in the gymnasium entirely naked forms.”

That I with mind divine

And human hand

May be able to form

What with my wife,

As animal, I can and must.”

Goethe

Modern sculpture, whatever it may achieve, is still analogous to modern Latin poetry, and, like this, is a child of imitation, sprung from reminiscences. If it presumes to try to be original, it at once goes astray, especially upon the bad path of forming according to nature as it lies before it, instead of according to the proportions of the ancients.”

O ETERNO PODER DA COR NUMA CIVILIZAÇÃO SEM ESPERANÇA: “The art of the painter, considered only so far as it aims at producing the appearance of reality, may ultimately be referred to the fact that he understands how to separate purely what in seeing is the mere sensation, thus the affection of the retina, i.e., the only directly given effect, from its cause, i.e., the objective external world, the perception of which first rises in the understanding from this effect; whereby, if he has technical skill, he is in a position to produce the same effect in the eye through an entirely different cause, the patches of applied colour, from which then in the understanding of the beholder the same perception again arises through the unavoidable reference of the effect to the ordinary cause.”

how should he compose an actual physiognomical unity when the principle of this unity is really unknown to him? Therefore, in the case of every face which has merely been imagined by an artist, we must doubt whether it is in fact a possible face, and whether nature, as the master of all masters, would not show it to be a bungled production by pointing out complete contradictions in it. This would, of course, lead to the principle that in historical paintings only portraits ought to figure, which certainly would then have to be selected with the greatest care and in some degree idealised.”

Accordingly, since the shrieking of Laocoon had to be avoided for reasons which did not lie in the objects to be represented, but in the nature of the representing art, the task thus arose for the artist so to present this not-shrieking as to make it plausible to us that a man in such a position should not shriek. He solves this problem by representing the bite of the snake, not as having already taken place, nor yet as still threatening, but as just happening now in the side; for thereby the lower part of the body is contracted, and shrieking made impossible. This immediate but only subordinate reason was correctly discovered by Goethe, and is expounded at the end of the 11th book of his autobiography, and also in the paper on Laocoon in the first part of the Propylæa

In my time (1823) there was even discovered in Florence a Madonna of Raphael’s, which had hung for a long series of years on the wall of the servants’ hall of a palace (in the Quartiere di S. Spirito); and this happens among Italians, the nation which is gifted beyond all others with the sense of the beautiful.” “How unfailingly, on the contrary, a beautiful melody that touches the heart makes its journey round the world, and an excellent poem wanders from people to people.”

the plastic and pictorial arts may be dispensed with: whole nations—for example, the Mohammedan peoples—are without them, but no people is without music and poetry.”

But the best himself recognises himself as such in the fact that he sees how superficial was the view of the others, how much lay beyond it which they were not able to repeat, because they did not see it, and how much further his own glance and picture reaches. If he understood the superficial poets as little as they do him, then he would necessarily despair; for just because it requires an extraordinary man to do him justice, but the inferior poets can just as little esteem him as he can them, he also has long to live upon his own approval before that of the world follows it. Meanwhile he is deprived even of his own approval, for he is expected to be very modest. It is, however, as impossible that he who has merit, and knows what it costs, should himself be blind to it, as that a man who is 6 feet high should not observe that he rises above others.”

Horace, Lucretius, Ovid and almost all the ancients have spoken proudly of themselves, and also Dante, Shakespeare, Bacon of Verulam, and many more. That one can be a great man without observing anything of it is an absurdity of which only hopeless incapacity can persuade itself” “merit and modesty have nothing in common except the initial letter.”

Only good-for-nothings are modest.” Goethe

pale, green, and yellow envy consumes his heart”

Poetry is related to philosophy as experience is related to empirical science. Experience makes us acquainted with the phenomenon in the particular and by means of examples, science embraces the whole of phenomena by means of general conceptions.”

in old age one prefers prose.”

The youth who has been initiated into poetry earlier than into reality now desires from the latter what only the former can achieve; this is a principal source of the discomfort which oppresses the most gifted youths.”

He is only half responsible for all that he says; metre and rhyme must answer for the other half.” “rhythm is a much nobler and more worthy expedient than rhyme” “The poorness of French poetry depends principally upon the fact that it is confined to rhyme alone without metre, and it is increased by the fact that in order to conceal its want of means it has increased the difficulty of rhyming by a number of pedantic laws, such as, for example, that only syllables which are written the same way rhyme, as if it were for the eye and not for the ear that the hiatus is forbidden” “the rhymed Latin poems of the Middle Ages have a peculiar charm.”

If we could see into the secret workshops of the poets, we would find that the thought is sought for the rhyme 10 times oftener than the rhyme for the thought”

On the other hand, even famous passages from famous poets shrink together and become insignificant when they are reproduced accurately in prose.”

the Chinese dramas partly consist of verses which are sung. The meaning of them is often obscure, and, according to the statements of the Chinese themselves, the end of these verses is especially to flatter the ear, and the sense is neglected, and even entirely sacrificed to the harmony.”

The sign by which one most immediately recognises the genuine poet, both of the higher and lower species, is the unforced nature of his rhymes. They have appeared of themselves as if by divine arrangement; his thoughts come to him already in rhyme.”

POETRY WITH NO RHYME (NOR HARM!) AND NO REASON: “According to my feeling (proofs cannot here be given) rhyme is from its nature binary: [pares e não ímpares] its effect is limited to one single recurrence of the same sound, and is not strengthened by more frequent repetition. Thus whenever a final syllable has received the one of the same sound its effect is exhausted; the third recurrence of the note acts merely as a second rhyme which accidentally hits upon the same sound, but without heightening the effect; it links itself on to the existing rhyme, yet without combining with it to produce a stronger impression. For the 1st note does not sound through the 2nd on to the 3rd: therefore this is an æsthetic pleonasm, a double courage which is of no use. Least of all, therefore, do such accumulations of rhymes merit the heavy sacrifices which they cost in the octave rhyme, the terza rima, and the sonnet, and which are the cause of the mental torture under which we sometimes read such productions, for poetical pleasure is impossible under the condition of racking our brains. That the great poetical mind sometimes overcomes even these forms, and moves in them with ease and grace, does not extend to a recommendation of the forms themselves, for in themselves they are as ineffectual as they are difficult.”

Since this is so, I do not regard it as an evidence of ignorance, but as a proof of good taste, that Shakspeare in his sonnets has given different rhymes to each quatraine. At any rate, their acoustic effect is not in the least diminished by it, and the thought obtains its rights far more than it could have done if it had had to be laced up in the customary Spanish boots.”

classical poetry has an unconditional, romantic poetry only a conditional, truth and correctness; analogous to Greek and Gothic architecture. Yet, on the other hand, we must remark here that all dramatic or narrative poems which transfer their scene to ancient Greece or Rome lose by this from the fact that our knowledge of antiquity, especially in what concerns the details of life, is insufficient, fragmentary, and not drawn from perception. This obliges the poet to avoid much and to content himself with generalities, whereby he becomes abstract, and his work loses that concreteness and individualisation which is throughout essential to poetry. It is this which gives all such works the peculiar appearance of emptiness and tediousness. Only Shakspeare’s works of this kind are free from it; because without hesitation he has presented, under the names of Greeks and Romans, Englishmen of his own time.”

It has been objected to many masterpieces of lyrical poetry, especially some Odes of Horace (see, for example, the 2nd of the 3rd book) and several of Goethe’s songs (for example, The Shepherd’s Lament), that they lack proper connection and are full of gaps in the thought. But here the logical connection is intentionally neglected, in order that the unity of the fundamental sensation and mood may take its place, which comes out more clearly just by the fact that it passes like a thread through the separate pearls, and brings about the quick changes of the objects of contemplation, as in music the transition from one key to another is brought about by the chord of the 7th, through which the still sounding fundamental note becomes the dominant of the new key.”

Accordingly, as in the lyrical poem the subjective element predominates, so in the drama, on the contrary, the objective element is alone and exclusively present. Between the 2, epic poetry in all its forms and modifications, from the narrative romance to the epos proper, has a broad middle path. For although in the main it is objective, yet it contains a subjective element, appearing now more and now less, which finds its expression in the tone, in the form of the delivery, and also in scattered reflections. We do not so entirely lose sight of the poet as in the drama.” Adorno leu Sch.. Quando digo leu, quero dizer que plagiou!

DRAMA: “For only the circumstances, the fate, the events, make the character manifest its nature, and only from the character does the action arise from which the events proceed.”

The common end of the drama and the epic, to exhibit, in significant characters placed in significant situations, the extraordinary actions brought about by both, will be most completely attained by the poet if he first introduces the characters to us in a state of peace, in which merely their general colour becomes visible, and allows a motive to enter which produces an action, out of which a new and stronger motive arises, which again calls forth a more significant action, which, in its turn, begets new and even stronger motives, whereby, then, in the time suitable to the form of the poem, the most passionate excitement takes the place of the original peace, and in this now the important actions occur in which the qualities of the characters which have hitherto slumbered are brought clearly to light, together with the course of the world.”

Great poets transform themselves into each of the persons to be represented, and speak out of each of them like ventriloquists; now out of the hero, and immediately afterwards out of the young and innocent maiden, with equal truth and naturalness: so Shakespeare and Goethe. Poets of the second rank transform the principal person to be represented into themselves. This is what Byron does; and then the other persons often remain lifeless, as is the case even with the principal persons in the works of mediocre poets.”

TRAGEDY: “As the chord of the 7th demands the fundamental chord; as the colour red demands green, and even produces it in the eye; so every tragedy demands an entirely different kind of existence, another world, the knowledge of which can only be given us indirectly just as here by such a demand. In the moment of the tragic catastrophe the conviction becomes more distinct to us than ever that life is a bad dream from which we have to awake.”

[in Greek religion] all gods forsake the dying:—in Christianity they come to him; and so also in Brahmanism and Buddhism, although in the latter the gods are really exotic. Thus Hippolytus, like almost all the tragic heroes of the ancients, shows submission to inevitable fate and the inflexible will of the gods, but no surrender of the will to live itself.”

But I am also entirely of opinion that modern tragedy stands higher than that of the ancients. Shakespeare is much greater than Sophocles; in comparison with Goethe’s Iphigenia one might find that of Euripides almost crude and vulgar. The Bacchæ of Euripides is a revolting composition in favour of the heathen priests. Many ancient pieces have no tragic tendency at all, like the Alcestis and Iphigenia in Tauris of Euripides; some have disagreeable, or even disgusting motives, like the Antigone and Philoctetes. (…) All because the ancients had not yet attained to the summit and goal of tragedy, or indeed of the view of life itself.” Aforismo bastante hegeliano…

The Shakespearian tragedy, on the other hand, is like a line which has also breadth: it takes time, exspatiatur: speeches and even whole scenes occur which do not advance the action, indeed do not properly concern it, by which, however, we get to know the characters or their circumstances more fully, and then understand the action also more thoroughly. This certainly remains the principal thing, yet not so exclusively that we forget that in the last instance what is aimed at is the representation of human nature and existence generally.”

In the whole of Homer there is in my opinion no really magnanimous character presented, although many good and honest. In the whole of Shakespeare there may be perhaps a couple of noble, though by no means transcendently noble, characters to be found; perhaps Cordelia, Coriolanus—hardly more; on the other hand, his works swarm with the species indicated above [the bad men, the defectives, the lunatics and weirdos]. But Iffland’s and Kotzebue’s pieces have many magnanimous characters; while Goldoni has done as I recommended above [only one magnanimous man per piece], whereby he shows that he stands higher. On the other hand, Schiller’s Minna von Barnhelm labours under too much and too universal magnanimity; but so much magnanimity as the one Marquis Posa displays is not to be found in the whole of Goethe’s works together.”

Now the circumstances which plunge a citizen family into want and despair are in the eyes of the great or rich, for the most part, very insignificant, and capable of being removed by human assistance, nay, sometimes even by a trifle: such spectators, therefore, cannot be tragically affected by them. [Dostoievsky, avaliado por Sch., perderia muitos pontos] On the other hand, the misfortunes of the great and powerful are unconditionally terrible, and also accessible to no help from without; for kings must help themselves by their own power, or fall. To this we have to add that the fall is greatest from a height.”

If now we have found the tendency and ultimate intention of tragedy to be a turning to resignation, to the denial of the will to live, we shall easily recognise in its opposite, comedy, the incitement to the continued assertion of the will.” “Certainly it must hasten to drop the curtain at the moment of joy, so that we may not see what comes after; while the tragedy, as a rule, so ends that nothing can come after.”

Even the most general in history is in itself only a particular and individual, a long period of time, or an important event; therefore the special is related to this as the part to the whole, but not as the case to the rule” “Therefore I may always know in general of the Thirty Years” War that it was a religious war, waged in the 17th century; but this general knowledge does not make me capable of telling anything more definite about its course.” “Therefore history is the more interesting the more special it is, but the less to be trusted, and approaches then in every respect to the romance.” “While history teaches us that at every time something else has been, philosophy tries to assist us to the insight that at all times exactly the same was, is, and shall be.” “The chapters of the history of nations are at bottom only distinguished by the names and dates; the really essential content is everywhere the same.” “From this point of view the material of history appears to us as scarcely a worthy object of the serious and painful consideration of the human mind, the human mind which, just because it is so transitory, ought to choose for its consideration that which passes not away.”

For, since only the individual, and not the human race, has actual, immediate unity of consciousness, the unity of the course of life of the race is a mere fiction. [O ANTI-HEGEL: Parte ‘X’!] Besides, as in nature only the species are real, and the genera are mere abstractions, so in the human race only the individuals and their course of life are real, the peoples and their lives mere abstractions. Finally, constructive histories, guided by a positive optimism, always ultimately end in a comfortable, rich, fat State, with a well-regulated constitution, good justice and police, useful arts and industries, and, at the most, in intellectual perfection; for this, in fact, is alone possible, since what is moral remains essentially unaltered.”

The Hegelians, who regard the philosophy of history as indeed the chief end of all philosophy, are to be referred to Plato, who unweariedly repeats that the object of philosophy is that which is unchangeable and always remains, not that which now is thus and now otherwise.” “One ought therefore to seek to understand what exists, what really is, today and always, i.e., to know the Ideas (in Plato’s sense [Representações]).”

The said philosophers and glorifiers of history are accordingly simple realists, and also optimists and eudæmonists, consequently dull fellows and incarnate philistines;¹ and besides are really bad Christians, for the true spirit and kernel of Christianity, as also of Brahmanism and Buddhism, is the knowledge of the vanity of earthly happiness, the complete contempt for it, and the turning away from it to an existence of another, nay, an opposite, kind.” “therefore even atheistic Buddhism is far more closely related to Christianity than optimistic Judaism or its variety Islamism.”

¹ De novo essa expressão: aqui é inequivocamente: cabeça-de-avestruz! Materialistas de quinta categoria (o irônico é que são epígonos do Idealismo ultimado).

The true philosophy of history consists in the insight that in all these endless changes and their confusion we have always before us only the same, even, unchanging nature, which today acts in the same way as yesterday and always; thus it ought to recognise the identical in all events, of ancient as of modern times, of the east as of the west; and, in spite of all difference of the special circumstances, of the costume and the customs, to see everywhere the same humanity. This identical element which is permanent through all change consists in the fundamental qualities of the human heart and head—many bad, few good.”

If one has read Herodotus, then in a philosophical regard one has already studied history enough. For everything is already there that makes up the subsequent history of the world: the efforts, action, sufferings, and fate of the human race” “Really, however, there remains for it, after this conquest by art and rejection by science, a quite special province, different from both, in which it exists most honourably. What reason is to the individual, that is history to the human race.”

Therefore every gap in history is like a gap in the recollective self-consciousness of a man; and in the presence of a monument of ancient times which has outlived the knowledge of itself, as, for example, the Pyramids, or temples and palaces in Yucatan, we stand as senseless and stupid as the brute in the presence of the action of man, in which it is implicated in his service; or as a man before something written in an old cipher of his own, the key to which he has forgotten; nay, like a somnambulist who finds before him in the morning what he has done in his sleep. In this sense, then, history is to be regarded as the reason, or the reflected consciousness, of the human race, and takes the place of an immediate self-consciousness common to the whole race, so that only by virtue of it does the human race come to be a whole, come to be a humanity.” “Now, what language is for the reason of individuals, as an indispensable condition of its use, writing is for the reason of the whole race here pointed out; for only with this does its real existence begin, as that of the individual reason begins first with language. Writing serves to restore unity to the consciousness of the human race, which is constantly interrupted by death, and therefore fragmentary; so that the thought which has arisen in the ancestor is thought out by his remote descendant; it finds a remedy for the breaking up of the human race and its consciousness into an innumerable number of ephemeral individuals, and so bids defiance to the ever hurrying time, in whose hand goes forgetfulness. As an attempt to accomplish this we must regard not only written, but also stone monuments, which in part are older than the former. For who will believe that those who, at incalculable cost, set in action the human powers of many thousands for many years in order to construct the pyramids, monoliths, rock tombs, obelisks, temples, and palaces which have already existed for thousands of years, could have had in view the short span of their own life, too short to let them see the finishing of the construction, or even the ostensible end which the ignorance of the many required them to allege? Clearly their real end was to speak to their latest descendants, to put themselves in connection with these, and so to establish the unity of the consciousness of humanity. The buildings of the Hindus, the Egyptians, even the Greeks and Romans, were calculated to last several thousand years, because through higher culture their horizon was a wider one; while the buildings of the Middle Ages and of modern times have only been intended, at the most, to last a few centuries; which, however, is also due to the fact that men trusted more to writing after its use had become general, and still more since from its womb was born the art of printing. Yet even in the buildings of more recent times we see the desire to speak to posterity; and, therefore, it is shameful if they are destroyed or disfigured in order to serve low utilitarian ends. Written monuments have less to fear from the elements, but more to fear from barbarians, than stone ones; they accomplish far more. The Egyptians wished to combine the 2, for they covered their stone monuments with hieroglyphics, nay, they added paintings in case the hieroglyphics should no longer be understood.”

The 4 voices, or parts, of all harmony, the bass, the tenor, the alto, and the soprana, or the fundamental note, the third, the fifth, and the octave, correspond to the 4 grades in the series of existences, the mineral kingdom, the vegetable kingdom, the brute kingdom, and man. This receives an additional and striking confirmation in the fundamental rule of music, that the bass must be at a much greater distance below the 3 upper parts than they have between themselves; so that it must never approach nearer to them than at the most within an octave of them, and generally remains still further below them. Hence, then, the correct triad has its place in the third octave from the fundamental note. Accordingly the effect of extended harmony, in which the bass is widely separated from the other parts, is much more powerful and beautiful than that of close harmony, in which it is moved up nearer to them, and which is only introduced on account of the limited compass of the instruments. This whole rule, however, is by no means arbitrary, but has its root in the natural source of the tonal system; for the nearest consonant intervals that sound along with the fundamental note by means of its vibrations are the octave and its fifth.”

The fact that the high voice which sings the melody is yet also an integral part of the harmony, and therein accords even with the deepest fundamental bass, may be regarded as the analogue of the fact that the same matter which in a human organism is the supporter of the representation of man must yet also exhibit and support the representations of gravitation and chemical qualities, that is, of the lowest grades of the objectification of will.

That music acts directly upon the will, i.e., the feelings, passions, and emotions of the hearer, so that it quickly raises them or changes them, may be explained from the fact that, unlike all the other arts, it does not express the representations, or grades of the objectification of the will, but directly the will itself.

As surely as music, far from being a mere accessory of poetry, is an independent art, nay, the most powerful of all the arts, and therefore attains its ends entirely with means of its own, so surely does it not stand in need of the words of the song or the action of an opera.”

The words are and remain for the music a foreign addition, of subordinate value, for the effect of the tones is incomparably more powerful, more infallible, and quicker than that of the words. Therefore, if words become incorporated in music, they must yet assume an entirely subordinate position, and adapt themselves completely to it. But the relation appears reversed in the case of the given poetry, thus the song or the libretto of an opera to which music is adapted. For the art of music at once shows in these its power and higher fitness, disclosing the most profound ultimate and secret significance of the feeling expressed in the words or the action presented in the opera, giving utterance to their peculiar and true nature, and teaching us the inmost soul of the actions and events whose mere clothing and body is set before us on the stage. With regard to this superiority of the music, and also because it stands to the libretto and the action in the relation of the universal to the particular, of the rule to the example, it might perhaps appear more fitting that the libretto should be written for the music than that the music should be composed for the libretto. However, in the customary method, the words and actions of the libretto lead the composer to the affections of the will which lie at their foundation, and call up in him the feelings to be expressed; they act, therefore, as a means of exciting his musical imagination.” Atualidade total, na era das trilhas sonoras.

Music is certainly able with the means at its own disposal to express every movement of the will, every feeling; but by the addition of words we receive besides this the objects of these feelings, the motives which occasion them.”

The pleasure of the spectator, unless he is a mere gaper, really depends upon an indistinct feeling of this. Yet in the opera music also shows its heterogeneous nature and higher reality by its entire indifference to the whole material of the incidents; in consequence of which it everywhere expresses the storm of the passions and the pathos of the feelings in the same way, and its tones accompany the piece with the same pomp, whether Agamemnon and Achilles or the dissensions of a bourgeois family form its material. For only the passions, the movements of the will, exist for it, and, like God, it sees only the hearts. It never assimilates itself to the natural; and therefore, even when it accompanies the most ludicrous and extravagant farces of the comic opera, it still preserves its essential beauty, purity, and sublimity; and its fusion with these incidents is unable to draw it down from its height, to which all absurdity is really foreign. Thus the profound and serious significance of our existence hangs over the farce and the endless miseries of human life, and never leaves it for a moment.”

If we now cast a glance at purely instrumental music, a symphony of Beethoven presents to us the greatest confusion, which yet has the most perfect order at its foundation, the most vehement conflict, which is transformed the next moment into the most beautiful concord. It is rerum concordia discors, a true and perfect picture of the nature of the world which rolls on in the boundless maze of innumerable forms, and through constant destruction supports itself.” “like a spirit world without matter” (o verdadeiro sentido de sublimação) “Certainly we have a tendency to realise them while we listen, to clothe them in imagination with flesh and bones, and to see in them scenes of life and nature on every hand. Yet, taken generally, this is not required for their comprehension or enjoyment, but rather imparts to them a foreign and arbitrary addition”

Since now, in the foregoing remarks, and also in the text, I have considered music only from the metaphysical side, that is, with reference to the inner significance of its performances, it is right that I should now also subject to a general consideration the means by which, acting upon our mind, it brings these about; therefore that I should show the connection of that metaphysical side of music, and the physical side, which has been fully investigated, and is well known, I start from the theory which is generally known, and has by no means been shaken by recent objections, that all harmony of the notes depends upon the coincidence of their vibrations, which when 2 notes sound together occurs perhaps at every second, or at every 3rd, or at every 4th vibration, according to which, then, they are the octave, the fifth, or the fourth of each other, and so on. So long as the vibrations of 2 notes have a rational relation to each other, which can be expressed in small numbers, they can be connected together in our apprehension through their constantly recurring coincidence: the notes become blended, and are thereby in consonance. If, on the other hand, that relation is an irrational one, or one which can only be expressed in larger numbers, then no coincidence of the vibrations which can be apprehended occurs, but obstrepunt sibi perpetuo, whereby they resist being joined together in our apprehension, and accordingly are called a dissonance. Now, according to this theory, music is a means of making rational and irrational relations of numbers comprehensible, not like arithmetic by the help of the concept, but by bringing them to a knowledge which is perfectly directly and simultaneously sensible. Now the connection of the metaphysical significance of music with this its physical and arithmetical basis depends upon the fact that what resists our apprehension, the irrational relation, or the dissonance, becomes the natural type of what resists our will (…) And further, since that rational and irrational element in the numerical relations of the vibrations admits of innumerable degrees, shades of difference, sequences, and variations, by means of it music becomes the material in which all the movements of the human heart, i.e., of the will, movements whose essential nature is always satisfaction and dissatisfaction, although in innumerable degrees, can be faithfully portrayed and rendered in all their finest shades and modifications, which takes place by means of the invention of the melody.”

music never cause us actual sorrow, but even in its most melancholy strains is still pleasing, and we gladly hear in its language the secret history of our will, and all its emotions and strivings, with their manifold protractions, hindrances, and griefs, even in the saddest melodies. When, on the other hand, in reality and its terrors, it is our will itself that is roused and tormented, we have not then to do with tones and their numerical relations, but are rather now ourselves the trembling string that is stretched and twanged.”

originally and in its own nature, bass can never present the melody. If, however, the melody is assigned to it, this happens by means of counterpoint, i.e., it is an inverted bass—one of the upper parts is lowered and disguised as a bass; properly speaking, it then requires a second fundamental bass as its accompaniment.” “We may remark in passing that such a melodious bass, forcibly obtained by inversion, might, in keeping with our metaphysic of music, be compared to a block of marble to which the human form has been imparted: and therefore it is wonderfully suitable to the stone guest in Don Juan.”

Melody consists of 2 elements, the one rhythmical, the other harmonious. The former may also be described as the quantitative, the latter as the qualitative element, since the first is concerned with the duration, and the second with the pitch of the notes. In the writing of music the former depends upon the perpendicular, and the latter upon the horizontal lines. Purely arithmetical relations, thus relations of time, lie at the foundation of both; in the one case the relative duration of the notes, in the other the relative rapidity of their vibrations. The rhythmical element is the essential; for it can produce a kind of melody of itself alone, and without the other, as, for example, on the drum; yet complete melody requires both elements. It consists in an alternating disunion and reconciliation of them” Rhythm is in time what symmetry is in space, division into equal parts corresponding to each other.” “In the series of the arts given by me architecture and music are the 2 extreme ends.”

The musical period consists of several bars, and it has also 2 equal parts, one rising, aspiring, generally going to the dominant, and one sinking, quieting, returning to the fundamental note[/tone]. Two or several periods constitute a part, which in general is also symmetrically doubled by the sign of repetition; 2 parts make a small piece of music, or only a movement of a larger piece; and thus a concerto or sonata usually consists of 3 movements, a symphony of 4, and a mass of 5.”

Its harmonious element has as its assumption the fundamental note, as the rhythmical element has the species of time, and consists in a wandering from it through all the notes of the scale, until by shorter or longer digressions it reaches a harmonious interval, generally the dominant or sub-dominant, which affords it an incomplete satisfaction; and then follows, by a similarly long path, its return to the fundamental note, with which complete satisfaction appears. (…) But both must so take place that the attainment of the interval referred to and the return to the fundamental note correspond with certain favourite points of the rhythm, otherwise it will not work.”

A succession of merely consonant chords would be satiating, wearisome, and empty, like the languor produced by the satisfaction of all wishes. Therefore dissonances must be introduced, although they disquiet us and affect us almost painfully, but only in order to be resolved again in consonances with proper preparation. Indeed, in the whole of music there are really only 2 fundamental chords, the dissonant chord of the 7th and the consonant triad, to which all chords that occur can be referred.” “And as there are 2 general fundamental moods of the mind, serenity, or at least healthiness, and sadness, or even oppression, so music has 2 general keys, the major and the minor, which correspond to these, and it must always be in 1 of the 2. But it is, in fact, very wonderful that there is a sign of pain which is neither physically painful nor yet conventional, but which nevertheless is suitable and unmistakable: the minor. From this we may measure how deeply music is founded in the nature of things and of man. With northern nations, whose life is subject to hard conditions, especially with the Russians, the minor prevails, even in the church music. Allegro in the minor is very common in French music, and is characteristic of it; it is as if one danced while one’s shoe pinched.”

Perhaps some may be offended, that, according to this metaphysic of it, music, which so often exalts our minds, which seems to us to speak of other and better worlds than ours, yet really only flatters the will to live, because it exhibits to it its nature, deludes it with the image of its success, and at the end expresses its satisfaction and contentment. The following passage from the Vedas may serve to quiet such doubts: Etanand sroup,{?} quod forma gaudii est, (CARACTERES GREGOS) pram Atma ex hoc dicunt, quod quocunque loco gaudium est, particula e gaudio ejus est” (Oupnekhat, vol. I, p. 405; et iterum, vol. II, p. 215).”

SUPLEMENTOS AO QUARTO TOMO

In general I make the demand that whoever wishes to make himself acquainted with my philosophy shall read every line of me. For I am no voluminous writer, no fabricator of compendiums, no earner of pecuniary rewards, not one whose writings aim at the approbation of a minister; in a word, not one whose pen is under the influence of personal ends.” “Therefore I have written little, but that little with reflection and at long intervals, and accordingly I have also confined within the smallest possible limits those repetitions which in philosophical works are sometimes unavoidable on account of the connection, and from which no single philosopher is free; so that by far the most of what I have to say is only to be found in one place. On this account, then, whoever wishes to learn from me and understand me must leave nothing unread that I have written. Yet one can judge me and criticise me without this, as experience has shown; and to this also I further wish much pleasure.”

All religious and philosophical systems are principally directed to this end, and are thus primarily the antidote to the certainty of death, which the reflective reason produces out of its own means.”

Brahmanism and Buddhism, which teach man to regard himself as himself, the original being, the Brahm, to which all coming into being and passing away is essentially foreign, will achieve much more in this respect than such as teach that man is made out of nothing, and actually begins at birth his existence derived from another.”

to teach him that he recently came out of nothing, and consequently through an eternity has been nothing, but yet for the future will be imperishable, is just the same as to teach him that although he is through and through the work of another, yet he will be held responsible through all eternity for his actions.” “In consequence, we see now in England (1844), among ruined factory hands, the Socialists, [!] and in Germany, among ruined students, the young Hegelians, sink to the absolutely physical point of view, which leads to the result: edite, bibite, post mortem nulla voluptas [coma e beba, pois quando morreres não terás vontades]”

[!] Nada a ver com o socialismo marxista.

Opinions change with time and place; but the voice of nature remains always and everywhere the same, and is therefore to be heeded before everything else.”

Nothing excites us so irresistibly to the most lively interest as danger to the life of others; nothing is so shocking as an execution. Now the boundless attachment to life which appears here cannot have sprung from knowledge and reflection; to these it rather appears foolish, for the objective worth of life is very uncertain, and at least it remains doubtful whether it is preferable to not being, nay, if experience and reflection come to be expressed, not being must certainly win.” Hamlet ao pensar já respondeu a pergunta. Assim que os problemas do mundo vieram “em seu socorro”, ele viveu (agiu), e em conseqüência morreu.

Kant’s ideality of time alone solves all these riddles. But we are not speaking of that now. This, however, results from what has been said, that to mourn for the time when one will be no more is just as absurd as it would be to mourn over the time when as yet one was not”

FILOSOFIA DO DESMAIO: “first the power of sight leaves us, still fully conscious, and then immediately the most profound unconsciousness enters; the sensation that accompanies it, so far as it goes, is anything but disagreeable; and without doubt, as sleep is the brother of death, so the swoon is its twin-brother.”

TUDO VAI FICAR BEM: “Even violent death cannot be painful, for even severe wounds are not felt at all till some time afterwards, often not till the outward signs of them are observed. If they are rapidly mortal, consciousness will vanish before this discovery; if they result in death later, then it is the same as with other illnesses. All those also who have lost consciousness in water, or from charcoal fumes, or through hanging are well known to say that it happened without pain.”

the days roll ever faster, events lose their significance, everything grows pale. The old man stricken in years totters about or rests in a corner now only a shadow, a ghost of his former self. What remains there for death to destroy?”

All that have met with insuperable obstacles to their existence or their efforts, that suffer from incurable diseases or inconsolable griefs, have as a last refuge, which generally opens to them of its own accord, the return into the womb of nature, from which they arose for a short time, enticed by the hope of more favourable conditions of existence than have fallen to their lot, and the same path out of which constantly remains open.”

The Hindus give the god of death, Yama, 2 faces; one very fearful and terrible, and one very cheerful and benevolent.”

But the principle of our life we must, primarily at least, conceive as a force of nature, until perhaps a more profound investigation has brought us to know what it is in-itself. [Até tu caindo nesta armadilha, Brutus?] Thus, taken simply as a force of nature, the vital force remains entirely undisturbed by the change of forms and states, which the bond of cause and effect introduces and carries off again, and which alone are subject to the process of coming into being and passing away, as it lies before us in experience. Thus so far the imperishable nature of our true being can be proved with certainty.”

What! it will be said, the permanence of the mere dust, of the crude matter, is to be regarded as a continuance of our being? Oh! do you know this dust, then? Do you know what it is and what it can do? Learn to know it before you despise it. This matter which now lies there as dust and ashes will soon, dissolved in water, form itself as a crystal, will shine as metal, will then emit electric sparks, will by means of its galvanic intensity manifest a force which, decomposing the closest combinations, reduces earths to metals; nay, it will, of its own accord, form itself into plants and animals, and from its mysterious womb develop that life for the loss of which you, in your narrowness, are so painfully anxious.”

On the other hand, nature, which never lies, but is always straightforward and open, speaks quite differently upon this theme, speaks like Krishna in the Bhagavadgita. What it says is: The death or the life of the individual is of no significance.” “If I kill a living creature, whether a dog, a bird, a frog, or even only an insect, it is really inconceivable that this being, or rather the original force by virtue of which such a marvellous phenomenon exhibited itself just the moment before, in its full energy and love of life, should have been annihilated by my wicked or thoughtless act. And again, on the other hand, the millions of animals of every kind which come into existence every moment, in infinite variety, full of force and activity, can never, before the act of their generation, have been nothing at all, and have attained from nothing to an absolute beginning.”

that the birth of an animal is an arising out of nothing, and accordingly that its death is its absolute annihilation, and this with the further addition that man, who has also originated out of nothing, has yet an individual, endless existence, and indeed a conscious existence, while the dog, the ape, the elephant, are annihilated by death, is really something against which the healthy mind revolts and which it must regard as absurd.”

Throughout and everywhere the true symbol of nature is the circle, because it is the schema or type of recurrence. This is, in fact, the most universal form in nature, which it carries out in everything, from the course of the stars down to the death and the genesis of organised beings, and by which alone, in the ceaseless stream of time, and its content, a permanent existence, i.e., a nature, becomes possible.”

Whence will all these come? Where are they now? Where is the fertile womb of that nothing, pregnant with worlds, which still conceals the coming races? Would not the smiling and true answer to this be, Where else should they be than there where alone the real always was and will be, in the present and its content?”

Whether the fly which now buzzes round me goes to sleep in the evening, and buzzes again tomorrow, or dies in the evening, and in spring another fly buzzes which has sprung from its egg: that is in-itself the same thing

<Till 10 o’clock in the morning no Cercaria ephemera (one of the infusoria) is to be seen (in the infusion), and at 12PM the whole water swarms with them. In the evening they die, and the next morning they again appear anew.> (Burdach, Phisiology, op.cit.). So it was observed by Nitzsch¹ 6 days running.” [!!]

¹ Dos vários e vários Nitzsch alemães de proeminência que viveram a travessia do XVIII ao XIX, podemos ratificar que se trata de Christian Ludwig Nitzsch (1782-1837), o único naturalista entre eles.

The plant always thrives and blooms, the insect hums, the brute and the man exist in unwasted youth, and the cherries that have already been enjoyed a thousand times we have again before us every summer. The nations also exist as immortal individuals, although sometimes their names change; even their action, what they do and suffer, is always the same; although history always pretends to relate something different: for it is like the kaleidoscope, which at every turn shows a new figure, while we really always have the same thing before our eyes.” “The will to live manifests itself in an endless present, because this is the form of the life of the species, which, therefore, never grows old, but remains always young.”

winking the eye, by the absence of which the Indian gods are known, if they appear in human form.”

Let us now think of that alternation of death and birth as infinitely rapid vibrations, and we have before us the enduring objectification of the will, the permanent Representations of being, fixed like the rainbow on the waterfall.”

Therefore every moment we can cheerfully cry, <In spite of time, death, and decay, we are still all together!>

For the substratum, or the content, or the material of the present, is through all time really the same. The impossibility of knowing this identity directly is just time, a form and limitation of our intellect. That on account of it, for example, the future event is not yet, depends upon an illusion of which we become conscious when that event has come.” “To assist this insight, imagine all the events and scenes of human life, bad and good, fortunate and unfortunate, pleasing and terrible, as they successively present themselves in the course of time and difference of places, in the most checkered multifariousness and variety, as at once and together, and always present in the Nunc stans, while it is only apparently that now this and now that is; then what the objectification of the will to live really means will be understood. (…) The dogma of metempsychosis has proceeded from the feeling of the truth which has just been expressed.”

« Parmenides et Melissus ortum et interitum tollebant, quoniam nihil moveri putabant » Estobeu

Parmênides e Melisso seqüestraram o nascer e o morrer, posto que para eles nada se movia

« Stulta, et prolixas non admittentia curas

Pectora: qui sperant, existere posse, quod ante

Non fuit, aut ullam rem pessum protinus [imediatamente] ire;—

Non animo prudens homo quod præsentiat ullus,

Dum vivunt (namque hoc vitae nomine signant),

Sunt, et fortuna tum conflictantur utraque: [ambos]

Ante ortum nihil est homo, nec post funera quidquam. »

Empédocles

« Un château immense, au frontispice duquel on lisait: ‹Je n’appartiens à personne, et j’appartiens à tout le monde: vous y étiez avant que d’y entrer, vous y serez encore, quand vous en sortirez›. »

Diderot

There is no greater contrast than that between the ceaseless flight of time, which carries its whole content with it, and the rigid immobility of what is actually present, which at all times is one and the same. And if from this point of view we watch in a purely objective manner the immediate events of life, the Nunc stans becomes clear and visible to us in the centre of the wheel of time. To the eye of a being of incomparably longer life, which at one glance comprehended the human race in its whole duration, the constant alternation of birth and death would present itself as a continuous vibration, and accordingly it would not occur to it at all to see in this an ever new arising out of nothing and passing into nothing; but just as to our sight the quickly revolving spark appears as a continuous circle, the rapidly vibrating spring as a permanent triangle, the vibrating cord as a spindle, so to this eye the species would appear as that which has being and permanence, death and life as vibrations.”

we are essentially, and in the chief respect, the same as the brutes (…) For if we seek anything upon a wrong path, we have just on that account forsaken the right path, and upon the path we follow we will never attain to anything in the end but late disillusion. Up, then, follow the truth, not according to preconceived notions, but as nature leads!”

I know well that if I seriously assured anyone that the cat which now plays in the yard is still the same one which made the same springs and played the same tricks there 300 years ago, he would think I was mad” “What an unfathomable mystery lies, then, in every animal! Look at the nearest one; look at your dog, how cheerfully and peacefully he lives! Many thousands of dogs have had to die before it came to this one’s turn to live. But the death of these thousands has not affected the Representation of the dog; it has not been in the least disturbed by all that dying. Therefore the dog exists as fresh and endowed with primitive force as if this were its first day and none could ever be its last; and out of its eyes there shines the indestructible principle in it, the archæus [arquétipo].”

Now death is the temporal end of the temporal phenomenon; but as soon as we abstract time, there is no longer any end, and this word has lost all significance. But I, here upon the objective path, am trying to show the positive side of the matter, that the thing-in-itself remains untouched by time, and by that which is only possible through time, arising and passing away, and that the phenomena in time could not have even that ceaselessly fleeting existence which stands next to nothingness, if there were not in them a kernel of the infinite. Eternity is certainly a conception which has no perception as its foundation; accordingly it has also a merely negative content; it signifies a timeless existence. Time is yet merely an image of eternity, as Plotinus has it”

the time when I shall not be will objectively come; but subjectively it can never come. It might therefore, indeed, be asked, how far everyone, in his heart, actually believes in a thing which he really cannot conceive at all

Sentimus, experimurque, nos æternos esse.”

Sentimos e experimentamos que nós eternos.

Ex nihilo nihil fit, et in nihilum nihil potest reverti.”

Do nada nada se faz, e no nada nada pode sucumbir.

Thus in this the Old Testament is perfectly consistent; for no doctrine of immortality is suitable to a creation out of nothing. New Testament Christianity has such a doctrine because it is Indian in spirit, and therefore more than probably also of Indian origin, although only indirectly, through Egypt. But to the Jewish stem, upon which that Indian wisdom had to be grafted in the Holy Land, such a doctrine is as little suited as the freedom of the will to its determinism” “Brahmanism and Buddhism, on the other hand, have quite consistently, besides the continued existence after death, an existence before birth to expiate the guilt of which we have this life.”

In Colebrooke’s History of the Indian Philosophy, in the Transactions of the Asiatic London Society, vol. 1, p. 577 [we read thus]: Against the system of the Bhagavatas which is but partially heretical, the objection upon which the chief stress is laid by Vyaso is, that the soul would not be eternal if it were a production, and consequently had a beginning.”

The lot in hell of impious persons called Deitty is the most severe: these are they who, discrediting the evidence of Buddha, adhere to the heretical doctrine that all living beings had their beginning in the mother’s womb, and will have their end in death.”

Upham, Doctrine of Buddhism

But he will recognise his existence as necessary who reflects that up till now, when he exists, already an infinite time, thus also an infinity of changes, has run its course, but in spite of this he yet exists; thus the Whole range of all possible states has already exhausted itself without being able to destroy his existence. If he could ever not be, he would already not be now. For the infinity of the time that has already elapsed, with the exhausted possibility of the events in it, guarantees that what exists, exists necessarily.” Veraz a acusação de Wagner de que Nietzsche apenas reproduzia Schopenhauer em seus livros mais polêmicos? [1/2]

If time, of its own resources, could bring us to a happy state, then we would already have been there long ago; for an infinite time lies behind us. But also: if it could lead us to destruction, we would already have long been no more.” This is important, thank you! Gaia vs. Hydrogen Bombs…

From the fact that we now exist, it follows, if well considered, that we must at all times exist. For we are ourselves the nature which time has taken up into itself in order to fill its void; consequently it fills the whole of time, present, past, and future, in the same way, and it is just as impossible for us to fall out of existence as to fall out of space. Carefully considered, it is inconceivable that what once exists in all the strength of reality should ever become nothing, and then not be, through an infinite time.” Quantos milênios mais, quantos milênios mais, “raça” humana?

Uma espécie de paradoxo do avô se instala no presente: no futuro ninguém apertará o botão vermelho.

Hence has arisen the Christian doctrine of the restoration of all things, that of the Hindus of the constantly repeated creation of the world by Brahma, together with similar dogmas of the Greek philosophers.”

the really essential part of things, of man, of the world, lies permanently and enduringly in the nunc stans, firm and immovable; and that the change of the phenomena and events is a mere consequence of our apprehension of them by means of our form of perception, which is time. Accordingly, instead of saying to men, <Ye have arisen through birth, but are immortal>, one ought to say to them, <Ye are not nothing>, and teach them to understand this in the sense of the saying attributed to Hermes Trismegistus, Quod enim est, erit semper.”

But the great equivocation really lies in the word I“But the ‘I’ is the dark point in consciousness, as on the retina the exact point at which the nerve of sight enters is blind, as the brain itself is entirely without sensation, the body of the sun is dark, and the eye sees all except itself.” [2/2]

Besides, however, it may further be taken into consideration that the individuality of most men is so miserable and worthless that with it they truly lose nothing, and that that in them which may still have some worth is the universal human element” Substrato do último homem, eterno como qualquer Um

FILOSOFIA VAMPÍRICA AVANT LA LETTRE: “Indeed, even the rigid unalterableness and essential limitation of every individual would, in the case of an endless duration of it, necessarily at last produce such great weariness by its monotony that only to be relieved of this one would prefer to become nothing. To desire that the individuality should be immortal really means to wish to perpetuate an error infinitely. For at bottom every individuality is really only a special error, a false step, something that had better not be”

indeed really all men, are so constituted that they could not be happy in whatever kind of world they might be placed. In proportion as such a world excluded want and hardship, they would become a prey to ennui, and in proportion as this was prevented, they would fall into want, misery, and suffering.”

Accordingly here lies the point at which the transcendent philosophy links itself on to ethics. (…) That which really dreamt this dream is yet different from it, and alone remains over. On the other hand, the fear that with death all will be over may be compared to the case of one who imagines in a dream that there are only dreams without a dreamer.”

the compatibility of virtue and egoism. But these 2 will never embrace: they are fundamentally opposed.”

The most thorough answer to the question as to the continued existence of the individual after death lies in Kant’s great doctrine of the ideality of time, which just here shows itself specially fruitful and rich in consequences, for it substitutes a purely theoretical but well-proved insight for dogmas which upon one path as upon the other lead to the absurd, and thus settles at once the most exciting of all metaphysical questions. Beginning, ending, and continuing are conceptions which derive their significance simply and solely from time, and are therefore valid only under the presupposition of this. But time has no absolute existence; it is not the manner of being of the thing-in-itself, but merely the form of our knowledge of our existence and nature, and that of all things, which is just on this account very imperfect, and is limited to mere phenomena.” “For this shows itself also in the fact that an answer to the question which arises from those time-conceptions is impossible, and every assertion of such an answer, whether upon one side or the other, is open to convincing objections.” “This just means: the problem is transcendent. In this sense death remains a mystery.”

yet, on the other hand, we must here keep in mind that we have not, like Kant, absolutely given up the knowledge of the thing-in-itself, but know that it is to be sought for in the will.” “All philosophers have erred in this: they place the metaphysical, the indestructible, the eternal element in man in the intellect.”

the human race, on the contrary, always remains and lives. But in the true being of things, which is free from these forms, this whole distinction between the individual and the race also disappears, and the 2 are immediately one. The whole will to live is in the individual, as it is in the race, and therefore the continuance of the species is merely the image of the indestructibility of the individual.”

This organism, whose infinite complication and perfection is only known to him who has studied anatomy, cannot, from the side of the representation, be otherwise conceived and thought of than as a system devised with the most ingenious forethought and carried out with the most consummate skill and exactness, as the most arduous work of profound reflection. But from the side of the will we know, through self-consciousness, the production of this organism as the work of an act which is exactly the opposite of all reflection, an impetuous, blind impulse, an exceedingly pleasurable sensation.”

This also explains the contradiction that from the standpoint of knowledge [representation] philosophers have always proved with cogent reasons that death is no evil; yet the fear of death remains inevitable for all, because it is rooted, not in knowledge, but in the will. It is also a result of the fact that only the will, and not the intellect, is indestructible, that all religions and philosophies promise a reward in eternity only to the virtues of the will, or heart, not to those of the intellect, or head.” DV

our own nature is a riddle to us, i.e., to our intellect

Death and birth are the constant renewal of the consciousness of the will, in itself without end and without beginning, which alone is, as it were, the substance of existence (but each such renewal brings a new possibility of the denial of the will to live).”

It may be remarked by the way that the fear of death may also partly depend upon the fact that the individual will is so loath to separate from the intellect which has fallen to its lot through the course of nature, its guide and guard, without which it [the will] knows [through the intellect!] that it is helpless and blind.” Não só a sensação, mas o conceito do medo da morte. A abstração do imediato.

The terrors of death depend for the most part upon the false illusion that now the ego vanishes and the world remains. But rather is the opposite the case”

O rio Lethe da Vontade é a morte de um indivíduo. Com o esquecimento, a Vontade está livre e inexausta novamente para poder desejar, noutro invólucro.

Um homem que cavou tão fundo só não viu que um jogo não é jogado com apenas peças brancas, ou com apenas peças pretas, sem adversário e nada mais. O jogo do universo exige vários jogadores, vontades colidindo, competindo para ver qual vai mais longe e dura mais na humanidade.

Therefore we certainly come here upon a kind of metempsychosis, although with the important difference that it does not concern the whole, not the knowing being, but the will alone; and thus, with the consciousness that the form of time only enters here as an unavoidable concession to the limitation of our intellect, so many absurdities which accompany the doctrine of metempsychosis disappear. If, indeed, we now call in the assistance of the fact, to be explained [already explained] in chapter 43, [control + F: ‘§43’] that the character, i.e., the will, is inherited from the father, and the intellect from the mother, it agrees very well with our view that the will of a man, in itself individual, separated itself in death from the intellect received from the mother in generation, and in accordance with its now modified nature, under the guidance of the absolutely necessary course of the world harmonising with this, received through a new generation a new intellect, with which it became a new being, which had no recollection of an earlier existence; for the intellect, which alone has the faculty of memory, is the mortal part or the form, while the will is the eternal part” Golpe do destino: que, se há alguma chance, a única parte que eu vou eternizar, via escritos, é a intelectual – a volitiva morrerá comigo.

In accordance with this, this doctrine is more correctly denoted by the word palingenesis¹ than by metempsychosis. These constant new births, then, constitute the succession of the life-dreams of a will which in itself is indestructible, until, instructed and improved by so much and such various successive knowledge in a constantly new form, it abolishes or abrogates itself.” Eu nada teria a acrescentar ao mundo! Esse é o limite da minha individualidade, coincidente com o limite do meu ramo genealógico…

¹ “Nova gênese” em grego, mas atualmente mero conceito geológico. A força da vontade mineral que carregamos em todos nós, correto, Schop.?

The true and, so to speak, esoteric doctrine of Buddhism, as we have come to know it through the latest investigations, also agrees with this view, for it teaches not metempsychosis, but a peculiar palingenesis, resting upon a moral basis which it works out and explains with great profundity. This may be seen from the exposition of the subject, well worth reading and pondering, which is given in Spence Hardy’s Manual of Buddhism, pp. 394-6 (with which compare pp. 429, 440, and 445 of the same book), the confirmation of which is to be found in Taylor’s Prabodh Chandro Daya, London, 1812, p. 35; also in Sangermano’s Burmese Empire, p. 6, and in the Asiatic Researches (op. cit.), vol. VI, p. 179, and vol. IX, p. 256. The very useful German compendium of Buddhism by Köppen is also right upon this point. Yet for the great mass of Buddhists this doctrine is too subtle; therefore to them simple metempsychosis is preached as a comprehensible substitute. [saber exotérico da doutrina]”

When in the 14th century the black death had for the most part depopulated the old world, a quite abnormal fruitfulness appeared among the human race, and twin-births were very frequent. The circumstance was also very remarkable that none of the children born at this time obtained their full number of teeth; thus nature, exerting itself to the utmost, was niggardly in details.”

Every new-born being indeed comes fresh and blithe into the new existence, and enjoys it as a free gift: but there is, and can be, nothing freely given.”

The great truth which is expressed here has never been entirely unacknowledged, although it could not be reduced to its exact and correct meaning, which is only possible through the doctrine of the primacy and metaphysical nature of the will and the secondary, merely organic nature of the intellect. We find the doctrine of metempsychosis, springing from the earliest and noblest ages of the human race, always spread abroad in the earth as the belief of the great majority of mankind, nay, really as the teaching of all religions, with the exception of that of the Jews and the 2 which have proceeded from it: in the most subtle form, however, and coming nearest to the truth, as has already been mentioned, in Buddhism. Accordingly, while Christians console themselves with the thought of meeting again in another world, in which one regains one’s complete personality and knows oneself at once, in those other religions the meeting again is already going on now, only incognito.” O Espiritismo é a terceira e última subreligião monoteísta da decadência. Claro, na outra mão, que se o budismo “tomasse conta da terra”, no sentido nietzschiano, qualquer progresso estaria comprometido, ou ao menos hibernado…

Recognition is certainly here limited to an obscure intimation, a reminiscence which cannot be brought to distinct consciousness, and refers to an infinitely distant time”

Obry says rightly, in his excellent book, Du Nirvana Indien, p. 13: <Cette vieille croyance a fait le tour du monde, et était tellement répandue dans la haute antiquité, qu’un docte Anglican l’avait jugée sans père, sans mère, et sans généalogie>. Taught already in the Vedas, as in all the sacred books of India, metempsychosis is well known to be the kernel of Brahmanism and Buddhism. (…) It accordingly prevails at the present day in the whole of non-Mohammedan Asia, thus among more than half of the whole human race, as the firmest conviction, and with an incredibly strong practical influence. It was also the belief of the Egyptians (Herod., II, 123), from whom it was received with enthusiasm by Orpheus, Pythagoras, and Plato: the Pythagoreans, however, specially, retained it. That it was also taught in the mysteries of the Greeks undeniably follows from the 9th book of Plato’s Laws. The Edda also, especially in the Völuspá, teaches metempsychosis. Not less was it the foundation of the religion of the Druids (…) Even a Mohammedan sect in Hindostan, the Bohrahs, of which Colebrooke gives a full account in The Asiatic Researches, vol. 7, p. 336 sqq., believes in metempsychosis, and accordingly refrains from all animal food. Also among American Indians and negro tribes, nay, even among the natives of Australia, traces of this belief are found”

Also in a book by Ungewitter, Der Welttheil Australien, it is related that the Papuas in Australia regarded the whites as their own relations who had returned to the world. According to all this, the belief in metempsychosis presents itself as the natural conviction of man, whenever he reflects at all in an unprejudiced manner. It would really be that which Kant falsely asserts of his 3 pretended Ideas of the reason, a philosopheme natural to human reason, which proceeds from its forms; and when it is not found it must have been displaced by positive religious doctrines coming from a different source. I have also remarked that it is at once obvious to everyone who hears of it for the first time.”

I cannot get rid of the thought that I died before I was born.”

Lichtenberg

Even the excessively empirical Hume says in his sceptical essay on immortality, p. 23: <The metempsychosis is therefore the only system of this kind that philosophy can hearken to.>

[Nota de Schopenhauer] This posthumous essay is to be found in the Essays on Suicide and the Immortality of the Soul by the late David Hume, Basil, 1799, sold by James Decker. By this reprint at Bâle these 2 works of one of the greatest thinkers and writers of England were rescued from destruction, when in their own land, in consequence of the stupid and utterly contemptible bigotry which prevailed, they had been suppressed through the influence of a powerful and insolent priesthood, to the lasting shame of England. They are entirely passionless, coldly rational investigations of the 2 subjects named.”

The Jews certainly have succeeded, with fire and sword, in driving out of Europe and part of Asia that consoling primitive belief of mankind; it is still doubtful for how long. Yet how difficult this was is shown by the oldest Church histories. Most of the heretics were attached to this primitive belief; for example, Simonists, Basilidians, Valentinians, Marcionists, Gnostics, and Manichæans. The Jews themselves have in part fallen into it, as Tertullian and Justinus (in his dialogues) inform us. In the Talmud it is related that Abel’s soul passed into the body of Seth, and then into that of Moses.”

E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem [prisioneiro do pecado e da carne de Adão]?

E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.

Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?

Mateus 16:13-15

Luke, it is true, who also has the passage (9:18-20), adds the words (GRAFIA GREGA), and thus attributes to the Jews the assumption that such an ancient prophet can rise again body and all, which, since they know that he has already lain between 600 and 700 years in his grave, and consequently has long since turned to dust, would be a palpable absurdity. In Christianity, however, the doctrine of original sin, i.e., the doctrine of punishment for the sins of another individual, has taken the place of the transmigration of souls and the expiation in this way of all the sins committed in an earlier life. Both identify, and that with a moral tendency, the existing man with one who has existed before; the transmigration of souls does so directly, original sin indirectly.”

We are at bottom something that ought not to be: therefore we cease to be. Egoism consists really in the fact that man limits all reality to his own person, in that he imagines that he lives in this alone and not in others. Death teaches him better, for it destroys this person, so that the true nature of man, which is his will, will henceforth live only in other individuals; while his intellect, which itself belonged only to the phenomenon, i.e., to the world as representation, and was merely the form of the external world, also continues to exist in the condition of being representation, i.e., in the objective being of things as such, [?] thus also only in the existence of what was hitherto the external world.”

The etymology of the word Nirvana is variously given. According to Colebrooke (Transact. of the Royal [London?] Asiat. Soc., vol. I, p. 566) it comes from va, ‘to blow’, like the wind, and the prefixed negative nir, and thus signifies a calm, but as an adjective ‘extinguished’. Obry, also, Du Nirvana Indien, p. 3, says: <Nirvanam en sanscrit signifie à la lettre extinction, telle que celle d’un feu.> According to the Asiatic Journal, vol. XXIV, p. 735, the word is really Neravana, from nera, ‘without’, and vana, ‘life’, and the meaning would be annihilatio. In Eastern Monachism, by Spence Hardy, p. 295, Nirvana is derived from vana, ‘sinful desires’, with the negative nir. J.J. Schmidt, in his translation of the history of the Eastern Mongolians, says that the Sanscrit word Nirvana is translated into Mongolian by a phrase which signifies <departed from misery>, <escaped from misery>. According to the learned lectures of the same in the St. Petersburg Academy, Nirvana is the opposite of Sanfara, which is the world of constant re-birth, of longings and desires, of illusion of the senses and changing forms, of being born, growing old, becoming sick, and dying. In the Burmese language the word Nirvana, according to the analogy of other Sanscrit words, becomes transformed into Nieban, and is translated by <complete vanishing>. See Sangermano’s Description of the Burmese Empire, translated by Tandy, Rome, 1833, § 27. In the 1st edition of 1819 I also wrote Nieban, because we then knew Buddhism only from meagre accounts of the Burmese.”

Yet in the case of the lower animals, since they are capable of no reflection, the instinctive maternal affection (the male is generally ignorant of his paternity) shows itself directly and unsophisticated, and therefore with perfect distinctness and in its whole strength.”

Freycinet, Voyage aux terres Australes, 1826.

The blood-thirsty tyrant and defensor fidei, Henry VIII of England had a daughter by his 1st marriage, Queen Mary, equally distinguished for bigotry and cruelty, who from her numerous burnings of heretics has won the name of Bloody Mary. His daughter by his 2nd marriage, Elizabeth, received an excellent understanding from her mother, Anne Boleyn, which prevented bigotry and curbed the parental character in her, yet did not do away with it; so that it still always shone through on occasions, and distinctly appeared in her cruel treatment of Mary of Scotland.” Essa teoria simplista de herança masculine-feminina de Sch. é incabível.

The tendency to suicide is specially hereditary.”

On the other hand, among artists, poets, and philosophers, to whose works alone genius is properly ascribed, I know of no case analogous to that. Raphael’s father was certainly a painter, but not a great one; Mozart’s father, and also his son, were musicians, but not great ones. However, it is indeed wonderful that the fate which had destined a very short life to both of these men, each the greatest in his own sphere, as it were by way of compensation, took care, by letting them be born already in their workshop, that, without suffering the loss of time in youth which for the most part occurs in the case of other men of genius, they received even from childhood, through paternal example and instruction, the necessary introduction into the art to which they were exclusively destined.” Exagerado.

D’Alembert was the illegitimate son of Claudine de Tencin, a woman of superior mind, and the author of several romances and similar works, which met with great approbation in her day, and should even still be enjoyable”

THE PAINTER OF THE SOULS: “Between mother and son the greatest moral opposition can exist, between father and son only an intellectual opposition.” Isso vai contra minha disciplina do caráter.

What a remarkably able, clever, and superior woman Goethe’s mother was is now universally known. How much she has been spoken of in literature! while his father has not been spoken of at all; Goethe himself describes him as a man of subordinate faculties.”

Bacon’s mother was a distinguished linguist, wrote and translated several works, and in all of them showed learning, acuteness, and taste. Boerhave’s mother distinguished herself through medical knowledge.”

I would also add the brothers Schlegel, if it were not that the younger, Friedrich, made himself unworthy of the honour of being named along with his excellent, blameless, and highly distinguished brother, August Wilhelm, by the disgraceful obscurantism which in the last quarter of his life he pursued along with Adam Müller [rebatizado Ritter von Nitterdorf; jornalista].”

But just as often the above result does not take place; for example, Kant’s brother was quite an ordinary man. To explain this I must remind the reader of what is said in the 31st chapter on the physiological conditions of genius. Not only an extraordinarily developed and absolutely correctly formed brain (the share of the mother) is required, but also a very energetic action of the heart to animate it, i.e., subjectively a passionate will, a lively temperament: this is the inheritance from the father. But this quality is at its height only during the father’s strongest years; and the mother ages still more quickly. Accordingly the highly gifted sons will, as a rule, be the eldest” “If single cases should be found in which a highly gifted son had a mother who was not mentally distinguished at all, this may be explained from the fact that this mother herself had a phlegmatic father, and on this account her more than ordinarily developed brain was not adequately excited by a corresponding energy of the circulation—a necessary condition, as I have explained above in chapter 31.”

Plato had already something of the kind in his mind when in the 5th book of his Republic he set forth his wonderful plan for increasing and improving his class of warriors. If we could castrate all scoundrels, and shut up all stupid geese in monasteries, and give persons of noble character a whole harem, and provide men, and indeed complete men, for all maidens of mind and understanding, a generation would soon arise which would produce a better age than that of Pericles. But, without entering into such utopian plans, it might be taken into consideration that if, as, if I am not mistaken, was actually the case among certain ancient nations, castration was the severest punishment after death, the world would be delivered from whole races of scoundrels, all the more certainly as it is well known that most crimes are committed between the age of 20 and 30.” Não só nega que não seja impossível a felicidade na Terra (sua própria doutrina) como é uma eugenia que não se pode aceitar: o destino deve escolher a sorte de cada qual, não somos azeitonas para fazer esse tipo de experimento; o casamento e a reprodução devem ser completamente livres e consensuais.

In many countries, among others in South Germany, the bad custom prevails of women carrying burdens, often very considerable, upon the head. This must act disadvantageously upon the brain, which must thereby gradually deteriorate in the female sex of the nation; and since from that sex the male sex receives its brain, the whole nation becomes ever more stupid; which in many cases is by no means necessary. Accordingly by the abolition of this custom the quantum of intelligence in the whole nation would be increased, which would positively be the greatest increase of the national wealth.” HAHAHAHAHA

A NECESSÁRIA HIPÓTESE IDIOTA SOBRE O TABU DO INCESTO: “For from a marriage of brothers and sisters nothing could proceed but constantly ever the same will with the same intellect, as both already exist united in both the parents, thus the hopeless repetition of the phenomenon which has already been.”

Ye wise men, highly, deeply learned,

Who think it out and know,

How, when, and where do all things pair?

Why do they kiss and love?

Ye men of lofty wisdom, say

What happened to me then;

Search out and tell me where, how, when,

And why it happened thus.”

BÜRGER

We are accustomed to see poets principally occupied with describing the love of the sexes. This is as a rule the chief theme of all dramatic works, tragical as well as comical, romantic as well as classical, Indian as well as European. Not less is it the material of by far the largest part of lyrical and also of epic poetry, especially if we class with the latter the enormous piles of romances which for centuries every year has produced in all the civilised countries of Europe as regularly as the fruits of the earth.”

nothing that is artistically beautiful can be without truth”

Certainly, however, it is also confirmed by experience, although not by the experience of everyday, that that which as a rule only appears as a strong yet still controllable inclination may rise under certain circumstances to a passion which exceeds all others in vehemence, and which then sets aside all considerations, overcomes all obstacles with incredible strength and perseverance, so that for its satisfaction life is risked without hesitation, nay, if that satisfaction is still withheld, is given as the price of it. Werthers and Jacopo Ortis exist not only in romance, but every year can show at least half a dozen of them in Europe” “Finally, every year can show cases of the double suicide of a pair of lovers who are opposed by outward circumstances.”

The one who has most concerned himself with it is Plato, especially in the Symposium and the Phædrus. Yet what he says on the subject is confined to the sphere of myths, fables, and jokes, and also for the most part concerns only the Greek love of youths. The little that Rousseau says upon our theme in the Discours sur l’inégalité is false and insufficient. Kant’s explanation of the subject in the 3rd part of the essay Über das Gefühl des Schönen und Erhabenen is very superficial and without practical knowledge, therefore it is also partly incorrect. Lastly, Platner’s treatment of the matter in his Anthropology (§1347 seq.) everyone will find dull and shallow. On the other hand, Spinoza’s definition, on account of its excessive naïveté, deserves to be quoted for the sake of amusement: Amor est titillatio, concomitante idea causæ externæ (Ethics, IV) [O amor é uma coceira que acompanha a idéia de uma causa externa]. Accordingly I have no predecessors either to make use of or to refute. The subject has pressed itself upon me objectively, and has entered of its own accord into the connection of my consideration of the world.”

let them reflect that if the object which today inspires them to write madrigals and sonnets had been born 18 years earlier it would scarcely have won a glance from them. For all love, however ethereally it may bear itself, is rooted in the sexual impulse alone, nay, it absolutely is only a more definitely determined, specialised, and indeed in the strictest sense individualised sexual impulse.”

Wherefore all this noise? Wherefore the straining and storming, the anxiety and want? It is merely a question of every Hans finding his Grethe.” “The ultimate end of all love affairs, whether they are played in sock or cothurnus, is really more important than all other ends of human life, and is therefore quite worthy of the profound seriousness with which every one pursues it. That which is decided by it is nothing less than the composition of the next generation.”

The moment at which the parents begin to love each other—to fancy each other, as the very happy English expression has it—is really to be regarded as the first appearance of a new individual and the true punctum saliens of its life, and, as has been said, in the meeting and fixing of their longing glances there appears the first germ of the new being, which certainly, like all germs, is generally crushed out.” Muito bonito, mas também não passa de velha poesia…

Accordingly, in the first place, everyone will decidedly prefer and eagerly desire the most beautiful individuals, i.e., those in whom the character of the species is most purely impressed; but, secondly, each one will specially regard as beautiful in another individual those perfections which he himself lacks, nay, even those imperfections which are the opposite of his own. Hence, for example, little men love big women, fair persons like dark, &c. &c.”

It is a voluptuous illusion which leads the man to believe he will find a greater pleasure in the arms of a woman whose beauty appeals to him than in those of any other” Eu melhorei tanto minha autoimagem ultimamente que meus parâmetros de exigência como que me obrigam ao celibato…

The sense of beauty which instinctively guides the selection for the satisfaction of sexual passion is led astray when it degenerates into the tendency to pederasty; analogous to the fact that the blue-bottle (Musca vomitoria), instead of depositing its eggs, according to instinct, in putrefying flesh, lays them in the blossom of the Arum dracunculus, deceived by the cadaverous smell of this plant.”

First of all we have to remark here that by nature man is inclined to inconstancy in love, woman to constancy. The love of the man sinks perceptibly from the moment it has obtained satisfaction; almost every other woman charms him more than the one he already possesses; he longs for variety. The love of the woman, on the other hand, increases just from that moment. This is a consequence of the aim of nature which is directed to the maintenance, and therefore to the greatest possible increase, of the species. The man can easily beget over a hundred children a year; the woman, on the contrary, with however many men, can yet only bring one child a year into the world (leaving twin births out of account).”

Youth without beauty has still always attraction; beauty without youth has none.”

Acute diseases only temporarily disturb us, chronic diseases or cachexia [caquexia] repel us, because they are transmitted to the child. The 3rd consideration is the skeleton, because it is the basis of the type of the species. Next to age and disease nothing repels us so much as a deformed figure; even the most beautiful face cannot atone for it; on the contrary, even the ugliest face when accompanied by a straight figure is unquestionably preferred.”

Here also comes in the great value which all attach to the smallness of the feet: it depends upon the fact that they are an essential characteristic of the species, for no animal has the tarsus and the metatarsus taken together so small as man, which accords with his upright walk; he is a plantigrade.”

The teeth also are important; because they are essential for nourishment and quite specially hereditary. The 4th consideration is a certain fulness of flesh; thus a predominance of the vegetative function, of plasticity; because this promises abundant nourishment for the foetus; hence great leanness repels us in a striking degree.”

The last consideration of all is the beauty of the face. Here also before everything else the bones are considered; therefore we look principally for a beautiful nose, and a short turned-up nose spoils everything. [!] A slight inclination of the nose downwards or upwards has decided the happiness in life of innumerable maidens, and rightly so, for it concerns the type of the species. A small mouth, by means of small maxillæ, is very essential as specifically characteristic of the human countenance, as distinguished from the muzzle [focinho] of the brutes. A receding or, as it were, cut-away chin is especially disagreeable, because mentum prominulum [bochechas proeminentes] is an exclusive characteristic of our species. Finally comes the regard for beautiful eyes and forehead; it is connected with the psychical qualities, especially the intellectual which are inherited from the mother.

The unconscious considerations which, on the other hand, the inclination of women follows naturally cannot be so exactly assigned.” HAHAHA!

Want of understanding does a man no harm with women; indeed extraordinary mental endowment, or even genius, might sooner influence them unfavourably as an abnormity.”

CONTRA O SAPIOSSEXUALISMO, HAHAHA! “It is a vain and absurd pretence when women assert that they have fallen in love with the mind of a man, or else it is the over-straining of a degenerate nature.”

Men, on the other hand, are not determined in their instinctive love by the qualities of character of the woman; hence so many Socrateses have found their Xantippes; for example, Shakspeare, Albrecht Dürer, Byron, &c.”

At the foundation of the aversion of a big woman to big men lies the intention of nature to avoid too big a race”

Blondes prefer dark persons, or brunettes; but the latter seldom prefer the former.”

I may here express my opinion in passing that the white colour of the skin is not natural to man, but that by nature he has a black or brown skin, like our forefathers the Hindus; that consequently a white man has never originally sprung from the womb of nature, and that thus there is no such thing as a white race, much as this is talked of, but every white man is a faded or bleached one. (…) The gipsies, an Indian race which immigrated only about 400 years ago, show the transition from the complexion of the Hindu to our own. Therefore in sexual love nature strives to return to dark hair and brown eyes as the primitive type”

The species alone has infinite life, and therefore is capable of infinite desires, infinite satisfaction, and infinite pain. But these are here imprisoned in the narrow breast of a mortal. No wonder, then, if such a breast seems like to burst, and can find no expression for the intimations of infinite rapture or infinite misery with which it is filled. This, then, affords the materials for all erotic poetry of a sublime kind, which accordingly rises into transcendent metaphors, soaring above all that is earthly. This is the theme of Petrarch, the material for the St. Preuxs, Werthers, and Jacopo Ortis, who apart from it could not be understood nor explained.”

Accordingly the loss of the loved one, through a rival, or through death, is also for the passionate lover a pain that surpasses all others, just because it is of a transcendental kind, since it affects him not merely as an individual, but attacks him in his essential æterna, in the life of the species into whose special will and service he was here called.”

the greater part of the Decameron appears as mere mocking and jeering of the genius of the species at the rights and interests of individuals which it tramples under foot.”

The love of a man often affords comical, and sometimes also tragical phenomena; both because, taken possession of by the spirit of the species, he is now ruled by this, and no longer belongs to himself: his conduct thereby becomes unsuited to the individual. That which in the higher grades of love imparts such a tinge of poetry and sublimeness to his thoughts, which gives them even a transcendental and hyperphysical tendency, on account of which he seems to lose sight altogether of his real, very physical aim, is at bottom this, that he is now inspired by the spirit of the species whose affairs are infinitely more important than all those which concern mere individuals, in order to find under the special directions of this spirit the whole existence of an indefinitely long posterity with this individual and exactly determined nature, which it can receive only from him as father and the woman he loves as mother, and which otherwise could never, as such, attain to existence (…) It is the feeling that he is acting in affairs of such transcendent importance which raises the lover so high above everything earthly, nay, even above himself, and gives such a hyperphysical clothing to his very physical desires, that love becomes a poetical episode even in the life of the most prosaic man; in which last case the matter sometimes assumes a comical aspect.” Podem os castrados (metafóricos ou literais) amar? O que é dos casais que se formam desde o 1º momento sem intenção alguma de ter uma prole?

“…unless, to save life, nature allows madness to intervene, which then covers with its veil the consciousness of that hopeless state.” // Quincas Borba

(*) “The appendix to this chapter was added only in the 3rd edition of the German, and is meant to explain, in consistency with Schopenhauer’s general principles, the wide prevalence of the practice of pederasty, among different nations and in different ages. It is omitted.”

He performs life as a compulsory service which he owes. But who has contracted the debt?—His begetter, in the enjoyment of sensual pleasure. Thus, because the one has enjoyed this, the other must live, suffer, and die. (…) But my philosophy is the only one which confers upon ethics its complete and whole rights; for only if the true nature of man is his own will, and consequently he is, in the strictest sense, his own work, are his deeds really entirely his and to be ascribed to him. On the other hand, whenever he has another origin, or is the work of a being different from himself, all his guilt falls back upon this origin, or originator.”

Grosso modo, assim Sch. resume a problemática histórico-filosófica:

politeísmo (onde se subscreve a moral socrática) monoteísmo (infantilização/regressão) panteísmo (antítese completa do estágio anterior, e por isso, no extremo da amoralidade ou imoralidade, tão daninha quanto a hipermoralidade beata) recuperação com Spinoza (resgate parcial da discussão ética SECULAR do indivíduo) + menção honrosa para o ceticismo ou exposição ético-negativa de Hume e Voltaire. Filisteísmo (interpretação ainda mais espúria e materialista da ‘fraca’ Ética spinozista) Hegel (uma queda abrupta, posto que fetichizando a Santíssima Trindade, como seria fácil de imaginar). (Sabidamente, Schopenhauer diz que não só ele mesmo ainda não podia ser compreendido como nem mesmo Kant o tinha sido em sua época.) Discípulos de Hegel (o fundo do poço, relativização de todos os valores e a neura do Estado-nação como ‘indivíduo’, como se se pudesse falar de ética nessa esfera da pura aparência). |Schopenhauer| (síntese final).

O TUDO É PERMITIDO AVANT LA LETTRE: “After having met with unmerited neglect for more than a hundred years, Spinoza has, in general, become too much esteemed in this century through the reaction caused by the swing of the pendulum of opinion. All pantheism must ultimately be overthrown by the inevitable demands of ethics, and then by the evil and suffering of the world. If the world is a theophany, then all that man, or even the brute, does is equally divine and excellent; nothing can be censurable, and nothing more praiseworthy than the rest: thus there is no ethics.”

Only when the world is regarded entirely from without and from the physical side alone, and nothing else is kept in view but the constant restorative order, and the comparative imperishableness of the whole which is thereby introduced, is it perhaps possible to explain it as a god, yet always only symbolically.”

Accordingly the problem which has been discussed from the time of Socrates is now for the first time really solved, and the demand of thinking reason directed to morality is satisfied.” “My doctrine reaches this limit in the will to live, which in its own manifestation asserts or denies itself. (…) We must stop there”

At the end of the 8th book of the Odyssey, Ulysses, who in all his many sorrows is never represented as weeping, bursts into tears, when, still unknown, he hears his early heroic life and deeds sung by the bard Demodocus in the palace of the Phæacian king, for this remembrance of the brilliant period of his life contrasts with his present wretchedness. Thus not this itself directly, but the objective consideration of it, the picture of his present summoned up by his past, calls forth his tears; he feels sympathy with himself.”

A client, when he had heard his case set forth by his counsel in court, burst into a flood of tears, and cried, <I never knew I had suffered half so much till I heard it here today.>

Inclination is every strong susceptibility of the will for motives of a certain kind. Passion is an inclination so strong that the motives which excite it exercise a power over the will, which is stronger than that of every possible motive that can oppose them; thus its mastery over the will becomes absolute, [confuuuuuuuuso] and consequently with reference to it the will is passive or suffering.¹ It must, however, be remarked here that passions seldom reach the degree at which they fully answer to the definition, but rather bear their name as mere approximations to it: therefore there are then still counter-motives which are able at least to restrict their effect, if only they appear distinctly in consciousness.” Diria que minha paixão é o senso inato de justiça, quando escolho piorar minha vida em troca de romper com algumas pessoas esporadicamente (uma necessidade invencível). Da última vez, p.ex., reproduzi em miniatura o rompimento com meu pai ao expor a toxicidade da antiga chefia.

¹ Eis que Schopenhauer involuntariamente descobriu a fuga final, desta vez uma que funciona: viver apaixonado.

the emotion is related to the passion as delirium to madness.” Temor e tremor. Mas resta a possibilidade de descrever friamente toda a minha tensão, então ainda me referirei a esses ‘fins de ciclo’ como paixões…

Certainly the right is insured protection only in the State. But it itself exists independently of the State. For by force it can only be suppressed, never abolished. Accordingly the State is nothing more than an institution for protection, which has become necessary through the manifold attacks to which man is exposed, and which he would not be able to ward off alone, but only in union with others.” Regressão hobbesiana (anal).

But, as is always the way in human affairs, the removal of one evil generally opens the way for a new one”

Hobbes Montesquieu O problema do trabalho e da propriedade privada

According to Kant’s explanation, which amounts to a jus talionis, it is not the deed but the man that is punished. The penitentiary system also seeks not so much to punish the deed as the man, in order to reform him. It thereby sets aside the real aim of punishment, determent from the deed, in order to attain the very problematic end of reformation.” “Education is a benefit, punishment ought to be an evil; the penitentiary prison is supposed to accomplish both at once.” “Therefore moral reformation is really not possible, but only determent from the deed through fear.” “when possible, the apparent severity of the punishment should exceed the actual: but solitary confinement achieves the reverse. Its great severity has no witnesses, and is by no means anticipated by any one who has not experienced it; thus it does not deter. It threatens him who is tempted to crime by want and misery with the opposite pole of human suffering, ennui

For the security of the life of the citizens capital punishment is absolutely necessary. (…) But to impose the punishment of death, as in Poland, for shooting an ure-ox is too much, for the maintenance of the species of ure-oxen may not be purchased with human life.” Imagino que pessoas de 100, 200 ou 300 anos atrás se escandalizariam com as penas de morte por tráfico de substâncias como pasta de cocaína.

SCHOPENHAUER NOS UMBRAIS DO MISTICISMO

The doctrine of metempsychosis, touched on above, deviates from the truth merely through the circumstance that it transfers to the future what already is now. It makes my true inner nature exist in others only after my death, while, according to the truth, it already lives in them now, and death merely removes the illusion on account of which I am not aware of this; just as an innumerable host of stars constantly shine above our heads, but only become visible to us when the one sun near the earth has set.”

Only Greek paganism and Islamism are entirely optimistic: therefore in the former the opposite tendency had to find expression at least in tragedy; but in Islamism, which is the worst, as it is the most modern, of all religions,¹ it appeared as Sufism, that very beautiful phenomenon, which is completely of Indian spirit and origin, and has now continued for upwards of a thousand years.”

¹ Mesmo juízo que o meu.

Now, whoever has comprehended this will no longer regard it as beyond all measure extravagant that Fakirs should sit down, and, contemplating the tip of their nose, seek to banish all thought and perception, and that in many passages of the Upanishads instructions are given to sink oneself, silently and inwardly pronouncing the mysterious Oum, in the depths of one’s own being, where subject and object and all knowledge disappear.” Parágrafo feito de encomenda para polemizar com Hegel.

The mystic is thus opposed to the philosopher by the fact that he begins from within, while the philosopher begins from without.” “He ought therefore to beware of falling into the way of the mystics, and, for example, by the assertion of intellectual intuitions or pretended immediate apprehensions of the reason, to seek to make a vain show of positive knowledge of that which is forever inaccessible to all knowledge, or at the most can be indicated by means of a negation.” “Now it answers to this that my system when it reaches its highest point assumes a negative character, thus ends with a negation. It can here speak only of what is denied, given up: but what is thereby won, what is laid hold of, it is obliged (at the conclusion of 4th book) to denote as nothing, and can only add the consolation that it is merely a relative, not an absolute nothing. For if something is none of all the things which we know, it is certainly for us, speaking generally, nothing. But it does not yet follow from this that it is absolutely nothing, that from every possible point of view and in every possible sense it must be nothing, but only that we are limited to a completely negative knowledge of it, which may very well lie in the limitation of our point of view. Now it is just here that the mystic proceeds positively, and therefore it is just from this point that nothing but mysticism remains. However, any one who wishes this kind of supplement to the negative knowledge to which alone philosophy can guide him will find it in its most beautiful and richest form in the Oupnekhat, then also in the Enneads of Plotinus, in Scotus Erigena, in passages of Jakob Böhm, but especially in the marvellous work of Madame de Guion, Les Torrens, and in Angelus Silesius; finally also in the poems of the Sufis, of which Tholuk has given us a collection translated into Latin, and another translated into German, and in many other works. The Sufis are the Gnostics of Islam. Hence Sadi denotes them by a word which may be translated ‘full of insight’. Theism, calculated with reference to the capacity of the multitude, places the source of existence without us, as an object. All mysticism, and so also Sufism, according to the various degrees of its initiation, draws it gradually back within us, as the subject, and the adept recognises at last with wonder and delight that he is it himself. This procedure, common to all mysticism, we find not only expressed by Meister Eckhart, the father of German mysticism, in the form of a precept for the perfect ascetic, <that he seek not God outside himself> (Eckhart’s works, edited by Pfeiffer, vol. I, p. 626), but also very naïvely exhibited by Eckhart’s spiritual daughter, who sought him out, when she had experienced that conversion in herself, to cry out joyfully to him, <Sir, rejoice with me, I have become God> (loc.cit., p. 465). The mysticism of the Sufis also expresses itself throughout precisely in accordance with this spirit, principally as a revelling in the consciousness that one is oneself the kernel of the world and the source of all existence, to which all returns.” “Corresponding to this difference of the conception, Mohammedan mysticism has a very serene character, Christian mysticism a gloomy and melancholy character, while that of the Hindus, standing above both, in this respect also holds the mean.” “Quietism, asceticism and mysticism stand in the closest connection; so that whoever professes one of them is gradually led to accept the others, even against his intention.” “They do not constitute a sect, which adheres to, defends, and propagates a favourite dogma once laid hold of; indeed the Indian, Christian, and Mohammedan mystics, quietists and ascetics are different in every respect, except the inner significance and spirit of their teaching.” “A very striking example of this is afforded by the comparison of the Torrens of Madame de Guion with the teaching of the Vedas, especially with the passage in the Oupnekhat, vol. I, p. 63, which contains the content of that French work in the briefest form, but accurately and even with the same images, and yet could not possibly have been known to Madame de Guion in 1680.” “the life of St. Francis, and also the order he founded, was just a kind of Sannyasiism.” “his beautiful Cântico also bears witness to his inborn Indian spirit by the praise of the sun, the moon, the stars, the wind, the water, the fire, and the earth.

(*) S. Bonaventuræ vita S. Francisci, ch. 8; K. Hase, ‚Franz von Assisi‘, ch. 10. ‘I cantici di S. Francesco’, editi da Schlosser e Steinle., Francoforto, s.M., 1842.”

one must read the mystics themselves, and not be contented with 2nd-hand reports of them; for every one must himself be comprehended before one judges concerning him. Thus to become acquainted with quietism I specially recommend Meister Eckhart, the Deutsche Theologie, Tauler, Madame de Guion, Antoinette Bourignon, the English Bunyan, Molinos(*) and Gichtel.

(*) Recueil de diverses pièces concernant le quiétisme, ou Molinos et ses disciples. Amstd., 1688.”

Whoever has read such writings, and compared their spirit with that of ascetism and quietism as it runs through all works of Brahmanism and Buddhism, and speaks in every page, will admit that every philosophy, which must in consistency reject that whole mode of thought, which it can only do by explaining the representatives of it to be either impostors or madmen, must just on this account necessarily be false. But all European systems, with the exception of mine, find themselves in this position.” “no philosophy can leave the theme of quietism and asceticism undecided if the question is proposed to it; because this theme is, in its matter, identical with that of all metaphysics and ethics. Here then is a point upon which I expect and desire that every philosophy, with its optimism, should declare itself. And if, in the judgment of contemporaries, the paradoxical and unexampled agreement of my philosophy with quietism and asceticism appears as an open stumbling-block, I, on the contrary, see just in that agreement a proof of its sole correctness and truth, and also a ground of explanation of why it is ignored and kept secret by the Protestant universities. For not only the religions of the East, but also true Christianity, has throughout that ascetic fundamental character which my philosophy explains as the denial of the will to live; although Protestantism, especially in its present form, seeks to conceal this.” “these men’s minds, unfortunately like thousands more at the present day in Germany, are completely spoiled and distorted by the miserable Hegelism, that school of dulness, that centre of misunderstanding and ignorance, that mind-destroying, spurious wisdom, which now at last begins to be recognised as such, and the veneration of which will soon be left to the Danish Academy, in whose eyes even that gross charlatan is a summus philosophusHAHAHAHAAHA! O destino de Hegel lembra um pouco o de Wagner: esculhambado por Schopenhauer/Nietzsche, vive até hoje entre nós, bastante arranhado, é verdade, mas ainda ‘recomendado’.

That the doctrine of Jesus may not run counter to the ideas of the present day, men have hastened to introduce surreptitiously the thought that Jesus only praised celibacy with reference to the circumstances of the time, and in order to leave the activity of the Apostles unfettered; but there is even less indication of this in the context than in the kindred passage, 1 Cor. 7:25-ss.; but we have here again one of the places where ascetic principles, such as prevailed among the Essenes, and probably still more widely among the Jews, appear in the teaching of Jesus also.” Strauss, Life of Jesus

Marriage, in genuine Christianity, is merely a compromise with the sinful nature of man, as a concession, something allowed to those who lack strength to aspire to the highest, an expedient to avoid greater evil”

Augustine says of the Tatianites: ‘Nuptias damnant, atque omnino pares eas fornicationibus aliisque corruptionibus faciunt: nec recipiunt in suum numerum conjugio utentem, sive marem, sive foeminam. Non vescunlur [comedores] carnibus, easque abominantur.’ (De hoeresi ad quod vult Deum. hoer., 25)”

Matrimonium et stuprum [sedução!] est commixtio carnis; scilicet cujus concupiscentiam dominus stupro adoequavit. Ergo, inguis, jam et primas, id est unas nuptias destruis? Nec immerito: quoniam et ipsae ex eo constant, quod est stuprum” (Tertullian, De exhort. castit., c. 9).

« Carové, Über das Cölibatgesetz, 1832, and Lind, De coelibatu Christianorum per tria priora secula, Havnioe, 1839. »

Judaism, with its optimistic history of creation, with which the world-denying tendency of the New Testament is certainly in contradiction. But the connection of the New Testament with the Old is at bottom only external, accidental, and forced; and the one point at which Christian doctrine can link itself on to the latter is only to be found, as has been said, in the story of the fall, which, moreover, stands quite isolated in the Old Testament, and is made no further use of. But, in accordance with the account in the Gospels, it is just the orthodox adherents of the Old Testament who bring about the crucifixion of the founder of Christianity, because they find his teaching in conflict with their own.”

In general it is interesting to see how with Clement the New and the Old Testament get mixed up together; and he strives to reconcile them, yet for the most part drives out the New Testament with the Old. Just at the beginning of the 3rd chapter he objects to the Marcionites that they find fault with the creation, after the example of Plato and Pythagoras; for Marcion teaches that nature is bad, made out of bad materials; therefore one ought not to people this world, but to abstain from marriage.” “At the same time, in his holy zeal, he will not allow the Marcionites even the honour of originality, but, armed with his well-known erudition, he brings it against them, and supports his case with the most beautiful quotations, that even the ancient philosophers, that Heraclitus and Empedocles, Pythagoras and Plato, Orpheus and Pindar, Herodotus and Euripides, and also the Sibyls, lamented deeply the wretched nature of the world, thus taught pessimism. Now in this learned enthusiasm he does not observe that in this way he is just giving the Marcionites water for their mill, for he shows that <All the wisest of all the ages> have taught and sung what they do, but confidently and boldly he quotes the most decided and energetic utterances of the ancients in this sense. Certainly they cannot lead him astray. Wise men may mourn the sadness of existence, poets may pour out the most affecting lamentations about it, nature and experience may cry out as loudly as they will against optimism—all this does not touch our Church Father: he holds his Jewish revelation in his hand, and remains confident.” “he seems to have had no presentiment that just after his time the celibacy of the Christian priesthood would be more and more introduced, and finally, in the 11th century, raised to the position of a law, because it is in keeping with the spirit of the New Testament.”

Bournouf, Introduction à l’histoire du Buddhisme

the first Jewish Christians of Jerusalem, who called themselves Nazarenes, refrained from all animal food. On account of this origin (or, at least, this agreement) Christianity belongs to the ancient, true and sublime faith of mankind, which is opposed to the false, shallow, and injurious optimism which exhibits itself in Greek paganism, Judaism, and Islamism.”

The Zend religion holds to a certain extent the mean, because it has opposed to Ormuzd a pessimistic counterpoise in Ahriman. From this Zend religion the Jewish religion proceeded, as J.G. Rhode has thoroughly proved in his book, Die heilige Sage des Zendvolks; from Ormuzd has come Jehovah, and from Ahriman, Satan, who, however, plays only a very subordinate role in Judaism (…) and there only remains the myth of the fall as a pessimistic element, which certainly (as the fable of Meschia and Meschiane) is derived from the Zend-Avesta.”

Ormuzd himself, however, is derived from Brahmanism, although from a lower region of it; he is no other than Indra, that subordinate god of the firmament and the atmosphere, who is represented as frequently in rivalry with men. [conexões com o Firmamento chinês também?] This has been very clearly shown by J.J. Schmidt in his work on the relation of the Gnostic-theosophic doctrines to the religions of the East. Thus Indra-Ormuzd-Jehovah had afterwards to pass over into Christianity, because this religion arose in Judæa. But on account of the cosmopolitan character of Christianity he laid aside his own name to be denoted in the language of each converted nation by the appellation of the superhuman beings he supplanted, as, TEOS, Deus, which comes from the Sanscrit Deva (from which also devil comes), or among the Gothico-Germanic peoples by the word God, Gott, which comes from Odin, Wodan, Guodan, Godan. In the same way he assumed in Islamism, which also sprang from Judaism, the name of Allah, which also existed earlier in Arabia.”

In China the first difficulty of the missionaries arose from the fact that the Chinese language has no appellation of the kind and also no word for creating; for the 3 religions of China know no gods either in the plural or in the singular.”

On this opportunity one may see how certain Protestant theologians, in their efforts to misinterpret the text of the New Testament in conformity with their rationalistic, optimistic, and unutterably shallow view of life, go so far that they actually falsify this text in their translations. Thus H.A. Schott, in his new version given with the Griesbach text of 1805, has translated the word [GREGO], John 15:18-19, by Judoei, 1 John 4:4, by profani homines; and Col. 2:20, [GREGO] by elementa Judaica; while Luther everywhere renders the word honestly and correctly by Welt (world).”

O CRISTIANISMO COMO RELIGIÃO EMINENTEMENTE ORIENTAL EM SUA FORMAÇÃO: “There is nothing in which one has to distinguish the kernel so carefully from the shell as in Christianity. Just because I prize this kernel highly I sometimes treat the shell with little ceremony; it is, however, thicker than is generally supposed.”

O ANTI-HEGEL III: “Protestantism, since it has eliminated asceticism and its central point, the meritoriousness of celibacy, has already given up the inmost kernel of Christianity, and so far is to be regarded as a falling away from it. This has become apparent in our own day by the gradual transition of Protestantism into shallow rationalism, this modern Pelagianism, which ultimately degenerates into the doctrine of a loving father, who has made the world, in order that things may go on very pleasantly in it (in which case, then, he must certainly have failed), and who, if one only conforms to his will in certain respects, will also afterwards provide a still more beautiful world (with regard to which it is only a pity that it has such a fatal entrance). That may be a good religion for comfortable, married, and enlightened Protestant pastors; but it is no Christianity. Christianity is the doctrine of the deep guilt of the human race through its existence alone, and the longing of the heart for deliverance from it, which, however, can only be attained by the greatest sacrifices and by the denial of one’s own self, thus by an entire reversal of human nature. Luther may have been perfectly right from the practical point of view, i.e., with reference to the Church scandal of his time, which he wished to remove, but not so from the theoretical point of view. The more sublime a doctrine is, the more it is exposed to abuse at the hands of human nature, which, on the whole, is of a low and evil disposition: hence the abuses of Catholicism are so much more numerous and so much greater than those of Protestantism.” “But in consequence of this he was led to desire to limit as much as possible the claims of Christianity itself, and for this end he first confined it to the words of the Bible; but then, in his well-meant zeal, he went too far, for he attacked the very heart of Christianity in the ascetic principle

COMO FILOSOFAR COM (A FOICE E) O MARTELO

O início da transformação do misticismo nazareno na autodisciplina intramundana do trabalho incessante ligado paradoxalmente à avareza e acumulação de capital que vemos estudada em detalhe em Weber – da abnegação espiritual sincera à completa venalidade materialista do indivíduo contemporâneo. É exatamente essa faceta do protestantismo que torna esta religião tão exitosa em salvar drogados e ex-satanistas ou bandidos. A mais completa apologia do status quo. Nada mais anticristão. Até entendo por que pessoas como o Tadeu confundem o amor fati com esta definição filistéia! E agora parece que cheguei a uma compreensão aperfeiçoada do que Nietzsche queria indicar com ‘budismo europeu’ – a passagem à re-espiritualização é dura, pois implica primeiro numa aceitação-do-mundo-como-ele-é, para poder superá-lo (essencialmente é uma interiorização da luta de classes marxista e superação do capitalismo global, a forja de um mundo material em que o espiritual não está mais corrompido). O budismo europeu é quando a civilização hoje tornada mundial está cansada deste mundo e está tentada a dele desistir. O problema é que desistir deste presente passageiro (embora maior que o tempo de vida de um indivíduo) é o mesmo que atirar pela janela toda a existência. Em suma, aqui é que se situa mais explicitamente a oposição fundamental e irreconciliável entre Nietzsche e Schopenhauer. Onde verdadeiramente se continua (se deveria continuar) após a última linha do primeiro tomo de O mundo como vontade(…), não rumando ao misticismo novamente, mas indo-além-no-mundo, em oposição à vida seca e material daquela Europa do XIX. Figuras como Elon Musk, espécies de líderes ideológicos da atualidade ou representantes do Zeitgeist, ainda estão situadas no positivismo otimista do progresso ilimitado, avatar tão velho! Falta muito ainda. Ainda não é o tempo de espiritualizar-se, primeiro deve-se usar o martelo e a foice o suficiente… O budismo europeu se concretaria quando o mais próspero dos bilionários já não for capaz de sentir a menor centelha de prazer na vida! Predominância e universalização da ética de escravos. Todos na Terra já são encarnações de Jesus de Nazaré. Aí está a brecha para a ascensão de uma nova casta de senhores fortes, espiritualmente amante da vida e inimiga dos valores vigentes. É neste exato sentido que se deve ler o “O Cristianismo estava à beira do colapso, quando essa tragédia, o luteranismo, despontou e ressuscitou o cadáver!”, ou aforismo parecido, no Anti-Cristo. Dá até saudade da concupiscência imoral de um Bórgia – ao contrário, nos deparamos hoje com a de um Edir Macedo (urgh)! É porque de um neo-protestantismo (no fundo apenas, ainda, o bom e velho protestantismo) não nascerá outra doutrina CRISTÃ para salvar novamente a religião que este ciclo ou esta era terão irremediável fim histórico próximo…

* * *

in religions, as in philosophy, optimism is a fundamental error which obstructs the path of all truth.” Não à toa sou o que sou.

the highly remarkable sect of the Shakers, in North America, founded by an Englishwoman, Anne Lee, in 1774. The adherents of this sect have already increased to 6,000, who are divided into 15 communities, and inhabit a number of villages in the states of New York and Kentucky, especially in the district of New Lebanon, near Nassau village. The fundamental characteristic of their religious rule of life is celibacy and entire abstention from all sexual satisfaction. It is unanimously admitted, even by the English and Americans who visit them, and who laugh and jeer at them in every other respect, that this rule is strictly and with perfect honesty observed; although brothers and sisters sometimes even occupy the same house, eat at the same table, nay, dance together in the religious services in church. For whoever has made that hardest of all sacrifices may dance before the Lord; he is a victor, he has overcome.” O problema de uma seita rara em que ninguém se reproduz (ninguém faz sexo!) é que ela está destinada do começo à mais lenta e morosa das extinções. Veja o Wikipedia dos Shakers, com números um pouco diferentes dos apresentados por Sch. para o séc. XIX (mais comunidades, mas menos membros): “During the mid-19th century, an Era of Manifestations resulted in a period of dances, gift drawings, and gift songs inspired by spiritual revelations. At its peak in the mid-19th century, there were 2,000-4,000 Shaker believers living in 18 major communities and numerous smaller, often short-lived, communities. External and internal societal changes in the mid- and late-19th century resulted in the thinning of the Shaker community as members left or died with few converts to the faith to replace them. By 1920, there were only 12 Shaker communities remaining in the United States. As of 2019, there is only 1 active Shaker village: Sabbathday Lake Shaker Village, in Maine. Consequently, many of the other Shaker settlements are now museums.”

There are no families, and therefore there is no private property, but community of goods. All are clothed alike, in Quaker fashion, and with great neatness. They are industrious and diligent: idleness is not endured. They have also the enviable rule that they are to avoid all unnecessary noise, such as shouting, door-slamming, whip-cracking, loud knocking, &c.” Sch. teria fundado uma sucursal na Alemanha, reza a lenda! “They persuade no one to join them, but test those who present themselves by a novitiate of several years. Moreover, everyone is free to leave; very rarely is any one expelled for misconduct. Adopted children are carefully educated, and only when they are grown up do they voluntarily join the sect. It is said that in the controversies of their ministers with Anglican clergy the latter generally come off the worse, for the arguments consist of passages from the New Testament. Fuller accounts of them will be found particularly in Maxwell’s Run through the United States, 1841; also in Benedict’s History of all Religions, 1830; also in the Times, November 4, 1837, and in the German magazine Columbus, May number, 1831.” “A German sect in America, very similar to them, who also live in strict celibacy and continence, are the Rappists [!]. An account of them is given in F. Loher’s Geschichte und Zustande der Deutschen in Amerika, 1853. In Russia also the Raskolniks are a similar sect.” “But among the ancient Jews we already find a prototype of all these sects, the Essenes, of whom even Pliny gives an account (Hist. Nat., 5:15), and who resembled the Shakers very much, not only in celibacy, but also in other respects; for example, in dancing during divine service, which leads to the opinion that the founder of the Shakers took the Essenes as a pattern.”

Although Christianity, in essential respects, taught only what all Asia knew long before, and even better, yet for Europe it was a new and great revelation, in consequence of which the spiritual tendency of the European nations was therefore entirely transformed.”

The ancients, although far advanced in almost everything else, remained children with regard to the chief concern, and were surpassed in this even by the Druids, who at least taught metempsychosis. That 1 or 2 philosophers, like Pythagoras and Plato, thought otherwise alters nothing as regards the whole.” O que farás no Hades? Ora, o mesmo que aqui!

Enigma: quem é mais burro, aquele que só entende alegorias ou aquele que só entende a mensagem direta? Ao contrário do que Schopenhauer pensa, creio que tanto a religião quanto a filosofia sejam um híbrido destas duas (para ele a filosofia é uma vocação seleta por lidar com a mensagem direta, a Bíblia, p.ex., apenas conta estórias morais, etc.). Nada mais ilusório. Nesse sentido, Platão seria um super-filósofo inacessível até para os prosaicos filósofos… E o que dizer da simplicidade com que a massa abraça um culto tão ‘esotérico’? Talvez porque ele não o seja (tanto).

JES(US) BETWEEN THE HAMMER AND THE ANVIL: “The Holy Ghost is the distinct denial of the will to live: the man in whom this exhibits itself in concreto is the Son; He [God] is identical with the will which asserts life, and thereby produces the phenomenon of this perceptible world, i.e., with the Father, because the assertion and denial are opposite acts of the same will whose capability for both is the only true freedom.” Santíssimo Quarteto?

the gallows is a place of quite peculiar revelations, and a watch-tower from which the man who even then retains his presence of mind obtains a wider, clearer outlook into eternity than most philosophers over the paragraphs of their rational psychology and theology. The following speech on the gallows was made on the 15th April, 1837, at Gloucester, by a man called Bartlett, who had murdered his mother-in-law: ‘Englishmen and fellow countrymen—I have a few words to say to you, and they shall be but very few. Yet let me entreat you, one and all, that these few words that I shall utter may strike deep into your hearts. Bear them in your mind, not only now while you are witnessing this sad scene, but take them to your homes, take them, and repeat them to your children and friends. I implore you as a dying man—one for whom the instrument of death is even now prepared—and these words are that you may loose yourselves from the love of this dying world and its vain pleasures. Think less of it and more of your God. Do this: repent, repent, for be assured that without deep and true repentance, without turning to your heavenly Father, you will never attain, nor can hold the slightest hope of ever reaching those bowers of bliss to which I trust I am now fast advancing’ (Times, 18th April 1837).” Sch. recai na filosofia mais exotérica de comadronas!

With the Ebionites it is a capital principle that whoever takes his portion in this age gets nothing in the future, and conversely. Accordingly in Luke the blessings are followed by as many woes, which are addressed to the rich, and to them that laugh, in the Ebionite spirit. In the same spirit, he says, is the parable (Luke 16:19) of the rich man and Lazarus given, which nowhere mentions any fault of the former or any merit of the latter, and takes as the standard of the future recompense, not the good done or the wickedness practised, but the evil suffered here and the good things enjoyed, in the Ebionite spirit.” “This appears still more decidedly in the passage Matt. 10:9-15, where all possessions, even shoes and a staff, are forbidden to the Apostles, and they are directed to beg. These commands afterwards became the foundation of the mendicant order of St. Francis (Bonaventuræ vita S. Francisci, c. 3).”

While now by this the thoughtless man only finds himself tormented in reality, in the case of him who thinks there is added to his real pain the theoretical perplexity why a world and a life which exist in order that one may be happy in them answer their end so badly. First of all it finds expression in pious ejaculations, such as, <Ah! why are the tears on earth so many?> &c. &c. But in their train come disquieting doubts about the assumptions of those preconceived optimistic dogmas. One may try if one will to throw the blame of one’s individual unhappiness now upon the circumstances, now upon other men, now upon one’s own bad luck, or even upon one’s own awkwardness, and may know well how all these have worked together to produce it; but this in no way alters the result that one has missed the real end of life, which consists indeed in being happy. The consideration of this is, then, often very depressing, especially if life is already on the wane; hence the countenances of almost all elderly persons wear the expression of that which in English is called disappointment. Besides this, however, hitherto everyday of our life has taught us that joys and pleasures, even if attained, are in themselves delusive, do not perform what they promise, do not satisfy the heart, and finally their possession is at least embittered by the disagreeables that accompany them or spring from them; while, on the contrary, the pains and sorrows prove themselves very real, and often exceed all expectation.” “Whoever now has returned by one or other path from that error which dwells in us a priori, will soon see all in another light, and will now find the world in harmony with his insight, although not with his wishes.” “it is just pain and trouble that tend towards the true end of life, the turning away of the will from it.” Pense na dor e nos dilemas, mas dos quais uma Vontade não foge!

in the presence of every corpse the watch goes under arms.”

Just because a sudden death makes this retrospect impossible, the Church regards such a death as a misfortune, and prays that it should be averted.”

But if, conversely, the desire outlives the capacity for enjoyment, and we now regret particular pleasures in life which we miss, instead of seeing the emptiness and vanity of all; and if then gold, the abstract representative of the objects of desire for which the sense is dead, takes the place of all these objects themselves, and now excites the same vehement passions which were formerly more pardonably awakened by the objects of actual pleasure, and thus now with deadened senses a lifeless but indestructible object is desired with equally indestructible eagerness; or, also, if, in the same way, existence in the opinion of others takes the place of existence and action in the real world, and now kindles the same passions—then the will has become sublimated and etherealised into avarice or ambition; but has thereby thrown itself into the last fortress, in which it can only now be besieged by death. The end of existence has been missed.”

I am not even speaking at all of lofty virtue, nobleness, magnanimity, and self-sacrifice, which one hardly finds anywhere but in plays and novels, but only of those virtues which are the duty of everyone. Let whoever is old think of all those with whom he has had to do; how many persons will he have met who were merely really and truly honest?”

After all my explanations one may still ask, for example, whence has sprung this will that is free to assert itself, the manifestation of which is the world, or to deny itself, the manifestation of which we do not know. What is the fatality lying beyond all experience which has placed it in the very doubtful dilemma of either appearing as a world in which suffering and death reign, or else denying its very being?—or again, what can have prevailed upon it to forsake the infinitely preferable peace of blessed nothingness? An individual will, one may add, can only turn to its own destruction through error in the choice, thus through the fault of knowledge; but the will-in-itself, before all manifestation, consequently still without knowledge, how could it go astray and fall into the ruin of its present condition? Whence in general is the great discord that permeates this world? It may, further, be asked how deep into the true being of the world the roots of individuality go; to which it may certainly be answered: they go as deep as the assertion of the will to live; where the denial of the will appears they cease, for they have arisen with the assertion. But one might indeed even put the question, <What would I be if I were not will to live?> and more of the same kind. To all such questions we would first have to reply that the expression of the most universal and general form of our intellect is the principle of sufficient reason; but that just on this account that principle finds application only to the phenomenon, not to the being-in-itself-of-things.” “What the world is as world may be understood: it is phenomenal manifestation; and we can know that which manifests itself in it, directly from ourselves, by means of a thorough analysis of self-consciousness. Then, however, by means of this key to the nature of the world, the whole phenomenal manifestation can be deciphered, as I believe I have succeeded in doing. But if we leave the world in order to answer the questions indicated above, we have also left the whole sphere in which, not only connection according to reason and consequent, but even knowledge itself is possible” “So much as to the limits of my philosophy, and indeed of all philosophy.”

that the inner nature in all things is absolutely one and the same, my age had already grasped and understood, after the Eleatics, Scotus Erigena, Giordano Bruno, and Spinoza had thoroughly taught, and Schelling had revived this doctrine. But what this one is, and how it is able to exhibit itself as the many, is a problem the solution of which is first found in my philosophy.”

Scotus Erigena, quite consistently with the spirit of Pantheism, explains every phenomenon as a theophany; but then this conception must also be applied to the most terrible and abominable phenomena. Fine theophanies! What further distinguishes me from Pantheism is principally the following.

(1). That THEOS is an x, an unknown quantity; the will, on the other hand, is of all possible things the one that is known to us most exactly, the only thing given immediately, and therefore exclusively fitted for the explanation of the rest. (…)

(2). (…) with me alone ethics has a sure foundation and is completely worked out in agreement with the sublime and profound religions, Brahmanism, Buddhism, and Christianity, not merely with Judaism and Mohammedanism. The metaphysic of the beautiful also is first fully cleared up as a result of my fundamental truth, and no longer requires to take refuge behind empty words. With me alone is the evil of the world honestly confessed in its whole magnitude: this is rendered possible by the fact that the answer to the question as to its origin coincides with the answer to the question as to the origin of the world. (…)

(3.) That I start from experience and the natural self-consciousness given to everyone, and lead to the will as that which alone is metaphysical; thus I adopt the ascending, analytical method. (…)”

Since, in consequence of the Kantian criticism of all speculative theology, the philosophisers of Germany almost all threw themselves back upon Spinoza, so that the whole series of futile attempts known by the name of the post-Kantian philosophy are simply Spinozism tastelessly dressed up, veiled in all kinds of unintelligible language, and otherwise distorted, I wish, now that I have explained the relation of my philosophy to Pantheism in general, to point out its relation to Spinozism in particular.”

[For Spinoza, man] is even to rejoice in his life as long as it lasts; entirely in accordance with Ecclesiastes 9:7-10. (…) therefore its ethical side is weak, as in the Old Testament” “Especially chap. 16 of the Tractatus theologico-politicus is the true compendium of the immorality of Spinoza’s philosophy.”

Spinoza could not get rid of the Jews; quo semel est imbuta recens servabit odorem. His contempt for the brutes, which, as mere things for our use, he also declares to be without rights, is thoroughly Jewish, and, in union with Pantheism, is at the same time absurd and detestable (Eth. IV, appendix, c. 27). With all this Spinoza remains a very great man. But in order to estimate his work correctly we must keep in view his relation to Descartes.” “Yet partly to avoid injuring his teacher, partly in order to be less offensive, he gave it a positive appearance by means of a strictly dogmatic form, although its content is chiefly negative. His identification of the world with God has also this negative significance alone. For to call the world God is not to explain it: it remains a riddle under the one name as under the other. But these 2 negative truths had value for their age, as for every age in which there still are conscious or unconscious Cartesians. He makes the mistake, common to all philosophers before Locke, of starting from conceptions, without having previously investigated their origin, such, for example, as substance, cause, &c., and in such a method of procedure these conceptions then receive a much too extensive validity. [mesma crítica de Hegel] Those who in the most recent times refused to acknowledge the Neo-Spinozism which had appeared, for example, Jacobi, were principally deterred from doing so by the bugbear of fatalism. By this is to be understood every doctrine which refers the existence of the world, together with the critical position of mankind in it, to any absolute necessity, i.e., to a necessity that cannot be further explained. Those who feared fatalism, again, believed that all that was of importance was to deduce the world from the free act of will of a being existing outside it; as if it were antecedently certain which of the 2 was more correct, or even better merely in relation to us.”

FINIS

Depois do fim, anti-schopenhauerianamente, acrescentemos, apenas, o trecho final de seu prefácio rabugento à 3ª edição, que explica um pouco, também, do Parerga et(…)

Seven years after the appearance of the 2nd edition I published 2 volumes of Parerga and Paralipomena. What is included under the latter name consists of additions to the systematic exposition of my philosophy, and would have found its right place in these volumes, but I was obliged to find a place for it then where I could, as it was very doubtful whether I would live to see this 3rd edition [Sch. reclama que não teve como lançar a terceira edição por uma editora senão 42 anos depois da 1a aparição de O Mundo como Vontade(…), milagrosamente ainda vivo – ele que publicou sua magnum opus – com várias páginas de notas a menos que a versão definitiva – tão novo, aos 30!]. It will be found in the 2nd volume of the said Parerga, and will be easily recognised from the headings of the chapters.”

¹ O nome em português é Ornatos e suplementos.

LISTA DAS LEITURAS LISTADAS EM NEGRITO VERMELHO NA ORDEM EM QUE SURGEM NO TEXTO¹ (a bibliografia mais importante d’O Mundo, fora de Kant-Platão):

¹ Autores repetidos receberam numeração

Humboldt, Views of Nature

Suárez, Disputas Metafísicas, sobretudo a seção 1

Polier, Mythologie des Indous

Aristóteles, Física

Hume,¹ Natural History of Religion

Hume,² Dialogues on Natural Religion

William Jones, Asiatic researches Volume 4,¹ On the philosophy of the Asiatics

I-Ching

Marshall Hall, On the diseases of the nervous system

Laplace, sua magnum opus

Jakob Böhme, Signatura Rerum

Goethe,¹ Triunfo da sensibilidade

Leis de Manu (recomendação: tradução inglesa de William Jones)

Vie de Pascal, par sa soeur

Hume,³ Essay 21, ‘Of National Characters’

Colebrooke,¹ Asiatic researches Volume 8,² On The Vedas

Chavin de Mallan, Histoire de S. François d’Assise

Madame de Guion,¹ Vie de Madame de Guion

Fénelon, Explications des maximes des Saints sur la vie intérieure

Thomas Reid, Inquiry into the Human Mind

Norman Alliston (ed.), The Reflections of Lichtenberg

R.J. Hollingdale (ed.), [Lichtenberg’s] Aphorisms, reprinted as L.’s “The Waste Books”

Steven Tester (ed.), [Lichtenberg’s] Philosophical Writings

Frauenstädt’s letters on Schopenhauer’s philosophy, Letter 14

Robert Hooke, his Communication to the Royal Society in 1666 (1º enunciado da lei da gravitação universal) – caso não encontre: The principal passage of this communication is quoted in Dugald Stewart’s Philosophy of the Human Mind, and is probably taken from Robert Hooke’s Posthumous Works.” Não obstante, notar que Sch. nos recomenda não gastar 1h de nossas vidas lendo Stewart, péssimo escritor.

Goethe,² Hefte zur Morphologie

Alexander Csoma de Körös,¹ Essay towards a Dictionary, Tibetan and English. Prepared, with assistance of Bandé Sangs-rgyas Phuntshogs

Alexander Csoma de Körös,² Analysis of the Dulva, part of the Kangyur, Asiatic Researches, vol. 20-1³

Collected works of Alexander Csoma de Körös³

Jachmann, Immanuel Kant

Rösch, Über die Bedeutung des Blutes

Bichat, Sur la Vie et la Mort

Most, Über sympathetischen Mittel und Kuren

J.J. Schmidt, On the Maha-Jana and Prajnaparamita

Os Vedantas (op. cit), capítulo Oupnekhat ou Upanishad (há dissensão dos escoliastas sobre se é genuíno ou apócrifo)

Colebrooke,² Transactions of the Asiatic London Society, vol. 1, History of the Indian Philosophy

Spence Hardy, Manual of Buddhism

Asiatic Researches Vol. 64

Asiatic Researches Vol. 95

Edda

Asiatic Researches Vol. 76

Hume,4 Essays on Suicide and the Immortality of the Soul

Talmud

Plotinus, Enneads

Scotus Erigena em geral

Madame de Guion,² Les Torrens

Angelus Silesius em geral

Tholuk,¹ Sufismus, sive theosophia Persarum pantheistica

Tholuk,² Blütensammlung aus der morgenlandischen Mystik

Tholuk,³ Speculative Trinitätslehre des späteren Orients

Saadi Shirazi, Bustan

Meister Eckhart, Der Mensch bringt Alles zu Gott

Theologia Germanica/Theologia Deutsch/Teutsch/Der Franckforter

Molinos, Recueil de diverses pièces concernant le quiétisme, ou Molinos et ses disciples

Bournouf, Introduction à l’histoire du Buddhisme

J.G. Rhode, Die heilige Sage des Zendvolks

LECCIONES SOBRE LA HISTORIA DE LA FILOSOFÍA Vol. III/III – Hegel (trad. Wenceslao Roces ed. Elsa Cecilia Frost), Fondo de Cultura Económica (1833, 1955, México) /ePub r1.0 Titivillus 22.09.16

En este último tomo de las Lecciones sobre la historia de la filosofía se concentra el final de la filosofía griega, que unida a la revolución operada en el mundo por el cristianismo abre una época totalmente nueva, la filosofía medieval —cuyo espíritu, hay que reconocerlo, no fue comprendido por Hegel— [HAHAHA] y, por último, la filosofía moderna, que cierran las magníficas exposiciones¹ de Kant, Fichte y Schelling.

[¹ Assim espero – não me desaponte!…]

De acuerdo con la idea hegeliana que rige estas Lecciones, todos los milenios transcurridos desde el inicio de la filosofía con Tales de Mileto hasta el momento mismo en que Hegel dicta su curso, han sido necesarios para que pudiera llegar a producirse la filosofía alemana de esta época, pues el Espíritu del Mundo marcha siempre con paso lento y perezoso hacia su meta.”

PRIMERA PARTE:

LA FILOSOFÍA GRIEGA (cont.)

SECCIÓN TERCERA:

TERCER PERÍODO: LOS NEOPLATÓNICOS

La última fase con que nos habíamos encontrado —la que representaba el abandono de todo lo firme y objetivo, la huida a la abstracción pura e infinita de suyo, la absoluta pobreza de contenido determinado, con la consiguiente satisfacción subjetiva y el retorno a sí misma de la conciencia de sí— había encontrado su coronación y remate en el escepticismo, aunque ya el sistema estoico y el epicúreo marchasen hacia la misma meta.”

Esta idea inculcada en el hombre de que la esencia absoluta no es nada extraño para la conciencia de sí, de que para él no significa nada la esencia en que no vive su conciencia de sí inmediata, este principio se revela ahora como el principio general del Espíritu del Mundo, como la creencia y el saber generales de todos los hombres; con él se transforma de golpe todo el aspecto del universo, se destruye todo lo anterior y se produce un renacimiento del mundo.”

Cicerón pone de manifiesto como pocos filósofos un desconocimiento completo acerca de la naturaleza de su Estado y de la situación en que se encontraba”

El poder romano es el escepticismo verdadero. Pues bien, este carácter de la generalidad abstracta como despotismo absoluto, que va directamente unido en la desaparición de la vida del pueblo a la individualización de la atomística, como el retraimiento a los fines e intereses de la vida privada, es el que vemos llevarse a cabo con una correspondencia perfecta en el campo del pensamiento.”

En el mundo griego, sobre todo, vemos cómo se esfuma la alegría de la vida espiritual para dejar paso al dolor y la angustia producidos por esta ruptura.”

Esta fe en el milagro, que es al mismo tiempo la falta de fe en la naturaleza presente, lleva aparejada asimismo la incredulidad en cuanto al pasado o en cuanto al hecho de que la historia sólo haya sido lo que realmente fue. Toda la historia y la mitología verdaderas de los romanos, los griegos y los judíos, y hasta las palabras y las letras sueltas, cobran ahora otra significación: son algo roto de suyo, encierran un sentido interior que es su esencia y se manifiesta en forma de letras y signos vacíos de contenido, que son su fenómeno.” Não está exagerando?

Dios, el ser simple de los judíos, vivía para ellos fuera de la conciencia de sí; semejante Dios piensa, indudablemente, pero no es el pensamiento; se halla más allá de la realidad, es solamente la alteridad del mundo intuido a través de los sentidos.”

La idea en el pensamiento puro —la idea de que Dios no hace esto exteriormente como un sujeto, de que todo esto, por tanto, no acaece como una resolución casual de Dios y como producto de una ocurrencia suya, sino de que Dios produce este movimiento como una sucesión de momentos de su esencia que se manifiestan así como su eterna necesidad en sí mismo, que no forma parte para nada de las condiciones del acaecer— la encontramos expresada en algunos judíos filosofantes o platónicos determinados.”

Ya en la filosofía pitagórica se manifestaba la diferencia en forma de tríada; en Platón veíamos, después, la idea simple del espíritu como la unidad de la sustancia indivisible y de la alteridad, aunque solamente como una mezcla de ambas.”

FOSSILIZAÇÃO DO MUNDO-VERDADE CUJO AUGE SE DEU EM PLATÃO: “El punto de vista general de la filosofía neoplatónica o alejandrina consiste, por tanto, en crearse a base de la pérdida del universo un universo que sea, dentro de su exterioridad, un mundo interior y, por tanto, un mundo reconciliado; y este mundo es el de la espiritualidad, que comienza aquí.”

La misma libertad, bienaventuranza, imperturbabilidad que perseguían como fin el epicureísmo, el estoicismo y el escepticismo, sigue siendo ahora, es verdad, una aspiración para el sujeto; pero facilitadas esencialmente por la orientación hacia Dios, del interés por lo verdadero en y para sí, y no de la evasión de lo objetivo” Eis o maior erro: pressupor que as massas podem cumprir esse designio sábio imanente!

Ahora bien, en cuanto que la voluntad humana se determina como algo negativo frente a lo objetivo, surge el mal por oposición a lo afirmativo absoluto.”

La desventura del mundo romano estaba en abstraerse de aquello en que el hombre venía encontrando su satisfacción; esta satisfacción nacía precisamente de aquel panteísmo por virtud del cual el hombre veía la verdad y lo supremo en las cosas naturales, en el aire, el fuego, el agua, etc., y en sus propios deberes, en la vida política del Estado. Ahora, en cambio, sobreviene la desesperación en el dolor del mundo acerca de su presente, aparece la falta de fe en estas formas y manifestaciones del mundo natural finito y en el mundo moral de la vida del Estado”

Es falso lo que suele decirse de que no es necesario conocer a Dios para concebir esta relación. Por cuanto que Dios es lo primero, es Él quien determina la relación; por tanto, para llegar a saber qué es lo verdadero de la relación es necesario conocer a Dios.” Supondo que isso estivesse correto, também estaria correto que matar Deus é igualmente necessário ao final do processo…

diremos algunas palabras acerca de Filón, el judío, y señalaremos algunos momentos interesantes que se presentan en la historia de la Iglesia.”

Bajo el reinado de Calígula, Apión atacó duramente por escrito a los judíos, y Filón fue enviado a Roma como embajador de su pueblo, con la misión de inculcar a los romanos un concepto mejor del que de él tenían.”

Filón compuso una larga serie de obras, de las cuales se conservan todavía muchas, por ejemplo las que llevan por título Sobre la estructura del universo, Sobre las recompensas y los castigos, Sobre los sacrificios, Sobre la ley de las alegorías, Sobre los sueños, Sobre la inmutabilidad de Dios; las obras que de Filón se han conservado aparecieron en folio en 1691, en Francfort, y reeditadas más tarde por Pfeiffer en Erlangen. Filón era famoso por su multifacético saber y se hallaba muy familiarizado con los filósofos griegos.

Los dos rasgos que caracterizan a este pensador son: la asimilación de la filosofía platónica y su esfuerzo por poner de manifiesto la filosofía de las Sagradas Escrituras judaicas. Los relatos y descripciones de su historia del pueblo judío se distinguen porque en ellas el autor pierde todo el sentido inmediato de la realidad. A todo atribuye un significado mítico y alegórico, empeñándose por descubrir a Platón en Moisés.”

El espíritu de la filosofía obliga a los judíos a buscar en sus libros sagrados, como obligó a los paganos a buscar en Homero y en la religión popular, un profundo significado especulativo, y a presentar sus escritos religiosos como un sistema perfecto de sabiduría divina.”

En la historia, en el arte, en la filosofía, etc., lo importante es siempre que aparezca expresado lo que se quiere expresar”

Lo prosaico ha desaparecido; por eso, en los autores del siguiente período los milagros son algo usual y corriente”

Filón, De mundi opificio

como cuando decimos: «Dios Padre», es decir, este Uno no revelado, indeterminado de suyo, que aún no ha creado nada; lo otro es la determinación y la distinción con respecto a sí mismo, la creación. Lo creado es su otro, lo que a un tiempo es en él, lo que también le pertenece como suyo y es, por tanto, un momento de sí mismo, siempre y cuando concibamos a Dios como concreto y vivo”

La palabra ha sido considerada siempre como una manifestación de Dios, porque no es corporal; en cuanto sonido, desaparece inmediatamente; su existencia es pues inmaterial.” A música e a palavra como símiles eternos de Hegel para a transitoriedade e o efêmero, como a chave para entender, ao menos, sua Estética.

en realidad, cuando establecemos el ser, la nada del ser es el pensamiento, algo muy positivo.”Por mais boba e trivial que soe, esta frase é fundamental para compreender H..

Llámase cábala a la sabiduría secreta de los judíos, en la que se deslizan, sin embargo, muchos elementos turbios; y también sus orígenes aparecen envueltos entre nubes de fábula. Dícese que esta sabiduría se contenía en dos libros: el Jezirah (Creación) y el Zohar (Resplandor). El primero de estos dos libros, considerado como el principal y atribuido a un rabí llamado Akiba, espera en la actualidad una edición más completa que prepara el Sr. v. Mayer, en Francfort.(*)

(*) Apareció en 1894, traducido y anotado por Goldschmidt [E.].” E no entanto é basicamente só o segundo (e falo de pequenos trechos) que se encontra por aí hoje.

La cábala no tiene evidentemente un origen tan antiguo como el que sus adoradores le atribuyen, pues según ellos este libro divino le fue entregado a Adán para consolarlo del pecado original. Es una mescolanza de preceptos de astronomía, de magia, de medicina y de profecía. El rastro histórico revela que estas ciencias y estas prácticas eran cultivadas en Egipto. Akiba vivió poco después de la destrucción de Jerusalén y tomó parte en la revuelta de los judíos contra el emperador Adriano, en la que aquéllos lograron levantar un ejército de 200 mil hombres para proclamar como Mesías a Barcoquebas; pero la rebelión fue sofocada y el rabino desollado vivo. El segundo libro fue compuesto, al parecer, por un discípulo suyo, el rabí Simeón Ben Joachi, llamado la Gran Luz, la chispa de Moisés. (Brucker) Ambos libros fueron traducidos al latín en el siglo XVII. Un israelita especulativo, el rabí Abraham Cohen Irira, escribió también un libro titulado La puerta del cielo (Porta coelorum), pero éste es posterior, del siglo XV, y denota ya relaciones con los árabes y los escolásticos.”

Antiguamente, no se encontraba en los judíos nada que guarde relación con esas ideas en que se representa a Dios como una luz, en perpetua lucha con un ser hecho de sombra y que encarna el mal, nada de ángeles buenos y malos, de la caída de los ángeles malos, de su condenación, de su estancia en los infiernos, del juicio final en que habrán de ser juzgados los buenos y los malos y de la corrupción de la carne. En estos libros, los judíos empiezan a remontar sus pensamientos por encima de la realidad. Empieza a abrirse ante ellos un mundo espiritual o, por lo menos, un mundo de espíritus, ya que hasta ahora estos judíos no veían más allá de los horizontes de su propia vida, hundidos en la basura y las pretensiones de su existencia y entregados por entero a la conservación de su pueblo y de sus generaciones.

La cábala viene a ser, sobre poco más o menos, lo siguiente. Lo Uno aparece proclamado como el principio de todas las cosas, es también la fuente primigenia de todos los números. Pero, así como la unidad no es un número de tantos, otro tanto acontece con Dios, fundamento de todas las cosas, el Ensoph. La emanación relacionada con ello es el efecto de la primera causa, logrado mediante la restricción de aquel primer fundamento infinito al que aquélla sirve de límite.” “Primeramente se producen 10 emanaciones de éstas, Sephiroth, que forman el mundo puro, azilútico, a cuyo ser es ajeno todo cambio. Viene después el mundo briáhtico, sujeto a mudanzas. El tercer mundo es el mundo formado o jezirático (…) Viene, en cuarto lugar, el mundo hecho o asiáhtico, que es el mundo más bajo de todos, el mundo sensible y vegetativo.” Somos todos Asiáhticos!

Los gnósticos, que aparecen divididos en muchas sectas, tienen como fundamento determinaciones semejantes a las que ya hemos expuesto. El profesor Neander las ha reunido con gran acopio de erudición y las ha estudiado en detalle; algunas formas corresponden a las que hemos señalado más arriba. Su orientación era el conocimiento (γνῶσις), de donde esta corriente toma, además, el nombre.” TAL, Neander. Conhecimento primitivo, 120.000.000 a.C..

Uno de los gnósticos más destacados es Basílides. También él considera como lo primero al Dios indecible (θεὸἄς άρρητος), que es el Ensoph de la cábala”

Neander, Genetische Entwicklung der vornehmsten gnostischen Systeme «Evolución genética de los sistemas gnósticos más importantes»

La ciudad de Alejandría habíase convertido, en efecto, desde hacía mucho tiempo, sobre todo gracias a los Tolomeos, en la sede principal de las ciencias. Aquí entraban en contacto, se influían mutuamente y se entremezclaban, como en su verdadero centro, todas las religiones y mitologías de los pueblos de Oriente y Occidente, lo mismo que su historia, bajo las más diversas formas y manifestaciones. Las religiones eran comparadas las unas con las otras: en cada una de ellas se buscaba y acoplaba lo que contenían las otras; y, sobre todo, se atribuía a las representaciones religiosas un profundo significado y un sentido alegórico general.

Estas tendencias engendraron y tenían, evidentemente, que engendrar oscuros abortos, el más puro de los cuales es la filosofía alejandrina, ya que la fusión de las filosofías tenía que resultar más fácil que aquellas otras combinaciones de tipo religioso que no son sino turbios engendros de una razón que aún no ha llegado a comprenderse a sí misma.”

La modalidad de la filosofía cultivada en Alejandría no seguía, por tanto, las huellas de ninguna escuela filosófica anterior determinada, sino que en sus manifestaciones reconocía como una unidad los diversos sistemas de la filosofía, principalmente el pitagórico, el platónico y el aristotélico, lo cual hace que se la presente, muchas veces, como eclecticismo. Brucker (Hist. crit. phil. t. II, p. 193) es, según lo que yo he podido ver, el primero que ha emitido este juicio; le dio pie para ello, sin embargo, Diógenes Laercio” “Por otra parte, Diógenes es anterior a la escuela de Alejandría, y Pótamo fue, según Suidas (s.v. Ποταμών, t. III, p. 161), preceptor de los hijastros de Augusto: para un maestro de príncipes, hay que reconocer que el eclecticismo es una doctrina muy adecuada. [ironia?] Y como este Pótamo era alejandrino, Brucker se cree autorizado a extender la calificación de ecléctica a la filosofía alejandrina en su conjunto, lo cual ni es justo en cuanto a la cosa misma, ni refleja tampoco la verdad histórica.

El eclecticismo es algo muy malo si se le toma en el sentido de una mescolanza que se forma inconsecuentemente, tomando unas cosas de una filosofía y otras de otra, como esos vestidos hechos con retazos de distintas telas y diversos colores.” “las gentes listas que proceden así conscientemente, creen lograr lo mejor tomando lo bueno de cada sistema, como lo llaman, para formarse de este modo un acervo con los mejores pensamientos; con lo que reúnen indudablemente todo lo bueno, pero nunca la consecuencia del pensamiento ni, por tanto, el pensamiento mismo.” “En este sentido, también fue ecléctico Platón, ya que en su filosofía se unifican los principios de Pitágoras, Heráclito y Parménides; como son eclécticos los filósofos de Alejandría, en cuanto que tienen tanto de pitagóricos como de platónicos y aristotélicos. Lo que ocurre es que este calificativo de «ecléctico» lleva siempre consigo la idea de la mescolanza y la selección.”

La filosofía neoplatónica no formaba, pues, una escuela filosófica propia y especial como las anteriores, sino que las reunía y unificaba todas, aunque consagrándose de un modo muy especial al estudio de Platón, Aristóteles y los pitagóricos.” “Estos comentarios de los filósofos antiguos se ofrecían en forma de cursos o por escrito; se han conservado muchos de ellos, algunos de los cuales son, hay que reconocerlo, excelentes.” “Los mejores comentarios proceden de esta época; la mayoría de las obras de Proclo son comentarios acerca de diálogos sueltos de Platón”

Ammonio Saccas, que quiere decir «cargador de sacos», aparece citado como uno de los primeros o más famosos maestros de esta escuela; murió el año 243 d.C.. Pero no poseemos ninguna obra de él, ni ha llegado tampoco a nosotros la menor noticia acerca de su filosofía. Entre los numerosos discípulos de Ammonio figuraban muchos hombres famosos en otras ciencias, por ejemplo Longino y más tarde Orígenes, aunque no se sabe con seguridad si sería éste, realmente, el famoso Padre de la Iglesia. Pero el más célebre de los discípulos de Ammonio, como filósofo, fue Plotino, cuyas obras son las que más han contribuido a dar a conocer la filosofía neoplatónica. La posteridad atribuye a Plotino, en realidad, todo el conjunto coherente de esta filosofía, considerándola, en rigor, como suya.

Los discípulos de Ammonio juramentábanse, según los deseos de su maestro, para no poner por escrito su filosofía en ninguna clase de obras; así se explica por qué Plotino no empezó a escribir hasta muy tarde; en realidad, las obras que de él se han conservado no fueron editadas sino hasta después de su muerte por uno de sus discípulos, Porfirio.”

Plotino era egipcio y nació hacia el año 205 d.C., en Licópolis, bajo el gobierno de Septimio Severo. Después de haber estudiado con muchos maestros filosóficos, fue formándose en él un carácter melancólico y cavilador; a los 28 años, conoció a Ammonio, en cuya enseñanza encontró, por fin, su espíritu la paz y la satisfacción que buscaba, habiendo permanecido por espacio de 11 años al lado del nuevo maestro.

Como por aquel entonces estaba en gran predicamento la sabiduría india y brahmánica, Plotino se enroló en el ejército del emperador Gordiano que había de tomar parte en la campaña de Persia, pero el fracaso de esta expedición hizo que se frustrase el propósito de Plotino, el cual sólo a duras penas logró salvar la vida. Cumplidos ya los 40 años, se trasladó a Roma, donde permaneció por espacio de 26, hasta que le sorprendió la muerte.” Nada acontecia, porcada (antes de inventarem a feijoada!).

POR FALAR EM CARNE, ALIÁS: “En Roma llevó una vida bastante singular, absteniéndose de comer carne, a la manera de los pitagóricos, sometiéndose a frecuentes ayunos y vistiendo, además, el traje de los pitagóricos antiguos.” Por isso morreu antes dos 70, tsc.

El emperador Galiano que ocupaba a la sazón el trono y que le tenía en gran estima, lo mismo que la emperatriz, estaba inclinado, según se cuenta, a conceder al filósofo una ciudad de la Campania para que instaurase en ella la república platónica. Los ministros impidieron, sin embargo, la realización de este plan y no cabe duda de que obraron muy cuerdamente, pues dada la situación exterior del imperio romano y el completo cambio operado en el espíritu de los hombres desde los tiempos de Platón, es indudable que una empresa como ésta, de haber llegado a realizarse, no habría servido, ni mucho menos, para honrar a la república platónica — menos aún que en tiempos del propio Platón. Y suponiendo que semejante plan hubiese sido concebido por el mismo Plotino, no dice mucho ciertamente en su favor; sin embargo, no es posible saber a ciencia cierta si su plan se refería exclusivamente a la república platónica o contenía ciertas ampliaciones o modificaciones. La implantación de un verdadero estado platónico habría sido ciertamente, en tales circunstancias, contrario a la naturaleza de las cosas, ya que la república imaginada por Platón era un Estado libre e independiente, cosa que en modo alguno podía ser evidentemente la república que se proyectaba instaurar dentro del marco del imperio romano.”

Las obras de Plotino fueron reunidas bajo el título general de Enéadas, 6 en total, cada una de las cuales contiene 9 estudios sueltos. Poseemos, por tanto, en conjunto, 54 estudios o libros de éstos, cada uno de los cuales se divide, a su vez, en numerosos capítulos; trátase, pues, de una obra muy extensa y ramificada. Sin embargo, el conjunto de estos libros no forma un todo coherente, sino que, realmente, cada uno de ellos aborda y trata filosóficamente una materia distinta, lo que hace que sean verdaderamente fatigosos la lectura o el estudio de toda la obra.” Como se Aristóteles tivesse decidido deixar por escrito o que fôra o Platonismo, portanto…

hay algunos libros en los que pueden captarse bastante bien sus ideas, sin que la lectura de los demás represente un gran progreso. En Plotino predominan especialmente las ideas y las expresiones de Platón, aunque nos encontramos también en él con muchas prolijas exposiciones al modo aristotélico: las formas de la dínamis, la energía, etc., señaladas por Aristóteles son muy familiares a Plotino y su exposición y sus combinaciones constituyen uno de los temas predilectos de su estudio.”

Ahora bien, si entramos a examinar más de cerca lo que esta filosofía es, vemos que en ella no se habla ya para nada de criterio, como en los estoicos y los epicúreos, sino que la tendencia de Plotino es a situarse en el centro, en la pura intuición, en el pensamiento puro. Por tanto, lo que constituye la meta para los estoicos y los epicúreos, la unidad del alma consigo misma en la ataraxia, es aquí el punto de partida: Plotino se coloca en el punto de vista que consiste en provocar este estado dentro de sí mismo como un estado de arrobamiento (ἔκστασις), así lo llama, como un estado de entusiasmo. Basándose, en parte, en este nombre mismo y, en parte, en la propia cosa se ha encontrado la razón para calificar a Plotino de místico y de estrafalario; y tal es en efecto la fama general de que aparece rodeada esta filosofía, con lo que, por otra parte, no deja de contrastar bastante el hecho de que cifre la verdad única y exclusivamente en la razón y en la comprensión.

Por lo que se refiere, en primer lugar, al nombre mismo de éxtasis, quienes califican a Plotino de místico ven en esto algo muy semejante al estado a que se transportan en su espíritu los indios, los brahmanes y los monjes y monjas locos que, para recogerse por entero dentro de sí mismos, se esfuerzan por sustraerse a todas las representaciones y a todas las sensaciones de la realidad que los rodea, hundiéndose en este estado de arrobamiento de un modo permanente y entregándose por entero a esta contemplación del vacío, ya vean en él una claridad o un reino de sombras, y sobreponiéndose a todo movimiento, a toda diferencia y, en general, a todo pensamiento. La mística cifra la verdad en un ser que ocupa un lugar intermedio entre la realidad y el concepto, en algo que no es realidad, pero que tampoco puede ser concebido, que no es, por tanto, sino un ente de la imaginación. Pues bien, Plotino se halla extraordinariamente alejado de todo esto.

Sin embargo, lo que le ha dado esta fama, por lo que se refiere a la cosa misma es, en parte, el hecho de que se rienda frecuentemente a llamar misticismo a todo aquello que trasciende la conciencia sensible o los conceptos determinados del entendimiento, considerados en su limitación como esencias; y, en parte, también su manera que consiste en hablar en general de conceptos, de momentos espirituales como si se tratase de verdaderas sustancias.”

en las biografías de los grandes maestros de esta escuela, de un Plotino, un Porfirio y un Jámblico, encontramos, lo mismo que en la de Pitágoras, algunos rasgos de magia y milagrería. Y como, además, seguían conservando la fe en los dioses paganos, afirmaban con respecto a la adoración de las imágenes de los dioses que éstas se hallaban llenas, en efecto, de virtud y presencia divinas. (…) respecto a las imágenes de los dioses, no encontramos en las obras de Plotino nada semejante.”

Es evidente que si llamamos misticismo a todo lo que sea elevarse al plano de las verdades especulativas que se hallan en contradicción con las categorías del entendimiento finito, tendremos que acusar también a los alejandrinos de esta culpa; pero con la misma razón podríamos, entonces, llamar mística a la filosofía de Platón o de Aristóteles. Es indudable que Plotino habla con entusiasmo de la exaltación del espíritu en el pensamiento; pero éste es, en realidad, el auténtico entusiasmo platónico, el elevarse a la órbita del movimiento del pensamiento.”

Así concebido, es evidente que Dios es un más allá de la conciencia individual de sí mismo: de una parte, en cuanto esencia o pensamiento puro; de otra parte, en cuanto que Dios, como algo real y concreto, es la naturaleza misma, la cual se halla más allá del pensamiento. Pero precisamente esta modalidad objetiva retorna por sí misma a la esencia; o, dicho de otro modo, la individualidad de la conciencia es superada.” “La idea de la filosofía de Plotino es, por tanto, un intelectualismo o un elevado idealismo, el cual, sin embargo, por el lado del concepto, no es aún un idealismo acabado: pero aquello de que Plotino cobra conciencia en su éxtasis son, en realidad, pensamientos filosóficos, conceptos e ideas de carácter especulativo.”

La revelación de lo infinito cabe representarse, en efecto, de muy diversos modos, y en los tiempos modernos se ha hablado mucho de lo que se produce partiendo de Dios, pero esto es siempre una representación sensible o algo inmediato. No se expresa con ello la necesidad del revelarse a sí mismo, sino que se establece simplemente un acaecer. Para la representación basta con que el Padre engendre al Hijo eterno; como aquella Trinidad aparece certeramente concebida la idea en lo que se refiere también al contenido, lo cual merece tenerse en alta estima. Pero el que estas determinaciones sean verdaderas no quiere decir que sea suficiente y satisfactoria, por ese solo hecho, la forma de la inmediatidad del movimiento para el concepto. Sino que, como el devenir de la unidad simple, en cuanto aquel levantamiento de todos los predicados, es precisamente esta misma negatividad absoluta que es en sí el producirse mismo, resulta que no se debe partir de la unidad para pasar luego a la dualidad, sino concebir ambas cosas como una sola.”

la luz de la luz”

«La materia es un verdadero no-ser, como el movimiento que se destruye a sí mismo: la inquietud absoluta, pero quieta de suyo, es decir, lo contrario de lo que en sí misma es; es lo grande pequeño, lo pequeño grande, lo más que es menos y lo menos que es más. Así determinada, la materia es más bien lo contrario de lo que es; en efecto, intuida o establecida es como algo que huye; o no establecida, es algo establecido, lo simplemente engañoso.»

También el mal, como lo contrapuesto al bien, comienza a ser ahora objeto de consideración, pues el problema del origen del mal necesariamente tiene que interesar a la conciencia del hombre de un modo general. Lo negativo frente al pensar es estatuido por los filósofos alejandrinos como materia; ahora bien, en cuanto que se presenta la conciencia del espíritu concreto, también lo negativo abstracto es concebido de este modo concreto como dentro del espíritu mismo y, por tanto, como lo espiritual negativo.”

«Ahora bien, ¿cómo se conoce el mal? En cuanto que el pensar se vuelve de espaldas a sí mismo, nace la materia; ésta sólo nace mediante la abstracción de lo otro. Lo que queda cuando retiramos las ideas es, decimos, la materia; el pensamiento se convierte, por tanto, en otra cosa, en un no-pensamiento, en cuanto que se atreve a proyectarse sobre lo que no es lo suyo. Así como el ojo se desvía de la luz para mirar a las tinieblas, en las que no puede ver —he aquí, precisamente, un ver que es un no-ver—, así también el pensamiento sufre lo contrario de lo que es para poder ver lo contrario a él.»

No existiría el mal si no existiese la materia; la naturaleza del universo es una mezcla hecha de νοῦς y de necesidad. Ser entre los dioses quiere decir ser en el pensamiento, pues los dioses son inmortales. También podríamos concebir la necesidad del mal del modo siguiente: como el bien no puede existir solo, la materia es necesaria como contrapartida de él. O cabría decir, asimismo, que el mal es lo extremo mediante la continua degradación y la caída, lo que por este camino no puede llegar ya a ser; de todos modos, es necesario que exista algo después de lo primero, como lo extremo. Y esto es, en efecto, la materia, que no tiene ya nada de ello; en esto reside precisamente la necesidad del mal.»

Los gnósticos convierten lo espiritual, lo intelectual, en lo único verdadero; pues bien, Plotino se declara rotundamente contrario a esta pura intelectualidad y mantiene como esencial la coordinación de lo real con lo inteligible. Plotino honraba a los dioses paganos, atribuyéndoles un sentido profundo y una profunda efectividad. Y así vemos que dice, en el mismo estudio (cap. 16): «No es despreciando al mundo y a los dioses en él y a las demás cosas bellas como puede el hombre alcanzar el bien. El malo desprecia a los dioses, y cuando lo hace es verdaderamente malo. La supuesta adoración de los dioses inteligibles (νοητοὺς θεούς) por los gnósticos no envuelve nada semejante (ἀσυμπαθὴς ἂν γένοιτο)», es decir, no puede darse una armonía en los pensamientos y en el mundo real, cuando el espíritu se mantiene exclusivamente dentro de lo pensado.”

Desdoblamiento, emanación, producción, alumbramiento, desprendimiento: son todas palabras muy empleadas también en los tiempos modernos, pero que no dicen nada. El escepticismo y el dogmatismo, como conciencia, como conocimiento, entrañan la contraposición de subjetividad y objetividad. Plotino desecha este antagonismo y se lanza a la región más alta, al pensamiento del pensamiento aristotélico; toma mucho más de Aristóteles que de Platón y, al hacerlo así, no procede dialécticamente, ni trascendiendo de sí mismo, ni retrotrayéndose de sí a sí mismo como conciencia.”

De Porfirio se ha conservado también, entre otras obras, una «Introducción» al Organon de Aristóteles acerca de los géneros, las especies y los juicios, que son los momentos fundamentales en que el discípulo de Plotino expone la lógica del Estagirita. Esta obra ha sido utilizada en todos los tiempos como manual para exponer la lógica de Aristóteles y una de las fuentes de que disponemos para estudiar su forma; en realidad, nuestros tratados usuales de lógica contienen sólo poco más de lo que nos ofrece esta exposición de Porfirio.”

Con Jámblico, desciende el pensamiento al rango de lo imaginativo y el universo intelectual se convierte en un mundo de ángeles y demonios, perfectamente clasificados, al paso que la especulación degenera en magia. Los neoplatónicos llamaban a esto teurgia (θεουργία)” “No se sabe con seguridad si la obra De mysteriis Aegyptiorum, atribuida a Jámblico, es realmente suya. Proclo habrá de asignar a esta obra, más tarde, una gran importancia, asegurando que de ella procede su idea fundamental.”

Proclo marca la culminación de la filosofía neoplatónica; ahora bien, esta filosofía sigue manifestándose hasta una época muy tardía, incluso a través de toda la Edad Media.” Período nulo em termos de filosofia. Não perder nenhum segundo com estes autores.

La Academia, el año 529 d.C., fue ordenada a la clausura junto con la escuela, por el emperador Justiniano, quien, además, expulsó de su reino a todos los filósofos paganos; entre ellos se encontraba Simplicio, famoso comentador de Aristóteles de cuyos comentarios hay algunos que no han sido publicados aún.”

Se ha dicho: «lo que tenemos entre nosotros cuando, en nuestro gabinete, vemos cómo los filósofos disputan y se van a las manos, llegando a tales o cuales soluciones, no son más que abstracciones hechas de palabras». Pero esto es falso; completamente falso. No son tales abstracciones, sino hechos del Espíritu del Mundo y, por tanto, del destino.”

Um paradoxo: chama os gregos de incompletos e ingênuos, mas a primeira parte ocupa 75% de sua obra… Agora a marcha do Espírito mal tem o que fazer (e veremos que rodopia ainda muito vanamente quando o assunto é Filosofia Alemã!)…

SEGUNDA PARTE:

LA FILOSOFÍA DE LA EDAD MEDIA

INTRODUCCIÓN

El segundo período llega hasta el siglo XVI, abarcando, por tanto, otros mil años, que procuraremos recorrer aquí con botas de 7 leguas.”

Se ha llamado al conocimiento de esta necesidad una construcción de la historia a priori; pero de nada sirve tratar de desacreditar este método como inadmisible e incluso como un alarde de soberbia. Unos se empeñan en ver en la historia una evolución puramente contingente. Otros, tomando más en serio la providencia y el gobierno universal de Dios, se representan la cosa como si el cristianismo fuese algo ya preexistente y perfecto dentro de la cabeza de Dios, siendo lo contingente únicamente el momento en que aparece en el mundo.”

Lo que se dice del hombre como tal, lo que es en general cada hombre en sí, es lo que aquí se representa bajo la forma del primer hombre, de Adán”

MÁ-FEZES: “Pues la idea filosófica es la idea de Dios, y el pensamiento tiene un derecho absoluto a ser reconciliado o, para decirlo de otro modo, a que el principio cristiano corresponda al pensamiento.”

Y lo que la Reforma hace no es levantar un edificio doctrinal nuevo, sino limpiar el antiguo de sus aditamentos posteriores.” O lerdo Espírito do Mundo vacilou 1500 anos… Isso se tomarmos o ponto de vista protestante!!

Con ello se abandona el desarrollo de los conceptos que forman la doctrina del cristianismo basada en la idea y obtenida a través de ella, para volver a la modalidad de su primera manifestación (…) de tal modo que hoy [NA ALEMANHA] sólo se considera como base del cristianismo lo que las fuentes narran acerca de su primera manifestación.”

Claro está que, cuando del espíritu se trata, será necesario ver qué clase de espíritu es, pues los espíritus no son todos iguales, ni mucho menos.” HAHAHAHA!

Se encuentra lo que se busca” HM

Casi podría decirse que, de este modo, se ha querido hacer de la Biblia una especie de molde: el uno encuentra en ella esto y el otro aquello, y es que lo firme pierde en seguida su firmeza cuando se lo enfoca con espíritu subjetivo.”

Jesus, o primeiro teleólogo da Terra.

Los gnósticos eran, pues, contrarios a la Iglesia de Occidente y ésta, al igual que Plotino y los neoplatónicos, combatió muchas veces y desde distintos puntos de vista al gnosticismo, precisamente porque estas doctrinas se atenían exclusivamente a lo general, concebían la representación bajo la forma de la capacidad imaginativa y oponían estas representaciones al Cristo encarnado (Χριστὸς ἐν σαρκί).”

Esta alma prisionera es llamada también por Manes el «hijo del hombre», o sea del hombre primigenio, del hombre celestial, de Adán Cadmón.” Prisioneira da matéria. Da carne e do pecado.

los seres luminosos prisioneros hubieron de elevarse del ciclo de la metempsicosis a la unión directa y restaurada con el reino de la luz.” Tudo isso está na bíblia? Mas então temos que ter olhos de águia para ler essa porra e tirar algum proveito!

Los arrianos consideran a Cristo como un hombre, lo exaltan al plano de una naturaleza superior, pero sin ver en Él un momento de Dios, un momento del Espíritu mismo. Es cierto que los arrianos no van tan allá como los socinianos, quienes ven en Cristo simplemente a un hombre extraordinario, a un maestro, etc., razón por la cual esta secta no formaba parte de la Iglesia, sino que se hallaba aún dentro del paganismo.” A descrição que se faz da crença arriana já dá a impressão de que eles afirmam isso que os socinianos afirmam… Bom, tanto faz, todos esses sectários eram queimados na fogueira igual nos tempos inquisitoriais! Eu sou a metempsicose destes meus pais azarados…

De este modo, la Iglesia se halla gobernada por el Espíritu para poder atenerse a las determinaciones de la idea, pero siempre de un modo histórico. Tal es la filosofía de los Padres de la Iglesia” Em outras palabras: os Padres da Igreja estavam certos até serem abandonados pelo Espírito, que se alojou em Luteros e Calvinos! Pra onde ele foi? Onde está agora?!

y no puede imaginase nada más torpe que la aspiración o el anhelo de algunos modernos de retrotraer la Iglesia a su forma primitiva.” Quem te viu, quem te vê! Já se olhou no espelho?

Lo judaico se halla formado desde el primer momento por este sentimiento de su propia nulidad: es una miseria, una vileza, en que no hay nada que tenga vida y conciencia. Este punto concreto cobrará más tarde, en su tiempo, valor histórico-universal; y en este elemento de la nada de la realidad se eleva el universo entero, partiendo precisamente de este principio, al reino del pensamiento, en cuanto que aquella nada se trueca en lo positivo reconciliado.”

sólo el nórdico ser-dentro-de-sí constituye el principio inmediato de esta nueva conciencia del mundo.” “Es como si tratase de apagar el sol para alumbrarse con bujías y arreglarse simplemente con imágenes; se reconcilia simplemente en sí, en su interior, y no para la conciencia: para la conciencia de sí existe solamente un mundo malo, pecaminoso.” “El Espíritu del Mundo había confiado a las naciones germánicas la misión de desarrollar el embrión, convirtiéndolo en la forma del hombre pensante.” Isso adquire cada vez mais os ares de uma saga d’Os Cavaleiros do Zodíaco em Asgard

Digamos, en líneas generales, algo acerca de estos fenómenos que no es posible calificar ciertamente de agradables.” Fala do mundo-verdade divorciado.

La filosofía, al igual que las ciencias y las artes, obligadas a enmudecer en el Occidente bajo el imperio de los bárbaros germánicos, van a refugiarse entre los árabes, donde acusan un espléndido florecimiento; y de aquí refluyen luego al Occidente.” A solução mundial deveria consistir em vedar qualquer trânsito e comunicação entre ocidente e oriente. Cultural ou de ogivas nucleares. Tudo que for cultura ocidental e bomba atômica fica do lado do Tio Sam. A nós, orientalistas, nossos nirvanas sutis, mil odores de rosas que aprendemos a distinguir… E então chega-se à Unidade do Mundo verdadeira, já que o Ocidente – para lá – é só um além, nem é mais mundo

Dentro de este período habremos de estudiar primeramente, por tanto, la filosofía oriental, y en segundo lugar, la filosofía occidental; es decir, primero la filosofía de los árabes y después la filosofía escolástica. Los escolásticos son los principales personajes de este período en que ahora entramos: la escolástica es la filosofía europea de la Europa medieval. La tercera fase nos revela la disolución de los resultados establecidos por la filosofía escolástica”

SECCIÓN PRIMERA:

LA FILOSOFÍA DE LOS ÁRABES

En Siria, que era un reino griego, en las ciudades de Antioquía y especialmente en las de Berito y Edesa, funcionaban importantes centros de enseñanza; de este modo, los sirios vinieron a ser el puente entre los árabes y la filosofía griega. El sirio era lengua popular incluso en Bagdad.”

Una descripción especial de la filosofía árabe ofrece poco interés y, por otra parte, resultaría superflua, ya que lo fundamental de ella es común también a la filosofía escolástica.”

Este panteísmo o, si se quiere, spinozismo es, así, la concepción general de los poetas, historiadores y filósofos orientales.”

Por tanto, la actividad de Dios se representa como algo perfectamente irracional. Esta negatividad abstracta, combinada con lo uno que permanece, es uno de los conceptos fundamentales de la manera oriental de concebir el universo.”

Alfarabi (…) De él se cuenta que había leído 40x el tratado Del oído, de Aristóteles, y 200x su Retórica, sin llegar a cansarse nunca; se ve que tenía un buen estómago.”

Durante mucho tiempo, los occidentales no conocieron otra cosa de Aristóteles que estas retraducciones de sus obras y las traducciones de los comentarios de los árabes en torno a ellas.”

Tras los árabes vienen los filósofos judíos, entre los que se destaca Moisés Maimónides. Maimónides nació en Córdoba de España el año 1131 (año del mundo de 4891 y, según otros, el 4895) y vivió en Egipto.” “En la filosofía de estos autores penetra, en gran parte, lo cabalístico en la astrología, la geomancia, etc.; en cambio, en las obras de Maimónides se toma como base la historia, lo mismo que en los escritos de los Padres de la Iglesia; el método seguido es el de una metafísica rigurosamente abstracta, entrelazada, al modo de los escritos de Filón, con los libros mosaicos y su explicación.”

SECCIÓN SEGUNDA:

LA FILOSOFÍA ESCOLÁSTICA

Primeiro grande equívoco: veremos que H. sequer cita Cidade de Deus.

De categoriis, atribuidos a San Agustín (…) es una paráfrasis de la obra de Aristóteles sobre las categorías.”

La filosofía escolástica presenta, en su conjunto, una apariencia unicolor. En vano se han esforzado hasta ahora algunos autores en introducir algunas diferencias y gradaciones en la dominación de esta teología, durante el período que va desde el siglo VIII y hasta desde el VI hasta casi el XVI. La filosofía escolástica, al igual que la arábiga, se desarrolla al margen del tiempo y, aunque así no fuera, la naturaleza misma de la cosa no permite clasificarla en diversos sistemas o manifestaciones, sino simplemente dar una caracterización y una indicación fundamental de los momentos que acusa realmente en la trayectoria del pensamiento.

Esta filosofía no es interesante por su contenido, ya que no es posible detenerse en él. No es en rigor tal filosofía; este nombre designa aquí en realidad más bien una manera general que un sistema, si es que cabe hablar, propiamente, de sistemas filosóficos. La escolástica no es una doctrina fija, al modo como lo es, por ejemplo, la filosofía platónica o la escéptica, sino un nombre muy vago, muy impreciso, que agrupa las diversas corrientes filosóficas producidas en el seno del cristianismo durante casi un milenio.”

El estudio de la filosofía escolástica es difícil, ya por el lenguaje mismo. Las expresiones empleadas por los escolásticos son evidentemente un latín bárbaro; sin embargo, ésta no es una falta imputable a los escolásticos mismos, sino más bien a la cultura latina de su tiempo. El latín es indudablemente un instrumento de expresión poco adecuado para estas categorías filosóficas, ya que los criterios de la nueva dirección espiritual sólo podían ser expresados por medio del lenguaje a costa de violentarlo; el bello latín ciceroniano no se presta tampoco para hundirse en profundas especulaciones. Pues bien, a nadie se le puede pedir que conozca directamente esta filosofía de la Edad Media, tan extensa y voluminosa como pobre y aterradora por el modo como se hallan escritas las obras que la contienen.

Poseemos aún muchas obras de los grandes escolásticos, obras casi todas ellas muy extensas y prolijas, lo que hace de su estudio una faena nada fácil; además, estas obras son más formales cuanto más posteriores. Los escolásticos no se limitaron, ni mucho menos, a escribir compendios; las obras de Duns Escoto, por ejemplo, forman 12 infolios y las de Tomás de Aquino 18. Se encuentran extractos de ellas en diversos lugares.”

Kramer, su continuación de la Historia universal de Bossuet, en los 2 últimos volúmenes

El nombre de escolasticismo proviene del hecho de que, desde los tiempos de Carlomagno, se daba el nombre de scholasticus, en las grandes escuelas anejas a las grandes iglesias-catedrales y a los monasterios importantes, al canónigo a quien estaba encomendada la inspección de los profesores (informatores) y que probablemente pronunciaba también, personalmente, lecciones acerca de la ciencia más importante de la época, que era la teología.”

la teología es, en rigor, la ciencia de los conceptos doctrinales que todo cristiano, sea campesino o lo que fuere, debe abrigar. A veces, con frecuencia, la cientificidad de la teología se cifra en el contenido histórico externo, en lo crítico: en el hecho, por ejemplo, de que existan tantos o cuantos códices del Nuevo Testamento, en que estos códices aparezcan escritos sobre pergamino, sobre tela o sobre papel, en que presenten el tipo uncial de escritura, procedente de tal o cual siglo, etc.; y además en lo que se refiere a la historia de los judíos, a la historia de los papas, de los obispos y Padres de la Iglesia, a lo ocurrido en los concilios y asambleas eclesiásticas, etc.” “El tema esencial y único de la teología, como teoría de lo divino, es la naturaleza de Dios; y este contenido es, por su naturaleza, esencialmente especulativo, por lo cual los teólogos que de él se ocupen tienen que ser necesariamente filósofos.”

La naturaleza, aquí, ya no es lo bueno, sino solamente lo negativo; la conciencia de sí, el pensamiento del hombre, su «sí mismo» puro: todo esto ocupa una posición puramente negativa, dentro del cristianismo.” “En esta ausencia de la racionalidad de lo real o de la racionalidad que tiene su realidad en la existencia misma consistía la barbarie de un pensamiento como éste, que se aferraba a otro mundo y se empeñaba en no poseer el concepto de la razón, es decir, el concepto de que la certeza de sí mismo es toda la verdad.”

De aquí que los escolásticos se hayan hecho célebres por sus interminables distinciones. En función de estas determinaciones por medio del concepto abstracto seguía imperando la filosofía aristotélica, pero no en toda su extensión, sino solamente en la parte recogida en el Organon, y tanto en cuanto a sus leyes del pensamiento como en lo tocante a los conceptos metafísicos, a las categorías.”

Así como los sofistas griegos, en función de la realidad, daban vueltas y más vueltas a los conceptos abstractos, los escolásticos hacían lo mismo en función de su mundo intelectual. § La forma general de la filosofía escolástica consiste, pues, en sentar una tesis, en alegar una serie de objeciones contra ella y en ir refutando estas objeciones por medio de distinciones y contra-silogismos. El escolasticismo, por tanto, no separa la filosofía de la teología”

los individuos cristianos, en el mundo, eran simplemente mártires o renunciaban a él. Pero la Iglesia acabó imponiéndose; los emperadores romanos de Oriente y Occidente se hicieron cristianos y la Iglesia conquistó, así, una existencia pública y una autoridad sin menoscabo, que acabó influyendo extraordinariamente sobre las cosas del mundo.”

Vemos a pueblos que dominaron en una etapa anterior, vemos a un mundo perteneciente ya al pasado, pero que ha legado, como patrimonio vivo, su lengua, sus artes y sus ciencias; y sobre el suelo de esta cultura extraña a ellas se asientan las nuevas naciones, que aparecen así ante la historia, en el momento mismo de nacer, con una vida rota y precaria. Esta historia no nos revela, pues, la trayectoria de una nación que se desarrolle a base de sí misma, sino la de una nación que parte, en cierto modo, de su propia negación y que nace llevando esta contradicción en su entraña y con la misión de asimilársela o superarla.”

Por eso, aun habiendo llegado a triunfar el cristianismo como Iglesia lo mismo en el mundo romano que en el bizantino, nos encontramos con que ninguno de estos 2 mundos fue capaz de desarrollar en su seno la nueva religión y de crear un nuevo mundo a base de este principio. La razón de ello está en que en ambos existía ya, cuando el cristianismo apareció, un carácter fijo y plasmado: costumbres, leyes, estado jurídico, organización del Estado (si es que a aquello se le puede llamar organización), estructura política, dotes y habilidades, arte, ciencia, cultura espiritual: todo se hallaba ya hecho. Y la naturaleza del espíritu lleva inherente, por el contrario, el que este mundo así formado se engendre de su propio seno y el que esta creación se desarrolle por la fuerza de la reacción, por medio de la asimilación de lo que le precede. De aquí que los nuevos conquistadores se asentasen e hiciesen fuertes sobre un terreno extraño, llegando a imponerse a él; pero, al mismo tiempo, caían bajo el poder de un nuevo espíritu a cuya imposición no podían escapar. Dominadores por una parte, convirtiéronse en dominados por lo espiritual, ya que se mantuvieron en una actitud pasiva ante estas fuerzas.”

se enciende así en estos bárbaros un tormento infinito, una pasión interminable, que hace de ellos figuras parecidas a la de Cristo crucificado. Fue esta la lucha que los bárbaros vencedores tuvieron que afrontar” “La cultura arranca, aquí, de la más monstruosa contradicción, que se ve obligada a resolver. Pero estos tormentos son los del purgatorio, pues el ser atormentado es el espíritu y no un animal: y el espíritu no muere, sino que emerge de su tumba.” “Lo general consiste, pues, en la contradicción en la que lo uno sólo puede imponerse y conquistar el poder mediante la sumisión de lo otro, pero una contradicción que lleva ya dentro de sí el principio para poder resolverse, el cual no es otro que el imperio del espíritu; por eso, la trayectoria que aquí se abre tiende, en efecto, a que el espíritu se imponga como la reconciliación.” Esse módulo do curso de H. é puro engodo.

Así, en la revolución francesa vemos cómo se abre paso el postulado del imperio del pensamiento abstracto: a él deben ajustarse la organización del Estado y las leyes y él, el pensamiento abstracto, debe servir de unión entre los hombres.” Estar falando disso antes de sequer mencionar Descartes significa que não tinha o que dizer!

Las doctrinas de la religión cristiana ocupan así, igualmente, la posición de algo ajeno a nosotros, de algo perteneciente a un determinado tiempo y en torno a lo cual se han esforzado aquellos hombres. Lo de que la idea es concreta en y para sí y guarda, en cuanto espíritu, una relación de contradicción con el sujeto ha desaparecido y se manifiesta sólo como algo pasado. En este sentido, lo que hemos dicho acerca del principio del concepto de la doctrina cristiana y lo que aún diremos con respecto a los escolásticos sólo ofrece interés desde el punto de vista señalado por nosotros, en que la idea interesa en su determinación concreta”

LA SANTA IGLESIA: “Todas las pasiones, el afán de poder, la codicia, la violencia, el engaño, el robo, el asesinato, la envidia, el odio: todos estos vicios de la brutalidad arraigarán en ella, pasando a formar parte integrante de su régimen.”

Por eso vemos cómo los más valerosos y nobles emperadores son excomulgados y anatematizados por los papas, los cardenales, los legados pontificios y hasta por los arzobispos y los obispos, sin que esté en sus manos sustraerse a la acción de este otro poder exterior, siendo siempre los vencidos y los obligados a ceder.”

vemos, de una parte, cómo la religión, en este estado de cosas, sólo presenta su faz verdaderamente noble y bella en unos cuantos individuos aislados, que son precisamente aquellos espíritus que han muerto para el mundo y se separan de él para retraerse a un pequeño círculo de hombres y vivir allí entregados a los afanes religiosos”

Los individuos caen de un extremo en otro, del extremo del más brutal desenfreno y barbarie, de la obstinación y la terquedad, en el extremo de la renuncia a todo, del triunfo sobre todos los apetitos, etc.” “Ningún ejemplo más patente de esto que decimos que el del ejército de las Cruzadas. Estos soldados de la Cruz se pusieron en marcha atraídos por los fines más nobles y más sagrados, pero en el transcurso de su expedición se dejaron arrastrar a todas las pasiones humanas, siendo precisamente los jefes los que daban el ejemplo; imposible describir los extremos de violencia y brutalidad a que llegaron aquellas gentes. Después de haber conducido la expedición del modo más irracional que imaginarse pueda, absurdamente, habiendo sacrificado sin necesidad alguna a miles de hombres, llegaron por fin a las puertas de Jerusalén. Fue un espectáculo muy bello el de aquellos hombres que, a la vista de la ciudad sagrada, se entregaron devotamente a la oración y a la penitencia, sintiendo desgarrarse sus corazones, tocando el suelo con la frente y dando toda clase de pruebas de piedad y de unción. Pero esto no fue más que un momento después de largos meses de locuras, de necedades, de vilezas y de horrores, que fueron sembrando el camino de la Cruzada. Sintiéndose animados por un entusiasmo y una valentía sin límites, toman por asalto la ciudad santa y la conquistan; y, una vez dentro, se bañan en ríos de sangre, dan pruebas de una crueldad infinita y de una furia verdaderamente bestial. Y nuevamente sobreviene una reacción de arrepentimiento y penitencia; se postran de hinojos, sintiéndose reconciliados con Dios, y en seguida se entregan de nuevo a todas las mezquindades e infamias de las más míseras pasiones; del egoísmo y de la envidia, de la codicia y la avaricia: dan rienda suelta a toda su lujuria y echan a perder así la conquista lograda por su heroísmo. La explicación de todo esto está en que el principio sólo vivía en ellos, en su interior, como principio abstracto, sin que llegara a conformar espiritualmente la realidad del hombre.”

ABOLIÇÃO DA HÓSTIA: “Lutero cambió este rito: mantuvo en la llamada Cena el punto místico consistente en que el sujeto reciba dentro de sí lo divino, pero afirmando que esto sólo es divino en cuanto se disfrute en esta espiritualidad subjetiva de la fe y deje de ser un objeto externo.”

Pero en la Iglesia de la Edad Media y en la Iglesia católica en general la hostia es adorada también como un objeto puramente externo, de tal modo que cuando una hostia consagrada sea devorada por un ratón deberá adorarse a éste y a sus excrementos” HAHAHAHA!

Pues a la brutalidad y al espantoso salvajismo de esos pueblos sólo podía oponerse la servidumbre, llevándose a cabo la educación por esta vía. Bajo este yugo sirve la humanidad; no tuvo más remedio que pasar por esta cruel disciplina para elevar al plano del espíritu a las naciones germánicas.” “También los hindúes se hallan sujetos a esta servidumbre, pero ellos están irremisiblemente perdidos, sujetos a la naturaleza, identificados con la naturaleza, pero contrarios a ella de suyo.”

Generalmente, se hace arrancar la filosofía escolástica de la figura de Juan Escoto Erigena, que floreció hacia el año 860 y que no debe confundirse con Duns Escoto, que es posterior. No ha sido posible determinar con certeza la patria de Erigena: no se sabe si nació en Escocia o en Irlanda, pues si el nombre de Escoto es característico del primer país el de Erigena señala hacia el segundo. Es el primer pensador con quien se inicia ahora una verdadera filosofía, basada principalmente en las ideas de los neoplatónicos.”

En Escoto, la teología no aparece aún basada en la exégesis y la autoridad de los Padres de la Iglesia; por eso la Iglesia rechazó muchas veces sus obras. Así, un concilio eclesiástico en Lyon puso el veto a las doctrinas de Erigena, diciendo: «Han llegado a nosotros las obras de un hombre charlatán y jactancioso que disputa acerca de la Providencia divina y la predestinación de una manera humana o, según él mismo se vanagloria, con argumentos filosóficos, sin apoyarse en las Sagradas Escrituras ni invocar la autoridad de los Padres de la Iglesia, sino atreviérndose a defender sus doctrinas por sí mismo y a fundamentarlas en sus propias leyes, sin someterse a los libros divinos ni a la autoridad de los Padres.» (Buleo)

De aquí que ya Escoto Erigena dijese: «La verdadera filosofía es la verdadera religión, y la verdadera religión la verdadera filosofía.»” É desses despeitados que eu gosto!

Anselmo. Se trata de una figura muy honrada y prestigiosa entre quienes creen que las doctrinas de la Iglesia deben ser demostradas también en el campo del pensamiento. Nació en Aosta (Piamonte) hacia 1034, profesó como fraile en Bec, en 1060 y ya en 1093 lo vemos convertido en arzobispo de Cantorbery; murió en 1109. (Tennemann)”

El cristiano debe llegar a la razón por la fe, y no a la fe por la razón; y menos aún si no acierta a comprender que la fe debe ser su punto de partida. Si acierta a penetrar en el conocimiento, se alegrará con ello; en otro caso, no hará sino adorar.” Grande BUESTA!

Nos referimos a la llamada prueba ontológica de la existencia de Dios, establecida por Anselmo y que tan famoso había de hacerle. Esta prueba era mencionada hasta los tiempos de Kant en la serie de las pruebas, y lo es todavía hoy por parte de quienes no han llegado a situarse aún en el punto de vista kantiano.” “Sin embargo, mientras que hasta él se consideraba a Dios como el ser absoluto, atribuyéndosele lo general como un predicado, con Anselmo comienza la trayectoria contraria: la del ser como predicado, en que la idea absoluta empieza estableciéndose como el sujeto, pero como el sujeto del pensamiento.”

Kant, por el contrario, combate y rechaza la prueba anselmiana de la existencia de Dios —y el mundo entero ha acabado siguiendo sus huellas, en esto— por partir de la premisa de que la unidad del ser y el pensar es lo más perfecto.” “Por tanto, a la prueba que Kant critica y que, por su modo de ser, sigue siendo usual todavía hoy, sólo le falta una cosa: esta conciencia de la unidad del pensar y el ser en lo infinito, la cual tiene necesariamente que constituir el punto de partida.”

Pedro Abelardo [s]e hizo famoso por su erudición, pero alcanzó todavía mayor celebridad en el mundo sentimental por sus amores con Eloísa y las vicisitudes de su vida. (Tiedemann)”

Como Bolonia para los juristas, París era, en aquel tiempo, el centro de las ciencias y de los estudios para los teólogos, la sede de la teología filosofante de la época. Abelardo llegó a ver en su aula más de mil oyentes. La ciencia teológica y las especulaciones filosóficas en torno a ella era, en Francia (como la jurisprudencia en Italia), un momento fundamental de extraordinaria importancia para el desarrollo espiritual del país y que, hasta ahora, no ha sido tenido en cuenta como se merece.”

Al establecerse en 1270, en la universidad de París, la separación de las 4 facultades, desglosando la filosofía de la teología, se ordenó a los maestros universitarios, al mismo tiempo, que se abstuvieran de poner en tela de juicio o de someter a sus disputas los principios teológicos de la fe.”

la teología se convierte en un sistema científico.” “Pedro Lombardo. Los hombres que llevaron a cabo esta obra fueron, en primer lugar, Pedro de Novara, en Lombardía, que vivió a mediados del siglo XII y a quien podemos considerar como el fundador de este método (…) Pedro Lombardo levantó un edificio sistemático de teología escolástica que se mantuvo en pie durante varios siglos, sirviendo de fundamento a la dogmática de la Iglesia.”

Pedro Lombardo compiló las determinaciones fundamentales de la doctrina eclesiástica tomándolas de los concilios y los Padres de la Iglesia, y añadiendo una serie de preguntas y discusiones sutiles en torno a circunstancias particulares que ocupaban a la escuela y eran, por aquel entonces, objeto de polémicas y disputas. Él mismo se ocupaba de dar respuesta a estas preguntas, pero oponiendo otros fundamentos en contrario; y sus respuestas dejan, con frecuencia, la cosa envuelta en las nubes de lo problemático, sin disipar las dudas, en realidad.” “Estos doctores a que nos referimos gozaban de gran autoridad, celebraban sínodos, criticaban y condenaban como heréticas éstas y aquellas doctrinas, éstos y aquellos libros, etc., en dichos sínodos o en la Sorbona, una sociedad que, integrada por doctores de éstos, funcionaba en la universidad de París.”

El segundo de los autores de este grupo, tan famoso por lo menos como Pedro Lombardo, es Tomás de Aquino, descendiente de la familia condal de los Aquinos y que nació en 1224, en el castillo paterno de Roccasecca, del reino de Ñapóles. Ingresó en la orden de los dominicos y murió en 1274, durante un viaje para asistir a un concilio en Lyon. Poseía un conocimiento extensísimo de la teología y de Aristóteles y se le conocía con los nombres de Doctor angelicus y Doctor communis, considerándosele como a un segundo San Agustín.” “compuso también una Summa theologica (es decir, un estudio sistemático), que le dio una fama extraordinaria, al igual que sus otros escritos, convirtiéndose en un libro fundamental de toda la teología escolástica.” “Tomás de Aquino formula también preguntas, respuestas y dudas y señala el punto en torno al cual gira la solución de los problemas. En lo fundamental, la teología escolástica se dedica, desde entonces, a citar la Summa del Aquinatense.”

Juan Duns Escoto. El tercero de los pensadores a que nos referíamos más arriba, famoso por haber desarrollado de un modo formal la teología filosófica, es Duns Escoto, llamado el Doctor subtilis, miembro de la orden franciscana; había nacido en Dunston, condado de Northumberland, y llegó a tener, sucesivamente, hasta 30 mil oyentes. Se trasladó a París en 1304 y en 1308 cambió su residencia a Colonia, como doctor de la nueva universidad fundada allí. Fue recibido con gran solemnidad, pero murió en esta ciudad, a poco de instalarse en ella, de un ataque de apoplejía, sin embargo, según se refiere, fue enterrado vivo. Dícese que vivió solamente 34 años, según otros 43 y según algunos 63, pues no se conoce el año de su nacimiento.

Escribió algunos comentarios sobre el Magister sententiarum [Anselmo] que le valieron fama de sutilísimo pensador; comienza por la prueba de la necesidad de una revelación sobrenatural frente a la simple luz de la razón. Se le llegó a llamar, por razón de su sutileza, el deus inter philosophos.”

Llamábanse Quodlibeta a las colecciones de estudios mezclados sobre diversos temas sueltos, examinados por el procedimiento corriente de la disputa, que consiste en hablar acerca de todo, sin ningún orden sistemático y sin llegar a construir ningún todo armónico; los otros escribían, por el contrario, summas, es decir, estudios sistemáticos. El latín de Duns Escoto es muy bárbaro, pero se presta bastante bien para la claridad filosófica” El Doctor Mescolanza

Debemos señalar ahora una tercera tendencia, nacida de la circunstancia histórica puramente externa de que, a fines del siglo XII y comienzos del XIII, los teólogos occidentales empezaron a adquirir, de un modo más general, a través de las traducciones del arábigo al latín, el conocimiento de las obras de Aristóteles y de sus comentadores griegos y árabes, obras y comentarios que, a partir de ahora, utilizan desde muchos puntos de vista y comentan a su vez. La adoración, la admiración por Aristóteles y el prestigio de este pensador antiguo llegan ahora a su punto culminante.”

España, bajo los árabes, conoció un florecimiento extraordinario de las ciencias, y la universidad de Córdoba, sobre todo, se convirtió en el centro de la erudición de aquel tiempo; muchos estudiosos del Occidente hacían el viaje a aquella ciudad española”

La lógica y la metafísica aristotélicas fueron desarrolladas ahora hasta el máximo, en interminables distinciones, y reducidas a peculiares formas intelectivas silogísticas, que servían principalmente de base para el tratamiento de las materias estudiadas; esto contribuyó a que se acentuase todavía más la sutileza dialéctica, al paso que lo verdaderamente especulativo de Aristóteles era relegado a último plano por el espíritu de la exterioridad, que era también, por tanto, el de la ausencia de razón.”

Es cierto que, al principio, cuando aparecieron las obras de Aristóteles, la Iglesia opuso cierta resistencia; en un sínodo eclesiástico celebrado en París en 1209 fue prohibida la lectura de la Metafísica y la Física, así como de los extractos de estas obras, y toda lectura y explicación en torno a ellas.” “Pero más tarde, en 1366, nos encontramos con una manifestación de la tendencia contraria: con 2 cardenales que ordenan que nadie pueda llegar a ser magister sin haber estudiado los libros prescritos de Aristóteles, entre los que figura la Metafísica, y haber demostrado la capacidad necesaria para explicarlos.”

«Alberto dejó de ser un asno para convertirse rápidamente en un filósofo, y con la misma rapidez se convirtió de filósofo en asno.» Entre su ciencia se incluía especialmente la magia, pues, a pesar de ser completamente extraña a la verdadera escolástica, la cual se mantenía de espaldas a la naturaleza, Alberto Magno se ocupaba de las cosas naturales e inventó, entre otras cosas, una máquina parlante que infundía pavor a su discípulo Tomás de Aquino, quien intentó, incluso, destruirla, viendo en ella la mano del diablo.”

Entre los estoicos clasificaba Alberto, con un criterio ciertamente original, a pensadores como Espeusipo, Platón, Sócrates y Pitágoras. Estas anécdotas nos dan una idea bastante aproximada de cuál era el estado de la cultura en aquella época.”

Un cuarto aspecto que debe ser tenido en cuenta aquí es un punto de vista fundamental que interesó mucho a la Edad Media: el del peculiar problema filosófico cifrado en la polémica entre realistas y nominalistas y que llena casi toda la época del escolasticismo. En términos generales, podemos decir que esta disputa versa en torno a la antítesis metafísica de lo general y lo individual. Preocupó a la filosofía escolástica por espacio de varios siglos, y ello, hay que reconocerlo, honra mucho a estos pensadores. Se distingue entre los antiguos y los nuevos nominalistas y realistas, pero la historia de los realistas y los nominalistas es, por lo demás, bastante oscura”

El primer nominalista es Roscelino; y el famoso Abelardo, aunque aparezca como adversario suyo, puede ser considerado igualmente como nominalista. Roscelino escribió también en contra de la Trinidad y fue condenado por herético en una asamblea eclesiástica celebrada en Soissons en 1092; pero ya para aquel entonces era muy poca su influencia.

Trátase de lo general en términos absolutos (universale), del género, de la esencia de las cosas, de lo que Platón llamaba la idea, por ejemplo: el ser, la humanidad, el animal. Los sucesores de Platón afirmaban el ser de estos universales; aislando luego esto, se llegaba también, por ejemplo, al concepto o a la cualidad de mesa, como algo real.”

Pues bien, la disputa entre realistas y nominalistas giraba en torno a si estos universales eran, en efecto, algo real, algo en y para sí al margen del sujeto pensante e independientemente de las cosas aisladas existentes, de tal modo que existiesen en éstas independientemente de la individualidad de la cosa y de un modo sustantivo los unos con respecto a los otros, o si, por el contrario, lo universal era algo puramente nominal, algo que sólo existía en la representación subjetiva, un ente del pensamiento y nada más. § Quienes afirmaban que los universales eran, fuera del sujeto pensante y aparte de las cosas aisladas, un algo real y existente y que la esencia de las cosas era simplemente la idea, recibían el nombre de realistas, en una acepción que era, en rigor, la inversa de lo que hoy llamamos realismo.” “En cambio, los otros, los nominalistas o formalistas, afirmaban que los géneros, los universales, eran simples nombres, algo puramente formal, meras representaciones para nosotros, generalizaciones subjetivas nada más, un producto del espíritu pensante; según ellos, sólo lo individual era lo real.” “Contra esta afirmación se alegan razones por las que se ve hasta qué extremos de ridículo se llevaba a veces la polémica y cómo ésta giraba, en gran parte, en torno a las concepciones del cristianismo. Así vemos que Abelardo reprocha a Roscelino el que éste afirme que ninguna cosa tiene partes y que sólo las palabras que designan las cosas son divisibles. De donde Abelardo deduce que, según Roscelino, Cristo no ingirió una parte real del pez asado, sino solamente una parte de las palabras «pez asado»”

Gualterio de Montagne. Este filósofo (f. 1174) tendía a la combinación de lo individual y lo general: lo general, según él, tiene que ser individual, los universales tienen que aparecer unidos a los individuos, en cuanto a la esencia. Más tarde, ambos partidos se hicieron célebres bajo los nombres de tomistas, por el dominico Tomás de Aquino, y escotistas, por el franciscano Juan Duns Escoto.”

Suarez, Disputationes metaphysicae

La antítesis entre idealistas y realistas había surgido, sin duda alguna, ya muy temprano, pero sólo fue puesta de nuevo a la orden del día y desarrollada en el plano del interés general después de Abelardo, gracias al fraile franciscano Guillermo de Occam, de la aldea de este nombre, en el condado de Surrey (Inglaterra), conocido como el Doctor invincibilis, que florece en los primeros años del siglo XIV, sin que haya sido posible averiguar su año de nacimiento.”

La disputa entre nominalistas y realistas toma ahora caracteres de gran violencia y encono; todavía se conserva una cátedra que hubo de ser separada por un tabique de madera del sitio ocupado por el contrincante, para evitar que los adversarios, en el furor de la discusión, se fuesen a las manos.”

Además, las guerras intestinas que tenían dividida a Francia hacían que la política se insinuase también en las relaciones entre las órdenes monásticas, lo cual contribuía a acrecentar la importancia de esta disputa, avivada por los celos enconados de las partes contendientes. Occam y su orden apoyaban con la mayor energía las pretensiones de los príncipes, por ejemplo las del rey de Francia y las del emperador de Alemania Luis de Baviera, como lo hicieron en una reunión de su orden celebrada en 1322 y en otras partes, contra las extralimitaciones del papa. De Guillermo se cuenta que dijo una vez al emperador: «Defiéndeme tú con la espada, que yo te defenderé con la pluma.»

En 1340 se dictó este veto: «Ningún maestro deberá atreverse a declarar falsa cualquier tesis conocida de un escritor acerca del cual lea, ni de por sí ni en cuanto a su tenor literal, sino que deberá reconocerla o distinguir entre el sentido verdadero y el sentido falso que en ella se encierra, ya que de otro modo nos expondríamos a la peligrosa consecuencia de que también las verdades de la Biblia pudieran ser rechazadas del mismo modo. Ningún maestro debe afirmar que ninguna tesis pueda dejar margen a distinciones o ser investigada a fondo.»

Occam fue excomulgado en 1328 y murió en Munich, en 1343.” Sempre uma distinção no meu álbum.

Tennemann (t. VIII, secc. 2, p. 864) dice, a este propósito: «Una consecuencia de esta teoría fue el dar completamente de lado, como inútil, al principio de individuación, que tantos quebraderos de cabeza había costado a los escolásticos.»

HEGEL NÃO É, ESSENCIALMENTE (EM SI!) 1 FARSANTE, MAS 3 FARSANTES! “Pero como la religión cristiana es la religión revelada, tenemos que Dios, por una parte, no es ya lo inabordable, lo inefable, un algo recóndito, cerrado, sino que los distintos grados de lo que brota de él son su misma manifestación y lo Trino, por tanto, lo revelado, de tal modo que las tríadas y lo Uno no son algo distinto, sino que precisamente estas 3 personas distintas en Dios son los mismo y lo Uno, es decir, algo que es para lo otro, algo relativo de suyo.”

Buridán. Filósofo nominalista, que se inclina del lado de los deterministas (…) muere de hambre por no saber por cuál de los 2 lados decidirse.” ¿?!! AHAHAHA

Además, esta dialéctica puramente formal hace gala de una gran inventiva en la creación, para su tratamiento, de objetos, problemas y cuestiones carentes de todo interés religioso y filosófico.” A succubus realmente transa com o dorminhoco ou não?, etc.

Cabe, pues, afirmar que los escolásticos, de una parte, tratan de un modo profundo el concepto de la doctrina de la Iglesia, pero, por otra parte, lo secularizan por medio de relaciones externas totalmente inadecuadas, por donde se manifiesta aquí el peor de los sentidos que puede tener lo secular.” “Este aspecto fue captado por los escolásticos y tratado por ellos con una dialéctica finita; y en este aspecto habrá de hacerse, más tarde, hincapié para poner en ridículo incansablemente las doctrinas del escolasticismo. Aduciremos algunos ejemplos de este aspecto a que nos referimos.”

Así, vemos que Julián, Arzobispo de Toledo, trata de encontrar con la mayor seriedad, como si de ello dependiese la salvación del género humano, la respuesta a preguntas que parten de una premisa disparatada, incurriendo en una micrología por el estilo de la de los filólogos cuando se ponen a investigar los acentos, los metros y la división de los versos griegos. Tenemos, por ejemplo, una de estas preguntas acerca de los muertos. La doctrina de la Iglesia afirma que el hombre resucitará, pero si se añade que resucitará con el mismo cuerpo que tuvo, se entra en pleno mundo de los sentidos. He aquí algunas de las indagaciones hechas por los escolásticos en torno a la referida pregunta: «¿A qué edad resucitarán los muertos? ¿De niños, de jóvenes, de hombres adultos o de ancianos? ¿Y en qué forma? ¿Con qué constitución física? ¿Los flacos recobrarán su cuerpo de flacos y los gordos su cuerpo de gordos? ¿Persistirá en la otra vida la diferencia de sexos? ¿Recobrarán los muertos, al resucitar, la cantidad de uñas y de pelo que perdieron en esta vida?».”

una verdadera manía discutidora.” “La filosofía escolástica es, pues, exactamente lo contrario de la ciencia intelectiva empírica, que se caracteriza por una curiosidad proyectada simplemente sobre los hechos, sin relación alguna con el concepto.”

Pascasio Roberto compuso dos volúmenes con el título De partu beatae virginis, acerca de los cuales se escribió y disputó mucho. Llegó a hablarse, incluso, de un partero, y se formularon una serie de preguntas en las que hoy no se nos ocurriría ni siquiera pensar, a menos de querer entrar en los dominios de lo inconveniente.” A buceta da virgem era rosadinha?

He aquí otras preguntas formuladas por Pedro Lombardo: «¿Puede Dios saber más de lo que sabe?», como si, con respecto a Dios, pudiera distinguirse entre potencia y acto. «¿Puede Dios en todo tiempo todo lo que ha podido? ¿Dónde estaban los ángeles después de su creación? ¿Han existido siempre ángeles?»

«¿Qué edad tenía Adán cuando fue creado? ¿Por qué fue formada Eva de la costilla del hombre y no de otra parte cualquiera de su cuerpo? ¿Y por qué mientras el hombre dormía, y no estando despierto? ¿Por qué no se unió la primera pareja en el paraíso terrenal? ¿Cómo se habrían perpetuado los hombres, si no hubiesen pecado? Los niños en el paraíso, ¿habrían nacido con los miembros ya perfectamente desarrollados y con el pleno uso de los sentidos? ¿Por qué se convirtió en hombre el Hijo y no el Padre o el Espíritu Santo?» Isso que dá jejuar demais!

«¿Podrían existir en Cristo varias filiaciones (filiationes)? ¿Cabría afirmar que Dios Padre odia al Hijo? ¿Habría sido posible también suponer a Dios como mujer? ¿Habría podido Dios ocultarse en el cuerpo del demonio? ¿Habría podido revelarse en forma de asno o de calabaza [abóbora!]? ¿Y de qué modo habría predicado la calabaza? ¿Cómo habría obrado milagros? ¿Cómo se la habría crucificado?» Erasmo, ironicamente

Parece que H. nunca leu nenhum desses autores diretamente, mas só em citações dos historiadores da filosofia que ele tanto criticou no Vol. I!

Lo fundamental es saber que los escolásticos tomaban las cosas divinas como los bárbaros, reduciéndolas a criterios y relaciones propios de los sentidos. Una rigidez de concepción informada totalmente por los sentidos y estas formas totalmente externas de lo material se ven trasplantadas, así, a lo puramente espiritual, con lo cual esto aparece totalmente secularizado; es algo parecido a lo que hace Hans Sachs, cuando convierte la historia sagrada en la crónica local de Nuremberg.”

En estas exposiciones, como en la Biblia cuando habla de la cólera de Dios, de la historia de la creación, de que Dios ha hecho esto y aquello, vemos a Dios como a un ser humano, de carne y hueso. Y es cierto que a Dios no se le debe concebir como algo totalmente extraño a nosotros e inabordable, sino que hay que acercarse a él con el ánimo y con el corazón; pero una cosa es esto y otra cosa muy distinta introducirlo en los dominios del pensamiento y tomar en serio su conocimiento. Lo contrario a esto es aducir argumenta pro y contra, pues estos argumentos no resuelven nada ni ayudan en lo más mínimo; tampoco en cuanto premisas que son solamente determinaciones sensibles y finitas y que dan, por tanto, pie a infinitas distinciones. Esta barbarie intelectiva es completamente irracional; es algo así como si se quisiera adornar a los cerdos con collares de perlas. Lo Uno es la idea de la religión cristiana y, además, la filosofía del noble Aristóteles; no era posible haber pisoteado ambas cosas en el lodo más de lo que aquí se hace, ni los cristianos podían haber hecho caer más bajo su idea espiritual.”

Los místicos no participan tan de cerca ni tan de lleno en las disputas, las argumentaciones y las pruebas de los demás escolásticos, y procuran atenerse con la mayor pureza posible a la doctrina de la Iglesia y a la contemplación filosófica. Son, en parte, hombres piadosos y sutiles, que siguieron filosofando al modo de los neoplatónicos, como antes de ellos lo hiciera ya Escoto Erigena. Encontramos en ellos auténtica filosofía, aunque se presente bajo el nombre de misticismo; es una filosofía íntima y recatada, que guarda una gran semejanza con el spinozismo. Estos pensadores derivan, además, su ética, su religiosidad, de las verdaderas emociones, y en este sentido formulan sus consideraciones, sus preceptos, etc.”

Rogerio Bacon. Estudió principalmente cuestiones de física, pero sin llegar a alcanzar gran influencia; inventó la pólvora, el espejo y los anteojos de larga vista; murió en 1294.” É correto listá-lo como escolástico? Ou místico mesmo? Porque parece ter sido o ser humano ocidental mais útil daquele milênio…

wiki: “21st century re-evaluations emphasise that Bacon was essentially a medieval thinker, with much of his ‘experimental’ knowledge obtained from books in the scholastic tradition. He was, however, partially responsible for a revision of the medieval university curriculum, which saw the addition of optics to the traditional quadrivium.” “Although gunpowder was first invented and described in China, Bacon was the first in Europe to record its formula.”

O Bacon antes do Bacon (Rogério x Francisco)!

Raimundo Lulio. Llamado el Doctor illuminatus, llegó a ser muy famoso, sobre todo por el arte de pensar compuesto por él y al que dio el nombre de Ars magna. Nació en Mallorca, en 1234, y fue uno de esos hombres excéntricos e impulsivos que se meten en todo. Tenía marcada afición por la alquimia y un gran entusiasmo por las ciencias en general, así como una imaginación fogosa e inquieta. Llevó una juventud disipada y entregada a los placeres y las diversiones; más tarde, se retiró a un yermo y tuvo allí muchas visiones de Jesucristo. Llevado de su agitado temperamento, sintióse acuciado por el deseo de contribuir a la difusión de la doctrina cristiana entre los mahometanos de Asia y África, consagrando su vida a esta misión; para ello aprendió el árabe, viajó por toda Europa y Asia y buscó el apoyo del papa y de todos los monarcas de Europa, sin abandonar por ello el cultivo de su arte. Fue perseguido y hubo de soportar incontables penalidades, aventuras, peligros de muerte, prisiones y malos tratos. Vivió durante largo tiempo en París, a comienzos del siglo XIV, y compuso cerca de 400 escritos. Al cabo de una vida extraordinariamente agitada, murió venerado como santo y mártir, el año 1315, a consecuencia de los malos tratos sufridos en África. (Rixner, Lehrbuch der Geschichte der Philosophie; Tennemann)”

Raimundo Lulio es, pues, un pensador sistemático, aunque al mismo tiempo mecánico. Dejó trazada una tabla en círculos en los que se hallan inscritos triángulos cortados por otros círculos. Dentro de estos círculos ordenaba las determinaciones conceptuales, con pretensiones exhaustivas; una parte de los círculos es inmóvil, la otra tiene movimiento. Vemos, en efecto, 6 círculos, 2 de los cuales indican los sujetos, 3 los predicados y el 6º las posibles preguntas.”

el escolasticismo, visto en conjunto, es una bárbara filosofía del entendimiento sin ningún contenido real, una filosofía que no suscita en nosotros ningún interés verdadero y a la que, desde luego, no podemos retornar.”

La escolástica es ese extravío total del entendimiento escueto y seco en las rugosidades de la naturaleza nórdico-germánica. Ante nosotros se abren 2 mundos: el reino de la vida y el reino de la muerte. El reino intelectual, reino externo y situado en lo alto, aunque en la representación, se convierte de ese modo, aun siendo por su naturaleza algo puramente especulativo, en algo intelectivo y sensibilizado; pero no como en el arte, sino, por el contrario, como una relación de la realidad común.”

Es cierto que la existencia de la Iglesia, como el gobierno de Cristo sobre la tierra, se halla en un plano más elevado que la existencia exterior que con ella se enfrenta, pues la religión tiene necesariamente que imperar sobre lo temporal, y la sumisión del poder temporal convierte a la Iglesia en una teocracia.”

¿Para qué todo esto? Lo tenemos a nuestra espalda como un pasado, por sí mismo inútil para nosotros. Pero de nada sirve llamar a la Edad Media una época bárbara. Es, en realidad, un tipo muy peculiar de barbarie, no una barbarie espontánea y tosca, sino una barbarie a la que se llega por la vía del pensamiento, convirtiendo a la idea absoluta y a la suprema cultura en barbarie; lo que es, de una parte, la forma más atroz de ésta y de la perversión y, de otra parte, el punto infinito de que mana una más alta reconciliación.”

Un algo pensado cuyo contenido es el pensamiento mismo consiste precisamente en eso, en determinarse como ser. Tal es la intimidad, que es algo más que la consecuencia necesaria de las premisas de que se parte; pero aquí no es la naturaleza del pensamiento y del ser el objeto de la investigación, sino que se da por supuesto sencillamente lo que éstos son.”

Lo especulativo se halla presente, en Aristóteles, por el hecho de que tal pensamiento no se confía a la reflexión por sí misma, sino que tiene continuamente ante sí la naturaleza concreta del objeto; esta naturaleza es el concepto de la cosa, y esta esencia especulativa de la cosa el espíritu rector que no deja en libertad a las determinaciones reflexivas por sí mismas.

Pero los escolásticos plasman de un modo fijo las determinaciones intelectivas abstractas, siempre inadecuadas a su materia absoluta, y, al mismo tiempo, toman todos los ejemplos de la vida como materia; y como lo concreto contradice a su manera de pensar, sólo pueden retener estas determinaciones intelectivas por medio de precisiones, reservas y limitaciones, lo que los hace embrollarse en una serie interminable de distinciones, las cuales se mantienen también en el terreno de lo concreto y sólo de este modo salen a flote.

En estos manejos de la escolástica no hay, pues, ni asomo de sano sentido común; éste no debe mostrarse contrario a la especulación como tal, pero sí debe manifestarse en contra de todo lo que sea reflexión carente de base, en cuanto que encierra un substrato y una regla para las determinaciones intelectivas abstractas.”

La representación fija del mundo suprasensible, con sus ángeles, etc., era una materia que los escolásticos siguieron elaborando sin el menor juicio, de un modo bárbaro y con un entendimiento finito, enriqueciéndola y considerándola con los criterios finitos propios de este entendimiento. No existe en el pensamiento mismo ningún principio inmanente, sino que el entendimiento de los escolásticos recibe en sus manos una metafísica ya acabada, sin la necesidad de su proyección sobre lo concreto; esta metafísica fue muerta y sus partes descoyuntadas sin espíritu alguno. Podría decirse de los escolásticos que filosofaban sin representación, es decir, sin un algo concreto, convertían en sujetos el esse reale, el esse formale, el esse objetivum, la quidditas (τὸ τί ἦν εἶναι).”

En el caso de la manzana del paraíso, la inteligencia se pregunta a qué clase de manzanas pertenece.” HAHAHAHA

Entre los eruditos, manifestóse abiertamente la ignorancia acerca de lo racional, una ausencia de espíritu total y monstruosa; y esta misma ignorancia monstruosa y total se revelaba también en los demás, en los monjes. Esta corrupción del conocimiento hacía de la transición un cambio; y mientras que el cielo, lo divino, se degradaba de este modo, se levantaba sobre lo temporal la sublimidad y la superioridad espiritual de lo eclesiástico.” “Del mismo modo, la Iglesia existente, esta existencia del cielo sobre la tierra, veíase nivelada sobre el mismo plano de lo mundanal al abrazar el camino de la riqueza y de la posesión de territorios; de este modo, suprimíase la distinción entre los 2 poderes, pero no de un modo racional para la Iglesia, sino, al mismo tiempo, de un modo indignante, que supone una corrupción: era evidentemente una realidad, pero la realidad más bárbara y más cruel. Pues el Estado, el gobierno, el derecho, la propiedad, el orden civil: todo esto es lo religioso, en forma de diferencias racionales, es decir, de leyes fijas por sí mismas. La vigencia de los miembros, de los estamentos, de las secciones, sus distintas ocupaciones, las fases y los grados del mal, lo mismo que los del bien, representan una manifestación bajo la forma de la finitud, de la realidad, de la existencia de la voluntad subjetiva, mientras que lo religioso sólo se presenta bajo la forma de lo infinito.”

HEGEL PISTOLA: “El mal y sus penas se convierten ahora en algo infinito, y las opiniones discrepantes son castigadas incluso con la muerte, como ocurre con la herejía y con la heterodoxia contra las determinaciones más abstractas y más vacuas de una dogmática interminable. En el seno de la Iglesia se dan cita las costumbres más reprobables y las peores pasiones, la arbitrariedad desenfrenada, la voluptuosidad, la venalidad, la ociosidad, la codicia, los vicios más diversos, precisamente por no tropezar con el freno de ninguna ley; y en ella se instaura y prevalece el criterio de la dominación. (…) Esta ruina del mundo suprasensible, como representada en el conocer y como Iglesia presente, es la que necesariamente tenía que expulsar al hombre de semejante templo, es decir, del seno de lo más sagrado convertido en algo mundanal y finito.”

Impaciente por la realidad que echa de menos y por la carencia de lo sagrado, la cristiandad se echa a buscar la cabeza que le falta; no es otro, en efecto, el móvil determinante de las Cruzadas. La cristiandad busca la presencia exterior de Cristo en la tierra de Canaán, busca sus huellas, el monte en que oró y padeció, su tumba; conquista el Santo Sepulcro. Lo que se representa como algo real lo conquista también, en efecto, como algo real; pero la tumba es solamente eso, una tumba: lo único que encuentra es el Santo Sepulcro, que además le es arrebatado después. «Pero no le dejarás en su tumba, pues no quieres que un santo se pudra en su sepulcro.»” “Aquellos lugares sagrados, él Monte de los Olivos, el Jordán, Nazaret, como el presente sensible y exterior del espacio sin la presencia del tiempo, no son sino algo pasado, un simple recuerdo y no una contemplación del presente inmediato; lo único que los cruzados encontraron fue su pérdida, su tumba en este presente. Siendo como eran bárbaros, no buscaban lo general, la posición universal de Siria y de Egipto, este centro de la tierra, los nexos de unión para la libertad del comercio, como había de hacerlo Bonaparte, [¡!] cuando ya la humanidad hubo recobrado su razón.”

En cuanto que sus actos, sus fines y sus intereses, se convierten en algo jurídico y, por tanto, en algo general, el presente se torna racional.” “fundándose una independencia que no es ya meramente egoísta.” “Es cierto que el orden ahora vigente es el sistema feudal, con su secuela, la servidumbre de la gleba, pero todo dentro de él es, sin embargo, algo jurídicamente establecido. Y el derecho tiene su raíz en la libertad, por ser en ella donde el individuo cobra existencia y es reconocido como tal, aunque aquí aparezcan todavía convertidas en propiedad privada relaciones pertenecientes en realidad al Estado. § La monarquía feudal, que ahora se rebela contra el principio de la ausencia del «sí mismo» de la Iglesia determina los derechos esenciales del hombre, es verdad, con arreglo al nacimiento; pero los estamentos de la sociedad feudal no son castas, como en la India, sino que en la jerarquía eclesiástica cualquiera podía ascender desde las más bajas capas hasta los puestos más elevados. Por lo demás, también bajo el sistema feudal fueron manifestándose paulatinamente un derecho, un orden civil y una libertad amparada por la ley. En Italia y Alemania conquistaron su estatuto jurídico una serie de ciudades como repúblicas urbanas, siendo reconocidas por los poderes eclesiástico y temporal; la riqueza hizo su aparición en los Países Bajos, en Florencia y en las ciudades imperiales del Rin. Poco a poco y por estos caminos, los países empezaron a salir del régimen feudal, y una manifestación de ello la tenemos en los mismos capitani. Y también puede ser considerado como un levantamiento de la ausencia de «sí mismo» del espíritu el hecho de que la lengua de esta época se convierta en lingua volgare, por ejemplo en la Divina Comedia de Dante.” Hegel confunde atrozmente história puramente externa e filosofia…

THE LEAP OF THE CAT: “Mientras que la Iglesia creía hallarse antes en posesión de la verdad divina, ahora el régimen temporal, al cobrar dentro de sí orden y derecho y brotar de la dura disciplina del servicio, creíase fundado por Dios y, por tanto, considera presente en él lo divino y teníase por autorizado para manifestarse contra lo divino en la Iglesia, opuesto exclusivamente a todo lo laico.” “El poder de la Iglesia aparecía ahora como la tosquedad de la Iglesia, ya que no trataba de manifestarse en la realidad misma, sino de ser fuerte en el mundo del espíritu. Y surgía inmediatamente en la mundanidad la conciencia del llenarse los conceptos abstractos con la realidad del presente, de tal modo que éste dejaba de ser algo nulo de suyo, para adquirir también verdad.”

Las artes llevan consigo el que el hombre cree a partir de sí mismo lo divino; y como aquellos artistas eran lo suficientemente piadosos para abrazar como principio la ausencia de su «sí mismo», eran ellos los que con su capacidad subjetiva creaban estas representaciones. Con esto guarda una estrecha relación el que lo mundanal tenga dentro de sí la conciencia de ser tan legítimo como para retener las determinaciones basadas en la libertad subjetiva. En la industria, el individuo se ve obligado a atenerse a su propia actividad” “Así volvió el espíritu a sí mismo; así se recobró, y contempló como sus propias manos su propia razón.”

SECCIÓN TERCERA:

EL RENACIMIENTO DE LAS CIENCIAS

De aquí arrancan todas las aspiraciones e invenciones, de aquí parten el descubrimiento de América y de una ruta hacia las Indias orientales; y así se despertó principalmente el amor por las llamadas ciencias paganas de la antigüedad, ya que los eruditos de la época vuelven sus ojos a las obras de los antiguos, convertidas ahora en objeto de estudio, como studia humaniora, estudios en que el hombre es reconocido en su propio interés y en su propia actividad. Estos estudios, aunque aparezcan a primera vista como lo opuesto a lo divino, son más bien de suyo lo divino, pero lo divino que vive en la realidad del espíritu.”

De este modo, se generalizó la creencia de que el entendimiento podía reputar falso algo que la Iglesia afirmase como verdadero; y fue un paso de gran importancia éste que dio el entendimiento, al concebirse así, aun a trueque de encontrarse en oposición con todo lo positivo.”

El Occidente, por medio de las Cruzadas, e Italia en particular por medio del comercio mantenían frecuente trato con los griegos, aunque sin relaciones diplomáticas muy asiduas. Del Oriente vinieron, incluso, las leyes romanas, hasta que fue descubierto por casualidad un códice del Corpus iuris. Y el Occidente volvió a entrar en contacto con el Oriente griego, sobre todo, cuando la desdichada caída del imperio bizantino obligó a los más nobles y relevantes griegos a buscar refugio en Italia.” “Sería hacer demasiado honor a los monjes si aceptamos que fueron ellos quienes conservaron para nosotros los textos de la antigüedad; estas obras, por lo menos las griegas, vinieron de Constantinopla; las latinas conserváronse naturalmente en Occidente.”

Pomponacio [ao dizer simplesmente que a alma não é imortal] hubo de comparecer ante la Inquisición a responder de sus opiniones, aunque la protección que algunos cardenales le dispensaban le puso a cubierto de toda ulterior persecución. Había además muchos otros aristotélicos puros, y estas doctrinas se difundieron más tarde, sobre todo, entre los protestantes.”

Uno de los que más contribuyeron a la difusión de Platón en el Occidente fue el cardenal Bessarion de Trebisonda, que había sido Patriarca de Constantinopla. (Brucker)

Ficino, que nació en Florencia en 1433 y murió en 1499, se distinguió como traductor de Platón; fue él principalmente quien dio a conocer nuevamente la filosofía neoplatónica posterior a Proclo y a Plotino. Ficino escribió además una teología platónica.

Uno de los Médicis de Florencia, Cosme II, llegó incluso a fundar en el siglo XV una Academia platónica en aquella ciudad. Los miembros más relevantes de esta familia de los Médicis, los dos Cosmes, Lorenzo, León X y Clemente VII protegieron mucho el cultivo de las ciencias y las artes y atrajeron a sus cortes a los sabios clásicos griegos.”

Más tarde, fue resucitada la atomística epicúrea, principalmente por Gassendi contra Descartes, y de ella se conserva todavía en la física moderna la teoría de las moléculas.”

Reuchlin propúsose desarrollar de nuevo la auténtica filosofía pitagórica; pero todo aparece en él revuelto y turbio. En Alemania preparábase una orden imperial encaminada a destruir, como se había hecho en España, todos los libros hebraicos; hay que reconocer a Reuchlin el mérito de haber impedido que esta obra de destrucción fuese llevada a cabo. La total ausencia de diccionarios entorpecía tanto el estudio del griego, que Reuchlin tuvo que trasladarse a Viena para aprender allí esta lengua de labios de un griego de nacimiento.”

Todas estas filosofías eran cultivadas al lado de la fe eclesiástica y sin detrimento de ésta, pero no a la manera de los antiguos: surge así una abundante literatura que abarca una gran cantidad de nombres de filósofos, pero que pasa sin dejar huellas y que carece, desde luego, de la lozanía que sólo puede dar la originalidad y la profundidad de los elevados principios; y es que no se trata en rigor de una verdadera filosofía; por eso no es necesario que entremos en más detalles acerca de ella.”

También experimenta su renacimiento, en esta época, la manera ciceroniana de filosofar: es una filosofía eminentemente popular y superficial, sin ningún valor especulativo, pero que tiene, por lo menos, por lo que a la cultura general se refiere, el interés y la importancia de que el hombre en ella habla inspirándose en sí mismo como un todo, en su experiencia interior y exterior y en su presente, en general.” “Y a pesar de que la plétora de escritos filosóficos de esta clase, por ejemplo muchos de los de Erasmo, han caído en el olvido y tienen poco valor, no puede negarse que hicieron mucho bien después de la sequedad escolástica y de todos sus devaneos y abstracciones carentes de toda base” “También Petrarca escribía tomándose como fuente a sí mismo, sus estados de ánimo, como hombre pensante.”

El hombre sólo puede considerarse verdaderamente dueño de aquellos pensamientos que aparecen expresados en su lengua propia. Lutero y Melanchthon desecharon todo lo escolástico, tomando como pauta de juicio la Biblia, la fe, el ánimo del hombre. Melanchthon aporta una fría filosofía popular en la que el hombre quiere hacer acto de presencia y que, por tanto, contrasta enormemente con el seco y muerto escolasticismo.” “Muchos individuos se ven privados ahora del contenido, del objeto que venía siendo el punto de apoyo y el fundamento de su conciencia: de la fe de sus mayores. Por eso, al lado de aquellas serenas manifestaciones del renacimiento de la filosofía antigua, nos encontramos ahora, por otra parte, con muchas personalidades en las que se trasluce de un modo bastante violento el fogoso deseo de llegar a conocer por medio del pensamiento lo más profundo y lo concreto, aunque oscurecido y tergiversado por interminables fantasías, por una imaginación las más de las veces desbordada y calenturienta y por el afán de penetrar en los arcanos de la astrología, la geomancia y otros conocimientos misteriosos por el estilo.” “Las vicisitudes de su vida lo mismo que el contenido de sus obras, las cuales llenan con frecuencia muchos y grandes infolios, son el resultado de esta inseguridad de su modo de ser, del desgarramiento y la sublevación de su interior contra la existencia real a que se ven sujetos y del afán de encontrar en ella un fundamento firme.”

Las figuras más notables de este grupo a que nos referimos son las de Cardano, Giordano Bruno, Vanini, Campanella y Petrus Ramus; todos ellos son representantes del carácter de su época, de esta fase de transición, y caen ya dentro del período de la Reforma.”

[Cardano] mismo se encargó de trazar la historia de su vida y su carácter en un libro titulado De vita propria, en el que confiesa sus errores y sus defectos con la mayor dureza y sinceridad con que un hombre pueda hacerlo.” “Era el suyo un temperamento turbulento, que lo mismo fermentaba profundamente dentro de sí que estallaba en violentas explosiones y del modo más contradictorio; también su interior padecía de un tremendo desgarramiento. He aquí, extractada de su obra, la pintura de su carácter, trazada por él mismo: «La naturaleza me ha dotado de un espíritu filosófico y apto para el cultivo de las ciencias, soy ingenioso, elegante, decoroso, sensual, expeditivo, piadoso, fiel, amigo de la sabiduría, reflexivo, emprendedor, afanoso de saber, servicial, entusiasta, cavilador e inventivo, todo lo he aprendido por mí mismo, ardo en deseos de ver milagros, soy taimado, astuto, amargado, iniciado en el misterio, sobrio, trabajador, descuidado, charlatán, siento desprecio por la religión, soy vengativo, envidioso, triste, pérfido, traicionero, me gustan la magia y los encantamientos, me siento desdichado, soy cruel con los míos, retraído, antipático, severo, adivino, celoso, chismoso y amigo de pullas, calumniador, complaciente y voluble: tales son las grandes contradicciones de mi carácter y de mis costumbres.»

las turbiedades alejandrinas y cabalísticas alternan aquí con observaciones que acreditan una gran finura psicológica y una gran lucidez y claridad.”

Giordano Bruno fue uno de aquellos espíritus inquietos y atormentados a quienes vemos repudiar intrépidamente toda la autoridad y la fe de la Iglesia católica. En estos últimos tiempos, su recuerdo ha sido refrescado por Jacobi (Obras Completas, t. IV, secc. 2, pp. 5-46), en la edición de sus cartas sobre Spinoza, que añadió a un extracto de una obra de éste. Jacobi logró llamar, muy especialmente, la atención hacia este pensador al afirmar que la suma de su doctrina es la esencia del spinozismo y la cifra y compendio del panteísmo; este paralelismo dio a Giordano Bruno una fama que es evidentemente superior a sus verdaderos méritos. § Giordano Bruno tenía un temperamento más sereno y apacible que Cardano, pero tampoco él llegó a encontrar quietud sobre la tierra.” “Abandonó el suelo de Italia donde, siendo fraile dominico, se había permitido amargas observaciones acerca de ciertos dogmas católicos, por ejemplo el de la Transubstanciación y el de la Inmaculada Concepción de María y a propósito de la crasa ignorancia y la viciosa conducta de los frailes. Vivió luego en Ginebra, en 1582, pero se enemistó también con Calvino y con Beza, llegando a hacérsele imposible la convivencia con ellos; de allí pasó a otras ciudades francesas, entre ellas Lyon, y seguidamente se instaló en París, donde en 1585 se manifestó solemnemente en contra de los aristotélicos, sustentando según una costumbre muy extendida en la época —para que sirviesen de base a una discusión pública— una serie de tesis filosóficas dirigidas principalmente contra Aristóteles.” “En Helmstedt fue acogido con gran favor, en 1589, por los duques de Braunschweig-Lüneburg; de allí pasó a Francfort del Meno, donde dio a la imprenta algunas de sus obras. § Su vida fue como vemos la de un profesor y escritor ambulante, de incansable peregrinar. Por último retornó a Italia en 1592 y vivió durante algún tiempo en Padua sin que nadie le molestase, hasta que a la postre fue sorprendido por la Inquisición en Venecia, recluido en la cárcel y trasladado luego a Roma, donde en el año 1600, después de haberse negado a retractarse, fue condenado a morir en la hoguera como hereje; algunos testigos presenciales de su muerte, por ejemplo Scioppio, informan que soportó con gran fortaleza y serenidad la muerte por el fuego. § Las obras de Giordano Bruno fueron declaradas heréticas y ateas tanto por los católicos como por los protestantes y, por esta razón, quemadas, destruidas y mantenidas en secreto. Es, por ello, muy difícil encontrarlas reunidas, aunque la mayoría de ellas se hallan en la biblioteca de la universidad de Gotinga” “Dondequiera que se detenía por algún tiempo pronunciaba conferencias y componía y editaba obras; por eso es tan difícil llegar a reunir sus escritos completos. § Esto explica también el que muchas de sus obras se repitan en cuanto al contenido, aunque lo presenten bajo diversa forma. Y es natural que quien trabajaba de este modo no llegase nunca a desarrollar debidamente su pensamiento. El carácter fundamental que muchas de sus obras presentan es justo, de una parte, el que responde al hermoso entusiasmo de un alma noble que siente palpitar dentro de sí el espíritu y que sabe que la unidad de su ser y de todo ser constituye la vida íntegra del pensamiento. Hay algo de báquico en el modo como aborda los problemas esta profunda conciencia, que se desborda para convertirse en el verdadero objeto de sus especulaciones y expresar así su riqueza. (…) cuando no ha alcanzado aún esta formación científica, pasa continuamente de unas formas a otras, sin acertar a ordenarlas convenientemente.” “fanatismo místico”

El universo es, pues, como un animal infinito en el que todo vive y se mueve de las maneras más diversas. La inteligencia formal no se distingue así en nada de la causa final (del concepto de fin, de la entelequia o el principio inmóvil de Aristóteles); pero asimismo hay que ver en ella probablemente una inteligencia eficiente (causa efficiens), una causa intermedia, precisamente la que produce aquellos resultados.”

Si la materia fuese simplemente la potencia indeterminada, ¿cómo sería posible llegar a lo determinado? Esta simplicidad de la materia no es de suyo sino un momento de la forma; por tanto, al tratar de sustraer la materia a la forma, se la establece, al mismo tiempo, como una determinación de la forma misma, lo que equivale a establecer también y al mismo tiempo lo otro.”

Se representa el principio primigenio, lo que en otra parte llama la forma, bajo el concepto de lo más pequeño que es, al mismo tiempo, lo más grande, de lo uno que es, al propio tiempo, todo; el universo es este uno en todo. En el universo, dice este pensador, el cuerpo no se distingue del punto, ni el centro de la periferia, lo finito no se diferencia de lo infinito ni lo más grande de lo más pequeño. Todo es, aquí, centro o, dicho en otros términos, el centro del universo se halla en todas partes y en todo. Los antiguos expresaban esto diciendo que el padre de los dioses moraba esencialmente en todos y cada uno de los puntos del universo.”

La unidad de lo contrapuesto es explicada de este modo: la diferencia entre las sombras no es nunca verdadera pugna o contradicción. En el mismo concepto se encierran y conocen los contrarios, lo bello y lo feo, lo conveniente y lo inconveniente, lo perfecto y lo imperfecto, lo bueno y lo malo. Lo imperfecto, lo malo, lo feo, no descansan sobre ideas especiales propias; a estos conceptos se los conoce en otros, y no en uno peculiar suyo, que no es nada. Pues este algo peculiar es el no-ser en el ser, el d-efecto en el efecto. La inteligencia primera es la primera luz; derrama su luz desde lo más recóndito hasta lo más externo y la luz vuelve a condensarse desde lo más externo en sí misma. Toda esencia puede captar, con arreglo a su capacidad, algo de esta luz.” “Esta luz pura de las cosas es precisamente su cognoscibilidad, que parte de la inteligencia primera y se orienta hacia ella; lo que no es no puede ser conocido.” “Por medio de la idea que vive en la inteligencia se comprenden siempre las cosas mejor que por medio de la forma de las cosas naturales en sí mismas, precisamente porque esto es lo más material: pero la más alta comprensión se logra por medio de la idea del objeto tal y como vive en la inteligencia divina.” “Ahora bien, el arte de Giordano Bruno consiste en determinar el esquema general de la forma que todo lo comprende bajo sí y en poner de manifiesto cómo sus momentos se expresan en las diferentes órbitas de la existencia.” “La unidad es lo que sirve de hilo de reducción; y Giordano Bruno, al distinguir el mundo natural y el mundo metafísico, trata de establecer el sistema de aquellas determinaciones para poner de manifiesto, al mismo tiempo, cómo se manifiesta aquí de un modo natural lo que de otro modo se revela como lo pensado.”

Este arte del pensamiento interior y de la organización exterior con arreglo a él, y viceversa, arte que el alma humana posee, es puesto por Giordano Bruno en estrecha relación con el arte de la naturaleza del universo y con la acción del principio absoluto del universo en general, con arreglo a lo cual todo se forma y se plasma: es una forma única que se desarrolla; es el mismo principio universal que se plasma en los metales, las plantas y los animales y que en el hombre piensa y organiza fuera de sí, aunque se exprese, en sus efectos, de modo infinitamente diverso en el universo todo. Por consiguiente, es uno y el mismo desarrollo de uno y el mismo principio el que se proyecta sobre el interior y el exterior.”

Hasta aquí todo va bien en conjunto; es la ejecución del mismo esquema en todas direcciones. Y no cabe duda de que es digno de los mayores respetos este intento de exponer el sistema lógico del artista interior, del pensamiento productivo, de tal modo que a él correspondan las formas de la naturaleza exterior. Pero, a pesar de todo, las determinaciones del pensamiento, aun siendo de indiscutible grandeza el modo de proceder de Giordano Bruno, no pierden aquí su carácter superficial, el carácter de tipos inertes, muertos, como el de los esquemas de la filosofía natural de los tiempos modernos, ya que este pensador se limita a enumerar los momentos y las contradicciones del esquema, como los filósofos de la naturaleza desarrollan en cada esfera, considerándola como algo absoluto, la tríada. Giordano Bruno junta al buen tuntún los momentos más determinados; y cuando trata de expresarlos por medio de figuras y clasificaciones, todo es confusión. Las 12 formas que le sirven de base no son formas derivadas y reducidas a unidad en un gran sistema único, ni aparece tampoco como algo derivado la multiplicación de las formas posteriores. Giordano Bruno escribió diversas obras acerca de esto (De sigillis), y la exposición que hace de este punto varía en todas ellas; las cosas se manifiestan en forma de letras y de signos que corresponden a un pensamiento.” O mesmo problema do rodopio sem achar a saída dos conceitos finais nietzschianos para Heidegger: eterno retorno, super-homem, transmutação de todos os valores, vontade de potência.

EM CIMA DO MURO: “Vanini, como antes de él hicieran ya Pomponacio y otros opone la razón a la fe y a la doctrina de la Iglesia. Sin embargo, al probar por medio de la razón tales o cuales dogmas contradictorios con la doctrina cristiana, hacían constantemente protestas —como, andando el tiempo, y ya entre los reformados, haría Bayle— de que sus convicciones estaban sometidas en un todo a lo que la Iglesia enseñaba; o bien aducían todos los fundamentos y argumentos en contra de los dogmas teológicos como otras tantas dificultades y refutaciones insolubles puestas por la razón y que ellos, por su parte, sometían también gustosos a los dictados de la fe. Bayle dice, por ejemplo, en su Dictionnaire crítico, donde pasa revista a muchas ideas filosóficas, bajo la voz «Maniqueos», que la afirmación de que existen 2 principios no puede ser refutada, pero que esta opinión debe ser sometida a la autoridad de la Iglesia.” Em que pese tal postura, Vanini morreu na fogueira.

Pero además la Iglesia, al proceder así, caía en la peregrina contradicción de condenar a Vanini porque, aun no encontrando las doctrinas eclesiásticas conformes a razón, se sometía a ellas; por donde parecía exigir, y lo hacía valer por la fuerza de las hogueras inquisitoriales, no que sus doctrinas estuviesen por encima de la razón, sino que fuesen conformes a ella y la razón no tuviese más tarea formal que el hacer comprensible el contenido de la teología. La irritabilidad de la Iglesia peca de inconsecuencia y la arrastra a profundas contradicciones. Empezó reconociendo, es verdad, que la razón era incapaz de captar la verdad revelada, siendo por tanto indiferente como tal razón y hallándose las objeciones que de ella partiesen expuestas a verse refutadas y pulverizadas por sí mismas. Pero al no admitir, a partir de un determinado momento, que la contradicción entre la razón y la fe fuese tomada en serio y al condenar, precisamente por ello, a Vanini por ateísmo, venía a reconocer implícitamente que la doctrina de la Iglesia no podía contradecir a la razón, pero exigiendo al mismo tiempo que la razón fuese sometida a la Iglesia.”

Quienes, desde los antiguos hasta Voltaire, están considerados como enemigos del cristianismo y como ateos, hacen hincapié especialmente en las representaciones de orden externo. El empeño en atenerse literalmente a ellas conduce sin remedio a toda una serie de contradicciones.”

Los profesores reales, por ejemplo, habían mantenido en un Collège una controversia con los teólogos de la Sorbona sobre si debía pronunciarse quidam, quisquis, quoniam, o kidam, kiskis, koniam, y esta polémica tomó un sesgo tan violento que dio lugar a un proceso ante el parlamento, porque los doctores habían decidido retirar sus prebendas a un clérigo por defender la pronunciación de quisquis.”

Por último, Ramus logró una cátedra pública, siendo designado profesor en París, pero en varias ocasiones tuvo que abandonar este puesto en la enseñanza, por ser hugonote, al producirse disturbios intestinos en el país en torno a la cuestión religiosa; una de las veces hubo de viajar por Alemania. En la Noche de San Bartolomé, en 1572, pereció también Ramus a manos de sus enemigos” Que tempos merdões…

Ramus despertó un interés vivísimo con sus ataques, sobre todo contra la dialéctica aristotélica anterior, y contribuyó mucho a simplificar el formalismo de las reglas dialécticas. Ganó gran fama sobre todo por haber combatido tenazmente la lógica escolástica, erigiendo frente a ella una lógica nueva: la lógica rameana; esta polémica tuvo tan grande y profunda repercusión, que hasta en las historias de la literatura alemana aparecen mencionados los partidos de los ramistas, los antirramistas y los semirramistas.”

Los esfuerzos de hombres [Montaigne, Charron, Maquiavel] como éstos pertenecen evidentemente al campo de la filosofía en la medida en que extraen sus pensamientos de su conciencia, del círculo de la experiencia humana, de la observación de lo que sucede en el mundo y en el corazón del hombre. Es una filosofía de la vida, en la que se captan y exponen estos resultados de la experiencia; y sus resultados son en parte entretenidos y en parte instructivos.” “Pero no hacen girar sus investigaciones en torno al gran problema que interesa a la filosofía, ni razonan a base del pensamiento: por eso no pueden ser incluidos propiamente en la historia de la filosofía, sino que pertenecen más bien al panorama de la cultura general y se mueven dentro del marco del sano sentido común.” “El hombre vuelve ahora a mirar a su corazón y hace valer una vez más las razones de él: la esencia de las relaciones entre el individuo y la esencia absoluta se ve centrada de nuevo en el corazón, en el entendimiento y en la fe del propio individuo. Y aunque el corazón del hombre se halle todavía dividido, esta división, este conflicto, este anhelo es ya un desdoblamiento del hombre mismo”

Otra consecuencia de ello es la abolición de las oraciones en una lengua extranjera y el cultivo de las ciencias mediante el vehículo de este idioma extraño. El hombre es un elemento productor, creador, en el lenguaje: es ésta la primera exterioridad de que el hombre se reviste, la más simple forma de la existencia de que cobra conciencia; lo que el hombre se representa se lo representa también interiormente como hablado. Pues bien, esta primera forma aparece como algo roto y extraño cuando el hombre se ve obligado a expresar o sentir en una lengua extraña lo que toca a su supremo interés.”

La orientación fundamental que trae consigo la Reforma es el momento abstracto del ser dentro de sí del espíritu, del ser libre, del adentrarse en sí mismo; precisamente esta libertad es la vida misma del espíritu que lo lleva a replegarse sobre sí, con su contenido determinado, que aparece como otra cosa, mientras que el espíritu carece de libertad cuando deja subsistir dentro de sí esta alteridad como algo extraño a él, bien como algo no-asimilado, bien como algo muerto.”

TERCERA PARTE:

LA FILOSOFÍA MODERNA

INTRODUCCIÓN

Es un prejuicio pensar que la Reforma sólo trajo como resultado el separar del seno de la Iglesia católica a una parte de los cristianos: Lutero contribuyó también, muy eficazmente, a la reforma de la Iglesia católica misma, cuya corrupción está patentizada por sus propios documentos y por los mensajes de los emperadores y el Imperio al papa” Difícil imaginar que mesmo no tempo de Hegel (muito depois da própria Reforma!) alguém ainda não soubesse disso…

El principio de la reconciliación interior del espíritu, que era ya en sí la idea del cristianismo, se alejaba, pues, de nuevo y aparecía ahora como un desgarrón exterior e irreconciliable: un ejemplo más de la lentitud con que el Espíritu del Mundo se sobrepone a esta exterioridad.”

Con la invención de la pólvora desaparece la lucha animada por la cólera individual.” HAHAHAA!

El hombre descubre América, sus tesoros y sus pueblos, descubre la naturaleza, se descubre a sí mismo; la navegación es, ahora, el romanticismo superior del comercio.” sus tesoros y sus pueblos… Interessante!

La Iglesia perdió así todo poder contra él, pues el principio de la Iglesia residía, en verdad, en el espíritu mismo, y no en la ausencia de éste.”

A Igreja perdeu assim todo o poder contra ele, pois o princípio da Igreja residia, na realidade, no espírito mesmo, e não em sua ausência.” Quando foi que comecei a ler um livro de HISTÓRIA DA RELIGIÃO mesmo?!?

El otro lado del problema es que lo eterno, que es verdadero en y para sí, sea también conocido y comprendido por el mismo corazón puro; el espíritu propio se apropia para sí lo eterno. Tal es la fe luterana, simple y escueta, sin el aditamento de las obras, como se las llamaba. Nada tiene valor sino dentro del corazón, y no como cosa.”

INTERIORIZAÇÃO DO NIILISMO: “Dios sólo reside, por tanto, en el espíritu, no en el más allá, sino en lo más propio y más recóndito del individuo.”

El pensamiento conquista así su independencia, con lo cual abandonamos su unidad con la teología; se separa de ésta, como ya entre los griegos se había separado de la mitología, de la religión popular, para buscar de nuevo estas formas al final, en la época alejandrina, tratando de llenar las ideas mitológicas con la forma del pensamiento. Pero permanece por ello el nexo en sí: la teología no es otra cosa que la filosofía, ya que ésta piensa sobre sus problemas.”

Por tanto, cuando el pensamiento se manifiesta como una fuerza propia e independiente, nos separamos de la teología; estudiaremos, sin embargo, una figura en la que la teología y la filosofía forman aún una unidad. Nos referimos a Jacob Böhme, en quien el espíritu, aun moviéndose en su terreno propio y privativo, se halla encuadrado en parte dentro del mundo finito y natural, y en parte dentro del mundo interior, que es primordialmente el mundo cristiano.”

La primera dirección, o sea el realismo, es la experiencia. Filosofar es aquí o tiene como determinación fundamental el pensar por cuenta propia para asimilarse lo presente, [AS COISAS] como aquello en que reside la verdad y en que puede, por tanto, llegar a ser conocida; todo lo especulativo se achata para ser reducido a experiencia. Este algo presente que sirve de pauta es la naturaleza existente, externa, y la actividad espiritual en cuanto mundo político y actividad subjetiva. El camino hacia la verdad, para esta filosofía, consiste en partir de esta premisa, pero sin detenerse en su realidad externa y aislada, sino remontándose a lo general. [A IDÉIA]” H. insinua que falará imparcialmente da corrente que lhe é oposta; em poucos parágrafos estará refutando toda esta modalidade do pensar.

AQUILO CONTRA QUEM STEPHEN HAWKING FALAVA, E NÃO <FILÓSOFOS> NO TERMO ATUAL (ele estava 300 anos defasado): “la ciencia de la naturaleza sólo llega hasta la fase de la reflexión. Esta senda de la física experimental se llamó y sigue llamándose todavía hoy filosofía, como nos lo revelan los Principia philosophiae naturalis de Newton” “lo que hoy llaman los franceses sciences exactes.” “Aquí no es la idea misma, en su infinitud, el objeto del conocimiento” “las leyes de Keplero” “En la filosofía escolástica, por el contrario, era como si al hombre le hubiesen sacado los ojos, y todo lo que en aquel tiempo se discutía acerca de la naturaleza partía de una serie de premisas abstrusas.” Mais detalhes dessa fase da evolução espiritual e epistemológica em https://seclusao.art.blog/2021/08/05/o-que-aristoteles-e-stephen-hawking-tem-em-comum-um-pouco-sobre-a-contenda-edipiana-fisica-x-metafisica-mal-entendidos-comuns-entre-uma-e-outra-do-ponto-de-vista-filosofico-passando-por-figuras-il/.

En segundo lugar, se observaba lo espiritual tal y como, en su realización, forma el mundo espiritual de los Estados, con el fin de inquirir así por la experiencia cuáles eran los derechos de unos individuos con respecto a otros y frente al príncipe, y cuáles los de unos Estados para con otros.” A ciência exato-política, por assim dizer.

Antes (…) lo que a los reyes les era lícito y lo que les estaba vedado se tomaba de la historia de Saúl y de David; los derechos y prerrogativas de los sacerdotes tenían como fuente la historia de Samuel; en una palabra, el Antiguo Testamento era la fuente de todos los principios del derecho público, y todavía hoy vemos cómo en todas las bulas de los papas se refuerzan con referencias al Antiguo Testamento los ordenamientos de la Iglesia.”

Fueron compuestos, de este modo, libros que todavía hoy se citan con cierta frecuencia en el parlamento inglés.”

A segunda direção, o idealismo, parte sempre do interior; para ele, tudo reside no pensamento e o espírito mesmo é todo o conteúdo.¹ Aqui se toma por objeto da filosofia a idéia mesma, isto é, trata-se de pensá-la, a fim de chegar, partindo dela, ao determinado. [AS COISAS] O que ali [no realismo] extrai-se da experiência, extrai-se aqui do pensamento a priori, ou bem capta-se também o determinado, só que não para reduzi-lo ao geral, senão que para <reduzi-lo> à IDÉIA.”

¹ Tem razão, Hegel: tudo sempre parte do interior: do pensamento! Até mesmo “o espírito” é uma criação do eu.

Grifos em laranja: H. deixa claro – realismo e idealismo não são dois rios ou duas vias de mão única. Não há simetria. O realismo certamente só pode confluir num sentido – do particular (dados imediatos, que não deixam por isso de ser mentais), pois são fenômenos, para AS IDÉIAS; e ainda assim não A IDÉIA, isto é, a mais elevada de todas, o ABSOLUTO. Para H., a investigação empírica só funciona para descobrir leis da física ou uma ou outra lei política ou princípio ou axioma do Direito. Mas o idealismo conflui nos dois sentidos, é muito mais perfeito. Pelo pensamento (o único) se acessam as coisas; pelas coisas – o particular – se chega ao geral, ao pensamento do absoluto (A IDÉIA). Em síntese, a experiência é limitada, embora seja humana e, de qualquer forma, melhor do que a abstração vácua (escolástica). Veja que há “geral” e “geral” em H.: gerais e gerais; uns são apenas conceitos (o limite do realismo), outros são apenas uma fase intermediária do idealismo. O geral está sempre em contraposição ao determinado, que é o fenômeno puro, poder-se-ia dizer, carente da generalização sistemática – mas tem-se de perguntar: em qual contexto? De qual geral se está falando? Sempre que se ler H. isto tem sua importância.

1.1. As coisas são sempre meio, nunca fim.

1.2. Os fins, se determinados pela experiência, são apenas meios para os fins absolutos ideais.

Sin embargo, ambas direcciones vienen a converger en un punto común, ya que también la experiencia, por su parte, se esfuerza por derivar de las observaciones, principios y leyes generales; y a su vez el pensamiento, partiendo de lo general abstracto, necesita darse un contenido determinado, por donde lo apriorístico y lo aposteriorístico no forman dos campos absolutamente deslindados. En Francia, logró imponerse más bien lo general abstracto; en Inglaterra prevaleció, por el contrario, en general, el criterio de la experiencia, que todavía hoy goza de gran predicamento en aquel país; Alemania, en cambio, tomó como punto de partida la idea concreta, el interior del hombre, pleno de ánimo y espíritu.” Nonsense. Hegel quer dizer que em seu país se está no melhor dos mundos; que em sua filosofia se está no verdadeiro. No mais verdadeiro que os outros verdadeiros. O difícil para Hegel é ir além do a priori kantiano, que é um tipo muito especial de a priori, mais elevado que o a priori francês, se podemos assim dizer. Aqui não é o lugar para tratar do criticismo kantiano, que é, efetivamente, a síntese correta, e antes mesmo de Hegel aparecer. Hegel tem de recorrer a um suposto Espírito do Mundo para pretender estar um grau acima de Kant em objetividade. Uma objetividade divina (em si!)! Alega que não só a representação mental, mas o mundo como matéria viva, o em si kantiano, não-partícipe da experiência, é sinônimo com sua representação mental, mas se, e somente se, souber-se “rastreá-lo”, “sentir seu cheiro”, que é o que ele faz em seu Historicismo. Isso, no entanto, é o vulgar e depreciativo de sua filosofia. O em si só pode ser em si enquanto for inessencial no sentido hegeliano, i.e., o que se chama a partir de Schopenhauer de vontade, e que a terminologia existencialista abandonará, mas continuará usando implicitamente. O que é inessencial não tem “agenda própria”, não tem fim em vista, teleologia, apenas é, com-o-homem.

Ahora bien, la conciliación buscada y que se cree poder lograr también en el reino del pensamiento es el interés general de la ciencia. Esa conciliación se realiza en sí, pues el saber se considera capacitado para llevar a cabo este conocimiento de la conciliación dentro de sí. Por tanto, los sistemas filosóficos no son otra cosa que otras tantas modalidades de esta unidad absoluta, de tal modo que sólo en la unidad concreta de aquellas contraposiciones reside la verdad.”

La segunda fase es la de la conciliación metafísica; y es realmente aquí donde, con Descartes, comienza la filosofía de la época moderna como pensamiento abstracto.”

Descartes resumido como SUSPENSÃO ACEITAÇÃO.

Pseudo-suspensão, já que depois todo o fenomênico é automaticamente aceito, pois provém de Deus em última instância, i.e., provém imediatamente de mim, da consciência pensante, e Deus não pode dotar meu intelecto de um erro ou de uma fraude metafísica.

E no entanto isto já é suficiente, para H., para adentrar-se a modernidade: “Y así se plantea el problema de cómo es o puede ser el pensamiento idéntico a lo objetivo. Con ello, se destaca por sí mismo y se convierte en objeto lo interior, lo que sirve de base a esta metafísica; estamos ya plenamente dentro de la moderna filosofía.” “ahora los pensadores viven en condiciones completamente distintas de aquellas en que vivieron los filósofos de los tiempos antiguos”

De aquí que en Grecia y en Roma los filósofos viviesen de un modo muy propio y peculiar, rodeándose en lo externo de aquel ambiente y de aquellas condiciones de vida que mejor cuadraban a su ciencia y que más dignas parecían de ella; procuraban mantenerse, como particulares, independientes y al margen de las relaciones de la vida social, y en tal sentido podría comparárselos a los monjes, que renuncian a los bienes temporales.

En la Edad Media, la filosofía corre principalmente a cargo de clérigos y doctores en teología. En el período de transición, los filósofos libran una dura lucha interior consigo mismos y luchan exteriormente contra las circunstancias, debatiéndose en la vida en medio de grandes y agitadas vicisitudes.

Muy distinto es el panorama de la época moderna, donde no nos encontramos ya con individuos-filósofos que formen una clase aparte. Las murallas que los separaban del resto de la sociedad han caído por tierra; los filósofos ahora no son monjes, sino que viven dentro del mundo, asociados a él, y tomando parte, de un modo o de otro, en las actividades comunes. Viven sujetos a las condiciones de la vida civil, ocupando puestos o desempeñando cargos públicos; y cuando son simples particulares, su posición no los aísla tampoco del resto de la sociedad. Viven entregados al presente, al mundo, entrelazados con la marcha y el desarrollo de éste, y sólo se dedican a la filosofía por añadidura, como un lujo y una superabundancia.” Silêncio, pois Hegel está descobrindo as condições do modo de produção capitalista! Não há poços destapados no meio da cidade onde possamos tropeçar e cair por acidente…

En efecto, en la época moderna vemos cómo, al reconciliarse el principio mundanal consigo mismo, se aquieta y encauza dentro del orden el mundo exterior: las relaciones mundanales, las clases y los estamentos, las maneras de vivir, se constituyen y organizan de un modo natural y racional. Va formándose una cohesión general e inteligente, con lo cual también la individualidad adquiere una posición distinta dentro de la sociedad, perdiendo aquella vigorosa personalidad plástica de los antiguos.” É tudo uma máquina sorridente e animada após Lutero ter traduzido a Bíblia, correto? Durkheim seria a apoteose e fim dessa maneira de pensar.

Debido a que el poder objetivo de las circunstancias es inmenso y, por ello mismo, la modalidad necesaria —según la cual soy en ellas— se ha convertido en algo indiferente para mí, por ello también se convierte en indiferente la personalidad y la vida individual.” “El mundo moderno es este poder esencial de la cohesión y, dentro de él, es sencillamente necesario para el individuo formar parte de esa cohesión general, en lo que a la vida exterior se refiere; hoy los hombres sólo pueden vivir en común dentro de su sociedad y de su clase, y la única excepción a esta regla la tenemos en Spinoza.”

La clase de los filósofos no se halla aún organizada, como la de los monjes. Los dedicados a la enseñanza y a la vida universitaria lo están ya un poco; pero incluso esta clase se ve obligada a hundirse en las normas cotidianas de las relaciones sociales, ya que la entrada en ella es algo regulado exteriormente. Lo esencial es que el filósofo se mantenga fiel a su fin.”

SECCIÓN PRIMERA:

SE ANUNCIA LA FILOSOFÍA MODERNA

Los 2 primeros filósofos que hemos de considerar aquí son [o segundo e mais relevante] Bacon, y Böhme, dos individualidades tan absolutamente dispares como lo son sus filosofías.”

Bacon (…) a quien suele citarse, por ello mismo, como el caudillo de toda esa filosofía de la experiencia con cuyas frasecillas se gusta todavía hoy de adornar cierta clase de obras.” Hahaha!

La filosofía baconiana es, pues, en términos generales, una especie de filosofía basada en la observación de la naturaleza exterior y espiritual del hombre, de sus inclinaciones, sus apetitos y sus determinaciones jurídicas y racionales; partiendo de aquí, se llega a conclusiones y se descubre o se trata de descubrir las ideas y las leyes generales que rigen en este campo de problemas. Bacon dio completamente de lado a la filosofía escolástica, la repudió como enemigo que era de razonar a base de abstracciones completamente remotas, cerrando en cambio los ojos a lo que se tiene delante de los ojos. Su punto de vista es el de los fenómenos revelados por los sentidos, [y no por la Iglesia!] tal y como se aparecen ante el hombre culto y cómo éste reflexiona en torno a ellos; punto de vista conforme al principio de aceptar lo temporal y lo finito como tal.”

a la edad aproximada de 19 años escribió una obra acerca del estado de Europa (De statu Europae). Se unió en su juventud al conde de Essex, favorito de la reina Isabel, gracias a cuya protección pronto mejoró de situación material —hay que tener en cuenta que, como segundón que era, no se había beneficiado en lo más mínimo con el patrimonio paterno, el cual correspondía íntegro al primogénito—, haciendo grandes y rápidos progresos.” “se le acusa, en efecto, de haberse dejado seducir por los enemigos de Essex para acusarlo públicamente de alta traición cuando el favorito cayó en desgracia.” “Y, aun ocupando puestos tan altos y de tan gran responsabilidad, no tenía inconveniente en entregarse a la intriga y en incurrir en actos de la más burda venalidad. Esto hizo que atrajese sobre sí él descontento del pueblo y de los grandes, hasta que, al cabo, fue acusado judicialmente, viéndose su proceso ante el parlamento. Fue condenado a pagar una multa de 4000 libras esterlinas y encarcelado en la Torre de Londres, su nombre fue borrado de la lista de los pares. Durante el proceso y su encarcelamiento, dio pruebas de una increíble debilidad de carácter.” História já muito conhecida. Mas é interessante ‘relê-la’ sob novos olhos (os de H.).

No tardó, sin embargo, en ser excarcelado, dándose por anulado su proceso, gracias al odio todavía mayor que existía contra el rey y contra el ministerio de Buckingham, bajo cuyo gobierno había desempeñado aquellos cargos y por creérsele víctima de él, ya que tuvo la suerte de que el gobierno del duque cayese antes y de que su jefe se viese abandonado y perseguido por quienes, siendo gobernante, le secundaran. Fue, pues, esta circunstancia —la de que sus perseguidores se hiciesen odiar por su labor de gobernantes tanto como él— la que más que su propia inocencia contribuyó a atenuar un poco el desprecio y el odio concitados contra Bacon.” “Durante el resto de su vida no salió ya de la oscuridad y de la miseria, viéndose obligado a mendigar del rey algún socorro y dedicando el resto de sus días al cultivo de las ciencias, hasta que murió en el año 1626. (Buhle; Brucker)

El nombre de Bacon es ensalzado siempre como el del pensador que descubrió en la experiencia la verdadera fuente del conocimiento, y no puede negarse que es, en rigor, el guía y el representante más caracterizado de lo que en Inglaterra se llama filosofía, una filosofía a la que los ingleses no aciertan a sobreponerse. Parecen ser, en Europa, a la verdad, el pueblo que vive entregado por entero al entendimiento de la realidad, como los tenderos y los artesanos viven entregados, dentro del Estado, a cuanto se refiere a la materia, y lo que les guía y gobierna es el tomar como objeto de sus pensamientos la realidad y no la razón.

Bacon realizó, sin duda alguna, una obra muy meritoria al señalar cómo es necesario tener en cuenta los fenómenos naturales exteriores e interiores; pero su nombre aparece rodeado de mayor fama que la que sus méritos inmediatos permiten reconocerle. La época misma y la manera de razonar de los ingleses revelan la tendencia general a partir de hechos y a juzgar con arreglo a ellos; y como realmente fue Bacon quien proclamó esta dirección y como, además, hace falta siempre un guía y un fundador a quien poner al frente de una manera, se le coloca en este puesto, como si, en efecto, hubiese encauzado él el conocimiento por estos derroteros de la filosofía experimental.”

Con toda la corrupción de su carácter, era un hombre de espíritu y de gran sagacidad, indudablemente, pero no poseía la capacidad necesaria para razonar con arreglo a pensamientos generales y a conceptos. No encontramos en él una consideración metódica y científica de los problemas, sino solamente los razonamientos exteriores propios de un hombre de mundo como Bacon era. El conocimiento del mundo lo poseía innegablemente en el más alto grado”

«Emite casi siempre sus juicios ex cathedra; y cuando intenta explicarlos, recurre más bien a metáforas, a ilustraciones y a agudas comparaciones que a una argumentación directa y adecuada. El razonamiento general es una de las condiciones esenciales de toda filosofía; pues bien, la ausencia de esta cualidad es sorprendente en las obras de Bacon.» The Quarterly Review, 1817

Limítase a examinar el presente y a hacer consideraciones en torno a él, a poner de relieve y dejar prevalecer los fenómenos de la realidad; contempla con los ojos bien abiertos lo existente, concentrando en ello la mirada como en lo primordial y honrando y reconociendo, por encima de todo, esta manera de ver el mundo.” “Y es en realidad este aspecto metódico de sus consideraciones lo único que hace de Bacon una figura relevante y digna de figurar en la historia de las ciencias y de la filosofía; este principio del conocimiento metódico fue, al mismo tiempo, el que le valió la gran influencia que llegó a tener en su época, haciendo que las gentes se fijasen en los defectos de que las ciencias adolecían, tanto en cuanto a su método como en cuanto a su contenido.” “Y no cabe duda de que la época moderna tiene el gran mérito de haber estimulado o creado este conocimiento, pues lo que los antiguos sabían y decían acerca de esto no puede ser más pobre.”

Es cierto que cuando se trata de una ciencia acabada, la idea debe partir de sí misma, pues la ciencia como tal no puede arrancar nunca de lo empírico. Pero, para que la ciencia llegue a existir, hace falta el tránsito de lo individual y lo particular a lo general, una actividad que se proyecte sobre la materia empírica dada y reaccione contra ella y la transforme. El postulado del conocimiento a priori, como si la idea construyese a partir de sí misma, sólo es por tanto un reconstruir, ni más ni menos que la sensibilidad lo hace en la religión en general. Sin el desarrollo de las ciencias de la experiencia jamás habría podido la filosofía llegar más allá de donde había llegado entre los antiguos. La totalidad de la idea de por sí es la ciencia acabada; lo otro es el comienzo, la marcha de su nacimiento.”

Para que pudiese existir, por ejemplo, la historia de la filosofía de los tiempos modernos era necesario que existiese, entre otras cosas, la historia de la filosofía en general, la trayectoria de la filosofía a lo largo de tantos miles de años; el espíritu hubo de recorrer este largo camino para estar en condiciones de poder producir aquella filosofía. En la conciencia, adopta la posición de rechazar o destruir este largo puente que hay detrás de ella, como si se desenvolviese libremente en su éter, sin encontrar la menor resistencia dentro de este medio; pero otra cosa muy distinta es obtener este éter y este desenvolvimiento en él. No debemos perder de vista, en modo alguno, que la filosofía jamás habría llegado a existir sin esta trayectoria anterior; pues el espíritu es esencialmente la elaboración como de algo distinto.” Não tem nada a ver com o espírito, mas H. não deixa de ter razão.

Bacon hízose famoso con 2 obras. Su mérito principal consiste, primeramente, en haber construido en su obra De augmentis scientiarum una enciclopedia sistemática de las ciencias, intento este que necesariamente tenía que causar gran sensación entre las gentes de su tiempo. No deja de tener su importancia, y grande, el tener ante la vista este panorama sistemático, ordenado, del conjunto de las ciencias, en que nadie, hasta entonces, había pensado.”

Bacon clasifica las ciencias con arreglo a las facultades de la memoria, de la fantasía y de la razón, distinguiendo estas 3 clases de materias” Poesia e arte são ciências fantasiosas. Quão bizarro isso nos soa hoje.

Estas divisiones, siguiendo el método favorito de la época, se subdividen a su vez, lo que le permite a Bacon incluir en su clasificación todas las demás ciencias, pero hay que reconocer que sus resultados distan mucho de ser satisfactorios. Forman parte de la historia, según él, las obras de Dios, o sean la historia sagrada, la profética y la eclesiástica; las obras de los hombres, que incluyen la historia en general y la historia de la literatura; las obras de la naturaleza, etc.”

En la Cosmética, al hablar de los afeites, dice: «Es, en verdad, extraño que las leyes civiles y eclesiásticas hayan tardado tanto tiempo en prestar atención a esos malos hábitos de los cosméticos; en la Biblia leemos que Jezabel usaba afeites, pero no así Ester ni Judit».”

Pero, en realidad, la clasificación de las ciencias es lo menos importante en la obra De augmentis scientiarum. Lo que da su valor a esta obra y le asegura el éxito es la crítica y la profusión de observaciones instructivas, cosa que tanto se echaba de menos por aquel entonces en los diversos géneros de conocimientos y disciplinas, sobre todo en lo tocante al problema de saber hasta qué punto debía considerarse vicioso e ineficaz el método que venía empleándose y en el que los conceptos escolástico-aristotélicos eran urdidos por el entendimiento como si se tratase de realidades.”

El segundo aspecto que caracteriza la filosofía de Bacon es que, en su segunda obra, en su Organon, trata de desarrollar prolijamente un nuevo método acerca del saber; y es esto precisamente lo que con mayor frecuencia se invoca, todavía hoy, en apoyo de su fama. Bacon se manifiesta polémicamente en contra del método escolástico hasta entonces imperante y que consistía en saber deduciendo, es decir, contra las formas silogísticas. Llama a este método anticipationes naturae, pues consiste, nos dice, en arrancar de supuestos, definiciones y conceptos hipotéticos, es decir, de abstracciones escolásticas y en seguir razonando a partir de ahí, sin fijarse para nada en lo que sucede en la realidad.”

«La dialéctica en nada ayuda al descubrimiento de las artes; muchas artes han sido descubiertas por obra del azar.»

Contra este método deductivo polemiza calurosamente Bacon, pero no contra el método en general, es decir, no contra el concepto del mismo (concepto que Bacon no posee), sino contra el modo como se manejaba, contra aquella clase de deducciones escolásticas que procedían tomando como base un contenido hipotético.”

En realidad, aunque no lo supiese ni se diese cuenta de ello, Bacon empujaba hacia esta confusión en cuanto al contenido. Pues, aunque en rigor rechazase la deducción de un modo general y sólo admitiese las conclusiones inductivas, no cabe duda de que él mismo incurre, inconscientemente, en deducciones. En parte, todos aquellos héroes de la experiencia que siguiendo a Bacon han puesto en práctica sus postulados y que creen llegar al conocimiento puro de la cosa por la vía de la observación, el experimento y la experiencia, lo que hacen es proceder sin ninguna clase de conclusiones ni conceptos, comprendiendo y concluyendo tanto peor cuanto más creen no tener nada que ver con los conceptos, y, además, no se remontan nunca del plano de la inducción hasta el conocimiento inmanente y verdadero. Por tanto, cuando Bacon contrapone la inducción al silogismo formula una contraposición puramente formal; toda inducción es, al mismo tiempo, una deducción, cosa que ya sabía también Aristóteles.” Toda observação é ideológica. Mas é possível construir novas ideologias mediante observações.

O “AVÔ” DA FENOMENOLOGIA: “Este momento del ahora y el aquí es el que se revela así, en general, a la conciencia de sí. Pero las experiencias, los experimentos, las observaciones no saben lo que en realidad hacen, no saben que el único interés que se toman por las cosas es precisamente la certeza inconsciente interior de la razón de encontrarse en la realidad misma; y las observaciones y los experimentos tienden, en efecto, cuando están certeramente orientados, a la conclusión de que lo único objetivo es el concepto. A los experimentos se les escapa de entre las manos lo particular sensible y se convierte en algo general; el ejemplo más conocido es el de la electricidad positiva y negativa, en cuanto que es eso: positiva y negativa.” Nem sei do que ele está falando (eletricidade + ou -). Provavelmente da escolha arbitrária do vetor, pois obviamente a natureza em si não depõe e positividade ou negatividade de algo, a não ser pelo nada!

El otro defecto formal en que incurren todos los empíricos consiste en creer que se atienen exclusivamente a la experiencia; no se dan cuenta de que, al asimilarse estas percepciones, entran ya en el campo de la metafísica. El hombre nunca permanece, ni puede permanecer aunque quiera, en el campo de lo particular. Busca siempre lo general, y lo general son siempre los pensamientos, aunque éstos no sean conceptos.” “la fuerza es algo general, no perceptible; los empíricos se entregan a estas determinaciones sin el menor atisbo de crítica, de un modo inconsciente.”

Y en su Historia natural ofrece recetas en toda forma para fabricar oro y realizar muchos milagros.” Hahaha! Tinha que aprender com Plínio!

Como vemos, Bacon no se sitúa aún, ni mucho menos, en el punto de vista racional de la investigación de la naturaleza, sino que se deja llevar todavía por las más burdas supersticiones, por una falsa magia, etc. Todo esto aparece expuesto, en conjunto, de un modo intelectivo, con lo cual se mantiene dentro del marco de las ideas de su tiempo.”

«Es inútil investigar las causas finales; esta investigación es incluso perjudicial para las ciencias y sólo tiene interés en el campo de la moral.»

Bacon está en lo cierto al oponerse a esta investigación basada en causas finales, cuando se trata de finalidades puramente externas, y el propio Kant distingue, con mucha razón, esas finalidades externas de las internas.”

Quien actúa en nombre de la colectividad, del Estado, un general por ejemplo, en caso de guerra, no tiene por qué respetar al individuo como tal, sino que éste, aun siendo un fin en sí, es para estos efectos un fin puramente relativo. Es este fin en sí, no como algo exclusivo y contrapuesto a todo lo demás, sino solamente en cuanto su esencia es el concepto general.”

Cuando estudiemos la filosofía de Locke, tendremos ocasión de referirnos de nuevo a este método empírico de los ingleses.”

Este Jacob Böhme había caído en el olvido desde hacía mucho tiempo y pasaba por ser, cuando de él se hablaba, un pietista fanático y soñador; su público fue reduciéndose por obra, sobre todo, de la Ilustración. Leibniz le tenía todavía en alta estima; pero es sobre todo en estos últimos tiempos cuando vuelve a reconocerse toda su profundidad y a enaltecerse la obra de este pensador. No cabe duda de que no era merecedor de aquel desprecio en que se le llegó a tener, pero tampoco creemos que merezca tantos honores como se le han querido tributar.”

Desde este punto de vista, hay que reconocer que Böhme, como filósofo, es un perfecto bárbaro; trátase, sin embargo, de un hombre que, con toda su tosquedad de exposición, posee un corazón concreto y profundo. Lo malo es que por no tener un método ni seguir un orden resulta difícil llegar a formarse una idea clara de su filosofía.”

en su libro De signatura rerum se aclara y contiene bastante bien esta impresión [prostrações extáticas de vários dias, ou ver objetos reluzentes, ou a própria luz, de forma intensa e inexplicável] grabada en él”

Sus obras son muy solicitadas por los holandeses, razón por la cual la mayoría de sus ediciones aparecieron en Amsterdam, habiendo sido reimpresas en Hamburgo. Su primer escrito es la Aurora, al que siguen muchos otros; el titulado De los tres principios y otro que lleva por título De la triple vida del hombre figuran entre los más notables. Böhme era un lector infatigable de la Biblia. No sabemos de otras lecturas suyas. Pero gran cantidad de pasajes de sus obras revelan que leía mucho, principalmente, sin duda alguna, obras de mística, de teosofía y de alquimia, entre las que podemos estar seguros de que figurarían las de Teofrasto Paracelso Bombast von Hohenheim, filósofo de parecido calibre, aunque más confuso que Böhme y sin la profundidad de espíritu de éste.” Vai me desculpar, H., mas Giordano Bruno é muito mais moderno que esse Böhme – isso foi xenofobia sua!

Pero como Böhme no posee el concepto y se halla tan rezagado en cuanto a la formación del espíritu, resulta que esto se traduce en una espantosa y angustiosa batalla de su ánimo y de su conciencia con el lenguaje; y el contenido de esta batalla es la más profunda idea de Dios, que se esfuerza por unir y enlazar las más absolutas contradicciones, pero no por unirlas y enlazarlas para la razón pensante.” Dá a impressão de ser o Kierkegaard do pré-hegelianismo, como Kierk. foi o Böhme do pós-hegel..

Así como Próspero, en el drama de Shakespeare —en La Tormenta—, amenaza a Ariel con hendir un nudoso roble y aprisionarle en él por mil años, así el gran espíritu de Böhme se halla aprisionado en el duro y nudoso roble de lo sensible, en la dura prisión de las representaciones, sin poder alcanzar la libre exposición de la idea.”

nos equivocaríamos en nuestro trabajo si tratáramos de encontrar en Böhme, a todo trance, un desarrollo consecuente de sus ideas, sobre todo en tanto que trascienden.” Os loucos também podem figurar na história da filosofia, por que não?

Con el tormento, trata Böhme de expresar lo absoluto, es decir, justo la negatividad consciente de sí y sentida, lo negativo referente a sí mismo, que es, por ello, afirmación absoluta. En torno a este punto giran, en efecto, todo el esfuerzo y toda la preocupación de Böhme”

Trátase evidentemente tan sólo de una tergiversación muy propia de zapatero de portal del nombre sal nitri, salitre (que en austríaco aún se sigue llamando hoy «salnitre»), es decir, sal neutra, la esencia neutral y verdaderamente general.”

SECCIÓN SEGUNDA:

EL PERÍODO DEL ENTENDIMIENTO PENSANTE

Esta seção será desproporcional, respondendo por de 40 a 50% de todo o conteúdo de relevo deste volume; portanto, bastante mais extensa que qualquer outra seção de capítulo do livro III.

Con Cartesio entramos, en rigor, desde la escuela neoplatónica y lo que guarda relación con ella, en una filosofía propia e independiente, que sabe que procede sustantivamente de la razón y que la conciencia de sí es un momento esencial de la verdad.”

Aquí, ya podemos (…) gritar, al fin (…) ¡tierra!”

El alemán, sobre todo, cuanto más servil en un sentido más desenfrenado se muestra en otro; la limitación y la falta de medida, el afán de la originalidad, es el ángel satánico que nos azota con sus alas.” Bela caracterização do nazismo!

Este recomenzar de la filosofía, en esta época, explica por qué las viejas historias de la filosofía del siglo XVII, la de Stanley por ejemplo, sólo tratan de la filosofía de los griegos y los romanos, terminando con el advenimiento del cristianismo, como si para ellas no existiese, a partir de entonces, ninguna filosofía, por considerarla, en realidad, innecesaria, ya que la teología filosófica de la Edad Media no tenía como principio el pensamiento libre, que parte de sí mismo.”

Este [primer] período nos revela como principales figuras a Descartes y Spinoza y, al lado de ellas, las de Malebranche, Locke, Leibniz y Wolff. La otra forma es la del escepticismo y el criticismo contra el entendimiento pensante [esse suposto primeiro período moderno], contra la metafísica como tal y contra lo que hay de general en el empirismo: al llegar aquí, examinaremos las modalidades de estas corrientes filosóficas entre los escoceses, los alemanes y los franceses; los materialistas franceses retornan, más tarde, a la metafísica.”

Lo primero es la metafísica espontánea, pero también exenta de crítica: Descartes y Spinoza, que implantan la unidad del ser y el pensar. Lo segundo es Locke, quien trata de la contraposición misma, considerando la idea metafísica de la experiencia (…) La mónada de Leibniz, es, en tercer lugar, la totalidad de la concepción del mundo.”

La filosofía spinozista, en segundo lugar, se comporta con respecto a la filosofía de Cartesio solamente como si se tratase de su consecuente desarrollo; el método es lo fundamental. Una forma que aparece al lado del spinozismo y que constituye también un desarrollo completo del cartesianismo es, en tercer lugar, el modo como Malebranche se representa esta filosofía.”

René Descartes es un héroe del pensamiento, que aborda de nuevo la empresa desde el principio y reconstruye la filosofía sobre los cimientos puestos ahora de nuevo al descubierto al cabo de mil años.” Exagero da porra!

su importancia estriba principalmente en haber sabido exponer su pensamiento de un modo simple y sencillo y, al mismo tiempo, popular, relegando a segundo plano toda premisa del pensamiento popular mismo, partiendo de tesis completamente simples y reduciendo el contenido a los pensamientos o a la extensión y el ser, con lo que, en cierto modo, enfrenta el pensamiento con esta su antítesis. Este pensamiento simple se presenta bajo la forma del entendimiento determinado y claro, razón por la cual no se le puede llamar un pensamiento especulativo, una razón especulativa. Cartesio parte de determinaciones fijas, firmes, pero solamente del pensamiento; es la manera de su tiempo. Lo que los franceses llaman ciencias exactas, ciencias del entendimiento determinado, tiene justo en esta época su punto de partida. La filosofía y la ciencia exacta no se hallan separadas todavía; la separación de una y otra habrá de producirse más tarde.”

poco después, en 1619, el primero de la guerra de los Treinta años, entró como voluntario en las tropas bávaras y tomó parte en varias campañas bajo el mando de Tilly. Muchos hombres abrazaron la carrera de soldado por no encontrar satisfacción en el cultivo de las ciencias; pero éste entró en la profesión de las armas, no por desamor a las ciencias, sino porque las amaba demasiado y las tenía en muy alta estima.” ¿??

Estuvo también en la batalla de Praga, en la que Federico, el del Palatinado, perdió la corona de Bohemia. Nuestro filósofo, a quien no podía agradar el espectáculo de aquellas salvajes escenas, abandonó en 1621 el servicio militar, emprendiendo varios viajes por el territorio del resto de Alemania primero, y luego por Polonia, Prusia, Suiza, Italia y Francia. Después se retiró a Holanda, a donde lo invitaba la gran libertad de que gozaba este país, decidido a llevar a cabo allí sus designios; en Holanda vivió pacíficamente desde 1629 a 1644, período durante el cual compuso y editó la mayoría de sus obras, defendiéndolas contra los repetidos ataques desencadenados contra ellas, principalmente por parte del clero. Por último, la reina Cristina de Suecia lo llamó a su corte de Estocolmo, que era el centro de reunión de los más famosos eruditos de la época; y allí murió Descartes en el año 1650. (Brucker; Tennemann)”

Entre sus obras filosóficas, aquellas que contienen los fundamentos se distinguen, sobre todo, por un rasgo muy popular en su modo de exponer, que las hace muy gratas y recomendables a quien se inicia en el estudio. Este filósofo procede, en ellas, al abordar los problemas, de un modo muy sencillo e infantil, como si fuese narrando sus pensamientos uno detrás de otro, sin complicación alguna. El profesor Cousin de París ha reeditado recientemente las obras de Cartesio, en una colección de 11 volúmenes en octavo; la mayoría de ellos los ocupan las cartas sobre temas y problemas de física.”

Entre sus descubrimientos se cuentan varios métodos fundamentales gracias a los cuales pudieron obtenerse más tarde brillantísimos resultados en las matemáticas superiores.” Outra superestimação // o desenvolvimento paralelo das matemáticas por outros autores dessa época foi bem intenso.

“…Como tampoco tienen ningún interés para nosotros sus aplicaciones de la metafísica a ciertos problemas eclesiásticos, a determinadas investigaciones especiales, etc.”

en la filosofía de Descartes hay que distinguir entre lo que tiene un interés general para nosotros y lo que no lo tiene: lo primero es la trayectoria de sus pensamientos mismos; lo segundo, el modo como estos pensamientos se formulan y derivan. No debemos, sin embargo, considerar la trayectoria del pensamiento cartesiano como un método consecuentemente probatorio; trátase evidentemente de un profundo desarrollo interior, pero que se manifiesta de un modo ingenuo. (…) poco es lo que en conjunto cabe decir acerca de su filosofía.”

Descartes hace, pues, de este levantamiento de todas las determinaciones mismas el postulado primordial de la filosofía. Sin embargo, esta primeva tesis cartesiana no encierra, ni mucho menos, el sentido del escepticismo, el cual no persigue otra meta que la duda misma, el detenerse en esta actitud de indecisión del espíritu, por creer que éste encuentra en ello su libertad.”

los sentidos nos engañan frecuentemente, y la prudencia nos aconseja no confiar en aquello que nos haya engañado siquiera sea una sola vez (…) y al que duda no se le revela ninguna señal, ningún indicio que le permita distinguir con seguridad la vigilia del sueño.” O segundo é anacrônico.

Y esto nos lleva a dudar de todo lo demás, incluso de los axiomas matemáticos”

Descartes busca algo cierto y verdadero en sí, algo que no sea simplemente verdadero, a la manera como lo es el objeto de la fe sin saber, ni sea tampoco esa certeza sensible y también escéptica carente de verdad. Toda la filosofía anterior a Descartes llevaba la tara de presuponer algo como verdadero y, en parte, como ocurría con la filosofía neoplatónica, con la de atribuir la forma de la ciencia no a su esencia misma, o la de no analizar los elementos de ella.”

sería contradictorio pensar que no existe aquello que piensa.” Principia philosophiae, parte I, §§ 7 s.

Descartes arranca, como hará más tarde Fichte, del Yo como lo sencillamente cierto; yo sé que algo se representa en mí. Con ello, la filosofía entra de golpe en un campo totalmente nuevo y se sitúa en un punto de vista completamente distinto, pues se desplaza a la esfera de la subjetividad. Se abandona la premisa de la religión y se busca solamente la prueba, y no el contenido absoluto, el cual desaparece ante la subjetividad abstractamente infinita.” “la existencia de un determinado contenido es justo aquello de que debe dudarse, pues no existe nada firme.”

En esta tesis se ve, de una parte, un silogismo, como si del pensamiento se dedujese el ser. Kant razona, en especial, contra este mecanismo silogístico, alegando que en el pensamiento no se contiene el ser, pues éste es algo distinto del pensar. Y esto es cierto, pero no lo es menos que ambos son inseparables, es decir, que existe entre ellos, a pesar de todo, una identidad; su unidad no es destruida ni menoscabada por su diversidad.” “El propio Descartes lo dice: «No es en modo alguno un silogismo, pues para ello tendría que formularse así la premisa mayor: todo lo que piensa existe», después de lo cual vendría la subsunción en la menor, como conclusión: «luego yo existo». Con ello se levantaría justo la inmediatidad que la proposición lleva consigo.”

Para que haya un silogismo tiene que haber 3 términos; aquí, concretamente, tendría que haber un 3º que sirviese de mediador, de eslabón entre el pensar y el ser; pero este 3º término no existe. El «luego» o «por tanto» que enlaza ambos lados no es el «luego» o el «por tanto» de un silogismo; la conexión entre el ser y el pensar se establece sólo de un modo inmediato. Esta certeza es, por consiguiente, el prius; todas las demás proposiciones vienen después.” penso existo – um pleonasmo, redundância, tautologia, auto-referência e nada mais. Não no sentido de deboche do que é. A auto-referência por excelência, além do mais. O “ponto zero” do plano cartesiano, de onde parte todo o pensamento metafísico moderno.

en el ser no hay que representarse tampoco, ni mucho menos, un contenido concreto; por donde es la misma identidad inmediata la que constituye también el pensamiento. (…) la inmediatidad es una determinación unilateral; el pensamiento no contiene esta determinación solamente, sino también la de servir de mediador consigo mismo: la inmediatidad existe precisamente por el hecho de que el mediar es, al mismo tiempo, levantar la mediación.” eu penso eu existo; (eu) (eu); yo = yo; a rigor, não existe sequer o “”, elemento relacional, que designa ou conota MEDIAÇÃO, já que é uma Imediação. penso-existo. ser-pensamento. É o principio de individuação de Aristóteles em seu grau máximo formulado da forma mais sintética. Esta imediação não contempla, ainda, o inconsciente enquanto tal (é o ser no aqui e agora, mas não o Ser total).

Por tanto, Descartes no se preocupa de seguir demostrando esta identidad del ser y el pensar, que constituye sin disputa la idea más interesante de los tiempos modernos, sino que se remite única y exclusivamente a la conciencia y la coloca momentáneamente a la cabeza. Y es que Descartes no siente todavía, en modo alguno, la necesidad de desarrollar las diferencias contenidas en el «yo pienso»; será Fichte quien, andando el tiempo, proceda a derivar todas las determinaciones partiendo de esta cúspide de la certeza absoluta.” Mas suas derivações são totalmente inúteis.

Contra Descartes se han alegado también otras proposiciones. Gassendi, por ejemplo, formula esta objeción: Ludificor, ergo sum: Soy juguete de mi conciencia, luego existo; en realidad: luego, soy juguete de mi conciencia. Y el propio Descartes comprende perfectamente que esta objeción merece ser tenida en cuenta; pero la refuta él mismo, diciendo que sólo debe hacerse hincapié en el Yo, no en el resto del contenido. Sólo el ser es idéntico al pensamiento puro, no el contenido del ser, sea el que fuere.” Gassendi é bobo. Trata-se de solipsismo ingênuo de sua parte.

como con frecuencia sucede en sueños, puedo creer que veo o que me paseo a pesar de que no abro siquiera los ojos ni me muevo del sitio” A rigor, pensa-se no sonho, o que enfraquece o discurso cartesiano. Ainda que em simulacro, há uma certeza na representação onírica de que se pensa, pois apesar de não ser em vigília o ato é efetivamente levado a cabo, idêntico ao pensar.

Decir «en sueños» es una modalidad de razonamiento empírico; por lo demás, nada hay que objetar contra esta argumentación. En el querer, ver, oír, etc., va implícito también el pensamiento; sería absurdo creer que el alma guarda, por decirlo así, la facultad de pensar en un bolsillo especial y la de ver, querer, etc., en otro. Sin embargo, cuando digo: veo, me paseo, en ello va implícito de una parte, mi conciencia, el Yo y, por tanto, el pensamiento; pero, por otra parte, va también implícito en ello el querer, el ver, el oír, el pasear y, con ello, por tanto, una modificación ulterior del contenido. Y precisamente esta modificación es la que me impide afirmar: Me paseo, luego existo; pues puedo abstraerme de la tal modificación, puesto que no es ya el pensamiento general. Hay que mirar, pues, solamente a la conciencia pura contenida en este Yo concreto. Sólo cuando destaco que existo en ella como un ser pensante, sólo entonces tengo delante el ser puro, pues el ser sólo va unido a lo general.”

Puedo dudar de todo lo demás, de la existencia de las cosas físicas, de mi propio cuerpo; o bien, esta certeza no lleva en sí misma la nota de lo inmediato. Pues el yo es precisamente la certeza misma, que en lo demás es solamente predicado; mi cuerpo es cierto para mí, pero no es la certeza misma.” “Lo real, dice, es una sustancia, y el alma la sustancia pensante”

«Ahora bien, la evidencia de todo se basa en que lo veamos tan claro y tan nítido como aquella certeza misma, y en que, por tanto, de tal modo dependa de este principio y coincida con él, que si quisiéramos dudar de ello tengamos que dudar también de este principio»

Lo tercero es, por tanto, el tránsito de esta certeza a la verdad, a lo determinado; también este tránsito presenta en Descartes un carácter simplista, y con ello se ofrece a nuestra consideración, por vez primera, la metafísica cartesiana.” “Ahora bien, la verdad de todo saber descansa sobre la prueba de la existencia de Dios.” Podemos resumir as meditações cartesianas como uma tentativa mal-sucedida (mas corajosa) de resgatar a alegoria da caverna de Platão; obviamente, o que este magnânimo pensador consegue de modo completo numa fábula auto-contida, Descarte mal e mal consegue em uma frase, ou seja, não consegue sustentar por mais do que 3 palavras, com o mesmo poder, o tipo de raciocínio-em-direção-à-essência. O fato de haver um Deus monoteísta a que se deve remeter todos os achados atrapalha bastante…

En efecto, el triángulo no tiene nada de cierto, ya que la extensión no se da en la certeza inmediata de mí mismo.”

mientras no se pruebe y se reconozca la existencia de Dios, existe la posibilidad de que nos equivoquemos, por no poder saber si nuestra naturaleza será realmente propensa al error” Caso em que deveríamos ter de buscar novos valores…

La perfección lleva también consigo, en efecto, la determinación de la existencia, ya que no puede decirse que la representación de algo inexistente sea perfecta. Ahí tenemos, pues, la unidad del pensar y el ser y la prueba ontológica de la existencia de Dios”

Implicações de se remeter a algo externo (neste caso um Deus): “en el Yo va contenido el ser como la certeza inmediata de una alteridad, del no-Yo opuesto al Yo. § «Ninguna cosa o ninguna perfección de una cosa que exista realmente actu puede tener como causa de su existencia la nada. Pues si de la nada pudiese predicarse algo, podría predicarse también el pensamiento: diría por tanto que, puesto que pienso, no soy.»

«los grados de la realidad que percibimos en las ideas no existen en las ideas mismas, en cuanto se las considera simplemente como modalidades del pensamiento, sino en la medida en que la una representa una sustancia y la otra solamente un modo de ella; en una palabra, en cuanto que se las considera como representaciones de cosas» Spinoza

aquí no se da en la forma de Dios ninguna otra representación que la contenida en el cogito, ergo sum, en la que el ser y el pensar aparecen inseparablemente unidos, sólo que ahora bajo la forma de una representación que poseo en mí. El contenido de esta representación, el Omnipotente, el Omnisciente, etc., son predicados que se manifiestan después; el contenido mismo es el contenido de la idea, vinculado con la existencia. Vemos así cómo estas determinaciones se suceden unas a otras de un modo puramente empírico y que, por tanto, no prueba filosóficamente nada: un ejemplo de cómo en la metafísica apriorística se procede a base de premisas de representaciones y de cómo éstas son pensadas, ni más ni menos que empíricamente se procede a base de ensayos, observaciones y experiencias.”

A suprema ironia é que o que prova ontologicamente o eu e a outridade neste caso é o princípio <NIHIL EX NIHILO>, quando na era cristã, justamente, tudo depende desse motto. Ter-se-ia que imaginar uma sociedade (a Atenas clássica?) que não crê em genealogia ou escatologia e que fundamenta sua filosofia no Nada!

RECAÍDA NA ESCOLÁSTICA: “Viene, en cuarto lugar, esta afirmación de Descartes: «Lo que nos es revelado acerca de Dios debemos creerlo aunque no lo comprendamos. Y no es de extrañarse de que, siendo nosotros seres finitos, lo que hay de infinito en la naturaleza de Dios sea inconcebible para nosotros, se halle por encima de nuestra comprensión.»

Todo esto aparece relatado de un modo extraordinariamente sencillo, pero no por ello deja de ser algo indeterminado, formal y carente de profundidad; no se hace sino afirmar que las cosas son precisamente así, y no de otro modo. La trayectoria de Descartes es simplemente la trayectoria del entendimiento claro. La certeza es para él lo primero; de ella no se deriva necesariamente ningún contenido, ni un contenido en general, ni menos aún su objetividad como distinta de la subjetividad interior del Yo. Nos encontramos, pues, de una parte, con la contraposición entre el conocer subjetivo y la realidad y, de otra parte, con su inseparable vinculación.” “la prueba de esta unidad descansa única y exclusivamente en decir que descubrimos en nosotros la idea de lo más perfecto” “Una objeción en contra de esta identidad, objeción ya antigua y también kantiana, es ésta: que del concepto de la más perfecta esencia no se desprende más de lo que se halla entrelazado en los pensamientos existencia y esencia perfectísima, pero no fuera del pensamiento.”

Descartes concibe el ser en el sentido absolutamente positivo, sin llegar al concepto de que es lo negativo de la conciencia de sí: ahora bien, el ser simple, establecido como lo negativo de la conciencia de sí, es la extensión; por eso Descartes niega a Dios el atributo de la extensión, se atiene a esta separación, y enlaza el universo, la materia, con Dios como el creador, causa de ella, formulando el certero pensamiento de que la conservación de la materia es una creación continua, en cuanto que la creación se establece de un modo separado, como actividad.” “la materia, las sustancias extensas, se enfrentan a las sustancias pensantes, que son simples; por cuanto el universo ha sido creado por Dios, no podría ser tan perfecto como su causa. En realidad, el efecto es más imperfecto que la causa, puesto que es algo que se establece, aunque nos atengamos al concepto puramente intelectivo de la causa. La extensión es, por tanto, según Descartes, lo más imperfecto: pero, como imperfectas que son, las sustancias extensas no pueden existir y persistir por sí mismas o a través de su concepto; necesitan, pues, en todo momento de la asistencia de Dios para su conservación”

Descartes da definiciones de estos pensamientos, lo mismo que Aristóteles indaga las categorías. Pero, así como antes establecía como fundamento que no se debía partir de premisa alguna, ahora toma las nociones a que pasa como algo con que se encuentra en nuestra conciencia. Define la sustancia así: «Entiendo por sustancia, simplemente, una cosa (rem) que no necesita de ninguna otra para existir; y esa sustancia que no necesita de ninguna otra cosa sólo puede ser una, a saber: Dios.»

Descartes pretende pensar siempre, y no hacer otra cosa; ahora bien, la resistencia, el color, etc., no los piensa, sino que se limita a captarlos como cualidades sensibles.” “La extensión y el movimiento son los conceptos fundamentales de la física mecánica; son lo que es la verdad del mundo de los cuerpos. Descartes ve flotar vagamente ante él la idealidad y se halla muy por encima de la realidad de las cualidades sensibles, pero no pasa a la particularización de esta idealidad. Se detiene, pues, en el mundo de la mecánica en sentido estricto.” “En los organismos vivos, la digestión, etc., no son sino efectos mecánicos de esa clase, que tienen como principios la quietud y el movimiento. Vemos, pues, aquí el fundamento y el origen de la filosofía mecánica; sin embargo, una visión más a fondo nos dice que esto es insuficiente, poco satisfactorio, que la materia y el movimiento no bastan para explicar la vida.”

En esta filosofía predomina, por tanto, el tratamiento pensante de lo empírico; y es éste justo el modo como se manifiestan los filósofos de esta época. En Descartes y otros, la filosofía tenía aún la significación indeterminada de conocer por medio del pensamiento, la reflexión, el razonamiento. El conocimiento especulativo, las deducciones a partir del concepto, la evolución libre e independiente de la cosa misma serán introducidos más tarde por obra de Fichte; por tanto, en Descartes no aparecen separados aún lo que hoy llamamos conocimiento filosófico y el conocimiento científico de otra clase. Por aquel entonces, incluíanse en la filosofía todas las ciencias humanas; por eso nos encontramos con que en la metafísica cartesiana se mezclan y confunden del modo más simplista las reflexiones y los razonamientos completamente empíricos nacidos de razones, de experiencias, de hechos, de fenómenos, sin que tengamos la sensación de estar asistiendo a algo especulativo.”

Para Spinoza, el alma y el cuerpo, el pensamiento y el ser, dejan de ser cosas especiales, cada una de ellas para sí. Por tanto Spinoza, como judío que es, levanta [suspende] totalmente el dualismo [corpo-alma, e mediação do Deus cristão, como veremos na seqüência da explicação de H.] que lleva consigo el sistema cartesiano. Como judío que es, decimos, pues la profunda unidad de su filosofía, tal y como a través de él se manifiesta en Europa, la concepción del espíritu, de lo infinito y lo finito, como idéntico en Dios, sin ver en éste un tercer término, es en realidad un eco del pensamiento oriental. Con Spinoza penetra por vez primera en la mentalidad europea la concepción oriental de la identidad absoluta y más concretamente se incorpora directamente a la filosofía europea, cartesiana.”

Este pensador descendía de una familia de judíos portugueses, y nació en Amsterdam en el año 1632, recibiendo el nombre de Baruch, que más tarde cambió en el de Benedicto. Recibió en sus años mozos las enseñanzas de los rabinos de la sinagoga a que pertenecía, pero pronto entró en conflicto con ellos, furiosos de que se declarase en contra de las quimeras talmúdicas. Se mantuvo por algún tiempo apartado de la sinagoga; pero los rabinos, temerosos de que su ejemplo pudiese traer malas consecuencias a su iglesia, le ofrecieron mil florines de estipendio anual si se prestaba a seguir asistiendo a la sinagoga, sin plantear ninguna clase de conflictos. Benedicto rechazó el ofrecimiento y las persecuciones de los rabinos contra él llegaron a enconarse tanto, que incluso maquinaron el plan de quitarlo de en medio, atentando contra su vida.

Habiendo logrado a duras penas escapar de los espadachines que habían de darle muerte, se separó formalmente de la iglesia judaica, aunque sin abrazar la religión cristiana. Se dedicó preferentemente al cultivo del latín y al estudio de la filosofía cartesiana. Más tarde, se trasladó a la villa de Rynsburg, cerca de Leiden, donde vivió desde 1664, respetado por muchos amigos, pero entregado por entero a la quietud y al aislamiento, primero en Voorburg, aldea cercana a La Haya, y más tarde en esta misma ciudad, ganándose la vida con un trabajo manual, consistente en la preparación de cristales para fines ópticos.

No es extraño que le interesase especialmente la luz, que es, en la materia, la identidad absoluta misma, base de la concepción oriental. Aunque tenía amigos ricos y poderosos protectores, entre los que figuraban algunos generales, vivió siempre pobremente, habiendo rechazado en varias ocasiones grandes regalos que le fueron ofrecidos. Se negó también a ser instituido heredero de Simón de Vries, empeñado en dejarle todos sus bienes, y sólo aceptó de él una pensión anual de 300 florines; renunció también, en beneficio de sus hermanas, a la parte que le correspondía de la herencia paterna. El Gran Elector del Palatinado, Carlos Luis, hombre de una nobleza extraordinaria y libre de los prejuicios de su tiempo, le invitó a desempeñar una cátedra en Heidelberg, con libertad absoluta para enseñar y escribir, ya que «el príncipe estaba seguro de que no abusaría de ella para atacar a la religión públicamente establecida». Pero Spinoza (según sabemos por sus cartas impresas) rechazó la oferta con buenas razones, por «no saber dentro de qué límites habría de encerrarse aquella libertad filosófica a que se ponía como condición el no atacar la religión públicamente establecida». Permaneció, pues, en Holanda, país extraordinariamente interesante para la cultural general, el primero que dio en Europa un ejemplo de tolerancia, brindando a muchos hombres un refugio de libertad de pensamiento; pues aunque los teólogos holandeses adoptasen, a veces, una actitud furiosa contra algunos pensadores, por ejemplo contra Bekker (v. Brucker), o se mostrasen, por ejemplo, en el caso de Voetius, rabiosos contra la filosofía cartesiana, lo cierto es que esta actitud no se traducía nunca en las consecuencias a que habría conducido en cualquier otro país.”

Já que estamos falando aqui de alguém de vida beata, cabe ressaltar que Pascal não é citado uma única vez nessa deficiente História da Filosofia de Hegel!

Un clérigo protestante llamado Colerus, aunque da muestras de una furiosa enemistad contra él en la biografía que escribió de Spinoza, ofrece por otra parte noticias muy exactas y afectuosas acerca de sus condiciones de vida, dice que, al morir, sólo dejó unos 200 táleros, cuenta las deudas que tenía, etc. El buen predicador se escandaliza a propósito de una cuenta encontrada entre los papeles del muerto, en la que su barbero reclamaba del «bienaventurado» señor Spinoza el pago de sus estipendios atrasados, y escribe las siguientes palabras, a modo de comentario: «A buen seguro que si el barbero hubiese sabido qué clase de pájaro era Spinoza, no le habría llamado bienaventurado.»

El primer escrito de Spinoza que encontramos entre sus obras lleva por título: Principios de Cartesio, probados por el método geométrico. Más tarde, escribió su Tractatus theologico-politicus que le valió gran celebridad. En efecto, si había sido grande el odio que había concitado contra sí por parte de los rabinos, este tratado atrajo ahora sobre su cabeza un odio aún mayor por parte de los teólogos cristianos, principalmente de los protestantes. Figura en él la teoría de la inspiración, un estudio crítico de los libros mosaicos y otras cosas por el estilo, expuestas sobre todo desde el punto de vista de que estas leyes se limitan al pueblo judío. En esta obra de Spinoza encontramos ya todas las disquisiciones críticas de los teólogos cristianos acerca de estos problemas y que tienden generalmente a demostrar que estos libros fueron redactados más tarde de lo que se piensa y que son, en parte al menos, posteriores al cautiverio babilónico, doctrina que constituye un capítulo fundamental para los teólogos protestantes y con la que los modernos se dan gran importancia y tratan de brillar sobre los antiguos.

Pero lo que mayores odios atrajo sobre Spinoza fue su filosofía misma, que examinaremos aquí más de cerca, partiendo de su Ética. Descartes no dio a conocer ética alguna, la obra filosófica fundamental de Spinoza es precisamente una Ética, publicada después de su muerte por Luis Mayer, un médico, que había sido el amigo más íntimo del autor.

La Ética de Spinoza consta de 5 partes. La primera trata de Dios (De Deo). Se exponen en ella algunas ideas metafísicas generales que implican el conocimiento de Dios y de la naturaleza. La segunda parte trata de la naturaleza y del origen del espíritu (De natura et origine mentis). Spinoza no expone aquí, en modo alguno, una filosofía de la naturaleza, los problemas de la extensión y el movimiento, sino que pasa inmediatamente de Dios a la filosofía del espíritu, al aspecto ético; y lo referente al conocimiento, al espíritu inteligente, figura en la primera parte, en los principios del conocimiento humano. El tercer libro de la Ética trata del origen y la naturaleza de los afectos (De origine et natura affectuum). El cuarto, de las fuerzas de ellos o de la servidumbre humana (De servitute humana seu de affectuum viribus). Finalmente, el libro quinto se ocupa del poder del entendimiento, del pensamiento o de la libertad humana (De potentia intellectus seu de libertate humana).”

La sustancia cartesiana probablemente encierra, como idea, el ser mismo en su concepto; pero es solamente el ser como ser abstracto, no el ser en cuanto ser real o en cuanto extensión. En Descartes, la corporeidad y el Yo pensante son esencias independientes por sí mismas; esta independencia de los dos extremos es levantada en el spinozismo, al convertirse en momentos de la Esencia absoluta y única. Vemos que lo que importa, en esta expresión, es el concebir el ser como la unidad de lo contradictorio; el interés fundamental reside en no hacer caso omiso de la contradicción y darla de lado, sino en reducirla y disolverla. Y en cuanto que aquí el ser y el pensar no forman ya una contraposición como las abstracciones de lo finito y lo infinito o el límite y lo ilimitado, el ser es concebido ahora, de un modo más determinado aún, como extensión; pues, en su abstracción, sólo sería en rigor el mismo retorno a sí, la misma identidad simple consigo mismo que es el pensamiento. Por tanto, el pensar puro de Spinoza no es lo general espontáneo de Platón, sino lo que se conoce al mismo tiempo con la contraposición absoluta del concepto y el ser.” “pero no es la verdad entera; para serlo, habría que concebirla como algo activo de suyo, como algo vivo, con lo cual se la determinaría ya como espíritu. Pero, la sustancia spinozista es solamente la determinación general y, por tanto, la determinación abstracta del espíritu; cierto es que podría decirse que este pensamiento es la base de toda concepción verdadera, pero no como el fundamento que permanece firme de un modo absoluto, sino como la unidad abstracta que es el espíritu dentro de sí.”

Hay que reconocer que el pensamiento no tuvo más remedio que colocarse en el punto de vista del spinozismo; ser spinozista es el punto de partida esencial de toda filosofía. Pues cuando se comienza a filosofar, el alma tiene que empezar bañándose en este éter de la sustancia una, en el que naufraga todo lo que venía teniéndose por verdad. Esta negación de todo lo particular a que necesariamente tiene que llegar todo filósofo es la liberación del espíritu y la base absoluta sobre que éste descansa. La diferencia entre nuestro punto de vista y el de los filósofos eléatas sólo estriba en que el cristianismo hace que exista en el mundo moderno la individualidad absolutamente concreta dentro del espíritu.”

lo grandioso del modo de pensar de Spinoza consiste en poder renunciar a todo lo determinado, a todo lo particular, para situarse solamente ante lo Uno, para prestar atención solamente a esto.”

La primera definición de Spinoza es la de la causa de sí misno. Dice: «Por causa de sí (causam sui) entiendo aquello cuya esencia implica la existencia, o sea, aquello que sólo puede concebirse como existente.» La unidad del pensamiento general y de la existencia se establece, como se ve, desde el primer momento; y en torno a esta unidad habrá de girar continuamente todo. Esto de la causa de sí mismo es una expresión importante, pues mientras nos imaginamos que el efecto es lo opuesto a la causa, la causa de sí mismo es aquella causa que, al actuar y separar lo otro, sólo se produce, al mismo tiempo, a sí mismo, por lo tanto, al producirse, levanta esta distinción. El establecerse a sí mismo como si fuese otro es el contraste y, al mismo tiempo, la negación de esta pérdida; estamos ante un concepto totalmente especulativo, más aún, ante un concepto fundamental en toda especulación.”

esta otra cosa tiene que ser del mismo género, pues las cosas que se limitan, para poder limitarse, tienen que entrar en contacto y, por tanto, guardar una relación entre sí, es decir, ser cosas de la misma clase, descansar sobre la misma base, pertenecer a una esfera común. Tal es el lado afirmativo del límite.

«Según esto, el pensamiento es limitado por otro pensamiento, el cuerpo por otro cuerpo; pero el pensamiento no es limitado por un cuerpo, ni el cuerpo por un pensamiento.»

Ya lo veíamos en Descartes: el pensamiento es totalidad para sí, y lo mismo la extensión, sin que tengan nada de común ni mantengan relaciones mutuas de ninguna clase; no se limitan el uno al otro, sino que cada cual forma un todo cerrado de suyo.”

«Por sustancia entiendo aquello que es en sí y se concibe por sí; es decir, aquello cuyo concepto no necesita del concepto de otra cosa para formarse (a quo formari debeat) de otro modo sería algo finito, accidental. Lo que necesita de otra cosa para ser concebido no es algo independiente, sino que depende de esta otra cosa.»

«Por atributo entiendo aquello que el entendimiento percibe como lo que constituye la esencia de la sustancia» “Y no cabe duda de que es ésta una gran determinación; el atributo es evidentemente una determinabilidad, pero una determinabilidad que sigue siendo, al mismo tiempo, totalidad. Y Spinoza, como Descartes, sólo admite 2 determinabilidades de éstas: el pensamiento y la extensión. (…) Cada uno de estos 2 modos de consideración, la extensión y el pensamiento, contiene indudablemente el contenido íntegro de la sustancia, pero solamente bajo una forma que hace entrar en ello también el entendimiento; precisamente por ello son ambos lados idénticos en sí, infinitos.”

La quinta definición se refiere al tercer elemento de la sustancia, al modo. «Por modo entiendo las afecciones de la sustancia o sea aquello que es en otra cosa por medio de la cual es también concebido.» Por tanto, la sustancia se concibe por sí misma; el atributo no es lo concebido por sí mismo, sino que guarda relación con el entendimiento conceptual, pero en tanto éste concibe la esencia; finalmente, el modo es lo no concebido como la esencia, sino por otra cosa y en ella.”

son 3 momentos muy importantes y corresponden a lo que nosotros, de un modo más preciso, distinguimos como lo general, lo particular y lo individual. Pero no debemos enfocarlos de un modo formal, sino en su sentido verdadero y concreto: lo general concreto es la sustancia, lo particular concreto el género concreto”

Como vemos, Spinoza va descendiendo, pues el modo es la fase más baja de todas; el defecto de este filósofo estriba en que concibe lo 3º solamente como modo, como la individualidad mala. La verdadera individualidad, la subjetividad, no es solamente un alejamiento de lo general, lo determinado puro y simple, sino que es, al mismo tiempo, como algo determinado pura y simplemente, lo que es para sí, lo que se determina solamente a sí mismo. De este modo, lo individual, lo subjetivo es justo el retorno a lo general; al ser lo que es consigo mismo es también de suyo lo general. El retorno consiste simplemente en ser en sí mismo lo general; pero a este retorno no llega Spinoza.”

En el mismo sentido distingue Spinoza, en la carta 29 (Opera, 1.1, pp. 526-532) lo infinito de la imaginación de lo infinito del pensamiento (intellectus), de lo realmente (actu) infinito. La mayoría de los hombres, cuando tratan de elevarse sobre la realidad, sólo llegan al primero, que es el infinito malo,¹ como cuando se dice: «y así sucesivamente, hasta el infinito»: por ejemplo, la infinitud del espacio entre un astro y otro, o el del tiempo. Lo mismo ocurre con las series infinitas del número en las matemáticas. Cuando un quebrado se representa como quebrado decimal, es imperfecto; V7 [¿?] expresa por el contrario el infinito verdadero, no es por tanto una expresión imperfecta, aunque el contenido sea, en este caso, ciertamente limitado. Lo infinito malo se suele tener presente cuando se habla de infinitud; y por muy superior que la consideremos, no es, en realidad, nada presente, y trasciende solamente a lo negativo, sin ser actu.”

¹ Esses conceitos hegelianos e ficar identificando-os em filósofos prévios são duas coisas que não levam a nada!

Spinoza llama a la infinitud filosófica, a lo que es infinito actu, la afirmación absoluta de sí mismo. Y es absolutamente exacto. Lo que ocurre es que habría podido expresarlo mejor, diciendo: «Es la negación de la negación

en Spinoza existe, pues, la infinitud verdadera. Pero sin que él tenga conciencia alguna de ello, sin que reconozca este concepto como un concepto absoluto, ni lo exprese, por tanto, como momento de la esencia misma, pues ese concepto cae aquí fuera de la esencia para entrar en el pensamiento de ella.” Essa crítica enviesada já está me cansando…

«Dios es causa inmanente, pero no transitiva (transiens) de todas las cosas», es decir, externa. Su esencia y su existencia son lo mismo, a saber: la verdad. Una cosa que ha sido determinada a obrar algo, ha sido necesariamente determinada por Dios, ya que Dios es la causa: y siendo ese su destino, no puede carecer de determinación. En la naturaleza no hay nada contingente. La voluntad no es una causa libre, sino solamente necesaria, solamente un modo; esto quiere decir que se halla determinado por otro. Dios no obra con arreglo a causas finales (sub ratione boni). Quienes lo afirman, parecen estatuir al lado de Dios algo que no depende de Dios y hacia lo que Dios mira en sus actos, como hacia un fin. Así concebido el problema, Dios no sería una causa libre, sino que se hallaría sometido a lo fatal. E igualmente insostenible es querer someterlo todo a la arbitrariedad, es decir, a una voluntad indiferente de Dios.” Éticaos trechos em vermelho são muito importantes, pois mostram que Spinoza não está submetido a nenhuma teleologia, i.e., historicismo, hegelianismo…

«La natura naturans es Dios considerado en cuanto causa libre, en tanto que es en sí y concebido por sí, o aquellos atributos de la sustancia que expresan la esencia eterna e infinita. Por natura naturata entiendo todo lo que se sigue de la necesidad de la naturaleza de Dios o de cada uno de los atributos de Dios, todos los modos de los atributos divinos, en cuanto considerados como cosas que son en Dios y que sin Dios no pueden ser ni ser concebidas.» É., prop. XXIX

El desarrollo de su pensamiento es extraordinariamente sencillo o, mejor dicho, no es desarrollo alguno; arranca directamente del espíritu.”

O desenvolvimento de seu pensamento é extraordinariamente simples ou, melhor dizendo, não é desenvolvimento algum; arranca diretamente do espírito.” Algo mais específico eu deixarei para evidenciar quando ler a Ética em si.

Bayle (que no tiene la menor noción de lo especulativo, aunque, como sutil dialéctico que era, impulsara el razonamiento pensante en torno a determinados temas) ridiculiza la creencia de que todo contenido especial es solamente una modificación de Dios, al deducir de ahí que Dios, modificado en forma de turco y de austríaco, hace la guerra consigo mismo.” Dicionário desarrazoado.

Las cosas individuales brotan de Dios de un modo eterno e infinito (es decir, al mismo tiempo y de una vez), no de un modo transitorio, finito y perecedero; se desintegran simplemente al engendrarse y destruirse mutuamente, pero permaneciendo inmutables en su existencia eterna. Todas las cosas individuales se presuponen mutuamente y ninguna puede pensarse sin la otra: es decir, forman en su conjunto un todo indivisible; se reúnen en una cosa simplemente indivisible, infinita y que no existe ni puede existir de otro modo.”

Ya sólo nos resta hablar de la moral de Spinoza; pero esto es precisamente lo fundamental de su doctrina. El principio en que descansa no es otro sino el de que el espíritu finito es moral en tanto tiene la idea verdadera; es decir, cuando endereza su conocimiento y su voluntad hacia Dios, pues la verdad consiste exclusivamente en el conocimiento de Dios. Puede decirse, en este sentido, que no existe moral más alta que ésta, la cual sólo postula una idea clara de Dios.”

«El matricidio de Nerón, en cuanto contenía algo positivo, no era un crimen. El mismo acto material cometió Orestes, animado por la misma intención de matar a su madre, y, sin embargo, no fue acusado de ningún acto criminal» Lo afirmativo es la voluntad, la idea, el acto de Nerón. «¿En qué consiste, pues, la maldad neroniana? Simplemente, en la ingratitud, en la falta de caridad, en la desobediencia. Y es evidente que nada de esto expresa una esencia, por lo cual Dios no pudo ser causa de ello, aunque fuese evidentemente la causa del acto y las intenciones de Nerón.»

Es, pues, falso el reproche que se le hace a Spinoza cuando se dice que su filosofía mata la moral; lejos de ello, se llega por este camino filosófico al elevado resultado de que todo lo que se recibe a través de los sentidos es solamente limitación, de que sólo existe una verdadera sustancia y de que la libertad del hombre consiste en levantar la mirada hacia esta sustancia una y ajustarse, en sus intenciones y en su voluntad, a este Uno eterno.”

Quienes atacan a Spinoza hacen como si les importase mucho Dios; pero a estos adversarios no les preocupa realmente Dios, sino algo finito: el problema gira, para ellos, en torno a sí mismos.” Este homem ser acusado de ateísmo (Jacobi & al.) é sacanagem mesmo!

La necesidad filosófica consiste, pues, en captar la unidad de estas diferencias, de tal modo que la diferencia no se deje a un lado, sino que brote eternamente de la sustancia, sin cristalizar y petrificarse en forma de dualismo. Spinoza se remonta por encima de este dualismo; y lo mismo hace la religión, si sabemos trocar las representaciones en pensamientos. El ateísmo de la primera actitud, en que los hombres consideran como lo supremo el libre arbitrio, su vanidad, las cesas finitas de la naturaleza, haciendo del universo algo perenne en la representación, no es el punto de vista de Spinoza, para quien Dios es la Sustancia una y el universo, por el contrario, solamente la afección o el modo de esta sustancia.”

Spinoza afirma que lo que se llama universo no existe en modo alguno, pues sólo es una forma de Dios y no algo en y para sí. El universo no posee una realidad verdadera, sino que todo esto se lanza al abismo de una identidad única. Nada es, pues, en la realidad finita: ésta no posee verdad alguna; para Spinoza, solamente Dios es.” H. chama isso de acosmismo (meu deus, quanta expressão feia nesse trabalho!).

Por tanto, quienes pintan a nuestro filósofo con tan negros colores no tratan de mantener en pie precisamente a Dios, sino lo finito, lo temporal; le echan en cara a Spinoza, en realidad, su propia anulación y la del mundo.” Porque ele disse que tudo era vaidade, em termos filosóficos, já está!

El sistema spinozista es el del panteísmo y el monoteísmo absolutos, elevados al plano del pensamiento. El spinozismo dista, pues, mucho de ser un ateísmo en el sentido corriente de la palabra; pero sí lo es en el sentido de que en él no se concibe a Dios como espíritu. Pero en este mismo sentido podríamos acusar de ateísmo a muchos teólogos que sólo llaman a Dios el Ser supremo, omnipotente, etc., que no quieren reconocer, en realidad, a Dios y sólo reconocen como verdadero lo finito; y las doctrinas de éstos son bastante más peligrosas que las de Spinoza.” Um livro interessante para quem está no seminário (me refiro a este de H., mas não nego que a Ética de Spinoza, pelas citações já lidas, também deva sê-lo bastante!).

Reclama dos diagraminhas geométricos de Spinoza em meio à Ética: “Ya Descartes partía de que las proposiciones filosóficas deben poder tratarse y demostrarse matemáticamente y poseer la misma evidencia que las verdades matemáticas. Se considera el método matemático como el mejor de todos por su evidencia, y es natural que al renacer la ciencia como algo independiente recurra primeramente a esta forma, que le muestra un ejemplo tan brillante. Sin embargo, trátase de una forma inadecuada para un contenido especulativo y que sólo tiene razón de ser tratándose de ciencias finitas del entendimiento.” “El conocimiento matemático representa la prueba sobre el objeto existente como tal, pero no, en modo alguno, como concebido; carece en absoluto de concepto, siendo así que el contenido de la filosofía es justo el concepto y lo concebido.” “La matemática, en sus proposiciones verdaderas acerca de un todo, recurre al procedimiento de demostrar las proposiciones también a la inversa, privándolas con ello de esta determinabilidad, al conferir ambas cosas a cada parte. Las proposiciones verdaderas pueden considerarse, por tanto, como definiciones; y la inversión es la prueba del lenguaje corriente. Sin embargo, la filosofía no puede valerse propiamente de este recurso, ya que el sujeto con respecto al cual prueba algo no es de suyo otra cosa que el concepto o lo general, y la forma de la proposición, por tanto, algo completamente superfluo y, por consiguiente, torcido.”

En estos últimos tiempos, ha sostenido Jacobi (Werke, t. IV, secc. 1, pp. 217-223) que toda demostración, todo conocimiento científico conduce al spinozismo, el cual es, según él, el único modo consecuente de pensar; y precisamente por eso, porque conduce a esa fuente, es por lo que no puede servir, [¡!] sino solamente el saber inmediato.” Esse Jacobi é um tapado!

La trayectoria seguida por Spinoza es, pues, indudablemente certera; sin embargo, la proposición individual es falsa, ya que sólo expresa uno de los lados de la negación. El entendimiento tiene determinaciones que no se contradicen; no puede hacer frente a la contradicción.”

El pensamiento, para él, tiene solamente la significación de lo general, no la de la conciencia de sí. Es esta falla la que, de una parte, ha hecho que se rebelara con tanta fuerza contra el sistema spinozista la idea de la libertad del sujeto, ya que en él desaparece el ser para sí de la conciencia humana, la llamada libertad, es decir, precisamente la abstracción del ser para sí, levantando también con ello a Dios como algo distinto de la naturaleza y de la conciencia humana, o sea como algo en sí, en lo absoluto; pues el hombre tiene la conciencia de la libertad, de lo espiritual, que es lo negativo de lo corporal, la conciencia de que es precisamente en lo opuesto a lo corporal donde es lo que verdaderamente es.” A vontade não-livre pré-morte de Deus, diria com certeza Nie.

Y tampoco Dios es aquí el Espíritu, porque no es el Dios Trino y Uno.”

Por consiguiente, de una parte, se concibe el defecto del spinozismo como la falta de correspondencia con la realidad; de otra parte, se debe ver en él una manera superior, de tal modo que se conciba la sustancia spinozista simplemente como la idea totalmente en abstracto, pero no en su vivacidad.” O que psicólogos do séc. XX ainda se esforçam por provar (e.g. Skinner).

lo negativo, en Spinoza, existe solamente como la nada, ya que en lo absoluto no se da modo alguno”

Y así como Spinoza se limitaba a considerar estas representaciones, ya que lo más alto, para él, era su desaparición en la Sustancia una, Locke se detiene a investigar cómo nacen estas representaciones [filósofo especializado no para-si] y Leibniz, por su parte, contrapone a Spinoza la pluralidad infinita de los individuos, si bien todas sus mónadas tienen como esencia fundamental la mónada una [filósofo especializado no em-si]. Ambas filosofías surgen, pues, como reacción contra las unilateralidades spinozistas, puestas de manifiesto aquí.” Podemos dizer que Spinoza foi o maior filósofo do ser em-si-e-para-si até seu tempo (obviamente estou excluindo Platão). Até mesmo Hegel – que é nosso antípoda tantas vezes – teria de concordar.

La filosofía de Malebranche tiene exactamente el mismo contenido del spinozismo, pero expuesto bajo otra forma, bajo una forma más piadosa, más teológica. Y es esta forma la que le impide encontrar la contradicción descubierta por Spinoza y lo que explica, al mismo tiempo, por qué Malebranche no ha sido acusado, como Spinoza, de ateísmo.”

Por casualidad, pasando un día por delante de una tienda de libros, vio la obra de Descartes De homine; la adquirió, la leyó, y le apasionó tanto, que sintió al leerla que le palpitaba con gran fuerza el corazón, viéndose obligado a interrumpir la lectura. Fue esto lo que decidió su carrera, inclinándole resueltamente al cultivo de la filosofía. (Buhle)”

Su obra fundamental lleva por título De la recherche de la verité. Una parte de ella es completamente metafísica, pero la parte más importante tiene un contenido totalmente empírico”

«Porque vemos en Dios todas las cosas», BLABLABLABLABLABLABLÁ…

El catecismo dice: «Dios está en todas partes»: si desarrollamos este don de la omnipresencia, vemos que nos conduce al spinozismo; y, sin embargo, los teólogos hablan en contra del sistema de identidad y ponen el grito en el cielo contra el panteísmo.”

En Locke, lo primero es lo individual, a base de lo cual se forma lo general; en Malebranche, por el contrario, la idea general es lo primero en el hombre.”

Fuera de esto, se encuentran toda una serie de vacuas letanías acerca de Dios y un catecismo para niños de 8 años acerca de la bondad, la justicia, la omnipresencia divinas y el orden moral del universo; los teólogos no han pasado de aquí en su vida entera.”

De Locke arrancará después una ancha trayectoria, sobre todo de filósofos ingleses, que adoptarán formas distintas, pero manteniéndose fieles al mismo principio; esta manera acaba convirtiéndose, así, en una concepción general y se hace pasar además por filosofía, aunque el verdadero objeto de la filosofía no se encuentre aquí.” “Consideradas las cosas de tal modo que el concepto tenga una realidad objetiva para la conciencia, no cabe duda de que la experiencia es un momento necesario de la totalidad; pero tal y como este pensamiento aparece en Locke, es decir, como la pretensión de que la verdad es deducida de la experiencia y la percepción sensible, es el peor de los pensamientos”

Ahora bien, estas necesidades sólo se dan a conocer de un modo imperfecto en la filosofía de Locke y de Leibniz; lo general, común a ambos filósofos, consiste en erigir en principio, por oposición a Spinoza y Malebranche, lo particular, la determinabilidad finita y lo individual. En Spinoza y Malebranche es la sustancia o lo general lo verdadero, lo único que es, lo eterno, lo que es en y para sí, sin origen, aquello de que las cosas particulares no son sino modificaciones, comprendidas por medio de la sustancia.”

La tendencia general de la conciencia es ahora, por el contrario, poner de manifiesto la diferencia y aferrarse a ella: en parte, para determinarse a sí misma libremente frente a su objeto, el ser, la naturaleza y Dios; y, en parte, para descubrir en esta contraposición la unidad y hacerla surgir de ella.” “Al llegar a Locke, este principio empieza a enfrentarse en filosofía a aquella identidad rígida e indistinta de la sustancia de Spinoza de tal modo que ahora lo más importante de todo, lo fundamental es, por el contrario, lo sensorial, lo limitado, lo inmediatamente existente. Locke se mantiene enteramente en esa fase vulgar de la conciencia que consiste en creer que lo verdadero y lo real son los objetos que se hallan fuera de nosotros. Por tanto, Locke no concibe lo finito como una negatividad absoluta, es decir, en su infinitud; con esto nos encontraremos solamente al llegar a Leibniz. En efecto, éste establece, en un sentido elevado, la individualidad, lo distinto, como algo que es para sí, y además carente de objeto, como un verdadero ser; es decir, no como algo finito y, sin embargo, distinto, de tal modo que cada mónada es de suyo una totalidad.”

John Locke nació en Wrington (Inglaterra) en 1632. Estudió en Oxford por su cuenta la filosofía cartesiana, dando de lado a la filosofía escolástica que era la que todavía se profesaba en la enseñanza. Abrazó la carrera de la medicina, aunque sin llegar a ejercerla, en realidad, por razón de su debilidad física.” “podía vivir en la casa del conde y tener cubiertas sus necesidades de vida, sin necesidad de dedicarse a la práctica de la medicina. Más tarde, al ser nombrado Shaftesbury Lord canciller de Inglaterra, designó a Locke para un cargo, del que se vio privado en seguida, al producirse un cambio de ministerio. § En 1675, temeroso de padecer de tuberculosis, se trasladó a Montpellier para restablecer su salud. Al ocupar de nuevo el ministerio su protector, volvió a ser nombrado para el cargo que antes ocupara, pero no tardó en verse otra vez separado de él, al sobrevenir un nuevo cambio de gabinete, y hubo incluso de huir de Inglaterra.” “Locke, en vista de ello, se trasladó a Holanda, que era por entonces el país donde encontraban asilo y protección cuantos se veían en el trance de huir de las persecuciones políticas o religiosas de otros gobiernos y donde habían ido reuniéndose, en aquellos años, los hombres más famosos y más liberales de Europa.” “Después de la revolución de 1688, al subir al trono de Inglaterra Guillermo de Orange, regresó en unión de éste a su país. Fue designado comisario del Comercio y las Colonias en el nuevo gobierno, publicó su famosa obra sobre el entendimiento humano y, por último, retirado de los negocios públicos por razón de su débil salud, vivió en las casas de campo de algunos grandes ingleses, hasta el 28 de octubre de 1704, en que murió, a la edad de 73 años. (Buhle)”

La filosofía de Locke goza de gran estimación; sigue siendo todavía hoy en conjunto la filosofía de los ingleses y los franceses y, hasta cierto punto, también la de los alemanes. Su pensamiento central, formulado en pocas palabras, es éste: de una parte, que la verdad, el conocimiento, descansa sobre la experiencia y la observación; de otra parte, se prescriben el análisis y la abstracción de las determinaciones generales como vía de conocimiento; es, si se quiere, un empirismo metafisizante, y no es otro el camino corriente que se sigue en las ciencias.”

DA GENEALOGIA DAS IDÉIAS: “Locke trata, pues, de satisfacer una necesidad verdaderamente sentida. No se le puede negar el mérito de haber abandonado el camino de las simples definiciones, de las que los demás arrancaban, para intentar una deducción de los conceptos generales, esforzándose, por ejemplo, en poner de manifiesto cómo la sustancialidad nace subjetivamente de los objetos.” “Ahora, estas definiciones aparecen como un resultado y no como una proclamación oracular, aunque el modo como esta legitimación se establece no sea, por cierto, el más adecuado. En efecto, el interés es puramente subjetivo y de carácter más bien psicológico, en cuanto que Locke se limita a describir el camino del espíritu que se manifiesta; pues lo que a él le preocupa principalmente es derivar, en nuestro conocimiento, las representaciones generales o las ideas, como él las llama, y el origen de ellas, partiendo de lo exterior e interiormente perceptible.”

Es verdad que también Malebranche se pregunta cómo llega el hombre a sus representaciones, lo que parece dar a entender que existe en él el mismo interés que en Locke. Pero, de una parte, este aspecto psicológico en Malebranche es solamente lo posterior; y, de otra parte, lo primario para él es lo general, es Dios; mientras que Locke arranca precisamente de las percepciones singulares, para remontarse, partiendo de ellas, a los conceptos y a Dios.”

Todo hombre sabe ciertamente que, cuando su conciencia se desarrolla empíricamente, arranca siempre de sensaciones, de estados totalmente concretos, y que sólo más tarde aparecen las representaciones generales, que guardan con lo concreto de las sensaciones la conexión de hallarse contenidas en ello. El espacio, por ejemplo, se revela a la conciencia después de lo espacial, el género después de los individuos; y es actividad de mi conciencia, y solamente de ella, el disociar lo general de lo particular de las representaciones, las sensaciones, etc. Es cierto que el sentimiento, la sensación, es lo más bajo, la modalidad animal del espíritu; pero el espíritu, en cuanto pensamiento, aspira a transformar a su modo las sensaciones.”

Kant le pone a Locke, con razón, el reparo de que la fuente de las representaciones generales no es precisamente lo individual, sino el entendimiento. Por lo que se refiere a los pensamientos de Locke, vistos más de cerca, no pueden ser más sencillos. Locke considera que el entendimiento es solamente la conciencia y algo dentro de ella, y sólo reconoce el en sí en cuanto se contiene en ella.”

La filosofía de Locke va dirigida principalmente contra Descartes, quien, al igual que Platón, había hablado de ideas innatas. (…) discute, pues, en el libro primero de su obra las llamadas ideas innatas, tanto las teóricas como las prácticas, es decir, las ideas generales, que son en y para sí y que, al mismo tiempo, se conciben como si formasen parte del espíritu de un modo natural.” “Locke concibe, pues, el alma como una tabula rasa, vacía de todo contenido y que va llenándose con lo que llamamos experiencia.”

si es el uso de la razón el que les ayuda a descubrir esos principios y el que, en realidad, los descubre, no se tratará de principios innatos. La razón consiste, a lo que parece, en descubrir verdades desconocidas partiendo de principios ya conocidos. ¿Por qué ha de ser necesario el empleo de la razón para descubrir unos principios pretendidamente innatos?”

el desarrollo que se opera en la conciencia es algo distinto de la determinación racional en sí; y en este sentido hay que reconocer que la expresión de «ideas innatas» es completamente desacertada. «Es en los niños y en las personas incultas, por no estar deformados por la educación, donde mejor debieran darse estas ideas.» Locke añade todavía algunas razones de esta clase, especialmente de orden práctico: la divergencia que se advierte entre las ideas morales, la existencia de gentes malas y crueles, que no tienen conciencia moral, etc.”

En el libro segundo, Locke pasa al origen de las ideas y trata de poner de manifiesto su formación, partiendo de la experiencia; en esto se concentra su esfuerzo fundamental. Pero este aspecto positivo, que opone a aquella derivación del interior del hombre, resulta igualmente torcido, ya que sólo toma los conceptos de fuera, reteniendo, por tanto, el ser para otro y desconociendo totalmente el en sí.”

Ante todo, por lo que a la cosa misma se refiere es exacto, desde luego, que el hombre arranca de la experiencia cuando trata de formarse algún pensamiento. En todo anda la experiencia, no sólo en lo sensible, sino también en lo que «determina y mueve mi espíritu». Es, pues, indudable que la conciencia toma todas sus representaciones y todos sus conceptos de la experiencia y en ella; pero se trata de saber qué ha de entenderse por experiencia. Ordinariamente, cuando se habla así, no se tiene concepto alguno de lo que la experiencia es; se habla de ella como de algo perfectamente conocido. Ahora bien, la experiencia no es otra cosa que la forma de la objetividad; cuando decimos que algo se halla en la conciencia queremos decir que ese algo tiene forma objetiva para ella, que la conciencia lo experimenta, que lo contempla como algo objetivo. Experiencia quiere decir, aquí, saber inmediato, percepción: es decir, yo mismo debo poseer eso, y ser; y la conciencia acerca de lo que poseo y soy es justo la experiencia.” “Lo racional es, es decir, es como un ente para la conciencia, que ésta experimenta; necesita ser visto, oído, existir o haber existido como un fenómeno del universo.” “Y es de todo punto indiferente que se tome esto como algo experimentado, como una serie de conceptos de experiencia, si podemos expresarnos así, o de representaciones, o que se vea en esa serie una serie de pensamientos, es decir, de algo que es en sí.”

Ahora bien, el trabajo del entendimiento consiste en sacar de varias llamadas ideas simples una cierta cantidad de ideas nuevas mediante la elaboración de aquellos elementos recibidos, por la vía de la comparación, la distinción y la contraposición y, finalmente, por la de la disociación o la abstracción, y así nacen los conceptos generales; nacen así, por ejemplo, los conceptos de espacio y tiempo, de existencia, unidad y diferencia, de potencia, causa y efecto, de libertad y necesidad.” “Ahora bien, Locke cifraba la esencia del entendimiento solamente en la actividad formal que consiste en formar nuevas determinaciones a base de las representaciones simples obtenidas a través de la percepción, mediante la comparación y la combinación de varias en una; el entendimiento es la aprehensión de las sensaciones abstractas contenidas en los objetos.” “Ahora bien, ¿cómo obtiene el entendimiento, partiendo de las representaciones simples de la experiencia, otras más complejas? Locke explica esto a la luz de lo particular; sin embargo, este extraer determinaciones generales a base de percepciones concretas no dice absolutamente nada, es algo extraordinariamente trivial, fastidioso y, además, muy prolijo; algo completamente formal, una vacua tautología. Así, por ejemplo, la representación general de espacio, nos dice, se forma en nosotros partiendo de la percepción de la distancia entre los cuerpos a través de la vista y el tacto. (…) la distancia misma es ya espacialidad, lo que quiere decir que el entendimiento saca la determinación del espacio mismo.” Um Piaget das cavernas.

La idea de sustancia (que Locke toma en peor sentido que Spinoza), idea compleja, procede del hecho de que percibimos con frecuencia, juntas, ideas simples tales como la idea de azul, la idea de algo pesado, etc. Nos representamos esta yuxtaposición como algo que sustenta por igual aquellas ideas simples, en lo que estas ideas existen, etc.] Así deduce Locke también el concepto general de potencia. Y por la misma vía deriva, a continuación, las determinaciones de libertad y necesidad, de causa y efecto.” Tudo o que Kant resolve em um enunciado este senhor tem de debulhar mal e mal em páginas e páginas…

Bien podemos afirmar que no cabe concebir nada más superficial que esta derivación de las ideas.” “Al hablar del espacio, por ejemplo, confiesa Locke que no sabe lo que es en sí. Este llamado análisis lockeano de las representaciones complejas y su llamada explicación de las mismas lograron encontrar una acogida general por razón de su claridad y su nitidez poco comunes. Pues, ¿cabe nada más claro que decir que el concepto de tiempo proviene de que percibimos el tiempo y el concepto de espacio de que vemos el espacio? Los franceses, sobre todo, lo aceptaron en seguida y lo desarrollaron; su Idéologie no contiene, en realidad, otra cosa.”

Es algo así como si Locke pretendiera demostrar que el bien no es en sí porque haya muchachos malos, o que en la naturaleza no se da el círculo en y para sí, porque el contorno de un árbol, por ejemplo, no sea perfectamente circular, o porque el círculo dibujado por mí no sea exactamente un círculo geométrico.”

Además, el sostener que los géneros no son nada en sí, que lo general no constituye la esencia de la naturaleza, que su ser en sí no es lo pensado, equivale a afirmar que no conocemos la esencia real: es la letanía repetida desde entonces hasta la saciedad:

Ningún espíritu creado puede conocer la estructura íntima de la naturaleza,

hasta llegar a la concepción de que el ser para otro, la percepción, no es algo en sí, concepción que no penetra hasta el lado positivo, en que el en sí es lo general. Locke, llevado de este apremio del ser para otro, queda muy rezagado en la naturaleza del conocimiento, mucho más rezagado, incluso, que Platón.” Incluso que Tales, que cualquier sofista!

Y también es curioso que Locke, apoyándose en el sentido común, luche contra los principios generales o los axiomas, por ejemplo, el de que A = A, es decir, el de que cuando algo es A no puede ser B. Estas proposiciones, nos dice, son superfluas o de una utilidad insignificante o nula, pues nadie ha sido todavía capaz de construir una ciencia sobre el principio de la contradicción. Partiendo de estos principios, lo mismo puede probarse lo verdadero que lo falso; son, simplemente, tautologías.”

NASCIMENTO DA FILOSOFIA ANALÍTICA: “Tal es la filosofía de Locke, en la que no se contiene el menor atisbo de lo especulativo. En ella se trata de satisfacer por la vía empírica el interés de la filosofía, que consiste en conocer la verdad.”

Con el método seguido por Locke cambia totalmente, a partir de ahora o en este aspecto el punto de vista de la filosofía; el interés se circunscribe a la forma del tránsito de lo objetivo o de las sensaciones aisladas a la forma de representaciones. Ya en Spinoza y Malebranche nos encontrábamos ciertamente, como determinación fundamental, con esta actitud del pensamiento orientada hacia el conocimiento de lo intuido, es decir, de lo relativo, y asimismo con la pregunta, ¿qué relación existe entre lo uno y lo otro? Pero se la contestaba y se la enfocaba en el sentido de que sólo esta relación era lo interesante, y esta relación misma, como sustancia absoluta, era en ellos la identidad, lo verdadero, Dios; ella, y no las cosas relacionadas. El interés allí no recaía sobre estas cosas; no eran estas cosas relacionadas”

Platón investigó lo infinito y lo finito, el ser y lo determinado, etc., y dijo que ninguna de estas antítesis era, por sí misma, la verdad; sólo lo eran, para él, en cuanto se establecían como idénticas, viniese de donde viniera la verdad de este contenido. De nada sirve saber si ese contenido proviene del entendimiento o de la experiencia; lo que se pregunta, lo que interesa es únicamente esto: ¿es verdad por sí mismo?” Mas os ingleses não são tão sutis… Para eles basta que custe ‘x’ shellings…

El interés del contenido en y para sí desaparece totalmente en esta posición, con lo cual se pierde totalmente de vista la finalidad de la filosofía. Por el contrario, allí donde el pensamiento es algo concreto por naturaleza, donde el pensamiento y lo general aparecen identificados con lo extenso, carece de todo interés e incluso de sentido el preguntarse cuál es la relación entre ambos, que el pensamiento ha desdoblado. ¿Cómo supera el pensamiento las dificultades que él mismo se ha creado? En Locke, no se crea ni se despierta ninguna. Y para que pueda satisfacerse la necesidad de reconciliación, es necesario que se empiece por sentir el dolor del desdoblamiento.” Na filosofia continental, filosofa-se com a dor (digo, ela é sintoma, ou pode ser sintoma, de que se está filosofando, efetivamente); na filosofia britânica, filosofa-se com o tédio, l’ennui.

La filosofía de Locke es evidentemente una filosofía fácilmente comprensible, pero precisamente por ello una filosofía popular, a la que se une toda la filosofía inglesa tal y como es todavía hoy; es el modo preferente de esa actitud pensante a que se da el nombre de filosofía, la forma que se abre paso en la ciencia que nace por aquel entonces en toda Europa.” “las ciencias en general, y en particular las ciencias empíricas, deben su origen precisamente a esta trayectoria del pensamiento. A derivar experiencias de las observaciones es a lo que llaman los ingleses, desde esta época, filosofar; y este punto de vista ha prevalecido, unilateralmente, en las ciencias físicas y en las ciencias jurídico-políticas. Los ingleses llaman, en general, filosofía a una serie de principios generales acerca de la economía del Estado, como hoy el principio del librecambio, y en general a los que descansan sobre la experiencia pensante, a los conocimientos de lo que, dentro de este círculo, se revela como necesario y útil.” “y así, Newton está considerado entre los ingleses como el filósofo por excelencia.”

Así surgió entre los ingleses la ciencia política racional,¹ por haber sido la peculiar constitución vigente en este país la que orientó a esta ciencia, de un modo singular y antes que ninguna otra lo hiciera, hacia la reflexión acerca de las relaciones jurídicas interiores del Estado. Hobbes² debe citarse a este respecto. Esta manera de razonar parte del espíritu presente, del propio interior o exterior, en cuanto que los sentimientos que nosotros abrigamos, las experiencias que se dan directamente dentro de nosotros, sirven de fundamento para este método. Pues bien, esta filosofía del pensamiento razonante se ha convertido hoy en la manera general de filosofar y de ella ha brotado toda la revolución operada en cuanto a la posición del espíritu.”

¹ Ciência política anti-platônica

² E aqui é dado todo o espaço que Thomas Hobbes merece na filosofia continental: um pé de página! Infelizmente, H. voltará a tratar dele mais abaixo…

Hugo Grocio, por la misma época de Locke, se dedicó a estudiar el derecho de los pueblos; y también en él se manifiesta esta manera de pensar a que acabamos de referirnos, puesto que procede a establecer combinaciones totalmente empíricas de las relaciones entre los pueblos, unidas a razonamientos de tipo también empírico.” “Su obra principal, De jure belli et pacis, fue compuesta en 1625; hoy ya casi nadie la lee, pero llegó a ejercer una influencia extraordinaria. En ella expone Grocio históricamente y apoyándose, en parte, en pasajes del Antiguo Testamento, cómo los pueblos se comportan los unos con los otros en las relaciones de la guerra y de la paz y cuáles son las normas que entre ellos se siguen. Como ejemplo de la manera empírica de razonar de este pensador, pondremos el siguiente: a los prisioneros, dice Grocio, no se les debe dar muerte, pues la finalidad que se persigue es desarmar al enemigo y, conseguido esto, no hay por qué ensañarse derramando más sangre, etc. § Este método empírico trajo como consecuencia evidentemente que se revelasen a la conciencia principios generales racionales e intelectivos acerca de las relaciones entre los pueblos, que estos principios fuesen reconocidos y que se los hiciese más o menos aceptables. Nos encontramos, así, con la proclamación de principios tales como, por ejemplo, la legitimidad del poder real; pues el pensamiento del autor se proyecta sobre todo. Sus pruebas y sus deducciones no nos satisfacen; pero no por ello debemos desconocer lo que por este camino se logró, a saber: el establecimiento de principios que encuentran su confirmación definitiva en los objetos mismos, en el espíritu y en los pensamientos.”

por lo que se refiere a la filosofía del Estado y su derecho (philosophia civilis), dice Hobbes que no es anterior a su libro De cive.” “Pero en él no hay, en realidad, nada de especulativo, nada que pueda llamarse propiamente filosófico; y menos aún en Hugo Grocio. § Con anterioridad, se proclamaban ideales o se invocaba la autoridad de la Sagrada Escritura o del derecho positivo; Hobbes, por el contrario, se esfuerza en reducir la comunidad del Estado y la naturaleza del poder político a principios que se hallan dentro de nosotros mismos y que reconocemos como propios. [Ao contrario: ele cita a bíblia DEMAIS!] Surgen así 2 principios contrapuestos. El 1º es el de la obediencia pasiva de los súbditos y la autoridad divina del regente, cuya voluntad es ley absoluta y se halla de suyo sustraída a toda otra ley. § Y esto se expone en relación estrecha con la religión y se prueba con ejemplos tomados del Antiguo Testamento, de la historia de Saúl y David, etc.” Ilegível hoje!

Es cierto que Hobbes afirma también la obediencia pasiva y la arbitrariedad absoluta del poder real; pero, al propio tiempo, intenta derivar de determinaciones generales los principios del poder monárquico, etc. Sus concepciones son superficiales y de tipo empírico; pero los fundamentos que alega y las proposiciones que desarrolla tienen un carácter original, en cuanto que se inspiran en las necesidades naturales del hombre.” “Hobbes afirma: «El origen de toda sociedad civil hay que buscarlo en el temor mutuo de todos»; esto no pasa de ser, en realidad, un fenómeno que se le revela a la conciencia.” “Hobbes alega, en apoyo de esto, una razón bastante curiosa, y es que «cualquiera puede matar al otro», es decir, ejercer sobre él la violencia extrema.”

Cudworth hizo el intento de revivir en Inglaterra la filosofía de Platón, pero por medio de demostraciones a la manera de las que encontrábamos en Descartes y de una seca metafísica intelectiva.” “También el de Clarke, con sus pruebas de la existencia de Dios, es un nombre famoso. Y, por este estilo, podríamos enumerar toda una serie de filósofos ingleses, de los que nos creemos autorizados a prescindir por completo, toda vez que Clarke, Wollaston y otros se mueven dentro de las formas de una metafísica intelectiva perfectamente vulgar.”

COMENTÁRIO GERAL SOBRE A SUPERFICIALIDADE DOS INGLESES: “La sociabilidad, por ejemplo, es un momento que encontramos en la experiencia, ya que el hombre obtiene de la sociedad múltiples beneficios. Ahora bien, ¿en qué se basa la necesidad del Estado, de la sociedad? En una inclinación social. Ésta es la causa, exactamente lo mismo que en lo físico se efectúa siempre este tipo de traducción formal. La necesidad de una existencia, por ejemplo la de los fenómenos de la electricidad, encuentra su fundamentación en una causa que los produce; es simplemente la forma de la reducción de lo exterior a lo interior, del ente a lo pensado, lo cual se representa, sin embargo, a su vez, como un ente” A conta quem paga somos nós, dos séculos XX e XXI, herdeiros da Colônia inglesa nas Américas. Do mais vil imperialismo que já grassou neste so-called planet. Se Hegel soubesse que o Espírito do Mundo reuniria a Terra numa Aldeia Global com estes ‘capitães’, teria reformulado seu sistema ainda em vida.

En la lucha sostenida por afirmar por sí mismas las relaciones jurídicas dentro del Estado y fundar una organización judicial se ha manifestado, mezclándose esencialmente en ello, la reflexión del pensamiento; y, lo mismo que veíamos en Hugo Grocio, Pufendorf convierte en principio un impulso humano, un instinto, a saber: el instinto de sociabilidad, etc.” Só o fato de que me formei sociólogo sem sequer ouvir falar nisso demonstra sua total irrelevância para o pensamento.

Newton fue indudablemente quien más contribuyó a la difusión de la filosofía de Locke o de la manera inglesa de filosofar, en general, y en particular a su aplicación a todas las ciencias físicas. Su lema era: «¡Física, guárdate de la metafísica!», lo que viene a decir, sobre poco más o menos: ¡ciencia, guárdate del pensamiento!HAHAHAHAHA!

[N.] levó la ciencia al punto de vista de la reflexión y proclamó las leyes de las fuerzas en vez de proclamar las leyes de los fenómenos.” “y tanto en la física como en la teoría de los colores recogió observaciones malas y llegó a conclusiones todavía peores.” Sobretudo na teoria das cores, que só foi arrematada a contento pelo “de humanas” Goethe!

Además, Newton es un pensador tan bárbaro por lo que a los conceptos se refiere, que le ocurría lo mismo que a aquel otro inglés que se asombraba y se alegraba extraordinariamente al saber que se había pasado toda la vida hablando en prosa, sin conocer que estaba dotado de este talento. Newton, en cambio, como los físicos, no llegó a saberlo nunca, no llegó a darse cuenta de que, cuando creía manejar simplemente cosas físicas, pensaba y manejaba conceptos; en este sentido, viene a ser la antítesis de Böhme, quien manejaba las cosas sensibles como si fuesen conceptos, y se adueñaba perfectamente de su realidad y la dominaba gracias a la fuerza de su espíritu, mientras que Newton, procediendo a la inversa, operaba con los conceptos como con cosas sensibles y los tomaba en sus manos como suelen tomarse la piedra o la madera.” “Al comienzo de las obras de ciencias físicas se nos habla, por ejemplo, de la fuerza de la inercia, de la fuerza de aceleración, de las moléculas, de la fuerza centrípeta y centrífuga, como de firmes determinaciones existentes; es decir, que se nos ofrecen como los primeros rudimentos los que debieran ser los resultados finales de la reflexión.”

¿Por qué no hacen estas ciencias mayores progresos? La causa de ello está sencillamente en que no saben operar con conceptos, sino que toman estas determinaciones y laboran a base de ellas, sin sentido ni entendimiento. Por eso en la óptica de Newton, por ejemplo, vemos que las conclusiones a que se llega a base de experiencias son algo tan alejado de la verdad, tan carente de conceptos que, presentándosenos como el ejemplo más grandioso de cómo se debe llegar a conocer la naturaleza por medio de experimentos y de conclusiones sacadas de ellos, debiera considerarse más bien como ejemplo de cómo no debiera experimentarse ni razonarse, de cómo no se debería tratar de conocer las cosas.

La naturaleza misma se encarga de refutar esa deplorable manera de experimentar, pues la naturaleza es algo mucho más excelente que lo que esos míseros experimentos nos dicen de ella: ella misma y el continuo experimentar dan el mejor mentís a esos falsos métodos. Y así, vemos que de los espléndidos descubrimientos newtonianos en materia de óptica sólo queda en pie uno: la división de la luz en 7 colores: en parte, porque lo que se ventila aquí es el concepto del todo y de las partes, y también por una empedernida cerrazón ante lo contrapuesto.” Já dediquei até um post sobre isso. Mas uma última palavra: creio que um dia diremos, esquecendo Cristo, e nos lembrando de Isaac Newton somente para esquecê-lo (lembrarmo-nos constantemente de conservá-lo esquecido): ANO XXX DEPOIS DE NÃO-NEWTON (ex: 272 d.¬N., para assinalar que não vivemos mais no mundo ocidental ou na modernidade que conhecemos. Obviamente meus tetranetos já serão caveiras até lá. Mas já vivemos em algum ano a.d¬N., se serve de consolo!

Leibniz, que en otro sentido es la antítesis de Newton, es también claramente, en lo filosófico, la antítesis de Locke y su empirismo, y de Spinoza.” “Leibniz integra exteriormente a Spinoza mediante su principio de la individuación.” “Gottfried Wilhelm (barón de) Leibniz nació en 1646, en Leipzig, donde su padre era profesor de filosofía.” Deve ser o único filósofo da história filho de um filósofo!

Poco después, trabó conocimiento en Nuremberg con una sociedad de alquimistas, dejándose iniciar en esta clase de estudios y manipulaciones; hizo extractos de obras sobre alquimia y ahondó en los arcanos de esta oscura ciencia.” Às vezes Leibniz só o fez pra “comer mulheres”, nós somos muito apressados em julgar!

Todas estas ocupaciones, tan diversas y tan dispares, no fueron obstáculo para que descubriera, en 1677, el cálculo diferencial, a propósito de lo cual se vio arrastrado a una disputa con Newton, en la que, por cierto, mantuvieron una actitud poco noble tanto éste como la Sociedad de Ciencias de Londres. Los ingleses, que propendían a atribuírselo todo y eran bastante injustos con los demás, sostenían que el verdadero inventor de este cálculo era Newton. Sin embargo, los Principia newtonianos vieron la luz con posterioridad al descubrimiento de Leibniz, y en una nota a la primera edición, que más tarde desapareció, se hace un elogio del filósofo alemán.” ‘Obscenidades’ que não deveriam estar num livro hegeliano de história da filosofia, digo, do Espírito do Mundo. A verdade é que este assunto, além disso, mesmo para uma historiografia da matemática, seria controverso e haveria necessidade de abordá-lo em mais parágrafos: ao que tudo indica, Newton já possuía o conhecimento do cálculo diferencial (não se descobre algo assim, o termo correto seria inventar), porém tinha o hábito de publicar apenas muito vagarosamente, após reunir mais material e ‘sentir a recepção’ das idéias na comunidade matemática, ao passo que outros autores como René Descartes e o próprio Leibniz publicavam imediatamente após concluírem artigos e teses, sem constrangimento em se autocontradizerem ou desmentirem de seguida. Aqui o patriotismo de H. foi provavelmente em vão, apesar de estar certo quanto ao caráter protecionista dos ingleses! Ler https://seclusao.art.blog/2021/05/26/historia-da-matematica-uma-visao-critica-desfazendo-mitos-e-lendas-tatiana-roque-2012/.

publicó obras muy importantes de historia. Murió en Hannover el año 1716, a los 70 de edad. (La Vie de Mr. Leibniz por el caballero de Jaucourt; Brucker)”

no encontramos ningún tratado de conjunto, ninguna obra sistemática revisada o desarrollada por él.” Talvez por isso também não tenha chegado a lê-lo até hoje. A diferença que uma obra clássica não faz em filosofia…

La obra que presenta, tal vez, apariencias de tal, su Théodicée, la más famosa entre el público, es una obra popular, escrita para la reina Sofía Carlota en contra de Bayle y en la que nuestro filósofo se esfuerza por rehuir todo lo especulativo. (…) posteriormente, se burlaron de Wolff, quien había tomado este libro muy en serio” “Nosotros no alcanzamos ya a gustar plenamente la Teodicea de Leibniz, en la que se trata de justificar a Dios por los males de este mundo.” Hmmm, agora me deu vontade de lê-la.

Buhle (Geschichte der neuern Philosophie, t. IV, secc. 1, p. 131) dice, refiriéndose a Leibniz: «Su filosofía no es tanto el producto de una especulación original, libre e independiente, como el resultado del examen de antiguos —y nuevos— sistemas, un eclecticismo cuyos defectos trataba de subsanar, este pensador, de un modo peculiar. Es una elaboración incoherente de la filosofía en forma de cartas.»” “De este modo, la filosofía leibniziana parece menos un sistema filosófico que una hipótesis sobre la esencia del universo y concretamente acerca del modo como ésta debe determinarse” “De aquí que la filosofía leibniziana parezca ser una serie de afirmaciones arbitrarias formuladas por este filósofo y empalmadas las unas con las otras, algo así como una novela metafísica; y no llegamos a apreciarla en su verdadero valor hasta que no vemos qué es lo que con ello ha querido evitar Leibniz.”

el nombre de mónadas, expresión empleada ya por los pitagóricos.”

«La sustancia es una cosa capaz de actividad; es simple o compleja, pero las complejas no pueden existir sin las simples. Las mónadas son sustancias simples.» L., Principes de la nature et de la grâce

Ahora bien, estas mónadas de que hablamos no son algo simple y abstracto de suyo, como los átomos vacíos de Epicuro, los cuales, por ser lo indeterminado de suyo, sólo pueden recibir y reciben su determinación, cualquiera que ella sea, de su agregación. Las mónadas son, por el contrario, formas sustanciales, expresión excelente, [ô!] tomada de la terminología de los escolásticos” “son las entelequias de Aristóteles concebidas como actividad pura, sean cuales fueren las formas que en ellas se manifiesten”

«Estas mónadas no tienen existencia material o extensión, ni nacen tampoco o perecen de un modo natural, sino que sólo pueden comenzar por un acto de creación de Dios y terminar por vía de destrucción.»

Ahora bien, la palabra «creación» es conocida en la terminología religiosa; pero es un término vacío, sacado de la representación: para que llegue a ser un pensamiento y tenga significado filosófico, es necesario determinarlo con mucha mayor precisión.”

«Precisamente porque son sustancias simples, las mónadas no son modificadas por otras en su esencia interior; no se establece entre ellas ninguna conexión causal.»

«Pero estas mónadas necesitan tener, al mismo tiempo, en sí mismas, ciertas cualidades, ciertas determinaciones, acciones internas, por las que se distingan de otras. No pueden existir dos cosas iguales, pues si existiesen, no serían ya 2 cosas distintas, sino una y la misma cosa.» Principia philosophiae

Para estas cosas sensibles el principio no tiene interés alguno: es, prima facie, indiferente que existan o no 2 cosas iguales entre sí; puede tratarse siempre de una distinción en cuanto al espacio. Es éste un sentido superficial, que no nos interesa en lo más mínimo. El sentido profundo es otro, a saber: el de que cada cosa es en sí misma algo determinado, algo que en sí misma se distingue de las demás.” “La distinción debe serlo en ella misma; no debe revelarse simplemente a nuestra comparación, sino que el sujeto debe encontrar la diferencia como su determinación propia; dicho en otros términos, la determinación debe ser inmanente al individuo. No somos nosotros los que distinguimos a la fiera por sus garras, sino que es ella la que se distingue esencialmente a sí misma por este atributo, la que se defiende y sostiene mediante él. Si 2 cosas sólo se distinguen por ser 2, cada una de ellas es una; el que sean 2 no representa en sí una relación diferencial, sino que lo fundamental es la diferencia determinada en sí.”

«Pero la determinabilidad y el cambio que ello lleva consigo representan un principio interno, que es en sí; es una pluralidad de modificaciones, de relaciones con las esencias que las rodean, pero una pluralidad que permanece encerrada en lo simple. Ahora bien, una determinabilidad y un cambio de este tipo, que permanecen y se desarrollan así en la esencia misma, no son otra cosa que una percepción [representação]»

Es ésta, sin duda, una determinación muy importante; en la sustancia misma va implícita la negatividad, la determinabilidad, sin renunciar a lo que tiene de simple y de ser dentro de sí. Y, penetrando más a fondo en la cosa, vemos que va implícito en ella ese idealismo que consiste en que lo simple sea un algo distinto en sí mismo, algo que conserva su unidad a despecho de sus cambios y permanece en la simplicidad, como, por ejemplo, yo o mi espíritu. En mí hay muchas representaciones, una gran riqueza de pensamientos; y, sin embargo, pese a esta diferenciabilidad, soy yo, es decir, una unidad. Es la idealidad en que lo distinto se levanta a la par y se determina como la unidad; las mónadas se distinguen, pues, por medio de modificaciones en ellas mismas, pero no por medio de determinaciones externas. Estas determinaciones que van implícitas en las mónadas se contienen en ellas de un modo ideal; esta idealidad en la mónada forma un todo en sí misma, por donde estas distinciones no son sino representaciones. Tal es la diferencia absoluta a que se da el nombre de concepto; lo que en la mera representación se desdobla aparece aquí unido.” “la actividad es la diferenciabilidad dentro de la unidad, y en esto y no en otra cosa consiste la verdadera diferencia.”

«La actividad del principio interior, por medio de la cual avanza de una percepción a otra, es una apetencia (apetitus

a las percepciones de la conciencia las llama Leibniz apercepciones.” O vocabulário da filosofia vai enriquecendo, mas com isso não se garante que enriqueça a filosofia mesma. Apercepção, que em Kant é um termo incognoscível (o que não compromete compreendê-lo), significa, pois, originalmente: a representação conceituável (pensável). O que é mais que pura aparência, embora decorra evidentemente do fenômeno.

NUNCA ESCAPAREIS DE PLATÃO: “La diferencia entre las mónadas puramente representativas y las mónadas conscientes de sí la cifra Leibniz en una diferencia de grado de claridad.”

Ahora bien, cuando pone de manifiesto, en forma de ejemplos, la existencia de representaciones sin conciencia, se remite al estado de desvanecimiento o de sueño, en que el hombre es una simple mónadaOra, eu não posso – e se pudesse seria inútil e tedioso – descrever em literatura cada rachadura das paredes de minha casa. Abstração do homem como indivíduo (e aliás pela 1ª vez como indivíduo, já que o indivíduo de que falamos na linguagem corrente é quase sempre, em realidade, um divíduo, complexo, para si e não em si), não obstante, é um ganho enorme em termos filosóficos. Significa abstrair todo o mundo – toda a representação e a situação que carrego comigo – num outro absolutamente ‘insignificante’, do ponto de vista universal. Toda a filosofia de Rafael com suas riquíssimas implicações como uma mônada.

La materia no es otra cosa que su capacidad pasiva. Esta capacidad pasiva constituye, precisamente, la oscuridad de las representaciones o un aturdimiento que no conduce a la distinción, a la apetencia o a la actividad.” As rachaduras na parede, repito. A filosofia analítica in a nutshell? Mas por estar numa casca de noz já se tornou um continente – cof, cof…

Leibniz, De anima brutorum – o ruim de L. é que para apreender sua filosofia como um todo provavelmente terei de recorrer a suas Obras completas!

Los cuerpos como tales cuerpos son conglomerados de mónadas; son agregaciones a las que no podemos llamar sustancias, del mismo modo que no podemos dar este nombre a un rebaño de ovejas. La continuidad de ellas es una ordenación o una extensión, pero el espacio no es nada en sí; tiene ser solamente en un otro, es una unidad que nuestro entendimiento infunde a aquel conglomerado. (Système nouveau de la nature et de la communication des substances; Nouveaux essais sur l’entendement humain [obra estritamente para refutação do lockismo, de cunho não-obrigatório])»

L. determina y distingue 3 clases de mónadas: las inorgánicas, las orgánicas y las conscientes”

Son inorgánicos aquellos cuerpos que no poseen una unidad interior, cuyos momentos sólo se hallan unidos por el espacio o exteriormente; no hay en ellos una entelequia o una mónada que predomine sobre las demás.” “Son inorgánicos aquellos cuerpos que no poseen una unidad interior, cuyos momentos sólo se hallan unidos por el espacio o exteriormente; no hay en ellos una entelequia o una mónada que predomine sobre las demás.” “Una fase superior del ser son los cuerpos vivos y animados, en los que una mónada predomina sobre las demás. El cuerpo unido con la mónada —del cual la mónada una es la entelequia o el alma— es llamado, en unión de esta alma, un ser vivo, un animal. [dotado de alma]” “Si Leibniz no se hubiese servido de la palabra «predominar» y hubiese desarrollado con mayor precisión este concepto, tendríamos que esta mónada abarcante levantaría a las otras y las reduciría a algo puramente negativo; el ser en sí de las otras mónadas o el principio del ser absoluto de estos puntos o individuos habría desaparecido.”

GLOSSÁRIO KANTIANO: «Estas verdades eternas descansan sobre 2 principios: uno es el de la contradicción, otro el de la razón suficiente

El primero es la unidad, expresada inútilmente como un principio, la distinción de lo que no puede distinguirse, el A = A” «El principio de la razón consiste en que todo tiene su fundamento» “La verdad necesaria tiene que tener así su fundamento en ella misma, de tal modo que se la encuentre por medio del análisis, es decir, precisamente por medio de aquel principio de la identidad. El análisis es, en efecto, la representación predilecta que lo reduce todo a conceptos y principios simples: una reducción que destruye su relación y que es, por tanto, en realidad, un tránsito a lo opuesto, pero sin tener la conciencia de ello, y que, por tanto, excluye el concepto, pues sólo retiene todo lo que es opuesto en su identidad consigo mismo. Esto de razón suficiente parece ser un pleonasmo; sin embargo, Leibniz entendía por ello fines y causas finales (causae finales), cuya distinción con respecto al nexo causal o a su causa eficiente pone aquí de manifiesto.” Homo, aquele que pode agir em ato e em potência (para si e em si).

SOBRE O CLICHÊ <VIVEMOS NO MELHOR DOS MUNDOS POSSÍVEIS>: “No cabe duda de que es posible, en general, afirmar esto; sin embargo, esta perfección de que se habla no representa un pensamiento determinado, sino una expresión mala, popular, y una cháchara acerca de una posibilidad representativa o imaginativa; Voltaire se ha burlado ingeniosamente de esta manera de pensar.”

Hay que decir, además, que la razón suficiente se refiere a la representación de las mónadas. Los principios de las cosas son las mónadas, cada una de las cuales es para sí, sin influir para nada en las demás. Ahora bien, si la mónada de las mónadas, Dios, es la sustancia absoluta y las diversas mónadas individuales son obra de su voluntad, desaparece la sustancialidad de ellas. Nos vemos situados, así, ante una contradicción que permanece de suyo insoluble: es la contradicción entre la mónada sustancial una y las muchas mónadas sueltas, que se presentan como sustantivas e independientes por el mero hecho de que su esencia consiste en no guardar relación las unas con las otras.” “Lo que hay de grande en Leibniz es esta intelectualidad de las representaciones, aunque Leibniz no haya sabido desarrollarla debidamente; por esta razón, es esta intelectualidad, al mismo tiempo, una pluralidad infinita que conserva su independencia absoluta, ya que esta intelectualidad no ha sabido superar la unidad. Leibniz no ha sabido sintetizar en la unidad la separación en el concepto que va hasta la dimisión de sí mismo, hasta el manifestarse bajo la apariencia de una sustantividad distinta. La coordinación de estos 2 momentos, de la trayectoria de las representaciones y de la trayectoria de las cosas externas, manifestándose mutuamente como causa y efecto, no sabe Leibniz relacionarlas en y para sí; por eso deja que se desdoblen, a pesar de que cada una de estas 2 trayectorias se mantiene pasiva con respecto a la otra. Es cierto que, vista la cosa más de cerca, las considera a las 2 formando una unidad; pero, al mismo tiempo, su actividad no existe según él para sí.”

La palabra «Dios» es, por tanto, el recurso que se emplea para llegar a una unidad que es solamente una unidad pensada, pues no se indica cómo de esta unidad emerge lo múltiple. Por consiguiente, Dios desempeña en la filosofía moderna un papel mucho más importante que en la antigua, ya que ahora constituye un postulado fundamental el comprender la antítesis absoluta del pensar y el ser.” “Dios viene a ser, por tanto, algo así como el arroyo al que van a fluir todas las contradicciones; y eso, una colección popular, es la Teodicea leibniziana.”

Directamente enlazada a la de Leibniz aparece la filosofía de Wolff, que no es, en rigor, sino una sistematización pedantesca del pensamiento leibniziano, razón por la cual se la conoce también con el nombre de filosofía de Leibniz-Wolff.

Wolff hízose famoso en el cultivo de las matemáticas y también por su filosofía, que llegó a dominar en Alemania durante bastante tiempo. En Wolff, como el maestro del entendimiento, nos encontramos con un desarrollo sistemático de la materia filosófica existente de las representaciones humanas en general. Por tanto, Wolff tiene grandes e inmortales méritos, principalmente por su obra de cultivador de la inteligencia de los alemanes, y se le puede considerar, ante todo, como maestro de este pueblo. Puede afirmarse que Wolff fue el primero que aclimató la filosofía en Alemania.” Uau!

ELOGIAR OFENDENDO, OU CRITICAR ENALTECENDO? “Comparten también esta fama otras 2 figuras: Tschirnhausen y Thomasius, sobre todo por el hecho de haber escrito sobre filosofía en alemán. Sin embargo, poco, muy poco es lo que podríamos decir acerca de la filosofía de estos 2 pensadores, en cuanto a su contenido, pues no es, en rigor, otra cosa que lo que se llama la sana razón: esa superficialidad y esa vacua generalidad con que nos encontramos siempre allí donde empieza a levantar su vuelo el pensamiento. La generalidad del pensamiento satisface, en estos casos, porque todo se contiene en ella como en un refrán, que, a fuerza de ser muy general, carece de todo contenido determinado.” “Esta filosofía acaba convirtiéndose, como filosofía intelectiva, en parte de la cultura general: el pensamiento determinado, intelectivo, se erige aquí en principio fundamental y se extiende por toda la órbita de los objetos que caen dentro del campo del saber. Wolff definió para Alemania, y aun de un modo más general, el mundo de la conciencia, como respecto de su tiempo podríamos afirmar de Aristóteles.” “Aquella filosofía sustancial y espiritualmente superior con que nos encontrábamos en Böhme y que revestía en este pensador una forma propia y todavía bárbara se ha extinguido por completo y ha desaparecido, sin dejar el menor rastro; hasta su mismo lenguaje cae en el más completo olvido.”

He aquí lo más notable de la vida de Christian Wolff: nació en Breslau, en 1679, era hijo de un panadero, empezó estudiando teología, pasó luego al estudio de la filosofía, y en 1707 obtuvo una cátedra de matemáticas y filosofía en la universidad de Halle. Aquí, fue víctima de las más viles asechanzas por parte de los teólogos pietistas, especialmente de Lange. La gente piadosa no se fiaba de la obra del entendimiento; sabía que si ésta era verdadera se remontaría necesariamente a un contenido de naturaleza especulativa, que habría de trascender, por tanto, del campo del entendimiento.

Los adversarios, en vista de que no conseguían nada con los ataques escritos, recurrieron a las intrigas. Hicieron creer al rey Federico Guillermo I, padre de Federico II, un rey bárbaro preocupado solamente en cosas de soldados y de milicia, que el determinismo de Wolff suprimía el libre arbitrio humano, por lo cual, según su filosofía, habría que entender que los soldados que desertaban del ejército no obraban por su libre voluntad, sino obligados por una especial institución divina (por la armonía preestablecida) y que si esta doctrina llegaba a difundirse entre los soldados podría ser extraordinariamente peligrosa para el Estado. El rey, montando en cólera, extendió inmediatamente una orden de gabinete en que se conminaba a Wolff para que, en un plazo de 48 horas, abandonase la ciudad de Halle y los estados prusianos, si no quería verse castigado con la horca.” “el piadoso Franke dio gracias a Dios, de rodillas, en una iglesia, por haber alejado de allí a aquel hombre. Pero no habría de durarles mucho la alegría a los pietistas. Wolff habíase trasladado a Kassel, y poco después fue nombrado primer profesor en la Facultad de Filosofía de Marburgo; por los mismos días, fue honrado con los nombramientos de miembro de las Academias de Ciencias de Londres, París y Estocolmo, y el zar Pedro I lo designó vicepresidente de la Academia de San Petersburgo, recién fundada. Recibió, además, una invitación para trasladarse a Rusia, que declinó, siéndole adjudicado, no obstante, un sueldo honorífico. El Gran Elector de Baviera le concedió un título de barón y se vio, en una palabra, cargado de honores materiales, que entonces sobre todo (y también ahora) realzaban mucho la personalidad de las gentes a los ojos del gran público y que eran demasiado grandes para no producir sensación también en Berlín.

En vista de ello, se nombró en la capital de Prusia una comisión encargada de dictaminar acerca de la filosofía de Wolff (ya que a ésta no había sido posible expulsarla, como al filósofo).” HAHAHAHAHAHA!!!

El dictamen emitido fue absolutorio para ella, es decir, declaró que no envolvía ningún peligro para la religión”

Federico Guillermo dirigió al filósofo una carta muy honrosa para él, llamándolo a reintegrarse a su cátedra, pero la invitación fue rehusada por Wolff, quien no se fiaba demasiado de las intenciones del rey y sus consejeros. Federico II, inmediatamente después de subir al trono, en 1740, reiteró la invitación en términos muy elogiosos (Lange había muerto hacía ya bastante tiempo), y esta vez fue escuchada. Wolff fue designado vicecanciller de la universidad; su fama, sin embargo, se había disipado y, poco a poco, su aula quedó vacía. Murió en 1754. (Buhle; Rixner; Tiedemann)” HAHAHA!

Una gran parte de sus obras fueron escritas por Wolff en su lengua natal, mientras que Leibniz había escrito casi todas las suyas en latín y en francés. Es éste un detalle muy importante, pues sólo puede decirse que una ciencia pertenece verdaderamente a un pueblo cuando éste la posee en su propia lengua, y en ninguna es esto tan necesario como en la filosofía.” “cuando se dice, por ejemplo, Bestimmtheit en vez de «determinatio», Wesen por «essentia», etc., el pensamiento existe de un modo inmediato para la conciencia y puede decirse que estos conceptos pasan a formar parte sustancial de ella, como cosa propia y no ya como algo extraño.” “ha sido aceptado que, cuando se escribe en latín, se puede ser simple, pero es asombroso lo que con el pretexto de escribir en latín se han permitido decir.” HAHAHA – não era para exagerar muito no sentido contrário!

Los títulos de las obras de Wolff, redactadas en alemán, son todos de este tenor: Vernünftige Gedanken von den Kräften des menschlichen Verstandes und ihrem richtigen Gebrauche in der Erkenntniss der Wahrheit [«Pensamientos racionales sobre las fuerzas del entendimiento humano y de su certero empleo para el conocimiento de la verdad»] (Halle, 1712, 8.º); Vernünftige Gedanken von Gott, der Welt und die Seele des Menschen, auch allen Dingen überhaupt [«Pensamientos racionales sobre Dios, el mundo y el alma humana, así como sobre todas las cosas en general»] (Francfort y Leipzig, 1719); Von der Menschen Thun und Lassen [«Sobre las acciones y omisiones del hombre»] (Halle, 1720); Von dem gesellschaftlichen Leben [«Sobre la vida social»] (Halle, 1721); Von den Wirkungen der Natur [«Sobre las acciones de la naturaleza»] (Halle, 1723), etc. Este pensador escribió en alemán y en latín acerca de todas las partes de la filosofía, incluyendo la economía, hasta el número de 23 gruesos volúmenes en latín; en total, 40 volúmenes en cuarto. Aparte de esto, sus obras matemáticas, que forman muchos volúmenes del mismo formato. En sus estudios, aplicó de un modo general el cálculo diferencial e integral de Leibniz.”

En Spinoza, por el contrario, no encontramos más contenido que la sustancia absoluta y el constante retorno a ella. Los grandes méritos que hay que reconocerle a Wolff en cuanto a la educación intelectiva de Alemania, que ahora se revela como algo totalmente aparte, sin la menor relación con anteriores concepciones metafísicas más profundas, guardan igual proporción con la sequedad y la ausencia interior de contenido en que se hunde, al llegar a Wolff, la filosofía, que este pensador divide en sus disciplinas formales, por medio de determinaciones intelectivas y mediante el empleo pedantesco del método geométrico, a la par que entroniza, conjuntamente con los filósofos ingleses, el dogmatismo de la metafísica intelectiva, es decir, un filosofar que determina y eleva a tónica general lo absoluto y lo racional por medio de determinaciones conceptuales y relaciones que se excluyen entre sí, por ejemplo lo uno y lo múltiple o lo simple y lo complejo, lo finito y lo infinito, la relación causal, etc.

Wolff desplaza totalmente y de un modo meticuloso la filosofía escolástico-aristotélica y convierte la filosofía en una ciencia general que pertenece a la nación alemana. Por lo demás, implanta en la filosofía la clasificación sistemática y adecuada en disciplinas, que todavía sigue rigiendo hoy con una cierta autoridad.”

En la matemática, que abarca 4 pequeños volúmenes, trata también Wolff de la arquitectura y el arte de la guerra. En la arquitectura formula, por ejemplo, el siguiente principio: «Las ventanas deben ser capaces para dos personas». Y expone también como problema y solución la necesidad de que toda casa tenga su retrete. Pero el mejor ejemplo es el que nos ofrece su arte de la guerra. Dice así el «cuarto principio: El acercamiento a una fortificación debe hacerse más y más costoso al enemigo a medida que va aproximándose a ella». Y, en vez de decir: porque el peligro va haciéndose cada vez mayor, lo que también es trivial, viene la siguiente «prueba: Cuanto más se acerca el enemigo a la fortificación, mayor es el peligro. Y cuanto mayor es el peligro, más resistencia hay que ofrecerle, para anular sus ataques y librarse del peligro todo lo posible. Por tanto, cuanto más se acerque el enemigo a la fortificación, más caro debe costarle», etc.” HAHAHAHAHAAHAHAHA!!!!

Por su contenido, la filosofía de Wolff es ya de suyo una filosofía popular, aunque en lo tocante a la forma prevalezca todavía en ella el pensamiento. Esta filosofía se mantiene en pie e impera hasta llegar a Kant. Baumgarten, Crusius, Moses Mendelssohn no hicieron otra cosa que elaborar, cada uno por su cuenta, la filosofía wolffiana; el último de los pensadores citados filosofó en una forma popular y llena de buen gusto.” “la metafísica había quedado reducida a lo más diluido y se la había hecho descender a un nivel de insuperable vacuidad, sin dejar en ella un solo hilo firme. Mendelssohn se tenía y era tenido por el más grande de los filósofos, y sus amigos lo colmaban de elogios. Sin embargo, sus Morgenstunden [«Horas matinales»] no son otra cosa que la seca filosofía wolffiana, por mucho que sus admiradores se empeñen en buscar en estas ásperas abstracciones una luminosa forma platónica.”

A esta filosofía antigua podemos retornar constantemente, comprendiéndola y reconociéndola; es una filosofía satisfactoria, situada en su propia fase de evolución, un punto central concreto que da satisfacción a la misión del pensamiento, tal y como se la enfoca. En cambio, esta metafísica moderna a que nos estamos refiriendo no hace otra cosa que desarrollar los antagonismos hasta convertirlos en contradicciones absolutas. Es cierto que se nos indica la solución absoluta de ellas, Dios, pero solamente como una solución abstracta, situada en el más allá; en el más acá, quedan en pie todas las contradicciones, sin resolver en cuanto a su contenido.” “Sólo en Él como Espíritu y Espíritu Uno y Trino se contiene esta contraposición de sí mismo y del Otro, del Hijo, y, con ello, la solución de este antagonismo; esta idea concreta de Dios como la razón no aparece asimilada aún por la filosofía a que nos venimos refiriendo.” PORRA, HEGEL – ASSIM NÃO, FILHO!

Entre los antiguos, la razón (λόγος), como el ser en sí y para sí de la conciencia, sólo cobraba la existencia etérea y formal del lenguaje. Aquí, en cambio, cobra ya la certeza de la sustancia ente; de aquí, en Descartes, la unidad del concepto y el ser y en Spinoza, asimismo, la realidad general. La manifestación del concepto del movimiento de los pensamientos fijos en ellos mismos consiste en que el movimiento, que sólo se presenta como método al margen de su objeto, se revele en sí mismo, o en que la conciencia de sí llegue al pensamiento.”

PELO VISTO A INHACA MENTAL DA SANTÍSSIMA TRINDADE INVADIU, NO SISTEMA HEGELIANO, OS ESTADOS-NAÇÕES TAMBÉM: “Estos 3 aspectos aparecen repartidos, a su vez, como hasta aquí, entre las 3 naciones que cuentan en el mundo de la cultura. Los ingleses destacan la forma empírica, la forma totalmente finita del concepto; los franceses, la forma del mismo en cuanto haciendo tanteos en todo, estableciéndose en su realidad, levantando todas las determinaciones y, por tanto, como conciencia de sí pura, ilimitada, general; finalmente, los alemanes ponen de relieve el ir a sí de este ser dentro de sí, es decir, el pensamiento del concepto absoluto.”

ÍCARO TEM DE SUBIR E BAIXAR EM SEU VÔO PARA NÃO SE ESTREPAR: “La decadencia del pensamiento hasta llegar a la filosofía kantiana se revela, pues, en las corrientes que ahora se yerguen en contra de aquella metafísica y a las que podemos dar el nombre de filosofía popular general, empirismo reflexivo y el cual se convierte, a su vez, más o menos, en una metafísica, así como, a la inversa, aquella metafísica, al desplegarse en una serie de ciencias especiales, se trueca en empirismo. Contra aquellas contradicciones de la metafísica, contra los artificios de la síntesis metafísica, contra la asistencia de Dios y la armonía preestablecida, el mejor de los mundos, etc., contra este entendimiento puramente artificioso, se afirman ahora y se enderezan, en efecto, principios fijos e inmanentes al espíritu acerca de lo que el corazón del hombre culto siente, intuye y venera. Y frente a la solución que se nos ofrece en el más allá, en Dios, estos principios concretos de contenido fijo representan una reconciliación y una independencia en el más acá, un punto de apoyo intelectivo, sacado de lo que se ha llamado, en general, el sano sentido común.”

También los indios, que adoran a una vaca, que abandonan o matan a los niños recién nacidos y cometen toda suerte de crueldades, los egipcios, que tributan culto a un pájaro, al buey Apis, etc., y los turcos, tienen eso que llamamos sano sentido común. Pero el sano sentido común y el sentimiento natural de los brutales turcos, cuando se toman como pauta, conducen a principios aborrecibles.”

Tal es, por tanto, la fisonomía que presenta la filosofía del siglo XVIII. Son 3, en general, los aspectos que tenemos que examinar aquí: el primero, lo representa Hume; el segundo, la filosofía de los escoceses; el tercero, la filosofía francesa. Hume es un filósofo escéptico; la filosofía escocesa es la reacción en su contra; la filosofía francesa tiene un apéndice de apagada forma en el pensamiento de la Ilustración alemana, nombre que se da a aquel conjunto de manifestaciones de la filosofía de nuestra nación que se salen de los marcos de la metafísica wolffiana.”

Como no es posible ir concretamente más allá del Dios metafísico, nos encontramos con que Locke basa su contenido filosófico sobre la experiencia. Pero Hume pone de manifiesto que el empirismo no puede conducir al pensamiento a ninguna posición fija, ya que niega todo lo general.” “El pensamiento, en general, es el ser idéntico a sí mismo simple y general, pero como el movimiento negativo, por medio del cual se levanta lo determinado. Este movimiento del ser para sí es ahora momento esencial del pensamiento mismo, mientras que, hasta ahora, existía fuera de él; y, al concebirse así, como movimiento en sí mismo, el pensamiento es conciencia de sí, y lo es, primeramente, de un modo formal, como conciencia de sí individual. Esta forma es la que presenta en el escepticismo, pero con la diferencia con respecto al escepticismo de los antiguos de que ahora se toma por base la certeza de la realidad, mientras que en los antiguos, por el contrario, el escepticismo era el retorno a la conciencia individual, de tal modo que ésta no era la verdad o que no proclamaba su resultado ni adquiría, por tanto, una significación positiva.” “el escepticismo reviste, aquí, la forma del idealismo, es decir, proclama como realidad y como verdad la conciencia de sí o la certeza de sí misma. La forma peor de este idealismo consiste en que la conciencia de sí, como conciencia de sí individual o formal, no pase de decir: todos los objetos son representaciones nuestras. Este idealismo subjetivo es el que encontramos en Berkeley; y otro giro de él se nos presenta en Hume.”

George Berkeley nació el año 1684 en Kilcrin, cerca de Thomastown, en el condado de Kilkenny (Irlanda), y murió en 1754, siendo obispo de una diócesis inglesa. Escribió la Theory of vision, 1709, el Treatise concerning the principles of human knowledge, 1710, y Three Dialogues between Hylas and Philonous, 1713. Sus obras completas vieron la luz en Londres, en 1784, formando 2 volúmenes en cuarto.”

Todos los objetos del conocimiento humano son ideas —como, lo expresa Berkeley, coincidiendo con Locke— que brotan bien de las impresiones de los sentidos exteriores, bien de percepciones de los estados y las actividades interiores del espíritu, o, finalmente, aquellas que se forman por medio de la memoria y de la imaginación, a través de la separación y la nueva unión de las mismas. La asociación de diversas percepciones de los sentidos se nos aparece como una cosa especial, como ocurre, por ejemplo, con la sensación del color, del gusto, del olor, de la figura, etc., pues por colores, olores, sonidos, etc., entendemos siempre solamente lo percibido.”

Es cierto que Locke distinguía, por ejemplo, la extensión y el movimiento como cualidades fundamentales, es decir, como cualidades pertenecientes a los objetos en sí. Pero Berkeley advierte perfectamente bien la inconsecuencia de este aspecto según el cual lo grande y lo pequeño, lo rápido y lo lento no rigen más que como algo puramente relativo; por tanto, para que la extensión y el movimiento sean en sí no pueden ser ni grande ni pequeña la primera, ni rápido o lento el segundo, es decir, no pueden ser en modo alguno, ya que estas determinaciones se hallan implícitas en el concepto mismo de tales cualidades.”

una percepción que no se da en quien se la representa no es nada, es una contradicción inmediata. No puede existir, por tanto, una sustancia que no podamos representarnos, que no podamos percibir y que sea el sustrato de las percepciones y las representaciones.”

No obstante, permanece siempre en pie una relación de lo otro con nosotros mismos; estas sensaciones no se desarrollan partiendo de nosotros, como cree Leibniz, sino que se determinan por medio de otra cosa. Cuando Leibniz habla de una evolución dentro de la mónada no hace más que pronunciar una frase vacía de sentido” “Por tanto, cada cosa individual se halla determinada por otra, no por nosotros; y es indiferente lo que esta cosa exterior sea, ya que es siempre algo contingente.”

LA MULETA DE SIEMPRE: “La necesidad de las representaciones se halla, sin embargo, en contradicción directa con este ser dentro de sí mismo del que se representa, pues el ser dentro de sí es la libertad del sujeto de las representaciones, el cual no las engendra con libertad, desde el momento en que tienen para él la forma y la determinación de lo otro. Tampoco Berkeley enfoca el idealismo en este sentido subjetivo, sino que dice que son solamente los espíritus los que se comunican (lo otro no hace más que representarse a sí mismo); por tanto, es solamente Dios quien crea semejantes representaciones”

Semejante idealismo trata solamente la contraposición entre la conciencia y su objeto y deja, por lo demás, perfectamente intacto el despliegue de las representaciones y los antagonismos del contenido empírico y múltiple. Y si ahora se pregunta qué es lo que hay de verdad en estas percepciones y representaciones, como antes en las cosas, no obtendremos respuesta alguna. Es casi indiferente que se tenga una concepción de cosas o de percepciones, siempre y cuando que la conciencia de sí permanezca llena de cosas finitas; esta conciencia de sí recibe el contenido del modo corriente y tiene la estructura habitual. No hará, en su individualidad, sino dar vueltas y más vueltas en las representaciones de una existencia perfectamente empírica, sin llegar, por lo demás, a conocer ni a comprender nada del contenido; dicho de otro modo: en este idealismo formal, no tiene la razón ningún contenido peculiar.”

Lo único interesante, en este punto, es saber que estas investigaciones, por este camino, van a parar principalmente al problema del espacio y se debaten en torno a la cuestión de si la representación de la distancia, etc., en una palabra, todas las representaciones que se refieren al espacio, las obtenemos a través de la vista o por medio del tacto. El espacio es, en efecto, ese algo general sensible, ese algo general que se da en la individualidad misma y que en la consideración empírica de la dispersión empírica invita y conduce al pensamiento (pues es él mismo el pensamiento) y que induce precisamente a confusión a estas percepciones sensibles y a este razonar en torno a ellas y que, en rigor, teniendo como tiene aquí un pensamiento objetivo, conduciría a pensar o a tener un pensamiento, pero que no acaba de ver claro, por la sencilla razón de que no le preocupan el pensamiento ni el concepto, ni puede arribar sencillamente a la conciencia de la esencia; no piensa nada, en efecto, como un pensamiento, sino que lo piensa todo como algo externo, ajeno al pensamiento.” Me faz lembrar das concepções psicogenéticas do desenvolvimento cognitivo do bebê, e.g., no piagetismo.

Debemos exponer a continuación el escepticismo de Hume, que ha adquirido mayor notoriedad histórica de la que en sí merece; lo importante en él, desde el punto de vista histórico, consiste en que Kant arranca en realidad de esta doctrina para construir su propia filosofía.”

O HOMEM-ESCADA: “Devemos expor, na seqüência, o ceticismo de Hume, que adquiriu maior notoriedade histórica do que em si merece; o importante nele, do ponto de vista histórico, consiste em que Kant arranca, em realidade, desta doutrina a fim de construir sua própria filosofia.” Ver meu capítulo anterior da HISTÓRIA DAS IDÉIAS, https://seclusao.art.blog/2021/05/13/historia-das-ideias-introducao-a-epistemologia-hume-kantiana/.

Hume es más famoso como historiador que por sus obras filosóficas. Escribió A Treatise of human nature (3 vols., 1739, traducido al alemán por Jacob, Halle, 1790, ), y además Essays and Treatises on several subjects, en 2 vols. (Vol. I containing Essays moral, political and literary, 1.ed, Edimburgo, 1742; Vol. II containing an Enquiry concerning human understanding, que no es sino una refundición del Treatise, 1.ed, Londres, 1748, ). En sus Ensayos, los que más fama le dieron como filósofo, trata una serie de problemas filosóficos a la manera de un hombre de mundo cultivado y dotado de la capacidad de pensar, pero no con una coordinación verdaderamente filosófica, ni tampoco con la extensión que realmente habrían podido llegar a adquirir sus pensamientos; en algunos de estos estudios, se limita realmente a destacar sólo algunos aspectos especiales, sin desarrollarlos en su totalidad.”

Lo fundamental de su filosofía puede exponerse en pocas palabras. Parte directamente del punto de vista filosófico de Locke-Bacon, según el cual nuestros conceptos se derivan de la experiencia; y su escepticismo recae, asimismo, sobre el idealismo berkeleyano.” “en Hume, se depura y se manifiesta con mayor nitidez la contraposición entre lo sensible y lo general, desde el momento en que determina lo primero como carente de generalidad. Berkeley no entraba a distinguir si en sus sensaciones existía o no una necesaria concatenación. Antes, la experiencia era una mezcla de ellas.” “Con esto, Hume pone la piedra de remate al lockeanismo, al llamar consecuentemente la atención hacia el hecho de que, manteniendo este punto de vista, si bien la experiencia es la base de lo que se sabe y la percepción misma contiene cuanto acaece, en la experiencia no se contienen, a pesar de ello, ni nos son dadas las determinaciones de la generalidad y la necesidad.” “Hume, al concebir la necesidad, la unidad de lo contrapuesto, de un modo enteramente subjetivo, cifrándola en el hábito, desciende tanto en la escala del pensamiento, que no cabe más.” “Por eso Hume considera este tipo de generalidad, al igual que la necesidad, más bien como algo puramente subjetivo, no como algo que exista objetivamente, pues el hábito es justo una generalidad subjetiva de este tipo.” “Todo se manifiesta, pues, bajo la forma de un ser irracional y no pensado” “lo que ocurre es que, en Kant, esta fuente presenta una forma completamente distinta a la que tiene entre los escoceses. En efecto, esta fuente interior e independiente, tal como los escoceses la conciben, no es el pensamiento, la razón como tal, sino que el contenido que mana de esta fuente interior tiene un carácter más concreto y reclama también una materia exterior de experiencia.” “Y este lado del entendimiento razonante se orienta, fundamentalmente, hacia lo ético y la política, ciencias que llegan a adquirir gran desarrollo gracias a los filósofos alemanes, a los franceses, y muy especialmente a los escoceses.” “trátase, en efecto, de obras escritas a la manera de Cicerón y del Insitum est a natura, proclamado por éste”

Thomas Reid nació en 1704 y murió siendo profesor en Glasgow en 1796. (Rixner)”

James Beattie nació en 1735, fue profesor de ética en Edimburgo y Aberdeen y murió en 1803.”

En este mismo grupo de pensadores podemos incluir también a Dugald Stewart, Eduard Search, Ferguson y Hutcheson, que escribieron en su mayoría acerca de ética. También el economista Adam Smith puede ser considerado, en este sentido, como filósofo, y es el más conocido de todos ellos. § Esta filosofía escocesa pasa por ser ahora, en Alemania, algo nuevo. Es una filosofía popular que, de una parte, ostenta el gran título de indagar en el hombre, en la conciencia humana, la fuente de lo que debe tener validez general para él, la inmanencia de lo que debe tener valor para el hombre. El contenido es, al mismo tiempo, un contenido concreto; es, en este sentido, algo opuesto a la verdadera metafísica, al vagar en torno a determinaciones abstractas del entendimiento.” “todos ellos buscan, en efecto, una filosofía apriorística, pero no por vía especulativa.”

En los últimos tiempos, esta filosofía escocesa se ha extendido a Francia; el profesor Royer-Collard, actual presidente de la segunda Cámara, y su discípulo Jouffroy, se basan en ella para llegar, a través de los hechos de la conciencia, por medio del razonamiento cultivado y de la experiencia, a desarrollos más amplios. § Con esto se enlaza también lo que los franceses llaman ideólogía;¹ trátase de una metafísica abstracta, en cuanto que se reduce a una enumeración y un análisis de las más simples determinaciones del pensamiento.”

¹ Nenhuma relação com o conceito atual (marxista) de ideologia.

NA TERRA DE COMTE…: “Pasamos ahora a la filosofía francesa; su relación con la metafísica es ésta: mientras que el hombre lego se halla en contra de sí mismo en cuanto metafísico, esa filosofía acaba con el estado de los legos, en política, en religión y en filosofía.”

entre los ingleses nos encontrábamos con este idealismo: bien sea como algo formal, como la simple traducción general del ser al ser para otro, es decir, en el ser percibido, o como el en sí de este ser percibido, como instintos, impulsos, hábitos, etc., como fuerzas ciegas y determinadas: el retorno a la conciencia de sí, que se manifiesta, a su vez, como cosa natural. En aquel primer idealismo, toda la finitud, el despliegue de los fenómenos y las sensaciones, y también de los pensamientos y de los conceptos fijos determinados, permanecen lo mismo que en la conciencia no-filosófica. § El escepticismo de Hume hace que todo lo general se hunda y se disuelva en los hábitos y en los instintos: ese escepticismo es, dicho de otro modo, una simple yuxtaposición del mundo de los fenómenos; pero estos elementos simples, estos instintos, impulsos y fuerzas son asimismo una existencia de la conciencia de sí carente de espíritu, inmóvil y determinada. § La filosofía francesa es más viva, más dinámica, más ingeniosa; es, mejor dicho, lo ingenioso mismo.”

Todas estas formas, el en sí real del mundo real y el en sí del mundo suprasensible, se levantan por tanto, aquí, en este espíritu consciente de sí mismo. Éste no se atiene a las representaciones tal y como son, no les concede validez ni las acepta como verdaderas, no las venera como independientes y libres al margen de la conciencia de sí, sino que habla ingeniosamente de ellas; es decir, es la conciencia de sí, por su actividad, la que hace algo de ellas, algo que es además distinto de aquello por que directamente se tienen, y sólo es la actitud ingeniosa, precisamente esta formación y este movimiento a través de su conciencia de sí, lo que vale y suscita su interés. Es el carácter del concepto en su realidad; y sólo vale lo que constituye la esencia misma de esta conciencia de sí que todo lo ve y lo comprende.”

Esta esencia vacía es para nosotros, en general, el pensamiento puro, lo que los franceses llaman el être suprème, o se representa objetivamente como algo que es, como algo que aparece frente a la conciencia, como la materia.” “Es el concepto que se presenta en una actitud puramente destructiva, que no se desarrolla de nuevo a base de esta materia o de este pensamiento puro, de esta pura sustancialidad. Vemos, pues, manifestarse libremente aquí el llamado materialismo y ateísmo, como resultado necesario de la pura conciencia de sí comprensiva.” “Sólo queda en pie la esencia presente y real, pues la conciencia de sí sólo reconoce el en sí como algo que existe para ella como conciencia de sí, en la que ella se sabe, por tanto, real: la materia, como aquello en que puede ensancharse y realizarse en la pluralidad, la naturaleza. En el presente, tengo la conciencia de mi realidad; y, consecuentemente, la conciencia de sí se encuentra a sí misma como materia, el alma como algo material, las representaciones como movimientos y cambios en el órgano interior del cerebro, que siguen a las impresiones externas de los sentidos.” Ultrapassado? Talvez. Mas sempre que relembramos esta etapa do pensamentos, nos excitamos, como por exemplo diante das ingênuas questiúnculas de Descartes. Ah, França!

Un modo del ser de la materia es, por tanto, el pensamiento. En este objeto se plasma, en rigor y en su conjunto, como lo último, la sustancia una spinozista, paralelamente a la cual discurre el materialismo francés como naturalismo; pero, mientras que en Spinoza tenemos y preencontramos esta categoría, aquí aparece como el resultado de la abstracción del entendimiento que parte del empirismo.”

La otra forma de la Ilustración es, por el contrario, aquella en que la esencia absoluta se establece como un más allá de la conciencia de sí, como algo que no es conocido en absoluto por ella misma, por su en sí. Este más allá ostenta el nombre vacuo de Dios. Pues de cualquier modo que se determine a Dios, desaparecerán todas las determinaciones; será igual a x, lo simplemente desconocido. Por eso esta concepción no se llama ya ateísmo, en primer lugar, porque emplea todavía aquel nombre vacuo y que nada dice, y en segundo lugar, porque expresa las necesarias relaciones de la conciencia de sí, los deberes, etc., no como necesarias en y para sí, sino como necesarias por la relación con otra cosa, es decir, con una incógnita, si bien es cierto que la única relación positiva que cabe establecer con una incógnita es la de levantarse como algo individual. Y no es la materia, ya que este algo simple y vacío se determina negativamente, como algo que no es para la conciencia de sí. Y con ello acaece lo mismo, pues la materia es lo general, el ser para sí representado como levantado. Pero la verdadera reflexión sobre aquella incógnita consiste, asimismo, en que justo para la conciencia de sí sea como la negación de ella misma, es decir, la materia, la realidad y el presente; es algo negativo para mí, y esto es su concepto.”

una serie de palabras aburridas que no ayuda a comprender nada” HAHAHAHA

Hay que vivir conforme a la naturaleza, se predica” …e é claro que menos de 2 linhas depois já está metendo a lasca em Rousseau!

En una palabra, sólo lo negativo es interesante; y de esta filosofía francesa positiva no cabe ni hablar. Pero aquel mismo aspecto negativo pertenece más bien, en rigor, al campo de la cultura, que aquí no nos interesa; y a él pertenece también la filosofía de la Ilustración.” Mas é demasiado interessante, H.! Você dever-nos-ia ter brindado com uma HISTÓRIA GERAL DA CULTURA também!

Lo admirable de las obras filosóficas francesas importantes desde este punto de vista es esta energía y esta fuerza asombrosas del concepto frente a la existencia, frente a la fe, frente a todo el poder de la autoridad consagrada a lo largo de milenios. Es notable, de una parte, el carácter del sentimiento de la más profunda rebelión contra todos esos poderes vigentes que representan una esencia extraña para la conciencia de sí, la cual trata de ser sin aquello en que no se encuentra a sí misma; es una certeza de la verdad de la razón que se enfrenta con todo el mundo intelectual alejado de ella y que está segura de su destrucción. El ateísmo francés, el materialismo y el intelectualismo de los franceses ha destruido todos los prejuicios y triunfado sobre las premisas y valideces huérfanas de concepto de lo positivo en la religión y socializado en los hábitos, en las costumbres, en las opiniones, en las determinaciones jurídicas y morales y en las instituciones civiles; con las armas del sentido común y de una ingeniosa seriedad, no con declamaciones frívolas, el pensamiento se vuelve aquí contra el estado universal vigente en el orden legal, contra la organización del Estado, contra la administración de justicia, el régimen de gobierno y la autoridad política, y también contra el arte.”

así, surge la aspiración de concebir lo absoluto como algo presente y, al mismo tiempo, como algo pensado y como unidad absoluta; aspiración que, al negar el concepto de fin, tanto en el campo de lo natural y, por tanto, el concepto de la vida, como en lo espiritual, es decir, el concepto del espíritu y de la libertad, sólo conduce a la concepción abstracta de una naturaleza indeterminada de suyo, de la sensación, del mecanismo, del egoísmo y de la utilidad.” Nada de mal nisso!

los ingleses, por el contrario, parten de una realidad concreta, del edificio informe de su constitución; lo mismo que sus escritores, que no se remontan tampoco al plano de los principios generales. Lo que Lutero sólo inició en la esfera del ánimo y del sentimiento —la libertad del espíritu, que inconsciente de su raíz simple no se capta a sí misma, pero que es ya lo general, ante lo que desaparece todo contenido de pensamientos llenos de sí mismos—, estas determinaciones y estos pensamientos generales han sido proclamados por los franceses, quienes se atienen a ellos: principios generales y, a saber, como la convicción del individuo en él mismo.

La libertad se convierte en estado universal, se enlaza con la historia universal y hace época en ella; es la libertad concreta del espíritu, una generalidad concreta, son principios acerca de lo concreto los que ahora pasan a ocupar el lugar de la metafísica abstracta de Descartes. En los alemanes nos encontramos con vacilaciones; encima, pretenden explicarlas y no consiguen con ello más que aportar un fenómeno y una particularidad verdaderamente miserables. Los franceses parten del pensamiento de la generalidad, la libertad alemana de conciencia parte de la conciencia moral (…) unos y otros se encuentran o siguen el mismo derrotero: lo que ocurre es que los franceses, sin conciencia en cierto modo, parecen despacharlo todo y retener sistemáticamente un determinado pensamiento: el sistema fisiocrático; los alemanes, por su parte, tratan de tener la espalda cubierta, para examinar, partiendo de la conciencia, si les es lícito proceder así. Los franceses luchan contra el concepto especulativo con el espíritu, los alemanes con el entendimiento. Los franceses dan pruebas de una profunda necesidad filosófica omnicomprensiva y llena de vitalidad —en contraste con los ingleses y los escoceses, e incluso con los alemanes— una concepción general y concreta del todo, con una independencia total, tanto con respecto a toda autoridad como en lo que se refiere a toda metafísica abstracta. El método que para ello se sigue es éste: desarrollar las cosas partiendo del ánimo, de la representación; es una gran intuición que tiene siempre ante los ojos el todo y procura conservarlo y obtenerlo.

Este sano sentido común, esta sana razón, con su contenido, sacado del pecho humano, del sentimiento natural del hombre, se dirige ahora contra el aspecto religioso en una serie de momentos diferentes: de una parte y en primer lugar, como filosofía francesa, contra la religión católica, contra las trabas de la superstición y de la jerarquía; de otra parte, en una forma tenue, como Ilustración alemana, contra la religión protestante, en cuanto tiene un contenido recibido, en general, de la revelación, de la determinación eclesiástica. Una de las corrientes se dirige contra la forma de la autoridad en general, la otra contra el contenido.”

El entendimiento aplica, así, su pauta al contenido religioso y lo declara nulo; y del mismo modo procede contra una filosofía concreta. Lo que ahora queda en pie de la religión, en muchas teologías, de un modo muy general, es lo que se llama teísmo, la fe en general; es el mismo contenido con el que nos encontramos en el mahometismo. Pero en esta dirección del entendimiento razonante contra la religión se avanza también hasta el materialismo, el ateísmo y el naturalismo. Debemos tener cuidado con la determinación conceptual del ateísmo, pues es una cosa muy corriente el que se acuse de carencia de religión o incluso de ateísmo a todo individuo cuyas ideas acerca de Dios difieren de las que otros profesan.”

[O Emílio, ou da Educação¹ de Rousseau] es toda ella una exposición del teísmo, tal como lo podemos encontrar en los teólogos alemanes. Y así, la metafísica francesa discurre paralela no sólo a Spinoza, sino también a la metafísica alemana de Wolff.”

¹ Já postado no X-TudoTudo, o “pai” do Seclusão. Será republicado tão logo seja possível!

Otros franceses, en cambio, avanzan expresamente hasta desembocar en el naturalismo; entre ellos citaremos especialmente a Mirabeau, autor del Système de la Nature.(*)

(*) Esta obra se le atribuyó efectivamente, pero fue escrita por Hollbach [E.].”

Tres aspectos podemos, pues, distinguir en lo que se ha llamado la filosofía francesa, representada por Voltaire, Montesquieu, Rousseau, d’Alembert y Diderot, y en lo que más tarde aparece en Alemania como Ilustración y que ha sido motejado también de ateísmo: primero, su aspecto negativo, que es el que más se le echa en cara; segundo, el aspecto positivo; tercero, el aspecto filosófico, metafísico.”

También a este aspecto negativo hay que hacerle justicia, como a todo; lo que hay en él de sustancial es el ataque del instinto racional contra un estado de degeneración, más aún, de mentira general y completa, por ejemplo, contra lo positivo de una religión fosilizada. Nosotros llamamos religión a la fe firme, a la convicción de Dios; si ello es o no la fe en la doctrina cristiana, es algo de que hacemos más o menos abstracción. Pero este ataque contra lo religioso debemos concebirlo muy de otro modo; este aspecto positivo de la religión es el aspecto negativo de la razón.

El estado religioso, con su poder y su magnificencia, con la corrupción de las costumbres, con la codicia, la sed de honores, la crápula, para las que se pide, sin embargo, reverencia y acatamiento: toda esta contradicción que existía en la realidad debe tenerse bien presente si se quiere comprender el sentimiento de rebelión que se apoderó de estos escritores.” Atualíssimo!

La filosofía francesa iba dirigida también, por eso, contra el Estado; atacó los prejuicios y la superstición y principalmente la corrupción de la sociedad burguesa, de las costumbres de las cortes y de los funcionarios del gobierno, captó lo malo, lo ridículo, lo vil y expuso toda la hipocresía y los poderes injustos a la risa, al desprecio, al odio del mundo, moviendo así al espíritu y al corazón a indiferencia con respecto a los ídolos del mundo y haciendo que el sentimiento y el ánimo se rebelasen contra ellos. Las viejas instituciones, para las que ya no había cabida en el sentimiento desarrollado de una libertad y una humanidad conscientes de sí mismas y que, por lo demás, descansaban sobre los sentimientos mutuos y sobre la ceguera y la falta de autonomía de la conciencia, que habían dejado ya de corresponder al espíritu que las había instaurado y que ahora, con la nueva cultura científica desarrollada, se pretendía que también la razón respetara como algo sagrado y justo: todo este formalismo fue derribado por aquellos filósofos.

Sus ataques estaban escritos en parte con razonamientos, en parte con ingenio, en parte con el sano sentido común, y no iban dirigidos contra lo que nosotros llamamos religión; lejos de ello, esta religión quedaba al margen de tales ataques y se la recomendaba con la más bella elocuencia. Este aspecto sólo se comportaba, pues, demoledoramente contra lo que ya estaba destruido de suyo. Es muy fácil echarles en cara a los franceses sus ataques contra la religión y contra el Estado. Pero bueno será que nos hagamos una idea del horrible estado en que se hallaba la sociedad francesa, de la miseria y la infamia reinantes en Francia, para comprender el verdadero mérito de estos ataques. La hipocresía, la beatería, la tiranía, rabiosa por verse despojada de su botín, la pobreza de espíritu, pueden acusar a los filósofos franceses de atacar a la religión, al Estado y las costumbres. Pero ¡qué religión era la que ellos atacaban! No era, ni mucho menos, la religión purificada por Lutero, sino la más vil de las supersticiones, el clericalismo, la necedad, las más depravadas intenciones y, sobre todo, aquellos derroches de riqueza y aquella orgía de bienes materiales, en contraste con la escandalosa miseria general. ¡Y qué Estado era aquél! El más ciego despotismo de los ministros y de sus cortesanos y sus ayudas de cámara; un ejército inmenso de pequeños tiranos y de haraganes para quienes el derecho divino consistía en poder saquear los ingresos del Estado y el sudor del pueblo. La desvergüenza, el desafuero llegaban a extremos increíbles; la infamia de las costumbres estaba a tono con la infamia de las instituciones. Es el imperio del desafuero de los individuos en el campo de la vida civil y de la vida política; es también el desafuero en lo tocante a la conciencia, al pensamiento.

Por lo que se refiere a la vida práctica del Estado, estos escritores no pensaban ni remotamente en una revolución; sólo deseaban y predicaban la necesidad de reformas, pero reformas fundamentalmente subjetivas: que el gobierno pusiera coto a los abusos y colocara al frente de los ministerios a hombres honrados. Esto era lo positivo de que ellos hablaban, lo que sostenían que debiera hacerse: preconizaban la necesidad de dar al príncipe una buena educación, de que los nobles fuesen ahorrativos [sóbrios, ESCLARECIDOS, que coisa, hehe!], etc.

La revolución francesa fue impuesta por la intransigencia irreductible de los prejuicios y principalmente por la soberbia, por la avaricia, por la carencia absoluta de inteligencia. Aquellos filósofos sólo podían tener una idea general de cómo debían ser las cosas, pero sin que estuviera en sus manos señalar el modo de conseguirlo. Era al gobierno a quien competía implantar las instituciones y las mejoras necesarias en una forma concreta; sin embargo, no supo hacerlo. Todo lo que los filósofos proclamaban y afirmaban frente a aquel estado de cruel desintegración era, en general, que los hombres no debían seguir siendo legos, ni en lo tocante a la religión ni en lo referente al derecho; que en la religión no debía imperar una jerarquía, un número cerrado y escogido de sacerdotes, ni tampoco en lo jurídico una casta aparte (ni un estamento jurídico) que monopolizase el conocimiento de lo justo y lo injusto y acaparase las normas de lo eterno, lo divino, lo verdadero y lo justo y amparándose en ello ordenase y mandase a los demás hombres, sino que la razón humana tenía derecho a dar su asentimiento y a pronunciar su juicio.”

Tratar a los bárbaros como legos está dentro del orden, pues eso son, en efecto, los bárbaros; pero ninguna dureza mayor ni más intolerable que tratar como legos a hombres pensantes. Aquellos hombres defendieron heroicamente, con su gran genio, con calor, con fuego, con espíritu y con valentía, este gran derecho humano de la libertad subjetiva”

De aquí el fanatismo del pensamiento abstracto que en estos pensadores se manifiesta. Nosotros, los alemanes, mantenemos, en primer lugar, una actitud pasiva ante lo existente, lo soportamos; y, en segundo lugar, cuando lo existente se viene abajo o es derribado, nos comportamos también pasivamente: son otros los que lo derriban, nosotros nos cruzamos de brazos, dejamos que otros realicen la faena.” O nazismo foi sem dúvida uma afrancezação tardia e deturpadíssima dos teutos.

A esta corriente cultural se unió también, en Alemania, Federico II, raro ejemplo para su época. Por Alemania habíanse extendido las costumbres cortesanas de Francia, sus óperas, sus jardines, sus trajes, pero no la filosofía francesa; sin embargo, bajo la forma del espíritu, del ingenio, penetró mucho de aquella filosofía en este mundo de la alta sociedad, sirviendo para ahuyentar bastantes cosas malas y bárbaras. Federico II, sin haber sido educado en los tristes y melancólicos salmos, sin aprender de memoria todos los días un par de ellos, sin la metafísica y la lógica bárbaras de Wolff (pues en la Alemania de su tiempo no podía encontrar sino a Gellert), conocía los grandes, aunque formales y abstractos, principios de la religión y el Estado y procuraba gobernar a tono con ellos.” Não estranho mais tanto assim a crença de H. na divina providência…

Pero en el seno de su pueblo no se sentía ninguna otra necesidad, y no puede exigirse que un rey fuese el reformador, el revolucionario de un pueblo en que nadie se levantaba a pedir ni siquiera el funcionamiento de las cortes o que el público tuviera libre acceso a los tribunales de justicia. Este rey introdujo lo que respondía a una necesidad sentida, la tolerancia religiosa, una legislación, la reforma de la administración de justicia, un régimen de ahorro en los gastos públicos; de aquel miserable derecho alemán, o lo que se conocía con ese nombre, no quedó en sus Estados ni el menor rastro.

Es una necedad que la beatería y el falso germanismo combatan ahora la memoria de este rey y traten de empequeñecer e incluso de explicar por motivos de vanidad y hasta de maldad esta gran figura, que ha dejado en la historia una obra tan extraordinaria. El germanismo debe ser, ante todo, algo racional.”

Es cierto que el contenido afirmativo de esta filosofía no puede satisfacer las exigencias de un examen concienzudo. Una determinación fundamental en lo que se enseñaba son, como en los filósofos escoceses y como entre nosotros mismos, premisas hechas a partir del sentimiento originario del derecho que todo hombre lleva dentro de sí: como, por ejemplo, la benevolencia y las inclinaciones sociales, que deben desarrollarse.”

Es admirable, en realidad, ver proclamadas verdades bajo la forma de pensamientos generales, que es infinitamente importante que sean los prejuicios del hombre: que el hombre abrigue en su corazón el sentimiento del derecho, del amor al prójimo; que la religión, la fe, no le sea impuesta; que existan el talento, la virtud, la verdadera nobleza, etc.”

Estos impulsos se consideran como simples impulsos naturales; son pues, algo indeterminado, que tiene su limitación solamente como un momento del todo. En lo tocante al conocimiento, se encuentran pensamientos muy abstractos —siempre, claro está, tan buenos y tan ingeniosos como los nuestros— que debieran, por su contenido, ser pensamientos concretos y también lo eran, pero concebidos de un modo tan superficial que no tardaron en demostrar su insuficiencia con respecto a lo que de ellos se trataba de deducir.”

Una obra de esta clase es el Système de la Nature, el libro principal de un alemán, el barón de Hollbach, escrito en París, ciudad que era el centro de todos aquellos filósofos. Montesquieu, d’Alembert, Rousseau vivieron durante algún tiempo en el círculo de Hollbach; y, aunque todos ellos se rebelaban contra lo existente, por lo demás existían entre estos pensadores diferencias bastante acusadas. El Système de la Nature es un libro más bien aburrido, que no hace sino dar vueltas y más vueltas a las mismas representaciones generales; se ve que no está escrito por un francés, pues le falta la vivacidad y su exposición es gris y apagada.”

Es algo así como lo que Aristóteles decía de Jenófanes; también este pensador mira al vacío, es decir, al ser. Para Hollbach, todo es movimiento, la materia se mueve a sí misma: la cerveza fermenta y el ánimo se mueve en las pasiones.”

Este algo concreto recibió el nombre de razón, por la que los más nobles de estos hombres combatieron con el mayor entusiasmo y el mayor calor.” Mas se esta razão era o puro negativo, cabe a pergunta: é o Emílio um garoto niilista?

Existe el impulso absoluto de encontrar dentro de sí, es decir, en el espíritu humano, un compás inmanente. Para el espíritu humano, es apremiante y necesario descubrir este punto fijo en que poder apoyarse, si es que ha de existir dentro de sí, si es que ha de ser libre, por lo menos, dentro de su mundo.”

Así, Montesquieu, en su hermoso libro L’esprit des lois,¹ del que Voltaire dijo que era un esprit sur les lois, contempla a los pueblos desde el grandioso punto de vista que consiste en considerar como una totalidad su constitución política, su religión, en una palabra, todo lo que se encuentra dentro de un Estado.”

¹ Tema central do meu próximo livro como autor.

Es esto, en efecto, lo que Rousseau decía, de una parte, acerca del Estado. Se planteaba el problema de su legitimidad absoluta y preguntaba: ¿cuál es el fundamento del Estado? Y concibe, de una parte, el derecho de la dominación y la obligatoriedad, la relación de ordenación, la de gobernar y ser gobernado, diciendo que descansa históricamente sobre la violencia, sobre la coacción, sobre la conquista, la propiedad privada, etc.

Pero Rousseau erige en principio de esta legitimidad la voluntad libre, y contesta, sin fijarse para nada en el derecho positivo de los Estados, a la pregunta más arriba formulada, diciendo que el hombre se halla dotado de una voluntad libre en cuanto que «la libertad es lo cualitativo del hombre. Renunciar a su voluntad equivaldría a renunciar a su condición humana. Cuando el hombre renuncia a ser libre renuncia, por tanto, a los derechos del hombre, e incluso a sus deberes.»

El hombre es libre, y tal es sin duda la naturaleza sustancial del hombre, naturaleza que no sólo no es abandonada o sacrificada dentro del Estado, sino que, por el contrario, se constituye precisamente dentro de él. La libertad de la naturaleza, el don de la libertad no es la libertad real, pues es el Estado y sólo él quien realiza la libertad.” Não me responsabilizo pelos pensamentos de Roussegel.

La voluntad general no debe considerarse como integrada por un conjunto de voluntades expresamente individuales, de tal modo que éstas conserven su carácter absoluto; de otro modo, resultaría exacta la afirmación de que «allí donde la minoría tiene que obedecer a la mayoría, no existe libertad».”

H. diz: apesar de Hume muito ter contribuído, a verdadeira transição da filosofia carente-moderna ao Kantismo (a filosofia moderna verdadeira que começa, não isso de cartesianismo!) se dá mesmo é com Rousseau. Ele é a ponte entre a Inglaterra e a Alemanha, (!) nada de Canal da Mancha! E sim, eu sei que Hume não é inglês…

Los alemanes son como abejas, dispuestos siempre a hacer justicia a todas las naciones: ropavejeros a quienes todo les parece bueno y que trafican con todo y a todo le sacan provecho. Todo aquello, tomado de naciones extranjeras, había perdido la ingeniosa vivacidad, la originalidad y la energía que llevaba a los franceses a olvidar el contenido por dar demasiada importancia a la forma. Los alemanes, quienes, procediendo honradamente, entraron a fondo y de un modo minucioso en el problema, esforzándose por sustituir el ingenio y la vivacidad por fundamentos racionales, puesto que la vivacidad y el ingenio nada prueban, en rigor, acabaron teniendo entre sus manos, por este camino, un contenido tan vacuo, que difícilmente podría imaginarse nada más fastidioso que este meticuloso tratamiento del problema, como el que encontramos, por ejemplo, en Eberhard, Tetens, etc.

Otros, como Nicolai, Sulzer y algunos más, entreteníanse también en filosofar principalmente en torno al gusto y a las bellas artes, por entender que también los alemanes debían poseer una literatura bella y un arte propios. Pero, con ello, sólo conseguían caer en la más extrema indigencia de lo estético —Lessing ha llamado a esto una charlatanería superficial—, del mismo modo que, en conjunto, los poemas de Gellert, de Weisse y de Lessing se hunden, no mucho menos, en la última indigencia de la poesía.”

Los puntos de vista de las sensaciones agradables o desagradables eran considerados por los filósofos de aquel tiempo como un criterio esencial e inapelable. Pondremos un ejemplo de este modo de filosofar, tomado de Nicolai, quien aduce, a este propósito, un diálogo que tuvo con Mendelssohn: el tema del diálogo es el goce sugerido por los asuntos trágicos y despertado, al parecer, incluso a través de las sensaciones desagradables plasmadas en una tragedia.”

Por otra parte, la eternidad de las penas del infierno, la bienaventuranza de los paganos y la contraposición entre la rectitud de conducta y la propiedad eran también temas filosóficos que daban mucho que hacer a los alemanes, mientras que los franceses se preocupaban menos por ellos.”

CRISE NEO-ESCOLÁSTICA? “así se alegaba en contra de la Trinidad el argumento de que 1 no puede nunca ser 3; en contra del pecado original, el que cada cual tiene que cargar por sí mismo con sus culpas y responder de sus actos, como autor que es de ellos; contra la redención, el que nadie puede descargarse en otro de sus culpas y del castigo correspondiente; contra la remisión de los pecados, el que no es posible que lo sucedido se haga desaparecer; y, en general, se ponía de manifiesto la incompatibilidad de la naturaleza humana con la divina. De una parte, nos encontramos con el sano sentido común, con la experiencia, con los hechos de la conciencia; de otra parte, vemos tomar vuelos aquí a aquella metafísica wolffiana del entendimiento seco y muerto”

hasta que Kant imprimió un nuevo impulso vital, en Alemania, a la filosofía, puesta ya en marcha en el resto de Europa.”

VUELTAS Y MÁS VUELTAS: “Cuanto más se encierra dentro de sí la razón humana más se aparta de Dios, más se amplía el campo de lo finito. La razón es lo uno y el todo y es, a la par, la totalidad de lo finito; este comportamiento de la razón es un saber finito y el saber de lo finito. El problema, una vez estatuido este algo concreto (y no las abstracciones metafísicas), consiste en saber cómo se desarrolla dentro de sí; consiste además en saber cómo recobra la objetividad o levanta [suspende] su subjetividad; es decir, cómo puede recobrarse a Dios por medio del pensamiento, cómo es posible llegar de nuevo a lo que al comienzo de este período se consideraba y reconocía como lo único verdadero. § Esto es lo que habremos de considerar en el período final en el que entramos, al tratar de Kant, de Fichte y de Schelling.”

SECCIÓN TERCERA:

LA NOVÍSIMA FILOSOFÍA ALEMANA

En esta gran época de la historia universal, cuya esencia más íntima reside en la filosofía de la historia, [¡mí filosofía!] sólo toman parte 2 pueblos, el alemán y el francés, a pesar de la contraposición que entre ellos existe o, mejor dicho, precisamente por razón de ella. Las demás naciones no participan interiormente de este movimiento; participan, sí, en lo político, tanto sus gobiernos como los pueblos mismos.”

THE NAP O’… (THE)…LIÓN: “En Alemania este principio irrumpe como pensamiento, como espíritu, como concepto; en Francia, en la realidad. Por el contrario, en Alemania, lo que de la realidad se manifiesta aparece como una presión violenta de circunstancias de orden externo y una reacción contra ella.”

La misión de la novísima filosofía alemana consiste en tomar ahora como objeto y en comprender la unidad del pensamiento y el ser, que es la idea central de toda filosofía; es decir, en captar lo más recóndito de la necesidad, el concepto.”

Schelling será a Musa inspiradora de H.. Mas calma que lá chegamos!

DE NOVO ESSE CHATO! “Jacobi se enfrenta así a este postulado del pensamiento, y su pensamiento filosófico central, visto en uno de sus aspectos, es el de que todo camino de demostración conduce al fatalismo, al ateísmo y al spinozismo, representándose, por tanto, a Dios como un algo derivado, que reposa sobre otro fundamento, pues el comprender una cosa significa poner de manifiesto su dependencia con respecto a otra.”

Por tanto, el concepto de la posibilidad de la existencia de la naturaleza sería el concepto de un comienzo o un origen absoluto de la naturaleza; sería el concepto de lo incondicionado mismo, en cuanto no es la condición incondicionada de la naturaleza no-naturalmente articulada, es decir, desarticulada para nosotros. Ahora bien, para que sea posible un concepto de este algo incondicionado e inarticulado —y, por consiguiente, extranatural—, es necesario que lo incondicionado deje de serlo, que reciba condiciones; y lo absolutamente necesario tiene que comenzar a convertirse en lo posible, para que pueda construirse.» Jacobi, Briefe über die Lehre des Spinoza, apéndice VII

La fe, en sentido teológico, es fe en algo, en lo que enseña la doctrina. Es, pues, en cierto modo, un fraude el que se comete cuando se nos habla aquí de fe y de revelación, dándosenos a entender qué se trata de fe y revelación en sentido teológico, ya que aquí el sentido pretendidamente filosófico es completamente distinto, por mucha apariencia devota que se le quiera dar. § Tal es el punto de vista de Jacobi, y aunque tanto los filósofos como los teólogos digan muchas cosas en contra de él, no cabe duda de que ha sido recibido y propagado de muy buen grado.” HAHAHA. Com efeito, o juízo de H. sobre J. é tão similar ao de Schopenhauer nos volumes finais d’O Mundo que me pergunto se Sch. não tirou sua opinião dessa mesma obra!

Se reconoce evidentemente que nadie puede hacer un zapato no siendo zapatero, aunque tenga la medida, que es el pie, y tenga también manos. En cambio, tratándose de filosofía, el saber inmediato tiene la creencia de que cualquiera, por el mero hecho de pensar, es un filósofo y puede opinar en materia de filosofía.”

La forma última a que la filosofía desciende en Jacobi es ésta: la de que la inmediatidad se conciba como lo absoluto, revela la ausencia de toda crítica, de toda lógica.” Curioso: jamais li Fichte, mas imaginava que isso seria sua sinopse…

El propio espíritu debe dar testimonio al espíritu de que Dios es el espíritu; el contenido debe ser el verdadero. Pero esto no se comprueba porque se me revele a mí, porque a mí se me asegure.” E com esse delírio que é um recuo escolástico, mas que H. pensa que é seu passo a mais, chegamos à conclusão de que ele e Kant são como água e óleo, pois K. é opaco a H..

Kant retorna al punto de vista de Sócrates: nos encontramos en él con la libertad del sujeto, como en los estoicos; pero el problema, en lo tocante al contenido, se plantea aquí en un plano más alto. Ahora se postula para el pensamiento la infinita determinación hacia lo concreto, la realización a base de la regla de lo perfecto; dicho de otro modo, se postula que el contenido mismo sea la idea, concebida como unidad del concepto y la realidad.” “El punto de vista de la filosofía kantiana consiste, primeramente, en que el pensamiento puede llegar, por la vía del razonamiento, a concebirse no como algo contingente, sino como algo absoluto de suyo. En lo finito y en cohesión con ello se eleva un punto de vista absoluto, que es como el eslabón intermedio, como el lazo de unión entre lo finito y lo que lo eleva al plano de lo infinito.” “toda autoridad tiene que imponerse por la sola vía del pensamiento.” “al ser el pensamiento subjetivo, se le niega capacidad para conocer lo que es en y para sí.” “Por otra parte, Kant infiere la existencia de Dios, viendo en Él una hipótesis de que se vale para la explicación, un postulado de la razón práctica. Pero, desde este mismo punto de vista, un astrónomo francés daba al emperador Napoleón esta respuesta: Je n’ai pas eu besoin de cette hypothèse. Lo que hay de verdad en la filosofía kantiana es, según esto, el reconocimiento de la libertad. Ya Rousseau veía en la libertad lo absoluto: Kant profesa el mismo principio, sólo que más bien desde el punto de vista teórico.”

Immanuel Kant nació en Königsberg en 1724; estudió inicialmente teología, y en 1755 abrazó la carrera académica. Fue designado profesor de lógica en 1770, y murió en la misma ciudad de Königsberg en 1804, el 12 de febrero, casi de 80 años. No llegó a salir nunca de su ciudad natal.”

aquello para lo que todo debía ser es el hombre, la conciencia de sí, pero como todos los hombres en general.”

La filosofía kantiana es teóricamente la Ilustración elevada al plano metódico, basada en la tesis de que el hombre no puede conocer ninguna verdad, sino solamente los fenómenos” “Esta filosofía pone punto final a la metafísica intelectiva, en cuanto dogmatismo objetivo (…) descartando el problema de lo que es verdad en y para sí. Su estudio se hace difícil por la extensión, la prolijidad y la peculiar terminología en que esta filosofía aparece expuesta. Sin embargo, esta extensión tiene, a su vez, la ventaja de que a fuerza de repetirse, se asimila uno las tesis fundamentales, evitando que éstas se pierdan de vista.”

El sentido general de la filosofía kantiana es en efecto el que, como el autor reconoce en seguida, determinaciones como la de la generalidad y la de la necesidad no nos son ofrecidas por la percepción misma, como ya había señalado Hume en contra de Locke. Pero mientras que Hume se manifiesta, de un modo general, contra la generalidad y la necesidad de las categorías, y Jacobi contra su carácter finito, Kant sólo se muestra contrario a su objetividad, en el sentido de que existan en las mismas cosas externas, si bien las afirma como objetivas en el sentido de lo general y lo necesario, según demuestran los ejemplos de las matemáticas y las ciencias naturales.”

deben darse a priori, es decir, en la razón misma, en el pensamiento como razón consciente de sí; su fuente es el sujeto, es el yo en mi conciencia de mí mismo. Tal es la tesis fundamental, muy simple como se ve, de la filosofía kantiana.

En segundo lugar la filosofía de Kant se llama también filosofía crítica, en cuanto que se propone como fin, nos dice su autor, el ser una crítica de la facultad de conocimiento; antes del conocimiento es necesario investigar, en efecto, la capacidad para conocer. (…) sería difícil decir cómo es posible conocer sin conocer, intentar apoderarse de la verdad antes de la verdad misma.”

Sin embargo, como el principio kantiano de la razón era un principio puramente formal y sus sucesores, partiendo de la razón, no podían ir más allá, a pesar de lo cual la ética debía conservar un contenido, nos encontramos con que Fries y otros vuelven a ser hedonistas, aunque se guarden mucho de llamarse así.

En tercer lugar en lo tocante a la relación existente entre las categorías y la materia que la experiencia nos ofrece, ésta consiste, según Kant, en las determinaciones subjetivas del pensamiento, por ejemplo, en la de causa y efecto, determinaciones que son por sí mismas el punto de apoyo para anudar las diferencias de aquella materia.”

Se llaman juicios las combinaciones de determinaciones del pensamiento, tales como sujeto y predicado. Los juicios sintéticos a priori no son otra cosa que la conexión de lo contrapuesto por sí mismo o el concepto absoluto, es decir, relaciones de determinaciones distintas que no son dadas por la experiencia, sino por el pensamiento, tales como las de causa y efecto, etc. Asimismo son un lazo de unión el espacio y el tiempo, que existen a priori, es decir, en la conciencia de sí.”

Conviene por tanto, distinguir cuidadosamente entre lo trascendente y lo trascendental. Matemática trascendente es aquella en que se emplea principalmente la determinación de lo infinito: en esta esfera de la matemática se dice, por ejemplo, que el círculo está formado por un número infinito de líneas rectas; la periferia se representa como recta: al representarnos, así, lo curvo como recto, trascendemos de la determinación geométrica: se trata, por tanto, de una matemática trascendente. Por el contrario, Kant determina la filosofía trascendental viendo en ella, no una filosofía que trasciende con las categorías su esfera, sino una filosofía que pone de manifiesto, en el pensamiento subjetivo, en la conciencia, las fuentes de lo que puede ser trascendente.” “No nos proponemos, por tanto, considerar las determinaciones en su sentido objetivo, sino en la medida en que el pensamiento es la fuente de tales relaciones sintéticas; lo necesario y general adquiere aquí, por tanto, la significación de residir en la capacidad humana de conocimiento.”

Pero Kant distingue de esta facultad humana de conocimiento el en sí, la cosa en sí; de tal modo que aquella generalidad y aquella necesidad son solamente, al mismo tiempo, una condición subjetiva del conocer, pero sin que la razón llegue, con su generalidad y su necesidad, al conocimiento de la verdad misma.” “Si la razón pretende ser algo para sí, extraer la verdad de sí misma, será una razón trascendente, se remontará por sobre la experiencia” “será la unidad y la regla para lo múltiple sensible.” “La crítica de la razón consiste, por tanto, no en conocer los objetos, sino el conocimiento y los principios de éste, sus límites y su extensión, para que no sean excesivos. Esto es lo más general, que en seguida pasamos a desarrollar en sus diversas partes.”

vemos que Kant, en la Crítica de la razón pura, aborda el problema psicológicamente, es decir, históricamente, al describir las etapas fundamentales de la conciencia teórica. La primera facultad es la sensibilidad en general; la segunda, el entendimiento; la tercera la razón. (…) lo enfoca de un modo puramente empírico, sin desarrollarlo partiendo del concepto y sin proceder con arreglo a un criterio de necesidad.” E isso é o limite!

Al enjuiciamiento de esto lo llama Kant estética trascendental. Hoy, llamamos estética al conocimiento de lo bello.” Péssimo nome, evidentemente.

Pero Kant da este nombre a la teoría de la intuición vista por el lado de su generalidad, es decir, atendiendo a lo que se refiere al sujeto. La intuición, dice Kant, es el conocimiento de un objeto que nos es dado por los sentidos. La sensibilidad es la capacidad del hombre para ser afectado por medio de impresiones externas. Ahora bien, en la intuición se encuentra, según Kant, un contenido muy diverso, con arreglo al cual se pueden distinguir las sensaciones en exteriores, tales como las de rojo, color, dureza, etc., e internas, tales como las de lo justo, la cólera, el amor, el miedo, lo agradable, lo religioso.” “Pero en este algo sensible se contiene también un algo sensible general, ya que, como tal, no pertenece al campo de las sensaciones, en cuanto inmediatamente determinadas; esta otra cosa, en esta materia, es la determinación de espacio y tiempo, que son, por sí mismos, vacíos.” “El espacio y el tiempo son, por tanto, intuiciones puras, es decir, abstractas: intuiciones en las que ponemos el contenido de las diversas sensaciones fuera de nosotros, bien en el tiempo, fluyendo unas después de otras, bien en el espacio como separadas unas al lado de otras.”

Claro está que ahora todo se llama intuición, incluso el pensamiento, la conciencia; Dios, a pesar de pertenecer sólo al pensamiento, puede captarse también por medio de la intuición, por medio de la llamada conciencia inmediata.” O que há que resetar do kantismo é a parte em verde.

«El espacio es una representación necesaria, que sirve de fundamento a todas las intuiciones externas. El espacio y el tiempo son representaciones a priori, toda vez que no es posible representarse las cosas fuera del tiempo y el espacio. El tiempo sirve necesariamente de base a todos los fenómenos.»

Kant, sin embargo, se representa la cosa sobre poco más o menos así: existen fuera de nosotros cosas en sí, pero sin tiempo y sin espacio; viene luego la conciencia, que tiene ya en sí misma el tiempo y el espacio, como la posibilidad de la experiencia, del mismo modo que, por ejemplo, para comer, empezamos por tener boca y dientes, etc., como condiciones previas para realizar esta operación. Las cosas que comemos no tienen boca ni dientes; pues bien, lo que el comer es a las cosas es a ellas el tiempo y el espacio; como las cosas se sitúan, para ser comidas, en la boca y entre los dientes, así también en el espacio y en el tiempo.” “El espacio y el tiempo no son particularmente determinaciones del pensamiento cuando no sugieren pensamiento alguno; pero sí son un concepto; siempre y cuando que nos formemos un concepto de ellos.”

El análisis trascendental nos dice, además, que esta representación de espacio y tiempo encierra proposiciones sintéticas a priori, relacionadas con la conciencia de su necesidad. Estas proposiciones sintéticas son, por ejemplo, la de que el espacio tiene 3 dimensiones, o la definición de la línea recta, según la cual es el camino más corto entre 2 puntos; o también la afirmación de que 5 + 7 = 12. Sin embargo, todas estas proposiciones tienen un carácter muy analítico. No obstante, Kant sostiene, en primer lugar, que estas tesis no proceden de la experiencia o, para expresarnos mejor, que no son una percepción fortuita aislada; lo cual es exacto, pues se trata de una percepción general y necesaria.

En segundo lugar, afirma Kant que las obtenemos de la intuición pura, no por medio del entendimiento o del concepto. Kant no resume ambas cosas; sin embargo, este resumen está implícito en el hecho de que tales tesis son inmediatamente ciertas precisamente en la intuición.” “Ante este modo de concebir, surge el problema de cómo consigue el ánimo llegar a tener precisamente estas formas. Pero a la filosofía kantiana no se le ocurre ni siquiera preguntarse cuál es la naturaleza del tiempo y el espacio. La pregunta de qué son el espacio y el tiempo no significa para ella cuál sea su concepto, sino el si son cosas externas o algo que existe simplemente en el ánimo.”

La segunda facultad, el entendimiento, es algo completamente distinto de la sensibilidad; ésta es la receptividad, mientras que Kant empleando una expresión de la filosofía leibnizianallama espontaneidad en general al pensamiento.”

«los pensamientos sin contenido son vacíos, las intuiciones sin conceptos son ciegas»

O bien se trata de una facultad de carácter especial; y solamente cuando acaecen ambas cosas, es decir, cuando los sentidos suministran la materia y el entendimiento ha combinado con ella sus pensamientos, brota el conocimiento. Los pensamientos del entendimiento como tal son, por consiguiente, pensamientos limitados, pensamientos de lo finito.

Ahora bien, la lógica, en cuanto lógica trascendental, establece asimismo los conceptos que el entendimiento encuentra a priori en él mismo y por medio de los cuales piensa los objetos completamente a priori. Los pensamientos tienen esta forma: son la función sintetizadora a través de la cual lo múltiple se reduce a unidad. Esta unidad soy yo, es la apercepción trascendental, el apercibir puro de la conciencia de sí, yo = yo; el yo debe «acompañar» a todas nuestras representaciones.” Recordando: percepção: sensação pura e simples; apercepção: sensação que é mais geral que a anterior, embora siga sendo imediata, e que não é conceitual por assim dizer, dado nosso próprio nível de exigência do que deva ser um conceito. Isto é: não só as rachaduras da parede do meu quarto, mas o tempo e o espaço: estas são apercepções. Diferente da qualidade da mesa na qual apóio agora meus cotovelos, a umidade de meus cachos agora que acabei de sair de um banho, o ruído ambiente… Espaço e tempo são de onde emanam todos esses fenômenos, e eu apenas acabo de abstrair o que é a extensão territorial e a dinâmica da sucessão em duas palavras específicas; porém não posso manusear tempo e espaço como um relógio e dizer mais do que isso sem incorrer em besteirol; esse é meu limite. Posso fazer poesia sobre espaço e tempo, mas continuará sendo uma determinação fundamental que determina meu próprio ânimo e o limite do que posso expressar nesta poesia.

Es una exposición bárbara.” HAHAHAAHAHAAHAHAHAHAHAHAHA!!!

el apercibir es el determinar en general, la actividad por medio de la cual traduzco a mi conciencia simple un contenido empírico, mientras que el percibir se llama más bien sensación o representación.”

Esto es una gran conciencia, un conocimiento importante: lo que el pensamiento produce es la unidad; y, de este modo, se produce a sí mismo, pues es lo uno. En Kant, sin embargo, no aparece expresado con tanta precisión esto de que yo soy lo uno y, en cuanto sujeto pensante, lo que lo simplifica todo. La unidad puede ser llamada también relación; pues, en cuanto se presupone un algo múltiple y este algo permanece como múltiple en uno de sus aspectos, mientras que en el otro se establece como uno, tenemos una relación.”

juicios generales, particulares y singulares; afirmativos, negativos, indefinidos; categóricos, hipotéticos, disyuntivos; asertóricos, problemáticos y apodícticos. Pues bien, destacando estas especiales modalidades de relación, obtenemos las formas puras del entendimiento.”

Existen, por tanto, según Kant, 12 categorías fundamentales, divididas en 4 clases; y no deja de ser curioso, y además meritorio, que cada género esté formado, a su vez, por una tríada.”

Ahora bien… Poderemos seguir fazendo uma pseudometafísica só reformulando essas categorias ad infinitum… Pouco importa seu número, seus nomes… Pelo menos pouco importa segundo o que o indivíduo quer com o mundo e com a vida – que esteja claro!

4) La cuarta clase son las categorías de la modalidad, de la relación de lo objetivo sobre nuestro pensamiento: posibilidad, existencia (realidad) y necesidad. La posibilidad debiera ser lo segundo; pero, con arreglo al pensamiento abstracto, la representación vacía es lo primero.” Aqui H. não deixa claro se é ele que está superinterpretando e julgando ou se está apenas expondo ipsis literis.

La triplicidad, esta vieja forma de los pitagóricos, de los neoplatónicos y de la religión cristiana, aunque aquí sólo se presente como un esquema puramente externo, esconde dentro de sí la forma absoluta, el concepto.” Sempre os limites do principio da não-contradição…

Pero, en cuanto Kant dice que una representación puede determinarse en mí como accidental, como causa, efecto, unidad, pluralidad, etc., tenemos ya en ello toda la metafísica del entendimiento. Kant además no deriva estas categorías, y aun cuando le parecen imperfectas, dice que las otras se derivan de éstas.”

tampoco deduce el tiempo y el espacio, sino que los toma, asimismo, de la experiencia; es, como se ve, un método totalmente antifilosófico, injustificado.” ¿??

Aporia… Ah, poria… algo mais?! Limite fenomênico. Limite-se, fenomênico! KNOW HOW TO LIE – LIE & REST. Já deuS.

La materia de la percepción perteneciente a la sensibilidad o a la intuición no es dejada en la determinación de lo singular y lo inmediato, sino que yo actúo en contra de ello por cuanto que la relaciono por medio de las categorías y la elevo al plano de los géneros generales, de las leyes naturales, etc. Así planteada la cosa, es fácil resolver el problema de qué se halla en un plano superior, si la sensibilidad llena o el concepto. En efecto, no se perciben directamente las leyes del cielo, sino que lo que se percibe directamente es tan sólo el desplazamiento de los astros. Sólo cuando se retiene este algo directamente percibido y se reduce a determinaciones generales del pensamiento, surge la experiencia, la cual está llamada a ser válida en todo tiempo.”

Kant llega, sin embargo, partiendo de aquí, al resultado de que la experiencia sólo capta fenómenos y de que a través del conocimiento, obtenido por la experiencia, no conocemos las cosas tal y como son en sí sino solamente en forma de leyes de la intuición y de la sensibilidad.” “Ni lo uno ni lo otro es, por tanto, algo en sí, ni ambas cosas juntas son el conocimiento, sino que éste conoce solamente los fenómenos; curiosa, singular contradicción.”

es el esquematismo del entendimiento puro, la imaginación trascendental, lo que determina la intuición pura, con arreglo a la categoría, formando así el tránsito a la experiencia.” É muito nome pra muita UNIDADE SEMELHANTE!

El enlace de este algo doble es, a su vez, una de las páginas más bellas de la filosofía kantiana, en la que se unen la sensibilidad pura y el entendimiento puro, predicados anteriormente como términos absolutamente antagónicos. Se contiene aquí un entendimiento intuitivo o una intuición intelectiva; pero no es así como lo entiende Kant, quien no junta estos pensamientos: no comprende que unifica, de este modo, ambas partes integrantes del conocimiento, expresando con ello el en sí del mismo.” O mais engraçado dos grandes filósofos é que avançam precursoramente dizendo aquilo que nem eles mesmos entendem, para que em seguida alguém o interprete corretamente (e por sua vez cometa mais erros parecidos lá na frente)! Se isso não é intuição transcendental da mais enraizada e incontestável eu não sei o que é!

pero en Kant el entendimiento pensante y la sensibilidad son factores especiales, que sólo se combinan de un modo externo, superficial, como un pedazo de madera y un hueso atados con una cuerda.”

En cuanto que todo gira aquí en torno a nuestras determinaciones y no a la cosa en sí, a lo verdaderamente objetivo, la filosofía kantiana recibe el nombre de idealismo. Pero, con este motivo, Kant se detiene a refutar el idealismo empírico o material, en los siguientes términos (Crítica de la razón pura, pp. 200 s.): «Yo tengo conciencia de mi existencia como determinada en el tiempo. Pero toda determinación en el tiempo presupone algo permanente en la percepción. Y este algo permanente no puede ser (una intuición) en mí¡!!

O bien tengo la conciencia de mi existencia como de una conciencia empírica, determinable solamente en relación a algo que se halla fuera de mí; es decir, tengo la conciencia de un algo exterior.” ¡!!

También cabría decir esto a la inversa: tengo la conciencia de las cosas externas como de cosas determinadas en el tiempo y cambiantes; éstas presuponen, por tanto, algo permanente, algo que no se halla en ellas, sino fuera de ellas. Y este algo soy yo, el fundamento transcendental de su generalidad y necesidad, de su ser en sí, la unidad de la conciencia de sí. Y así lo concibe, en otra ocasión, el propio Kant (Crítica de la razón pura, p. 101); por tanto, estos momentos se confunden y entremezclan, ya que lo permanente mismo es una categoría.”

El idealismo, considerado en el sentido de que nada existe como singular fuera de mi propia conciencia singular, o la refutación del mismo, en el sentido de que existen también cosas singulares fuera de mi propia conciencia, es por consiguiente tan malo en un caso como en el otro. Aquél es el idealismo de Berkeley, en el que sólo se habla de la conciencia de sí como de algo singular, o en el que el mundo de la conciencia de sí aparece ni más ni menos que como una multitud de representaciones limitadas, sensibles y singulares, tan carentes de verdad como si fuesen llamadas cosas. La verdad o la falta de verdad no está en que sean cosas o representaciones, sino en el carácter limitado y contingente de ella, según que sean representaciones o cosas.”

Pero, en Kant, el sujeto cognoscente no llega, en rigor, a la razón, sino que permanece, a su vez, como la conciencia de sí singular en cuanto tal, contrapuesta a la general. En realidad, en lo que hemos visto sólo se describe la conciencia de sí empírica, finita, que necesita una materia traída de fuera, es decir, que es limitada. No se pregunta si estos conocimientos son o no verdaderos en y para sí, con arreglo a su contenido; todo el conocimiento se mantiene dentro de la subjetividad y, al otro lado, se halla, como algo exterior, la cosa en sí.”

En tercer lugar viene, en Kant, la razón, a la que llega, también por el camino psicológico, partiendo del entendimiento: sigue hurgando, [remexendo] en efecto, en el saco del alma, para ver qué facultades encuentra todavía en él, y la casualidad le depara el encuentro de la razón. Pero la búsqueda sería también buena aunque no la hubiese descubierto, lo mismo que para los físicos es de todo punto indiferente el que, por ejemplo, exista o no el magnetismo.”

«Todo nuestro conocimiento comienza por los sentidos, pasa de ahí al entendimiento y termina en la razón, sin que haya en nosotros nada más alto para elaborar la materia de la intuición y reducirla a la suprema unidad del pensamiento.»

La razón es, por tanto, según Kant, la facultad para conocer a partir de principios, es decir, para conocer lo particular en lo general, por medio de conceptos; el entendimiento, por el contrario, llega a lo particular por la vía de la intuición. Pero las propias categorías son algo particular. El principio de la razón en general es, según Kant, lo general, en cuanto que encuentra lo incondicionado para el conocimiento condicionado del entendimiento. El entendimiento es, para él, por tanto, el pensamiento en condiciones finitas; la razón, por el contrario, el pensamiento que hace de lo incondicionado su objeto. Desde entonces, la terminología filosófica acostumbra a distinguir entre el entendimiento y la razón, distinción con que no nos encontramos en los filósofos antiguos. El producto de la razón es, según Kant, la idea—expresión platónica—; por idea entiende Kant lo incondicionado, lo infinito. Es una gran frase ésta de que la razón produce ideas; pero en Kant la idea es solamente lo general abstracto, lo indeterminado.” E se Platão concorda com Kant, como ficamos, H.?

Ahora bien, este algo incondicionado debe captarse de un modo concreto, y en eso reside precisamente la principal dificultad. En efecto, el conocer lo incondicionado significa determinarlo y derivar las determinaciones de ello. Mucho se ha escrito y hablado acerca del conocer, sin definirlo. Pero en filosofía de lo que se trata es de llegar a conocer lo que se da por supuesto como conocido.” “Todo depende, sin embargo, del modo como se considere el mundo; ahora bien, para Kant la experiencia, la consideración del mundo, no significa otra cosa sino que aquí nos encontramos, supongamos, con un candelabro y más allá con una bolsa de tabaco. Es exacto, no cabe duda, que lo infinito no se da en el mundo de la percepción sensible; y, dando por supuesto que lo que sabemos sea experiencia, un sintetizar los pensamientos y las materias de la sensibilidad, es evidente que no podremos llegar a conocer lo infinito en el sentido de llegar a tener una percepción sensible de ello. Pero tampoco ha de exigirse para la verificación de lo infinito una percepción sensible”

una de las importantes determinaciones de la filosofía kantiana consiste en ver que lo infinito, en cuanto se determina por categorías, se pierde en contradicciones. Ahora bien, aunque la razón, dice Kant, se convierte en transcendente mediante el establecimiento de estas contradicciones, implica siempre, sin embargo, el postulado de reducir a lo infinito la percepción, la experiencia, el conocimiento intelectivo. Y esta combinación de lo infinito, de lo incondicionado, con lo finito, con lo condicionado del conocimiento intelectivo, o incluso con la percepción, sería, desde este punto de vista, lo sumamente concreto.”

Pues bien, el modo como Kant aborda estas ideas es un modo derivado, a su vez, de la experiencia, de la lógica formal, según la cual existen diversas formas de razonamiento. Existiendo, nos dice Kant, 3 formas de silogismos, los categóricos, los hipotéticos y los disyuntivos, lo incondicional tiene que ser también de 3 clases: «La primera es lo incondicionado de la síntesis categórica en un sujeto.» La síntesis es lo concreto; pero la expresión es de doble sentido, ya que expresa una combinación externa de cosas independientes. «En segundo lugar, tenemos lo incondicionado de la síntesis hipotética de los miembros en una sola serie; y, en tercer lugar, lo incondicionado de la síntesis disyuntiva de las partes en un sistema.»

La primera combinación, expresada como objeto de la razón o idea trascendental, la hacemos cuando nos representamos «el sujeto pensante»; lo segundo «es el conjunto de todos los fenómenos, el universo»; lo tercero, «la cosa que encierra la suprema condición de la posibilidad de cuanto puede pensarse, la esencia de todas las esencias», es decir, Dios. El problema, reducido a su más aguda expresión, podría formularse ahora así: si la razón puede llevar estos objetos a la realidad o si éstos, por el contrario, quedan encerrados en el pensamiento subjetivo. Pues bien, la razón, según Kant, no es capaz de dar realidad a sus ideas —de otro modo, sería una razón trascendente, que volaría por encima de las cosas—, sino que produce solamente paralogismos, antinomias y un ideal sin realidad.”

«El paralogismo es un razonamiento falso en cuanto a la forma.»

¿es el Yo, lo pensante, una sustancia, un alma, una cosa anímica? Más adelante, se pregunta, asimismo, si es algo permanente, inmaterial, incorruptible, personal, inmortal, y algo que mantenga una comunidad real con los cuerpos. La falsedad del razonamiento consiste en que la idea racional necesaria de la unidad del sujeto trascendental se predique como una cosa, pues sólo así se convierte en sustancia lo que hay de permanente en ella. De otro modo, me encontraría a mí evidentemente como algo permanente en mi pensamiento; pero solamente en la conciencia perceptiva y no fuera de ella. El Yo es, por tanto, el sujeto vacío, trascendental, de nuestros pensamientos, que sólo por medio de sus pensamientos es conocido; pero sin que, partiendo de aquí, podamos llegar a formarnos ni el más leve concepto de lo que es en sí. (Es ésta una distinción harto repelente, pues el pensamiento no es otra cosa que el en sí.) No podemos predicar de él ningún ser, pues el pensamiento es una mera forma, y no obtenemos la representación de la esencia pensante por una experiencia externa, sino simplemente por la conciencia de sí, es decir, porque no podemos tomar en la mano el Yo, no podemos verlo, olerlo, etc. Sabemos perfectamente bien, sin duda, que el Yo es el sujeto; pero, si nos remontamos por encima de la conciencia de sí y decimos que es sustancia, vamos más allá de lo que tenemos derecho a ir. El Yo no puede, por tanto, dar al sujeto ninguna realidad.

Aquí vemos a Kant caer en contradicción con la barbarie de las ideas que refuta y la barbarie de sus propias ideas, las cuales no se salen del marco de las refutadas. Tiene, en primer lugar, toda la razón cuando afirma que el Yo no es una cosa anímica, un algo permanente y muerto, dotado de existencia sensible; y, en realidad, si hubiese de ser una cosa común y corriente, tendría que caer también, necesariamente, dentro del campo de la experiencia; en segundo lugar, Kant no sostiene lo contrario de esto, a saber, que el Yo, como este pensar lo general o pensarse a sí, tenga en sí mismo la verdadera realidad que exige como modo objetivo, sino que no sale de la representación de la realidad según la cual ésta consiste en ser una existencia sensible, en vista de lo cual, como el Yo no se da en ninguna experiencia externa, no es real. (…) dicho de otro modo: Kant sólo concibe la conciencia de sí, pura y simplemente, como algo sensible.” Ao exportar o em si, K. recai para trás até de Descartes com sua certeza!

Viene luego, en segundo lugar, la antinomia, es decir, la contradicción de la idea racional de lo incondicionado, aplicada al universo para representarlo como un conjunto íntegro de condiciones. En efecto, en los fenómenos dados la razón exige la integridad absoluta de las condiciones de su posibilidad, en tanto formen una serie, de tal modo que el universo mismo es algo incondicionado.

Ahora bien, si esta perfección se predica como algo que es, se representa solamente una antinomia, y la razón aparece simplemente como una razón dialéctica; es decir, descubrimos en este objeto, por cualquier parte que lo contemplemos, una perfecta contradicción. Pues los fenómenos son un contenido finito y el universo una cohesión de cosas limitadas; y si este contenido es pensado por la razón, es decir, subsumido bajo lo incondicional y lo ilimitado, estaremos ante 2 determinaciones, lo finito y lo infinito, contradictorias entre sí.”

Kant (Crítica de la razón pura, p. 320) señala aquí 4 contradicciones, lo que es demasiado poco; [HAHAHA!] en efecto, todo concepto entraña sus antinomias ya que no es un concepto simple, sino concreto, lo cual quiere decir que encierra determinaciones distintas, que son, a su vez, términos contrapuestos.”

PRIMEIRA ANTINOMIA KANTIANA: «Tesis: el mundo tiene un principio y un fin en el tiempo y se halla limitado en el espacio. Antítesis: No tiene principio ni fin en el tiempo, ni tampoco límites en el espacio.»

El mundo es, como universo, la totalidad; es, por tanto, una idea general y, en este sentido, ilimitada. Pero la perfección de la síntesis en el desarrollo del tiempo y del espacio no es otra cosa que un primer comienzo del espacio y el tiempo. Si, por tanto, aplicamos al mundo, para conocerlo, las categorías de lo limitado y lo ilimitado, caeremos en contradicciones, ya que estas categorías no pueden ser predicadas de las cosas en sí.”

La cuarta antinomia [a segunda e a terceira são irrelevantes e triviais para listar aqui] se basa en lo siguiente: de una parte, la totalidad se consuma en la libertad, como un primer principio del hacer, o en una esencia absolutamente necesaria, como la causa del universo, quedando rota así la continuidad; pero frente a aquella libertad aparece, de otra parte, la necesidad de la continuidad con arreglo a las condiciones de las causas y los efectos, y frente a la esencia necesaria el hecho de que todo es contingente. Por tanto, de una parte se afirma la necesidad absoluta del mundo condicionado: «El mundo supone un ser absolutamente necesario.» Lo contrario a esto es: «No existe un ser absolutamente necesario, ni como parte del mundo ni fuera de él.»

La necesidad de estas contradicciones es justo el lado interesante que Kant (Crítica de la razón pura, p. 324) trae a nuestra conciencia, ya que según la metafísica común y corriente si lo uno rige hay que dar lo otro por refutado. Sin embargo, lo que hay de importante en esta afirmación de Kant va dirigido contra su intención. Pues aunque es cierto que Kant (Crítica de la razón pura, pp. 385 s.) disuelve estas antinomias, las disuelve solamente en el peculiar sentido del idealismo trascendental, que no niega o pone en duda la existencia de las cosas exteriores, sino que «permite que las cosas sean intuidas en el espacio y en el tiempo» (para lo que no se necesita contar con ninguna autorización); pero para él «el espacio y el tiempo no son, en sí mismos, tales cosas (por lo cual) no existen fuera de nuestro ánimo»; es decir, que todas estas determinaciones de principio en el tiempo, etc., no corresponden a las cosas, al en sí del mundo mismo de los fenómenos, que existe para sí fuera de nuestro pensamiento subjetivo.” Sim, são mera retórica kantiana, que ‘inventa’ uma antinomia, i.e., uma possibilidade de refutação de seu sistema, que apenas jogará aos leões, porque seu sistema já nasce irrefutável. A lógica usada em cada uma é a antiga (pré-criticismo), e a síntese é a lógica a partir de Kant. É um artifício que infla muito a espessura da Crítica da Razão Pura.

GENEALOGIA DA RESPONSABILIDADE: “O bien, este idealismo trascendental deja en pie la contradicción, sólo que el en sí no es tan contradictorio, sino que esta contradicción tiene su fuente única y exclusivamente en nuestro pensamiento. Sigue, pues, en pie, en nuestro ánimo, la misma antinomia; y si antes era Dios lo que asumía en su seno todas las contradicciones, ahora es la conciencia de sí.”

no debemos, por tanto, preocuparnos de sus contradicciones, toda vez que el Yo puede soportarlas. Kant, sin embargo, muestra aquí demasiada ternura por las cosas: sería lástima que éstas se contradijesen. Pero el que el espíritu, lo más alto de todo, sea la contradicción, en nada perjudica.” HAHAHAHA

La verdadera disolución recaería sobre el contenido de que las categorías no encierran en sí verdad alguna, y tampoco lo incondicionado de la razón, sino solamente la unidad de ambos como cosas concretas.”

Al llegar aquí, Kant considera la prueba de la existencia de Dios, ya que se pregunta si a este ideal se le puede atribuir realidad.”

Anselmo, Descartes y Spinoza dan el paso hacia el ser; y todos ellos admiten, a este propósito, la unidad del ser y del pensamiento. Pero Kant (Crítica de la razón pura, pp. 458-466) dice: a este ideal de la razón no se le puede atribuir tampoco ninguna realidad: no hay transición del concepto al ser.”

«Para llegar a la existencia, tenemos que salirnos del marco del concepto. Tratándose de objetos del pensamiento puro, no constituye un medio el conocer su existencia, ya que ésta tenía necesariamente que conocerse a priori; pero nuestra conciencia de toda existencia pertenece íntegramente al campo de la experiencia.»

Es decir, que Kant no llega a establecer justo aquella síntesis del concepto y del ser, o sea a comprender la existencia, a establecerla como un concepto; la existencia sigue siendo para él sencillamente otra cosa que el concepto.” Não chegou aos existencialistas.

La afirmación de que 100 táleros posibles son algo distinto a 100 táleros reales envuelve un pensamiento popular muy extendido, como el de que no es posible pasar del concepto al ser, pues no por imaginarme la existencia de 100 táleros los tengo en mi poder. Pero lo mismo podríamos decir, en el mismo sentido popular: dejemos a un lado esa figuración, pues se trata simplemente de eso; dicho de otro modo, lo que nos imaginamos es falso, los 100 táleros que nos representamos son, pura y simplemente, una ficción. El aferrarnos a ellos es, por tanto, una malsana figuración, que nada vale; quien se deja llevar de tales figuraciones y deseos, es un hombre fatuo. Tener 100 táleros es tener 100 táleros reales; así, pues, quien los necesite deberá poner manos a la obra para adquirirlos, para llegar a poseerlos; es decir, no deberá contentarse con aquella figuración, sino pasar por encima de ella.”

Ningún hombre es tan necio como aquella filosofía: cuando siente hambre, no se contenta con imaginarse la comida, sino que hace lo posible por ingerirla, saciando el hambre. Toda actividad es una representación que no es aún, pero que es subjetivamente levantada.”

Nenhum homem é tão néscio como aquela filosofia: quando sente fome, não se contenta com imaginar-se a comida, senão que faz o possível para ingeri-la, saciando sua fome. Toda atividade é uma representação que não é ainda, mas que é subjetivamente suspensa/sublimada.”

Este «buscar agua en el desierto» por medio de la lógica corriente, es lo que se llama filosofar; es algo así como Isacar, el asno huesudo, al que no hay manera de hacer moverse del sitio (Génesis, 49:14). Estas gentes dicen: no servimos para nada, y en vista de que no servimos para nada, no servimos ni queremos servir. Pero, es una falsa modestia y una falsa humildad cristiana esto de querer ser buenos a fuerza de no servir para nada; en realidad, este reconocimiento de la propia nulidad es una especie de soberbia interior y una gran complacencia con uno mismo. En gracia a la verdadera humildad, el hombre no debe entregarse a su nulidad, sino elevarse por encima de ella, mediante la captación de lo divino.”

Las ideas de la razón no pueden verse confirmadas por la experiencia, ni encontrar en ésta su corroboración; cuando se determinan por medio de categorías, surgen las contradicciones. Cuando la idea ha de determinarse simplemente como algo que es, no es otra cosa que el concepto; y de ello se distingue siempre el ser de lo existente. Ahora bien, este resultado, tan extraordinariamente importante en lo tocante a los conocimientos intelectivos, no lleva a Kant, en lo que a la razón se refiere, sino a la afirmación de que ésta no encierra, por sí misma, otra cosa que la unidad formal para la sistematización metódica de los conocimientos intelectivos. Se retiene el pensamiento abstracto en su totalidad; se dice que el intelecto sólo puede establecer orden en las cosas, pero que este orden no es nada en y para sí, sino algo puramente subjetivo. Sólo le queda, pues, a la razón la forma de su pura identidad consigo misma, y ésta sólo sirve para una cosa: para ordenar las múltiples leyes y relaciones intelectivas, las clases, los tipos y los géneros con que se encuentra el entendimiento.”

Hay que reconocer, sin embargo, el gran mérito de los Principios metafísicas de la ciencia natural («Metaphysische Anfangsgründe der Naturwissenschaft») al llamar la atención hacia un comienzo de una filosofía de la naturaleza, consistente en que la física emplee, sin detenerse a investigarlas más a fondo, determinaciones del pensamiento que constituyen las bases esenciales de sus objetos. La densidad, por ejemplo, es considerada por ella como una cantidad desigual, como un simple quantum en el espacio; Kant, en cambio, ve en ella un grado en la acción de llenar el espacio, es decir, la considera como energía, como intensidad de la acción. [Prevê a necessidade do dinamismo da Física no sentido daquela do século XX, antimecanicista.] Por eso exige (pp. 65-68) que la materia se construya a base de fuerzas y actividades, no a base de átomos; [sentido hoje obsoleto, diante do ‘novo átomo’ dual dos físicos] punto de vista que sigue compartiendo plenamente Schelling.” “Kant se esfuerza en poner de manifiesto los conceptos y principios fundamentales de esta ciencia, dando pie con ello para una llamada teoría dinámica de la naturaleza.”

Die Religion innerhalb der blossen Vernunft [«La religión dentro de los límites de la razón pura»] es también una obra en que se señalan las doctrinas de la fe como aspectos de la razón, ni más ni menos que se hace en la naturaleza. De este modo, Kant, en la dogmática positiva de la religión con la que había dado al traste la Ilustración, trae al recuerdo las ideas de la razón: el significado racional y, sobre todo, moral que tienen los llamados dogmas de la religión, por ejemplo, el dogma del pecado original. Modo de proceder mucho más racional que el de la Ilustración, la cual se avergüenza de hablar de ello.”

A la inteligencia hay que añadir, en la filosofía kantiana, en segundo lugar, lo práctico, la naturaleza de la voluntad y de lo que constituye su principio: es lo que estudia la Crítica de la razón práctica, en la que Kant hace suya la determinación rousseauniana de que la voluntad es libre en y para sí. Kant concibe la razón teórica de tal modo, que, al referirse a un objeto, este objeto le debe ser dado; pero, a partir del momento en que se lo da a sí misma, carece el objeto de verdad y la razón no cobra, en este conocimiento, su propia independencia. Sólo es independiente de suyo, por el contrario, como razón práctica; en cuanto ser moral, el hombre es libre, se halla colocado por encima de toda ley natural y de todo fenómeno. Del mismo modo que la razón teórica presentaba categorías, diferencias apriorísticas, la razón práctica tiene la ley moral en general, cuyas determinaciones más precisas son los conceptos de deber y derecho, de lo lícito y lo ilícito; y, en este punto, la razón rechaza toda materia dada, de la que en el plano teórico, en cambio, no puede prescindir.”

Desde este punto de vista, la conciencia de sí mismo es su propia esencia, mientras que la razón teórica tenía otra, distinta: concretamente, en el primer caso el Yo es, en su carácter individual, esencia inmediata, generalidad, objetividad; la subjetividad tiende, en segundo lugar, a la realidad, pero no a la realidad sensible, a la que antes encontrábamos, sino que aquí la razón se hace pasar por lo real. Aquí, es el concepto el que tiene la conciencia de su defectuosidad, cosa que no debiera tener la razón teórica, ya que el concepto tiene que seguir siendo tal concepto. Se impone, pues, aquí el punto de vista de lo absoluto, ya que el hombre encierra en su pecho algo infinito. Tal es lo que hay de satisfactorio en la filosofía kantiana: el cifrar lo verdadero por lo menos en el ánimo del hombre, por lo cual sólo reconozco lo que se halla en armonía con mi propia determinación.”

Deste ponto de vista, a consciência de si mesmo é sua própria essência, enquanto que a razão teórica tinha outra, distinta: concretamente, no primeiro caso o Eu é, em seu caráter individual, essência imediata, generalidade, objetividade; a subjetividade tende, em segundo lugar, à realidade, mas não à realidade sensível, a que antes encontrávamos, senão que, aqui, a razão faz-se passar pelo real. Aqui, é o conceito aquele que tem a consciência de sua defeituosidade, coisa que não devia ter a razão teórica, já que o conceito tem de seguir sendo tal conceito. Impõe-se, então, aqui, o ponto de vista do absoluto, já que o homem encerra em seu peito algo infinito. Tal é o que há de satisfatório na filosofia kantiana: ela cifra o verdadeiro ao menos no ânimo do homem, só mediante o qual reconheço aquilo que se acha em harmonia com minha própria determinação.” Obviamente seria o livro mais adorado pelo protestante Hegel! Matou o Sol Absoluto de Platão no peito e saiu jogando – fintando dialeticamente – no time da Metafísica (talvez contra o Entendimento Pensante Futebol Clube) para marcar um GOOOLAÇO… Infelizmente para Hegel, não aposentaram a camisa 10 após sua morte, porque a despeito de toda sua autopresunção ele não era Pelé e as próximas gerações ofuscaram-no…

Kant divide la voluntad en una capacidad de apetencia inferior y superior; y esta manera de expresarse no tiene nada de torpe.”

Kant divide a vontade em uma capacidade de apetência inferior e superior; e esta maneira de se expressar nada tem de torpe.” Obviamente o tem!

Ahora bien, todo ethos de la conducta descansa sobre la intención de que la presida la conciencia de la ley y en gracia a la ley misma, el respeto a la ley y a sí misma, como lo único que pueda hacer al hombre feliz.”

Una de las determinaciones extraordinariamente importantes de la filosofía kantiana es la de que debe reducirse a sí misma lo que la conciencia de sí considera como la esencia, la ley y el en sí. Según que el hombre persiga este o aquel fin, según que enjuicie de éste o el otro modo el mundo o la historia, ¿qué debe reputar como su fin último? Para la voluntad, no existe otro fin que el sacado de ella misma, el fin de su libertad.” A brecha perfeita para o Historicismo hegeliano: uma mal-formulada ética laico-cristã!

La propiedad es aquí la premisa de que se parte; pero lo mismo podría ocurrir que esta determinación desapareciese en cuyo caso no se daría contradicción alguna en el robo: no existiendo la propiedad, no hay por qué respetarla. Tal es el defecto de que adolece el principio kantiano-fichteano: se trata de un principio puramente formal; el frío deber es el último hueso no-digerido que queda en el estómago, la revelación entregada a la razón.”

Esta unidad es postulada, el hombre debe ser moral; pero no se pasa del deber ser, y todo queda reducido a esta cháchara sobre lo ético.”

Sólo puede existir lucha cuando la voluntad sensible no se ajusta todavía a la voluntad general. El resultado es, por tanto, que la meta de la voluntad moral sólo pueda alcanzarse en el progreso infinito; sobre esto basa Kant (Crítica de la razón práctica, pp. 219-223) el postulado de la inmortalidad del alma, como el progreso infinito del sujeto en su ethos, puesto que el propio ethos es algo imperfecto y tiene necesariamente que progresar hacia lo infinito.” Urgh!

La voluntad tiene frente a sí el mundo entero, el todo de la sensibilidad, y, sin embargo, la razón tiende hacia la unidad de la naturaleza y de la ley moral, como la idea del bien que es el fin último del mundo. Pero como se trata de algo puramente formal, es decir, de algo carente de contenido por sí mismo, se enfrenta a los instintos y las inclinaciones de una naturaleza subjetiva y de una naturaleza independiente exterior. Kant (Crítica de la razón práctica, pp. 198-200) unifica la contradicción de ambos factores en la idea del supremo bien, en el cual la naturaleza es ya adecuada a la voluntad racional y la dicha se armoniza con la virtud. Coincidencia ésta que no es, en rigor, lo que interesa aquí, aunque en ello consista la realidad práctica.” “Aquella unificación sigue siendo, por tanto, un más allá, un pensamiento que no se da en la realidad, sino que simplemente debe ser. Kant (Crítica de la razón práctica, pp. 205-209) se deja llevar, así, íntegramente de la cháchara de quienes dicen que en este mundo a los virtuosos les va muchas veces mal y a los viciosos bien, etc., y postula, más en detalle, la existencia de Dios como la esencia, la causalidad por medio de la cual se produce esta armonía, en función tanto de la representación de lo que hay de sagrado en la ley moral como en la naturaleza, pero también simplemente, con arreglo al progreso infinito y en función del fin racional que se trata de realizar; postulado este que, al igual que el de la inmortalidad del alma, deja subsistir la contradicción, tal y como es, limitándose a proclamar el deber ser abstracto de su disolución.” “Kant aduce, como vemos, ciertas maneras populares de expresarse: se trata de que el mal sea vencido, y de que sea, al mismo tiempo, poco.” “La realidad del Dios creador de la armonía es también una realidad carente de conciencia; es asumida por la conciencia en gracia a la armonía, a la manera como los niños se asustan unos a otros con un fantoche. La función en gracia a la cual se admite la existencia de Dios, con objeto de infundir mayor respeto a la ley moral mediante la idea de un legislador divino, se halla en contradicción con el postulado de que el ethos consiste justo en que la ley sea respetada pura y exclusivamente en gracia a ella misma.”

A los hombres les resulta difícil creer que la razón sea real; sin embargo, no hay nada real más que la razón, que es el poder absoluto.”

Nos queda todavía por examinar el tercer aspecto de la filosofía kantiana, el de la Crítica del juicio, en el que se nos presenta el postulado de lo concreto, según el cual la idea de aquella unidad no se establece como un más allá sino como algo presente. Es este un aspecto de especial importancia. Dice Kant que el entendimiento establece leyes en lo teórico, y produce categorías, pero que éstas no pasan de ser determinaciones puramente generales, al margen de las cuales queda lo particular (la otra parte integrante de todo conocimiento).”

«Y como el concepto de un objeto, siempre y cuando que encierre, al mismo tiempo, el fundamento de la realidad de este objeto, se llama el fin, y la coincidencia de una cosa con aquella estructura de las cosas que sólo es posible con arreglo a fines se llama la finalidad de la forma de las mismas, tenemos que el principio del juicio, en relación con la forma de las cosas de la naturaleza bajo leyes empíricas, es la finalidad de la naturaleza (…) Es decir, que la naturaleza se concibe, a través de este concepto, como si un entendimiento encerrase el fundamento de la unidad de lo múltiple de sus leyes empíricas.»

RESUMO DA ARTE: “Fin es el concepto inmanente, no la forma externa y la abstracción con respecto a un material que le sirve de base, sino que la penetra; de tal modo que todo lo particular es determinado, a su vez, por este algo general. Este fin es, según Kant, el entendimiento: es cierto que las leyes intelectivas que tiene en el conocimiento dejan aún indeterminado lo objetivo, pero como este algo múltiple necesita llevar dentro de sí mismo una conexión, contingente, sin embargo, para la visión humana, «necesariamente el juicio tiene que aceptar como principio para su propio uso el que lo contingente para nosotros encierra una unidad en la relación de lo múltiple con una experiencia posible en sí, unidad no cognoscible para nosotros, pero no por ello impensable»”

Este principio del juicio reflexionante lleva dentro de sí una doble finalidad, la formal y la material; por tanto, el juicio puede ser de 2 clases, estético o teleológico, el primero de los cuales se refiere a la finalidad subjetiva y el segundo a la finalidad objetiva, lógica. Existen, según esto, dos objetos del juicio: lo bello en las obras de arte y los productos naturales de la vida orgánica, que nos representan la unidad del concepto de naturaleza y del concepto de libertad.”

«lo agradable y lo desagradable es algo subjetivo, algo que no puede ser elemento de conocimiento. El objeto sólo posee finalidad cuando su representación está directamente unida al sentimiento de lo agradable; y esta representación es una representación estética. La aprehensión de las formas en la imaginación no puede producirse nunca sin que el juicio reflexionante, aun sin intención de hacerlo, las compare, al menos, con su facultad de relacionar las intuiciones con los conceptos. Ahora bien, si, en esta comparación, la imaginación lleva al entendimiento, como facultad de formación de conceptos, por medio de una representación dada, despertando con ello un sentimiento de placer, no cabe duda de que el objeto deberá considerarse, en estas condiciones, como final para el juicio reflexionante. Desde el punto de vista estético tal juicio versa sobre la finalidad del objeto, que no se basa en ningún concepto actual del objeto y que no crea tampoco ningún concepto de él. Un objeto cuya forma (no lo que hay de material en su representación, como sensación) es juzgada como fundamento del placer que la representación de semejante objeto causa es un objeto bello»

Lo sublime es la tendencia a representarse por medio de los sentidos una idea, en lo que, al mismo tiempo, se representa la inadecuación, la imposibilidad de concebir la idea por medio de los sentidos. Aquí en el juicio estético, vemos la unidad inmediata de lo general y lo particular, pues lo bello es justo esta unidad inmediata ajena a todo concepto. Pero como Kant la sitúa en el sujeto, es algo limitado; y, desde el punto de vista estético, algo que ocupa un plano más bajo, por cuanto no es la unidad concebida.”

El otro modo de la coincidencia es, en la finalidad objetiva y material, la consideración teleológica de la naturaleza, según la cual se intuye en los productos orgánicos naturales la unidad inmediata del concepto y la realidad como una unidad objetiva: el fin de la naturaleza, que contiene lo particular en lo general y el género dentro de lo particular.” Essa parte do livro é tão supérflua que nem me lembrava dela!

El fin de la naturaleza debe buscarse, por tanto, en la materia, en cuanto se trate de un producto natural interiormente organizado, «en el que todo es fin y, al mismo tiempo, alternativamente, medio»H. está adorando muito tudo isso – se é que não aprendeu daí mesmo. Se bem que é verdade o que afirma logo na seqüência: “Tal es el concepto aristotélico; es lo infinito que se remonta a sí mismo, la idea.”

Kant se expresa así acerca de esto: ‘no encontraríamos diferencia alguna entre el mecanismo de la naturaleza y la técnica de la naturaleza, es decir, el enlace final en ella, si nuestro entendimiento no fuese de tal índole que tiene que pasar de lo general a lo particular, si nuestro juicio no puede emitir juicios determinantes sin tener una ley general en que aquellos juicios puedan subsumirse’.” “Entra así en la filosofía kantiana la representación de lo concreto, según la cual el concepto general determina lo particular. Pero como Kant sólo enfoca estas ideas en su determinación subjetiva, como pensamientos normativos para el juicio, con lo que nada que sea en sí puede postularse, tenemos que vuelve a destacar el lado del concepto, aunque proclame también la unidad del concepto y la realidad; no trata, por tanto, de levantar [suspender] su límite, en el momento en que lo establece como tal límite. Tal es la contradicción constante de la filosofía kantiana” Mas querer extrair um absoluto da Estética é o cume da canalhice, H.!

En el arte es, pues, evidentemente, el mismo modo sensible el que nos suministra la representación de la idea; realidad e idealidad se dan aquí directamente en una unidad.”

Es cierto que Kant se acerca expresamente a la representación de un entendimiento intuitivo, el cual, al dar leyes generales, determina asimismo lo particular; es ésta una determinación profunda, lo verdaderamente concreto, la realidad determinada por el concepto inmanente o, como dice Spinoza, la idea adecuada. En efecto, como «del conocimiento forma parte también la intuición y la facultad de una espontaneidad completa en la intuición sería una facultad de conocimiento específicamente distinta y completamente independiente de aquélla y, por tanto, un entendimiento en el sentido más general de la palabra; cabe concebir también un entendimiento intuitivo que no pase de lo general a lo particular y de esto a lo individual por medio de conceptos, en el que no nos encontremos con lo contingente de la cohesión de la naturaleza en sus productos con arreglo a leyes particulares y que tan difícil hace al nuestro el reducir a unidad de conocimiento lo que hay de múltiple en ella».” “A Kant, sin embargo, no se le ocurre pensar que este «intellectus archetypus» es la verdadera idea del entendimiento. Es curioso que tenga esta idea de lo intuitivo, pero sin llegar a saber por qué esta idea no puede ser verdadera, o sabiendo simplemente que es porque nuestro entendimiento está formado de otro modo, es decir, de tal modo que «pasa de lo analítico-general a lo particular».” Não seja rabugento – pelo menos ele fechou sua trilogia crítica da forma mais digna de todas, atribuindo à arte o que é da arte!

¡Triste época para la verdad, en la que desaparece toda metafísica y sólo prevalece una filosofía que no es tal!”

PROCEDE A RESUMIR COMO ENTENDE A F. KANTIANA: “Tenemos, por tanto, en primer lugar, un postulado de consecuencia, en el que los pensamientos particulares sean producidos y justificados por la necesidad, en virtud de aquella primera unidad del Yo. En segundo lugar, el pensamiento se ha expandido por el mundo, se ha adherido a todo, lo investiga todo, lleva a todo sus formas, lo sistematiza todo; de tal modo, que es necesario proceder ya con arreglo a sus determinaciones y no con arreglo a un simple sentimiento, a la rutina o al sentido práctico, a esa inmensa inconsciencia de los llamados hombres prácticos. Y así, tanto en la teología como en los gobiernos y en sus legislaciones, en lo tocante al fin del Estado, a las industrias y a la mecánica, es necesario proceder, ahora, ateniéndose exclusivamente a determinaciones generales, es decir, es necesario proceder de un modo racional, y empezamos a oír hablar de la explotación racional de una fábrica de cerveza, de una ladrillera, etc.”

Fichte produjo una gran inquietud en su época; y su filosofía es el acabamiento y, principalmente, una exposición más consecuente de la filosofía kantiana. No va más allá del contenido fundamental de la filosofía de Kant, y en un principio tampoco él considera su filosofía más que como un desarrollo sistemático de la de Kant. Fuera de ésta y de la de Schelling, no existen otras filosofías. Los demás atrapan de éstas lo que pueden y se debaten y entretienen con ello.” E apesar disso começa a citar figurões inúteis na seqüência.

Así, en la Alemania de entonces hubo muchas filosofías, como las de Reinhold, Krug, Bouterwek, Fries, Schulze, etc.; pero, en ellas no se revela otra cosa que una extrema limitación llena de jactancia: una mescolanza de pensamientos e ideas rebañados aquí y allá y de hechos que encuentra uno dentro de sí mismo. Pero sus pensamientos están tomados todos ellos de Fichte, Kant o Schelling, en la medida en que podemos encontrar allí alguna clase de pensamientos; o bien se introduce en ellas alguna pequeña modificación, la cual no consiste, por lo general, en otra cosa sino en que los grandes principios se presenten con una gran pobreza y el que los puntos vivos aparezcan muertos”

Johann Gottlieb Fichte nació en Rammenau, cerca de Bischoffswerda (en la alta Lusacia) el 19 de mayo de 1762, estudió en la universidad de Jena y fue, durante algún tiempo, preceptor en Suiza. Escribió un estudio sobre la religión, que lleva por título Versuch einer Kritik aller Offenbarung [«Ensayo de una crítica de toda revelación»], compuesto todo él con la terminología kantiana, hasta el punto de que llegó a considerarse esta obra como salida de la pluma de Kant.” HAHAHA!

En 1793, fue llamado por Goethe a Jena para desempeñar la cátedra de filosofía, a la cual hubo de renunciar, sin embargo, en 1799, a consecuencia de un incidente desagradable provocado por su ensayo Über den Grund unseres Glaubens an eine göttliche Weltregierung [«Sobre el fundamento de nuestra creencia en una providencia divina»]. Fichte editaba en Jena un periódico, en el que se publicó un artículo de uno de los colaboradores de la revista, tildado de ateo. Fichte habría podido guardar silencio, pero en vez de hacerlo presentó aquel ensayo suyo como introducción al otro.” “Fichte, al abandonar su cátedra, ejerció durante algún tiempo como docente privado en la universidad de Berlín; en 1805 fue nombrado profesor en Erlangen y en 1809 obtuvo una cátedra en Berlín, donde murió el 27 de enero de 1814.”

En lo que se considera como la filosofía de Fichte, hay que distinguir entre su verdadera filosofía especulativa, que procede de un modo estrictamente consecuente y es poco conocida, y su filosofía popular, de la que forman parte las conferencias pronunciadas por él en Berlín ante un público diverso, por ejemplo el escrito que lleva por título Vom seligen Leben [«De la vida beata»].¹ Esta filosofía —que es la única que conocen, por lo general, los que se llaman fichteanos— contiene mucho de edificante y conmovedor; son discursos muy convincentes para el sentimiento religioso de las gentes cultas. Sin embargo, en una historia de la filosofía no pueden ser tomadas en consideración estas obras, por muy grande que sea el valor que deba atribuirse a su contenido. Este contenido necesita desarrollarse especulativamente, y el pensador a que nos estamos refiriendo sólo hace esto en sus primeras obras filosóficas.(*)

[¹ Não que seu lado mais sério seja grande coisa…]

(*) Las obras póstumas de Fichte, que no vieron la luz hasta después de muerto Hegel, demuestran, sin embargo, que Fichte, en sus lecciones de la Universidad de Berlín, desarrolló científicamente [e que quer isso dizer? que escreveu mais empolado?] también este punto de vista transformado de su filosofía; el primer paso en este sentido lo dio ya Fichte en 1810, en el folleto que lleva por título Die Wissenschaftslehre in ihrem allgemeinen Umrisse [«La teoría de la ciencia en sus contornos generales»] (V. Michelet, Geschichte der letzten Systeme der Philosophie [«Historia de los últimos sistemas filosóficos»] parte I, pp. 441 s.) [M.].”

Aquel defecto de la filosofía kantiana a que más arriba nos referíamos: el de la inconsecuencia inconsciente que hace que su sistema carezca, en conjunto, de unidad especulativa, fue superado en la filosofía de Fichte. Fichte hace hincapié en la forma absoluta; la forma absoluta es, en él, el ser para sí absoluto, la negatividad absoluta, no lo individual, sino el concepto de la individualidad y, por tanto, el concepto de la realidad; la filosofía de Fichte es así el desarrollo de la forma dentro de sí. En ella se establece el Yo como principio absoluto, de tal modo que de él, que es al mismo tiempo la certeza inmediata de sí mismo, es necesario derivar todo el contenido del universo, representándoselo como un producto. La razón es de suyo, por tanto, según Fichte, síntesis del concepto y de la realidad. Pero enfoca este mismo principio de un modo unilateral, solamente en uno de sus lados: es subjetivo por naturaleza y lleva implícita una contraposición; y la realización de la misma es un desarrollarse en la finitud, un volver la vista hacia lo precedente. Por otra parte, la forma de la exposición presenta la incomodidad y hasta la torpeza de ponernos siempre ante los ojos el Yo empírico, lo cual es absurdo y delata el punto de vista adoptado por este pensador.” “Se trata, de este modo, de un pensar puro; dicho de otro modo: el Yo es el verdadero juicio sintético a priori, como Kant lo llamara.” “No existe por doquier otra cosa que el Yo; y el Yo existe simplemente porque existe: lo que existe existe solamente en el Yo y para el Yo.” “La filosofía de Fichte tiene el gran mérito de haber proclamado que la filosofía debe ser una ciencia basada en un principio supremo, del que se deriven necesariamente todas las determinaciones. Lo importante es esta unidad del principio y el intento de desarrollar, partiendo de él y de un modo científicamente consecuente, todo el contenido de la conciencia o, dicho en los términos entonces usuales, de construir a partir de él todo el universo.” “Por tanto, Fichte no procede narrativamente —como lo hacía Kant—, arrancando del Yo, sino que va más allá, intentando realizar, a partir del Yo, una construcción de las determinaciones del saber. Es necesario desarrollar en todo su alcance el saber del universo entero y, además, este saber debe ser consecuencia del desarrollo de las determinaciones”

Así, pues, mientras que Kant establece el conocer, Fichte se apoya sobre el saber. Fichte expresa la misión de la filosofía diciendo que es la teoría del saber; el saber general constituye tanto el objeto como el punto de partida de la filosofía. La conciencia sabe, en eso consiste su naturaleza; la finalidad del conocimiento filosófico es el saber de este saber. Por eso Fichte (Begriff der Wissenschaftslehre [«Concepto de la teoría de la ciencia»] p. 18) llama a su filosofía la teoría de la ciencia, la ciencia del saber. En efecto la conciencia corriente, como Yo activo, encuentra esto y lo otro, no se ocupa de sí misma, sino de otros objetos e intereses; pero la necesidad de que yo produzca determinaciones y cuáles sean éstas, por ejemplo las de causa y efecto, va más allá de mi conciencia; las produzco instintivamente y no puedo quedar detrás de mi conciencia. Sin embargo, cuando filosofo tomo por objeto mi propia conciencia habitual, al sentar en ésta una categoría pura: sé lo que hace mi Yo y sorprendo, de este modo, a mi conciencia habitual. Por tanto, Fichte determina la filosofía como la conciencia artificial, como la conciencia sobre la conciencia.” E que novidade há nisso?

Por consiguiente, Fichte comienza, lo mismo que Descartes, diciendo: pienso, luego existo; y se remite expresamente a esta tesis cartesiana. El ser del Yo no es un ser muerto sino un ser concreto: pero el ser supremo es el pensamiento. De este modo, el Yo, como la actividad para sí del pensamiento, es el saber, aunque se trate solamente de un saber abstracto, ya que en sus comienzos no puede ser de otro modo. Al mismo tiempo, Fichte arranca de esta certeza absoluta con necesidades y postulados completamente distintos, pues de este Yo debe derivarse no sólo el ser, sino también el sistema ulterior del pensamiento.”

Ahora bien, Fichte analiza el Yo en tres principios, partiendo de los cuales debe desarrollarse toda la ciencia.”

El primer principio debe ser un principio simple, en el que se identifiquen el predicado y el sujeto; pues si estos dos términos fuesen desiguales, necesariamente habría que probar por medio de un tercer término la relación entre ellos”

Este principio es, en primer lugar, un principio abstracto y defectuoso, ya que en él no se expresa todavía una diferencia, o solamente se expresa una diferencia formal, y todo principio debe encerrar un contenido: se distinguen dentro de él evidentemente un sujeto y un predicado, pero solamente para nosotros, que reflexionamos acerca de ello; es decir, precisamente en él mismo se advierte la falta de toda diferencia y, por tanto, de un verdadero contenido. En segundo lugar, este principio es evidentemente la certeza inmediata de la conciencia de sí; sin embargo, la conciencia de sí es, al mismo tiempo, conciencia, y en ella posee asimismo la certeza de que existen otras cosas con las cuales se enfrenta. En tercer lugar, aquel principio no encierra en sí la verdad precisamente porque la certeza de sí mismo que posee el Yo no tiene ninguna objetividad, no lleva en sí la forma del contenido distinto, o se enfrenta precisamente a la conciencia de lo otro.”

Ahora bien, para que se añada una determinación, es decir, un contenido y una diferencia, es necesario según Fichte establecer un segundo principio, incondicionado en cuanto a la forma, pero condicionado en cuanto al contenido, puesto que no corresponde al Yo. Este segundo principio, colocado por debajo del primero, se formula así: «Yo enfrento al Yo un no-Yo.» Con lo cual se proclama justo algo distinto de la conciencia de sí absoluta.” “Con la misma razón podría afirmarse que se trata de un principio independiente, a causa de este contenido, ya que lo que hay de negativo en él es algo absoluto, y que se trata, asimismo, a la inversa, de un principio independiente, por razón de la forma de la contraposición, la cual no puede derivarse de lo primero.” zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

Fichte emplea una expresión muy feliz, correcta y consecuente. Se ha tratado de presentar esto del Yo y del no-Yo como algo ridículo en muchos aspectos. Es una expresión nueva, por eso a nosotros, los alemanes, se nos antoja curiosa y peregrina. Pero los franceses hablan de Moi y de Non-Moi, sin que ello les cause risa.” Mais nova que a avó do H.

A los 2 anteriores se añade un tercer principio, en el que se establece esta distribución entre el Yo y el no-Yo: el principio sintético, el principio del fundamento, incondicionado con arreglo al contenido, mientras que el segundo lo era con arreglo a la forma. Este tercer principio consiste, en efecto, en la determinación de los dos primeros entre sí, de tal modo que, en él, el Yo limita el no-Yo. «El Yo y el no-Yo son establecidos conjuntamente por el Yo y en él, como limitables entre sí; es decir, de tal modo que la realidad del uno levanta la realidad del otro.» “En rigor, los 2 principios anteriores no contenían aún nada de esta síntesis. Ya este primer establecimiento de 3 principios anula la inmanencia científica.”

Es aquí principalmente donde se espera ver a Fichte poner de manifiesto el retorno de la alteridad a la conciencia de sí absoluta. Sin embargo, este retorno no llega a producirse” Que perda de tempo do caray, já dizia Schopenhauer.

La filosofía de Fichte representa una importante línea divisoria en la manifestación externa de la filosofía. De este filósofo y de su manera de filosofar proceden el pensamiento abstracto, la deducción y la construcción. La filosofía de Fichte operó, pues, una revolución en el pensamiento alemán.” “De ella se ocupaban las gentes de negocios y los hombres de Estado; ahora, al llegar al confuso idealismo de la filosofía kantiana, sintieron que les caían las alas. Ya con Kant comienza, pues, a manifestarse la separación entre la filosofía y esta manera común y corriente de la conciencia; sólo se generaliza el resultado de que lo absoluto no puede ser conocido.” “Con la filosofía de Fichte, la conciencia común se aparta todavía más de la filosofía y se despide también de lo especulativo.” Se esse era o sentido da <revolução no pensamento alemão> descrita acima, ou seja, pura ironia, emito meu mea culpa por destacar o trecho em verde.

La opinión del público se vio fortalecida por la filosofía de Kant y de Jacobi y aceptó utiliter que el conocimiento de Dios era un conocimiento inmediato que el hombre adquiría por sí mismo sin necesidad de estudiar, siendo, por tanto, la filosofía una actividad superflua.”

Esta primera forma, la de la ironía, tiene como exponente a Friedrich von Schlegel. Aquí, el sujeto se sabe dentro de sí como lo absoluto, y todo lo demás es vano para él; todas las determinaciones que se forma acerca de lo recto y de lo bueno, las destruye de nuevo. Puede fingirlo todo; pero da pruebas solamente de vanidad, de hipocresía y de insolencia. La ironía conoce su maestría sobre todo contenido; no toma en serio nada y juega con todas las formas.” “El desesperar del pensamiento, de la verdad y de la objetividad que es en y para sí, así como la incapacidad de darse una firmeza y una autonomía condujo a un espíritu noble a confiarse a su sensibilidad y a buscar en la religión algo sólido e inconmovible; este algo sólido e inconmovible, esta satisfacción interior en general lo procuran las emociones religiosas. Este anhelo de algo firme condujo a varios a la religiosidad positiva, al catolicismo, los echó en brazos de la superstición y de la milagrería, para encontrar un punto de apoyo firme allí donde la subjetividad interior sentía que todo vacilaba. Estos espíritus tratan de aferrarse con toda la fuerza del ánimo a algo positivo, de agachar la cabeza ante lo positivo, de echarse en los brazos de lo externo, y se sienten interiormente obligados a ello.”

Pero el peor de los cuadros es aquél en que el artista se muestra a sí mismo; la originalidad consiste en producir algo que sea perfectamente general. La chifladura de quienes se empeñan en pensar por cuenta propia consiste en que cada uno de ellos produzca cosas más absurdas que los demás.” Está descrevendo o modernismo?

A FLOR AZUL: “La subjetividad consiste en la ausencia de algo fijo, pero en forma de impulso en esta dirección, conservando de este modo su carácter de anhelo. Este anhelo propio de un alma bella lo encontramos en las obras de Novalis. (…) La extravagancia de la subjetividad se convierte frecuentemente en demencia

Friedrich Wilhelm Joseph Schelling nació en Leonberg (Würrtemberg) el 27 de enero de 1775 y estudió en las universidades de Leipzig y Jena, donde entró en estrecho contacto con Fichte. Es, desde 1807, secretario de la Academia de Artes Plásticas de Munich. No podemos hablar como se debe acerca de su vida y exponer los rasgos completos de ésta, puesto que todavía vive. (…) No podemos indicar todavía ninguna obra suya definitiva en que su filosofía aparezca expuesta del modo más acabado.” Vai entender por que deu tanta importância ao homem, então…

Sólo más tarde —en relación con los escritos de Herder y Kielmeyer, en los que se habla (como en Eschenmayer de potencias) de sensibilidad, irritabilidad y reproducción, y de sus leyes, por ejemplo de que cuanto mayor es la sensibilidad menor es la irritabilidad, etc.—, concibe Schelling la naturaleza en categorías del pensamiento, haciendo intentos generales más determinados de desarrollo científico; fueron en realidad las obras de aquellos autores quienes le permitieron el comenzar la suya tan joven.” “no va más allá que la filosofía del derecho de Kant y la obra Zum ewigen Frieden [«Para la paz perpetua»], de este autor.” “esto hace que se lance a buscar distintas formas y terminologías nuevas, originales, sin llegar nunca a poner en pie un todo completo y terminado.” “La filosofía de Schelling debe considerarse como sujeta todavía a un proceso de evolución, sin que haya dado aún frutos maduros [Michelet informa que isto foi pronunciado nas aulas de 1805-6]”

Por tanto, en cuanto que el supuesto inmediato de la filosofía es que los individuos tienen la intuición inmediata de esta identidad de lo subjetivo y lo objetivo, esto da a la filosofía de Schelling la apariencia de que su condición exige a los individuos un talento artístico especial, el genio o un estado especial de ánimo, de que es en general algo fortuito, que sólo se da en los hijos de la fortuna.”

Schelling ha alcanzado menos popularidad aún que Fichte, pues lo concreto es, por su naturaleza, algo especulativo.” Tu foste o mais famoso de todos, então és um charlatão?

DECIDA-SE! “Y así, vemos cómo en Schelling sale de nuevo a la superficie la forma especulativa y cómo la filosofía se convierte así de nuevo en algo propio y peculiar; el principio de la filosofía, el pensamiento racional en sí cobra la forma del pensamiento. De este modo, en la filosofía de Schelling el contenido, la verdad, se convierte nuevamente en lo fundamental, al contrario de lo que ocurría en la filosofía kantiana, en que el interés se expresaba en particular de tal modo que debía investigarse el conocimiento subjetivo.”

ISSO É APENAS KANT FALANDO DO ESPAÇO-TEMPO: “La referencia del Yo a sí mismo y al impulso infinito son inseparables. De otra parte, se dice: «el Yo sólo es limitado en cuanto es ilimitado»; este límite es, por tanto, necesario para poder remontarse por encima de él. Esta contradicción, que existe, permanece aunque el Yo limite siempre al no-Yo. «Ambas actividades, la actividad limitable, real y objetiva que trasciende al infinito, y la actividad limitante, ideal, se presuponen mutuamente. El idealismo se refleja simplemente sobre la una, el realismo sobre la otra, pero el idealismo trascendental se refleja sobre ambas».” “El Yo no es aquí algo unilateral frente a lo otro: es la identidad de lo inconsciente y lo consciente, pero no una identidad cuyo fundamento resida en el Yo mismo.”

«¿de qué modo es posible volver a hacer objetiva esta intuición, es decir, cómo es posible poner fuera de duda que no descansa en un engaño subjetivo, desde el momento en que no existe una objetividad general de aquella intuición, reconocida por todos los hombres?» «La objetividad de la intuición intelectual es el arte. Sólo la obra de arte refleja ante nosotros lo que de otro modo no podría reflejarse: aquel algo absolutamente idéntico que se separa ya en el Yo.» Correto, mas isso é só tradução de Kant III.

La suprema objetividad lograda por el sujeto, la suprema identidad de lo subjetivo y lo objetivo, es lo que Schelling llama imaginación.”

Sin embargo, cuando Platón habla de esta intuición del alma, que se ha liberado de todo conocimiento finito, empírico o reflexivo, y cuando los neoplatónicos hablan del arrobamiento del pensar, en el que el conocimiento es el conocer inmediato de lo absoluto, hay que tener en cuenta una diferencia esencial, y es que con el conocimiento platónico de lo general o de su intelectualidad, en la que se levanta toda contradicción, como una contradicción real, se ha socializado la dialéctica, es decir, la necesidad comprendida del levantamiento de estas contradicciones; que Platón no comienza por esto, sino que existe en él el movimiento, en el que esas contradicciones se levantan. Lo absoluto debe concebirse también como este movimiento de propio levantamiento; sólo esto puede considerarse como un conocimiento real y como el conocimiento de lo absoluto.”

La cohesión activa es el magnetismo, considerándose el universo material como un imán infinito. El proceso magnético es la diferencia en la indiferencia y la indiferencia en la diferencia; es por tanto la identidad absoluta, como tal. El punto de indiferencia del imán es el ni-ni (Weder-Noch) y el tanto esto como aquello (Sowohl-Als auch); potencialmente, los polos son la misma esencia, sólo que situados bajo factores contrapuestos.” Filosofia da natureza completamente inócua.

«El establecimiento de la totalidad dinámica se traduce inmediatamente en la incorporación de la luz al producto. La expresión del producto total es, por tanto, la luz, combinada con la fuerza de la gravedad; el establecimiento de la totalidad relativa de toda la potencia hace que la fuerza de la gravedad se rebaje a una simple forma del ser de la identidad absoluta.» Tal es la tercera potencia (A³) del organismo.”

No es nuestro propósito, aquí, entrar en los detalles de la filosofía de Schelling, ni tampoco exponer los lados de ella que puedan ser considerados poco satisfactorios. Este sistema es la última forma interesante y verdadera de la filosofía que nos hemos propuesto examinar.” Não? O que foi que você fez por incansáveis páginas então? Tem MAIS groselha?

Lo mismo ocurrió, hace unos 25 años, con el arte poético: la genialidad se adueñó de él, poniéndose a poetizar de un modo ciego, llevada por el entusiasmo poético, como el tiro que sale de la pistola. ¿Y cuáles fueron los frutos de ello? Eran, unas veces, simples locuras y, cuando no se trataba de una obra de locos, una prosa tan simplista, que el contenido era demasiado malo para prosa. Otro tanto acontece con estas filosofías. [dos schellinguianos] Lo que no es en ellas una necia mescolanza de punto de indiferencia y polaridad, del hidrógeno, lo santo, lo eterno, etc., son pensamientos tan triviales que duda uno si los ha comprendido bien, de una parte por la desvergonzada arrogancia con que se exponen y, de otra parte, porque abriga uno la esperanza de que nadie se atreva a decir cosas tan triviales. Y, del mismo modo que estos filósofos de la naturaleza olvidan el concepto y se comportan de un modo completamente antiespiritual, olvidan también el espíritu.”

Bad ending!

CONCLUSIÓN

La filosofía es, de este modo, la verdadera teodicea frente a la religión, al arte y a sus sensaciones: la conciliación del espíritu, y concretamente de aquel espíritu que ha sabido captarse en su libertad y en la riqueza de su realidad.

Hasta aquí ha llegado el Espíritu del Mundo, cada fase ha encontrado su forma propia en el verdadero sistema de la filosofía: nada se ha perdido, todos los principios se han conservado, en cuanto que la última filosofía es la totalidad de las formas. Esta idea concreta es el resultado de los esfuerzos del espíritu a lo largo de casi dos mil quinientos años del más serio de los trabajos, objetivarse a sí mismo, llegar a conocerse:

Tantae molis erat, se ipsam cognoscere mentem.”

esto explica por qué ninguna filosofía va más allá que su propio tiempo. Que las determinaciones del pensamiento encerraban esta importancia es ya un conocimiento ulterior, que se sale del marco de la historia de la filosofía. Estos conceptos son la más simple revelación del Espíritu del Mundo: y ella, en su forma concreta, es la historia.” “son necesariamente una filosofía que evoluciona, la revelación de Dios, tal y como se sabe a sí mismo.” Essa apologia do real é um saco, a cretinice mais insípida, o formalismo mais chão!

Toda la anterior historia universal en general y en particular la historia de la filosofía es la exposición de esta lucha, que ahora parece llegar a su meta” AMÉM!

(Las lecciones de este curso se terminaron [demasiado tarde!] el 22 de marzo de 1817; el 14 de marzo de 1818; el 12 de agosto de 1819; el 23 de marzo de 1821; el 30 de marzo de 1824; el 28 de marzo de 1828 y el 26 de marzo de 1830.)”

Não posso acreditar que maioria desses capítulos pós-introdutórios derive de anotações dos alunos. É impossível imaginar que alguém se submetesse à mais maçante das operações, ao puro escravagismo de reter esse denodo dialético de patifarias infinita no finito! O terceiro volume, o da filosofia “moderna”, é o ápice do nada filosófico, uma completa perda de tempo. Fique feliz o leitor, que leu apenas ¼ do conteúdo do livro graças ao meu resumo condescendente!

FIM DO TERCEIRO E ÚLTIMO VOLUME

LECCIONES SOBRE LA HISTORIA DE LA FILOSOFÍA Vol. II/III – Hegel (trad. Wenceslao Roces), Fondo de Cultura Económica (1833, 1955, México)

PRIMERA PARTE:

LA FILOSOFÍA GRIEGA (cont.)

SECCIÓN PRIMERA:

PRIMER PERÍODO: DE TALES A ARISTÓTELES (cont.)

Se nos atemos exclusivamente ao fato de que o eu é aquele que estabelece, teremos o mau idealismo dos tempos modernos; nos tempos antigos os pensadores não se aferravam ao fato de se o pensado fôra ou não baseado num eu.”

O conceito é, cabalmente, esta transitoriedade fluente de Heráclito, este movimento, esta causticidade (corrosão, decomposição) a que nada pode resistir. O conceito, que se encontra a si mesmo, se encontra como o poder absoluto perante o qual tudo desaparece; com ele se fluidifica todo o existente, tudo o que se tinha por firme e sólido. O que se reputava firme – trate-se da firmeza do ser natural ou da firmeza de determinados conceitos, princípios, costumes e leis – vacila e perde sua estabilidade. Como algo geral, estes princípios, etc., são também, indubitavelmente, parte do conceito [o conceito é parte do conceito], mas sua generalidade não é mais que sua forma; seu conteúdo impõe-se como algo determinado, em movimento. Este movimento vemo-lo manifestar-se nos chamados sofistas

O nome sofista se o deram eles mesmos, como mestres de sabedoria, mestres que se propunham a tornar sábios quem quer que eles ensinassem. O sofista é o antípoda do erudito moderno (…) que se preocupa em descobrir um novo verme ou inseto (reter o conhecimento para si).” “o comum dos mortais, quando suas essências, que ele crê firmes, começam a vacilar, se indigna; e o conceito, formado nesta sua realização perante as verdades vulgares e correntes, atrai sobre si o ódio e os insultos.” “Aqui apreciaremos o lado positivo da sofistaria

Chamamos cultura, de fato, precisamente o conceito aplicado na realidade, contanto que não se manifeste puramente em sua abstração, senão em unidade com o conteúdo múltiplo de todas as representações.”

A cultura assim entendida (no sentido moderno de ilustração) se converte na finalidade geral do ensino; por isso é que surgiu, de contínuo, uma vastidão de mestres de sofística.” Novos pais da Grécia, em sucessão aos poetas e rapsodos. Pitágoras esclarecidos.

Toda nova classe de grande homem tem de começar sendo peregrina? Poetas, médicos e professores diletantes, todos itinerantes…

COMO FAZER AMIGOS E INFLUENCIAR PESSOAS: “La elocuencia, que apela a la cólera y a las pasiones de los hombres para conseguir algo, enseña la reducción de las circunstancias a estos poderes. (…) Esto presupone, naturalmente, la existencia de un régimen político democrático, en que los ciudadanos sean los llamados a decidir.”

Esto es también, en efecto, lo que se propone la Tópica¹ de Aristóteles, al señalar las categorías o criterios que es necesario tener presentes para aprender a hablar.”

¹ Retórica?

el Protágoras de Platón nos traza un cuadro bastante completo.”

Para el hombre inculto resulta incómodo tener trato con estos hombres que saben abordar y exponer fácilmente todos los aspectos de un problema. Los franceses tienen el don de saber expresarse, aunque nosotros, los alemanes, los llamemos por ello charlatanes.” “cuando se aprende francés, no es solamente para hablar este idioma, sino para adquirir a través de él la cultura francesa.”

Y, en efecto, cuando uno se propone estudiar filosofía, tampoco sabe, por el momento, lo que la filosofía es, pues si lo supiera, no necesitaría estudiarla.”

Yo siempre he creído que la virtud política no es susceptible de ser enseñada” Sócrates apud Pl. Prot.

DÉJÀ VU GENÉTICO: E Hermes (por procuração de Zeus) infundiu o pudor…

Cuando alguien se hace pasar por un maestro en el arte de la flauta sin poseer experiencia alguna acerca de ello, se le tiene, con razón, por loco. No sucede así, en cambio, en lo tocante a la justicia”

Em todo ato, por mau que seja, vai implícito um ponto de vista essencial em si: basta com destacar este ponto de vista para que o ato fique desculpado e defendido.” “desde Adão, tudo o que se fez de mau no mundo já foi justificado com boas razões.”

lo mismo que, hace unos 50 años, la enseñanza fundamental del pueblo, entre nosotros, consistía aún en la historia sagrada y una serie de sentencias y pasajes de la Biblia.”

Não confiar muito, já que detalhes biográficos procedem de Diógenes Laércio: “Protágoras siguió la misma suerte de Anaxágoras, al ser desterrado más tarde de Atenas. La causa de esta condena fue un escrito suyo, que comenzaba así: ‘Acerca de los dioses, no sabría decir si existen o no, pues hay muchas cosas que impiden este conocimiento, tanto la oscuridad del asunto mismo como la vida del hombre, que es tan breve.’ Este libro fue quemado en Atenas, por orden del Estado; fue, por lo menos en cuanto sabemos, la primera obra con la que sucedió esto.”

El principio de Protágoras, si se le da el verdadero sentido que tiene, es una gran frase, pero es, al mismo tiempo, una frase equívoca, pues la medida de las cosas puede ser el hombre indeterminado y multifacético, cada hombre según su particularidad específica, este hombre fortuito; pero puede tratarse también de que la razón consciente de sí misma que hay en el hombre, de que el hombre concebido como naturaleza racional y sustancialidad general, sea medida absoluta.” A este respeito, ver a elucidação de Hannah Arendt, procurando por Protágoras na busca: https://seclusao.art.blog/2018/04/26/a-condicao-humana/.

Dios, el Bien platónico, es, en primer lugar, un producto del pensamiento; pero, en segundo lugar, es también en y para sí. En cuanto que sólo reconozco como ente, fijo y eterno aquello que es, en cuanto a su contenido, lo general, tenemos que ese algo es, tal y como ha sido asentado por mí, al mismo tiempo, como lo objetivo en sí, algo que yo no siento.”

O ANTI-KANT: “Deus, o Bem platônico, é, em primeiro lugar, um produto do pensamento; (SUBJETIVO, SENSÍVEL) porém, em segundo lugar, é também em e para si (SUBJETIVO e OBJETIVO). Ora: 1) Eu somente reconheço (POSSO PENSAR) o ente (fixo e eterno, ESSÊNCIA OBJETIVA) enquanto aquilo que é geral em seu conteúdo. 2) Esse geral em seu conteúdo é também o objetivo em si, (ESSENCIAL) algo que eu não sinto.”

O MONÓLOGO-DIÁLOGO ILUSTRADO

Kant: O conceito é pensável porque é antes de tudo sensível…

Hegel: O conceito é sensível porque é antes de tudo pensável!!!

Kant & Hegel: O conceito só pode ser pensado porque é essência-e-aparência!

Kant: Sim, finalmente estamos de acordo em alguma coisa!…

Hegel: No que mais poderíamos concordar?

Kant: Hm, deixe-me ver… Se eu fosse você, acho que me aprazeria me exprimir assim: o não-conceito não pode ser pensado, pois ou é só essência ou é só aparência.

Hegel: Com efeito! E você, Kant, escreve frases tais quais: o não-conceito pode ser sentido quando é só aparência; o não-conceito não pode ser sentido quando é só essência (sua coisa-em-si!). Ou seja, o conceito é sentido como não-conceito (apenas como aparência)…

Kant: Ficamos bons na arte de invertermos os papéis! E assim você concluiria, Hegel: a essência pura é inacessível enquanto não integrar um conceito.

Falsa comparação entre Protágoras e Kant. Falsa porque resulta em detrimento do Kantismo.

Vemos en Protágoras una gran reflexión; concretamente, es la reflexión sobre la conciencia la que cobra conciencia en Protágoras. Pero esto no es sino la forma del fenómeno, recogida y desarrollada por los escépticos posteriores. El fenómeno, la apariencia, no es el ser sensible, sino que, al establecer esto como lo que aparece, establezco, al mismo tiempo, su no ser. Ahora bien, la tesis de que ‘lo que es es solamente para la conciencia’, o bien: ‘la verdad de todas las cosas es la manifestación de estas cosas para la conciencia y en ella’, parece contradecirse por completo a sí misma. Parece, en efecto, que en ella va implícita, al mismo tiempo, la afirmación opuesta: de una parte, la de que nada es en sí tal y como aparece y, de otra parte, la de que todo es verdaderamente tal y como aparece.”

Vemos em Protágoras uma grande reflexão; concretamente, é a reflexão sobre a consciência aquilo que cobra consciência em Protágoras (seu pensamento único). Mas isto não é senão a forma do fenômeno, retomada e desenvolvida pelos céticos posteriores. O fenômeno, a aparência, não é o ser sensível, senão que, ao estabelecer isto como aquilo que aparece, estabeleço, ao mesmo tempo, seu não-ser. A tese de que ‘o que é, é somente para a consciência’, ou esta outra: ‘a verdade de todas as coisas é a manifestação destas coisas na e para a consciência’, parece contradizer-se por completo a si mesma. Parece, de fato, que nela vai implícita, simultaneamente, a afirmação exatamente oposta: por um lado, nada é em si como aparece e, por outro, tudo é verdadeiramente assim como aparece.”

Refutação de Hegel: A aparência é o ser sensível, o ser mesmo. O que é não é de forma alguma o mesmo para o outro. Essência e aparência coincidem no sujeito. Porém, cada sujeito é um mundo fenomênico à parte. Portanto, como Protágoras não considera o absoluto, seu raciocínio é impecável.

O momento da consciência, que Protágoras põe de manifesto e segundo o qual o geral desenvolvido traz implícito o momento negativo do ser-para-outro, deve ser afirmado também como um momento necessário

El fuerte de este pensador [Górgias] era la dialéctica de la elocuencia; sin embargo, se destacaba por su dialéctica pura, que giraba en torno a las categorías absolutamente generales del ser y el no-ser y se apartaba, por tanto, de la manera de los sofistas.”

Gorgias sostiene, de una parte, una polémica certera contra el realismo absoluto, que, al representarse una cosa, cree poseer la cosa misma, cuando se trata, en realidad, de algo puramente relativo. Pero, por otra parte, se deja llevar al idealismo malo de los tiempos modernos, con arreglo al cual lo pensado es siempre simplemente subjetivo, es decir, no es el ente mismo, ya que el pensamiento convierte el ente en algo pensado.” “De este modo, la dialéctica de Gorgias se aferra a esta distinción exactamente lo mismo que, andando el tiempo, habrá de volver a manifestarse en Kant; claro está que quien se aferre a esta distinción, jamás podrá llegar al conocimiento de lo que es.”

Esta libertad [socrática], que se cifra en el postulado de que la consciencia, en todo lo que piense, debe hallarse sencillamente presente y cabe sí(*)

(*) Hemos traducido bei sich selbst como ‘cabe sí’ a fin de distinguirlo del in sich, tan usado por Hegel.” Mas não distingue um do outro. Por si mesmo e em si (mesmo) são rigorosamente a mesma coisa. Filigranas lingüísticas capazes de convulsionar um Schopenhauer! Cabe sí é só mais um sinônimo que os tradutores preciosistas usam no lugar de de suyo.

Nos tempos modernos muito se fala do saber imediato e da fé, mas não se deve crer que seu conteúdo, quer dizer, Deus,¹ o bem, a justiça, etc., tenha como fonte exclusivamente os sentimentos e a imaginação, pois é, em realidade, algo puramente espiritual, quer dizer, um conteúdo procedente do pensamento.” Hegel é o mais grosseiro dos maus leitores de Kant!

¹ Vazio; ex nihilo, regressão a antes mesmo de Tales de Mileto!

[O passo dado por Sócrates] é, de fato, o verdadeiro, a unidade do subjetivo e do objetivo na terminologia moderna; diferente do ideal kantiano, que não é senão um fenômeno, que não é objetivo em si mesmo.”

O PROBLEMA DA ÉTICA DIVINA

Partamos de duas premissas: 1) o homem é burro, isto é, vil demais para criar-se uma ética. 2) o homem é sábio, isto é, virtuoso o bastante para criar-se uma ética. Ponto de vista da religião monoteísta: o homem só pode ser burro demais, do contrário não haveria religiões nem necessidade de religiões. Deus precisa ensinar a ética ao homem, eis o fundamento e o fim último da crença. Porém, se o homem é burro demais para criar-se uma ética, ele também é vil demais para aprender uma ética, incapaz que é de entender os desígnios de deus. Não está à altura de uma ética divina para os homens.

Posto que sabemos o que é ética, ela deve ser atingível. Posto que há religiões, é seguro dizer que via de regra prescinde-se de ética. Posto que há religiões há muito tempo, porém, e sua presença milenar não demonstra a aquisição da virtude pela humanidade como um todo, conclui-se que: poucos notáveis são virtuosos, a maioria é tola. Alguns notáveis assumiram papéis de pregadores, profetas, sacerdotes religiosos. Alguns notáveis seguiram o caminho da autoformação. A grande massa se subdivide igualmente entre os dois caminhos. Muitos crêem-se éticos (sábios) sem sê-lo. Sábios autointitulados, intitulados pela comunidade laica ou sancionados por aqueles que controlam os dogmas espirituais. Se a virtude fosse passível de se ensinar, não só Deus como os sábios ensiná-la-iam.

As gerações da humanidade repetem a proporção entre sábios e tolos. Desde sempre, para sempre. De qualquer modo, apenas uma pimenta para a discussão: não é possível conhecer-se a si mesmo. O sábio não se conhece; vive sempre na berlinda entre uma pretensa sabedoria e a estultícia. O muito burro vive na vaidade, crendo-se sábio. Ao notar esse comportamento dos muito estultos, o sábio aprende que ter certeza sobre sua própria sabedoria é um indício pouco auspicioso. Ele sempre oscila entre considerar-se um hipócrita ou um tolo, não importa como conduza sua vida, e a reputação que obtém entre “os outros homens”. Sua vida é uma comédia, pois só é possível agir com ética inconscientemente. Os autointitulados tolos podem ser considerados uma multitude de coisas: sábios (e portanto suscetíveis de ser tolos debaixo do véu), hipócritas que desejariam o status da sabedoria empregando uma falsa modéstia para enganar os homens, um espírito que conhece suas limitações; mas não muda o fato de que todas essas possibilidades não são dignas de crédito. Não se confia no tolo só porque ele assume sua tolice. E o parâmetro para o sábio, por mais que sábios existam, não é deste mundo. Permanece como mistério insondável da existência. Como num jogo de pega-pega entre a cabeça e a cauda, aporia.

* * *

Esculpir bebês para parir estátuas.

Los atenienses anteriores a Sócrates eran hombres Morales, pero no éticos, pues practicaban lo que había de racional en sus relaciones sin saber que eran, en verdad, hombres buenos.” “este modo [socrático] de conducirse ha vuelto a cobrar vida, modernamente, con la filosofía kantiana, que es ética.”

Conta-se que um ateniense chamado Críton ajudou Sócrates a cobrir os seus gastos para que pudesse ser iniciado pelos mestres em todas as artes.” Nem Soc. foi um self-made man às antigas!

A ironia socrática não é o método socrático, mas o destino inelutável e externo do filósofo: jovem soldado, serviu três vezes. Três vezes regressou triunfante do Peloponeso, e ao cumprir regiamente seu dever para com sua pátria, ajudou a consumar o desfecho da cultura grega. Da própria cultura, da cultura socrático-platônica, modelo dos modelos de homem.

Os generais recompensaram a façanha de Sócrates com uma coroa, que era o prêmio dos valentes; mas ele se negou a recebê-la, negociando com êxito sua entrega a Alcibíades, de quem salvara a vida em Potidéia.”

nós propendemos a ver nas virtudes, como realmente são hoje, antes aspectos dos dotes ou do temperamento do homem, ou a revesti-las sob a forma do genérico e necessário; em Sócrates, no entanto, não apresentam a forma dos bons costumes, do temperamento do homem ou de uma necessidade qualquer, senão a forma de uma determinação independente. É sabido que a fisionomia de Sócrates indicava um temperamento dominado pelas paixões feias e baixas, que seu espírito soube refrear e governar, como ele mesmo nos diz em algum lugar.” Além de tudo que aqui afirma, tece depois que o belo é o santo e o sábio — mas que doutrina esta do Romantismo europeu!! Hegel, horroroso, não podia dominar nada e seria, de acordo consigo mesmo, um grande mandrião! Porém, Sócrates nunca afirmou que conseguiu voluntariamente contrariar sua má natureza; o fato de ele ser feio e de Alcebíades ser belo nada tem que ver com ambos os temperamentos. Lição primária, na qual sou obrigado a reprovar o aluno extravagante Hegel.

Esta classe de trato social que chamamos de ‘o ócio dos atenienses’ só era possível graças às características especiais da vida da polis, em que a maioria dos trabalhos que hoje realiza um cidadão livre de qualquer país – ainda que falemos de um burguês e não só dos empregados – era efetuada, então, por meio de escravos, já que se consideravam como indignos dos homens livres. Não era proibido ao cidadão livre ateniense ser artesão, mas mesmo os artesãos dispunham de escravos, seus ajudantes de ofício.”

Es ésta la famosa ironía socrática, que no es sino un modo especial de comportarse en el trato de persona a persona, es decir, una forma subjetiva de la dialéctica únicamente, en tanto que la verdadera dialéctica versa siempre sobre los fundamentos de la cosa misma.”

Hace 10 años, un famoso teólogo sentó 90 tesis sobre la razón, tesis que encierran problemas muy interesantes, pero que no han dado resultado alguno, a pesar de haberse discutido mucho en torno a ellas, ya que, mientras el uno se situaba en el punto de vista de la fe, el otro argumentaba desde el punto de vista de la razón, y cada cual se mantenía aferrado a su criterio propio, sin que fuese posible saber qué era lo que entendían el uno por fe y el otro por razón.”

Los personajes encargados de formular las respuestas en los diálogos de Sócrates son semejantes a títeres, ya que sólo contestan a aquellas preguntas formuladas de tal modo que facilitan notablemente la respuesta y excluyen toda arbitrariedad propia.”

Os personagens encarregados de formular as respostas nos diálogos de Sócrates são semelhantes a títeres, já que só respondem àquelas perguntas formuladas de tal modo que facilitam notavelmente a contra-resposta socrática e excluem toda arbitrariedade própria.”

Para nosotros, que estamos acostumbrados a representarnos lo abstracto y que desde la temprana juventud nos educamos en torno a principios generales, el método socrático de la llamada condescendencia, con su locuacidad, resulta a menudo cansado, aburrido y tedioso.”

Para nós, que estamos acostumados a nos representar o abstrato e que desde a tenra juventude nos educamos em torno de princípios gerais, o método socrático da chamada condescendência, com sua loquacidade, resulta o mais das vezes, cansativo, aborrecido, tedioso.”

¿Cómo puedes ponerte a indagar lo que afirmas que no sabes? ¿Cómo puedes sentir apetencia de lo que no conoces? Y si por casualidad das con ello, ¿cómo puedes saber que es realmente lo que buscas, si confiesas que no lo sabes?”

tudo se encontra já no espírito do homem, ainda que pareça que este tenha de aprender tudo de fora.”

Ahora bien, esto es solamente uno de los lados, en el que Sócrates hace caso omiso de todo lo que sea contradicción y presenta como contenido afirmativo las leyes, es decir, el derecho, tal y como cada cual se lo representa. Ahora bien, si preguntamos cuáles son estas leyes, veremos que son precisamente aquellas que rigen, tal y como se hallan presentes en el Estado y en la representación de las gentes y que, llegado el momento, son levantadas [suspensas] como algo determinado, lo que quiere decir que no son absolutas.” O que ainda é melhor que afirmar numa Filosofia do Direito que o Estado da monarquia constitucional é o non plus ultra do Espírito!

Vemos, assim, como um signo infeliz do desconcerto, como os grandes favoritos de Sócrates, os dotados de atitudes mais geniais, p.ex. um Alcibíades, este gênio da frivolidade, para quem o povo de Atenas nada era senão um brinquedo, e Crítias, o mais eficiente dos Trinta Tiranos, desempenham mais tarde, em sua pátria, um papel que os leva a ser julgados, o primeiro como inimigo e traidor de seus concidadãos, o segundo como opressor e tirano de seu povo. Ambas as figuras viveram se ajustando ao princípio do conhecimento subjetivo, e arrojaram, assim, má luz sobre Sócrates; através delas revela-se como o princípio socrático, ao assumir uma forma distinta, levou a vida grega à ruína. (Xenofonte, Memorabilia, cap. 2)”

O demônio de Sócrates é (…) a individualidade do espírito” Belo sinônimo para inconsciente!

O general, antes de dar uma batalha devia ater-se, para tomar uma decisão, ao que lhe dissessem as entranhas dos animais sacrificados, como com tanta freqüência o vemos na Anábase de Xenofonte; e Pausânias se atormenta um dia inteiro, antes de dar a ordem de lançar-se ao combate. (Heródoto)”

no fim das contas os oráculos são sempre necessários ali onde o homem não se considera ainda tão livre e independente em seu foro íntimo que se sinta capaz de adotar suas determinações a partir de si mesmo, como nós o fazemos. É a esta liberdade subjetiva, que os gregos ainda não conheciam, que queremos nos referir quando falamos, atualmente, de liberdade” “Isso de responder pelo que fazemos, de buscar nos atos do indivíduo sua própria inspiração pessoal, é algo próprio dos tempos modernos”

quem se casa com uma mulher formosa não sabe se isso consumará sua felicidade ou será, ao contrário, fonte de pena e aflição; nem quem tem parentes poderosos no Estado pode saber se não será isso precisamente o que implique, um dia, o ver-se desterrado. (…) E para Sócrates este oráculo [sacrifícios, o vôo das aves, etc.] era seu demônio interior.” Xenofonte

o demônio socrático ocupa um lugar intermediário entre o lugar externo do oráculo e o lugar puramente interior do espírito; é interior, mas distinto da vontade humana e ainda menos preponderante que a inteligência e as deliberações do indivíduo Sócrates.”

TEMPOS DE MESMERISMO: “com efeito, em Sócrates parece que se dava, já, expressamente, algo disso que chamamos estado magnético (…) o mesmo estado do êxtase epiléptico ou da catalepsia [catatonia, histeria, hipnose, etc.].”

Hegel é ainda muito primitivo no tocante ao julgamento de Sócrates.

A aparição da comédia aristofânica é, por si mesma, um ingrediente tão essencial ao povo ateniense e Aristófanes uma figura tão necessária no panorama de Atenas quanto a do augusto Péricles, a do frívolo Alcibíades, a do divino Sófocles e a do ético Sócrates, pois ele forma parte, também, das estrelas deste firmamento.”

Nossa seriedade germânica não compreende como Aristófanes podia representar personagens que representavam, por sua vez, homens de carne e osso da nação ateniense, chamando-os pelos seus nomes reais, a fim de pô-los em ridículo, e sobretudo um homem tão austero e honrado como Sócrates.”

um povo que sabe rir de si” “essa certeza diáfana de si mesmo”

devemos admirar a profundidade de Aristófanes em ver o lado negativo da dialética socrática e destacá-lo com cores tão enérgicas.”

Sócrates foi condenado à morte por se negar a reconhecer a competência e soberania do povo sobre um acusado.”

A [acusação da] perversão da juventude consistia em fazê-la vacilar com respeito ao dotado de vigência imediata.”

As duas Apologias. Falta-me ler a de Xen..

Ninguém jamais viu ou ouviu Sócrates fazer ou dizer qualquer coisa ímpia ou contrária à religião, pois jamais pôs-se ele a investigar acerca da natureza do universo, como tantos outros, dedicados a indagar como havia nascido o que os sofistas chamam de o mundo.” X.

A esta primeira parte da defesa os juízes se mostraram descontentes, ou por não darem credibilidade ao dito por Sócrates ou por inveja (o crer que Sócrates era um favorito dos deuses) (a bibliografia é Xen.). O argumento de que o piedoso aceita Jesus, mas não um segundo Jesus (qualquer um no presente que se proclame Jesus): “Por que ele e não outro?”

Además, para los griegos aquellas revelaciones tenían que revestir necesariamente un determinado modo de ser, pues existían oráculos que podríamos llamar oficiales (no subjetivos), como la pitonisa, los árboles sagrados, etc. Por eso, cuando la revelación cobra cuerpo en este algo particular y concreto que es el ciudadano corriente, se la considera como algo increíble y falso; el demonio socrático era, en realidad, una modalidad distinta de la que hasta entonces venía rigiendo en la religión griega.” “Sócrates es, de este modo, el héroe que proclama, para desplazar al dios délfico, el principio de que el hombre debe mirar dentro de sí para saber qué es lo verdadero.”

Anito le había tomado animadversión a Sócrates porque éste le había dicho que el hijo de un hombre prestigioso como él no debía consagrarse al oficio de la tenería, sino a una profesión digna de un hombre libre. Anito mismo era curtidor de oficio y, aunque estos trabajos corriesen, por regla general, a cargo de esclavos, no eran, en sí, nada denigrante; la expresión de Sócrates no era justa, por ello; aunque ya hemos visto (supra, p. 50) que este juicio encajaba perfectamente dentro del espíritu y la mentalidad de los griegos. Sócrates añade que ha trabado conocimiento con este hijo de Anito y que no ha descubierto en él ninguna cualidad mala; profetiza, sin embargo, que no se mantendrá fiel a este trabajo servil a que su padre se empeña en sujetarlo. Y como no tiene a su lado ninguna persona razonable que se ocupe de él, se dejará llevar de malas apetencias y llegará muy lejos por los caminos de la ociosidad y la disipación. Jenofonte añade por su cuenta que la predicción de Sócrates se confirmó al pie de la letra, pues el joven de referencia se entregó a la bebida y se pasaba los días y las noches emborrachándose, habiéndose convertido en un hombre completamente indigno. Cosa perfectamente comprensible, ya que un hombre que se considera (con razón o sin ella) apto para llegar a ser algo mejor de lo que es y que se siente descontento en su interior con el estado de cosas dentro del que vive, pero sin poder alcanzar otro mejor, se ve arrastrado por este disgusto consigo mismo a la mediocridad, primero, y luego a la maldad, por el camino que tantas veces arruina a los hombres. La profecía de Sócrates es, por esto, perfectamente natural.”

Anito havia tomado aversão a Sócrates porque este lhe havia dito que o filho de um homem prestigioso como ele não devia se consagrar ao ofício do curtume, mas a uma profissão digna de um homem livre. O próprio Anito era curtidor e, ainda que de uso esses trabalhos corressem a cargo de escravos, essa não era uma vocação degradante em si; a expressão de Sócrates não seria justa; em que pese termos visto também que este juízo encaixava-se perfeitamente no espírito e na mentalidade gregos. Sócrates acrescenta que travou conhecimento com este filho de Anito e que não descobriu nele nenhuma má qualidade; profetiza, entretanto, que não se manterá fiel a este trabalho servil em que seu pai se empenha tanto em sujeitá-lo. E como não tem a seu lado nenhuma pessoa razoável para dele se ocupar, deixar-se-á levar por más apetências e chegará muito longe nos caminhos do ócio e da dissipação. Xenofonte acrescenta que a predição de Sócrates se confirmou ao pé da letra, pois o jovem se entregou ao álcool e passava dia e noite embebedando-se, havendo-se convertido num homem completamente indigno. Coisa perfeitamente compreensível, já que um homem que se considera (com ou sem razão) apto a ser algo melhor do que é e que se sente descontente em seu interior com o estado de coisas no qual vive, sem poder contudo alcançar outro melhor, vê-se arrastado por este desgosto consigo mesmo à mediocridade, primeiro, e logo à maldade, pelo caminho que tantas vezes arruína os homens. A profecia de Sócrates é, portanto, perfeitamente natural.”

Los hijos deben tener la sensación de formar una unidad con sus padres, siendo ésta la primera relación moral inmediata; todo educador debe respetarla, mantenerla pura y desarrollar la sensación de esta unidad.”

Os filhos devem ter a sensação de formar uma unidade com seus pais, sendo esta a primeira relação moral imediata; todo educador deve respeitá-la, mantê-la pura e desenvolver a sensação desta unidade.”

Ahora bien, para referirnos al ejemplo de Sócrates, todo parece indicar que éste, con sus ingerencias, inducía a los jóvenes a un sentimiento de descontento con la situación en que vivían. Es posible que el hijo de Anito no se sintiera, en general, atraído por el trabajo; pero una cosa es esto y otra muy distinta que esta sensación de descontento cobre conciencia de sí misma y se vea confirmada por la autoridad de un hombre como Sócrates.”

Tudo parece indicar que Sócrates, com suas ingerências, induzia os jovens a um sentimento de descontentamento com a situação em que viviam. É possível que o filho de Anito não se sentisse, em geral, atraído pelo trabalho; mas isto é uma coisa, e outra muito distinta que esta sensação de descontentamento cobre consciência de si mesma e se veja confirmada pela autoridade de um homem como Sócrates.”

Dentro de nuestras leyes, el primer punto de la acusación, el referente a la adivinación, sería inadmisible, como se ha visto, por ejemplo, en el caso de Cagliostro; esta clase de actos eran perseguidos en otro tiempo por la Inquisición.”

Dentro de nossas leis, o primeiro ponto da acusação, o referente à adivinhação, seria inadmissível, como já se viu, p.ex., no caso de Cagliostro; esta classe de atos era perseguida em outro tempo pela Inquisição.”

A <ESCLARECIDA> EUROPA DE HEGEL: “Sin embargo, si un profesor desde la cátedra o un predicador desde el púlpito atacase, por ejemplo, a una determinada religión, no cabe duda de que el gobierno se daría por enterado y tendría perfecto derecho a intervenir, por grande que fuese el clamor que su intervención levantara.”

Se um professor de cátedra ou um predicador do púlpito atacasse, p.ex., uma determinada religião, não resta dúvida de que o governo se daria por inteirado e teria o perfeito direito de intervir, por maior que fosse o clamor que sua intervenção gerasse.”

Según las leyes atenienses, el acusado, después de ser declarado culpable por los heliastas, como hoy en Inglaterra ante el tribunal del jurado, tenía derecho a oponer a la pena propuesta por el acusador una contrapropuesta de pena, que representaba una atenuación, sin ser una apelación formal; era ésta, sin duda, una excelente institución del derecho procesal ateniense, que acredita un gran sentido de humanidad. No se trataba de la pena en general, sino de la tasación, de la clase de pena que había de imponerse; el fallo de los jueces había decidido ya que Sócrates era culpable y, por tanto, merecedor de una pena. Ahora bien, el hecho de que se dejara al culpable un margen de libertad para fijar o proponer la pena que consideraba justa, no quiere decir que su propuesta pudiera ser arbitraria, sino, por el contrario, adecuada al delito ya reconocido, bien con el carácter de multa o de pena corporal (Meier y Schönemann, Der Attische Process). El hecho de que el culpable o declarado tal se constituyese en juez de sí mismo implicaba ya de suyo que se sometía al fallo del tribunal y reconocía su culpa. Pues bien, Sócrates se negó a señalar para sí una pena, que habría podido consistir en una multa o en el destierro, lo que le permitía optar entre esta pena o la de muerte, que los acusadores proponían.”

Segundo as leis atenienses, o acusado, depois de ser declarado culpado pelos heliastas, como hoje na Inglaterra perante o tribunal do júri, tinha direito a opor à pena proposta pelo acusador uma contraproposta de pena, que representava uma atenuação, sem ser uma apelação formal; era esta, sem dúvida, uma excelente instituição do direito processual ateniense, que transmite um grande sentimento de humanidade. Não se trata da pena em geral, senão da apreciação da classe de pena que dever-se-ia impor; a sentença dos juízes já havia decidido que Sócrates era culpado e, assim, merecedor de uma pena. O fato de que se deixava ao culpado uma margem de liberdade para fixar ou propor a pena que considerasse justa não quer dizer que sua proposta pudesse ser arbitrária, mas, ao contrário, devia ser adequada ao delito já reconhecido, fosse sob o caráter de multa ou de pena corporal. O fato de que o culpado ou assim declarado se constituísse em juiz de si implicava por si só que se submetia à sentença do tribunal e reconhecia sua culpa. Pois bem: Sócrates se negou a escolher uma pena, que teria consistido ou em multa ou no desterro, o que permitia, na prática, que o réu optasse, inclusive, entre o banimento e a pena de morte, que os acusadores propuseram.”

Enfatuadas casuísticas de H….

Un verdadero Estado no puede tolerar en su seno, por ejemplo, a gentes como los cuáqueros, los anabaptistas, etc., que desconocen y rechazan determinados derechos del Estado, como es el de la defensa de la patria. Esta miserable libertad de pensar y creer lo que a cada cual le parezca mejor no puede admitirse, como tampoco el que cada cual se acoja a la conciencia de su deber.”

Um verdadeiro Estado não pode tolerar em seu seio, p.ex., gentes como os quakers, os anabatistas, etc., que desconhecem e rechaçam determinados direitos do Estado, como é o da defesa da pátria. Esta miserável liberdade de pensar e crer o que a cada qual lhe pareça melhor não se pode admitir, nem tampouco que cada qual se refugie na consciência de seu dever.”

De un hombre como Sócrates no podía esperarse otra actitud que la de marchar hacia la muerte del modo más sereno y más varonil. El relato que Platón nos hace de las bellas escenas de las últimas horas de su maestro, aunque no haya en él, por su contenido, nada de extraordinario, quedará para siempre como la imagen grandiosa y el relato ejemplar de un hecho noble.”

De um homem como Sócrates não se podia esperar outra atitude senão a de marchar em direção à morte do modo mais sereno e varonil. O relato que Platão nos faz das belas cenas das últimas horas de seu mestre, ainda que nada haja nesse conteúdo de extraordinário, ficará para sempre como a imagem grandiosa e o relato exemplar de um fato nobre.”

os heróis aparecem como a violência que infringe a lei.”

Os atenienses se arrependeram, mais tarde, da condenação de Sócrates e castigaram a seus acusadores, a uns com a morte e a outros com o desterro. Pois era uma lei ateniense que quem formulava uma acusação se submetia, se a denúncia resultasse falsa, à mesma pena que em caso contrário sofreria o delinqüente. Este é o último ato do drama.”

Sócrates foi condenado à morte porque descobriu o inconsciente. 2200 anos depois um austríaco fraudulento vai criar uma associação internacional para enganar a civilização dizendo que ele descobriu o inconsciente!

O inocente que se vê condenado é, simplesmente, um néscio; por isso são absurdas e insubstanciais essas tragédias em que se enfrentam tiranos e vítimas inocentes, pois não são senão contingências vazias.”

A consecuencia del proceso y la muerte de Sócrates, el puñado de sus amigos y discípulos huyó de Atenas a Megara; entre ellos, Platón. Euclides, que residía allí, se hizo cargo, en la medida de lo posible, de los fugitivos. (Laercio) Al levantarse el fallo dictado contra Sócrates y castigarse a sus acusadores, parte de los socráticos retornó a Atenas y las cosas recobraron su equilibrio. La influencia de Sócrates fue vastísima y determinante en el mundo del pensamiento; y no hay mérito comparable en un maestro al de lograr tan grande influjo y ejercer tal sugestión.”

Una parte de ellos se mantuvo absolutamente fiel a la manera inmediata de Sócrates, sin pasar de ahí. Tal es el caso de una serie de amigos suyos que, en la medida en que fueron escritores, se contentaron con componer diálogos a la manera socrática, bien registrando con la mayor fidelidad histórica posible los sostenidos por ellos mismos con el maestro o los escuchados a otros, bien elaborando estos diálogos a su modo, pero absteniéndose, por lo demás, de toda clase de investigaciones especulativas y manteniéndose, en lo que a su conducta práctica se refiere, firmes y fieles a los deberes de su clase y situación y llevando, así, una vida tranquila y apacible. El más famoso y destacado, entre ellos, es Jenofonte. Pero hubo muchos otros que se dedicaron a escribir diálogos socráticos. Las fuentes mencionan los nombres de Esquines, algunos de cuyos diálogos han llegado a nosotros, Fedón, Antístenes y otros, entre ellos el de un zapatero llamado Simón ‘en cuya taller solía entrar Sócrates a platicar y que más tarde se dedicó a registrar por escrito sus charlas con el maestro’. Los títulos de sus diálogos, así como los de los otros socráticos que dejaron escritas obras de esta clase, aparecen citados en Diógenes Laercio (II, 122 s., 60 s., 105; VI, 15-18). Sin embargo, estas obras no tienen más que un interés puramente literario”

A verdade e a essência não são o mesmo; a verdade é a essência pensada, enquanto que a essência é o em si simples.” “A consciência de si mesmo se manifesta nestes, [no conhecer e no saber] de uma parte, como o ser para si e, de outra parte, como o ser: uma vez consciente desta diferença, retorna dela à unidade de ambos. Esta unidade, o resultado, é o sabido, o consciente, o verdadeiro.”

Los socráticos que presentan un valor peculiar pueden agruparse, según esto, en 3 escuelas: la primera es la de los megáricos, al frente de la cual se halla Euclides de Megara; la segunda, la de los cirenaicos; la tercera, la de los cínicos. Ya el mismo hecho de que difieran considerablemente entre sí las doctrinas de estas 3 escuelas socráticas indica claramente que Sócrates, maestro e inspirador de las 3, no llegó a tener un sistema positivo.” “El principio de los cirenaicos se desarrolla más tarde, de un modo científico, en el epicureísmo y el de los cínicos es desarrollado por los estoicos.”

Este Euclides, que no debe confundirse con el matemático del mismo nombre, es aquel de quien se cuenta que, reinando una gran tirantez de relaciones entre Atenas y su patria, Megara, en los momentos de mayor hostilidad se deslizaba en la ciudad de Atenas disfrazado de mujer y exponiéndose a ser condenado a muerte, sólo por el gusto de escuchar a Sócrates y estar cerca de él. Parece que este Euclides, pese a su manera de discutir y hasta en sus disputas mismas, era el más pacífico de los hombres. Cuéntase que, en una discusión, su contrincante se excitó tanto, que exclamó, en un arrebato de indignación: ‘¡Que me caiga muerto si no me vengo de ti!’. Y que Euclides replicó, con la mayor tranquilidad del mundo: ‘!Y yo me caiga muerto si no soy capaz de aplacar tu cólera con la dulzura de mis palabras, para que sigas amándome como hasta aquí!’

Se han conservado muchas anécdotas acerca del arte de discutir de estos pensadores, por las cuales vemos que lo que a nosotros nos parecen bromas eran, para ellos, problemas muy serios.”

Algunos de los innumerables giros a que aquellos pensadores se entregaban para embrollar la conciencia en las categorías han llegado hasta nosotros con sus nombres; son, principalmente, los sofismas cuya invención se atribuye a Eubúlides de Mileto, discípulo de Euclides.”

la seriedad alemana destierra todo lo que sean juegos de vocablos como vanos entretenimientos ingeniosos.” Até os anglófonos têm um Joyce, vocês não! Mas o que dizer de quem nunca possuiu nem de longe um Shakespeare?

Para ellos, [os gregos em geral, não só os megáricos] en los casos de antagonismo entre la palabra y la cosa, debía darse preferencia a la palabra; las cosas no expresadas son, en rigor, cosas irracionales, ya que lo racional existe solamente como lenguaje.

En los Elencos sofísticos de Aristóteles encontramos muchos ejemplos de éstos, tomados de los antiguos sofistas y de los erísticos [sinónimo de megáricos], así como las soluciones correspondientes.”

También en Platón encontramos juegos de palabras y frases de doble sentido de éstas, empleados con el fin de ridiculizar a los sofistas y poner de manifiesto en qué nimiedades paraban su atención. Pero los erísticos fueron aún más allá por este camino, llegando incluso a convertirse, como Diodoro, en una especie de bufones de las cortes, por ejemplo en la de los Tolomeos”

“— ¿Quién es eso?

Es Corisco.

¿Pero Corisco no es del género masculino?

Sí.

Eso es del género neutro, de modo que eso no puede ser Corisco” Aristóteles, De soph. elench., cap. 14

En otro lugar, desarrolla Aristóteles el argumento de ‘tienes por padre un perro’, lo que vale tanto como decir que tú mismo eres un perro; argumento que Platón, como veíamos más arriba atribuye a un sofista.” A.k.a., formalmente a mãe pode chamar o filho de ‘filho da puta’, não vemos nenhum óbice a isso (ela continuará íntegra, o filho será reputado mau caráter, etc.).

En la invención de juegos sutiles de éstos fueron verdaderamente inagotables los griegos de aquel tiempo y de una época posterior. Cuando estudiemos los escépticos, veremos cómo se desarrolla en ellos y se eleva a un punto superior el lado dialéctico.”

He aquí otra anécdota que se cuenta de Estilpón, en el mismo sentido. ‘Estaba platicando con Crates, un cínico, e interrumpió la plática para comprar pescado. Crates, su interlocutor, le dijo: ¿Cómo, abandonas el discurso? (en el sentido en que, en la vida corriente, nos reímos o pensamos que es incapaz quien, al parecer, no sabe replicar a lo que se le dice, considerando el discurso como algo tan importante, que se considera mejor contestar algo, lo que sea, que guardar silencio, es decir, dejar sin respuesta una pregunta.) A lo que contestó Estilpón: Nada de eso, no abandono el discurso, sino que te abandono a tí, pues el discurso queda, pero el pescado se vende.’”

yo soy algo mentado, [já mencionado] y no puedo precisarme a mí mismo.”

Si preguntamos: ¿quién está ahí?, la respuesta rezará: yo, todos los yos.”

Tengo ahora tantos años; pero este ahora de que hablo no es solamente éste, sino que son todos los ahoras.”

Ahora tengo 35 años, y ahora vivimos en el año 1805 del nacimiento de Cristo; ambos momentos se determinan solamente entre sí, pero la totalidad aparece indeterminada. Que ahora hayan transcurrido 1805 años desde el nacimiento de Cristo es una verdad que pronto carecerá de sentido; y la determinabilidad del ahora tiene un antes y un después de determinaciones sin principio ni fin.” Tenho a idade de Cristo e vivo agora no ano 2021 de seu nascimento. Mais de 200 anos desde que Hegel dava suas aulas…

Nunca tinha ouvido falar de Estilpo.

En efecto, si hombre y bueno o caballo y carrera fuesen uno y lo mismo, no podría decirse que el pan y la medicina son buenos o que el león y el perro corren” Plutarco

“Pero, ¿acaso algún hombre ha vivido peor a causa de esto? ¿Quién que escuche estas palabras no se dará cuenta de que se trata simplemente de un culto juego de ingenio?” Eu, que me ponho a ler isso!

Los cirenaicos toman su nombre de Aristipo de Cirene, en África, que fue el fundador y jefe de esta escuela.” “Los cirenaicos expresaban con ello su especial subjetividad, y lo mismo hacían los cínicos; ambas escuelas persiguen, por tanto, en el fondo, una y la misma finalidad: la libertad y la independencia del individuo.” “Fue el primer socrático que cobró dinero por sus enseñanzas; fiel a este criterio, había enviado dinero a Sócrates para pagarle lo que había aprendido de él, pero sin que Sócrates lo aceptase.”

En Aristipo [o jovem, discípulo de Sócrates e do primeiro Aristipo], lo más importante es su carácter, su personalidad; los rasgos que de él se han conservado corresponden más bien a su tipo de vida que a sus doctrinas”

Cuando se nos dice que alguien hace del placer su principio, tenemos inmediatamente la impresión de que ese hombre es, en el disfrute del placer, un hombre dependiente y el placer, por tanto, contrario al principio de la libertad. Pero no es así como debemos representarnos ni la escuela cirenaica ni la escuela epicúrea, que mantienen, en conjunto, el mismo principio. Pues, por sí misma, bien podemos afirmar que la determinación del placer es un principio opuesto a la filosofía; pero, en cuanto que se hace de la formación del pensamiento la única condición bajo la que puede alcanzarse el placer, se mantiene a salvo la completa libertad del espíritu, ya que es inseparable de la formación de éste.”

Aristipo gozó, dice de él Diógenes [Laércio], del placer del presente, sin preocuparse de lo que no formaba parte de éste; sabía acomodarse a todas las situaciones, se encontraba bien en todas las circunstancias, lo mismo en las cortes de los reyes que en las más míseras condiciones de vida. Cuéntase que Platón le dijo una vez: sólo tú eres capaz de vestir lo mismo la púrpura que los andrajos. Pasó algún tiempo en la corte de Dionisio, donde gozaba de grandes simpatías, pero dando pruebas de una independencia cada día mayor; por eso Diógenes el Cínico le daba el nombre del ‘perro real’.” HAHAHA

Como una persona que quería confiarle la educación de su hijo encontrara demasiado elevada la suma de 50 dracmas que le pedía por sus enseñanzas y le dijera que con ese dinero podía comprar un esclavo, Aristipo le replicó: Hazlo, y así tendrás 2 esclavos, en vez de 1. Un día, le preguntó Sócrates: ¿de dónde tienes tanto dinero? A lo que replicó Aristipo: ¿y de dónde tienes tú tan poco? A una hetaira que le anunció que iba a tener un hijo de él, le contestó con estas palabras: es tan poco seguro que sea mío, como si, atravesando por un seto [uma cerca] de espinas, aseguraras saber cuál espina te ha picado.”

Habiéndole escupido Dionisio, lo soportó pacientemente y, a quienes le censuraban por ello, les dijo: si los pescadores dejan que les moje el mar para pescar unos cuantos pececillos, ¿cómo no voy a mojarme yo para pescar esta ballena? Como quiera que Dionisio lo invitara a elegir una hetaira entre 3, se quedó con las 3, diciendo que hasta Paris había arrostrado grandes riesgos por elegir de 3 una, pero al llegar al dintel de la casa, las dejó marchar a las 3.”

Se cuenta que llegó a pagar 50 dracmas (cerca de 20 florines) por una perdiz. A alguien que se burlaba de él, le preguntó: ¿no la habrías comprado tú por un óbolo? Sí, le contestó el otro, a lo que replicó Aristipo: pues bien, para mí 50 dracmas valen lo mismo. En una travesía al África, vio que a su esclavo se le hacía demasiado duro cargar con una determinada cantidad de dinero, y le dijo: arroja lo que te sobre y transporta solamente lo que puedas.”

A quienes, dedicándose al cultivo de otras ciencias, descuidaban la filosofía, los comparaba Aristipo a los pretendientes de Penélope en la Odisea, que podían llegar a poseer a Melanto y a las demás criadas, pero que jamás se adueñaron de la reina.”

Entramos con ello en un campo en el que 2 clases de determinaciones constituyen el interés fundamental en torno al cual giran las muchas escuelas socráticas que se forman, con excepción de las de Platón y Aristóteles, y principalmente las de los estoicos, los neoacadémicos, etc. (…) Y surge así la noción del sabio: lo que el sabio hace, lo que el sabio es, etc.”

SÉCULOS JOGADOS FORA: “Esta retórica acerca del sabio como ideal es muy general entre los estoicos, los epicúreos, etc., pero carece de sentido. Pues no se trata del hombre sabio, sino de la sabiduría del universo, de la razón real.” Talvez alguns homens devessem permanecer apenas nos jogos de linguagem!

Entre los cirenaicos de un período posterior hay que citar, en primer lugar, a Teodoro, quien se hizo célebre al negar la existencia de los dioses, lo que le valió el ser desterrado de Atenas. Ahora bien, este dato no tiene, en realidad, mayor interés, ni entraña tampoco ninguna significación especulativa, pues los dioses positivos cuya existencia negaba Teodoro no son tampoco, en cuanto tales, objeto de la razón especulativa.”

La rareza, la novedad o la saciedad del placer engendra en algunos placer, en otros fastidio o malestar. La pobreza y la riqueza no influyen para nada en lo agradable o lo desagradable, pues no vemos que los ricos gocen más o mejor que los pobres. También son indiferentes, en cuanto a ese resultado, la esclavitud y la libertad, la nobleza o falta de nobleza del nacimiento, la fama o la carencia de ella. Sólo al necio le importa vivir, al sabio le es indiferente” Heguesías, espécie de elo perdido entre os cirenaicos, cínicos e estóicos.

El sabio obra solamente en gracia a sí mismo; no considera igualmente digno de él a ningún otro. Por grandes que sean los beneficios que de otros reciba, nunca podrán igualarse a los que a sí mismo se debe.” (Estes trechos são paráfrases de Laércio)

Cuéntase que a Heguesías, que vivía en la ciudad de Alejandría, le fue prohibida la enseñanza por el Tolomeo que a la sazón ocupaba el trono, porque inculcaba a sus oyentes una indiferencia y un fastidio de la vida tan grandes que muchos de ellos se la quitaban.”

La amistad no debe cultivarse solamente por el provecho que pueda reportar, sino en gracia a la benevolencia a que ello conduzca; y, por amor hacia el amigo, deben aceptarse también las cargas y las molestias consiguientes” Aniceris

CÍCERO O REI DO POP: “la doctrina de los cirenaicos decae y se convierte más y más en una doctrina popular. Es éste, pues, el segundo viraje que se advierte en la trayectoria de la escuela cirenaica, ya que el primero consistió en saltar el principio mismo. Surge así un tipo de filosofía moral que más tarde predominará también en Cicerón y en los peripatéticos de su tiempo; no se conserva ya interés alguno en lo tocante a la consecuencia del pensamiento.”

Poco es lo que hay que decir acerca de los cínicos, ya que no imprimieron gran desarrollo a la filosofía ni supieron crear tampoco un sistema de las ciencias; fue más tarde cuando los estoicos se encargaron de elevar sus proposiciones a una disciplina filosófica.”

En este sentido, los cínicos se enfrentan, a primera vista, con los cirenaicos, pues mientras que éstos consideran el sentimiento como principio, aunque ampliado en términos de generalidad y de perfecta libertad en cuanto que tiene que ser determinado por el pensamiento, aquéllos arrancan de la libertad e independencia completas como determinación del hombre. Sin embargo, como esto es, en realidad, la misma indiferencia de la conciencia de sí mismo que Heguesías proclamara como la esencia, tenemos que los extremos del pensamiento cínico y del cirenaico se levantan por obra de su propia consecuencia, convirtiéndose en fases de transición del mismo pensamiento.”

La actitud negativa ante eso es, aquí, lo determinante, y este mismo antagonismo entre los cínicos y los cirenaicos lo veremos manifestarse, más tarde, entre los estoicos y los epicúreos.” “La escuela cínica no reviste importancia científica alguna; constituye solamente un momento histórico que tiene que darse necesariamente en la conciencia de lo general, a saber: el momento que consiste en que la conciencia, en su individualidad, se sepa libre de toda dependencia con respecto a las cosas y al disfrute.”

El primer cínico fue Antístenes, ateniense y amigo de Sócrates. Vivía en Atenas y enseñaba en un gimnasio llamado el Cinosargo; a este pensador se le conocía por el nombre del Simple Perro.” Os cínicos têm alguma fixação pelos cães!

La virtud se basta a sí misma y sólo necesita una cosa: la fuerza de carácter de un Sócrates. El bien es bello y el mal feo. La virtud consiste en obras y no necesita de muchas razones ni de doctrinas. El destino del hombre es llevar una vida virtuosa. El sabio se contenta consigo mismo, pues posee cuanto los demás parecen poseer. Le basta con su propia virtud; tiene por casa el mundo entero. Si no le rodea la fama, esto debe considerarse más bien como un beneficio que como un mal.” De novo a fonte é Laércio

Es, de nuevo, la aburrida retórica acerca del sabio, que más tarde recibirá nuevo incremento, hasta el fastidio, con los estoicos y los epicúreos. En este ideal, en que se trata del destino del sujeto, se considera como el camino hacia su consecución la mayor simplificación posible de sus necesidades.”

Antístenes es todavía una figura noble dentro del campo de la filosofía cínica. Pero no están ya lejos de ella la tosquedad, la vulgaridad de la conducta, el impudor que caracterizarán a los cínicos de una época posterior.”

La indumentaria del cínico era extraordinariamente sobria: un grueso garrote de olivo silvestre, un manteo agujereado y lleno de remiendos sin más ropa debajo y que, por las noches, hacía además de cama, un saco de mendigo para guardar los víveres más indispensables y un vaso para beber agua: tal era, sobre poco más o menos, el atuendo de los cínicos.” Se Laércio erra ou mente, nunca ficaremos sabendo como eram realmente os cínicos…

ya Sócrates considerara como una manifestación de vanidad la buscada pobreza de los cínicos en el vestir. ‘Como Antístenes pusiera al descubierto uno de los agujeros de su manteo, Sócrates le dijo estas palabras: <por el agujero de tu manteo veo tu vanidad.>’

El corte de mi levita se halla determinado por la moda, pero de ello se encarga el sastre; no es misión mía meterme a inventar en esta materia, pues hay, gracias a Dios, otros que lo hagan.”

Se le llamaba ‘el perro’, lo mismo que él había llamado a Aristipo ‘el perro real’, pues a Diógenes le ocurría con los muchachos de la calle lo mismo que a Aristipo con los reyes.”

Sabido es que arrojó para siempre el vaso, cuando vio a un muchacho beber en las manos.”

Este filósofo rondaba por todas partes, viviendo a la ventura: en las calles y plazas de Atenas, en un tonel; ordinariamente, pasaba el tiempo e instalábase a dormir en la Stoa de Júpiter, en Atenas, diciendo que los atenienses le habían construido una magnífica residencia.”

Antístenes y Diógenes vivieron en Atenas, y sólo podían existir allí. Pero, en general, para que haya cultura es necesario que el espíritu se oriente hacia la más grande variedad de necesidades y de modos de satisfacerlas. Las necesidades se han multiplicado mucho en los tiempos modernos, y esto hace que las necesidades generales se dividan en muchas necesidades especiales y en muchos modos especiales de satisfacerlas; esto forma parte también de las actividades del entendimiento, entre las cuales encuentra cabida el lujo.”

Lo único que de Diógenes podemos referir son anécdotas. En un viaje por mar a Egina cayó en poder de los piratas, quienes decidieron venderlo como esclavo en Creta. Preguntado acerca de lo que sabía hacer, contestó: ‘mandar sobre hombres’ y pidió al heraldo que pregonase: ¿quién quiere comprar amo? Lo compró un tal Jeníades de Corinto, cuyos hijos recibieron sus enseñanzas.”

Diógenes estaba, un día, lavando una col [couve] cuando acertó a pasar por delante de él Aristipo, y le gritó a éste: si supieses lavar tú mismo la col, como yo lo hago, no andarías corriendo detrás de los reyes.”

Cuando le daban una paliza, [surra] lo que debía ocurrir con harta frecuencia, a juzgar por las muchas anécdotas que acerca de ello circulaban, se ponía grandes parches sobre las heridas y escribía encima los nombres de los agresores, para exponerlos de este modo a la censura de todos. Cuando los muchachos de la calle le rodeaban y le decían, para irritarlo: ‘tenemos miedo a que nos muerdas’, les replicaba: ‘no tengáis cuidado, pues los perros no comen acelgas.’ En una comida, uno de los comensales se dedicó a arrojarle huesos, como a los perros; entonces, el filósofo se fue hacia él, levantó la pierna y lo meó, como un can.”

Antístenes y Diógenes eran, como hemos visto, hombres de espíritu muy cultivado. Los cínicos que vienen después producen también indignación por sus extremos de desenfado; no son, por lo demás, sino repugnantes mendigos a quienes produce indecible satisfacción irritar a los demás con sus desvergüenzas. No hay para qué tenerlos en cuenta en una historia de la filosofía, y merecen en el pleno sentido de la palabra el nombre de ‘perros’ que en tiempos se dio a esta escuela filosófica, pues el perro, esta bestia desvergonzada, caracteriza plenamente su modo de ser.” Parte talvez mais inútil, mas a mais engraçada do livro!

Era tío suyo, hermano de su madre por línea paterna, aquel famoso Critias, que había mantenido también trato con Sócrates durante largo tiempo y que era, sin duda alguna, el más inteligente, el más espiritual y, por tanto, el más peligroso y el más odiado de los Treinta Tiranos de Atenas. Los antiguos suelen citar el nombre de Critias al lado de los del cirenaico Teodoro y de Diágoras de Melos, entre los de los que negaban a los dioses (…) A un hombre como Platón, nacido en el seno de tan noble familia, no podían faltarle los medios necesarios para su educación. Recibió de los más prestigiosos sofistas de su tiempo una enseñanza que desarrolló en él todas las aptitudes que cumplían a un ateniense. El nombre de Platón lo recibió más tarde, de su maestro; su familia le había dado el de Aristocles.”

Después de ahondar en el estudio de la filosofía, perdió el interés por la poesía y los negocios públicos y los abandonó totalmente para dedicarse por entero a las ciencias. Cumplió con sus deberes militares como ateniense; al igual que Sócrates, se dice que tomó parte en 3campañas.”

La Academia era un bosquecillo o paseo consagrado al héroe Academo, en el cual se levantaba un gimnasio. Pero el verdadero héroe de la Academia acabó siendo Platón, quien desplazó el antiguo significado del nombre de este lugar y oscureció al héroe a quien estaba consagrado, haciendo que pasara a la posteridad bajo la égida y la gloria del suyo propio.”

El tirano de Siracusa era uno de esos hombres mediocres que aunque, en su medianía, aspiren a la gloria y a los honores, no llegan a ser nunca profundos ni son capaces de nada serio, sino que aparentan, simplemente, serlo y carecen de toda firmeza de carácter; un querer y no poder, como esos personajes que la ironía moderna lleva a la escena, que creen ser virtuosos y excelentes y que no son, a la verdad, más que bribones. Una relación como la que Platón se proponía era irrealizable, pues sólo las medianías se dejan guiar por otros, pero, al mismo tiempo que dan pie para la realización de tales planes, los llevan siempre al fracaso.”

Platón abandonó, pues, la corte de Siracusa; sin embargo, después de la separación ambos sintieron la necesidad de volver a verse. Dionisio llamó de nuevo a su corte al filósofo, pues no podía hacerse a la idea de no haber sabido ganarlo por entero para sí; encontraba insoportable, sobre todo, el hecho de que Platón no quisiera abandonar la amistad de Dión. Platón cedió a las instancias tanto de su propia familia y de Dión, como, principalmente, a las de Arquitas y otros pitagóricos de Tarento, a quienes había recurrido Dionisio y que se interesaban por lograr una reconciliación entre el tirano, Dión y Platón; salieron, incluso, garantes de su seguridad y libertad, decidiendo, así, al filósofo a ponerse de nuevo en viaje. § Dionisio no podía soportar ni la presencia ni la ausencia de Platón, y no cabe duda de que la primera le producía embarazo.”

En nuestro tiempo, en estos últimos 30 años, se han redactado también muchas constituciones nuevas; es ésta una tarea fácil de realizar para quien se halle habituado a esta clase de trabajos. Sin embargo, el talento teórico no basta para redactar una constitución viable, pues los que las hacen no son los individuos, sino algo espiritual, algo divino, que se realiza a través de la historia.”

Platón vivió honrado en todas partes, sobre todo en Atenas, hasta el primer año de la 108ª Olimpíada (348 a.C.). Murió el día en que cumplía años, en un banquete de bodas, a los 81 de edad.”

esta filosofía ha sido concebida en cada época de distinto modo y ha sufrido, sobre todo, las ingerencias y tergiversaciones de manos muy torpes en los tiempos modernos, que no han tenido inconveniente en introducir en estos escritos sus propias concepciones, incapaces de captar espiritualmente lo espiritual, o considerando como lo más esencial y más notable de la filosofía platónica lo que, en realidad, no pertenece al campo de la filosofía, sino al modo de pensar o de representarse las cosas; pero, en rigor, es el desconocimiento de la filosofía lo que entorpece la comprensión de la filosofía platónica.” Que ironia, já que Hegel põe Platão abaixo de Aristóteles e não reconhece sua verdadeira grandeza!

Hacer de él algo insuperable, como el punto de vista en que nosotros mismos deberíamos situarnos, es una de las debilidades propias de nuestro tiempo.” Basta substituir debilidades por forças ou qualidades e vemos o quanto H. acertaria em cheio! A roda do tempo não perdoa, e hoje gostaríamos de poder ter ao menos a força de suportar esse pensamento: usar Platão como uma estrela-guia. O pós-modernismo é fraco demais, mas tem, melhor que a época de Hegel, esse arrependimento vivo no lugar da hipocrisia etnocêntrica.

Así como en pedagogía algunos aspiran a educar al hombre para precaverlo contra el mundo, es decir, para que se encierre en un círculo aparte —por ejemplo, en un despacho, o viva idílicamente plantando y cultivando habas—, en el que no sepa nada de lo que pasa en el mundo ni tome conocimiento de él, así también en la filosofía se ha retornado a la fe religiosa y a la filosofía platónica.

Estaría justificado el tratar de retornar a Platón para volver a aprender de él (la idea de la filosofía especulativa); pero es una tontería expresarse en términos tan hermosos, a gusto y antojo del que escribe, acerca de la belleza y la excelencia de estos escritos.”

Sobre todo, las disquisiciones literarias del señor Schleiermacher, [justo as que Luisa Buarque recomendou] los sondeos críticos que se hacen para averiguar si estos o los otros diálogos secundarios son auténticos o apócrifos (pues acerca de los principales apenas dejan lugar a dudas los testimonios de los autores antiguos), son absolutamente superfluos en filosofía y nacen, en realidad, de ese espíritu hipercrítico tan característico de nuestra época.”

DESCONSTRUINDO O MITO DOS <DOIS PLATÕES>: “Para comunicar algo puramente externo no se necesita mucho, pero para transmitir a otro una idea hace falta habilidad, y ésta es siempre algo esotérico; por eso los filósofos no son ni pueden ser nunca simplemente exotéricos. Estas no pasan de ser nociones puramente superficiales.”

La filosofía no es, pues, algo individual, como una obra de arte; y tampoco de ésta puede decirse que lo sea nunca en absoluto, pues también el artista recibe de otros y desarrolla por cuenta propia, al ejercerlas, las aptitudes artísticas. La invención del artista, su inspiración, es el pensamiento de su todo y la inteligente aplicación de los medios con que se encuentra, ya preparados; los motivos directos de inspiración y las verdaderas invenciones pueden ser infinitos.”

La forma externa incluye, en primer lugar, la escenografía y el elemento dramático. Platón sitúa sus diálogos en un ambiente de realidad, en lo tocante al medio en que se desenvuelven y a los personajes que en ellos intervienen, y toma siempre como punto de partida un motivo individual, que reúne a los personajes y da un carácter de verosimilitud muy agradable y abierto a sus coloquios. El personaje principal, en estos diálogos, es Sócrates; entre los demás interlocutores aparecen muchas primeras figuras conocidas de nosotros, tales como Agatón, Zenón, Aristófanes, etc. El autor nos sitúa, además, en un lugar concreto: el Fedro (p. 229 Steph., p. 6 Bekk.) se desarrolla a la sombra de un plátano junto a las claras aguas del Iliso, que Sócrates y Fedro cruzan; otros diálogos tienen por escenario los pórticos de los gimnasios, la Academia, la sala en que se celebra un banquete. Mediante el recurso de no intervenir nunca personalmente, poniendo siempre sus pensamientos en boca de otros personajes, Platón logra suprimir totalmente en sus diálogos lo que pudiera haber en ellos de tesis, de elemento dogmático. Tampoco aparece en los diálogos platónicos un sujeto encargado de narrar, como en la historia de Tucídides o en los poemas de Homero. Jenofonte

aparece, a veces, en persona y, a veces, deja traslucir claramente su intención de justificar por medio de ejemplos la doctrina y la vida de Sócrates. En Platón, por el contrario, todo es absolutamente objetivo y plástico, y le vemos desplegar un gran arte para evitar todo lo que sea puramente expositivo, desplazándolo a veces, incluso, a la tercera o cuarta persona.”

Pero esta urbanidad no debe confundirse con el temor a herir susceptibilidades, sino que lleva consigo, por el contrario, una gran valentía y una gran franqueza, y es esto precisamente lo que constituye el encanto de los diálogos platónicos.”

Ocurre aquí como en el repaso del catecismo: las respuestas están establecidas de antemano, sin el menor margen de sorpresa, pues el autor hace que los personajes contesten como él cree que deben contestar. Y las preguntas suelen estar formuladas en un tono tan perfilado, tan tajante, que sólo pueden contestarse en términos muy simples; y en esto estriba precisamente la grandeza y la belleza de este arte literario del diálogo, que es, al mismo tiempo, lo que lo hace aparecer tan sencillo.”

A época de Hegel não tinha os pré-requisitos para entender a Idéia.

A CRÍTICA QUE VIROU ELOGIO: “Sin embargo, en los conceptos platónicos puros no aparece superada la representación como tal: o bien no se dice que estos conceptos sean su esencia, o no son, para Platón, otra cosa que una representación, y no algo esencial”

El concepto adulto no necesita ya apoyarse en el mito.”

SOBRE O ‘GOVERNO DOS FILÓSOFOS’ (OU RUDIMENTOS DE UMA CIÊNCIA POLÍTICA AINDA NÃO INICIADA EM 2021): “Y Platón pone en boca de Glaucón la siguiente réplica: ‘Has pronunciado, ¡oh Sócrates!, palabras tales y has expresado cosas, que necesariamente debes suponer que una muchedumbre de hombres, y no malos, están dispuestos a arrojar sus mantos y echar mano de la primera arma que tengan a su alcance para marchar en filas cerradas contra tí; y, como no consigas aplacarlos con razones, te aseguro que lo pagarás muy caro.’ (libro V).

Platón proclama aquí, pura y simplemente, la necesidad de unificar la filosofía y el gobierno. Puede considerarse, sin duda, como una gran arrogancia esto de postular que se confíe a los filósofos el gobierno de los Estados, pues una cosa es el terreno de la historia y otra cosa muy distinta el terreno de la filosofía. Es cierto que en la historia debe manifestarse la idea como el poder absoluto; dicho en otras palabras: Dios gobierna el universo. Pero la historia es la idea realizada por la vía natural, no con la conciencia de la idea. Es verdad que se obra con arreglo a los pensamientos generales del derecho, de la moral, de lo grato a Dios; pero no hay que olvidar tampoco que, en sus actos, el sujeto busca también, como tal, la consecución de sus particulares fines. La realización de la idea se lleva a cabo, por tanto, mediante una mezcla de pensamientos y conceptos con fines inmediatos y particulares, de tal modo que esa realización sólo se produce, de una parte, mediante el pensamiento y, de otra parte, a través de las circunstancias, de los actos humanos, en cuanto medios. Con frecuencia, estos medios parecen ser contrarios a la idea, pero esto no perjudica en nada a su realización, pues todos aquellos fines determinados y concretos no son sino los medios empleados para producir la idea, ya que ésta es el poder absoluto. Por tanto, la idea acaba realizándose en el mundo, quiérase o no; pero para ello no hace falta que los gobernantes obren movidos por una idea.

Sin embargo, para poder juzgar el postulado platónico de que los regentes de los pueblos deben ser filósofos hay que tener en cuenta, indudablemente, qué hay que entender por filosofía en sentido platónico, y en general, en el sentido de aquel tiempo. (…) la filosofía platónica es, por tanto, la conciencia de lo verdadero y justo, en y para sí, la conciencia y la vigencia de fines generales dentro del Estado.”

COMO SEMPRE, PORÉM, HEGEL TIRA 10 NOS PROLEGÔMENOS E UM 0 NOS FINALMENTES: “Ahora bien, a lo largo de toda la historia, a partir de las grandes migraciones de los pueblos, en que la religión cristiana se convirtió en la religión universal, no ha habido otra preocupación que la de implantar en la realidad el reino de lo suprasensible, el reino de lo que empezó existiendo solamente para sí, este algo general y verdadero en y para sí, y la de determinar la realidad con arreglo a ello.”

ESCRAVO DA ADMINISTRAÇÃO GERMÂNICA: “Un ejemplo de lo que, en su tiempo, podía hacer un filósofo en el trono lo tenemos en Marco Aurelio; lo único que ha quedado de él en la historia son actos de carácter privado, y no puede decirse que el imperio romano haya ganado nada con el gobierno de este emperador. Federico II, en cambio, ha sido llamado con razón el rey-filósofo.”

Y si se le sacara de la caverna, quedaría cegado por la luz del sol y, deslumbrado con tanta claridad, no podría ver las cosas que llamamos reales y odiaría a quien le hubiese arrastrado hasta la luz, como se odia a quien nos ha arrebatado la verdad, deparándonos en cambio sólo dolor y pena.” Ao invés de mero joguete de uma má consciência (como é levado a crer freqüentes vezes em seus primeiros encontros com o absurdo e o tragicômico, principalmente na infância, adolescência e juventude), o filósofo é o único que vive verdadeiramente. Quantos milhares de seres humanos eu já não conheço com alguma certidão que vivem apenas nas aparências mais foscas?

Hay hombres que gustan de mirar y escuchar, que aman las bellas voces y las formas y colores bellos y todo lo formado por ellos, pero cuyo pensamiento es incapaz de ver y amar lo que hay de bello en la naturaleza.”

¿Qué es la vida para el hombre que, aun reputando las cosas por bellas, no es capaz de captar la belleza misma ni de seguir a quien quiera iniciarle en el conocimiento de ella? ¿Una realidad o un sueño? Fíjate bien. ¿Qué es soñar? ¿No es, ya se duerma o se esté despierto, tomar la imagen de una cosa por la cosa misma?”

La obra iniciada por Sócrates fue llevada a cabo por Platón, quien sólo reconoce como esencial lo general, la idea, lo bueno. Mediante la exposición de sus ideas, Platón puso al descubierto el mundo intelectual, pero sin ver en él un mundo situado más allá de la realidad, en el cielo, en un lugar distinto, sino el mundo real, del mismo modo que Leucipo había acercado lo ideal a la realidad, sin colocarlo—metafísicamente—detrás de la naturaleza. La esencia de la teoría de las ideas ha de buscarse, por tanto, en la concepción de que lo verdadero no es lo que existe para nuestros sentidos, sino que el verdadero y único ser del mundo está en lo determinado de suyo, en lo general en y para sí: el mundo intelectual es, por tanto, lo verdadero, lo digno de ser conocido, lo eterno, lo divino en y para sí. Las diferencias no son esenciales, sino simplemente transitorias; sin embargo, lo que Platón llama absoluto es, al mismo tiempo, como algo único e idéntico consigo mismo, algo concreto de suyo, en cuanto que es un movimiento que retorna a sí mismo y que permanece eternamente cabe sí. Y el amor por las ideas es lo que Platón llama entusiasmo.” Um lugar aqui mesmo, no mundo das aparências, em que os sábios podem conferenciar entre si, sem medo de estarem falando com espectros (solipsistas em alucinação): o termo médio em que os privilegiados realmente se entendem, porque a natureza do saber é Una.

El segundo error con que nos encontramos, en lo tocante a las ideas, consiste, no en situarlas fuera de nuestra conciencia, sino en considerarlas como ideales necesarios para nuestra razón, pero cuyos productos ni tienen realidad ahora, ni pueden llegar a adquirirla nunca.” Aí já depende, meu caro Hegel: do que estamos falando? De simples ‘discussões triviais entre filósofos’ (sobre um mundo-verdade e um mundo das aparências)a – o que é relativamente simples de imaginar que se possa ter cotidianamente, pois muitos são os filósofos, embora sejam minoria, e qualquer filósofo concebe esta distinção bem, ou não seria, por definição, filósofo –; ou do Bem e da Justiça? Porque estes seriam sóis, realmente meras figuras de linguagem, inobteníveis a não ser que estejamos falando de seres muito crédulos e supersticiosos, pasme, maioria deles filósofos!

a Quem está acostumado com a refutação nietzschiana de um mundo-verdade pode ter ficado confuso com este parágrafo – mas alto lá! Um mundo-verdade cristalizado e eterno na acepção chinfrim de frades, é a isto que Nie. objetava! (‘Chega deste Bem, unilateral, estilizado! Para esta concepção ultrapassada, ofereço uma nova discussão, que vá além deste bem e deste mal, mal condicionado por esta visão de bem tão limitada, mal que está prestes a se tornar universal no meio acadêmico ocidental! Só assim é que poderemos recomeçar com coisas sérias! Os idiotas saturaram o nosso meio, o nosso mundo-verdade vivo, precisamos recolher o lixo – são 23:59, mas amanhã é um novo dia!’ – Esta é uma paráfrase bem realista de um Nie. mais direto ainda do que estamos acostumados a ler, se explicando para quem tiver olhos e ouvidos.) Mas o mundo-verdade exclusivo da mentalidade dos filósofos (dos filósofos verdadeiros, palavra tão desvalorizada com o tempo!) nada tem de ossificado e estável – simplesmente porque é orgânico e cambiante enquanto o filósofo vive individualmente e enquanto a raça dos filósofos vive coletivamente, jamais sendo igual a si mesmo – isso! –, um mundo-verdade riacho heraclítico! Uma verdadeira imagem do inferno para o ante-filósofo, um quadro expressionista, tolices e nada mais (estou falando novamente daquele que não tem acesso ao privilégio, o prisioneiro da caverna de Platão). Exemplo: Posso discutir com o Pablo (outro esclarecido) sobre o ser-do-ente e o ser-aí, mas nunca poderemos propor uma síntese da condição humana ou um propósito para a existência – essa faculdade está além de qualquer evento da existência, de qualquer conciliábulo entre os grandes filósofos da História mesmo que se pudessem reunir num auditório além do tempo. De tal encontro nada sairia além do que sói acontecer nas noitadas de bar das gentes mais simples. Mas Hegel imaginou que continha esta sementinha em suas mãos, quanta candura! O girassol escolhido pelo Espírito do Mundo – perfume dos perfumes, essência das essências! ‘Não pedi para nascer no lugar e no tempo certos, mas nasci…’, seria mais ou menos o que ele teria a dizer a respeito de tão imensa (e grata, para ele mesmo) coincidência… O primeiro falastrão europeu a poder dizê-lo, bem como o último!

Parafraseando Górgias, ainda que fosse possível combinar entre alguns entes um propósito para a existência, este acordo simplesmente não seria fechado nem posto em prática! Mas a verdade é que faltam inclusive as condições de possibilidade dessa suposta negociação – mesmo que houvesse um ente em algum ponto capaz de levantar um propósito universal (o que já seria absurdo), ele sequer saberia como formulá-lo em sua mente; e se, mais incrível ainda, houvesse dois desses seres, separados por várias gerações e milhares de quilômetros, e mesmo se eles pudessem conversar fluentemente num mesmo idioma numa representação miraculosa em que coabitariam o mesmo universo, digo, o mesmo cômodo, e poderiam até se tocar, conversar por alguns instantes –– mesmo assim, ainda assim, esses dois seres acabariam apenas gastando saliva, quem sabe brigando feio, indo às vias de fato! Supondo que se concedesse ainda o fato de ambos estarem munidos da idéia perfeita e entrarem em harmonia absoluta entre si, ainda assim eles se esfumariam de sua sala metafísica logo após este evento único da ‘pós-História universal hegeliana’ e não poderiam contar as novas para a humanidade – QUE PENA! Não estava na lista das coisas que as Parcas coseriam, definitivamente… Não, o jogo do filosofar é infinito, e Platão o sabia.

A forma ansiosa do filósofo é como ele se apresenta externamente, no mundo das aparências. O “ser” do filósofo é o anti-ansioso por excelência: ele não quer se apressar a um fim, a conclusões, ele aproveita as raquetadas do jogo! Legislador ou não (de toda forma no capitalismo é impossível), o filósofo sempre foi e sempre será pelo menos o que hoje se convenciona chamar de artista em sua arte do filosofar… É sem dúvida um jogo que se joga a sua maneira, mas essa maneira, essas regras, são idênticas para todo filósofo sério, que joga. E ainda há espaço de sobra para idiossincrasias nesses torneios e nessas justas: Roger Federer, Nadal, Sampras, Rod Laver, Borg, John McEnroe, todos eles tinham suas técnicas e estilos bem diferentes, embora compartilhassem um mesmo fim enquanto dentro da quadra… Como tenista metafísico, Hegel é um menino mimado que perde para o paredão, seu único adversário. Como poderia ele superar Platão só de boca, sem experimentar jogar contra ele? O engraçado é que os piores filósofos foram os únicos que tiveram match points. Todos perderam, entretanto…

É preciso imaginar um jogo de reflexão cansativo, mas em que a massagem poderia nos restituir à partida, sem que jamais abandonássemos o confronto… Seria este o Sísifo contente que Camus figurou?! E mesmo ele passou o jogo inteiro pensando que o principal era definir se desistia ou não…

Falando em existencialistas, esse podia muito bem ser o parágrafo que inspirou Sartre a intitular sua magnum opus: “La opinión [quando, na história da metafísica, a metafísica essencial começa a ficar chata, e o tenista prefere se desconectar do jogo, dar uma viajada, i.e., dar maior peso às aparências] es, por tanto, lo intermedio entre la ignorancia y la ciencia [o impossível] y su contenido una mezcla del ser y la nada.” Chamemos esse tênis espiritual de LIMBOBOL! Seria, para continuar nesta alegoria que acabo de inventar, como se alguém da arquibancada se levantasse e desafiasse um tenista profissional – e para calamidade de todos conseguisse fazer frente a ele, por um set inteiro! Filosofar com opiniões… Uma tarde (Zeitgeist) bem atípica, daquelas de que se poderá dizer: há tempo e lugar para tudo nesse mundo ao menos uma vez…

Pensamento único como lobby único do jogador! Você pode até ter e tentar outros, mas é aquele que o levará mais longe, e entrará para a história como sua marca registrada

el Menón, donde afirma (pp. 81, 84 Steph.; pp. 349, 355-356 Bekk.) que, en rigor, no puede aprenderse nada, sino que el aprender es siempre, simplemente, recordar lo que ya sabíamos, sin que la perplejidad en que la conciencia se ve sea otra cosa que el excitante para ello.”

HEGEL NÃO ENTENDEU QUE A REMINISCÊNCIA É OUTRA FIGURA DE LINGUAGEM PLATÔNICA (de todo modo, não seria tabula rasa, mas tabula funda, assim como a intelecção em Kant): “Esta relación puramente externa, en que el alma aparece como tabula rasa, algo así como el proceso de vida, en que se representa el crecimiento por incorporación de nuevas partículas, es algo muerto y no cuadra a la naturaleza del espíritu, que es subjetividad, unidad, ser cabe sí [Beisich-Sein] y permanencia.”

el aprender es este movimiento, en el que no se incorpora a él nada extraño sino que es su propia esencia la que cobra ser para él o se eleva a su conciencia.”

Claro está que la palabra ‘recuerdo’(*) es, en un sentido, una expresión poco afortunada:¹ concretamente, en el sentido en que alude a la reproducción de una representación que se ha tenido ya en otro tiempo

(*) “Hegel analiza aquí el término Erinnerung, que sí tiene el origen que él le atribuye, [o 2º sentido, após o 1º sentido evidenciado nesta passagem, o de mergulhar em si mesmo] implícito también en el prefijo ‘re’ del término castellano [E.].”

¹ É uma expressão muito afortunada, H.!

² Implicações ‘reminiscência – eterno retorno’. Não existe um Espírito que começou ex nihilo e ainda não se desenvolveu completamente. O mundo já é perfeito e tudo é ‘sabido’ no fenômeno, não importa se no ‘passado’ ou no ‘futuro’, já que o tempo em si não existe (apenas para o indivíduo em questão). Só que o indivíduo não é o filósofo, i.e., é só o recipiente carnal do conhecimento filosófico, objetivo, uno.

Sin embargo, no puede negarse que, en Platón, la palabra ‘recuerdo’ presenta con frecuencia el primero de los dos sentidos, o sea el sentido empírico. Ello se debe a que Platón expone, a veces, por vía de representación y de un modo mítico el verdadero concepto de que la conciencia es, en sí misma, el contenido del saber, por donde se presenta precisamente aquí la confusión entre la representación y el concepto a que nos referíamos antes.”

El esclavo hace, simplemente, que la conciencia brote de su interior, como si se limitara a recordar algo que ya sabía y que había olvidado.

Ahora bien, cuando Platón llama recuerdo a este hecho de que la ciencia brote de la conciencia, va implícito en ello el criterio de que este saber tiene que haber existido realmente, alguna vez, en esta conciencia, es decir, de que la conciencia concreta tiene por contenido este saber no solamente en sí, por su esencia, sino también en cuanto tal conciencia concreta, y no como conciencia general. Pero este momento de lo concreto forma simplemente parte de la representación, y el recuerdo no es pensamiento, pues el recuerdo se refiere al hombre como a un éste sensible, no de un modo general.” Hegel se atém a detalhes técnicos de zero importância. E é surpreendente que leve tão a sério o signo lingüístico nesta ocasião, quando constatamos o que escreveu na Enciclopédia (ver post anterior estrelando Derrida)…

Representa, por tanto, aquel ser en sí del espíritu bajo la forma de un ser antes en el tiempo, como si lo verdadero hubiese existido ya para nosotros en un tiempo anterior. Pero, al mismo tiempo, hay que advertir que Platón no presenta esto como una doctrina filosófica, sino bajo la forma de una leyenda recibida por él de algunos sacerdotes y sacerdotisas, es decir, de gentes que conocen lo que es lo divino.

Este mito se desarrolla de un modo brillante en otros diálogos. Es siempre, evidentemente, el mismo sentido usual del recuerdo, según el cual el espíritu del hombre ha visto en el pasado lo que ahora se revela a su conciencia como algo verdadero, que es en y para sí. Pero, aquí, Platón se esfuerza fundamentalmente en demostrar, mediante esta tesis de la reminiscencia, que el espíritu, el alma, el pensamiento son libres en y para sí; y esto, entre los antiguos y principalmente en la representación platónica, guarda una relación directa con lo que nosotros llamamos la inmortalidad del alma.”

En el Fedro (p. 245 Steph.; p. 38 Bekk.) habla Platón de esto, para demostrar que el eros es una divina locura que nos ha sido dada para nuestra mayor dicha. Trátase de un entusiasmo que entraña una poderosa orientación hacia la idea, tan fuerte que lo domina todo: pero no entusiasmo del pecho y de la sensación, no una intuición, sino una conciencia y un saber de lo ideal.”

Para Platón la inmortalidad del alma se halla directa e indisolublemente relacionada con el hecho de que el alma es, de suyo, [cabe sí!] lo pensante; por donde el pensamiento no es una cualidad del alma, sino su sustancia. Ocurre como con el cuerpo, en que la gravedad no es tampoco una cualidad, sino su sustancia: así como el cuerpo deja de existir si se le quita la gravedad, el alma ya no existe cuando cesa en ella el pensamiento.” “Así, la inmortalidad no tiene, en Platón, el interés que tiene para nosotros desde un punto de vista religioso (…) en él, se halla relacionada más bien con la naturaleza del pensamiento, con esta libertad interior del mismo”

Se parece el alma a una fuerza nacida en dos: en un tronco de alígeros caballos y en un cochero.”

Un alma total tiene a su cuidado todo lo inanimado, hace la ronda en todo el cielo y nace en diversas partes con diversas formas visibles. Cuando está en forma perfecta y alada, marcha por las alturas y gobierna todo el universo; mas cuando se le caen las alas, va atraída hasta que se apodere de ella algo sólido. Ahí pone casa, toma térreo cuerpo que parecerá moverse a sí mismo en virtud de la fuerza del alma; a este conjunto total de alma y cuerpo compacto se le dio el nombre de viviente y recibió el apelativo de mortal.”

HEGEL MUTILA PLATÃO PARA SEUS PROPÓSITOS (no self-service, escolhe apenas o que gosta, não o que seria nutritivo): “Es ésta una gran definición de Dios, una gran idea, que no es, por lo demás, otra cosa sino la definición de los tiempos modernos: la identidad de lo subjetivo y lo objetivo, la inseparabilidad de lo ideal y lo real, es decir, concretamente, del alma y el cuerpo.”

Ahora bien, al caer en este estado, el alma conserva un recuerdo de lo que ha visto, y cuando contempla algo bello, justo, etc., se deja arrebatar por el entusiasmo. Las alas recobran su fuerza, y el alma, sobre todo la del filósofo, se acuerda de su estado anterior, en el que no contempló simplemente algo bello, algo justo, etc., sino la belleza y la justicia misma.”

Pero cuando Platón habla de la ciencia como de un recuerdo, lo hace con la conciencia expresa de que esto no pasa de ser símiles y metáforas; no como los teólogos, quienes tomaban muy en serio la pregunta de si el alma habría tenido una existencia anterior a su nacimiento, y dónde. (…) ni se refiere tampoco a una caída de un estado perfecto, como si el hombre hubiese de considerar esta vida como una prisión, etc., sino que lo que Platón expresa como lo verdadero es que la conciencia es en él mismo, en la razón, la esencia y la vida divinas, que el hombre la contempla y conoce en el pensamiento puro y que este conocimiento es, precisamente, esta misma estancia y este mismo movimiento divinos.”

Lo que en el Fedro aparece nítidamente deslindado como mito y como verdad, no aparece del mismo modo en el Fedón, el famoso diálogo en que Platón hace hablar a Sócrates de la inmortalidad del alma. Siempre se ha considerado como algo verdaderamente admirable el hecho de que Platón anude esta investigación a la historia de la muerte de Sócrates.”

al hombre que va a morir es al que mejor que a nadie le cuadra ocuparse de sí mismo en vez de pensar acerca de lo general, de esta certeza de sí mismo, como de un éste concreto, en vez de ocuparse de la verdad. Por eso, aquí vemos cómo se separan menos que en parte alguna los caminos de la representación y del concepto; sin embargo, la representación con que aquí nos encontramos dista mucho de descender hasta ese nivel de tosquedad en que se representa el alma como una cosa y en que se pregunta, como si se tratara, en efecto, de una cosa, por su duración o su existencia.”

una armonía que escuchamos no es otra cosa que un algo general, un algo simple, formado por la unidad de elementos distintos; pero esta armonía se halla vinculada a una cosa sensible y desaparece con ella, como la música de la lira al desaparecer este instrumento. (…) La armonía sensible presenta, además, distintos grados de afinación y, en cambio, la armonía del alma no revela ninguna diferencia cuantitativa.”

Por lo que se refiere ahora a la educación y formación del alma, es éste un punto que guarda relación con lo anterior. Es necesario, sin embargo, no concebir el idealismo de Platón como un idealismo subjetivo, como aquel idealismo malo que, sin duda, se presenta en los tiempos modernos, como si el hombre no fuese capaz de aprender nada ni fuese determinado exteriormente, sino que todas las representaciones emanasen del sujeto.” H. pensa que está se referindo a Kant, mas não está.

Sobre o conteúdo do parágrafo acima referente unicamente à formação do filósofo em Platão: há um Estado em que essa formação é facilitada, mas esse Estado nunca aconteceu historicamente (e não estamos aqui repetindo Platão, afirmando que até sua Atenas isso não ocorrera – estamos dizendo que nenhum Estado-nação moderno o logrou). A República de Platão é este Estado.

Esta noción, según la cual el saber viene íntegramente de fuera, aparece sostenida en los tiempos modernos por ciertos filósofos empíricos completamente abstractos y toscos, quienes han afirmado que todo lo que el hombre sabe de lo divino lo sabe por obra de la educación y del hábito y que el espíritu no es, por tanto, sino una posibilidad totalmente indeterminada. El punto extremo de esto es la doctrina de la revelación, según la cual todo es infundido desde fuera.” Já aqui H. fala de forma tão áspera que só posso imaginar que se refira aos ingleses e escoceses, e não a Kant, sem sequer dar-se ao trabalho de citar nomes!

AUTOJUSTIFICATIVA DE H. SE DECLARAR UM CALVINISTA: “En la religión protestante, no existe esta tosca noción, por lo menos de este modo abstracto; la fe requiere aquí, esencialmente, el testimonio del espíritu, es decir, que el espíritu subjetivo individual, en y para sí, contenga y establezca de suyo esta determinación, que sólo se le inculca bajo la forma de un algo exteriormente dado.”

DE VOLTA AO VII DA REPÚBLICA: “La razón enseña que en cada cual vive la capacidad inmanente de su alma y el órgano por medio del cual aprende. En efecto, como si el ojo sólo fuese capaz de volverse de las sombras a la luz con todo el cuerpo, así debe volverse el hombre con todo el alma de lo que acaece hacia el ser, hasta que sea capaz de resistirlo y contemplar la suprema claridad del ser.”

El equívoco está en que un contenido no es el verdadero por el mero hecho de que se incorpore a nuestro sentimiento. Por eso, la gran enseñanza de Platón consiste en sostener que el contenido sólo se llena a través del pensamiento, puesto que es lo general, que sólo puede captarse mediante la actividad del pensamiento. Este contenido general es precisamente lo que Platón determina como la idea.” Feuerbach se sentiria devastado caso H. fosse vivo e o rebatesse com este parágrafo.

La otra especie, [la de lo pensado en el alma misma] es aquélla en que el alma parte de una hipótesis y recorre el camino hasta un principio libre de toda hipótesis, sin necesitar de las imágenes como en el primer caso y procediendo únicamente mediante las ideas mismas”

Aquellas figuras que los geómetras dibujan y describen y que se reproducen también ya en su sombra ya en las aguas, las emplean como otras tantas imágenes y tratan de conocer por ellas los originales, que sólo pueden ser vistos por medio de la inteligencia.”

mundo verdade, mundo-vedado.

Acima da ciência baconiana, o axioma; acima do axioma, a ontologia sábia.

Conhecimento que necessite e possa ser provado é um degrau muito inferior quando o assunto é Primeira Filosofia. Quando notamos a importância que os geômetras gregos tinham para Platão, notamos por que a matemática não pode ser considerada uma ciência moderna, embora seja o protótipo para todos os campos empíricos da atualidade. Além das formas e figuras abstratas, entretanto, jaz o que só aqueles capacitados para explorar o mundo-verdade podem acessar. É por isto que a comunicação do filósofo, do saber, não existe, a rigor, com os mortais (aprendizes); eles só podem se comunicar entre si, e quem queira se comunicar com eles deve se elevar. O legado deles é meramente para almas gêmeas, nunca para ‘o populacho’. Eles não enriquecem o mundo, quer dizer, pelo menos não diretamente.

ESCADA DO MUNDO-VERDADE À PURA REPRESENTAÇÃO: “— Comprendo algo, pero no lo bastante. Me parece que quieres afirmar que el conocimiento que de los seres inteligibles se adquiere por la dialéctica es más claro que el que se adquiere por medio de aquellas ciencias para las cuales las hipótesis son principios y están obligadas a valerse de la inteligencia y no de los sentidos, pero, como especulan a partir de supuestos y no se elevan hasta el principio absoluto, parece que no se da en ellas el pensamiento que se daría si se tratase de entes pensados según un principio. Me parece que llamas intelectivo al modo de proceder de la geometría y de las ciencias afines a ella, y de tal modo que ocupa un lugar intermedio entre la razón y la representación.

Has comprendido perfectamente mi pensamiento. Con arreglo a estas 4 distinciones, indicaré ahora cuáles son las 4 maneras de comportarse del alma: el pensamiento comprensivo tiende a lo supremo; la inteligencia a lo segundo; lo tercero se llama fe [onde estaria o método científico moderno no nosso esquema], la última es el saber figurado [la opinión]. Ordénalas según su mayor o menor evidencia, según que sus objetos participen más o menos de la verdad.”

Los antiguos daban a la lógica el nombre de dialéctica, cuya incorporación atribuyen expresamente a Platón los antiguos historiadores de la filosofía. No se trata de una dialéctica como la que vimos más arriba, al tratar de los sofistas, que sirva para embrollar todas las representaciones, sino que esta primera rama de la filosofía platónica es la dialéctica que se mueve a través de conceptos puros”

Engraçado como até agora As Leis não estão nem en passant no escopo das lições de H.! P.S.: E realmente ficaram de fora, como se fosse obra não-canônica!

El Timeo completábase con el Critias en el sentido de que mientras el primero trataba del origen especulativo del hombre y de la naturaleza, el Critias pretendía ofrecer la historia ideal de la formación del hombre, una historia filosófica del género humano, que era lo que aspiraba a ser la historia antigua de los atenienses, tal y como se conservaba entre los egipcios; pero sólo la primera parte de este diálogo ha llegado a nosotros. Si a La República y el Timeo añadimos el Parménides, tenemos en estos diálogos juntos, en realidad, todo el cuerpo de la filosofía platónica.”

PREVENÇÕES CONTRA O NIILISMO (Emergindo do reino das sombras): “Por eso Platón, en su República VII, aconseja que los ciudadanos sólo sean admitidos a la dialéctica a los 30 años cumplidos, ya que alguno podría convertir por su medio en algo ignominioso las cosas bellas escuchadas a los maestros.”

DEPOIS QUE O PUPILO JÁ SE ACOSTUMOU À CLARIDADE: “Lo general se determina, por tanto, como aquello en que se disuelven y se han disuelto ya las contradicciones y, por tanto, como lo concreto de suyo; por donde este levantamiento [suspensão] de las contradicciones es lo afirmativo.”

Esta dialéctica especulativa, que arranca de él, es, por tanto, lo más interesante, pero también lo más difícil en las obras de Platón; es, así, lo que generalmente no se llega a conocer cuando se estudian las obras de este autor.” Especulativo é um nome horrível que está manchado, para um processo tão nobre!

SAPO NO TENNEMANN: “Apenas puede concebirse mayor ausencia de espíritu en un historiador de la filosofía, que el no ver, tratándose de una figura tan gigantesca como ésta, sino lo que concuerde con el modo de ver de quien hace la historia.”

La grandeza verdaderamente especulativa de Platón, aquello por lo que hace época en la historia de la filosofía y, por tanto, en la historia universal, consiste en haber determinado y precisado lo que es la idea: este conocimiento estaba llamado, en efecto, a ser, a la vuelta de algunos siglos, el elemento fundamental en la fermentación de la historia universal y en la nueva estructuración del espíritu humano.”

CONSTRUÇÃO DO MUNDO-VERDADE NO SEIO DO MUNDO DAS APARÊNCIAS: “[Platão,] en general, concibe lo absoluto como la unidad del ser y el no-ser en el devenir, según dice Heráclito, como la unidad de lo uno y lo múltiple. Además, Platón incorpora a la dialéctica objetiva de Heráclito la dialéctica eleática, que consiste en la acción exterior del sujeto encaminada a poner de manifiesto la contradicción, de tal modo que la mutabilidad externa de las cosas es sustituida ahora por su trueque interior en sí mismas, es decir, en sus ideas, que son, aquí, sus categorías.” “Los sofistas limítanse a considerar lo fenoménico, cuya sede es la opinión: también ellos toman, pues, como base evidentemente pensamientos, pero no los pensamientos puros o lo que es en y para sí. § Es éste uno de los motivos que hacen que algunos salgan insatisfechos del estudio de las obras platónicas. Cuando comienza uno a leer uno de estos diálogos, encuentra en esta manera libre de expresarse de Platón bellas escenas naturales, una maravillosa introducción que promete guiarnos a la filosofía —a la más alta de todas, a la filosofía platónica— a través de praderas cubiertas de flores. Descubrimos aquí cosas sublimes, cosa de la que gusta siempre mucho la juventud; pero esta primera impresión no tarda en desaparecer.” Hahaha, estranha coincidência com a crítica que Platão põe na boca de Sócrates sobre o nous de Anaxágoras!

al llegar al campo de lo verdaderamente dialéctico y especulativo, el lector tiene que marchar por ásperos y empinados senderos, dejándose pinchar por las espinas de la metafísica.”

De las más profundas investigaciones dialécticas, Platón pasa de nuevo a las representaciones y las imágenes, a la pintura de escenas en que aparecen dialogando unos cuantos hombres sutiles e ingeniosos: tal, por ejemplo, en el Fedón, modernizado por Mendelssohn y convertido en metafísica wolffiana; el comienzo y el final de este diálogo son hermosísimos, sublimes, mientras que en el cuerpo central impera la dialéctica.”

AH, O AGRIDOCE! “Así, pues, para recorrer los diálogos de Platón tienen que darse estados de espíritu muy heterogéneos y quien se entregue al estudio de ellos debe dar pruebas de una gran independencia de espíritu ante los diversos intereses. Quien lea estos diálogos movido exclusivamente por el interés de la especulación, pasará por alto lo que pasa por ser lo más bello; en cambio, quien proceda tan sólo por el interés de elevarse a lo sublime, por motivos edificantes, etc., omitirá lo especulativo, como algo inadecuado a su interés. Le ocurre a uno como a aquel joven de la Biblia que había hecho esto y lo otro y que preguntaba a Cristo qué debía hacer para seguirle. Pero, cuando el Señor le ordenó: despréndete de tus cosas y entrégalas a los pobres, el joven se retiró triste y cariacontecido, pues no era aquello lo que él había creído que debía hacer. Lo mismo les ha ocurrido a muchos con la filosofía: se han dedicado a estudiar a Fries¹ y Dios sabe a quién más. Sienten el pecho rebosante de lo verdadero, lo bueno y lo bello, querrían conocerlo y poder contemplar lo que debe hacer el hombre; pero de lo que su pecho está rebosante es sólo de buena voluntad.”

¹ Figura hoje completamente desconhecida. A não ser por estudos muito detalhistas, como a crítica de Kaufmann ao desastrado Popper! Esse tal Fries era um anti-semita deplorável, como se vê em https://seclusao.art.blog/2021/08/09/the-hegel-myth-and-its-method-ataque-a-popper-kaufmann-1959/.

cuando Platón habla de la justicia, de lo bello, de lo bueno o de lo verdadero, no muestra sus orígenes; esas ideas no aparecen como una conclusión, sino como una premisa directamente establecida.” Com efeito, Platão é tão à frente de seu tempo que hoje só podemos entendê-lo usando filósofos modernos de prefácio!

los diálogos (…) más difíciles de todos: nos referimos al Sofista, al Filebo y, sobre todo, al Parménides. [e não esqueça do Timeu]” “La condensación de las contradicciones en la unidad y la proclamación de esta unidad no aparecen en el Parménides, el cual llega, por tanto, al igual que aquellos otros diálogos, a un resultado más bien negativo. En cambio, esta unidad aparece proclamada claramente en el Sofista y también en el Filebo. § No obstante, la verdadera dialéctica, tal como queda esbozada, se contiene en el Parménides, la más famosa de las obras maestras de la dialéctica platónica.”

PARMÉNIDES: Observo que tú, al igual que Aristóteles, te ejercitas, platicando, en determinar dónde reside la naturaleza de lo bello, de lo justo, de lo bueno y de cada una de estas ideas. Este intento tuyo es bello y divino. Pero procura extenderte y ejercitarte más aún en estos al parecer inútiles juegos de palabras, como las gentes los llaman, mientras seas aún joven, pues de otro modo se te escapará la verdad.

SÓCRATES: ¿En qué consiste esta clase de ejercicios?

PARMÉNIDES: Me gustó ya de ti el que dijeses antes que no se debía uno detener en el examen de lo sensible y de sus ilusiones, sino fijarse en aquello que sólo capta el pensamiento, lo único que es.”

en el devenir se contienen en inseparable unidad el ser y el no ser; y, sin embargo, aparecen aquí, al mismo tiempo, como cosas distintas, pues el devenir sólo existe cuando lo uno se trueca en lo otro.”

O UM É A LUZ (ONDA E PARTÍCULA): “no devir se contêm em inseparável unidade o ser e não-ser; e, no entanto, aparecem aqui, ao mesmo tempo, como coisas distintas, pois o devir só existe quando o um permuta com o outro.”

Hegel se embaralha metendo Deus no bagulho do Um!

O único espelho do mundo é o mundo mesmo.

Portanto, desça do púlpito e volte ao mundo-verdade verdadeiro!

Perceba o que deixaste para trás na primeira olhada abstrato-panorâmica do cenário!

Platón refuta, de este modo, de una parte lo sensible y, de otra parte, las ideas mismas.”

La primera de estas concepciones es la que más tarde se llamará materialismo, a saber: que lo sustancial no es otra cosa que lo corporal y que sólo tiene realidad lo que puede tocarse con las manos, como los árboles y las piedras.” “Lo segundo contra lo que se manifiesta Platón es la dialéctica de los eléatas y su tesis (…) sólo el ser es; el no ser no es, en absoluto.” H. o diz porque não compreendeu Parmênides.

En el Filebo investiga Platón la naturaleza del placer. El problema principal que aquí se plantea es el de la antítesis entre lo infinito y lo finito, o entre lo ilimitado y lo limitativo.” “Lo infinito es lo carente de forma; la forma libre como actividad es lo finito, que encuentra en lo infinito la materia para realizarse. De este modo, Platón determina el placer de los sentidos como lo ilimitado, que no se determina; sólo la razón es la determinación activa.”

Platón maneja, pues, 4 determinaciones: la 1ª es lo ilimitado, lo indeterminado; la 2ª lo limitado, la medida, la proporción, de que forma parte la sabiduría; la 3ª, la mezcla de las 2 anteriores, el producto; la 4ª, la causa. Ésta es, en sí misma, la unidad de lo distinto, la subjetividad, el poder sobre las contradicciones, lo que tiene la fuerza para soportar las contradicciones dentro de sí; sólo lo espiritual tiene esta fuerza para soportar dentro de sí la contradicción, la suprema antítesis: lo corporal débil perece tan pronto se ve abordado por otro factor más fuerte.” Este é realmente o diálogo mais truncado de ler, dentre os não-matemáticos!

Cuando Platón habla, en estos términos, de lo bello y lo bueno, se trata de ideas concretas; o, mejor dicho, de una idea solamente. Pero, para llegar a estas ideas concretas, hay todavía un gran trecho que recorrer, si arrancamos de abstracciones tales como el ser, el no-ser, la unidad, la pluralidad. Ahora bien, aunque Platón no desarrolle estos pensamientos abstractos, devanando la madeja [o emaranhado] más y más hasta llegar a la belleza, la verdad y la moralidad, ya en el conocimiento de aquellas determinaciones abstractas se contienen, por lo menos, el criterio y la fuente de lo concreto. § El Filebo nos ofrece, pues, esta transición a lo concreto, al exponerse aquí el principio de la sensación, el principio del placer.” Esclarecimentos paupérrimos de sua parte, H.. Aposto que encontrá-los-ei aperfeiçoados nos comentários de minha própria tradução ao Filebo de janeiro do ano passado! Cf. https://seclusao.art.blog/2020/01/07/filebo-ou-dos-prazeres-da-inteligencia-e-do-bem/

Mucho fue lo que Platón tomó de los pitagóricos, aunque no sea posible discernir hoy, exactamente, cuánto pertenece a sus predecesores y cuánto fue puesto por él de su propia cosecha. Ya hubimos de observar que el Timeo es, en rigor, la refundición de una obra compuesta por un pitagórico. Es cierto que algunos intérpretes excesivamente agudos han dicho que este diálogo es sólo un extracto hecho por un pitagórico de una obra más extensa de Platón; pero la primera hipótesis es la más probable. § El Timeo ha sido considerado siempre como el más difícil y oscuro de los diálogos platónicos. Sus dificultades y oscuridades estriban, en parte, en la mescolanza externa, ya observada, del conocer comprensivo y el representarse, y en seguida veremos cómo se mezclan en el diálogo los números pitagóricos” “lo que en seguida llama nuestra atención es que Platón interrumpa varias veces el hilo de su exposición y, a veces, parezca volver atrás y empezar de nuevo por el principio. Esto ha movido a ciertos críticos, por ejemplo al mismo Augusto Wolf y a otros que no saben abordar el problema filosóficamente, a ver en el Timeo un conglomerado y una compilación de fragmentos o de varias obras distintas, compaginadas tan sólo desde un punto de vista externo, o donde aparecen incorporados a la obra platónica muchos elementos extraños.” “Sin embargo, aunque la ilación de la obra no sea muy metódica (y el propio Platón da, de vez en cuando, disculpas al lector por estas complicaciones), hemos de ver, en su conjunto, cómo el desarrollo del tema sigue, aquí, un curso necesario y cuál es el profundo fundamento interior que impone, varias veces, el retorno al punto de partida.”

AFUNDA DO NADA NA TEOLOGIA / A FUNDA NO NADA DA TEOLOGIA (Prepare-se para imergir na floresta amazônica de citações verdes por um tempo)! “Eso de que Dios no conoce la envidia es, evidentemente, un pensamiento grande, bello, verdadero y candoroso.” “El pensamiento platónico, en este punto, raya a mayor altura que la concepción de la mayoría de los pensadores modernos, quienes, al decir que Dios es un Dios abscóndito, un Dios no revelado, del cual, por tanto, no es posible saber nada, atribuyen también a la divinidad el atributo de la envidia.” “Pero esta humildad es un crimen y un pecado contra el Espíritu Santo.”

“‘Como el universo había de ser corpóreo, visible y tangible, y sin fuego no es posible ver nada, ni sin algo sólido, sin tierra, no es posible tocar nada, Dios creó antes de nada el fuego y la tierra.’ Véase de qué modo tan simplista introduce Platón estos extremos de lo sólido y lo animado. ‘Pero dos cosas solas no pueden unirse sin una tercera, sino que tiene que existir un nexo entre ellas que las mantenga en cohesión’—es ésta una de las expresiones puras de Platón—; ‘ahora bien, el más bello de los nexos es aquel que se convierte en suprema unidad a sí mismo y, con él, a lo que mantiene unido.’ Es éste un juicio muy profundo, en el que va implícito el concepto; el nexo es lo subjetivo, lo individual, el poder que trasciende sobre lo otro y se identifica con ello.” Ok, me lembrem depois que nunca mais devo usar H. como guia de leitura novamente! De fato, H. emulará esse estilo por toda sua obra clássica que publicou em vida…

Al convertirse la del centro en la primera y en la última y la última y la primera, a su vez, ambas en centrales, tendremos que todas ellas son necesariamente la misma; ahora bien, si se convierten en la misma, todas ellas serán una.” Ok, hora de ir para o quarto!

Esta dirección de que Platón parte es una conclusión que conocemos de la lógica; se presenta bajo la forma de un silogismo corriente, pero en el que se contiene, por lo menos externamente, toda la racionalidad de la idea.”

HEGELICES & CABALAGENS, CABALICES & HEGELAGENS: “Es ilícito,¹ por tanto, hablar mal de la conclusión y no reconocerla como la forma absoluta suprema;² en cambio, hay razón para rechazar la conclusión intelectiva.³”

¹ E vai fazer o quê, me prender?

² Esse é o tipo de coisa que fazia de H. um priápico de primeira linha!

³ H. sempre refuta (simplesmente alega que é ilícito) tudo aquilo que não pode acoplar a seu sisteminha ESTATAL…

ZZZZZZZ: “Es así como los Padres de la Iglesia descubren en Platón la idea de la Trinidad, que se esfuerzan en captar por medio del pensamiento y en probarla; en realidad, la verdad responde, en Platón, a la misma determinación que la Trinidad. Pero, desde Platón, estas formas permanecieron baldías por espacio de 2 mil años, pues no se incorporaron a la religión cristiana como pensamientos; más aún, se las vio como nociones recibidas sin razón alguna, hasta que en estos últimos tiempos se ha comenzado a comprender que en estas determinaciones se encierra un concepto y que de este modo es posible llegar a conocer la naturaleza y el espíritu.” “y el número 4, que aquí aparece, es un número fundamental en la naturaleza.”

Podríamos, pues, poner de manifiesto en estas representaciones la confusión en que Platón incurre; pero no es eso lo que interesa aquí, sino simplemente hacer ver qué es lo que él reputa como lo verdadero.” Sí, pues lo que interesa acá es refrendar mi punto de vista!

Cuando nosotros decimos: ‘Dios, lo absoluto, es la identidad de lo idéntico y de lo no idéntico’, hay quien pone el grito en el cielo clamando ¡barbarie!, ¡escolasticismo! Gentes que hablan en este tono tan despectivo son capaces de poner por las nubes a Platón; y, sin embargo, éste determina del mismo modo lo verdadero.”

Dios, mezclando lo idéntico y lo otro con la esencia y haciendo de los tres uno, divide de nuevo este todo en partes, en tantas como juzga conveniente.”

Ahora bien, el modo de clasificación de esta subjetividad contiene los famosos números platónicos, cuyos orígenes han de buscarse, sin duda alguna, en los pitagóricos, en torno a los cuales han desplegado grandes esfuerzos los pensadores antiguos y los modernos e incluso el propio Keplero, en su Harmonía mundi, pero sin que nadie llegase a comprenderlos exactamente.” Convenhamos: nem os pitagóricos entendiam a si mesmos, trabalho inútil aqui!

El estudio más a fondo que acerca de él poseemos es el de Böckh, Über die Bildung der Weltseele im Timäos des Platón, que figura en el tomo tercero de las investigaciones de Daub y Creuzer (pp. 66ss ).” NÃO, OBRIGADO.

pasamos por alto, aquí, cómo determina las figuras de los elementos y las combinaciones de los triángulos” Agradecido!

Se ha querido hacer de Platón el santo patrono de los estados de entusiasmo y arrobamiento; pero ello es, como vemos, completamente falso.” Platão atribui as adivinhações e as profecias apenas à parte ‘má’ do organismo, a jocosa, a excretória, particularmente o fígado, na anatomia de seu tempo; daí a fascinação da consulta às vísceras de animais, entre os antigos, e, em todos os tempos, a fascinação pelos padrões aleatórios e gesltálticos (mais propriamente falta de qualquer padrão) das borras do café, etc.

(RE)VOLTANDO À REPÚBLICA: “y reconocía y proclamaba que la naturaleza moral (la libre voluntad en su carácter racional) sólo podía llegar a imponer sus derechos y cobrar realidad dentro de un verdadero pueblo.” O qual ainda não presenciamos na Terra.

Obviamente, aqui começa a exposição a dos erros de H. a olho nu, confundindo eternamente cultura e natureza, principalmente o estado de natureza ou direito natural, concepções arbitrárias e no entanto universais no tempo de H.. Naturalizando (fetichizando, Marx) o Estado jurídico-moderno, imaginando a natureza enquanto oposto da cultura letrada e filistéia exatamente como esse puro arbitrário e negativo pertencente aos primórdios do homem (sempre uma inferência nesses autores, sem qualquer base) que em realidade já vemos hoje como o próprio jogo de forças inútil e paralisante dos Estados-nações. H. serve no máximo como cura de um ultra-romantismo desenvolvido após a leitura descuidada de Rousseau, mas sua Teoria do Estado chega a ser tão fabulosa quanto qualquer outra meta-narrativa antitética do período.

Estamos acostumbrados a partir de la ficción de un estado natural, el cual no es, en realidad, un estado del espíritu, de la voluntad racional, sino de los animales entre sí. Por eso Hobbes observaba, con razón, que el verdadero estado de naturaleza es la guerra de todos contra todos.” Como pode demonstrar tamanha lucidez ao mesmo tempo em que diz que o que vê (um número 4 gigantesco!) é tudo menos aquilo que vê (um 5 indesmentível)?!? Pois é isso que Hegel faz nessa passagem: reconhece que o estado natural é mero folclore, mas dá razão ao folclorista Hobbes! Animais não vivem em guerra; a cadeia alimentar não pode ser comparada ao instituto-cultura humano(a) do conflito organizado. Essa analogia é desastrosa. Nada há de qualitativamente diferente entre o homem pré-histórico e nós. A estrondosa ingenuidade hegeliana se torna mais palpável quando se percebe seus 2 componentes principais: um biologismo rústico aplicado a um humanismo muito mal-concebido e distorcido (excessivamente confiante no Direito, no direito burguês, que é o mesmo que cria a ilusão do indivíduo livre, que ele tanto ataca como concepção desviante da legitimidade coletiva do Estado!), posto que estruturado à imagem e semelhança daquele primeiro, ainda que, nas piruetas sucessivamente negadoras do ‘Espírito’, pareça sua brilhante correção, i.e., o contrário.

Por eso se ha formulado acerca de La República de Platón el juicio de que su autor traza en ella el llamado ideal de una constitución política, que queda luego como un sobrenombre proverbial, en el sentido de que esta concepción no pasa de ser una quimera, que puede, sin duda, pensarse y que sería también, tal como Platón la describe, excelente y verdadera, e incluso realizable, pero sólo a condición de que los hombres fuesen excelentes, como tal vez puedan serlo en la luna, pero no como son los de la tierra, con respecto a los cuales es irrealizable.” Esse juízo de H. é correto: realmente é assim que a República é vista genericamente; e claro está que não pode ser chamado de um tratado político (empírico), muito menos ainda de uma projeção de um ESTADO IDEAL! Esse é, porém, um preconceito entranhado demais para se desfazer a essa altura. Enxergá-lo como um tratado ético do e para o filósofo, sem para isso tocar em nada que seja do Estado, é o mais raro entre nós.

HEGEL MIRAVA NOUTRO ALVO QUANDO ACERTOU COM A DESCRIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA ATUAIS: “Aunque este tipo de hombre se dé en los monjes o en los cuáqueros o en otras gentes piadosas por el estilo, un puñado de hombres de éstos jamás sumará un pueblo, del mismo modo que los piojos o las plantas parasitarias no pueden existir por sí solos, sino solamente adheridos a un cuerpo orgánico. Si tales gentes constituyeran un pueblo, se acabarían esa mansedumbre de cordero, esa vanidad que no sabe ocuparse más que de la propia persona y del cuidado de ella, teniendo siempre delante la imagen y la conciencia de su propia bondad.”

Por consiguiente, La República de Platón sería una quimera, no porque la humanidad no fuese demasiado buena para ella, sino porque esta bondad de los hombres sería excesivamente mala para ese ideal.” “La superficie de lo moral, la conducta de los hombres, deja mucho que desear, mucho en ella podría ser mejor; los hombres serán siempre viciosos y corrompidos, pero eso no es la idea.” “Lo temporal, lo perecedero, existe, indudablemente, y no cabe duda de que puede ser fuente de grandes problemas y dificultades; pero, a pesar de ello, no se trata de una verdadera realidad, como no lo son tampoco la particularidad del sujeto, sus deseos y sus inclinaciones.”

Por lo que a esta observación se refiere, debe tenerse presente la diferencia que más arriba señalábamos, [incrivelmente parece que não foi uma total perda de tempo toda aquela exposição do Timeu!] al tratar de la filosofía platónica de la naturaleza: el mundo eterno, como el Dios bienaventurado en sí, es la realidad, no en el más allá, no en la otra vida, sino en el mundo presente considerado en su verdad, y no del modo que se ofrece a los sentidos de quienes lo ven, lo escuchan, etc. Si consideramos así el contenido de la idea platónica, veremos que Platón expone, en realidad, la moralidad de los griegos en su modo sustancial, pues es la vida del Estado griego¹ y no otra lo que forma el verdadero contenido de La República de Platón. Platón no es hombre que se pierda en teorías y principios abstractos; su espíritu verdadero sabe reconocer y exponer lo verdadero.”

¹ Só um ligeiro corretivo: a vida dos espartanos, no máximo.

Nadie puede saltar por encima de su tiempo; el espíritu de su tiempo es también su espíritu; pero de lo que se trata es de reconocerlo con arreglo a su contenido.”

Los hombres no permanecen tal y como son, sino que cambian, se hacen de otro modo: y lo mismo acontece con sus constituciones; se trata de saber cuál es la verdadera constitución que se debe dar a un pueblo, como se trata, en otro orden de cosas, de saber cuál es la verdadera ciencia de la matemática u otra cualquiera, y no de si los niños o los muchachos deben poseer ahora esta ciencia, ya que antes de nada es necesario educarlos para que sean capaces de asimilársela.

Así, pues, el pueblo histórico hace surgir siempre la verdadera constitución, la que cuadra a sus necesidades. Con el transcurso del tiempo todo pueblo tiene que someter su constitución vigente a los cambios necesarios para ponerla cada vez más a tono con la verdadera.”

Cuando el en sí, que la constitución le presenta como verdadero, ya no es verdad, cuando son distintos su conciencia o el concepto y su realidad, el espíritu del pueblo se convierte en una esencia desgarrada y dividida. Pueden, entonces, ocurrir 2 cosas: o que el pueblo rompa, con una explosión interior y más poderosa, este derecho que se empeña en seguir rigiendo o que vaya modificando, tranquila y lentamente, el derecho, la ley vigente, cuando dejan de corresponder a la verdadera costumbre, cuando el espíritu se sale ya de sus marcos. O bien que no tenga la inteligencia y la fuerza necesarios para ello, sino que siga ateniéndose a la ley inferior, o que otro pueblo haya alcanzado una constitución superior, haciéndose con ello un pueblo mejor, en cuyo caso aquél dejará de ser un pueblo y tendrá, necesariamente, que sucumbir ante éste.” Torçamos para que o Brasil (um não-povo) seja anexado por um povo melhor! Aqui temos que relativizar qualquer implicação de “destino manifesto” do historicismo hegeliano…

las instituciones desaparecen, se pierden, no se sabe cómo: cada cual se resigna a la suerte de ver cómo se pierden sus derechos. Y el gobierno debe saber cuándo ha llegado ese momento; si, ignorando lo que es la verdad, se aferra a las instituciones temporales, si toma bajo su protección lo que rige de un modo no esencial frente a lo esencial (y lo que esto es va implícito en la idea), llegará un momento en que caerá bajo los embates incontenibles del espíritu, y la desintegración del gobierno hace que se desintegre el propio pueblo: surge un nuevo gobierno, o bien se imponen el gobierno anterior y lo no esencial.”

La determinación que se enfrenta a esta actitud sustancial de los individuos ante la costumbre es la libre voluntad subjetiva de los individuos, la ética, es decir, el que los individuos no obren movidos del respeto y el temor a las instituciones del Estado, de la patria, sino por su propia convicción, adoptando una decisión, después de haber meditado éticamente, y obrando en consecuencia.”

Pues bien, Platón supo captar y concebir el verdadero espíritu de su mundo y desarrollarlo con arreglo al preciso criterio de hacer imposible este nuevo principio en su República. Platón abraza, pues, un punto de vista sustancial, en cuanto toma como base lo sustancial de su tiempo; sin embargo, ese punto de vista sólo es relativamente sustancial, ya que es solamente un punto de vista griego y el principio posterior es conscientemente postergado.” Indefinidamente.

Platón no predica moral; limítase a poner de relieve cómo lo moral arraigado en las costumbres vive y se mueve dentro de sí mismo; pone de manifiesto, por tanto, sus funciones, sus entrañas.”

Enumera 3 estamentos: a) el de los gobernantes, los sabios, los instruidos; b) el de los guerreros; c) el de los que se dedican a satisfacer las necesidades, o sean los agricultores y los artesanos.”

Al primer estamento da también Platón el nombre de los guardianes; son los estadistas, de formación esencialmente filosófica, los depositarios y poseedores de la verdadera ciencia; los guerreros aparecen a su lado como ejercicio [exército?], pero de tal modo que no se separen el estamento civil y el militar, sino que ambos aparezcan unidos, siendo los guardianes los más antiguos.” Raro caso em que um militar se torna algo melhor no futuro, e não o contrário, pois bate continência ao seu superior!

En seguida, Platón pasa a exponer una serie de normas de detalle, algunas de ellas bastante mezquinas y de las que habría sido mejor que hubiese prescindido: así, por ejemplo, establece incluso títulos especiales para el primer estamento, habla de cómo deben comportarse las amas, etc.” Ora, Hegel! Mas este é o espírito grego – o que você queria que ele descrevesse? Comércio exterior? Vida monacal? Também não sei sobre a Prússia dos 1700, mas até para o proto-feminista Platão as amas deveriam ser educadas como qualquer outro cidadão!

DAS QUATRO VIRTUDES

A primeira virtude da República, obviamente: a sabedoria, monopólio da minoria no píncaro da formação estratificada.

La segunda virtud es la valentía, que es, según la define Platón, la firmeza en la afirmación de las opiniones justas y conformes a la ley, sin dejarse llevar de ninguna clase de temores y sin que el fuerte ánimo vacile por las sugestiones de los apetitos o los placeres. Esta virtud es la que corresponde al estamento de los guerreros.” Fecho do Laques, que havia chegado apenas a uma conclusão negativa, no senso hegeliano.

la templenza [ou terceira virtude] (…) es, además, en rigor, la virtud propia del tercer estamento, del que tiene por cometido satisfacer las necesidades materiales y realizar el trabajo necesario para ello, si bien a primera vista no parece ser la virtud propia de este estamento.” “Pues bien, el trabajo es precisamente este momento de la actividad limitada a lo individual, pero que se retrotrae a lo general y tiende a ello. Por tanto, aunque también esta virtud sea general, tiene su campo especial de acción en el tercer estamento, en el cual sólo debe reinar, de momento, la armonía, aun cuando no se manifieste en él la armonía absoluta que los demás estamentos llevan de suyo.”

La cuarta y última virtud es la justicia, en torno a la cual gira todo desde un principio. En el Estado, esta virtud consiste (como honradez) en que cada uno se preocupe solamente de una cosa, que se refiere al Estado, para lo que le haga especialmente apto su naturaleza, de tal modo que cada cual se dedique, no a muchas cosas, sino a las que a él le competen: jóvenes y viejos, muchachos y mujeres, libres y esclavos, artesanos, autoridades y gobernados.” “es ella, la justicia, la que infunde a las otras 3, a la templanza, a la valentía y a la sabiduría la fuerza necesaria para que existan y puedan mantenerse.” Sabedoria não é nada sem valentia. Valentia não é nada sem temperança. E temperança não é nada sem justiça.

De donde se deduce, en segundo lugar, que Platón no entiende por justicia precisamente el derecho de propiedad, como suele entenderse en la jurisprudencia, sino el estado en que el espíritu, en su totalidad, impone su derecho como la existencia de su libertad.”

Donde se deduz, em 2º lugar, que Platão não entende por justiça precisamente o direito de propriedade, como sói se entender na jurisprudência, senão o estado em que o espírito, em sua totalidade, impõe seu direito como a existência de sua liberdade.”

Es cierto que también en él nos encontramos con leyes acerca de la propiedad, de la policía, etc.; ‘pero no vale la pena prescribir leyes acerca de esto a hombres bellos y nobles’. Y, en realidad, ¿cómo descubrir leyes divinas acerca de esto allí donde la materia no contiene en sí más que contingencias?”

No momento em que é preciso começar a ensinar que não se devem cometer homicídios, já não há nobreza e justiça no coração dos homens. No momento em que se codificam as horas de lazer e as vestimentas, já nada há. Nem mesmo merece-se o qualificativo de escravo nessa situação.

¿no se inflama inmediatamente su cólera y no se pone al lado de lo que cree ser justo? Y por más hambre, frío o cualquier otro mal trato que haya de padecer, todo lo padece y no cesa en sus nobles esfuerzos hasta que ha obtenido satisfacción o ha encontrado la muerte, o la razón, siempre presente en nosotros, le ha apaciguado como un pastor tranquiliza a su perro.”

La cólera corresponde al estamento de los valientes defensores del Estado: cuando éstos, para defender la razón del Estado, echan mano de las armas, la cólera asiste a la razón, siempre y cuando que no se halle corrompida por una mala educación.”

Tal es, pues, el modo como Platón presenta la disposición del conjunto; el modo como la desarrolla es, simplemente, un detalle carente de interés.”

¿cómo consigue Platón que cada cual haga su propio ser del asunto que le está destinado y que este asunto se convierta en la actividad y la voluntad morales de los individuos todos; que cada cual abrace, con arreglo a la templanza, el puesto que le corresponde?

Lo fundamental es educar a los individuos para ello. Platón aspira a producir esta costumbre directamente en los individuos y sobre todo en los guardianes, cuya formación es, por tanto, la parte más importante y la base de todo. Estando encomendado a los guardianes precisamente el cuidado de producir esta costumbre mediante la conservación de las leyes, éstas deben preocuparse también, muy especialmente, de la educación de los gobernantes, así como de la de los guerreros. En cambio, al Estado no le preocupa gran cosa lo que ocurra en el estamento de la industria, ‘pues no es ninguna desgracia para el Estado el que los zapateros remendones sean malos y corrompidos y sólo aparenten lo que debieran ser, en realidad’.”

* * *

En aquel tiempo se empezaba ya, en efecto, a tomar en serio lo relacionado con la fe en Júpiter y en las historias homéricas”

En una determinada fase de la formación del hombre son inocuas las fábulas infantiles; pero cuando se trata de hacer de ellas la base de la verdad de lo moral, de tomarlas por leyes actuales —como ocurre en los escritos de los israelitas, en el Antiguo Testamento, en la exterminación de los pueblos como pauta del derecho de gentes, en las innumerables infamias cometidas por David, el hombre de Dios, y en las crueldades que el sacerdocio perpetra y hace valer a través de Samuel contra Saúl—, entonces, ha llegado el momento de reducir esas fábulas al papel de algo pasado, de rebajarlas al nivel de algo puramente histórico.”

Em uma determinada fase da formação do homem são inócuas as fábulas infantis; mas quando se trata de fazer delas a base da verdade do moral, de tomá-las por leis atuais – como ocorre nos escritos dos israelitas, no Antigo Testamento, na exterminação dos povos como pauta do direito das gentes, nas inumeráveis infâmias cometidas por Davi, o homem de Deus, e nas crueldades que o sacerdócio perpetra e faz valer através de Samuel contra Saul –, aí então é chegado o momento de reduzir essas fábulas ao papel de algo passado, de rebaixá-las ao nível de algo puramente histórico.”

Las costumbres no deben ser independientes de las instituciones; es decir, las instituciones no deben dirigirse simplemente a las costumbres por medio de establecimientos educativos, de la religión, etc. Las instituciones deben considerarse como lo primordial, como aquello que hace nacer las costumbres, ya que éstas no son sino el modo como cobran las instituciones una existencia subjetiva. El propio Platón da a entender hasta qué punto espera encontrar contradictores. Y todavía hoy se suele encontrar como defecto suyo el de ser demasiado idealista: sin embargo, si algún defecto cabe encontrarle es, cabalmente, el de no ser lo bastante idealista.” O que Hegel quer dizer é: Platão tem consciência de que nenhum Estado subsiste historicamente desta forma pela eternidade; há um apogeu, e há uma decadência, por mais que se tente preservar os costumes mediante as instituições, e as instituições espelhadas nos costumes.

así, se limita a considerar cuál es la mejor organización del Estado, sin preocuparse en lo más mínimo de la individualidad subjetiva.”

Platón no permite al individuo elegir un estamento, cosa que para nosotros es un postulado inseparable de la libertad. No es, sin embargo, el nacimiento lo que separa entre sí los estamentos y destina a ellos a los individuos: cada cual es examinado por los regentes del Estado, como los más viejos del primer estamento, que son los encargados de educar a los individuos y, según sus dotes y aptitudes naturales, aquéllos se encargan de hacer la selección y clasificación correspondiente, asignando a cada individuo al estamento que, a su juicio, le corresponda. (Rep. III)”

Como no sirves para nada mejor, te dedicarás a la profesión de artesano.” (guardião)

Me dedicaré a estudiar.” (pensamento – e liberdade subjetiva – moderno(a))

SEMPRE ESSA PATACOADA LIBERALÓIDE: “No se nos dice, sin embargo, cómo en el desarrollo de la industria tendrán los hombres un incentivo que los mueva a desplegar sus actividades si se les priva de toda esperanza de llegar a adquirir una propiedad privada, toda vez que el hecho de ser una persona activa y laboriosa lleva ya implícita mi aptitud para adquirir propiedad.”

Por la misma razón, declara Platón abolido, por último, el matrimonio, por ser una unión en que una persona de un sexo se entrega a otra del sexo contrario en permanente vinculación, y ésta a aquélla, incluso al margen de las relaciones puramente naturales. Platón no permite que en su Estado se manifieste la vida familiar—peculiar institución en que la familia es considerada como un todo—, pues la familia no es sino la personalidad ampliada

Platón (…) hace que el Estado arrebate a las madres sus hijos inmediatamente después de nacer, los reúna en un establecimiento especial, los nutra por medio de amas salidas de entre las madres que acaban de dar a luz, y los someta a una educación común, de tal modo que ninguna madre pueda reconocer a su propio hijo.”

La mujer, cuyo destino esencial es la vida de familia, carece aquí de este terreno natural para desenvolverse. Resultado de ello, en La República platónica, es que, al ser abolida la familia y no pertenecer las mujeres a la casa, éstas dejen de ser personas privadas y se vean enteramente equiparadas al hombre como el individuo general dentro del Estado.”

SIM & NÃO: “Lo opuesto al principio platónico es el principio de la libre y consciente voluntad del individuo, principio que más tarde habría de colocarse a la cabeza con Rousseau, y según el cual la libre voluntad del individuo como tal, su afirmación, es algo necesario.”

lo que es bello en lo sensible es precisamente espiritual. Tal es, en efecto, su idea estética, como su idea en general. Así como la esencia y la verdad de lo que se manifiesta es la idea en general, así también la verdad de lo bello en sus manifestaciones es, precisamente, esta idea.”

Pero este algo general no conserva tampoco la forma de la generalidad, sino que lo general es el contenido que tiene como forma el modo sensible; y en esto precisamente estriba la determinación de lo bello. En la ciencia, lo general asume de nuevo la forma de lo general o del concepto; lo bello, en cambio, se presenta como una cosa real o como una representación en forma de lenguaje, qué es el modo en que lo real vive en el espíritu. La naturaleza, la esencia y el contenido de lo bello sólo pueden ser conocidos y enjuiciados por la razón, pues se trata del mismo contenido que tiene la filosofía. Pero, como la razón en lo bello [o a priori] se manifiesta también de un modo real, [no fenômeno] tenemos que también lo bello cae bajo el prisma del conocimiento. [sensibilidade]” Só repisa Kant e Schopenhauer com palavras do seu sistema, ou seja, está correto aqui!

Con lo dicho, queda expuesto el contenido fundamental de la filosofía platónica. El punto de vista de Platón es éste: en primer lugar, aparece la forma fortuita del diálogo, en el que aparecen hablando unos cuantos hombres nobles y libres, sin otro interés que el de la vida espiritual de la teoría; en segundo lugar, a medida que van ahondando en el contenido, descubren los más profundos conceptos y los más bellos pensamientos, como piedras preciosas con que se tropezase, no digamos en un desierto, pero sí, desde luego, en un camino seco y pedregoso; en tercer lugar, no encontraremos aquí ninguna conexión sistemática, aunque todo emane y fluya de un solo interés” Hegel ainda nos dá mais duas etapas, mas elas não nos interessam.

Nos separamos, con esto, de Platón, a quien abandona uno, en verdad, de mala gana. Al pasar a su discípulo Aristóteles nos gana aún más la preocupación de tener que ser demasiado prolijos, pues no en vano se trata de uno de los más ricos y profundos genios científicos que jamás hayan existido: un hombre que nunca ha podido ser igualado.”

Tendremos, por fuerza, que limitarnos a dar una noción general de su filosofía y señalar solamente, de un modo especial, hasta qué punto su filosofía desarrolló y llevó adelante la obra iniciada por el principio platónico, tanto en lo tocante a la profundidad de las ideas como en lo que se refiere a su extensión”

Sin embargo, aunque el sistema de Aristóteles no aparezca como desarrollado en sus partes partiendo del concepto mismo, sino que las partes se presentan las unas al lado de las otras, no cabe duda de que forman una totalidad de filosofía esencialmente especulativa.” E aí está seu maior defeito, que culmina em você.

Una razón para ser prolijo, tratándose de Aristóteles, la tenemos en que ningún otro filósofo ha sido objeto de tanta injusticia por parte de las tradiciones totalmente huérfanas de pensamiento que se mantuvieron al margen de su filosofía y que todavía se hallan a la orden del día hoy, a pesar de haber sido este pensador, durante largos siglos, el maestro de todos los filósofos.” “Y, mientras que a Platón se le lee mucho, el tesoro de la obra aristotélica permaneció poco menos que ignorado a lo largo de los siglos, hasta llegar a los tiempos más recientes, reinando en torno a él los más falsos prejuicios.” Totalmente ao revés! A Escolástica bebeu de Aristóteles; Platão era um anexo turvo para todo um milênio!

Es, por ejemplo, una opinión muy generalizada la de que la filosofía aristotélica y la platónica se enfrentan y oponen la una a la otra, concibiéndose ésta como basada en el idealismo y aquélla, por el contrario, como construida sobre el realismo, el realismo más trillado y trivial.Opinião generalizada corretíssima!

en Aristóteles, el alma es una tabula rasa, que recibe pasivamente sus determinaciones del mundo exterior: la filosofía aristotélica es, por tanto, empirismo, un lockeanismo

A los 17 años de edad, se trasladó Aristóteles a Atenas, donde permaneció por espacio de 20, en contacto con Platón. Tuvo, pues, la más propicia de las ocasiones para poder estudiar la filosofía platónica en sus propias fuentes. No importa que alguien diga que no acertó a entenderla”

Hermias, príncipe independiente, fue sojuzgado por un sátrapa persa, siguiendo la suerte de tantos otros príncipes absolutos y de tantas repúblicas griegas del Asia Menor; y no paró ahí su mala fortuna, pues fue enviado en calidad de prisionero a Jerjes, quien, sin más contemplaciones, lo mandó crucificar. Para no exponerse a una suerte semejante, Aristóteles huyó de aquellas tierras en unión de Pitias, una hija de Hermias, a la que hizo su esposa, refugiándose en Mitilene, donde vivió durante algún tiempo. Erigió a Hermias una estatua en Delfos, cuya inscripción ha llegado a nosotros; de ella se deduce que el desventurado príncipe cayó en poder de los persas por alevosía y a traición.”

Has de saber que he tenido un hijo; y doy gracias a los dioses, no tanto porque me lo hayan dado como porque lo hayan hecho nacer en esta época en que tú vives. Pues confío en que tus cuidados y tu sabiduría harán que sea digno de mí y de su futuro reino.”

en aquella corte, Aristóteles llegó a gozar del más alto de los favores y el respeto de Filipo, el monarca, y Olimpia, su consorte.”

Alejandro, cuando en medio de sus conquistas y hallándose ya muy dentro del Asia, se enteró de que Aristóteles había dado a conocer en obras especulativas (metafísicas) la parte acroamática [¿?] de su filosofía, le envió una carta reconviniéndole por dar a conocer al pueblo vulgar los frutos de los trabajos y las investigaciones de ambos; a lo que Aristóteles replicó que, a pesar de haberlos dado a conocer, esos resultados seguirían tan desconocidos como antes. (Aulo Gelio)”

[¿?] Refere-se ao mito – já comentado na seção sobre Platão – de que haja uma vertente esotérica (de elite, filosófica, propriamente dita) e outra popular ou vulgar de Aristóteles, em que a gente comum pudesse lê-lo e entendê-lo. A acromática seria esta “filosofia” vulgar (exotérica) para iniciantes. Talvez a origem do termo seja a constatação pejorativa de que esses trechos são sem cor e sem vida, inertes, desbotados? Hahaha! (acromatia: aquilo que não tem cor)

Lo que en la educación de este personaje puede ser atribuido a la enseñanza filosófica de Aristóteles es el haber sabido libertar interiormente sus talentos naturales, la peculiar grandeza de las dotes de su espíritu, elevándolas a un plano de completa independencia consciente de sí misma, como lo vemos comprobado mejor que por nada por sus propios fines y sus propios hechos. Alejandro alcanzó, en efecto, esa absoluta certeza de sí mismo que sólo da la intrepidez infinita de pensamiento y la independencia del espíritu con respecto a los planes especiales, pequeños y limitados para remontarse a la finalidad perfectamente general que lo animaba: la ambición de organizar el mundo en una vida y en un intercambio comunes y colectivos, mediante la fundación de Estados sustraídos a la individualidad contingente y fortuita.

Alejandro puso en práctica, de este modo, el plan que ya concibiera su padre sin haber podido llegar a realizarlo: el de colocarse a la cabeza de los griegos para vengar a Europa en el Asia y someter el Asia a Grecia; de tal modo que, así como al comienzo de la historia de Grecia los griegos habían marchado unidos en la guerra contra Troya, esta unión sirviese ahora de final y de remate al verdadero mundo helénico.” Tem certeza que os motivos de Filipe e Alexandre eram tão coletivos e étnicos e, o que é pior, alheios à própria dinastia? Seria único na História do Mundo, efetivamente.

Alejandro vengaba con ello, al propio tiempo, la perfidia y la crueldad cometidas por los persas contra Hermias, el amigo de Aristóteles. Pero, además, el monarca macedonio expandía la cultura griega por las tierras del Asia, en un intento para elevar al plano del mundo griego aquella trama salvaje, puramente negativa y desintegrada de la más alta tosquedad, aquel conjunto de países hundidos en la apatía, la negación y la decadencia.” É bom não FORÇAR tanto, ó tetravô da Antropologia!

Es verdad que las conquistas de Alejandro no quedaron dentro de su familia, de su propia dinastía, pero sí se incorporaron permanentemente a Grecia. Alejandro no instauró un vasto imperio asegurado para su propia familia, pero sí fundó el imperio del pueblo griego sobre el Asia, pues gracias a él la cultura y la ciencia griegas echaron raíces en aquellas tierras. Los reinos griegos del Asia Menor y principalmente Egipto, fueron durante siglos centros de ciencia, y los resultados de esto se extendieron, probablemente, hasta la India y la China.”

Fue el reino sirio, que se extendía hasta muy dentro del Asia, hasta lindar con un reino griego en la Bactriana, el que, gracias a las colonias griegas allí establecidas, hizo llegar hasta el corazón de Asia y hasta la China los pocos conocimientos científicos que se han conservado allí como una tradición, aunque sin procrear. Los chinos son, por ejemplo, tan torpes que no han sido capaces de crear un calendario y parecen ser, de suyo, reacios a todo concepto.”

En el oriente, el nombre de Alejandro tiene todavía hoy un brillo divino, como Ispandro o Dul-k-ar-nein, que quiere decir el hombre de los dos cuernos: no en vano la imagen del Júpiter Ammón es un antiguo héroe oriental. No está excluida, pues, la posibilidad de que los reyes macedonios, haciéndose descender de ciertos linajes de héroes de la antigua India, reivindicasen para sí los derechos de soberanía sobre aquellas tierras, que es lo que explica también la difusión del Dionysos tracio por los parajes de la India.” Isso é mito, H., e você tinha prometido deixar mitografia de fora de sua história espiritual da Filosofia!

SUPERESTIMA ARISTÓTELES A PONTO DE CONCEBÊ-LO COMO MASTERMIND POR TRÁS DAS AÇÕES DE ALEJANDRO: “primero visitó y consultó el oráculo de los amonitas (hoy, Siwa), procediendo luego a destruir el reino persa e incendiando Persépolis, la vieja enemiga de la teología india, para vengarse así de todas las tropelías cometidas por Darío contra los hindúes y sus hermanos de religión.”

todavía hoy adoran los hindúes al Dalai-Lama, y en la concepción de aquellos pueblos no existe tanta distancia entre Dios y el hombre.” Um tanto superficial, mas, sim, prossiga…

no en vano un Demetrio Falereo y otros habrían de ser adorados poco después, en Atenas, como dioses.”

E O QUE O ESPÍRITO DO MUNDO GANHA COM ESSA VINGANÇA GELADA DE ICEBERG ANTÁRTICO? “es lo más probable que los budistas no le interesasen a Alejandro en lo más mínimo; por lo menos, en su expedición india no hay muchos indicios de ello; por otra parte, la destrucción de Persépolis se halla suficientemente justificada como venganza griega por la destrucción de los templos llevada a cabo por Jerjes en su invasión de Grecia, sobre todo en Atenas.”

A DUPLA PERFEITA – DR. JEKYLL AND MR. HYDE? “Lo mismo que en los tiempos modernos conocemos ejemplos de guerreros que en sus campañas piensan en el arte y la ciencia, Alejandro tomó las medidas necesarias para que los nuevos animales y plantas encontrados en el Asia le fuesen enviados a Aristóteles, bien en forma de ejemplares, bien por medio de dibujos y descripciones.”

Después de haber partido Alejandro para su expedición al Asia, Aristóteles regresó a Atenas y se estableció como profesor público en el Liceo, un lugar que Pericles había mandado acondicionar para la instrucción de los reclutas. Este lugar constaba de un templo consagrado a Apolo Liceos y de paseos sombreados por árboles y adornados con fuentes y columnatas.” Tudo isso já foi muito repisado, mas é muito bom reler mesmo assim (piada enviada pelo internauta Heráclito!).

A la muerte de Alejandro, se desencadenó una tormenta que, al parecer, venía formándose contra él desde antes y que sólo el miedo a su protector había impedido que estallase: el filósofo fue acusado y perseguido por el delito de impiedad. Los detalles de esto aparecen relatados de diferente modo según las diversas versiones; entre otros datos, encontramos en las fuentes el de que le fueron imputados, como fundamentos de la acusación, su himno a Hermias y la inscripción colocada en la estatua erigida en honor de este príncipe. [estranho que a inscrição tenha sido preservada, portanto.] Al ver la tormenta que sobre él se cernía, Aristóteles huyó a la ciudad de Calcis, en Eubea, el actual Negroponto, para no dar a los atenienses, según sus propias palabras, ocasión de atentar por 2ª vez contra la filosofía. Allí murió al año siguiente, a los 63 años de edad” Moral da História: todo mecenas fervoroso é eterno enquanto dura.

Diógenes Laercio (V, 21-27) cita un número crecidísimo de obras de Aristóteles, aunque sus títulos no siempre indican las obras a que corresponden y que han llegado a nosotros, ya que los títulos de éstas son, a veces, completamente distintos. Diógenes enumera 445.270 líneas; si contamos 10 mil líneas por alfabeto, esto nos daría 44 alfabetos, pero lo que se ha conservado no pasa de 10, de modo que sólo tenemos una cuarta parte.” Já disse para não dar muito crédito a Laércio?

La suerte de los manuscritos aristotélicos aparece descrita de tal modo, que podría fácilmente llegarse a la conclusión de que es punto menos que imposible el llegar a tener uno de los escritos del Estagirita en un texto auténtico y sin corrupciones.” O Espírito não quis imortalizá-lo como quis a Platão!

Pularei o relato de que foi o dono da primeira biblioteca do mundo, pois toda essa história já está muito detalhada em meu post Hipócrates Obras Completas Vol. I nos prefácios de Littré (https://seclusao.art.blog/2021/04/07/les-oeuvres-completes-dhippocrate-tome-premier-trad-classica-de-littre/).

ARISTOTELISMOS: “Por lo que se refiere a las otras formas de la filosofía aristotélica, vemos, en segundo lugar, que en la época de Cicerón, principalmente bajo el nombre de filosofía peripatética, asume más bien la forma de una filosofía popular proyectada principalmente sobre problemas de historia natural y de moral”

Una tercera forma de la filosofía aristotélica la tenemos en la filosofía altamente especulativa de la época alejandrina, conocida también con los nombres de filosofía neopitagórica o neoplatónica, aunque debería llamarse también, con idéntica razón, filosofía neoaristotélica. Otra acepción fundamental, la cuarta, es la que la expresión filosofía aristotélica cobra en la Edad Media, cuando un conocimiento impreciso hace que sea denominada ‘filosofía aristotélica’ lo que no era, en realidad, sino la filosofía escolástica.”

Al hacerse más conocidas las obras de Aristóteles en el Occidente se formó una quinta filosofía aristotélica opuesta, en parte, a la escolástica: al final de la época del escolasticismo y con la restauración de las ciencias, pues sólo después de la Reforma se remontaron los estudiosos, en rigor, a las fuentes mismas de Aristóteles. La sexta acepción de la filosofía aristotélica la tenemos en las novísimas ideas y concepciones torcidas acerca de ella, tal y como las encontramos, por ejemplo, en Tennemann, intérprete dotado de un espíritu filosófico demasiado pobre para poder penetrar en la filosofía de Aristóteles.” Nesse ritmo, erá que já não chegamos ao nono Aristóteles?

Tiene ante sí la intuición en su integridad y plenitud, y nada pasa por alto, por muy vulgar que ello sea.” Deveríamos criar o termo endução para explicar os casos de indução e dedução (ou endo-ção, de fora) indistintos (raciocínios perfeitos que são ambos e nenhum, não são de dentro nem de fora, apenas são).

Resulta fatigoso, a veces, seguirle en estas simples enumeraciones, que se desarrollan sin ninguna necesidad y en las que la serie de las acepciones o los significados parece concebirse solamente en cuanto a su esencia, que se presenta como común, y no en cuanto a sus determinabilidades, es decir, solamente en lo externo. Sin embargo, esta manera de proceder representa, de una parte, una enumeración lo más completa posible de los momentos de una cosa y, de otra parte, incita al investigador a buscar y encontrar por cuenta propia la necesidad.”

ORA, ORA, SE NÃO É DEUS! “Al enfocar todos los momentos contenidos en la representación, como si formasen una unidad, no prescinde de ninguna determinabilidad, no se atiene primero a una determinación y luego a otra, sino que las afronta todas a un tiempo, mientras que la reflexión intelectiva, que tiene como regla la identidad, sólo puede salir adelante con ella por la sencilla razón de que, al afirmar una determinación, olvida la otra y prescinde de ella.” Infelizmente, ainda que fosse verdade, precisamos de novos deuses e novas verdades…

Y es que el empirismo de Aristóteles es un empirismo total, pues le lleva de nuevo, constantemente, a la especulación; podemos, pues, decir que, como empírico consumado, es, al mismo tiempo, un empírico pensante.” Já vimos esse movimento se consumar umas 300x na História, estou nauseado…

Conceptos como cáscaras vacías del Ser.

Y si se tomase verdaderamente en serio el estudio de la filosofía, nada habría más digno que explicar desde la cátedra las doctrinas de Aristóteles, pues no hay entre los filósofos antiguos ninguno que tanto merezca la pena de ser estudiado como éste.”

Y, así como decimos que es hombre libre aquel que es en gracia a sí mismo y no en gracia a otro, así también podemos decir que la filosofía es la única ciencia libre, ya que es la única que existe en gracia a sí misma, como el conocimiento del conocimiento.”

Su tarea cotidiana versa sobre lo que es, lo mismo que la labor de un profesor es su curso semestral; y aunque para ello recorra toda la masa del mundo de las representaciones, sólo parece buscar lo verdadero en lo particular, sólo parece reconocer una serie de verdades particulares.”

Lo que a Aristóteles le preocupa, fundamentalmente, es descubrir la determinación de lo que es esta sustancia (ousia) [essência, em-si, ser] (Metaf. VII, 1).”

Aristóteles distingue, más de cerca, dos formas fundamentales: la de la potencia y la del acto.” GROSSO MODO, podemos dizer que a fonte de toda a concepção da síntese hegeliana está aqui, conforme destaque no Vol. I: essência e aparência, racional e real, em-si e para-si. Importante frisar que o segundo, embora o fenômeno não seja o principal de Hegel, posto que seu “deus”, por assim dizer, é a Razão, é importantíssimo como esteio da essência compreendida no mundo antigo como enteléquia e hoje como teleologia ou ciência dos fins. Devemos entender o fenômeno nesse mais nobre sentido, em que participa da dialética da enteléquia, para não gerar mais dúvida, como o nível de realidade consumada ou efetiva, ou seja, em que o Espírito exerce toda sua potência, no que Hegel chama de O CONCRETO ELEVADO A CONCEITO (e Aristóteles de substantia, mas ambos são o mesmo); e no que eu chamaria de ‘fenômeno sagrado’, se posso ‘blasfemar’ o vocabulário hegeliano e neologizar à minha maneira e à minha conveniência para facilitar meu trabalho e a compreensão que o leitor deve ter de Hegel ao fim desta excursão.

Curiosamente, Hegel é o acme do Idealismo e seu centro nevrálgico é o concreto ou empírico. Na filosofia subsecutiva, que teve de reparar seus pontos de vista, temos o império da Fenomenologia, em que o centro tem de ser a própria potência ou vontade (a substância pós-moderna), que havia sido menosprezada como provocadora última da realidade. Fazendo uma última simplificação, podemos assinalar a filosofia pós-platônica e pré-marxnietzscheana como excessivamente preocupada com o começo e o fim; e as filosofias DE PLATÃO SOMENTE NA ANTIGUIDADE INTEIRA e de Marx e Nietzsche EM DIANTE como aquelas atentas ao devir. Não preciso, espero, ter de ressalvar que a genealogia e a teleologia continuam sendo tratados dentro da fenomenologia do séc. XX em diante e que o devir já era “conhecido” e tratado até mesmo pelos insofisticados pré-socráticos. O que eu quis dizer é que o eixo de preocupação de primeira plana sofreu uma inversão quase simétrica em termos do que é o objeto da filosofia. Numa sentença, regressamos a Platão e reiniciamos de onde ele havia parado, com alguns conselhos muito úteis achados no caminho do calvário que antecedeu nossa chegada ao deserto chamado fim do milênio. (!!!)

INFINITO É O FENÔMENO (A AÇÃO): “cuando decimos: la esencia, no establecemos todavía con ello la actividad, pues la esencia es solamente el en sí, la potencia, sin forma infinita.”

Por tanto, mientras que lo predominante, en Platón, es el principio afirmativo, la idea, como algo sólo idéntico consigo mismo en lo abstracto, en Aristóteles predomina el momento de la negatividad, pero no como cambio, ni tampoco como la nada, sino como distinción, como determinación, destacado por él en cuanto tal. Este principio de la individuación, no en el sentido de una subjetividad contingente, particular, sino en el sentido de la subjetividad pura, es característico de Aristóteles.” O principium individuationis como o erro do milênio ou, antes, dos últimos três milênios.

El devenir de Heráclito es una determinación certera y esencial; pero el cambio carece todavía de la determinación de la identidad consigo mismo, de la firmeza de la generalidad. El río cambia constantemente, pero se mantiene también perenne y tiene, más aún, una existencia general.¹ De donde se deduce inmediatamente que Aristóteles (Metaf. IV, 3-6) polemiza principalmente contra Heráclito y otros cuando dice que el ser y el no-ser no son uno y lo mismo, fundamentando así aquella famosa tesis de la contradicción de que un hombre no es al mismo tiempo un barco.” Hahaha?!

¹ Quando Nietzsche diz que Heráclito poderia ter enunciado o eterno retorno, o que quer dizer é: faltava-lhe a condição subjetiva para afirmar a figura de linguagem do rio (o eterno, a essência) como aquilo que também se desdobra sobre si mesmo em fenômeno, repetindo-se como aparência e transitoriedade finita (além das águas deste rio, o próprio rio, que no fim de contas é apenas um subterfúgio para se referir ao universo).

Se ve inmediatamente que Aristóteles no comprende el ser o el no-ser puro, esta abstracción que no es, esencialmente, sino la transición de lo uno a lo otro, sino que entiende por lo que es, esencialmente, la sustancia, la idea, la razón, pero al mismo tiempo como fin que mueve.”

TUDO ISSO PARA DIZER <PRESENTE>: “Pero el punto supremo es más bien aquel en que se unen la potencia, la actividad y la entelequia: la sustancia absoluta, que Aristóteles (Metaf. XII, 6-7; IX, 8) determina, en general, diciendo que es lo inmóvil en y para sí, pero que, al mismo tiempo, infunde movimiento y cuya esencia es actividad pura, sin tener materia. Pues la materia como tal es lo pasivo, aquello en que se opera el cambio y que, por tanto, no se identifica simplemente con la actividad pura de esta sustancia.”

PRESENTE ETERNO (Conceito escolástico influenciado por Arist.): “Dios es la sustancia [ponto de encontro] en cuya potencia va también implícito, como algo inseparable, el acto; en ella, la potencia no se distingue de la forma, ya que produce a partir de sí misma sus determinaciones de contenido.” Aristóteles cria que a Idéia de Platão estava situada fora do tempo, portanto do presente, do movimento e da realidade; por isso achava ter reparado Platão. Tão ingênuo quanto parece! Nível de argumentação: “Meu absoluto é melhor que o seu! Crê em Deus-Pai!”.

Debe considerarse como la verdadera esencia, prosigue Aristóteles (Metaf. XII, 7) lo que se mueve en sí mismo, lo que ‘se mueve en círculo; y esto no debe buscarse solamente en la razón pensante [principium cognoscendi], sino también en el hecho’. (…) Como lo igual a sí mismo y como algo visible, esta esencia absoluta es ‘el cielo eterno’; 2 dos modos de representación de lo absoluto son, por tanto, la razón pensante y el cielo eterno.” Formulação superingênua do eterno retorno.

CURIOSA NOTA DE RODAPÉ, DEMONSTRANDO QUE AS AULAS DE HEGEL ERAM PESADAS, INSOSSAS E CONFUSAS, E QUE O FORMATO FINAL DO LIVRO É MAIS LEVE DEVIDO À INTERFERÊNCIA DOS DISCÍPULOS: (*) “Como esta explicación hegeliana del famoso pasaje de Aristóteles tiene en su favor el testimonio de tantas autoridades, el editor no puede seguir aquí, como tantas otras veces en el transcurso de estas Lecciones, la norma establecida por la sociedad de amigos de Hegel a cuyo cargo corre la edición de sus obras, que es la de corregir tácitamente los errores e inexactitudes que hayan podido deslizarse en la exposición del autor. Es evidente, de todos modos, que Aristóteles habla de 3 sustancias: de un mundo sublunar, que mueve el firmamento; del firmamento mismo, como el centro, que es a la par el motor y lo movido, y de Dios, como el motor inmóvil.” Frase original de Hegel, para contrastar: “El cielo es algo movido y es también, al mismo tiempo, algo que mueve. Y siendo, así, lo esférico algo a la par moviente y movido, tiene que haber necesariamente un centro que mueva, pero sea de suyo inmóvil y, al mismo tiempo, eterno y una sustancia y la energíaSuas sentenças não são pontuadas, e vai elencando sinónimos após as conjunções de ligação como se enriquecesse a exposição (por si inócua) acrescentar mais nomes e sinônimos ao que já tinha nome (Deus), e aumentando a barafunda do que é, pois que estas coisas são também outras coisas: enfim, que o primum mobile ou deus aristotélico é também ETERNO (Qual a definição de eternidade? Há algum deus que seja mortal ou limitado?), é também SUBSTÂNCIA (Qual a definição de substância? Por que não é redundante ser Deus e substância ao mesmo tempo?), é também ENERGIA (Qual é a definição de energia? Por que não é redundante ser Deus, substância e energia tudo ao mesmo tempo? No que deus ficaria pior se fosse retirado algum desses sinônimos arbitrários?)!… Uma absoluta perda de tempo – e energia!

Deus como uma rodinha de skate.

Por tanto, según Aristóteles, el concepto, principium cognoscendi, es también el motor, el principium essendi; lo proclama como Dios y señala su relación con la conciencia individual.” Revolucionário – só que não!

Me parece incrível, fabuloso até, que nem Ar. nem H. tenham percebido que só estão reescrevendo Platão sem o mesmo talento literário (ou percebem-no, mas fazem disso, dessa redação tecnicista, seu cínico ganha-pão): “Este sistema dura eternamente. ‘Pero a nosotros [como individuos] sólo por un breve tiempo nos está reservada una residencia en él que es la más excelente que apetecer podamos.’E ainda mais: o “filósofo da ação” (Ar., segundo a introdução de H.) é o mais contemplativo de todos! “el pensamiento es fin último y absoluto para sí mismo.”

El momento fundamental de la filosofía aristotélica consiste, por tanto, en que la energía del pensamiento y lo pensado objetivo sean una y la misma cosa” Ironia: Aristóteles cobra o por quê do Bem, p.ex., de Platão e Leucipo, mas tampouco dá o seu por quê energético. Não que seja um defeito seu; a energia é a mera referência de uma força física, e portanto um não-conceito, filosoficamente falando; o simples infundamentado e inessencial sobre o qual não se deve falar. O que pega mal é a hipocrisia do Estagirita: o parco entendimento dos outros (hipercrítica que exerce sobre o próprio mestre) e a excessiva indulgência em relação a si mesmo (a própria filosofia não é depurada e desenvolvida como seu lado crítico da tradição nos faz pensar). Nesse sentido ele é o pai ancestral de filósofos como Deleuze!

BLÁ, BLÁ, BLÁ… “En nuestro lenguaje, designamos lo absoluto, lo verdadero, como la unidad de lo subjetivo y lo objetivo que, por tanto, no es lo uno ni lo otro, aun siendo ambas cosas a la vez; pues bien, Aristóteles se debatió con estas formas especulativas, que aún hoy siguen siendo las más profundas, y las expresó con la mayor claridad. (…) Unidad es, por tanto, una expresión mala, antifilosófica, y la verdadera filosofía no es el sistema de la identidad, sino que su principio ha de buscarse en una unidad que es actividad, movimiento, repulsión y, en la distinción, algo idéntico a: sí mismo.” Tudo isso nos mostra que, se queremos derrubar Hegel de vez, devemos levar também tudo de aristotélico a pique!

el pensamiento divino tiene necesariamente que pensarse a sí mismo (puesto que es la más excelente de las cosas)”

Último abacate que vou postar. Pularei e eximirei o leitor de qualquer outro trecho degradante desse oceano de obviedades mixurucas!

La primera obra de Aristóteles sobre la materia es la Teoría física o de los principios, en 8 libros. Versa esta obra sobre el concepto de la naturaleza en general, sobre el movimiento y sobre el espacio y el tiempo, como debe de ser.”

Entre las obras relacionadas con la anatomía figuran sus tratados Sobre los órganos motores de los animales y Sobre las partes de los animales. Se refieren a la fisiología las siguientes obras: De la generación de los animales y Sobre el movimiento común de los animales. En seguida, Aristóteles pasa a tratar de la diferencia entre la juventud, y la vejez, entre el sueño y la vigilia y habla de la respiración, de los sueños, de la brevedad y la longitud de la vida, etc., materias todas de las que trata, en parte, de un modo empírico y, en parte, en un sentido más bien especulativo. Finalmente, escribe una Historia de los animales, pero no sólo como una historia natural en general, sino también como un estudio general de los animales, una especie de anatomía anatómico-fisiológica, si se quiere. Se le atribuye, asimismo, una obra de botánica titulada Sobre las plantas.”

Este pensamiento, añade Aristóteles, fue formulado preferentemente por Empédocles, quien presenta los primeros orígenes como un mundo de las más variadas monstruosidades, por ejemplo, animales con forma de toro y cabeza humana, las cuales, sin embargo, no podían conservarse, sino que perecieron todas, porque no estaban destinadas originariamente a perpetuarse, hasta que, por último, fueron reuniéndose los elementos con arreglo a un fin: y así, sin necesidad de recurrir a los fabulosos monstruos de los antiguos, nosotros mismos conocemos una serie de especies animales que se han extinguido por la sencilla razón de que no podían perpetuarse. También la actual filosofía de la naturaleza emplea la expresión de ‘surgir’ (que implica un desarrollo ajeno a todo pensamiento). Es una idea a que puede fácilmente verse conducida la filosofía de la naturaleza la de que los primeros productos de la naturaleza son a manera de intentos, de los cuales sólo pueden prevalecer aquellos que demuestren responder a un fin.”

de una parte, por obra de una filosofía mecánica que basa todo en la presión, el impulso, las combinaciones químicas, las fuerzas, es decir, en relaciones de orden externo, inmanentes sin duda a la naturaleza, pero que no parecen emanar de la naturaleza de los cuerpos, sino que son un aditamento extraño a ella, como el color en un líquido; de otra parte, bajo el influjo de una física teológica que establece como causas los pensamientos de una inteligencia exterior al mundo. Fue la filosofía kantiana la que hizo revivir entre nosotros aquel concepto, por lo menos para lo orgánico, enjuiciando por tanto lo vivo como un fin de sí mismo.” “El hecho de que la época más reciente haya traído de nuevo al recuerdo lo racional acerca de esto no es, pues, otra cosa que la justificación de la idea aristotélica.”

Aristóteles (Física IV, 6-7) pasa a hablar del espacio vacío, antiguo problema, que todavía no ha sido resuelto satisfactoriamente por los físicos de hoy. Si estudiasen a Aristóteles, sabrían a qué atenerse; pero, al parecer, es como si para ellos no existieran en el mundo ni el pensamiento en general ni Aristóteles en particular. ‘El vacío, según la manera corriente de pensar de los hombres, es un espacio en que no existe ningún cuerpo; y, como para ellos lo corpóreo es lo existente, llaman espacio vacío a aquel en que no existe absolutamente nada. La hipótesis de un espacio vacío tiene su razón de ser principalmente de una parte en que se considera el vacío’ —lo negativo de un modo existente— ‘como necesario para el movimiento, ya que los cuerpos no pueden moverse en el espacio lleno’ y, por consiguiente, allí donde se muevan no tiene que haber nada. ‘El otro argumento en favor del vacío se encuentra en la compresión de los cuerpos, en que las partes penetran en los poros vacíos.’

INTUIÇÃO DA LEI DA INÉRCIA: “En efecto, demuestra de una parte que el vacío anula más bien el movimiento y que equivaldría, por consiguiente, a una quietud general: es la total indiferencia con respecto al sentido en que se mueve más o menos algo; en el vacío quedan suprimidas todas las diferencias. Es la pura negación: ni objetos ni diferencias; por tanto, no hay razón alguna para permanecer quietos ni para seguir adelante. Ahora bien, los cuerpos se hallan en movimiento y, además, como cuerpos distintos los unos de los otros: tienen pues una relación positiva y no simplemente una relación con la nada.”

La diferencia de velocidad guarda la misma proporción con la diversidad del peso específico del medio, aire o agua, de tal modo que cuando el medio es la mitad menos denso aumenta la velocidad al doble.”

Por lo que se refiere al otro caso, o sea a la diferencia entre lo pesado y lo ligero, que se aprecia en los cuerpos mismos, tenemos que aquello se mueve más ligeramente que esto a través del mismo espacio; ‘pero esta diferencia se da solamente en el espacio lleno, pues el cuerpo pesado separa más rápidamente lo lleno, gracias a su fuerza’. Esta concepción es absolutamente exacta y va dirigida principalmente contra una serie de representaciones que hacen estragos en nuestra física. Estas representaciones [fenômeno observável] acerca del movimiento igual de lo pesado y lo ligero, como las que se refieren a la gravedad pura, [una] al peso puro, a la materia pura, etc., son una abstracción, como si se tratase de cosas iguales en sí y diferentes solamente por la resistencia casual del aire. [múltipla]¹Aristóteles não tem ‘culpa’ alguma de não conhecer a aceleração da gravidade em uma mesma pressão atmosférica, mas Hegel não deveria ignorar Newton! Lembrando que nesta parte não se procede exatamente à história da filosofia, mas da própria física…

¹ Hegel confunde os reinos da aparência e da essência, como se a essência fosse figurada na própria representação! Mas, apesar do modo oblíquo que elegeu para se expressar, Hegel não colide aqui com o modelo da física experimental (contra o que ele mesmo pensa): o que ele quis dizer é simplesmente que não existe o vácuo perfeito, então, na prática, se um bloco compacto de uma liga metálica muito pesada, digamos, de 1 tonelada, cai retilineamente por um abismo ao lado de uma pessoa de 80kg, por mais que essa pessoa seja maior que o bloco e possua ‘mais superfície’ (sofrendo a resistência do vento oposto em uma área maior que a do bloco), não significa que ambos chegariam ao fim do abismo – que deveria ser profundo o suficiente – simultaneamente (após o fim da aceleração da gravidade e o começo da trajetória em que ambos cairiam a 10m/s, uniformemente), pois a resistência do ar ainda seria maior contra o bloco de metal, mais ‘pesada’, anulando sua massa gravitacional. Um tubo de ensaio em que o vácuo perfeito fosse possível seria contraditório com o célebre modelo das ‘quedas idênticas’ porque aí já nem haveria possibilidade de queda dos corpos, apenas repouso.

Cuando el agua se convierte en aire, gana en extensión; pero la materia sigue siendo la misma, sin que a ella se sume ninguna otra cosa distinta: lo que ocurre es que lo que antes era en potencia lo es ahora en acto.” Também é incrível como o mundo moderno levou tantos séculos para chegar ao mesmo entendimento formal. Dito isto, Arist. continua péssimo metafísico; mas exímio cientista natural!

Aristóteles, por el contrario, concibe esto en un sentido totalmente dinámico, claro está que no con el significado que hoy suele darse a la palabra ‘dinámico’, es decir, como una mayor intensidad o un grado mayor, sino que se refiere a la intensidad certeramente como una posibilidad general.”

O ponto euclidiano como patas de uma aranha em eterno debate descoordenado.

SEMPRE ESBARRAM EM KANT (TEMPO E ESPAÇO SÃO AS MODALIDADES SINE QUA NON DA REPRESENTAÇÃO): “cuando colocan el vacío antes del principio de la generación, esto no es otra cosa que lo quieto, lo igual a sí, es decir, la materia eterna, establecida ya, por tanto, antes de la generación; pues no hacen honor a su palabra cuando dicen que antes de la generación sólo existe la nada.”

Este éter parece ser la materia eterna, pero que no aparece expresado de un modo tan claro, sino que parece detenerse como el cielo en nuestras representaciones: y, en general, es aquí donde empieza a revelarse más y más la yuxtaposición.”

Acerca de esto, hay que hacer notar que, aunque estas determinaciones fundamentales sean muy poco exhaustivas, Aristóteles va, sin embargo, mucho más allá que los modernos, ya que no profesaba este concepto de los elementos que se hace valer en los tiempos actuales, según el cual el elemento, como algo simple, está llamado a permanecer. Ahora bien, semejante determinabilidad simple del ser es una abstracción y no tiene ninguna realidad, ya que entonces no sería susceptible de movimiento ni cambio alguno; el elemento mismo debe tener realidad; está, por tanto, sujeto a disolución como la unidad de lo contrapuesto.”

He ahí por qué se pasan de listos quienes nos reprochan el que incluyamos entre los elementos el agua, el aire, etc. Ni siquiera bajo el nombre de ‘neutralidad’ han llegado los físicos modernos a una generalidad concebida como unidad, como la que Aristóteles atribuye a los elementos; en realidad, el hidrógeno, cuando se combina con una base, no sigue existiendo como tal, según a veces se afirma, dentro de la nueva combinación.” É verdade que o modo descritivo moderno é pobre, mas H. se esforça além do aceitável para encimar Arist. sobre a física moderna, vendo em sua física algo mais do que é.

De hecho, en la Meteorología pasa Aristóteles a estudiar el proceso general de la naturaleza. Pero, en este punto, llegamos con él al límite. Aquí, en el proceso de la naturaleza, la determinación simple como tal —esta manera de la determinación progresiva— deja de regir y pierde todo su interés.” “El fenómeno sensible empieza a cobrar primacía aquí, pues lo empírico presenta precisamente la naturaleza del distinto modo de dispersarse. El fenómeno empírico va escapándose así del pensamiento, el cual sólo registra por doquier el cuño de la toma de posesión, pero sin poder ya penetrarlo por sí mismo, puesto que retrocede del campo de lo ideal, donde aún existían el tiempo, el espacio y el movimiento.”

En cuanto a la contraparte de la filosofía de la naturaleza, o sea la filosofía del espíritu, encontramos señalada también en Aristóteles, en una serie de obras que citaremos, la diferencia entre las diversas ciencias especiales.

En primer lugar, sus 3 libros Sobre el alma estudian la naturaleza general abstracta del alma, principalmente a modo de refutación, aunque tratan también, de un modo más difícil y especulativo, de su naturaleza en sí misma; no de su ser, sino de la determinada manera y posibilidad de su efectividad, en lo que consiste, según Aristóteles, su ser y su esencia.”

Finalmente, nos lega, con su Política, una exposición de las constituciones esenciales de los Estados y de los diversos tipos de constitución, que va examinando por el método empírico” Atingindo, por sinal, péssimos resultados.

De una parte, [hoje,] la cólera, por ejemplo, se considera como un deseo de venganza o como algo por el estilo; de otra parte, como una irritación de la sangre del corazón o del calor dentro del hombre. Aquél es el punto de vista racional, éste el punto de vista material ante la cólera. Es algo así como si, de una parte, se definiese la casa como un abrigo contra el viento, la lluvia y otros accidentes y, de otra parte, como una construcción hecha de madera y de piedras: el primer criterio busca, en efecto, la determinación y la forma, o sea el fin de la cosa; el segundo, su materia y su necesidad.”

El alma es la sustancia como forma del cuerpo orgánico físico, que tiene vida en potencia, pero su sustancia es efectividad, y concretamente, la acción de un cuerpo así [es decir, animado].”

No porque el alma sea la forma se debe preguntar si el alma y el cuerpo forman una unidad, del mismo modo que no se pregunta si forman una unidad la cera y su forma, ni si la materia y sus formas, en general, forman una unidad.”

En efecto, si consideramos el alma y el cuerpo como una unidad, al modo de una casa, formada por una multitud de partes, o como la cosa y sus cualidades, el sujeto y el predicado, etc., seguiremos la senda del materialismo, en que ambos elementos son considerados como cosas. Semejante identidad constituye una determinación completamente abstracta y, por tanto, superficial y vacía, que no puede predicarse, ya que la forma y la materia no tienen el mismo rango de dignidad en lo que al ser se refiere; la identidad verdaderamente digna solo puede concebirse como tal entelequia.

Sólo cabe, pues, preguntarse si la actividad forma una unidad con su órgano; y nuestra idea es, desde luego, que esa pregunta debe ser contestada afirmativamente.”

ROLA UMA BRIGUINHA ENTRE EDITORES, TRADUTORES E DEMAIS ENVOLVIDOS NA EXECUÇÃO DA OBRA ATRAVÉS DAS NOTAS DE RODAPÉ: “El alma es la sustancia, pero sólo en cuanto al concepto; pero esto no es sino la forma sustancial(*) de semejante cuerpo.

(*) El editor se ha creído autorizado a introducir aquí esta traducción, usual entre los escolásticos y recogida por Leibniz (Cfr. Michelet, Examen critique).” HAHAHA!

Por consiguiente, a la pregunta de ¿cuál es la sustancia del ojo?, ¿son acaso los nervios, los humores, las membranas, esa sustancia?, contesta Aristóteles: por el contrario; la visión misma es la sustancia; aquellas materias no son sino un vacuo nombre.”

la vida vegetal es el concepto de lo orgánico.”

Ó! EUREKA! “En efecto, es de todo punto indiferente el que nos encontremos determinados subjetiva u objetivamente” Mas isso Platão já o sabia!

Es cierto que la mónada leibniziana parece ser una representación opuesta a ésta, en cuanto que toda mónada, todo punto de mi dedo, como átomo o individuo, es un universo entero en el que todo se desarrolla dentro de sí mismo, sin relación con otras mónadas.”

Es un falso idealismo el que sostiene que la pasividad y la espontaneidad del espíritu dependen de que la determinabilidad dada sea interior o exterior” “…al modo como lo entiende Fichte, quien considera ya parte suya la chaqueta que viste, por el mero hecho de vestirla, o simplemente por considerarla.” Hahaha!

quien tiene la facultad de oír no siempre oye”

Existen dos palabras para expresar el oír y el resonar, pero no así para expresar el ver; el ver es la actividad del que ve, pero la actividad del color carece de nombre.” Ouvi sem escutar, escutei distintamente suas palavras sem nada ouvir.

En lo corpóreo, por tanto, se contraponen entre sí la materia, como potencia, y la forma externa, como acto; pero el alma es, por el contrario, la potencia general misma, sin materia, porque su esencia es la efectividad.”

RESERVATÓRIO: “El pensamiento se convierte en entendimiento pasivo, es decir, en algo objetivo; y así se aclara ahora hasta qué punto es el nihil est in intellectu, quod non fuerit in sensu el sentido de la filosofía de Aristóteles.” Não pode ser pensado aquilo que não foi sentido Não pode ser pensado aquilo que não foi pensado. Tudo que foi pensado foi sentido, etc., etc.. E implicações com os trechos destacados por Derrida na Enciclopédia.

Es, como se ve, una actitud altamente idealista; a pesar de lo cual hay quienes se empeñan en ver en Aristóteles un pensador empírico.” Duro é pensar que elogiam Fraud tanto tempo depois dizendo a mesma coisa (‘ele é empírico!’).

El término técnico para expresar esto es la conocida tabula rasa, con la que nos encontramos dondequiera que se habla de Aristóteles: Aristóteles quiere decir, según quienes así interpretan su pensamiento, que el espíritu es como una hoja en blanco sobre la cual se escribe acerca de los objetos exteriores, lo que vale tanto como decir que el pensamiento viene de fuera. Pues bien, eso es cabalmente lo contrario de lo que Aristóteles sostiene. La representación, en vez de atenerse al concepto, concibe estos símiles fortuitos como si expresaran la cosa misma. Sin embargo, Aristóteles no pretende, ni mucho menos, que este símil se tome en todo su alcance, al pie de la letra: el entendimiento no es, ni mucho menos, una cosa, ni tiene la pasividad de una tablilla de cera sobre la que se escriba; el entendimiento es la efectividad misma, que no está, como en el caso de la tablilla de cera para escribir, fuera de ella. El símil se limita, por tanto, a indicar que el alma sólo tiene un contenido en cuanto realmente se piense. Cuando dice que el alma es este libro en blanco quiere decir, por tanto, que lo es todo en sí, pero que no es de suyo esta totalidad; lo mismo que, en potencia, un libro lo contiene todo, pero en acto no contiene nada antes de estar escrito. La actividad real, y sólo ella, es lo verdadero”

O termo técnico para expressar isto é a conhecida tabula rasa, com que nos encontramos onde quer se fale de Aristóteles: Aristóteles quer dizer, segundo quem assim interpreta seu pensar, que o espírito é como uma folha em branco sobre a qual se escreve acerca dos objetos exteriores, o que vale tanto quanto dizer que o pensamento vem de fora. Pois bem, isso é cabalmente o contrário do que Aristóteles sustenta. A representação, em vez de se ater ao conceito, concebe estes símiles fortuitos como se expressassem a coisa mesma. Contudo, Aristóteles não pretende, na outra mão, que este símile seja tomado em todo o seu alcance, ao pé da letra: o entendimento não é tampouco uma coisa, nem tem a passividade de uma tabuleta de cera sobre a qual se escreva; o entendimento é a efetividade (realidade) mesma, não está, como no caso da tábua de cera que serve para escrever, fora do real. O símile se limita, portanto, a indicar que a alma só tem um conteúdo enquanto realmente se pensa. Quando diz que a alma é este livro em branco, Aristóteles quer dizer, por conseguinte, que ela é tudo em si, mas que não é para si mesma esta totalidade; o mesmo que, em potência, um livro contém tudo, mas em ato não contém nada antes de estar escrito. A atividade real, e somente ela, é o verdadeiro.”

El séptimo y octavo capítulo se dedican a explicar ciertas tesis de los capítulos cuarto y quinto; comienzan recapitulando las tesis en cuestión y parecen glosas de un comentador. ‘El alma —dice Aristóteles (De anima, III, 8)— es, en cierto modo, todo lo que es. Pues lo que es es una de dos cosas: lo sentido o lo pensado. La ciencia misma es, en cierto modo, lo sabido, y la sensación lo sentido. Ahora bien, estas cosas sabidas y sentidas son o bien ellas mismas o bien las formas. La ciencia y la sensación no son las cosas mismas (la piedra no se halla en el alma), sino su forma; por donde el alma es como la mano. Ésta es el instrumento de los instrumentos: el entendimiento, por su parte, es la forma de las formas, y la sensación la forma de lo sensible.’”

O 7º e o 8º capítulos se dedicam a explicar certas teses dos capítulos 4 e 5; começam recapitulando as teses em questão à guisa de glosa de um comentador. ‘A alma – diz Aristóteles em De Anima, vol. III, c. 8 – é, de certo modo, tudo o que é. Pois o que é é uma de duas coisas: o sentido ou o pensado. A ciência mesma é, de certa forma, o sabido, e a sensação o sentido. Ora, estas coisas sabidas e sentidas são ou bem elas mesmas, ou bem as formas. A ciência e a sensação não são as coisas mesmas (a pedra não se acha na alma), senão sua forma; daí que a alma é como a mão. Esta é o instrumento dos instrumentos: o entendimento, por sua vez, é a FORMA DAS FORMAS, e a sensação a forma do sensível.’

deste modo, Ar. não é realista” Às vezes H. devia apenas citar e calar o bico – assim não tinha chance de falar tanta asneira!

A PONTA DO NARIZ E ARISTÓTELES (ALMA VII): “O entendimento pensa o abstrato como se a conformação do nariz não fosse a conformação do nariz, inseparável da carne, senão algo vazio.”

“‘quem nada sente, nada aprende nem nada entende; se conhece algo, necessariamente tem que conhecê-lo também como representação, pois as representações são como as sensações, só que sem matéria. Pois bem, e em que se distinguem os pensamentos originários das representações? Ou bem não são inclusive os outros pensamentos nenhuma classe de representação, mesmo que sempre impliquem uma representação?’ Como aquilo que segue no livro não responde estas perguntas, isso parece ser mais uma indicação de que estes fragmentos têm origem apenas posterior.”

QUANTA AFETAÇÃO! “Esta identidade do subjetivo e do objetivo, que existe no entendimento ativo, enquanto que as coisas e os estados finitos do espírito são o separado de ambos, já que neles o entendimento só existe em potência, representa o cume mais alto a que pode chegar a especulação, e Aristóteles retorna assim a seus princípios metafísicos, nos quais chamava à razão que se pensa a si mesma o pensamento absoluto, o entendimento divino ou o espírito no plano do absoluto.”

Tres grandes obras éticas se han conservado de Aristóteles: la Ética Nicomaquea, en 10 libros, la Gran Ética, en 2 libros, y la Ética Eudemia, en 7 libros; la última se refiere más bien a las virtudes especiales, mientras que las 2 primeras contienen, preferentemente, investigaciones generales en torno a los principios.

Así como lo mejor que poseemos acerca de los problemas de psicología, hasta estos últimos tiempos, es lo que hemos recibido de Aristóteles, es también excelente lo que nos ha legado acerca de la voluntad real, la libertad, acerca de las determinaciones ulteriores de la imputación, la intención, etc. Lo que ocurre es que hay que imponerse el trabajo de estudiarlo y conocerlo, traduciéndolo a nuestro propio modo de hablar y de pensar, lo que naturalmente no es fácil. También aquí, como en lo físico, procede Aristóteles analizando uno tras otro, del modo más concienzudo y verdadero, los diversos momentos que se dan en la voluntad: el propósito, la resolución, el obrar voluntario o forzado, el obrar por ignorancia, la culpa, la imputabilidad, etc. No hemos de detenernos en este estudio, de carácter más bien psicológico”

Aristóteles no se da por satisfecho con la idea platónica del bien, por ser solamente lo general, sino que plantea el problema de su determinabilidad.” Problema dele.

Cuando el conocimiento es malo o incluso inexistente, pero el corazón, a pesar de ello, se comporta bien, podrá según Aristóteles existir bondad, pero no virtud, ya que falta el fundamento, o sea la razón, sin el que la virtud no puede existir.” Sempre traduzir conhecimento na Ética de Aristóteles como sabedoria no sentido schopenhaueriano, para facilitar. E coração como o verdadeiro ethos contemporâneo. O mito do burro bom (na verdade ele pode ser no máximo inofensivo). Falo em Schopenhauer, porque ambos são concordes neste aspecto. Já eu descartaria a existência de um burro bom, ou dum inteligente mau.

De ahí que Aristóteles, según veíamos, censure a Sócrates por cifrar la virtud exclusivamente en el conocimiento.” Naturalmente, pois não entendeu Sócrates. Aristóteles endeusou (literalmente!) a Razão, mas não entendeu tampouco a razão socrático-platônica: não significa usar o pensamento ou acumular informações. Significa ser sábio. Logicamente, o sábio socrático é virtuoso. Não existe inteligência, para Sócrates, dissociada de caráter! Arist. entende que aquele que possui a ciência filosófica alcançaria como por milagre noções éticas. É muito fácil estereotipar esse entendimento, dizendo que para Sócrates a virtude era uma iluminação individual. Mas esta não é a correta leitura da doutrina platônica. A ocorrência moderna que chamamos de “erudito” que na verdade não passa de velhaco não refuta ‘a ingenuidade socrática’: ele é um erudito, pois que seja, porquanto querem chamá-lo de erudito, ou permitem que se chame a si de erudito; isto não importa para nós. Ele é um hipócrita que nada tem que ver com a figura do sábio. Tampouco pode-se chegar a essa condição por esforço. Daí a força atual que conserva a metáfora da reminiscência em Platão. Outro exemplo: um político maquiavélico é tolo, pois não compreende que tudo é vaidade. No tomo I eu fui mais específico a este respeito.

Por consiguiente, en la virtud, en cuanto ésta tiende a la realización y es atributo del individuo, no puede decirse que sea la razón el principio único, sino que es la inclinación el elemento propulsor, concreto, el que precisamente en lo práctico y en el sujeto tiende a la realización.” Hegel descreve apropriadamente Arist.. O grifo verde se destina a criticar a compreensão aristotélica da moral: ele decompõe a conduta ética em teórica e prática. Sua delimitação ética é sem dúvida a que norteia a disciplina Ética moderna. Porém, isso é um mal, um retrocesso em relação a Platão. Nietzsche foi o primeiro filósofo a apontar tal erro. A virtude é um atributo inato do indivíduo. Não se pode realizar a virtude quando é-se dela carente, daí a ilusão de que alguém dotado da capacidade teórica (todo homem) de ser virtuoso falha na execução (só executa a virtude aquele que nasceu virtuoso e sábio). Ter conhecimento teórico da virtude e não aplicá-lo na prática é o mesmo que dizer que é-se meio-virtuoso, virtuoso incompleto. Ora, ou é-se virtuoso ou não se o é. É redundante falar em virtude não-realizada, por isso Aristóteles discorda de Platão – pois crê que vale a pena falar desse tipo de meia-virtude. A razão é o princípio único, porém não a razão aristotélica. Isso faz com que Aristóteles tenha de recorrer à ‘inclinação’ como elemento propulsor. Essa inclinação é inata à razão corretamente compreendida no platonismo, e não existe tal decomposição em 2 palavras ou conceitos, em que um se subordina aleatoriamente ao outro. Assim, não é que a Ética seja uma disciplina voltada à prática; ela é teórico-prática, uma unidade, desde o início. Mas o homem moderno não enxerga a validade do teórico, preferindo expulsá-lo do campo ético.

aunque se haya censurado como algo muy insuficiente e indeterminado al hecho de que Aristóteles determine la virtud más bien como una diferencia de grado, hay que reconocer que esto es algo que va implícito en la naturaleza misma de la cosa. La virtud, y más que ninguna otra la virtud determinada, entra en una órbita en que ocupa un lugar lo cuantitativo; el pensamiento aquí no permanece ya cabe sí como tal, siendo indeterminado el límite cuantitativo.” Essa definição é satisfatória no mundo dos moralistas e autores de auto-ajuda, no mundo dos comuns e plebeus. Para um filósofo, é um achado muito aquém do desejável.

Aristóteles dábase cuenta, más o menos claramente, de que la sustancia positiva, la necesaria organización y realización del espíritu práctico es el Estado, que es realizado por medio de la actividad subjetiva de tal modo que ésta encuentra en él su determinación. Por eso también Aristóteles ve en la filosofía política toda la filosofía práctica y el fin del Estado como la felicidad general.” De novo, o mesmo erro. Não existe política apenas prática. A ciência política moderna é Aristóteles desenvolvido: é o que temos, mas não é ciência nem um conhecimento sobre política, ainda.

Aunque el supremo bien es el mismo para el individuo que para el Estado en su conjunto, parece que es, desde luego, más grande y más digno el conquistar y conservar ese bien para un Estado; cierto que es ya meritorio el conquistarlo para un individuo, pero es más bello y más divino el hacerlo para todo un pueblo y para Estados enteros. Pues bien, la ciencia práctica aspira a eso y forma, por tanto, en cierto modo, parte de la política.” Ética a Nicômaco, citação que cai como uma luva para Hegel.

Pero quien es incapaz de vivir en sociedad o no necesita de ella por considerarse independiente y superior, sólo puede ser una de 2 cosas: o un animal salvaje o un dios.”

[e]l principio moderno, según el cual la voluntad particular del individuo se erige, como lo absoluto, en el punto de partida; [a revolução francesa] y así, todos contribuyen, por medio de la emisión de sus sufragios, a decidir lo que ha de regir como ley, estableciendo la comunidad sobre estas bases. En Aristóteles, por el contrario, como en Platón, el Estado¹ es el prius, lo sustancial, lo fundamental, pues su fin es el más alto de todos, desde el punto de vista de lo práctico.”²

¹ Essa generalização de H. pode custar muito caro em mal-entendidos: “Estado” significa coisas diferentes para Platão, Aristóteles e para o próprio Hegel.

² O leitor fica tentado a se perguntar: se o princípio moderno é o individual e o princípio antigo é o coletivo, qual deve prevalecer, qual é o melhor? A resposta curta e grossa é: nenhum. Não podemos mais defender uma Teoria do Estado, nem tampouco continuar com os pressupostos do Liberalismo, que institui o Homo oeconomicus atomizado, um inútil político.

Ningún país como Grecia abundaba tanto en múltiples constituciones como en cambios dentro de cada una de ellas en un solo Estado, a pesar de lo cual los griegos no llegaron a conocer en ningún momento ese derecho abstracto de los Estados modernos que aísla al individuo, lo deja hacer como tal y, sin embargo, los mantiene en cohesión a todos como un espíritu invisible, de tal modo que en ninguno se dé ya ni la conciencia ni la actividad con vistas al conjunto, sino que cada cual actúa para el todo, sin saber cómo, tan sólo en la medida en que se le reconoce esencialmente como persona y en que sólo se preocupa de la protección de su individualidad. Es una actividad dividida, de la que cada uno sólo tiene en sus manos un fragmento: del mismo modo que, en una fábrica, nadie forma un todo, sino solamente una parte y no posee las demás habilidades necesarias, ya que solamente algunos determinan la cohesión del conjunto.” Trecho fundamental para a funda(menta)ção do Marxismo.

La libertad burguesa, en este sentido, consiste precisamente en la carencia de lo general, en el principio del aislamiento; pero esta libertad constituye un momento necesario que los antiguos Estados no conocían” É como dizer que Diógenes o Cínico era uma existência necessária – quase uma confissão de mesianismo!

sólo ahora se hace posible la consistencia interior y la indestructible generalidad, real y consolidada en sus partes.” O Estado moderno é realmente muito consistente – como exemplifica muito bem a arbitrariedade racional-legal chamada Israel –; só esperamos que não seja exatamente indestrutível! Felizmente, entretanto, Hegel não perde muitas páginas comentando a Política.

Al otro lado de la filosofía del espíritu se halla la ciencia aristotélica del pensamiento abstracto, la lógica, que aún nos queda por examinar, ciencia venerada por espacio de siglos y de milenios con la misma fuerza con que hoy se la desprecia. Aristóteles está considerado como el padre de la lógica: sus obras sobre esta materia son la fuente y el tratado de los estudios lógicos de todos los tiempos, que no eran, en parte, otra cosa que desarrollos especiales de los principios sentados por el Estagirita, lo que necesariamente hacía de ellos proyecciones secas, opacas, imperfectas y puramente formales; todavía en los tiempos más recientes habría de decir Kant que la lógica era, desde Aristóteles, como la geometría pura desde Euclides, una ciencia acabada que había venido manteniéndose hasta nuestros días sin experimentar el más pequeño mejoramiento científico ni enriquecerse con ninguna aportación nueva.”

Así como en la historia natural se examinan y describen los animales, por ejemplo, el unicornio, el mamut, esta o aquella clase de escarabajos o de moluscos, etc., Aristóteles traza también, en cierto modo, la descripción natural de estas formas espirituales del pensamiento; pero, en estas deducciones de unas cosas a otras, Aristóteles se limita a exponer y precisar el pensamiento en su aplicación finita: su lógica es, por tanto, una historia natural del pensamiento finito.” “hay que reconocer que esta conciencia es verdaderamente admirable, y más admirable aún el desarrollo de esta conciencia; y esta lógica, por tanto, una obra que hace honor en el más alto grado a la profundidad de espíritu de su inventor y a su gran capacidad de abstracción.”

Las categorías, de las que trata la primera de estas 5 obras, son las determinaciones generales, lo que se predica del ser: tanto lo que hoy llamamos conceptos intelectivos como las cualidades simples de las cosas. Podríamos llamar a esto una ontología, una parte de la metafísica; estas determinaciones aparecen también, por tanto, en la metafísica aristotélica.” Diz-se, ademais, que a parte das categorias na Lógica arist. está incompleta.

Los conceptos determinados se predican con unión o sin unión: así por ejemplo, cabe decir: el hombre vence, el buey anda, o bien: el hombre, el buey, vencer, andar.”

As determinações da lógica aristotélicas já foram há muito tempo absorvidas por todos os que filosofam. Quatro noções básicas (abaixo) são o gênero, o geral, o particular e o individual.

El concepto es una realidad lógica y, por tanto, algo en sí puramente pensado, es decir, posible. En el juicio, postula el concepto A como un sujeto real y combina con él a otro algo real, como concepto B; se trata de que B sea el concepto y de que A se halle dotado de ser con respecto a él, pero B es solamente el concepto más general. En el silogismo, trata de imitarse la necesidad: ya en el juicio se contiene la síntesis de un concepto y un deber ser: en el silogismo se trata de dar a esa síntesis la forma de la necesidad, equiparando ambos términos contrapuestos dentro de un tercero como a través del término medio de la razón, por ejemplo en el justo medio de la virtud. La premisa mayor expresa un ser lógico, la menor una posibilidad lógica, pues Cayo es, para la lógica, un algo simplemente posible; la conclusión sirve de lazo de unión entre ambos términos.”

EXPLICAÇÃO CONTIDA NA DEFINIÇÃO DE GÊNERO: “O conceito é uma realidade lógica e, portanto, algo em si puramente pensado, i.e., possível. No juízo, postula-se o conceito A como um sujeito real e se o combina com outro algo real, como conceito B; trata-se de que B seja o conceito e de que A se ache dotado de ser com respeito àquele, mas B é somente o conceito mais geral. No silogismo, trata-se de imitar a necessidade: ao passo que no juízo contém-se a síntese de um conceito e um dever-ser, no silogismo dá-se a tal síntese a forma da necessidade, equiparando ambos os termos contrapostos dentre de um terceiro como através do termo-médio da razão, p.ex. no justo meio da virtude. A premissa maior expressa um ser lógico, a menor uma possibilidade lógica, uma vez que Caio é, para a lógica, um algo simplesmente possível; a conclusão serve de laço de união entre ambos os termos.” Parece muito mais difícil do que é pela explicação.

Há um problema com a Lógica aristotélica quando avaliada por Hegel, pois falta-lhe a noção do Absoluto, presente na lógica hegeliana. Por isso, o “geral” em Ar. é uma determinação “pobre”, aquém do “geral moderno”, ou geral em H. Veja abaixo:

O GERAL: Aquilo que não é nem ser em si (essência, potência, abstrato) sem ser para si (aparência, ato, concreto).

O PARTICULAR: O concreto, partícipe do geral, a aparência que o sujeito pode nomear como momento seu. O predicado determinado-com-referência-a. Poderíamos dizer que se houvesse a reflexão sobre a reflexão nesse processo, seria o Absoluto hegeliano (o ser em e para si); mas aqui não há este desdobrar e retornar a si mesmo da consciência individual, então o processo é incompleto.

O INDIVIDUAL: A aparência pura (fenômeno, representação). O predicado indeterminado. Chamado, em outro tópico do livro, de categoria da substância. Como é mera ação cega, um nível abaixo da concretude, mal é conceito.

Enfim, ‘memorizar’ essas sutilezas a nada leva, senão que o raciocínio filosófico e o pensamento lógico se formam naturalmente no filósofo. O acrescer o tempo todo homônimos só confunde a cabeça dos neófitos.

La segunda obra es la que versa sobre la interpretación

Provavelmente o que hoje ensina-se como RACIOCÍNIO LÓGICO propriamente dito. Proposições, verdade ou falsidade (inferência e juízo do contéudo que se contradiz).

Forman la tercera parte los libros analíticos, que son 2 obras, los primeros y los posteriores: [¿?] tratan con bastante detalle de la prueba y de los silogismos.”

La cuarta obra es la llamada Tópicos, que trata de los lugares (topoi)” “Esta parte de la lógica aristotélica fue desarrollada por Cicerón [¡!] y Giordano Bruno.” “Ahora bien, esto, según Aristóteles, forma parte de la dialéctica, que él llama un instrumento para descubrir proposiciones y conclusiones, partiendo de lo probable.” “Y distingue también los silogismos dialécticos y probatorios de los retóricos y de toda clase de medios de persuasión, incluyendo entre los retóricos la inducción.”

Finalmente, la quinta obra es la llamada Refutaciones sofísticas o De los giros, en la que, en el desarrollo inconsciente del pensamiento en sus categorías, por lo que se refiere a la parte material de las representaciones, cae en constantes contradicciones consigo mismo.” “los que más se distinguieron en el estudio de estas contradicciones fueron los megáricos”

Pues, por muy árida y carente de contenido que pueda parecernos la enumeración de las distintas clases de juicios y silogismos y sus múltiples entrelazamientos y camino poco adecuado para llegar a la verdad, no es posible levantar, por vía de contradicción, otra ciencia frente a ésta. Si, por ejemplo, se considera como una aspiración legítima y digna llegar a conocer, en la entomología erudita, la indecible cantidad de animales que existen, por ejemplo, las 167 especies de cuclillos, diferenciadas a veces solamente por un mechoncito de plumas en la cabeza, una miserable especie nueva de musgo dentro del miserable género musgo, un insecto, una hormiga, una chinche, etc., no cabe duda de que es mucho más importante conocer las diversas modalidades del movimiento del pensar.” Bom ponto, H.! Mas a Lógica aristotélica não deixará de ser chata por isso!

su defecto no consiste, por tanto, en que sean simplemente formas, sino por el contrario en que carecen de forma y en que hay en ellas demasiado contenido.” Em vez de o Estagirita, o Enciclopédico como epíteto!

A pesar de que esta lógica de lo finito es, por naturaleza, muy poco especulativa, no hay más remedio que conocerla, pues la encontramos por todas partes en las relaciones de lo finito. Hay muchas ciencias, conocimientos, etc., que no conocen ni aplican más formas del pensamiento que estas formas del pensar finito, que en realidad constituyen el método general de las ciencias finitas. Las matemáticas, por ejemplo, son un proceso constante de deducciones; y la jurisprudencia consiste en la subsunción de lo particular bajo lo general, en la unión de estos dos aspectos.

Dentro de estas relaciones de determinaciones finitas, el silogismo es indudablemente por la trinidad de sus términos, la totalidad de estas determinaciones, razón por la cual ha sido llamado por Kant (Crítica de la razón pura, p. 261) el silogismo racional” Os doidos entendem-se entre si. H. e K. seriam amissíssimos se contemporâneos, com toda a certeza. Acontece que quando Hegel entrava na idade para filosofar, Kant já era um octogenário.

La lógica de Aristóteles, al igual que toda su filosofía, necesita esencialmente ser sometida a esta refundición, para que la serie de sus determinaciones pueda reducirse a un todo sistemático necesario: no a un todo sistemático en que todas las partes aparecen exactamente clasificadas, sin olvidar ninguna, y colocadas por su orden debido, sino a un todo orgánico vivo, en que cada parte valga como parte y sólo el todo, como tal, tenga verdad.”

Y con lo dicho ponemos fin a nuestro resumen de la filosofía aristotélica, de la que no es fácil por cierto desprenderse, pues cuanto más entra uno en detalles de ella más interesante resulta y más cohesión encuentra uno en los temas.” “Esto hace que no podamos decir gran cosa de los discípulos de Aristóteles, ni de Teofrasto ni de muchos otros (por ejemplo, de Dicearco de Mesina), el más famoso de los cuales fue Estratón de Lampsaco, sucesor de Teofrasto.”

El triunfo celebrado al renacer las ciencias por el hecho de que la filosofía aristotélica fuese desplazada de las escuelas, de las ciencias y principalmente de la teología, como la filosofía sobre la esencia absoluta, tiene este doble aspecto: de una parte, el de que lo que se desplazaba no era tanto la filosofía aristotélica como el principio de la ciencia teológica basado en ella y con arreglo al cual la primera verdad es una verdad dada, revelada, una premisa sentada de una vez por todas, dotada de fuerza y de razón y en torno a la cual se mueven de un lado para otro, solamente de un modo superficial, la razón y el pensamiento.” “Pero otro de los aspectos de este triunfo fue el triunfo de la vulgaridad, que se emancipó del concepto y sacudió el yugo del pensamiento. Antes se hablaba mucho, como sigue hablándose aún hoy, de las sutilezas escolásticas de Aristóteles; cree haberse encontrado en este nombre un derecho para ahorrarse las molestias de la abstracción y huir del concepto, entregándose a las sensaciones de la vista y del oído y a lo que se llama sano sentido común.” “los escarabajos, las especies de aves, se distinguen hoy con la misma sutileza con que en otros tiempos los conceptos y los pensamientos. Si una especie de pájaros tiene el plumaje rojo o verde, tal o cual forma de cola, etc., son sutilezas con las que es más fácil encontrarse hoy que con las distinciones que afectan al pensamiento” Mas pensé bem: se os alemães tivessem se atido à ornitologia não teríamos tido duas guerras mundiais…

El defecto de la filosofía aristotélica estriba en que —después de haberse elevado, por medio de ella, la multiplicidad de los fenómenos al plano del concepto y de haberse descompuesto éste en una serie de conceptos determinados— no se hizo valer la unidad del concepto que la unificaba de un modo absoluto: y esto es precisamente lo que habrán de llevar a cabo los tiempos posteriores.” Tempos posteriores, leia-se: eu.

Pero la unidad como concepto, la unidad general y negativa en sí, el tiempo como tiempo, absolutamente cumplido y en su cumplimiento como unidad, es la conciencia pura de sí mismo.”

Ponemos fin, así, a la primera sección de la filosofía griega para pasar en seguida al segundo período de ella.” “La necesidad inmediata, lo inmediatamente necesario, tiene que contenerse en aquello que la filosofía había llegado a ser con Platón y Aristóteles.”

A FRANÇA COMO O ANTÍDOTO DA SISTEMOFILIA HEGELIANA: “así también, los franceses llaman a lo dogmático systématique y dan el nombre de systéme a aquel conjunto de representaciones en el que todas tienen que emanar consecuentemente de una determinación; y por eso también systématique es, para ellos, sinónimo de unilateral.”

Y si en el estudio de este primer período nos hemos detenido demasiado, podremos recobrar el espacio en el examen del segundo, en el que ya no tenemos para qué extendernos tanto.”

SECCIÓN SEGUNDA:

SEGUNDO PERÍODO: EL DOGMATISMO Y EL ESCEPTICISMO

Dentro del funesto mundo romano, se borra con mano áspera todo lo que había de bello y de noble en la individualidad espiritual. En este estado de divorcio del mundo, en que el hombre se ve empujado a su interior, esfuérzase en buscar por la vía de lo abstracto la unidad y la satisfacción que ya no acierta a encontrar en el mundo. Por eso precisamente el mundo romano es el mundo de la abstracción, en el que se extiende una fría dominación sobre el mundo culto. Las individualidades vivas de los espíritus de los pueblos se ven reprimidas y son asesinadas; un poder extraño viene a pesar, como lo general abstracto, sobre el individuo.”

No cabe duda de que el mundo romano dio vida a un patriotismo formal y a sus virtudes correspondientes, así como a un sistema de derecho muy desarrollado; pero de una muerte así no podía surgir una filosofía especulativa, sino solamente buenos abogados y la moral de un Tácito. Por eso estas filosofías, con excepción del estoicismo, se manifestaron entre los romanos en oposición con su antigua fe supersticiosa; y en general la filosofía pasa a ocupar ahora el lugar de la religión.”

la imperturbabilidad y la igualdad del espíritu consigo mismo, al que nada hace sufrir, ni la alegría ni el dolor, y que no se halla determinado por ningún otro nexo, es el punto de vista común y la meta común de todas estas filosofías”

El fundador de la escuela estoica es un Zenón que no debe confundirse con el de Elea: Zenón, de Cirio, ciudad de la isla de Chipre, que nació alrededor de la 109ª Olimpíada. Su padre era comerciante y en sus viajes comerciales le llevó de Atenas —que era y habría de seguir siendo durante mucho tiempo la sede de la filosofía y de gran número de filósofos— algunos libros, compuestos principalmente por los socráticos, lo que despertó en aquel joven el afán y el amor por la ciencia.”

Zenón visitó en Atenas a varias clases de socráticos, principalmente a Jenócrates, figura de la escuela platónica que había llegado a hacerse muy famoso por el rigor de sus costumbres y por la gran seriedad de su conducta, habiendo sido sometido a pruebas semejantes a las que se vio sometido San Francisco de Asís, saliendo también triunfante de ellas.” “La filosofía estaba considerada entonces como un asunto de la vida, y de la vida en su totalidad; no era una enseñanza que se cursase en tantas o cuantas lecciones, para pasar en seguida, corriendo, a otra materia.” “hasta que por último actuó por cuenta propia como maestro en un pórtico o stoa, decorada con la colección de pinturas de Polígnoto, y de aquí tomó su escuela el nombre de escuela estoica.”

Por su cultivo de la ciencia, hízose más célebre que Cleanto [discípulo de Zenão de Círio] su discípulo Crisipo de Cilicia, que nació en la Ol. 125,1 (280 a.C.), quien vivía también en Atenas y fue seguramente el que más hizo por el desarrollo y la difusión de la filosofía estoica en todos sus aspectos. Le hizo famoso, sobre todo, su lógica y su dialéctica, hasta el punto de que se llegara a decir: si los dioses se dedicasen a la dialéctica, no se valdrían para ello de otra que de la de Crisipo. Sus contemporáneos admiraban también su laboriosidad como escritor; el número de sus obras ascendía en efecto, como indica Diógenes Laercio, a la cifra de 750. Cuéntase de él, en relación con esto, que escribía unas 500 líneas diarias. Sin embargo, la manera de componer sus escritos neutraliza bastante todo lo que tenía de admirable esta laboriosidad como escritor y revela que la mayoría de sus obras eran simples compilaciones o repeticiones. Escribía con frecuencia acerca de los mismos temas; llevaba al papel todo lo que se le ocurría y fue acumulando así una multitud de noticias y testimonios; copiaba a veces libros casi enteros de otros, y alguien llegó a decir, juzgando su obra, que si se le quitara todo lo que en ella pertenecía a otros, apenas quedaría más que el papel en blanco. Claro está que este juicio es bastante exagerado, como lo revelan las muchas citas de los estoicos, en las que Crisipo figura siempre a la cabeza, utilizándose en ellas, de preferencia, sus definiciones y explicaciones. Pero sus obras, de las que Diógenes Laercio trae una copiosa lista, se han perdido en su totalidad para nosotros; podemos, sin embargo, asegurar que desarrolló principalmente la lógica estoica. Si es de lamentar que no se conservasen algunas de sus mejores obras, tal vez sea una suerte que no se conservaran todas; pero, puestos a elegir entre todas o ninguna, nos veríamos en duro trance.” Hahahaha!

TODOS OS DIÓGENES DO MUNDO SÃO FILÓSOFOS GREGOS: “Después de él, se destacó Diógenes de Seleucia, en Babilonia, con quien debió de aprender dialéctica Carneades, el famoso académico. Diógenes es también una figura notable por haber sido enviado como embajador ateniense a Roma en tiempo de Catón el Mayor, en la Ol. 156,2 (156 a.C.), en unión de este mismo Carneades y de Critolao, un pensador peripatético; esta embajada empezó a iniciar a los romanos, en la misma Roma, en los estudios de la filosofía, la dialéctica y la elocuencia griegas, a través de las conferencias explicadas allí por los citados embajadores-filósofos.”

Más tarde, vemos cómo la filosofía estoica pasa a manos de los propios romanos; es decir, se convierte en la filosofía de muchos romanos, pero sin que esta filosofía salga, con ello, ganando mucho como ciencia: por el contrario, con Séneca y los estoicos posteriores, Epicteto y Antonino [Marco Aurélio], pierde en realidad todo su interés especulativo para convertirse en una doctrina más bien retórica y parenética, que no hay por qué incluir en la historia de la filosofía, como no habría por qué incluir en ella tampoco los sermones de nuestros días.”

A base de sus lecciones compuso Arriano las prolijas Dissertationes Epicteteae, que aún poseemos, y el compendio del estoicismo. (Aulo Gélio, Noites Áticas)

Del emperador Marco Aurelio Antonino, que reinó primero (de 161 a 169 d.C.) junto con Lucio Aurelio Vero y luego (de 169 a 180) solo, habiendo conducido la guerra contra los marcomanos, poseemos todavía sus Pensamientos, en 12 libros, en los que se habla continuamente a sí mismo; pero estas meditaciones no tienen ningún carácter especulativo, sino que son simples exhortaciones, por ejemplo, la de que el hombre debe formarse en todas las virtudes.”

Por lo que se refiere a la filosofía de los estoicos, éstos la dividían claramente en 3 partes con las que ya nos encontrábamos anteriormente y que seguirán siendo, en general, las mismas: primero, la lógica; segundo, la física o filosofía de la naturaleza; y, tercero, la ética, la filosofía del espíritu, principalmente desde el punto de vista práctico.”

Su filosofía es panteísmo. Pero toda filosofía es, en rigor, panteísta, ya que pone de manifiesto que el concepto racional existe en el universo.”

Nada acaece en el mundo sin ti, ¡oh demonio!, ni en el polo etéreo del cielo, ni en el mar, fuera de lo que los malos hacen por su propia falta de entendimiento. Pero tú sabes también enderezar lo torcido, ordenar lo desordenado y convertir lo hostil en amistoso. Pues así has sabido armonizarlo todo en unidad, lo bueno y lo malo, de tal modo que sólo existe en todo un concepto (logos), que siempre existe y del que huyen los malos entre los mortales. ¡Desgraciados aquellos que, clamando siempre por la posesión de lo bueno, no comprenden la ley general de Dios ni dan oídos a aquel a quien si escuchasen con la razón les haría llevar una vida buena!” Cleanto apud Estobeu, Éclogas

Heráclito y el estoicismo conciben, pues, certeramente este proceso como un proceso general y eterno. La idea se adocena ya en Cicerón, quien ve falsamente, detrás de este pensamiento, la combustión del universo en el tiempo y el fin del mundo, lo cual tiene ya un sentido completamente distinto.” “para los estoicos todo es devenir.”

La simiente que hace nacer algo racional es ella misma racional. El universo hace brotar la simiente de lo racional y es, por tanto, racional de suyo”

sólo los estoicos de la primera época tenían en su filosofía una parte física; los posteriores desdeñaban totalmente la física para atenerse exclusivamente a la lógica y a la moral.” Movimento correto.

Los estoicos se atienen, pues, a la representación general según la cual todo lo individual se halla encuadrado en un concepto y éste, a su vez, en un concepto general que es el universo mismo.”

Ahora bien, el que unas veces los dioses hagan conocer a los hombres el futuro e intervengan y otras veces se abstengan de ello es una inconsecuencia, es decir, algo incomprensible; pero en esta incomprensibilidad, precisamente, en este elemento irracional, estriba el triunfo del modo religioso usual de concebir. Por eso, toda la superstición de los romanos encontraba en los estoicos sus más firmes patronos; los estoicos toman bajo su tutela y justifican toda la superstición de los romanos.”

La mera representación por sí misma era, según ellos, una figuración, a la que Crisipo daba el nombre de cambio.”

esta retórica en torno al sabio sólo tiene su fundamento en la indeterminabilidad de los criterios, que no permite avanzar hasta llegar a la determinación del contenido.”

la razón se encarga en el hombre de convertir en una obra de arte lo que en el animal sólo es un instinto.”

La virtud es predicada de un modo enérgico, estimulante, edificante; pero no se nos ofrecen las determinaciones necesarias para saber en qué consiste esta ley general de la virtud.”

Un acto bueno que no fuese útil no sería tal acto, ni tendría realidad. Lo inútil en sí de lo bueno es su abstracción, como la negación o la ausencia de la realidad. No sólo se puede, sino que se debe tener la conciencia de la utilidad, pues es verdad que lo bueno sabe siempre, además, ser útil. La utilidad quiere decir simplemente que se abriga una conciencia de los propios actos. Si esta conciencia es censurable, aún lo es en mayor medida saber mucho de la bondad de sus actos y considerarlos menos desde el punto de vista de la necesidad” Tudo derivação da perseguição da Idéia de Platão…

Por tanto, este comportarse-exclusivamente-con-arreglo-a-la-razón entraña, visto más de cerca, la concentración abstracta del hombre dentro de sí mismo, que lleva consigo la conciencia de lo verdadero, renunciando con ello a todo lo que guarde relación con los impulsos inmediatos, las sensaciones, etc.” “satisfacerse en sí mismo y no en algo exteriormente condicionado.” “Los escritos de Séneca y Marco Aurelio contienen mucho de verdad en este sentido, y pueden servir de eficaz punto de apoyo al hombre que no haya sido capaz de remontarse aún a una convicción superior.” “Quien siente apetencia de gloria para después de su muerte no se da cuenta de que cuantos a él puedan recordarle están sujetos también a morir y también los que a ellos les sigan, hasta que toda memoria se borre con estos hombres que, admirándolo, están llamados a desaparecer.” “Es en este criterio de la independencia y la libertad interiores abstractas del carácter mismo donde radica precisamente la fuerza que caracterizaba a los estoicos” “Aquella libertad que los estoicos atribuyen al hombre no carece de relación con otra cosa; se halla más bien supeditado [subordinado] a ella, y en este aspecto reside precisamente la felicidad. Mi independencia no es más que uno de los lados, al que no corresponde, por tanto, por ello sólo, el otro lado, el lado especial de mi existencia.” “el ethos contiene esencialmente mi convicción subjetiva de que lo que hago se halla a tono con las determinaciones racionales de la voluntad, con los deberes generales.” “Los estoicos dicen, en este respecto: sólo debe buscarse la virtud, pues la virtud lleva aparejada siempre, por sí misma, la felicidad. Y esta felicidad es la verdadera, la inconmovible, aunque al hombre pueda ocurrirle cualquier otra desdicha.”

Lo grande de la filosofía estoica es, por tanto, que nada puede hacer flaquear la voluntad si se mantiene firme de este modo, que todo lo que no sea esto se mantiene fuera de ella, ya que ni siquiera el alejamiento del dolor puede ser considerado como un fin. Los estoicos viéronse expuestos a las burlas de las gentes por decir que el dolor no era ningún mal. Claro está que, al decir esto, no querían referirse, ni mucho menos, a los dolores de muelas o a otros dolores físicos por el estilo. El hombre se halla necesariamente expuesto a esta clase de dolores; pero una cosa son estos dolores y otra cosa distinta la desdicha.” “Es, pues, totalmente exacto que los sufrimientos, los dolores, etc., no son ningún mal que pueda venir a perturbar la igualdad conmigo mismo, mi libertad; en cuanto me siento en consonancia conmigo mismo, me hallo por encima de todas esas cosas y, aun cuando las sienta, no abren dentro de mí ninguna separación. Esta unidad interior conmigo mismo, en cuanto sentida, es la felicidad; la cual no se ve destruida ni perturbada por causas de orden exterior.”

Otra contraposición es la que se da dentro de la virtud misma. Por cuanto que se debe tomar como pauta de la conducta la ley general de la razón certera, es como si no existiera, en rigor, ninguna determinación fija; pues todo deber es siempre un contenido particular, aunque se lo pueda concebir bajo una forma general, pero sin que esto modifique para nada el contenido.” “en cuanto que no puede establecerse un criterio último y decisivo acerca de lo que puede llamarse bueno, sino que el principio carece de determinación, la última decisión corresponde al sujeto.” “En efecto, desde Sócrates ya había dejado de ser la instancia inapelable de lo justo en Atenas la costumbre; con los estoicos desaparece, por tanto, toda determinación exterior, y lo decisivo sólo puede situarse en el sujeto como tal, que es de suyo el que en última instancia determina, en cuanto conciencia.”

En efecto, si los estoicos se remontaran sobre el simple concepto del obrar al servicio del fin que es en sí y penetraran en el conocimiento del contenido, no necesitarían expresar esto como un sujeto. La propia conservación racional del hombre es, para ellos, la virtud.” “La realidad moral consiste precisamente en esto, en ser; pues del mismo modo que la naturaleza es un sistema permanente y ente, también lo espiritual tiene que ser eso: un mundo objetivo. Pero a esta realidad no llegaron los estoicos. Y este pensamiento podría expresarse también así: su realidad moral es sólo el modo, un ideal y no una realidad” A.k.a. Platão, principalmente n’O Banquete e no Fédon. Afinal, quem nunca foi queimado dentro dum cavalo de madeira nem cortou a própria jugular a mando do imperador nem tomou de livre e espontânea vontade a cicuta após ser condenado na assembléia ateniense nada pode discorrer sobre essas três consumações: não pode dizer que morrer queimado vivo é em si pior ou melhor do que infligir-se um corte ou tomar veneno, ou mesmo que ser banido de sua polis. O sábio resigna-se ao seu fado, e é só.

debe luchar, en efecto, contra la individualidad de su existencia o ser indiferente a ella, y también contra la consonancia y la falta de consonancia con lo individual, así como ser capaz de renunciar a la felicidad o sentirse libre de ella, suponiendo que la posea; pues de lo que se trata es simplemente de la consonancia consigo mismo como con algo general.” “Ahora bien, si podemos llamar a esta felicidad la felicidad verdadera, para distinguirla de la otra, esto quiere decir solamente una cosa: que la palabra felicidad es poco acertada.” “La tendencia a la felicidad, a los goces espirituales, y las chácharas en torno a las excelencias de los goces de la ciencia y el arte, etc., son, por consiguiente, algo vacuo, pues la cosa misma de que aquí se trata no presenta ya, en efecto, la forma del disfrute o, mejor dicho, supera incluso esa representación.” “La más alta idea de Aristóteles, el pensamiento del pensamiento, se conserva también en el estoicismo, pero de tal modo que aquello no aparece aquí aislado, como parece estarlo en Aristóteles, con otras cosas al lado de ello, sino que es lo único.” “Por tanto, la descripción del ideal, por parte de los estoicos, es una retórica general y, por ello mismo, carente de interés; o solamente es notable en ella lo negativo.”

Vemos proclamada aquí la autonomía y la autocracia del sabio, quien, obligado a seguir tan sólo los dictados de la razón, se declara libre del deber de ajustarse a todas las leyes determinadas que rigen y que no puedan invocar en su apoyo un fundamento racional o parezcan descansar más bien sobre el temor natural o sobre el instinto.” “si a primera vista el incesto, la pederastia, la antropofagia, etc., sólo parecen estar vedadas por el instinto natural del hombre, es lo cierto que tampoco pueden mantenerse ante el foro de la razón.”

H. começa a especular, p.ex., se estaria vivendo estoicamente um estóico que declarasse que é irracional, em que pese de certa forma natural, respeitar a propriedade privada, para polemizar com os apologistas do ideal estóico (já que isso não parece ter importância alguma no estoicismo concreto ou histórico): “Tratar de justificar por medio de un fundamento semejante contenido es, por tanto, confundir el conocimiento de las cosas en detalle con el conocimiento de toda la realidad; es la superficialidad del conocimiento que se niega a reconocer algo por no reconocerlo desde tal o cual punto de vista o en tal o cual aspecto, y única y exclusivamente porque sólo indaga y conoce las razones inmediatas, sin que pueda saber si existen también otros aspectos y otras razones.”

O ETHOS DO ESTOICISMO MADURO OU TARDIO: “Llegan a deducciones basadas en circunstancias, en conexiones, en consecuencias, descubriendo así contradicciones o contraposiciones: así proceden Marco Aurelio y Séneca, con gran ingenio y de un modo edificante.”

soy yo, entonces, quien hago surgir estas razones sabias y buenas. No son las razones mismas la cosa, lo objetivo, sino que son obra de mi libre voluntad, de mi capricho, algo de que me valgo yo para justificar ante mí mismo mis nobles intenciones” Para o sábio, isto faz sentido e é seu mundo – para a maioria massacrante da população, não.

En el propio Séneca encontramos más lastre y hojarasca de reflexiones morales que verdadera solidez: y así, vemos que se le echan en cara, de una parte, sus riquezas y el lujo de su vida, siendo verdad que Nerón le había regalado riquezas inmensas; del mismo modo que, por otra parte, podría reprochársele su discípulo, Nerón, quien también pronunciaba discursos morales, redactados para él por Séneca.

Esta manera de razonar es a veces brillante, como en Séneca: encontramos en él muchas cosas estimulantes y fortalecedoras para el ánimo, ingeniosas antítesis, retórica; pero estos discursos morales nos producen, al mismo tiempo, frío y fastidio. Se siente uno estimulado, pero con frecuencia insatisfecho: muchos de estos razonamientos podrían ser calificados de sofísticos; y, aunque no haya más remedio que reconocer en ellos la sutileza de las distinciones y las opiniones honradas, el fondo del convencimiento resulta siempre un tanto defectuoso.”

CRÍTICA DA CRÍTICA DA RAZÃO PRÁTICA: “En segundo lugar, el punto de vista estoico lleva implícito el principio superior, aunque negativo y formal, de que lo pensado es, simplemente por serlo, un fin y algo bueno, por lo cual en esta forma del pensamiento abstracto, lo mismo que en el principio kantiano del deber, se contiene ya aquello en que el hombre basa y tiene necesariamente que basar el fundamento de su conciencia de sí mismo, de tal modo que no tiene por qué tener en cuenta ni perseguir, de suyo, nada que ofrezca otro contenido, cualquiera que él sea.”

La firmeza formal del espíritu que se abstrae de todo no plantea ante nosotros ninguna evolución de principios objetivos, sino un sujeto que se mantiene en pie en esta inmutabilidad y en esta indiferencia, no ciega, sino querida; y en esto consiste la infinitud de la conciencia de sí mismo.” “La fuerza de la repulsa a la existencia es grande y la energía de esta actitud negativa, sublime.” “Por eso, al desaparecer la existencia política y la realidad moral de Grecia y cuando más tarde tampoco el imperio romano pudo encontrar satisfacción en el presente, este mundo se replegó hacia sí mismo, buscando dentro de sí lo justo y lo moral que había desaparecido ya de la vida general exterior. § Platón proclamó el ideal de una república, es decir, de una vida racional de los hombres dentro del Estado, pues esta vigencia del derecho, la moralidad y la costumbre era, para él, lo fundamental, lo que forma el lado de la realidad de lo racional; y sólo por medio de este estado racional del mundo podía, según él, existir la armonía de lo exterior y lo interior, en este sentido concreto.” Você superestima a esperança platônica de que teríamos o Estado do sábio, que fosse um programa para seguir, ainda que não fosse uma utopia no sentido de Thomas More. Como o próprio H. determinou no lugar certo, tratava-se de uma “Esparta melhorada”, concebível, ao menos, no mundo grego, antes do ocaso completo de Atenas. Ainda assim, não há nada de histórico na República. É realmente muito mais um subterfúgio para imaginar onde e quando um autoeducado sábio poderia viver para sua máxima plenitude, ao lado de outros raros como ele.

TUDO SÃO CASOS ISOLADOS: “En lo tocante a la moral, a la fuerza de la buena voluntad, no es posible leer nada mejor que lo escrito por Marco Aurelio en sus meditaciones acerca de sí mismo. Este hombre reinaba sobre toda la tierra entonces conocida y cultivada, habiéndose comportado también noble y rectamente como particular. Sin embargo, este emperador filosófico no hizo cambiar en lo más mínimo el estado del imperio romano; y su sucesor, hombre de carácter totalmente distinto, no se sentía obligado por nada a poner trabas a un estado tan malo como el que radicaba en su propia maldad y arbitrariedad.”

En la medida en que yo puedo hablar de derecho, debo decir que no he sido capaz de encontrar en el derecho romano nada que guarde alguna relación con el pensamiento, con la filosofía, con el concepto. Podríamos, sí, llamar filósofos a los juristas romanos si entendiéramos por pensamiento lógico la consecuencia intelectiva; pero ésta la encontramos también en el señor Hugo,(*) quien, sin embargo, no creemos que tenga la pretensión de pasar por filósofo.

(*) Hegel se refiere a Gustav von Hugo (1764-1844), jurista alemán que fue el fundador de la escuela histórica del derecho, continuada y desarrollada por Savigny [E.].”

Así como los estoicos no centraban en las necesidades sino en la razón general el principio de los cínicos, según el cual el hombre debía limitarse a la simple naturaleza, Epicuro eleva también al plano del pensamiento el principio de que el placer constituye un fin, buscando lo placentero en un algo general, determinado por el pensamiento. Ahora bien, aunque con ello se asimile la doctrina de los cirenaicos, llevándola a un alto grado de cientificidad, ya de suyo se comprende, desde el momento en que el ser sentido rige como lo verdadero, que con ello se supera de un modo general la necesidad del concepto, todo se dispersa sin ningún interés especulativo y, en realidad, las cosas se degradan hasta el punto de vista del sano sentido común.”

Sus padres eran pobres; su padre, Neocles, era maestro de escuela de aldea y su madre, Querestrata, se dedicaba a las artes de la brujería, es decir, ganaba algún dinero, como muchas mujeres de Tracia y de Tesalia, con fórmulas de encantamiento y hechicería, muy usuales en aquella época. Su padre —y con él Epicuro— emigró con una colonia ateniense a Samos, pero también allí hubo de seguir dedicándose a la enseñanza de los niños, ya que el pedazo de tierra de que disponía para su cultivo no le bastaba para cubrir las necesidades de la familia.” “dedicóse principalmente al estudio de la filosofía de Demócrito. Mantuvo además trato personal con algunos de los filósofos de aquel tiempo, tales como Jenócrates, el platónico, y Teofrasto, el discípulo de Aristóteles. A los 12 años leía en unión de su maestro a Hesíodo, el que lo hace nacer todo del caos, lo cual no dejó de influir seguramente en sus propias concepciones filosóficas. Por lo demás, se llamó siempre un autodidacta, en el sentido de que había producido su filosofía por sí solo, sin ayuda de nadie; pero sin que de ello deba deducirse, en modo alguno, que no siguió las enseñanzas de otros filósofos ni estudió tampoco los escritos de otros pensadores.”

O JARDIM DAS DELÍCIAS ERUDITAS: “Epicuro empezó actuando como profesor de su propia filosofía en Lesbos (Mitilene) y más tarde en Lampsaco, en el Asia Menor, aunque sin llegar a reunir muchos oyentes. Después de haber pasado allí varios años, a los 36 de edad aproximadamente, regresó a Atenas, es decir, al verdadero centro de la filosofía y, al poco tiempo, adquirió un jardín, donde vivía entre sus discípulos, dedicado a la enseñanza.

A pesar de la debilidad de su cuerpo, que le tenía sujeto a un sillón, sin permitirle levantarse de él durante varios años, llevaba un régimen de vida absolutamente regular y de una frugalidad extraordinaria, consagrándose por entero y sin ningún otro negocio ni ocupación alguna al cultivo de la ciencia. El mismo Cicerón, a pesar de lo insulsamente que habla de él, reconoce que era, desde luego, un amigo fiel y cariñoso, y añade que nadie podría negar que era un hombre bueno y dulce, amante del prójimo.”

Probablemente no habrá habido maestro tan querido y venerado por sus discípulos como Epicuro; era tan grande la intimidad de su convivencia, que concibieron el propósito de reunir sus bienes para seguir viviendo en permanente comunidad, como en una especie de Liga pitagórica. Sin embargo, el propio Epicuro les prohibió que lo hiciesen, por entender que ya esto mismo representaba cierta desconfianza en cuanto a su mutua buena voluntad y porque entre quienes abrigaban o podían abrigar recelos de este género era difícil que reinasen la amistad, la unión y la lealtad mutua.

Después de su muerte, sus discípulos veneraron fiel y constantemente su memoria; lucían su imagen por todas partes en anillos y en copas, y era tal la fidelidad que profesaban a las doctrinas de su maestro que se tenía entre ellos por una especie de transgresión el tratar de modificarlas en lo más mínimo (a diferencia de lo que ocurría con los estoicos, que laboraban incesantemente por desarrollar las doctrinas de su fundador), por lo que su escuela era una especie de Estado amurallado en lo tocante a la doctrina.”

la ausencia de pensamiento se ve siempre trastornada por el concepto” Muito do que acontece com o Marxismo, p.ex.

la actividad filosófica de Epicuro consiste precisamente en volverse de espaldas al concepto, que es lo que trastorna y embrolla lo sensible.”

sólo un tal Metrodoro parece que llegó a desarrollar algunos aspectos de ella. Dícese también, en elogio de la filosofía de Epicuro, que este Metrodoro fue el único discípulo del maestro que se pasó al campo de Carneades; fuera de este caso, el epicureísmo sobrepuja a todas las demás filosofías por su sucesión ininterrumpida de doctrina y persistencia, ya que todas las demás desaparecieron o sufrieron interrupciones, mientras que ella se mantuvo constantemente en pie, sin sufrir cambios.”

Los hombres pueden convertirse en castrados, pero los castrados jamás vuelven a ser hombres.” Arcesilao

Epicuro escribió a lo largo de su vida una enorme cantidad de obras, pudiendo considerársele como un autor aún más fecundo que Crisipo, pues aunque éste rivalizó con él como escritor, hay que descontar de su obra lo que tomó de otros. Dícese que el número de sus obras llegó a sumar 300. Estas obras no han llegado a nosotros, y a la verdad que no hay por qué lamentarlo. Lejos de ello, debemos dar gracias a Dios de que no se hayan conservado; los filólogos, por lo menos, habrían pasado grandes fatigas con ellas.

La fuente principal para el conocimiento de Epicuro es todo el libro décimo de Diógenes Laercio; pero, a pesar de la prolijidad con que habla de este pensador, esta fuente no puede ser más vacua; [¡!] evidentemente, la doctrina de Epicuro mismo debe haber sido mejor; conocemos por fortuna lo bastante acerca de él para poder enjuiciarlo en conjunto. Es mucho lo que acerca de la filosofía de Epicuro nos dicen Cicerón, Sexto Empírico y Séneca, y tan certeras son sus exposiciones, que el fragmento de una obra del propio Epicuro descubierta hace algunos años en Herculano y que Orelli ha incluido en su edición napolitana (Epicuri Fragmenta libri II et XI, De natura, illustr. Orellius, Leipzig, 1818) no ha venido en realidad a decirnos nada nuevo”

Por lo que se refiere a la filosofía de Epicuro, no debemos ver en ella, en realidad, la afirmación de un sistema de conceptos, sino, por oposición a ello, la afirmación de un sistema de representaciones

Lo que es en rigor una lógica es lo que Epicuro llama canónica, es decir, el conjunto de cánones en que expone los criterios de la verdad, con vistas a lo teórico, así como las sensaciones en general, y en seguida como las representaciones o anticipaciones

La sensación carece de fundamento, [p]ues no es movida por sí misma, ni aunque sea movida por otro factor, puede quitar ni añadir nada” “Ni una sensación extraña puede enjuiciar a otra extraña, pues debemos tomarlas en cuenta todas. Tampoco el pensamiento puede criticar las sensaciones, pues todo pensamiento depende, a su vez, de la sensación” “Y así, todos los pensamientos han tenido como punto de partida las sensaciones, tanto con arreglo al carácter casual de su nacimiento como en cuanto a la relación, a la semejanza y a la combinación; a lo cual contribuye también algo el pensamiento” “También las figuraciones de la locura o del sueño son verdaderas, puesto que mueven al hombre, y nada que mueve es inexistente.”

lo que veo u oigo, la intuición sensible en general contiene lo que es; todo lo sensiblemente intuido es algo por sí mismo, lo uno no contradice a lo otro, sino que todas estas sensaciones rigen las unas al lado de las otras y son indiferentes entre sí. Para el pensamiento mismo, estas cosas intuidas son la materia y el contenido, en cuanto que aquél se sirve siempre, a su vez, de las imágenes de estas cosas.”

La representación es, en cierto modo, el concepto, la opinión certera, el pensamiento o el pensamiento implícito general; es, en efecto, la reminiscencia de lo que frecuentemente acaece.” “A través de esta repetición, la sensación se convierte en mí en una representación permanente que se corrobora; tal es el firme fundamento de todo lo que tenemos por verdad.”

Toda cosa recibe su evidencia por medio del nombre que primeramente recibe.”

Es aquella anuencia con que nos encontrábamos en los estoicos como el asentimiento que el pensamiento daba a un contenido; sin embargo, el pensamiento que reconoce la cosa como algo suyo y lo incorpora a sí no pasa de ser en los estoicos algo puramente formal. En Epicuro, en cambio, también la unidad de la representación del objeto consigo misma se halla presente en la conciencia como un recuerdo, pero este recuerdo tiene como punto de partida lo sensible; la imagen, la representación, es el asentimiento prestado a una sensación.” “El nombre es ciertamente algo general, pertenece al pensamiento, hace de lo múltiple una cosa simple, es incluso lo más ideal que cabe concebir: pero de tal modo que su significación y su contenido son lo sensible y no deben valer como este algo simple, sino como lo sensible. La cual nos lleva, no al saber, sino a la opinión.” “La opinión es, en efecto, una representación como aplicación de la misma en cuanto ya tenida, es decir, una aplicación del tipo a un objeto presente, que se investiga para ver si la representación de él coincide con él o no.” Opinião como representação fundamentada. Isto é: representação pura é apresentação. Opinião é que é re-presentação. Que são as estrelas, o firmamento? Uma apresentação à qual damos fé em virtude de nossas representações terrenas. Uma quase opinião.

Tales son los puntos fundamentales de la canónica de Epicuro, la pauta general para la verdad; es tan simple que no puede haber nada más simple, pero es también muy abstracta. Son representaciones psicológicas corrientes, justas en su conjunto, pero completamente superficiales; es sencillamente la mecánica de la representación desde el punto de vista de las primeras manifestaciones de la percepción.” Acontece que a filosofia voltará a essa ‘simplicidade’ depois da derrocada do Idealismo universalista.

Hoy hasta los escépticos hablan de los hechos de la conciencia; claro está que lo que ellos nos dicen no va tampoco más allá que la canónica epicúrea que acabamos de exponer.” Céticos: menos céticos que os cínicos; cínicos: mais cínicos que os céticos.

De la superficie de las cosas —dice en primer lugar Epicuro— arranca un constante fluir que la sensación no percibe y que es muy sutil; y ocurre así porque, por razón del cumplimiento opuesto, la cosa misma retiene firmemente durante largo tiempo esta misma ordenación y disposición de los átomos; y el movimiento de estas superficies que se desprenden es extraordinariamente rápido en el aire, ya que no es necesario que lo desprendido tenga una profundidad.”

Epicuro opta por el criterio más fácil y que sigue siendo hoy el criterio usual y corriente de la verdad, en tanto no se ve: el de que lo que nos representamos no se halla en contradicción con lo que vemos u oímos.”

Jamás podría corroborarse la verdad ni la semejanza de las representaciones que llegan a nosotros en imágenes o en sueños o de otro modo cualquiera, si no existiese algo sobre lo que, en cierto modo, proyectamos nuestras percepciones. (…) Por tanto, según Epicuro, el error sólo es un desplazamiento de las imágenes dentro de nosotros mismos, desplazamiento que no nace del movimiento de las sensaciones, sino más bien del hecho de que entorpecemos su acción por medio de un movimiento iniciado dentro de nosotros mismos”

A estos escasos y pobres pasajes, expuestos en parte de un modo oscuro o torpemente extractados por Diógenes Laercio,¹ se reduce la teoría epicúrea del conocimiento; difícilmente podría concebirse otra más pobre.”

¹ Quase um Karnal da época.

en cuanto que Epicuro considera las cosas, según acabamos de ver, como llenas de multitud de átomos, tenemos que el pensamiento es el otro momento además de los átomos, lo vacío, los poros, lo que permite poner un dique a esta riada [enxurrada] de los átomos.” “apartamos la vista de algo, es decir, que interrumpimos precisamente este fluir.” Princípio da individuação e coerência – ou viver tornar-se-ia impossível. Um filósofo do momento presente.

Los átomos, en cuanto tales, deben permanecer indeterminados; pero los atomistas viéronse arrastrados a la inconsecuencia de atribuirles cualidades” Surpreendentemente contemporâneo.

Toda cualidad se halla expuesta a cambio; pero los átomos no cambian. En toda disolución de lo compuesto tiene que haber necesariamente algo que permanezca firme e indisoluble, que no cambie a lo que no es ni de la nada al ser. Este algo inmutable es, por tanto, algunos cuerpos y figuraciones. Las cualidades representan cierta relación de los átomos entre sí.”

Todas las formas específicas, todos los objetos, la luz, el color, etc., e incluso el alma, no son otra cosa que una cierta ordenación de estos átomos. Así lo ha dicho también Locke; y todavía hoy afirma la física que la base de las cosas la forman las moléculas ordenadas de cierto modo dentro del espacio.” Locke só é citado por H. da forma mais detratora!

El pensamiento es en el hombre precisamente lo que los átomos y el vacío son en las cosas, a saber: su interior, es decir, el átomo y el vacío forman parte justo del movimiento del pensar o son para éste como las cosas son en sí. El movimiento del pensar corresponde, pues, a los átomos del alma, de tal modo que en ello se opera al mismo tiempo una interrupción frente a los átomos que afluyen desde el exterior. No puede, por consiguiente, verse en ello nada más que el principio general de lo positivo y lo negativo; esto quiere decir que también el pensamiento lleva consigo un principio negativo, que es el momento de la interrupción. Este fundamento del sistema epicúreo, al seguirse aplicando a las diferencias de las cosas y al desarrollarse, es lo más arbitrario y, por tanto, lo más aburrido que imaginarse pueda.” Falou o filósofo interessantíssimo de ler!

ERRADO NÃO ESTÁ! “Aparte de distintas figuras, los átomos tienen también distinto movimiento, debido concretamente a su gravedad que es su afecto fundamental; pero este movimiento difiere algo, en su dirección, de la línea recta. En efecto, Epicuro les atribuye un movimiento curvilíneo, ya que de otro modo no podrían entrechocarse. Esto hace nacer una serie innumerable de aglutinaciones y conformaciones especiales; y éstas son las cosas.”

La transición a la manifestación concreta de los cuerpos, o bien no aparece para nada en Epicuro, o bien lo que nos dice acerca de ella es de la más extrema pobreza.” Ou bem é inútil perder tempo com o inefável.

A birra-mor de H. com o epicurismo é que seu sistema não pode ser teleologizado! “consecuente con esto, Epicuro se declara inmediatamente en contra de la existencia de un fin último general del universo y de toda relación de fin en general, como, por ejemplo, de la finalidad de lo orgánico en sí mismo, así como también es contrario a las representaciones teleológicas de la sabiduría de un creador del universo, de su gobierno del mundo, etc.; y su actitud en esto no puede ser más lógica consigo misma, ya que en su concepción queda eliminada toda unidad, cualquiera que sea el modo como ésta se represente, ya como fin de la naturaleza en ella misma, ya como un fin que, aun residiendo en otra cosa, se hace valer en la naturaleza; en los estoicos, por el contrario, encontramos este punto de vista teleológico y, además, muy desarrollado.”

inconsecuencia que es la primera y la única de Epicuro y la de todos los empíricos.”

a partir de lo conocido podemos deducir lo desconocido.” Que é o homem?, teria perguntado Drácula. E ele mesmo respondeu, sem aguardar seu estupefato interlocutor, mero humano que não filosofava: É alguém incapaz de seguir Hegel! É alguém que prefere seguir pelas sendas de Epicuro e Kant para conhecer a natureza e aquilo que excede à natureza! E Drácula estava correto em seu juízo sobrenatural, i.e., de semideus que refletia nessas coisas…

Grosso modo, podemos ainda dizer: Hegel é aquele para quem o desconhecido é aquilo que podemos deduzir do conhecido – nenhum descalabro maior!

es en realidad el mismo principio que sigue rigiendo hoy en la ciencia natural común y corriente.” Só bastaria, aliás, mais tato aos físicos quânticos: se não imaginassem demais, deduziriam coisas mais fidedignas e modestas, longe de buracos de minhoca e que-tais…

Se llega, así, a la noción de representaciones, de leyes y fuerzas generales, tales como la electricidad y el magnetismo, las cuales se aplican después a los objetos y actividades no susceptibles de ser directamente percibidos por nosotros. Así, por ejemplo, sabemos de la existencia de los nervios y de su interdependencia con el cerebro; y decimos que las sensaciones, etc., se transmiten desde la punta del dedo, supongamos, hasta el cerebro mismo. (…) La anatomía puede descubrirnos los nervios, pero no su modo de actuar; pues bien, no hay sino representarse éste por analogía con otros fenómenos, por ejemplo, con las vibraciones de una cuerda tensa, equiparando a ellas las vibraciones de los nervios hasta llegar a los centros cerebrales. O como en el conocido fenómeno que se observa, sobre todo, en una serie de bolas de billar colocadas muy juntas las unas a las otras, en que la última de la fila avanza cuando se empuja la primera, mientras que las intermedias, cada una de las cuales impulsa a la que le sigue, parece que apenas se mueven; no hay, pues, sino imaginarse los nervios como formados por bolitas pequeñísimas, invisibles aun a través de la más poderosa lente de aumento, la última de las cuales salta al contacto con ella y toca el alma. Del mismo modo, la luz se concibe como una serie de hilos o rayos, como vibraciones del éter o como bolitas etéreas que chocan las unas con las otras. [¡!]” Espantosamente, H. sabia muito bem no que o epicurismo repercutia em nossa epistemologia atual – mas decidia jogar tudo no lixo, enquanto se trata de hegelianismo decantado de ‘impurezas indesejáveis’. Se soubeste descrever a luz antes do séc. XX, este é um sinal de que acertaste!

Hay que advertir que, en esta clase de explicaciones, Epicuro es expresamente muy liberal, equitativo y tolerante, puesto que dice que las diversas representaciones que se formen en nosotros con relación a los objetos sensibles —todas ellas, por muchas que sean— pueden ser aplicadas a lo que no podemos observar directamente por nosotros mismos; que no puede afirmarse un solo modo como el acertado, sino que puede llegarse al resultado que se busca por muchos caminos.”

El rayo puede explicarse por medio de toda una serie de posibles representaciones, por ejemplo1 por medio del frotamiento y la colisión de las nubes, que producen la figuración del fuego y provocan el rayo.” “Es exactamente el mismo método a que recurren nuestros físicos, todavía hoy, para explicar cómo se produce la chispa eléctrica en las nubes, al chocar entre sí. En efecto, como tanto en el rayo como en la electricidad se observa una chispa, se toma este elemento común como base para llegar a conclusiones acerca de la analogía entre ambos fenómenos, afirmándose que también el rayo es un fenómeno eléctrico. Ahora bien, las nubes no son cuerpos duros, y la humedad, lejos de producir la electricidad, lo que hace es dispersarla; por eso estas chácharas de los físicos de hoy son en realidad tan vacuas como la representación de Epicuro.” Tá bom, Hegel, doutor em física fenomenológica (física do mundo experimental)!

Podemos elegir uno de estos procedimientos y rechazar los otros, sin pararnos a pensar lo que al hombre le es posible conocer y lo que no está al alcance de su conocimiento, empeñándonos, por tanto, en conocer lo imposible.”

Se ha atacado y querido poner en ridículo este método de Epicuro; pero no es por esta razón por lo que hay que avergonzarse de él, ni los físicos modernos tienen derecho a repudiarlo, por otra parte, pues lo que Epicuro dice no desmerece en nada de lo que sostienen los modernos investigadores de la naturaleza. Además, en Epicuro se da la atenuante de que obra con la conciencia limpia, puesto que la ausencia de testimonios de los sentidos le autoriza, según cree, a atenerse a las analogías. Y tampoco, como veíamos, toma la cosa muy en serio, desde el momento en que dice que unos admiten una posibilidad y otros otra: él admira la sutileza de los demás y no trata de imponer a la fuerza la explicación propia; las cosas, nos dice, pueden ocurrir así o de otro modo.”

Ahora bien, si la física consiste o se cree que consiste en atenerse, de una parte, a la experiencia inmediata y, de otra parte, en aquello que no cae dentro de la experiencia directa, en la aplicación de lo primero a base de la analogía con lo que la experiencia no revela, no cabe duda de que Epicuro puede ser considerado, si no como el iniciador, por lo menos como el principal representante de este método, y concretamente como el pensador que sostiene que en ello consiste realmente el conocer.”

El a priori es, en Aristóteles por ejemplo, algo excelente, pero no basta, porque se echa de menos en ello el lado de su articulación y cohesión con la observación y la experiencia.”

Esta reducción de lo particular a lo general es el descubrimiento de las leyes, de las fuerzas naturales, etc. Cabe pues afirmar, sin miedo a equivocarse, que Epicuro es el inventor de la ciencia empírica de la naturaleza, de la psicología empírica. Por oposición a los fines de los estoicos y a los conceptos intelectivos, la experiencia es el presente sensible: de una parte, nos encontramos con la inteligencia abstracta limitada, sin verdad de suyo y, por tanto, sin presente ni realidad de la naturaleza; de otra parte, con este sentido de la naturaleza, más verdadero que aquellas simples hipótesis.

Los mismos efectos producidos en el mundo moderno por la aparición del conocimiento de las leyes de la naturaleza, etc., los produjo la filosofía epicúrea en su tiempo y dentro de su círculo, en tanto iba dirigida contra todo lo que fuese invención fantástica y arbitraria de causas.” “Y el método de Epicuro, sobre todo, iba enderezado, por su tendencia, contra las supersticiones absurdas de la astrología, etc., cuya manera no se apoya tampoco en nada racional”

La filosofía epicúrea dio al traste con todas aquellas creencias supersticiosas en torno al vuelo de las aves en un sentido o en otro, a la significación de la liebre que cruzaba el camino, a la inspección de las entrañas de los animales, a la alegría o la tristeza de las gallinas, etc.” Agora entendo melhor a acusação de ateísmo e heresia a E.!

la física de Epicuro es desde luego contraria a todo esto, ya que se mantiene, en lo tocante a lo finito, dentro del círculo de lo finito, admitiendo solamente causas finitas; pues las mentes ilustradas lo son precisamente por no salirse jamás del campo de lo finito. El entronque con otras cosas finitas, con condiciones que son, a su vez, algo condicionado, se busca y procura encontrarse sin salirse de ese campo”

Para que el hombre pueda librarse de la superstición, Epicuro predica también especialmente la ciencia física, por ser ésta a su juicio la que libra al hombre de todas las opiniones y creencias que más lo inquietan y perturban: de las creencias acerca de los dioses, de sus castigos y, principalmente, de la muerte.”

Sin embargo, mi juicio es, y lo digo en parte contra muchos de mis compatriotas, que los preceptos morales de Epicuro prescriben al hombre, cuando se los examina con cuidado, una conducta sagrada y justa, e incluso triste. Pues, si bien se mira, el placer de Epicuro se reduce a algo muy pequeño y muy pobre, y apenas es posible decir lo mesurado y seco que es. La misma ley que nosotros prescribimos para la virtud es la que él traza para el placer: exige que el placer se ajuste a la naturaleza, y esto reduce el placer a límites muy estrechos. ¿Qué quiere decir esto? Quien llame feliz a una vida podrida, llena de fango y licenciosa, buscará en Epicuro una buena autoridad al servicio de una cosa mala; y cuando, dejándose fascinar por brillantes nombres, se dirija hacia los sitios en que oye elogiar lo agradable, no se entregará precisamente a los placeres que Epicuro predica, sino a los que él mismo apetece. Lo que ocurre es que esos hombres entregados al vicio sólo tratan de encubrir su propia maldad con el manto de la filosofía y de dar a sus libertinajes y desenfrenos un pretexto y una salida. Y así, ni siquiera a la juventud le es lícito tomar vuelos en este sentido mediante el procedimiento de dar un honroso título a lo que no es más que un inadmisible desmadejamiento.” Sêneca, o “honrado adversario”!

No existe, pues, ninguna diferencia esencial entre el tipo de vida del estoico y el del verdadero epicúreo que se ajuste a las normas y a los preceptos de su maestro. § Sin embargo, aunque a primera vista parezca que ya los cirenaicos proclamaban el mismo principio moral que más tarde habían de preconizar los epicúreos, Diógenes Laercio (X, 139, 136-137) se encarga de señalar la diferencia en los siguientes términos:¹ los cirenaicos proponíanse como fin más bien el placer como algo concreto, mientras que Epicuro lo predica como un medio, en cuanto que afirma como placer la ausencia de dolor, sin admitir ningún estado intermedio.” Talvez Nietzsche tenha compreendido mal o epicurismo e o estoicismo. Bom, não é impossível: julgo que compreendeu mal Parmênides, ao não alçá-lo à altura de um Heráclito… Ausência de dor não é um critério nobre, supra-hominídeo.

¹ Finalmente uma contribuição conceitual de Laércio!

Además, los cirenaicos tenían los dolores del cuerpo como peores que los del alma, mientras que el punto de vista de Epicuro era el contrario.” Dor física é bom demais! No pain, no g…

Los dioses existen, y el conocimiento de ellos es evidente; no son, sin embargo, como las gentes suelen creer. El impío, por tanto, no es el que niega los dioses del vulgo, sino quien se empeña en atribuirles las opiniones del vulgo.” Epicuro, um dos fragmentos preservados

Los hombres deben tributar honores a los dioses por razón de la excelencia de su naturaleza y de su dicha, pero no para obtener de ellos nada especial, ni buscando este o el otro beneficio.” Aqui não aceitamos cegos, mancos nem leprosos!

En relación con esto se halla también la circunstancia de que Epicuro asigne a los dioses el espacio vacío, los intersticios del universo como morada, donde no se hallan expuestos, según él, a las lluvias, a los vientos, a la nieve ni a otros accidentes de esta clase”

Epicuro quiere que el hombre se forme una noción exacta de la muerte, para que ésta no turbe su tranquilidad. (…) ‘En seguida, acostúmbrate a pensar que la muerte no debe preocuparnos en lo más mínimo, pues todo lo bueno y lo malo reside en las sensaciones, y la muerte es el despojo de toda sensación. De aquí que el pensamiento certero de que la muerte no nos afecta haga del carácter mortal de la vida una fuente de goce, ya que este pensamiento nos aparta de la infinitud y del ansia de la inmortalidad. Pues nada hay de temible en la vida para quien ha llegado verdaderamente a conocer que el no vivir no tiene nada de temible.’Famoso trecho que, creio, Sartre citou n’O Ser e o Nada e eu cheguei a anotar num papelito que guardava na carteira, coisa de 10 anos atrás – até as chuvas brasilienses esfarelarem o pobre material!

La satisfacción la consideramos como un bien, no simplemente para optar por lo más pequeño, como los cínicos, sino para darnos por contentos, aunque no obtengamos lo mucho: a sabiendas de que quienes logran el mayor disfrute de lo abundante son los que no lo necesitan y que lo natural es fácil de poseer, mientras que lo vacío resulta difícil de adquirir.”

Por tanto, cuando hacemos del placer el fin del hombre, no nos referimos a los placeres orgiásticos, como a veces se entiende falsamente, sino a un estado en que el hombre no sufre padecimientos físicos ni nada que inquiete su espíritu.”

Es preferible ser desgraciado con arreglo a la razón que feliz en contra de ella, pues vale más que el hombre enjuicie certeramente sus actos a que sea favorecido por la suerte.”

Lo que ocurre es que la exposición epicúrea del sabio, en Diógenes Laercio (X, 117-121), tiene un carácter de mayor mansedumbre; el sabio aquí se atiene más a las leyes establecidas, a diferencia del sabio estoico, a quien no se le da un ardite de ellas. El sabio epicúreo es menos terco que el estoico, pues mientras que éste parte del pensamiento de la autarquía, que, negándose, se comporta activamente, los epicúreos, por el contrario, arrancan del pensamiento del ser, que deja mayor margen a la realidad y no proyecta esta actividad hacia el exterior, sino que busca más bien la quietud interior, la cual no se adquiere por el embotamiento, sino por medio de la más alta formación del espíritu.”

El escepticismo representa, en verdad, el levantamiento de las dos unilateralidades que han sido puestas de relieve más arriba; pero este algo negativo sigue siendo negativo en él, y no sabe trocarse en algo afirmativo.”

O ceticismo representa, na verdade, a suspensão das duas unilateralidades que pusemos em relevo acima; só que este algo negativo segue sendo negativo dentro desta escola, e não sabe permutar-se em positivo.”

Frente al dogmatismo estoico y epicúreo, aparece en primer lugar la Nueva Academia, continuación de la Academia platónica, ya que los sucesores de Platón suelen clasificarse en tres grupos: la Academia antigua, la media y la nueva; algunos autores admiten además una cuarta Academia e incluso una quinta.” VIROU PASSEIO!

La fundación de la Academia media se atribuye a Arcesilao, mientras que la nueva gira en torno a los pensamientos de Carneades; pero esta distinción no significa nada.” “El escepticismo incluye a aquellas 2 figuras entre los filósofos escépticos, pero llamándolos los académicos, con lo cual hacen resaltar una distinción con respecto a la pureza del escepticismo que en realidad es puramente formal y quiere decir poco” “Vemos, pues, que en lo tocante a lo positivo Arcesilao no avanza gran cosa en general, y dice lo mismo que los estoicos; lo único que cambia es la forma, en cuanto que Arcesilao llama simplemente bien razonado o verosímil lo que los estoicos expresan como verdad.”

El conocimiento, que es un momento necesario en la formación de los pueblos, aparece así como pecado original y corrupción.”

son aproximadamente las mismas fases con que nos encontramos en Wolff, cuando habla de la representación clara, distinta y adecuada.” Talvez nem valha a pena tocar nesse Wolff. Os neoacadêmicos são fraquíssimos!

Ahora bien, si llevamos este punto de vista de los académicos a sus últimas consecuencias, la conclusión a que llegamos es que sencillamente todo existe sólo para la conciencia, con lo cual desaparece la forma de un ser en general, y también el saber de lo que es, en cuanto forma; lo cual no es otra cosa que el escepticismo.” “El escepticismo corona la concepción de la subjetividad de todo saber, al sustituir en términos generales el ser del saber por la expresión de la apariencia.”

ADOLESCÊNCIA DA FILOSOFIA (OU DO ESPÍRITO EM H.) – GÓRGIAS II: “En todos los tiempos, y todavía hoy, ha sido considerado como el más temible adversario de la filosofía, teniéndolo incluso por invencible, en cuanto el arte que consiste en disolver todo lo determinado, demostrando su nulidad; tal parece, en efecto, como si se lo reputase incontrovertible y como si la diferencia entre las convicciones estribase solamente en saber si el individuo optaba por esta actitud o por una filosofía positiva y dogmática.” “No hay más remedio que reconocer, en verdad, la invencibilidad del escepticismo, aunque sólo desde el punto de vista subjetivo con respecto al individuo, que puede adoptar evidentemente la actitud del hombre que no quiere saber nada de la filosofía y que sólo afirma lo negativo. El escepticismo parece ser, de este modo, algo a lo que uno tiene que rendirse, y tiene uno la sensación de que es inútil tratar de rescatar de esta actitud a quien decide echarse en sus brazos, mientras que los otros pueden aferrarse tranquilamente a su filosofía por la sencilla razón de que se vuelven de espaldas al escepticismo sin querer saber nada de él, en la imposibilidad de hacerle frente para refutarlo.”

Claro está que quien se empeñe en ser simplemente un escéptico jamás se dará por vencido ni se verá reducido a las posiciones de la filosofía positiva,(*) del mismo modo que no es posible echar a andar a quien sufre parálisis de todos sus miembros.

(*) (…) al mismo tiempo, esta expresión, tal como Hegel la emplea, con su doble acepción, no tiene absolutamente nada que ver, por supuesto, con ese positivismo que tantos vuelos está tomando en los últimos tiempos y que, por huir de la necesidad del conocimiento pensante, cae a la postre en los brazos de la revelación y de la simple fe, aunque se adorne con el nombre de pensamiento libre [M.].” Uma nota de rodapé que hoje é supérflua – sim, já sabíamos.

Seria o niilismo apenas um subconjunto do hegelianismo? A exportação lenta e gradualíssima de um mal da intelligentsia ao “povão”? A história desse espraiamento?

BATALHA DO “MAS!” CONTRA O “MAS…”: “La filosofía positiva puede tener la conciencia de que lleva dentro de sí misma la negación del escepticismo, de que éste, por tanto, no se contrapone a ella, ni existe fuera de ella, sino que es simplemente un momento suyo; pero de tal modo que esta filosofía encierra dentro de sí lo negativo en su verdad, cosa que no hace el escepticismo.”

el escepticismo se comporta solamente como un entendimiento abstracto. Desconoce que también esta negación es de suyo un determinado contenido afirmativo, puesto que es, en cuanto negación de la negación, la negatividad referida a sí misma y, más precisamente, la afirmación infinita.”

Hay que distinguir, además, entre el escepticismo antiguo y el nuevo escepticismo; a nosotros aquí sólo nos interesa el primero: sólo él presenta una naturaleza verdadera y profunda, puesto que el nuevo es más bien epicureísmo. [¿?] Así, en estos últimos tiempos, Schulze viene predicando en Gotinga su escepticismo y ha escrito un libro titulado Enesidemo, para de este modo compararse con este escéptico, interpretando además en otras obras el escepticismo contra las doctrinas de Leibniz y Kant.” “Éste y otros autores toman como base de su concepción la creencia de que se debe tener por verdad el ser sensible, lo que la conciencia sensible nos entrega, dudando en cambio de todo lo demás. Lo que opinamos es lo último, los hechos de la conciencia.” Algo me diz que estamos todos em Schulze no momento…

El nuevo escepticismo se dirige solamente contra el pensamiento, contra el concepto y la idea y, por tanto, contra lo filosófico superior; deja, pues, que la realidad de las cosas subsista intacta e indubitada, y afirma solamente que partiendo de ella no es posible deducir nada en cuanto al pensamiento.” Quiçá minha primeira compreensão ao ler a Dialética do EsclarecimentoMuito jovem ainda!

El escepticismo moderno es la subjetividad y la vanidad de la conciencia, evidentemente insuperable, pero no para la ciencia y la verdad, sino solamente para aquélla, para la misma subjetividad.” Não sejais cético; sede ético!

Por tanto, aunque por una parte se diga que la verdad es solamente la convicción de los otros y, de otra parte, se ensalce también la propia convicción, que al igual que aquélla no pasa de ser un ‘solamente’, no hay manera de sacar a este sujeto de lo que es a la par su soberbia y su humildad. Y así, el resultado del escepticismo antiguo es simplemente la subjetividad del saber; pero este resultado descansa sobre la anulación pensante y desarrollada de todo lo que pasa por ser verdadero y válido, haciendo de este modo que todo sea inconstante.”

La duda, sin embargo, no es sino la incerteza, la indecisión, la irresolución, el pensamiento que se opone a algo válido. Dudar, dubitare, viene de duos, 2: es un ir y venir entre dos cosas o varias, ninguna de las cuales acaba de satisfacernos, aunque necesariamente tenemos que decidirnos por la una o por la otra.” “Esto presupone un profundo interés por un contenido y el anhelo espiritual de que este contenido sea consolidado en sí mismo o no lo sea, ya que el espíritu necesita encontrar la quietud de un modo o de otro. Estas dudas no tienen más remedio que ser expresadas por los pensadores finos y sagaces; son, sin embargo, simple vanidad, ganas de torturarse, o bien responden a un desmadejamiento [vertigem, decadência, neste caso] que no conduce a nada.”

CONSUMISMO E CETICISMO ABSOLUTO: Falta de ética

O consumismo é o ceticismo individual levado a modo de produção. Mero deixar-passar hesitante robótico. Hiato indefinido de cultura e humanidade. Recesso da História. Se o momento pode ser procrastinado por meio de simulações, há de haver uma pane da engrenagem de simulação, da matriz simulacional. Do motor que emite todos os simulacros, a simulação das simulações. Há de vir, porém são séculos de filme mudo enquanto isso…

NADA MAIS ANTI-HISTÓRICO DO QUE UMA HISTÓRIA BEM CONTADA! “Los escépticos tratan de demostrar históricamente su actitud y afirman que ya Homero abrazaba el escepticismo, por cuanto que habla de las mismas cosas en sentidos opuestos.”

La historia del llamado escepticismo se inicia de ordinario con Pirrón, a quien se considera como el fundador de esta tendencia, y de él proceden también los nombres de pirronismo y pirronianos.” “Por lo que se refiere a la vida de Pirrón, la contemplamos con el mismo escepticismo que su doctrina, pues lo que acerca de ella sabemos no presenta la menor cohesión y es muy poco seguro.” Hahaha! Pitágoras Segundo…

Finalmente, se cuenta de él que acompañó a Alejandro Magno en su expedición al Asia, donde al parecer se dedicó intensamente al estudio de los magos y los brahmanes. Dícese que Alejandro lo mandó ejecutar por haber exigido la muerte de un sátrapa persa y que perdió la vida de este modo a la edad de 90 años. Suponiendo que todo esto sea cierto y teniendo en cuenta que Alejandro pasó en el Asia unos 12 o 14 años, resultaría que Pirrón emprendió este viaje en el séquito del monarca macedonio cuando contaba 78 años, o incluso más.” “Como Pirrón afirmaba, entre otras cosas, que la realidad de las cosas sensibles no encerraba verdad alguna, se cuenta de él, por ejemplo, que en la calle no se retiraba para dejar pasar a los carruajes, los caballos y demás objetos que venían frente a él y que marchaba directamente contra las paredes, perfectamente convencido de la falta de realidad de las percepciones sensibles, teniendo sus amigos y las gentes que le rodeaban que retirarlo de los peligros en que de este modo se colocaba, con gran riesgo de su vida.” O verdadeiro Pirro seria apenas um ator pornô (seu estoicismo estaria em que desprezaria as dores provocadas pela sífilis!)…

Talvez o maior livro de meta-dados que se pudesse escrever fosse uma biografia de Diógenes Laércio! Fonte: Diog. Laér.

Os maiores rivais dos escépticos eram os assépticos, pois gostavam de ter uma discussão muito limpa!…

para que el escepticismo aparezca con la dignidad propia de la filosofía es necesario que él mismo se desarrolle en su aspecto filosófico; y esto fue, en efecto, lo que hizo Enesidemo.”

6º “EMPÍRICO” ERA CÉTICO, GRANDE TIRADA! “Sexto vivió y enseñó aproximadamente a mediados del siglo II d.C.. (Brucker) Sus obras se dividen en 2 partes: 1) Sus Pyrrhoniae Hypotyposes, en 3 libros, nos ofrecen, en cierto modo, una exposición general del escepticismo en su conjunto; 2) de sus libros Adversus Mathematicos —es decir, contra la ciencia en general y especialmente contra los geómetras, aritméticos, gramáticos, músicos, lógicos, físicos y éticos—, que forman 11 en total, hay 6 dirigidos realmente contra los matemáticos, pues los 5 restantes se dedican a polemizar contra los filósofos.”

Quien busca un objeto tiene o bien que encontrarlo o bien negar que pueda encontrarse, o bien seguir buscándolo. Otro tanto acontece con las investigaciones filosóficas: unos afirman haber encontrado lo verdadero; otros niegan que sea posible llegar a captarlo; los terceros, por fin, perseveran en su búsqueda. Los primeros, tales como Aristóteles, Epicuro, los estoicos y otros, son los llamados dogmáticos; quienes afirman la imposibilidad de llegar a captar la verdad son los académicos; los escépticos siguen buscando. Existen, pues, 3 filosofías: la dogmática, la académica y la escéptica.” Neste conceito Platão é o rei dos céticos, e com Razão!

El escéptico no dogmatiza, sino que se limita a asentir involuntariamente a las afecciones a que se ve forzado por las representaciones; así, por ejemplo, cuando siente calor o frío, no dirá que no parece sentir frío o calor. Si se nos pregunta si el sujeto es tal y como aparece, reconocemos la apariencia, pero no nos ponemos a investigar la cosa aparente, sino solamente el predicado que de lo aparente se dice. Por tanto, el que algo sea dulce sólo lo investigamos con respecto al concepto; pero esto no es lo que aparece, sino lo que se predica de lo aparente. Pero, cuando nos ponemos a investigar directamente sobre lo aparente, no lo hacemos para destruir lo aparente, sino para refutar la precipitación de los dogmáticos.” “Por consiguiente, en todas las tesis escépticas debemos tener presente que no afirmamos en modo alguno que esas tesis sean verdaderas, puesto que decimos que pueden destruirse a sí mismas, puesto que se hallan limitadas por aquello de que se predican.”

É essencial que saibas que a essência não existe!

El principio eficiente del escepticismo es la esperanza de la imperturbabilidad.” É como dar-se por vencedor hoje de todas as tribulações do amanhã. O amanhã já foi, mas que importa ser um perdedor?

Tens que ter um prato de comida preferido, uma banda favorita e, claro, hobbies, ou serás só um vento mau!

Contra el concepto como concepto, es decir, contra el concepto absoluto, no se dirige para nada el escepticismo; el concepto absoluto es más bien su arma, aunque el escepticismo no tenga conciencia de ello.”

Así, pues, aunque el escepticismo se expresa siempre en el sentido de que todo es pura apariencia, los escépticos van más allá que los partidarios del moderno idealismo puramente formal, pues se enfrentan con el contenido y muestran cómo todo contenido es un contenido sentido o un contenido pensado, teniendo por tanto algo contrapuesto. Así, pues, ponen de manifiesto la contradicción que se encierra en el contenido mismo, de tal modo que de todo lo que se predica cabe predicar, al mismo tiempo, lo contrario; tal es lo objetivo del escepticismo en su apariencia, lo que hace que no sea un idealismo subjetivo.”

OS 15 GIROS OU TROPOS DOS CÉTICOS (MANUAL DO MUNDO DAS APARÊNCIAS), OU OS 5 GIROS QUE REALMENTE IMPORTAM.

A) DO SUBJETIVO

1. Nada é, pois reina o múltiplo. Cada animal enxerga diferente dos demais. Protoperspectivismo e as cores para si, jamais em si. (juiz: o animal)

2. Cada indivíduo é diferente dos demais homens. Sentimos sempre singularmente. Nem mesmo o veneno é algo objetivo e universal, pois alguns podem sobreviver ou não sentir os seus efeitos. Nunca houve nem haverá uma só religião sobre a terra. Bem como filosofia(s)… A falha do ceticismo em ser hegemônico provaria a tese! (juiz: o homem)

Não que seja necessário, mas neste ponto H. joga objeções: “Por muy distintos que los sistemas filosóficos puedan ser, jamás serán tan distintos como lo blanco y lo dulce, lo verde y lo áspero”; se fossem tão díspares entre si, não seria possível reuni-los num subcampo do saber e escrever uma História da Filosofia coerente, etc.

3. Os sentidos discordam entre si. A vista engana o tato e vice-versa. (juiz: os sentidos do homem; os vários homens unilaterais na unidade chamada homem, no qual, claro os céticos não acreditam!)

4. O mesmo nunca é o mesmo para o mesmo: um homem recebe algo diferente conforme se movimenta, está em repouso, dorme, está irado, está com medo, está sereno, é jovem, é velho, etc. (juiz: os humores e estados do homem, o homem-no-tempo)

5. O grande é relativo, o pequeno é relativo. Sempre há uma posição em que o grande se torna nanico e o nanico se torna gigantesco. O mesmo para claridade e escuridão. “La contradicción más conocida es la que se refiere a la rotación del sol en torno a la tierra o de la tierra alrededor del sol.” (juiz: o homem-no-espaço)

6. (mais como 1.2) Não há pureza, apenas misturas num devir. (juiz: o ‘suposto’ Um? A própria aparência? Ou antes ‘a relação’)

7. (mais como 4.2) O mesmo não é o mesmo (excluindo a consciência ou o ‘para o mesmo’: areiavidro, etc. A verdade do vinho é ao mesmo tempo a confiança e a completa impotência, conforme se tome 2 goles ou 2 garrafas. (juiz: o objeto, ou a relação, seja de qualidade ou quantidade.)

8. A direita e a esquerda sempre variarão. Não é possível se colocar no lugar do outro. “La relatividad en general lo es en relación con lo que se supone ser absoluto, pues la relación misma es una relación consigo mismo y no con otra cosa.” Traduzindo, tudo é relativo; aliás, até o relativo é relativo. O absoluto existe sob a forma intangível da relatividade ubíqua. Tudo é para si, mas não sabemos o que é para si. (juiz: a relação ou o princípio de causalidade, fechando as 3 categorias kantianas da apercepção imediata: tempo, espaço, causa.)

9. (mais como 4.3) Mesmo que todos os pontos anteriores não existissem, um dia, uma hora, um momento tudo se modifica. O contingente é uma constante, mas a constância em si é contingente. (juiz: homem-no-tempo ou a relação)

10. (mais como 4.4 ou 4.3.2!) A ciência jurídica é diferente em cada ponto da terra e varia sempre no mesmo ponto da terra. Tudo é arbitrariedade e absurdo. Combinação com os pontos 5º, 8º e 9º, para sermos kantianos mais uma vez. (juiz: o homem-no-tempo, o homem-no-espaço, a relação e o princípio de causalidade ao mesmo tempo; grosso modo, os “costumes” enquanto objeto, i.e. a cultura panoramicamente falando.)

Por razón de su simpleza, nosotros no estamos acostumbrados a dar gran importancia a esta manera de proceder [com os 10 primeiros tropos ou giros da razão] ni a atenernos a ella, pero no cabe duda de que son absolutamente certeros en lo que tienen de reacción contra el dogmatismo del sentido común.”

PRÓ-NOME: “Por tanto, el sentido de estos tropos conserva todavía su vigencia. Si se trata de fundamentar por medio de un sentimiento la fe o el derecho, este sentimiento se da en mí, pero siempre puede haber otro que diga: ‘en mí no se da esto’.”

B) DO OBJETIVO

11. As opiniões divergem. Não as ‘opiniões’ (sensações) animais nem as opiniões do simples ‘homem’. Mas as opiniões dos sábios! O argumento poderia ser resumido da forma seguinte: “Se fosse possível um consenso filosófico e uma filosofia universal, este consenso e esta universalidade já teriam sido alcançados.” – espécie de extensão do argumento 2. Implicações, se não se refuta o ponto: Hegel tenta a Síntese Suprema; falha; Nietzsche, a Escola Crítica & os pós-modernos insistem em acusar o erro. Ainda estamos recolhendo os cacos e estilhaços em que a Filosofia Continental se partiu então. De fato só o ceticismo chega a sua meta em cada geração.

12. O axioma da queda no progresso infinito. Cada afirmação necessita um princípio ou axioma; cada princípio ou axioma necessita de uma nova fundação; que necessita de um novo dogma assentador, etc. Um sério inimigo do Idealismo Romântico; mas Kant, p.ex., parece nada sofrer com este tipo de refutação!

13. “Zagallo”: Nenhum juiz é isento para julgar o que quer que seja, pois só ocupa um lugar relativo, e portanto errado de acordo com todo outro juiz. Com efeito é um argumento muito sagaz contra patriotas de última ocasião e/ou numerólogos maníacos! Falando mais sério, significa que nem mesmo se se admitisse em geral que Platão é ‘o filósofo’ e encontrou a Verdade, por exemplo, até isto é recusado pelos céticos.

14. Este argumento é engenhoso porque parece uma refutação cética contra os próprios argumentos 11-12-13: Existe sim este Absoluto do qual derivam todas as causas. Ex: Euclides. Ou seja, é possível aceitar um princípio sem prova. Mas o hic salta é: o cético se beneficiaria da mesma regra. Significa parar de remar e aceitar que tudo é água. A opinião do sábio aplanada, nivelada à opinião vulgar. (Argumento engenhoso, porém já desesperado.)

15. Prova circular. Variante do tropo décimo segundo, mas em que em vez de derivar-se de axioma em axioma em linha reta ao infinito, deriva-se em um círculo vicioso. Situação do viajante no tempo e do destino inalterável: tudo é a causa de tudo, nada é a causa de nada. A e B se sobredeterminam. Aporia. É um infinito-no-finito.

Esses últimos 5 pontos seriam os Elementos ou a Bíblia dos Céticos. Atemporais e independentes de demonstrações no mundo fenomênico.

De modo que os adversários de Sexto Empírico se vêem forçosamente na situação do ladrão que perdeu já antes de empreender sua fuga, pois não conseguem abstrair até que ponto vai a malícia e a antecipação do daimon de seu rival, o captor:

Supondo que o ladrão antecipasse que, na única via que pode usar para fazer a travessia, o amontoado de moitas estranhamente situado sobre a grama ou a estrada na verdade ocultam um insidioso alçapão, e pule para a esquerda ou para a direita, rente ao muro, para tentar atravessar pelo estreito umbral que lhe resta, eis que descobre que o umbral era a verdadeira armadilha, pois aciona uma corrente que o prende ou então uma bigorna que cai do céu em sua cabeça; não que a moita realmente não cobrisse um buraco, mas ela servia apenas para dar confiança ao suposto astuto ladrão e forçá-lo ao xeque-mate (distração antecipada). Uma amarelinha maldosa em que o jogador já perdeu antes de começar.

Para el criticismo, que no conoce en sí alguno, nada absoluto, todo saber sobre lo que es en sí como tal es dogmatismo, cuando en realidad es él el más furioso de los dogmatismos, en cuanto que asegura que el Yo, la unidad de la conciencia de sí mismo, opuesta al ser, es en y para sí y que al margen de ella queda el en sí, como dos factores que no pueden, en absoluto, coincidir.”

O engraçado é que Hegel vê em Kant tudo que nós não vemos: uma repulsão extrema ao Absoluto. Quando o que mais se critica na epistemologia kantiana é seguir se referindo ao que não existe como se existisse! Ou seja: Hegel tacha Kant de radical; nós de carola! Ainda era possível ir além.

Honra al escepticismo el haber llegado a adquirir esta conciencia acerca de lo negativo, concibiendo las formas de lo negativo de este modo determinado.” Em si o ceticismo está correto – era uma piada!! Cof, cof… A evolução final do sofista, o SUPERSOFISTA.

Sexto Empírico, por ejemplo, va repasando de un modo concreto las distintas ciencias con una gran fuerza de abstracción y revelando en todas sus determinaciones los otros aspectos de ellas. Así, se opone a las determinaciones de las matemáticas, y no exteriormente, sino dentro de sí; ataca, por ejemplo (Adv. Math. III, 20-22), la afirmación de quienes sostienen que hay un punto, una línea, un espacio, una superficie, etc.”

SPOILER: Quem é o super-herói que salva o dia? A NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO.

Si, no obstante, el escepticismo se atreve a enfrentarse con este algo propiamente especulativo, no podrá atentar contra él en nada; su procedimiento contra lo racional consiste, pues, en general en hacer de ello algo determinado, introduciendo en ello una determinación finita del pensamiento o un concepto de relación al que se atiene, pero que no reside, ni mucho menos, en lo infinito, argumentando luego contra él; es decir, consiste en concebirlo de un modo falso, refutándolo así. O bien arma él mismo a lo infinito con las uñas con que ha de arañarlo.” The dog that bites the hand that feeds.

Hoy hasta lo especulativo se convierte en algo tosco; puede uno atenerse a la palabra y, sin embargo, aparece invertida la cosa, al despojarse a lo especulativo de la identidad de lo determinado.” Convenhamos que não teria graça refutar Max Stirner pela lógica.

Ahora bien, el saber de lo especulativo requiere, además de la disyuntiva, un tercer término; es un tanto esto como lo otro y un ni esto ni lo otro.”

Um todo, ou o Um, não é só Um, embora não seja dois. É que o Um é a negação de si. Neste sentido é que H. prefacia sua história com a estranha terminologia “o Um se (des)dobra”, a consciência, o filosofar, se duplica sobre si mesmo(a). O todo é sempre o todo em relação consigo. A consciência é sempre a consciência de si mesma (consciência x consciência, onde ‘x’ é o terceiro termo ou a ‘relação’ – relação-com-a-consciência é uma contradição ou insuficiência, pois só pode haver relação-com-a-consciência-e-a-consciência, desdobramento ensimesmado). Toda consciência necessariamente se nega, porém necessariamente apenas para se afirmar no fim do processo. “El comprenderse a sí misma de la razón es precisamente el modo como el todo comprende todas sus partes, cuando se lo enfoca en su verdadero sentido especulativo, y sólo en este sentido puede hablarse aquí de esta relación.”

Começam a subir os créditos da segunda parte da trilogia, deixando todos os asistentes decepcionados no escurinho do cinema: “Con esto, creemos haber dicho ya bastante acerca de la esencia científica del escepticismo y con ello hemos puesto fin a la sección segunda de la historia de la filosofía griega.”

El escepticismo pertenece, por tanto, al período de decadencia de la filosofía y del mundo.” A Roma nossa de todos os dias. O Protestantismo da Filosofia procrastina a morte da Filosofia, para o mal de todos… Rola-se a dívida especulativa (duplo sentido desdobrado, arrotado e peidado em si mesmo saindo como suor pelos poros respirados em seqüência)…

FIM DO SEGUNDO VOLUME

DIC:

ajetreo: agitação

bucear: mergulhar

por doquier: por procuração, indiretamente

verbigracia: por exemplo

SPEECH AND WRITING ACCORDING TO HEGEL – Derrida, 1971 (in: W.F. Hegel, Critical Assessments, ed. Robert Stern, 1993).

INTRODUCTION TO HEGEL’S SEMIOLOGY

For the moment let us see here the indication or the incitation to recognise that the essential place of semiology is at the centre, not on the margin or as an appendix to Logic.”

metaphysics could only consider the sign as a passage, a place of passage, a passage-way (passerelle) between two moments of presence, the provisional reference from one presence to the other. The passage-way can be lifted.” Suspensa ou levantada, um dos problemas centrais da tradução da terminologia hegeliana para o Português: de preferência deve-se usar suspensão; ao mesmo tempo que um elemento “des-aparece”, isso não implica que ele suma da representação fenomênica ou seja aniquilado para não-mais-voltar. A suspensão mantém o vetor de lift (elevador, idéia de ascensão, subida, erguida, alavancagem) e ao mesmo tempo a noção do objeto da representação que fica em suspenso, i.e., desaparece para depois eventualmente re-aparecer (ascende, mas pode descender na seqüência, após momentos da representação).

time itself is but the referring of presence to itself. As such signification, the sign procedure is, to be sure, the moment of presence lost; but it is a presence lost by the very time that engages it in the movement of its reappropriation.” A suspensão é um momento necessário da dialética hegeliana.

The ‘in view’ designates the theoretical pre-eminence of the gaze, as well as the authority of the final aim, the telos of reappropriation of full presence, the ordination of the theory of signs to the light of parousia.” Parousia (grego): presença, aterrissagem (descida, chegada, retorno no sentido de reapropriação, no sentido mítico de Ulisses voltando à sua casa e também do passageiro que parte em viagem mas retorna, arrive back home, o contrário de arise, erguer-se, levantar-se, partir, que bem podia ser usado no lugar de lift). Ousia, sem par-, é Ser.

It could be shown that this very general necessity governs metaphysics in its essence and in its totality – which is one with its history, and, I would even go so far as to say: with history as such.

We should then expect Hegelianism, which is so generally said to represent the completion of metaphysics, both in the sense of accomplishment and in the sense of end, to give the most systematic and powerful, the most ingathered, ingathering, assembled, assembling form to this metaphysical gesture. We should find a primary index of this in an architectonic reading that aims to locate the place Hegel assigns to the theory of signs in the system. For such an architectonic reading it would doubtless be best to consult here the Encyclopaedia of Philosophical Sciences (1817).”

The theory of signs is inscribed in the 3rd part of the Encyclopaedia, that is in the Philosophy of Mind, following the Science of Logic (Lesser Logic) and the Philosophy of Nature. What does this division answer to? To briefly collect its meaning it is enough that we refer to what Hegel himself says at the end of the Introduction to the Encyclopaedia, § 18: [Os parentêses na citação são de Derrida]

As the whole science, and only the whole, can exhibit what the Idea or system of reason is, it is impossible to give in a preliminary way (or precursorily) a general impression of a philosophy. Nor can a division ( distribution) of philosophy into its parts be intelligible, except in connection with the system. A preliminary division, like the limited conception from which it comes, can only be an anticipation (something anticipated). Here, however, it is premised that the Idea turns out to be the thought which is completely (simply) identical with itself, and not identical simply in the abstract, but also in its action of setting itself over against itself, so as to gain a being of its own, and yet a being in full possession of itself while it is in this other.¹”

¹ Não só em potência, essência (em-si) mas também em ato, aparência (para-si), e conseqüentemente ao mesmo tempo em e para si, unidade sujeito-objeto (consciência em Hegel).

Em seguida H. divide a Filosofia em 3 momentos, esclarecendo que é uma divisão didática e nunca um momento subsiste ):

1. Lógica, o conhecimento da essência isolada, em-si, a Idéia.

2. Filosofia da Natureza, o conhecimento da aparência isolada, para-si, o Outro. (momento provisório da separação sujeito-mundo)

3. Filosofia da Mente (consciência), o conhecimento da descida ou chegada da Idéia ou essência ao se manifestar (do em si que se acopla ao para si, da etapa ou processo consumado descrito acima). Identidade final da diferença (Idéia e Outro no Um).

Grosso modo: ESSÊNCIA CARENTE OUTRO SER (ESSÊNCIA PERFEITA ou O ABSOLUTO).

A Filosofia da Mente pode ser subdividida em 3 momentos:

3.1. A mente subjetiva: abstração da auto-relação, a liberdade absoluta da Idéia consigo mesma (no arbitrário), mas falsa, pois “fora do mundo”.

3.2. A mente objetiva: a abstração da objetividade material do mundo, enquanto algo alheio à Idéia. A liberdade é entendida como necessidade, pura causalidade cega.

3.3 A menta absoluta: a unidade realmente existente, concreta, da consciência como objetividade e idealidade, a liberdade como tal. A “verdade” em sua dinamicidade, como compreendida por Hegel.

Por que o momento 3.1 está negritado acima? Porque Derrida entende a teoria do signo lingüístico como o equivalente a esta etapa. Um “modo” ou “determinação finita”, “transição ou etapa necessária da auto-superação”. Derrida chama o 3.1 ou signo de “transição da transição”. A Idéia auto-suficiente é negada, suprimida pelo Outro (próxima etapa afirmativa).

Derrida subdividirá, ainda, o 3.1, seu objeto de interesse neste texto, em:

3.1.1. O imediato: o Espírito-na-natureza (Naturgeist), o objeto do ponto de vista da Antropologia (do tempo de Hegel, mero modo de expressar a relação de alteridade homem vs. natureza, não a Antropologia científica que estuda a diferença cultural entre culturas ou homens diferentes – está muito mais para ciência exata que para um campo social, pois abarca até a fisiologia humana, como teremos a oportunidade de ver mais abaixo).

3.1.2. O mediato: reflexão no sentido comum. A consciência abstraída, tratando-se como objeto exterior (o objeto do ponto de vista da Fenomenologia da Mente).

3.1.3. Objeto-de-si-mesmo: o objeto do ponto de vista da Psicologia (hegeliana), reconhecendo-se idêntico ao que era outro (reincorporando-se).

Para Derrida, a teoria do signo pertence em sua delimitação, mais precisamente, ao momento da Psicologia (3.1.3), “definida como ciência da Mente determinando a si mesma em si mesma como objeto para si mesma”.

A semiologia, como parte da ciência do objeto para si mesmo, não pertence à ciência da consciência, isto é, à fenomenologia [3.1.2].” “Esta psicologia está divorciada da natureza. Estamos não só referidos aqui a todas as tentativas semiológicas do séc. XVIII, que eram todas psicologizantes, mas referidos, em última instância, a Aristóteles, o patrono que Hegel invoca em sua Psicologia da Mente quando, na Introdução acima, descreve:

Os livros de Aristóteles Da Alma (Peri Psychis) … são por isso e ainda, de longe, o trabalho especulativo de valor mais admirável, talvez o único de valor, neste tópico. A principal meta de uma filosofia da mente só pode ser reintroduzir o conceito no conhecimento-da-mente, o que quer dizer redescobrir a lição destes livros de Aristóteles.

Define Aristóteles, em outro livro:

A palavra falada (ta en tiphoni) é o símbolo de afecções ou estados da alma, e a palavra escrita é o símbolo da palavra falada. Assim como nem todo homem tem a mesma escrita, nem todo homem tem o mesmo som da voz, mas os estados da alma, de que essas expressões são o signo imediato ou primário (semeia protos) são os mesmos para todos, assim como as coisas, de que esses estados são apenas a imagem.”

Mas quando afirmo [Derrida] que é tradicional fazer da semiologia dependente da psicologia, não penso apenas no Hegelianismo do passado, mas no que se revela como além do Hegelianismo, isto é, superação do Hegelianismo, e não só algo derivativo e compreendido no Hegelianismo. Porque essa é uma tradição metafísica, ininterrompida pelas ciências humanas contemporâneas. Nos seus Cursos de Lingüística Geral, Saussure traça duas vezes o plano para uma semiologia geral juridicamente [?] dependente da psicologia.”

A Lingüística é só uma parte da ciência geral da semiologia; as leis descobertas pela semiologia serão aplicáveis à lingüística, e esta última será circunscrita em limites bem-definidos dentro da massa de fatos antropológicos.” Saussure

Uma observação: hoje entendo a Lingüística como uma Semiologia no sentido saussureano, e a lingüística de Saussure como uma subdivisão desta. Isto é, entendo que nunca houve esta expansão desejada por Ferdinand de Saussure.

Hjelmslev, apesar de reconhecer a importância da herança saussureana, levantou a questão da crítica aos pressupostos dessa mesma herança, i.e., criticou a autoridade atribuída à psicologia e o privilégio acordado à ‘substância expressiva’ sonora ou fônica.” Nesse tocante, creio que Saussure ainda siga atual e não procede a crítica hjelmsleviana: a lingüística segue sendo o estudo do signo psíquico, em clara antecipação à consideração de que surdos-mudos aprendem a língua sem prejuízo (o processo mental incorpora a questão da escuta e da fala, não havendo quebra epistemológica dos pressupostos de Saussure).¹ Por outro lado, a fala continua sendo a instância privilegiada em detrimento da escrita, como se vê no princípio da arbitrariedade das mudanças lingüísticas (sobre as quais a literatura não têm nenhum controle, uma vez que a língua se desenvolve organicamente no cotidiano do universo dos falantes totais daquela língua).

¹ Muitos estudantes de lingüística de nosso tempo querem desqualificar Saussure no trecho em que ele se refere ao ‘signo acústico’, porém o sentido mais correto do que ele quis expressar em sua época teria de ser retraduzido nas atuais edições de sua obra clássica como ‘psíquico’ no lugar de acústico, porque se refere a um processo interior, mental.

Veremos como a excelência psíquica e a preeminência fônica andam juntas também em Hegel, por razões que são histórica e essencialmente metafísicas.”

A psicologia estuda as faculdades ou modos gerais da atividade mental enquanto atividade mental – intuição, representação, rememoração, etc., desejos, etc.” H.

A teoria dos signos, consistindo essencialmente numa teoria da fala e da escrita, está contida em duas notas de rodapé bastante extensas de H., notas estas mais longas que os próprios parágrafos aos quais estão subordinadas, no sub-tópico intitulado ‘Imaginação’ [na Enciclopédia]. A Semiologia seria, portanto, um desenvolvimento pertencente à teoria da imaginação, e mais especificamente, à Fantasiologia ou Fantástica¹ [Phantasiology ou Phantastics] hegeliana.”

¹ Ainda não li o original (a Enciclopédia). Talvez Fantasística ou mesmo Phantasística, com ‘ph’, sejam traduções mais acertadas.

O que é imaginação? Representação (Vorstellung) é intuição relembrada-interiorizada (erinnerte). Pertence à inteligência (Intelligenz), que consiste em interiorizar a imediatidade sensível, ‘para apresentar a si mesmo como possuidor da intuição de si mesmo’ (in sich selbst anschauend zu setzen) – para suspender e conservar, no duplo movimento da negação (Aufhebung), a subjetividade pertencente à interioridade,¹ para que seja exteriorizada em si mesma e ‘esteja em si mesma em sua própria exterioridade’ (in ihrer eigenen Ausserlickhkeit in sich zu sein). Na lembrança temos o movimento decisivo da representação em que a inteligência é chamada de volta a si, e está em si mesma em sua exterioridade. Na lembrança o conteúdo da intuição se torna uma imagem – está livre da imediatidade e individualidade a fim de permitir a transição para a representação conceitual objetiva. E a imagem lembrada e interiorizada na memória não é mais uma ‘existência’, i.e., presente, na memória, mas depositada fora da consciência (bewusstlos aufbewahrt), retida numa morada inconsciente. A inteligência pode ser concebida como essa reserva, essa capa escura no fundo da qual as imagens enterradas são escavadas.² Hegel também chama essa instância ou reserva de ‘abismo noturno’ ou ‘abismo inconsciente’.”

¹ O texto em inglês de Derrida traz “inferiority”, inferioridade. Pode ser um jogo semântico de Hegel sobre ascender e baixar, também; mas como está em oposição a exterioridade aqui, acho mais provável que seja só erro de digitação.

² Fuck Freud!

Que a rota que vamos percorrer seja circular e que esse abismo seja em verdade uma pirâmide é um enigma sobre o qual devemos perguntar se ele deve ser suspendido como uma verdade que estava no fundo de um poço e devemos trazer à luz ou então decifrado como inscrição que adorna o monumento.” Os próprios verbos interiorizar e recordar em alemão têm a mesma raiz. Sobre a pergunta retórica de Derrida, veremos que é um pouco dos dois.

A síntese dessa imagem interna com a existência relembrada é ela mesma o conceito de representação: mediante esta síntese o interno agora tem a qualificação para aparecer diante da inteligência e existir propriamente, estar-aí (Dasein)” H. § 454

Esta explicação de H. serve para a memória re-produtiva, passiva, que não cria suas próprias memórias, apenas recebe dados do exterior. É só a primeira etapa da explicação da faculdade da memória.

O que é produzido e exteriorizado no momento seguinte (a segunda etapa da faculdade da memória) e espelhado (simétrico, contrário) é o signo. Ele é emitido pela imaginação produtiva ou criativa. Nossa capacidade de fantasiar, no sentido hegeliano.

Uma existência imaginada é uma imagem existenciada.

O que é internalizado se torna universal para si mesmo, e logo é expelido como intuição concreta (“an affirmation that may appear abusive or unintelligible”, D.) ou coisa. Nesse esquema H. não omite que é tributário de Kant.

Finalmente, notemos que a imaginação transcendental é também o movimento de temporalização que Heidegger repetiu tão admiravelmente em seu Kant e o Problema da Metafísica

A união dos contrários e a semio-poiesis. “Productive imagination is the MittelpunktH.

Ao final do texto vamos finalmente entender o que significam essas aspas!

O signo em si mesmo não é nada.

A imaginação, quando percebida como a agência dessa unificação, é razão (Vernunft), mas só razão formal, porque a matéria ou o tema que encapsula é para a imaginação enquanto (qua) imaginação uma matéria indiferente; ao passo que a razão enquanto (qua) razão determina também o conteúdo com vistas à verdade.” § 457

O signo só é um ponto-médio do caminho para a verdade da consciência (fica a meio caminho), e no entanto ele não é um acidente (arbitrário), no sentido de ser um momento, embora abstrato (nisso, ele é arbitrário), necessário no desenvolvimento da racionalidade e da aparição da verdade.

Por que a verdade independe do, ou melhor, depende da ausência do, signo?”

Por que o signo é só um momento inferior, um conceito metafísico menor?” (Neste sentido talvez o ‘interior’ lá em cima fosse mesmo inferior!)

Por que a verdade não se expressa (em signos)?”

Then ‘Why’ (Pourquoi) here no longer indicates a question about the in-view-of-what? (pour quoi), about the telos or the eschaton of the movement of signification; nor does it indicate a question about an origin: ‘Why?’ taken as ‘because of what?’ ‘Starting with what?’ etc. ‘Why’ is then the still metaphysical name for a question about the metaphysical system that links the sign to the concept and to truth. But this question can break through and penetrate only in freeing itself from even this Why-form, undetermined as it may seem.”

O signo só é o que é hoje no campo do conhecimento porque a metafísica foi encerrada ou arrematada – ele se beneficiou disso.”

O signo é, na definição de Hegel, portanto, a unidade de uma ‘representação independente’ e de uma ‘intuição’. Porém, na identidade da representação e da intuição, algo excepcional sucede: essa intuição não é uma simples intuição, como a intuição em geral. Um ser é dado, uma coisa é apresentada, apresentada para imediata recepção no presente. Exemplo: a cor dum chapéu está-lá para a intuição. Porém, como é indissociável da representação (Vorstellung) essa presença representa, i.e., reapresenta algo que não é em si mesmo, ou não é o mesmo, mesmidade, mas diferença. É colocada (a cor) no lugar de algo outro (etwas anderes vorstellend), um representativo representacional de algo mais (aqui Vorstellung não é só apresentação, é representação no sentido literal, pois indica o papel de mediação). O quê representa? Do quê o significante apresentado à intuição é significante? Como H. determina o representado ou o significado? É claramente uma idealidade contrastada com a real corpo-realidade (ou corporeidade) do significante. H. chama esse significado do signo, o Bedeutung (geralmente traduzido como ‘significação’; eu, por outro lado, prefiro traduzir como content de vouloir-dire).¹”

¹ O conteúdo-significado; seguindo a estranha expressão francesa, o conteúdo do querer-dizer.

Corpo-significante e alma/idealidade-significado

O signo é, pois, uma encarnação.” “Isso segue válido em Saussure e Husserl. Para este último o signo é animado pela intenção de significações como corpo (Körper) tornando-se ou devindo corpo-próprio (Leib) animado por Geist (alma, espírito). Para Husserl a palavra viva é uma espiritualidade corporificada.”

Mas Hegel enfatiza não só a aquisição do corpo-próprio, mas o lado inerte e inanimado, tumba.” Há um trocadilho em grego, usado por Platão, entre soma e sema (corpo e tumba, o corpo é uma prisão da alma).

O corpo do signo é aquele monumento no qual a alma vai ser silenciada e confinada, guardada, mantida, conservada, tornada presente.” pirâmide-embalsamamento-monumento-inscrição

trabalho da morte”

H. usa deliberadamente o signo pirâmide, ou diríamos o símbolo piramidal, para designar ou para significar o signo.” “H. vê no hieróglifo egípcio uma espécie de paralisia da dialética.”

O “algo mais” acima é justamente o negativo. Todas as cores que não são a cor do chapéu. A intuição-do-ausente.

A alma consignada na pirâmide é estrangeira. Se a alma é transposta, transferida, transplantada no monumento-significado, é de outra ordem que a pedra-significante, do intuitivo dado. E essa heterogeneidade é, primeiro, a irredutibilidade da alma e do corpo, do inteligível e sensível, do conceito (idealidade-significado) e do corpo sensível do significante. (representação) H.

Há um abismo ou alteridade intransponível aí. Para H., essa é a distinção entre signo e SÍMBOLO. Um símbolo simboliza naturalmente algo que se lhe assemelha. Um signo é totalmente convencionado, não há ligação natural entre significante e significado.

Essa teoria da natureza arbitrária do signo e essa distinção entre signo e símbolo é retomada em extenso e de modo mais claro na Introdução à primeira seção da Estética (‘Do símbolo em geral’).”

Se ainda havia alguma dúvida de que todo o sistema conceitual que domina a assim chamada revolução da lingüística – quero dizer, a lingüística saussureana – usa como modelo explícito a metafísica, precisamente a metafísica que opõe conceitos entre si, a da semiologia hegeliana, creio que agora essa dúvida não pode mais se colocar.”

A palavra símbolo foi utilizada por vários autores para designar o signo lingüístico, ou mais especificamente o que aqui se chama significante. O princípio da arbitrariedade do signo que acabo de explicitar é totalmente contrário à persistência desse uso. Uma característica do símbolo é que ele nunca é inteiramente arbitrário; não é inócuo, porque há indícios de uma conexão natural entre significante e significado. O símbolo da justiça, um par de balanças, não pode ser substituído impunemente, p.ex., por um tanque.” Saussure

the production of arbitrary signs manifests the freedom of mind.” O telos da Psicologia hegeliana, a aquisição da liberdade.

Na atribuição de significados, portanto, a inteligência manifesta uma liberdade e uma maestria incomparáveis no uso de intuições que não são nunca manifestas nas simbolizações.” H., § 458

Aí vemos concluída a pirâmide de Hegel.” É como se o ‘espaço arquitetônico’ escolhido por H. para representar a aquisição de, por um lado, uma razão vazia (ainda uma razão incompleta) e, por outro, uma liberdade irrestrita pela consciência, em uma de suas etapas, fosse exatamente a parte que cabe deixar oca nas construções, para que a distensão dos metais e outros sólidos não comprometesse todo o esqueleto da construção.

This sign-creating activity may be distinctively named ‘<productive> memory’ (produktive Gedächtnis) (the primarily abstract ‘Mnemosyne’); and since ‘memory’ (Gedächtnis), which in ordinary life is often used as interchangeable and synonymous with ‘remembrance’ (recollection) (Erinnerung), and even with ‘conception’ and ‘imagination’, has always to do with signs only.” (Remark, § 458)

In his fine essay on Proust, G. Deleuze has shown very well that the Remembrance of Things Past was less an exercise of memory than a semiotic activity or experience. You see that Hegel does not distinguish between the two, and that there is here another occasion to underline an affinity between Proust and Hegel.”

ONDE GERALMENTE OS MATEMÁTICOS PARAM DE TENTAR DESAFIAR HEGEL: “É a minha tese [Derrida] a do privilégio do sistema lingüístico – que é fônico – sobre todos os demais sistemas semióticos. Um privilégio, destarte, também da fala sobre a escrita; e da escrita fonética sobre qualquer outro sistema de notação ou qualquer outro tipo de inscrição, em particular os hieróglifos ou a escrita ideográfica. Mas também da escrita fonética perante a escrita matemática formal (qualquer que seja ela), a álgebra, a pasigrafia [uma espécie de Esperanto taquigráfico] e outros projetos de escritura universal do tipo leibniziano (fracassados), sobre o qual Leibniz gabou-se de ‘não necessitar, por princípio, referir-se à voz (vox) ou à palavra’.”

That is if one accepts, and in the measure that one accepts considering Hegelianism as the completion of Western metaphysics, the pre-eminence of the phoni is one with the essence of metaphysics. And thus whatever in certain modern sciences – for example in a certain work of glossematics carried out by Hjelmslev, but this is but one example – scientifically questions this privilege of the vox, both as voice and as word, in some measure trangresses the metaphysical closure itself.”

no signo a intuição sensível-espacial é sublimada temporariamente” Mas o que entra no lugar do espaço ao ser negado é o tempo, que em si é (o lado oculto do) espaço. O signo como temporalização em Heidegger (acima).

a fase mais verdadeira da intuição usada como signo é a existência no tempo (Dasein – o sendo-aí em intuição – in der Zeit: uma fórmula que devemos considerar ao mesmo tempo como dizendo que o tempo é o Dasein do conceito).” “Por que é a da intuição sublimada a sua fase mais verdadeira? Porque o tempo é o espaço sublimado.” O MEIO É A MENSAGEM: É a única forma do corpo (significante) desaparecer conservando-se a si mesmo na forma da idealidade (significado, conceito), ou seja, como outro. “But what is the signifying substance, what glossematicians call the expressive substance, most proper to be thus produced as time itself? It is sound, sound lifted from its naturalness and bound to the mind’s relation with itself, to the psychi as subject for itself and auto-affecting itself – the animated sound, the phonic sound, the voice, the Ton.” O homem é o único animal que vive-no-tempo porque ele fala (e compreende a fala).

The voice is what unites the anthropological naturalness of the (natural) sound with the psychic-semiotic ideality, what consequently joins the Philosophy of Mind to the Philosophy of Nature, and within the Philosophy of Mind joins anthropology to psychology between which, I recall, phenomenology, the science of consciousness, is inscribed.”

This means, in Hegelian language, that it is the essence of time as existence of the concept. But at the same time (so to speak) language, inasmuch as it interiorises and temporalises Dasein as it was in the given of sensible-spatial intuition, elevates existence itself, sublates (relève) it in its truth, at its highest level. It makes the sensible existence pass to representational or intellectual existence, to the existence of the concept. And this transition is precisely the moment of articulation that transforms the sound into voice and noise into language – a theme that would also merit a whole comparison with De Saussure.” O pensamento se materializa e a vida (fenomênica) fica em suspenso. Pode-se dizer que é a versão hegeliana da Idéia de Platão: acima do reino da Representação, no reino da representação, ao mesmo tempo, sem contradição, ou suportando a contradição (um em- como se não fosse em-, e sim num ‘além-tempo’: uma transcendência imanente).

But he contents himself with this systematics or architectonics. He does not fill out the field whose limits and topography he delineates. There are, none the less, indications of the lineaments of such a linguistics. For example, he admits that linguistics must be distinguished into a formal (grammatical) element and a material (lexicological) element.”

Ideality in general is, in Hegelian terms, ‘the negation of the real, which is none the less at the same time conserved, virtually retained (virtualiter erhalten), even if it does not exist’. But ideality as an element of language since the sign is the sublation (relève) of the sensible intuition of the real – has its own sense organs, its own elements of sensibility. Two senses share physical ideality between them: the sense for light and the sense for sound. These two elements have a privilege to which Hegel devotes numerous and splendid analyses in the Encyclopaedia and in the Aesthetics.

In so far as sound is concerned, it is noteworthy that linguistics refers us from psychology to anthropology (psycho-physiology), and that this latter refers us to physics. It is the reverse route of the teleology and movement according to which the Idea is reappropriated to itself as mind by rising from and sublating the nature [en (se) relevant (de) la nature] in which it was lost while being betokened therein. But at the beginning of the Physics light is posited as the first but abstract manifestation, an undifferentiated identity of qualified prime matter. It is through the light that nature refers to itself, manifests itself to itself. As is said in the Aesthetics, ‘light is the first ideality, the first auto-affirmation of nature. In light nature for the first time becomes subjective.’E fez-se Luz, e fez-se o Verbo (a Voz).

Signs, Hegel reflects, are not consumed. And this is to be related to the fact that the signifying matter is for Hegel always sound or light. We should have to ask if there is no other, and even whether audible or visible signs are not in some way eaten or consumed.

In any case, if sight is ideal, hearing, Hegel notes, is even more so; it as it were sublates (relève) sight.” Espaço Tempo. As artes visuais em geral, e os túmulos e inscrições egípcias em particular, negam a negação, tentam paralisar a dialética.

Há uma interseção astuciosa entre consumar (a metafísica) e consumir (a luz e o som) aqui (pois comer, devorar é acabar, completar). Afinal essa construção hegeliana é eterna ou está sofrendo erosão? Derrida encerra o ensaio falando da possibilidade de outra metafísica se – e somente se – alguém for pelo caminho da diferença (e não pelo da indiferença totalizante hegeliana), ou seja, alguma tentativa no sentido do que Hjelmslev empreendeu por volta dos anos 50.

HEGEL & O ESPÍRITO DA MÚSICA (Como que para comprovar que, procurando bem, todos os grandes filósofos, mesmo se odiando e discordando uns dos outros, chegam a conclusões fundamentais em comum – sobre a música, Hegel, Schopenhauer e Nietzsche são o consenso em contínuo – uma faixa de música alemã bastante longa): “since the calm, disinterested contemplation of works of art, far from seeking to suppress objects, lets them subsist as they are and where they are, what is conceived by sight is not the ideal in itself, but on the contrary perseveres in its sensible experience. But the ear, on the contrary, without practically (praktisch) turning to objects, perceives the result of the interior trembling (innern Erzitterns) of the body by which not the calm material figure, but a first ideality coming from the soul is manifested and revealed. As, on the other hand, the negativity in which the vibrant matter (schwingende Materia) enters constitutes a sublation (Aufheben of the spatial state, which sublation is in its turn sublated by the reaction of the body, the exteriorisation of this double negation, the sound (Ton) is an exteriorisation which is in its upsurge annihilated again by its own being-there, and vanishes by itself. By this double negation of exteriority inherent in the principle of sound, sound corresponds to the internal subjectivity in that sonority (Klingen), which of itself already is more ideal than real corporeality, renounces even this ideal existence and thus becomes a mode of expression of pure interiority.”²

¹ Entender sublimação do modo mais físico-químico possível – sem a interferência da hedionda psicanálise! Por isso eu prefiro sempre traduzir sublimação como simples negação quando posso – já que em Hegel a negação é sempre transitória (toda evaporação de matéria sólida é cíclica – cf. o motto marxista mais famoso!).ª De fato quando se diz que o tempo é o espaço sublimado, é o espaço negado, sem mais, nem menos do que isso.

ª Nada obsta o capitalismo (o real mais real) evaporar no ar!

² Aqui de novo o texto traz inferiority: agora estou certo de que era erro tipográfico: há a simetria corporeidade real (espaço puro) – pura interioridade (negação total do espaço).

This decisive concept of vibration, of trembling (Erzittern) as a physical transition from space to time, as sublation of the visible in the audible, the real in the ideal, this teleological concept of sound as a movement of idealisation and of Aufhebung of natural exteriority, is also explicated in the Encyclopaedia in the Physics (§ 300). We must then come back to it if we wish to account for the material part of language, that is lexicology.”

Thus in the linguistic part of semiology Hegel can make the move he advises against in general semiology: he can make of the question of writing an accessory question treated as an appendix, an excursus, a supplement. This move, we know, was made by Plato and Rousseau; it will also be made by De Saussure.”

It is from the province of immediate spatial intuition to which written language proceeds that it takes and produces the signs.” H.

Alphabetic writing is in and for itself the most intelligent’, says Hegel. Inasmuch as it respects, conveys and transcribes the voice as idealisation and movement of mind relating itself to its own interiority, phonetic writing is the most historical element of culture, most open to infinite development. ‘Learning to write an alphabetic writing must be considered a means of infinite culture (unendliche Bildungsmittel).’Um meio de imagem infinito, ‘diz’-nos a língua alemã! Sobre o negrito: de fato nós definimos nossa História pela escrita (mesmo quando esquecemos de definir que é a escrita fonética): antes da escrita, era a pré-História. Resta a pergunta: abriremos mão da cultura, ou ainda viveremos dentro da História? Mesma pergunta, em roupagem diferente, sobre o fim da Metafísica em H..

History as history of mind, the development of the concept as logos, the onto-theological deployment of parousia, is not hindered, limited, interrupted by alphabetical writing, which, on the contrary, inasmuch as it better effaces its own spacing, is the highest, the most sublating mediation.” Através do registro escrito (e amplio: da notação musical) podemos trazer de volta à memória qualquer momento sublime, ou idealidade, negação do real, do espaço ao menos, enquanto sobrevivemos na nossa forma fundamental que é o tempo, e vivenciar o Absoluto (em Hegel). Podemos, em suma, transcender a mundanidade. A pós-modernidade não vem destruindo a cultura, mas apenas jogando no mesmo terreno. Agora entendo por que Jean Baudrillard levanta a hipótese de que essa condição pode durar indefinidamente…

In effect, as everyone knows, and as Hegel recognises with a lucidity very rare in this domain, there is no purely phonetic writing; the alphabetical system we use is not and cannot be completely phonetic. A writing can never be penetrated and sublated completely by the voice. And the non-phonetic functions, the so to speak – silences, of alphabetic writing are not factual accidents or by-products one might hope to eliminate (punctuation, numbers, spacing). Hegel recognises this in passing in a parenthesis he quickly closes, and in which we read, concerning hieroglyphic writing: ‘(and hieroglyphics are used even where there is alphabetic writing, as in our signs for the numbers, the planets, the chemical elements etc.)’.”

Speaking of the hieroglyphic or Chinese writing, Hegel notes (as he does in other texts, notably in the Logic): ‘this feature of hieroglyphic – the analytic designation of representations – which misled Leibniz to regard it as preferable to alphabetic writing is rather in antagonism with the fundamental desideratum of language – the name’.

In assigning limits to universal, that is mute writing, writing not bound to the voice and to natural languages, in assigning limits to the function of the mathematical symbolism and calculus, considered as the work of the formal understanding, Hegel wishes to show that such a reduction of speech would interrupt the movement of Aufhebung, which is the movement of idealisation, of the history of mind and the reappropriation of logos in the presence to itself and infinite parousia. What is most written, most spaced, least vocal and internal in writing is what resists dialectics and history. We then cannot question the Hegelian concept of writing without questioning the whole history of metaphysics. For it is not a question of returning to Leibniz, concerning whom I have endeavoured elsewhere to show that his project remained metaphysical, and is fundamentally accessory to the system on the basis of which Hegel addresses his objections to him.

The writing from which metaphysics is to be questioned in its closure is then not writing such as metaphysics had itself determined it, that is such as our history and our culture enable us to think it, in the most familiar evidence of what is obvious. This writing in which the outside of metaphysics is announced could have, among other names, that of difference.”

MATHEMATICAL PHYSICS VS PHILOSOPHY: Hegel, Pythagorean triples, Spinors and Clifford Algebras – Daniel Parrochia, 2020.

HAL Id: hal-02613438

https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-02613438

Preprint submitted on 20 May 2020

HAL is a multi-disciplinary open access archive for the deposit and dissemination of scientific research documents, whether they are published or not. The documents may come from teaching and research institutions in France or abroad, or from public or private research centers.”

It is well known that Hegel had a bad opinion of mathematics. Even if, over time, and under the pressure of facts (notably the expansion of differential calculus and Gauss’s arithmetic research) this opinion has changed, it remains that his initial view was negative. This has never been more clearly expressed than in the famous text of the preface to the Phenomenology of Spirit (1807) which takes for example the famous demonstration by Euclid of the Pythagorean theorem.”

Considering this demonstration, Hegel states the following thesis:

1. The process of mathematical proof does not belong to the ob-ject(*); it is a function that takes place outside the matter in hand.

(*) The English word ‘object’ is the translation of the German word Gegenstand, which literally means ‘what is posed in front’. This is why the French translator of the Phenomenology of Spirit B. Bourgeois suggests writing ‘object’ with a hyphen, in order to recall that this word ‘designates the content that the spirit, splitting up inside its primary unity (the soul) opposes objects to itself, to become properly consciousness’. (…)

2. In mathematics, construction and proof contain, no doubt, true propositions, but the content, for Hegel, is ‘false’. (…) <Thus we find negativity of content coming in here too, a negativity which would have to be called falsity, just as much as in the case of the movement of the notion where thoughts that are taken to be fixed pass away and disappear.>¹.”

¹ Tradução minha abaixo.

Assim, encontramos a negatividade do conteúdo sobrevindo nesta proposição, uma negatividade que deverá ser chamada falsidade, bem como no caso do movimento da noção em que pensamentos que são tomados como fixos passam e desaparecem.”

(continuação da tese hegeliana)

3. The real defect of this kind of knowledge affects its process of knowing as much as its material. As to that process, one does not see any necessity in the construction. An external purpose controls it. Concerning the material, it only consists of space and numerical units (das Eins)¹.”

¹ Literalmente “os Uns”. Em alemão a pronúncia é idêntica a “daseins”, vir-a-ser no plural, devires (existências ou seres no sentido mais dinâmico).

4. For all that, philosophy has nothing to do with mathematics. (…) <does not attain to essential opposition or unlikeness; and hence involves no transition of one opposite element into its other, no qualitative, immanent movement, no self-movement.> [H.]

5. (…) <It does not consider, for example, the relation of line to surface, and when it compares the diameter of a circle with its circumference, it runs up against their incommensurability, i.e. a relation in terms of the notion, an infinite element, that escapes mathematical determination.>

6. Even applied mathematics does not take in account true concrete realities.” (Aplica relações conceituais – meramente abstratas – expressas em fórmulas)

7. (…) The abstract or unreal is not [philosophy’s] element and content, but the real, what is self-establishing, has life within itself, existence in its very notion.” (O todo do movimento, do processo, constitui a positividade) “This movement includes, therefore, within it the negative factor as well, the element which would be named falsity if it could be considered one from which we had to abstract. The element that disappears has rather to be looked at as itself essential, not in the sense of being something fixed, that has to be cut off from truth and allowed to lie outside it, heaven knows where” “Appearance is the process of arising into being and passing away again, a process that itself does not arise and does not pass away, but is per se, and constitutes reality and the life-movement of truth. <The truth is thus the bacchanalian revel, where not a member is sober>

A verdade é, assim, o êxtase bacanaliano, em que nenhum membro é sóbrio”

8. In consequence, mathematics cannot be a useful model for philosophy. <It is not difficult to see that the method of propounding a proposition, producing reasons for it and then refuting its opposite by reasons too, is not the form in which truth can appear. (…) Hence it is peculiar to mathematics and must be left to mathematics, which, as already indicated, takes for its principle the relation of quantity, a relation alien to the notion, and gets its material from lifeless space, and the equally lifeless numerical unit.>

9. Generally speaking, Hegel protests against any schematizing formalism. However, it will allow himself to make use of triplicity <now that the triplicity, adopted in the system of Kant… has been raised to its significance as an absolute method> so that true form is thereby set up in its true content, and the conception of science has come to light.”

9. Genericamente falando, H. protesta contra qualquer formalismo esquematizante. E no entanto, esse mesmo formalismo esquematizante facultará a H. o uso da triplicidade <agora que a triplicidade, adotada no sistema de Kant …. foi elevada a sua significância como um método absoluto>, [!] de modo que a forma verdadeira é doravante estabelecida em seu verdadeiro conteúdo, e o conceito de ciência veio à luz.”

Hegel’s criticism against mathematical thought, which was already beginning to meet limits in its time, is no longer in season today (see Larvor 1999, 24). But it has, in fact, never really been admissible.” carece de fundamentação

Some of the Euclid’s proofs of the famous proposition I. 47 in the Elements (see [Euclid 56], 349) are classified as:

1. Proofs by rearrangement (see, for example, Heath’s proof as reported in [Euclid 56], 354-355 or in [Benson 99], 172-173)).

2. Proofs by dissection without rearrangement (like Einstein’s proof (see [Schroeder 12], 3-4)).

3. Proofs using similar triangles (already known in the Antiquity).”

Algumas das provas de Euclides da famosa proposição I.47 nos Elementos são classificadas como:

1. Provas por rearranjo (vd., p.ex., a prova de Heath como relatada em (…) Benson 1999, 172-3).

2. Provas por dissecção sem rearranjo (como a prova de Einstein, vd. Schroeder 1212, 3-4).

3. Provas utilizando triângulos análogos (já conhecidas na Antiguidade).”

In all these proofs, the initial triangle is either divided into other triangles, or inserted into a more complex figure in which it disappears or, let’s say, only occupies an inessential place.”

We know that there are in fact hundreds of proofs of Pythagoras’ theorem, not to say thousands. In his famous book The Pythagorean proposition, Elisha Scoot Loomis presents a collection of 370 proofs, grouped into the 4 following categories: Algebraic (109 proofs), Geometric (255), Quaternionic (4); and those based on mass and velocity, Dynamic (2). This author even asserts that the number of algebraic proofs is limitless – as is also the number of geometric proofs (see Loomis 1968, viii).

For many of these proofs, Hegel’s reasoning does not hold water.”

For example, in a certain number of ‘algebraic’ proofs, the triangle is not dismembered, but multiplied.”

 

As we can see, the theorem can be proved algebraically using 4 copies of a right triangle with sides a; b and c, arranged inside a square with side c (…)

.

.

.

c² = a² + b².

This proof (or similar proof) would have already been known from the Hindu mathematician Bhaskara (12th century) and would not be much different from much older proof, which can be found in the Chinese classic Zhoubi Suanjing (The Arithmetical Classic of the Gnomon and the Circular Paths of Heaven), which gives a reasoning for the (3, 4, 5) triangle. In China, it is called the ‘Gougu theorem’

But we can also make use of certain advances in mathematics, which have occurred since antiquity, for example, differential calculus, moreover known from Hegel.”

The triangle ABC is a right triangle, as shown in the upper part of the diagram, with BC the hypotenuse. At the same time the triangle lengths are measured as shown, with the hypotenuse of length y, the side AC of length x and the side AB of length a, as seen above.

If x is increased by a small amount dx by extending the side AC slightly to D, then y also increases by dy. These form 2 sides of a triangle, CDE, which (with E chosen so CE is perpendicular to the hypotenuse) is a right triangle approximately similar to ABC. Therefore, the ratios of their sides must be the same, that is, dy/dx = x/y.” etc. etc. y² = x² + C . . . “The constant can be deduced from x = 0, then we can pose y = a and obtain the equation: y² = x² + a².

Maybe one would say that this is more of an intuitive proof than a formal one. But it can be made more rigorous if proper limits are used in place of dx and dy.” O que ele não entende é que intuitiva ou formal, ambas são apenas provas matemáticas

In all these demonstrations, the triangle is by no means dismembered and Hegelian criticism does not apply. But we can go even further by showing that in reality, what is in question behind Pythagoras’ statement refers to synthetic physico-mathematical structures much deeper than the simple figure of the triangle, which is only an appearance.”

In fact, what Hegel has not seen – maybe he could not – is that the most important in the Pythagorean formula is not the triangle in itself but the relation between the 3 quantities a; b and c, which constitute what we call now a «triple», and in our case a «Pythagorean triple».”

It is also possible that an intuitive knowledge of Pythagoras’ relationship would be much older than Chinese mathematics, since it could have its roots in ancient Mesopotamia and, beyond, in the Egypt of the pyramids. As Thom has shown, the cuneiform tablet known as Plimpton 322 from Mesopotamia enlists 15 Pythagorean triples and is dated for almost 2000 BCE. The second pyramid of Giza is based on the 3-4-5 triangle quite perfectly and was build before 2500 BCE. <It has also been argued that many megalithic constructions include Pythagorean triples> (see Kocik 2007).”

In a previous work, I quoted a lecture pronounced by Trautman 1990 in Belgium in 1987. This text explained that the Pythagorean equation, in the interpretation of Diophante, enveloped in itself an extraordinarily modern synthetic notion, the notion of spinor.”

But let us remain, for the moment, inside the Euclid’s Elements, even if the existence of Pythagorean triples, that is triples of natural numbers (a; b; c) satisfying:

a² + b² = c²;

has been known, in fact, for thousands of years.”

Spinors: excedem completamente o meu métier, então sequer me darei ao trabalho de insertar imagens!… Só vou continuar citando o que pode ser considerado “história da matemática” e compreensível para nós de humanas!

Though Cartan 1938 described this kind of structure long before, the explicit notion of ‘spinor’ appears in 1931 in Physical Review.”

* * *

So, as it appears, we are very far from the simple geometric characterization of the right triangle, to which Hegel’s understanding was limited.

But we can go further.”

* * *

In conclusion, behind Pythagoras theorem and the demonstration of the right triangle, exists a very deep rational organization with complex synthetic structures like Clifford algebras, rotations in space and spinors. Who could contest that there are here, with those structures, dialectical syntheses (geometric algebra), self-movement and ‘life’ which place mathematics far beyond the (fairly negative) view that Hegel had of it?”

Parrochia é matemático, então ele não entendeu que a “prova” hegeliana não pode ser “provada” matematicamente. O que se pode provar em matemática é conteúdo do campo matemático; o que H. objetava é que provas matemáticas tenham qualquer conotação metafísica; portanto, H. continua com razão nesse tocante (afinal é impossível “desprová-lo” não-metafisicamente). O que Parrochia chama de ‘vida’ é um estereótipo barroco-jornalístico: da perspectiva da filosofia, por mais que suas equações sejam belíssimas, continua não havendo “vida” em sua “dialética geométrica euclidiana/pós-euclidiana”, porque faltou-lhe entender o sentido da expressão viva empregada pelo filósofo alemão. “Negativo” também parece ter sido entendido por ele como “depreciativo”, “o que faz mal, o que é de qualidade baixa”. Não é esse o sentido do negativo em Hegel, mas ele deve ser buscado na lógica aristotélica do princípio de não-contradição, e guarda relação com o que a filosofia posterior denomina de “nada”, “império do niilismo”, etc., sempre em relação com o Ser.

Não sou sequer partidário de Hegel e sua teleologia hoje está morta, mas tenho de defendê-lo quando uma suposta crítica a seus postulados parte de um ponto de vista injusto pré-hegeliano mesmo. A diferença entre o filósofo de primeira linha e o mero “diletante” é que não se deve assumir a priori o significado de uma expressão (vida ou, neste caso, mais detalhadamente no que ele crítica em Hegel como sendo “o trabalho do negativo”) pelo dicionário, o que é outra ingenuidade para-além da crítica a um filósofo que ainda filosofava ‘em sistema’, e só quem leu os filósofos da linguagem do séc. XX e se deu conta da limitação da linguagem para produzir enunciados mais que arbitrários pode entender quão precária é a posição de Parrochia neste artigo (pequeno e ‘grosso’ até para a mídia artigo, em minha opinião).

Não entendo como o autor pode pensar que a matemática do século XXI refuta o texto da Fenomenologia do Espírito (que de qualquer modo já se tornou superável filosoficamente no séc. XIX). Ao pesquisar sobre as relações hegelianas com Pitágoras e as exatas, imaginei que encontraria um artigo de um matemático filósofo (ou vice-versa), mas este artigo resulta inútil aos meus propósitos de entender melhor a “fixação hegeliana” pelo triplete, ou pela tríade, pitagórico e pelo Timeu de Platão, além de seu fetiche pelo número 3 que é cerne em sua dialética (vide afirmação sobre Kant contida no início).

No fim do artigo, quase esquecido do tema da introdução, Parrochia diz que Lakatos “se tornou um hegeliano através da matemática, porém sem os erros de Hegel”. Ora, Lakatos não é um metafísico (filósofo na verdadeira acepção da palavra), apenas um epistemólogos de sua disciplina, i.e., um filósofo da matemática. Ainda assim, outra figura conhecida criticou o alcance de Lakatos, o “ídolo de Parrochia”, com propriedade:

wiki:

Paul Feyerabend argued that Lakatos’s methodology was not a methodology at all, but merely ‘words that sound like the elements of a methodology’. He argued that Lakatos’s methodology was no different in practice from epistemological anarchism, Feyerabend’s own position. He wrote in Science in a Free Society (after Lakatos’s death) that:

Lakatos realized and admitted that the existing standards of rationality, standards of logic included, were too restrictive and would have hindered science had they been applied with determination. He therefore permitted the scientist to violate them (he admits that science is not <rational> in the sense of these standards). However, he demanded that research programmes show certain features in the long run — they must be progressive… I have argued that this demand no longer restricts scientific practice. Any development agrees with it.’

Lakatos and Feyerabend planned to produce a joint work in which Lakatos would develop a rationalist description of science, and Feyerabend would attack it. The correspondence between Lakatos and Feyerabend, where the two discussed the project, has since been reproduced, with commentary, by Matteo Motterlini.”

Em suma, Parrochia usou um “alvo fácil” ou um simples outsider e figura histórica como trampolim para “brilhar em seu campo”, provavelmente para conseguir mais repercussão em seu artigo; mas é sem fundamento que o faz ao buscar (ou apenas ‘maquiar’) uma pseudo-interdisciplinaridade com a filosofia. De todo modo, a sinopse do livro de Parrochia que encontrei não parece de todo mal. Aos interessados, vale a pena se arriscar: https://www.amazon.com.br/Mathematics-Philosophy-Daniel-Parrochia/dp/1786302098.

BIBLIOGRAFIA CITADA NAS PASAGENS:

Benson, The Moment of Proof : Mathematical Epiphanies, Oxford University Press, Oxford, 1999.

Cartan, E., Leçons sur la théorie des spineurs vol. 1 and 2, Hermann, Paris, 1938.

Kocik, J., ‘Clifford Algebras and Euclid’s Parameterization of Pythagorean Triples’, Advances in Applied Clifford Algebras 17 (2007), 71-93.

Larvor, B., ‘Lakatos’s Mathematical Hegelianism’, The Owl of Minerva Vol 31, Issue 1, 23-44, 1999. https://doi.org/10.5840/owl199931119

Loomis, E.S., The Pythagorean Proposition: Its Demonstration Analyzed and Classified and Bibliography of Sources for Data of the Four Kinds of ‘Proofs’ (1940), National Council of Teachers of Mathematics, Washington, DC, 1968.

Schroeder, M.R., Fractals, Chaos, Power Laws: Minutes from an Infinite Paradise, Courier Corporation, New York, 2012.

Thom, A., Megalithic Sites in Britain, Oxford University Press, Oxford, 1967.

Trautman, A., ‘L’échiquier spinoriel’, Bulletin de la Classe des Sciences, Académie Royale de Belgique, 6e série, tome 1, 6-9, 187-194, 1990.

LECCIONES SOBRE LA HISTORIA DE LA FILOSOFÍA Vol. I/III – Hegel (trad. Wenceslao Roces), Fondo de Cultura Económica (1833, 1955, México)

PRESENTACIÓN

en la actualidad faltan traducciones españolas integras, directas y correctas de algunas de las obras absolutamente capitales de la historia universal de la filosofía: sea totalmente, por no haberse hecho nunca, sea prácticamente, por no ser las hechas asequibles ya en el comercio, ni siquiera en todas las bibliotecas donde debieran serlo.”

La serie se inicia con la presente traducción de las Lecciones sobre la historia de la filosofía de Hegel, a la que seguirán (…) Locke (…) y Spinoza (…)”

el Dr. Wenceslao Roces es bien conocido por el público culto en todo el mundo de habla española como especialista en la traducción de obras alemanas, habiendo merecido su labor el público elogio agradecido del propio e ilustre autor de la obra original en un caso como el de la Paideia de Werner Jaeger

José Gaos

ADVERTENCIA SOBRE LA PRESENTE EDICIÓN

por tratarse de una obra que no fue escrita por el propio Hegel, sino redactada por Michelet a partir de algunos papeles manuscritos y de los apuntes de clase de sus alumnos, fueron surgiendo, al avanzar el trabajo, diversos problemas.” “a pesar de todo esto, la forma que Michelet dio a la Historia de la filosofía de H. es, hasta ahora, la única y de ella se han servido los alemanes por más de un siglo.”

Es indiscutible la superioridad de la edición crítica de Johannes Hoffmeister sobre la de Michelet, pero por desgracia esta edición quedó incompleta, pues según la propia casa editorial presenta dificultades tan especiales que no puede precisarse en qué fecha aparecerán los otros volúmenes.”

Michelet (…) aspiraba a entregar un texto que pareciera haber sido escrito de una sola tirada por el autor; en tanto que Hoffmeister, comprendiendo que las libertades de un discípulo directo – como lo fue Michelet – no pueden justificarse en nadie más y considerando que las diferencias entre las distintas versiones (Hoffmeister dispuso de un nuevo material que le permitió obtener un texto completo de 4 cursos) son tan grandes que no permiten la unión, intenta dar todo el texto hegeliano en el orden en que fue expuesto, sin que se pierda una sola línea. [Sinceramente, já achei o texto tão repetitivo da forma como foi editado que não consigo conceber o tédio desta versão mais integral!]

Hemos de reconocer también que la mayor parte de los errores que Hoffmeister señala a la edición de Michelet son reales. (…) es posible ver claramente que hay capítulos muy poco preparados en los que pueden apreciarse grandes lagunas, p.ej., en la parte dedicada a la filosofía medieval. Si éste es o no un defecto de la exposición hegeliana o si se debe a una mala reelaboración de Michelet, es cosa difícil de decidir y más difícil aún de remediar sin contar con los originales necesarios.” “en la cita de textos kantianos encontré varios errores”

Por lo que respecta a Platón, la traducción usada como base – pues Hegel lo parafrasea también – fue la de García Bacca y en aquellos casos en que el diálogo citado no estuviera traducido por él, la versión castellana es el resultado de un cotejo entre el texto griego, la versión alemana y las españolas que hubiera disponibles.”

El lector advertirá, además, que a veces aparece en el cuerpo de una cita una explicación encerrada entre corchetes; esta explicación es, desde luego, de Hegel y le di esta forma a fin de facilitar na lectura.” Como é muito comum que eu intervenha nas aspas do Seclusão com []’s também, reservo-me ao direito de fazê-lo em português, quando for o caso; se o texto entre colchetes estiver em espanhol, o autor é Hegel, na tradução.

La Historia (…) no deja de ser una de las grandes hazañas del pensamiento alemán y, hasta ahora, la obra máxima sobre historia de la filosofía; la 1ª que hizo justicia a las filosofías precedentes al considerarlas como momentos necesarios en una y la misma evolución: la del Espíritu.”

Elsa Cecilia Frost (ed.)

PRÓLOGO DEL EDITOR A LA 1ª EDICIÓN

Hegel dio en total 9 cursos sobre esta materia en las distintas universidades en las que trabajó. La 1ª vez durante el invierno de 1805-6 en Jena; las 2 ocasiones siguientes en Heidelberg durante los semestres de invierno de 16-17 y 17-18; las 6 restantes en esta universidad (Berlín) en el verano de 1819 y en los semestres de invierno de 1820-1, 23-4, 25-6,27-8 y 29-30. Había empezado sus cursos de invierno (entre ellos el 10º de historia de la filosofía) el 10 de noviembre de 1831, habiendo dado ya 2 clases sobre historia de la filosofía con gran fluidez y amenidad, cuando fue alcanzado por la muerte.

De todos estos años sólo poseemos el cuaderno de Jena, en cuarto, escrito de su puño y letra y revisado casi totalmente por lo que se refiere al estilo; en aquella época no se atrevía aún a confiar sus lecciones a la memoria.” “Todas las adiciones hechas en los cursos posteriores están, en parte, escritas o esbozadas al margen del cuaderno de Jena o del resumen, y en parte en una serie de hojas sueltas que añadió a éstos.”

Alguns dos cadernos de alunos utilizados: Kampe, von Griesheim, Michelet (editor).

Las fuentes para la Introducción, en particular, además de los apuntes de clase, son una parte muy lograda del manuscrito de Hegel, parte en cuarto y parte en folio, escrita casi toda en Berlín, salvo una pequeña parte escrita en Heidelberg.” “Hegel reelaboraba siempre más las introducciones de sus cursos que estos mismos.”

La exposición de la filosofía oriental, tomada de los apuntes de clase, se complementa con una rica serie de colecciones y recopilaciones de obras francesas e inglesas sobre el Oriente en general. Hegel solía llevar las obras correspondientes, anotadas brevemente al margen, a su cátedra, para basar su exposición en ellas, traduciendo directamente en parte y, en parte, intercalando sus observaciones y juicios.”

SÓ LENDO PRA CRER! “Su forma escrita sólo rara vez es difícil y a menudo bella. En general, podemos decir que estas lecciones sorprenden con frecuencia por la pureza de su forma, en la que podemos ver la certeza y claridad con que se presentaba el pensamiento en el espíritu del autor”

se encuentra en el cuaderno de Jena la que yo he llamado en otro lugar la primera terminología de Hegel, comprendiendo bajo este título tanto esta terminología propiamente dicha como la transición a la de la Fenomenología, frente a la terminología más lograda de los años posteriores.” Espero que a Ciência da Lógica seja mais fácil de ler…

las conocidas anomalías y anacolutos de la forma hegeliana.”

Hegel dio siempre cinco horas semanales sobre historia de la filosofía, número de horas que aumentaba siempre al final del curso—lo que hacía también, pero en menor medida, en las otras materias—, como se desprende, entre otras cosas, de sus observaciones manuscritas al final del cuaderno.”

Hegel acostumbraba decir que a los demás se les había facilitado el estudio de Aristóteles, en tanto que para él fue muy difícil, pues había tenido que usar la ilegible edición de Basilea, sin traducción latina, y extraer así el significado profundo de Aristóteles. Sin embargo, fue precisamente él quien volvió a llamar la atención sobre esta profundidad y quien descubrió y corrigió la ignorancia y las malas interpretaciones de quienes deseaban pasar por sutiles eruditos.”

CRÍTICA DOS FILOSOFASTROS CONTEMPORÂNEOS DE HEGEL: “el absurdo intento de destacar en tal forma a Anaximandro que se le ha llegado a colocar después de Heráclito, como si su pensamiento fuese más maduro que el de éste.” “Así, cuando Hegel no considera a Heráclito entre los primeros jonios, sino que lo coloca después de los pitagóricos y los eléatas, no se encuentra en la cúspide de la erudición de nuestros días que ha decidido qué lugar le corresponde a Heráclito de acuerdo con relaciones puramente superficiales.” Porém Hegel comete o erro de superestimar, p.ex., Anaxágoras em relação ao mesmo Heráclito.

Me chamou a atenção, no índice, a completa ausência de Parmênides. Hegel o situou entre os eleatas, mas felizmente soube dar-lhe destaque.

Pero ¿acaso no es este carácter intermedio lo peculiar de todas las conferencias impresas, aun cuando sean publicadas por el propio autor?” “Solamente en manos de su autor podían haberse convertido estas Lecciones en un verdadero libro, como la Filosofía del derecho.” “¿Acaso no se formó así una gran parte de la obra del viejo Aristóteles, sin que a nadie se le haya ocurrido disputar la veracidad del contenido?” “En mi posterior escrito premiado, Examen critique de l’ouvrage d’Aristote intitulé Metaphysique, lo he demostrado suficientemente.” “¿Acaso no tenemos varias versiones suyas de la Ética? Bien pudiera ser que Nicómaco y Eudemo fueran los nombres de quienes copiaron e hicieron públicas 2 de estas versiones.”

<MAL DE EDSON>: “Entre otras causas, esta Historia de la filosofía de Hegel conservó el carácter de conferencia por la falta de tiempo del autor, que tuvo que ser mucho más breve al final del curso que al principio. Así, a partir de Aristóteles, cuya exposición, a juzgar por las anotaciones del cuaderno, entraba en la 2ª mitad del semestre (lo que no es tan desproporcionado como parece a primera vista), no se extendía ya tanto. En especial el último período, a partir de Kant, se encuentra expuesto con mucha brevedad, sobre todo en los cursos posteriores en los que una introducción muy desarrollada y la exposición de la filosofía oriental se llevaban la mayor parte del tiempo. [Suspeito! Talvez H. não se sentisse à vontade discorrendo sobre Kant!]

Esto me dio ocasión de preparar, inmediatamente después de la edición completa de estas Lecciones, una historia de los últimos sistemas filosóficos en Alemania, de Kant a Hegel, que debe añadirse a ellas.” E há algum (que valha o meu tempo)? Cf. Geschichte der letzten Systeme der Philosophie in Deutschland von Kant bis Hegel

Karl Ludwig Michelet

PRÓLOGO DEL EDITOR A LA 2ª EDICIÓN

Con frecuencia cambié algunas frases o pasajes de lugar y di otro orden a los temas, suprimí algunos períodos largos y algunas repeticiones o, cuando menos, traté de acortarlos. Y, por último, metí las notas al pie de página dentro del texto mismo—como parece más correcto—, ya fueran ulteriores reflexiones aforísticas o citas de los filósofos tratados; de este modo sólo se conservaron como notas las anotaciones imprescindibles del editor, que se refieren a la redacción, y las citas o referencias muy largas que entorpecerían la lectura del texto.”

DISCURSO INAUGURAL – Pronunciado en la Universidad de Heidelberg, el 28 de octubre de 1816

El Espíritu del Mundo, ocupado en demasía con esa realidad, no podía replegarse hacia adentro y concentrarse en sí mismo. Pero ahora que esta corriente de la realidad ha encontrado un dique, que la nación alemana ha sabido irse modelando sobre la tosca materia, que ha salvado su nacionalidad, raíz y fundamento de toda vida viva, tenemos razones para confiar en que, al lado del Estado, en que se concentraba hasta hace poco todo el interés, se levante también la Iglesia; que, al lado del reino de la tierra, hacia el que se encauzaban hasta ahora todos los pensamientos y todos los esfuerzos, vuelva a pensarse también en el reino de Dios; dicho en otros términos, que, al lado del interés político y de otros intereses vinculados a la mezquina realidad, florezca de nuevo la ciencia, el mundo racional y libre del espíritu.

La historia de la filosofía nos revelará cómo en los otros países de Europa en los que con tanto celo y prestigio se cultivan las ciencias y la formación del entendimiento, la filosofía, excepción hecha del nombre, decae y desaparece para quedar convertida tan sólo en un recuerdo, en una vaga idea, y únicamente se conserva como una peculiaridad característica de la nación alemana. La naturaleza nos ha asignado la alta misión de ser los guardianes de este fuego sagrado” “como el Espíritu del Mundo cultivó y salvaguardó en la nación judaica una conciencia superior a la de otros pueblos, para que pudiera surgir de ella, convertido en un nuevo Espíritu. § La nación alemana ha logrado llegar hoy, en general, a un grado tal de seriedad y de elevación de conciencia, que ante nosotros sólo pueden valer ya las ideas y lo que demuestre sus títulos de legitimidad ante el foro de la razón; y va acercándose más y más la hora del Estado prusiano basado en la inteligencia.” Não é assim que se conquistam 4 Copas do Mundo, amado Hegel!

Nosotros, los hombres de la generación que se ha desarrollado bajo el embate de los tiempos, podemos considerar dichosos a quienes, como a vosotros, ha tocado vivir su juventud en estos días en que podéis consagraros por entero a la ciencia y a la verdad.”

O CREPÚSCULO DO OTIMISMO: “La esencia del universo, al principio cerrada y oculta, no encierra fuerza capaz de resistir al valor de un espíritu dispuesto a conocerla: no tiene más remedio que ponerse de manifiesto ante él y desplegar ante sus ojos, para satisfacción y disfrute suyo, sus profundidades y sus riquezas.”

en efecto, de la historia de la filosofía se extrae, ante todo, una prueba muy clara de la nulidad de esta ciencia.”

Y así, según la idea que se tenga de lo que es el Estado, puede muy bien ocurrir que un lector no descubra en la historia política de un país absolutamente nada de lo que busca en ella.”

En efecto, cuando se trata de pensamientos, sobre todo de pensamientos especulativos, el comprender es algo muy distinto del captar simplemente el sentido gramatical de las palabras, asimilándolo indudablemente, pero sin pasar de la región de las representaciones.” “Por eso abundan las historias de la filosofía, compuestas de numerosos volúmenes y hasta, si se quiere, llenas de erudición y en las que, sin embargo, brilla por su ausencia el conocimiento de la materia misma sobre la que versan.”

En esta Introducción habrá de darse por supuesto, igualmente, el concepto de filosofía, o sea el del objeto sobre el que versa su historia. Pero al mismo tiempo ocurre, en su conjunto, con esta Introducción—que habrá de circunscribirse a la historia de la filosofía—lo que ocurre con la filosofía misma según acabamos de decir. Lo que en esta Introducción pueda decirse, más que algo que podamos sentar de antemano, será algo que sólo el estudio de la historia misma pueda probar y justificar.”

INTRODUCCIÓN A LA HISTORIA DE LA FILOSOFÍA

lejos de ello, aquí las creaciones son tanto mejores cuanto menos imputables son, por sus méritos o su responsabilidad, al individuo, cuanto más corresponden al pensamiento libre, al carácter general del hombre como tal hombre, cuanto más se ve tras ellas, como sujeto creador, al pensamiento mismo, que no es patrimonio exclusivo de nadie.” Pouco importa. O método socrático é universal, mas foi um homem chamado Sócrates que o pariu. Alexandre o Grande tem tanto de pessoal quanto tinha Sócrates: era um homem, um tipo de homem, uma síntese especial de vários indivíduos, historicamente marcada – e por isso atemporal.

Herder, Ideas para la filosofía de la historia de la humanidad

El espíritu universal no se está quieto; y es este espíritu universal lo que nos interesa examinar aquí. Puede ocurrir que en una nación cualquiera permanezcan estacionarios la cultura, el arte, la ciencia, el patrimonio espiritual en su conjunto; tal parece ser, por ejemplo, el caso de los chinos, quienes probablemente se hallen hoy, en todo, como hace 2 mil años.”

Por donde lo que cada generación crea en el campo de la ciencia y de la producción espiritual es una herencia acumulada por los esfuerzos de todo el mundo anterior, un santuario en el que todas las generaciones humanas han ido colgando, con alegría y gratitud, cuanto les ha sido útil en la vida, lo que han ido arrancando a las profundidades de la naturaleza y del espíritu.” Só mesmo a idéia de filogênese da psicanálise consegue ser mais tacanha do que esse evolucionismo-atavismo megalomaníaco cultural!

el curso de la historia no nos revela precisamente el devenir de cosas extrañas a nosotros, sino nuestro propio devenir, el devenir de nuestra propia ciencia.”

Es un viejo prejuicio el de que lo que distingue al hombre del animal es el pensamiento; pero nos atendremos a esto.” “la historia que tenemos ante nosotros es la historia de la búsqueda del pensamiento por el pensamiento mismo.” “Estas manifestaciones del pensamiento en las que éste se encuentra a sí mismo, son las filosofías; y la cadena de estos descubrimientos, de los que parte el pensamiento a descubrirse a sí mismo, es la obra de 3500 años.” Milenarismo 2.0.

los árboles no nos dejarán ver el bosque, las filosofías nos impedirán ver la filosofía.”

esta concepción no puede satisfacernos ni siquiera en lo que se refiere a la historia política; ya en ella reconocemos, o intuimos por lo menos, un entronque necesario entre los diversos acaecimientos, que hace que éstos ocupen un lugar especial, en relación con una meta o con un fin, adquiriendo con ello su verdadera significación.”

DA INTUIÇÃO À INSTITUIÇÃO: “Desde luego, la religión y los pensamientos contenidos en ella o que giran en torno a ella, principalmente, el que adopta la forma de mitología, se hallan ya por su materia—como por su forma los demás desenvolvimientos de las ciencias, sus pensamientos acerca del Estado, los deberes, las leyes, etc.—, tan cerca de la filosofía, que tal parece como si fuesen una prolongación más o menos vaga de la historia de la ciencia filosófica, como si la historia de la filosofía estuviese obligada a tomar en consideración todos estos pensamientos.”

A) CONCEPTO DE LA HISTORIA DE LA FILOSOFÍA

Y si partimos de la premisa de que la verdad es eterna, ¿cómo incluirla en la órbita de lo pasajero, cómo relatar su historia? Y, por el contrario, si tiene una historia y la historia consiste en exponer ante nosotros una serie de formas pasadas de conocimiento, ¿cómo encontrar en ella la verdad, es decir, algo que no es nunca pasado, pues no pasa?”

El cristianismo tiene una historia que se refiere a su difusión, a las vicisitudes por que pasaron sus creyentes, etc.; al convertir su existencia en una Iglesia, ésta es, a su vez, una existencia exterior del cristianismo, la cual, al verse enclavada en los más diversos contactos con el tiempo, presenta múltiples vicisitudes y tiene, esencialmente, su historia propia. Tampoco la doctrina cristiana, por sí misma, carece, naturalmente, de historia; pero ésta alcanza pronto y de un modo necesario su desarrollo y se plasma en la forma determinada que le corresponde. Y esta antigua profesión de fe ha regido en todo tiempo, y debe seguir rigiendo todavía hoy, sin cambio alguno, como la verdad, aunque su vigencia no fuese ya más que una apariencia sin sustancia y las palabras hubiesen quedado reducidas a una fórmula vacua pronunciada por nuestros labios. Ahora bien, el contenido ulterior de la historia de esta doctrina lleva consigo dos cosas: de una parte, las múltiples adiciones y aberraciones de aquella verdad fija; de otra, la lucha contra estas aberraciones y la purificación del fundamento perenne, eliminando de él las adiciones superpuestas y volviendo a su original simplicidad.

Una historia externa como la de la religión la tienen también las otras ciencias, incluyendo la filosofía.”

¿cómo explicarse que, siendo la filosofía la doctrina de la verdad absoluta, se circunscriba a un número tan reducido de individuos, a determinados pueblos, a ciertas épocas; del mismo modo que, con respecto al cristianismo—o sea, a la verdad bajo una forma mucho más general—, se ha planteado la dificultad de si no será una contradicción en sí que esta religión haya aparecido tan tarde en el tiempo y haya permanecido durante tantos siglos, y todavía permanezca en la actualidad, limitada a determinados pueblos? Pero este problema y otros por el estilo son ya demasiado especiales como para depender solamente de la contradicción general a que veníamos refiriéndonos; sólo cuando hayamos entrado más de lleno en la naturaleza peculiar del conocimiento filosófico, podremos referirnos más a fondo a los aspectos que guardan mayor relación con la existencia exterior”

En una ciencia como la matemática, la historia, por lo que al contenido se refiere, se limita, preferentemente, a la grata tarea de registrar una serie de ampliaciones; y la geometría elemental, por ejemplo, puede considerarse como una realidad ahistórica en la extensión que Euclides supo darle.”

quienes creen poder exteriorizar un juicio más a fondo, llaman a esta historia una galería de las necedades o, por lo menos, de los extravíos del hombre que se adentra en el pensamiento y en los conceptos puros. Este punto de vista no sólo lo expresan quienes confiesan su ignorancia en materia de filosofía (la confiesan, puesto que esta ignorancia no es, según la concepción corriente, obstáculo para emitir un juicio acerca de lo que es la filosofía; por el contrario, todo el mundo se cree autorizado a dar su juicio acerca del valor y la esencia de ella, sin saber absolutamente nada de lo que es), sino también algunos de los que escriben o han escrito acerca de la historia de la filosofía. Esta historia, convertida así en un relato de diversas opiniones, no pasa de ser, concebida de este modo, materia de ociosa curiosidad o, si se quiere, de erudición.” Ex: Diógenes Laércio.

¿Puede haber algo más inútil que conocer una serie de simples opiniones? Semejante conocimiento es de todo punto indiferente.”

una opinión es un pensamiento mío, no un pensamiento general, que es en y para sí.”

no existen opiniones filosóficas.”

Esta llamada razón, de una parte, combatía la fe religiosa en nombre y en virtud de la razón pensante, pero, al mismo tiempo, se volvió en contra de la razón misma y se convirtió en enemiga de la verdadera razón; afirma en contra de ésta los derechos de la intuición interior, del sentimiento, convirtiendo con ello lo subjetivo en pauta de lo válido e imponiendo, de este modo, la fuerza de la propia convicción, tal y como cada cual se la puede llegar a formar, en sí y a partir de sí, en su propia subjetividad. Pues bien, estas convicciones propias no son otra cosa que las opiniones, convertidas así en el supremo criterio del hombre.”

Es frecuente también ver que la teología se cultiva históricamente, atribuyendo a la ciencia teológica el interés de conocer las distintas opiniones, y uno de los primeros frutos de este conocimiento consiste en honrar y respetar todas las opiniones, considerándolas como algo de lo que no se tiene por qué dar cuentas a nadie, sino solamente a sí mismo.”

La antítesis entre la opinión y la verdad, que de un modo tan nítido se destaca ahora, se trasluce ya en las nociones de la época socrático-platónica, época de desintegración de la vida griega, en la antítesis platónica entre la opinión (doxa) y la ciencia (episteme). Es la misma contraposición con la que nos encontramos en el período de decadencia de la vida pública y política de Roma bajo Augusto y en los tiempos siguientes, en que hacen estragos el epicureísmo y la indiferencia ante la filosofía. Es el sentido en que Pilato replica a Cristo, cuando Éste le dice que ha venido al mundo para proclamar la verdad: ‘¿Qué es la verdad?’. Lo que vale tanto como decir: ‘Este concepto de la verdad es un concepto convencional acerca del cual estamos al cabo de la calle; hoy, sabemos ya más, sabemos que ya no hay para qué hablar de conocer la verdad; eso se ha quedado atrás.’” Bom insight.

En cuanto a la afirmación de que no es posible, conocer la verdad, nos encontraremos con ella en la historia misma de la filosofía, donde tendremos ocasión de examinarla con cierto cuidado. Aquí, sólo diremos que quienes, por ejemplo Tennemann, parten de esta premisa, harían mucho mejor, evidentemente, en no ocuparse para nada de filosofía, pues toda opinión afirma y pretende, aunque sea sin razón, poseer la verdad.”

En efecto, ante el espectáculo de tan múltiples opiniones, de tan numerosos y diversos sistemas filosóficos, se siente uno arrastrado por la confusión, sin encontrar un punto firme de apoyo para sustraerse a ella. Vemos cómo, en torno a las grandes materias por las que se ve solicitado el hombre y cuyo conocimiento trata de suministrar la filosofía, los más grandes espíritus yerran, puesto que han sido refutados o contradichos por otros. ‘¿Y si esto ocurre a tan insignes espíritus, cómo puedo, ego homuncio, tener la pretensión de decidir tales problemas?’

Esta conclusión, que se extrae de la gran diversidad de los sistemas filosóficos, es considerada como dañina, pero representa, al mismo tiempo, una ventaja subjetiva.” “…Todas aseguran que son las verdaderas, todas indican signos y criterios distintos por medio de los cuales se ha de reconocer la verdad; por eso, el pensamiento sobrio y sereno tiene que sentir, por fuerza, grandes escrúpulos antes de decidirse por una.

Éste es el interés mayor a que debe servir la historia de la filosofía.”

Uma premissa correta, porém impossível de ser praticada – sem severos danos – durante a era sistemática. Heidegger teria algo a dizer sobre isso…

Todos queriam ser Hegel.

Todos queriam estar depois de Hegel.

Não, todos queriam estar depois deste sujeito pós-hegeliano!

Eis o pau que não matará nenhuma cobra

Nem mostrará o instrumento homicida a ninguém!

Quem chegar por último…

Morre nauseado e solteiro.

Cicerón (De natura deorum, I, 8ss.) nos ofrece una historia, extraordinariamente superficial, de los pensamientos filosóficos acerca de Dios, inspirada precisamente en esa intención. Es cierto que la pone en labios de un epicúreo, pero sin que él mismo sepa decirnos nada mejor, lo que indica que las nociones expuestas por su personaje son las suyas propias.” Não diga! Logo Cícero, este EXCELSO filósofo?!

El epicúreo dice que no ha sido posible llegar a un concepto determinado. La prueba de que son vanos los esfuerzos de la filosofía se desarrolla en seguida a base de una concepción genérica superficial de la historia de la filosofía misma: el resultado de esta historia no es otro que la aparición de los más diversos y dispares pensamientos de las múltiples filosofías, contrapuestas las unas a las otras y que se contradicen y refutan entre sí.”

Según esto, la historia de la filosofía no sería otra cosa que un campo de batalla cubierto de cadáveres, un reino no ya solamente de individuos muertos, físicamente caducos, sino también de sistemas refutados, espiritualmente liquidados, cada uno de los cuales mata y entierra al que le precede.”

Por lo que se refiere a este tópico de la sobriedad del pensamiento, sabemos por la sobriedad de la experiencia diaria que, cuando estamos en ayunas, nos sentimos al mismo tiempo, o poco después, hambrientos. Sin embargo, ese pensamiento sobrio tiene el talento y la habilidad de no sentirse impulsado al hambre, a la apetencia, sino, por el contrario, saciado y satisfecho.”

Pero la vida física, como la vida del espíritu, no se da por satisfecha con la sobriedad, sino que es, esencialmente, impulso, acicate, siente hambre y sed de verdad, de conocimiento de la verdad, pugna por aplacarlas y no se da por satisfecha, por alimentada, con reflexiones del género de ésta a que nos estamos refiriendo.”

Es menester que comprendamos que esta variedad entre las muchas filosofías no sólo no perjudica a la filosofía misma—a la posibilidad de la filosofía—, sino que, por el contrario, es y ha sido siempre algo sencillamente necesario para la existencia de la propia ciencia filosófica, algo esencial a ella.”

SE NO VINHO ESTÁ A VERDADE, OFEREÇO MEIA TAÇA: “Las hazañas de que nos habla la historia de la filosofía no tienen nada de aventuras, del mismo modo que la historia universal no es algo puramente romántico.”

Dom Quixote tem uma história. Não existe um Dom Quixote que se olvide.

Filósofos não tem o direito de censurar seus amigos por esquecerem que ele existe! Esse é um problema muito pessoal

lo más esencial de todo es conocer que la verdad única no es solamente un pensamiento simple, vacuo, sino un pensamiento determinado de suyo.”

CUIDADO COM SEUS ARTIGOS DE FÉ DE ÉPOCA: “Más aún, podríamos, incluso, resumir lo que aquí interesa en el solo criterio de la evolución, pues si acertamos a ver claro en él, todo lo demás se desprenderá y deducirá por sí mismo.”

Seu erro consistiu em imaginar-se mais qualificado que Platão. Hierarquia entre IDÉIA-CONCEITO: “El producto del pensamiento es lo pensado en general; pero el pensamiento es todavía algo formal, el concepto es ya el pensamiento más determinado y la idea, finalmente, el pensamiento en su totalidad y determinado como el ser en y para sí. Por consiguiente, la idea es lo verdadero y solamente lo verdadero; la naturaleza de la idea consiste, esencialmente, en desenvolverse y en llegar a comprenderse solamente por obra de la evolución, en llegar a ser lo que es.” A IDÉIA NÃO EXISTE – ERA UMA METÁFORA. CONSELHO SÉRIO: Eis porque não se deve levar a filosofia tão a sério! O alemão: sujeito sem senso de humor. Destarte: Incompleto.

Reflexões inadvertidas devido ao Zeitgeist.

La ciencia de la lógica es la encargada de explicar ampliamente estos conceptos.” (Evolução, concreto & outros)

ponto nevrálgico do hegelianismo:

la posibilidad [o] (…) ser en sí” ESSENTIA

la realidad (entelequia) [o] ser para sí” IN CONCRETO

Cuando decimos, por ejemplo, que el hombre es un ser racional por naturaleza, la razón vive en él solamente en potencia, como una posibilidad, en embrión” “Pero, en cuanto que el niño sólo posee la capacidad o la posibilidad real de la razón, es lo mismo que si no tuviese razón alguna; ésta no existe aún en él, puesto que no puede hacer aún nada racional ni posee una conciencia racional. Sólo a partir del momento en que lo que el hombre es en sí deviene para él, en que, por tanto, la razón pasa a ser una razón para sí; sólo a partir de entonces puede decirse que el hombre cobra realidad en una dirección cualquiera, que es un ser realmente racional, que vive para la razón.”

Elucidação da frase da Fenomenologia “todo real é racional”:

Todo ser-para-si é ser-em-si, porém nem todo ser-em-si é ser-para-si. Toda aparência (ato) é essência (realização de potência). Mas a essência não está em todas as fases (faces) da aparência.

O real de Hegel não é real. A razão de Hegel é onipresente (o deus operando a máquina). Todo acontecer é deus, mas deus é algo mais que a soma dos aconteceres.

Fases de curto-circuito da verdade.

Tudo tem um propósito, o resto é garmonbozia.

O real é uma parte pequena do meu feudo. O contrato ideal.

INÍCIO DA TRADUÇÃO DE ALGUNS PARÁGRAFOS

Lo que es en sí necesariamente tiene que convertirse en objeto para el hombre, que cobrar conciencia en él; de este modo, deviene para el hombre.”

O que é possível (essencial) tem de se converter por necessidade em objeto para o homem, tem de cobrar consciência nele; dessa forma, devém (aparece) para o homem.”

Hegel é um teleólogo. O mundo se revela com uma epifania. A própria realidade (fenômeno) é epifenômeno. O mundo é mero sintoma do Espírito.

mediante la objetivación de este ser en sí, el hombre se convierte en ser para sí, se duplica, se conserva, no se convierte en otro.”

mediante a objetivação deste ser em si (o que é possível), o homem se converte em ser para si (real), se duplica, se conserva, não se converte em outro.”

Se desdobra, realiza o que é em essência, não é estranho ao homem mesmo atingindo algo de diferente ou pioneiro em sua vida: o filósofo tem de ser homem; nem todo homem é filósofo; todo filósofo nasce homem e devém filósofo eventualmente. Agora ele é filósofo e homem.

en el pensamiento sólo el pensamiento es objeto, la racionalidad produce lo racional y su objeto propio es la razón.”

no pensamento só o pensamento é objeto, a racionalidade produz o racional e seu objeto próprio é a razão.”

No pensamento, só o pensamento pode ser pensado, se pensar. Mesmidade. REAL.

A razão é o pensamento do Espírito. Ele se pensa através da racionalidade. POSSÍVEL.

Que el pensamiento puede degenerar también en lo irracional es una consecuencia ulterior, en la que no tenemos por qué entrar aquí.”

Que o pensamento também pode degenerar no irracional é uma conseqüência ulterior, na qual não temos por que entrar aqui.”

Ahora bien, si el hombre, que es en sí un ser racional, no parece poder ir más allá después de convertirse en un ser racional para sí, ya que el ser en sí sólo se ha conservado, la diferencia es, sin embargo, inmensa; no se desprende de aquí ningún contenido nuevo, pero esta forma del ser para sí implica una diferencia muy grande.”

Ora, se o homem, que é essencialmente um ser racional, não parece poder ir mais além após se converter em ser racional para si (efetivamente), já que ele não mudou de natureza (não se duplicou), conservando a essência, a diferença é, não obstante, imensa (do filósofo ao leigo); não se depreende daqui nenhum conteúdo novo, mas esta forma do ser para si (reflexivo) implica uma diferença enorme.”

Sobre esta diferencia descansa toda la que se aprecia en los desarrollos de la historia universal. Sólo así puede explicarse por qué, siendo todos los hombres racionales por naturaleza y estribando lo que hay de formal en esta racionalidad precisamente en el hecho de ser libres, ha existido en muchos pueblos, y en parte todavía sigue existiendo, la esclavitud, sin que los pueblos considerasen esto como algo intolerable.”

Sobre esta diferença descansa toda diferença que se aprecia nos desenvolvimentos da história universal. Só aí se pode explicar por quê, sendo todos os homens racionais por natureza e estribando o que há de formal nesta racionalidade precisamente no fato de serem livres, existiu em muitos povos, e em parte segue existindo, a escravidão, sem que os povos a considerassem intolerável.”

Hegel parte do princípio que o senhor, a casta que escraviza, é constituída originalmente de filósofos? Ou bem que o escravo submisso é mais como um animal?

A única diferença que se aprecia entre os povos da África e da Ásia, de uma parte, e de outra os gregos, os romanos e o mundo moderno, consiste em que estes sabem por que são livres, enquanto que aqueles o são sem saber que o são e, portanto, sem existir como povos livres. E isto representa uma mudança imensa quanto à condição. O conhecer e o aprender, a ciência e mesmo a ação não perseguem, em seu conjunto, nada senão extrair de si mesmo o que é interno ou em si (essencial), convertendo-o em algo objetivo (fenomênico).”

La razón de este brotar a la existencia es que el embrión no puede resistirse a dejar de ser un ser en sí, pues siente el impulso de desarrollarse, por ser la viviente contradicción de lo que solamente es en sí y no debe serlo. Pero este salir fuera de sí se traza una meta y la más alta culminación de ella, el final predeterminado, es el fruto; es decir, la producción de la semilla, el retorno al estado primero. El embrión sólo aspira a producirse a sí mismo, a desdoblar lo que vive en él, para luego retornar a sí mismo y a la unidad de que partió. Claro está que en las cosas de la naturaleza se da el caso de que el sujeto, por donde se comienza, y lo existente, lo que pone punto final—allí la simiente, aquí el fruto—son dos individuos distintos; la duplicación se traduce en el resultado aparente de desdoblarse en dos individuos, que son, sin embargo, en cuanto al contenido se refiere, uno y lo mismo.”

A razão deste brotar à existência é que o embrião não pode resistir a deixar de ser um ser em si, pois sente o impulso de desenvolver-se, por ser a contradição vivente do que somente é em si e não deve sê-lo. Mas este sair fora de si se traça uma meta e a mais alta culminação dela, o final predeterminado, é o fruto; isto é, a produção da semente, o retorno ao estado primeiro. O embrião só aspira a se produzir a si mesmo, a desdobrar o que vive nele, para logo retornar a si mesmo e à unidade de que partira. Claro está que nas coisas da natureza se dá o caso de que o sujeito, por onde se começa, e o existente, o que põe ponto final – ali a semente, aqui o fruto – são dois indivíduos distintos; a duplicação se traduz no resultado aparente de desdobrar-se em dois indivíduos, que são, sem embargo, quanto ao conteúdo, um e o mesmo.”

Otra cosa acontece en el mundo del espíritu. El espíritu es conciencia y, por tanto, libre de que en él coincidan el principio y el fin. Como el embrión en la naturaleza, también el espíritu, después de haberse hecho otro, retorna a su unidad; pero lo que es en sí deviene para el espíritu y deviene, por consiguiente, para sí mismo. En cambio, el fruto y la nueva simiente contenida en él, no devienen para el primer embrión, sino solamente para nosotros”

Outra coisa acontece no mundo do espírito. O espírito é consciência e, portanto, livre de que nele coincidam o princípio e o fim. Como o embrião na natureza, também o espírito, depois de ter-se feito outro, retorna a sua unidade; mas o que é em si devém para o espírito e devém, por conseguinte, para si mesmo. Já o fruto e a nova semente contida nele não devêm para o 1º embrião, mas somente para nós

Aquello para lo que lo otro es, es lo mismo que lo otro; sólo así puede ocurrir que el espíritu viva consigo mismo al vivir en el otro. La evolución del espíritu consiste, por tanto, en que, en él, el salir fuera y el desdoblarse sean, al mismo tiempo, un volver a sí.”

Aquilo para o que o outro é, é o mesmo que o outro; só assim pode ocorrer que o espírito viva consigo mesmo ao viver no outro. A evolução do espírito consiste, portanto, em que, nele, o sair e desdobrar-se sejam, ao mesmo tempo, um voltar a si.”

Todo lo que acaece en el cielo y en la tierra —lo que acaece eternamente—, la vida de Dios y todo lo que sucede en el tiempo, tiende solamente hacia un fin: que el espíritu se conozca a sí mismo, que se haga objeto para sí mismo, que se encuentre, devenga para sí mismo, que confluya consigo mismo; empieza siendo duplicación, enajenación, pero sólo para encontrarse a sí mismo, para poder retornar a sí.”

Tudo o que acontece no céu e na terra – o que acontece eternamente –, a vida de Deus e tudo o que sucede no tempo, tende somente a um fim: que o espírito se conheça a si mesmo, que se faça objeto para si mesmo, que se encontre, devenha para si mesmo, que conflua consigo mesmo; começa sendo duplicação, alienação, mas só para se encontrar a si mesmo, para poder retornar a si.”

Muito bonito, porém sem fundamento. Ou melhor dizendo, irreal.

en todo lo que no sea el pensamiento no conquista el espíritu esta libertad.”

em tudo que não seja pensamento, não conquista o espírito esta liberdade.”

cuando intuimos, cuando sentimos, estamos determinados, no somos libres; sólo lo somos cuando adquirimos la conciencia de estas sensaciones.”

quando intuímos, quando sentimos, estamos determinados, não somos livres; só o somos quando adquirimos a consciência destas sensações.”

Sólo en el plano del pensamiento desaparece, se evapora todo lo extraño, el espíritu, aquí, es absolutamente libre. Con lo cual queda proclamado, al mismo tiempo, el interés de la idea, de la filosofía.”

Só no plano do pensamento desaparece, se evapora todo o estranho, o espírito, aqui, é absolutamente livre. Com o quê fica proclamado, ao mesmo tempo, o interesse da idéia, da filosofia.”

¿qué evoluciona?, ¿qué es el contenido absoluto? Nos representamos la evolución como una actividad formal sin contenido. Pues bien, la acción no tiene otra determinación que la actividad y ésta determina ya la naturaleza general del contenido. El ser en sí y el ser para sí son los momentos de la actividad; en la acción se encierran, por consiguiente, estos dos momentos distintos. La acción es, así, una unidad esencial; y esta unidad de lo distinto es precisamente lo concreto. No sólo se concreta la acción; también lo es el ser en sí, el sujeto de la actividad de la que ésta arranca.”

o quê evolui?, qual é o conteúdo absoluto? Nos representamos a evolução como uma atividade formal sem conteúdo. Pois bem, a ação não tem outra determinação que a atividade e esta determina já a natureza geral do conteúdo. O ser em si e o ser para si são os momentos da atividade; na ação se encerram, por conseguinte, estes dois momentos distintos. A ação é, assim, uma unidade essencial; e esta unidade do distinto é precisamente o concreto. Não só se concreta a ação; também é concreto o ser em si, o sujeito da atividade de quem esta parte.”

La trayectoria de la evolución es también el contenido, la idea misma, la cual consiste precisamente en que tengamos lo mismo y lo otro y en que ambas cosas sean una sola, que es la tercera, en cuanto que lo uno es en lo otro consigo mismo y no fuera de sí.”

A trajetória da evolução é também o conteúdo, a idéia mesma, a qual consiste precisamente em que tenhamos o mesmo e o outro e em que ambas as coisas sejam uma só, que é a terceira, enquanto que o um é no outro consigo mesmo e não fora de si.”

Es un prejuicio corriente creer que la ciencia filosófica sólo maneja abstracciones, vacuas generalidades; que, por el contrario, la intuición, la conciencia empírica de nosotros mismos, el sentimiento de nosotros mismos y el sentimiento de la vida, es lo concreto de suyo, el reino determinado de suyo.”

O ÚLTIMO CONTRA-ATAQUE DO OBJETIVISMO: “É um preconceito corrente crer que a ciência filosófica só maneja abstrações, vácuas generalidades; (ou então,) pelo contrário, que a intuição, a consciência empírica de nós mesmos, o sentimento de nós mesmos e o sentimento da vida, são seu (terreno) concreto, seu reino determinado.”

Eis um exemplo da péssima escrita de Hegel. Havia a possibilidade de traduzir “concreto por si só”, “reino determinado por si só”, mas isso aumenta o nonsense do parágrafo e não é fundamental neste caso. Preferi manter a sintaxe mais óbvia ao leitor: remetendo o objeto ao sujeito inicial da frase. Se se quer que o pronome da terceira pessoa do singular “seu” se refira a algo, tem de ser, pelo contexto, a “ciência filosófica”. A segunda metade da frase, após o sinal de ponto-e-vírgula, consiste naturalmente na enumeração de elementos do método hume-kantiano (empirismo, ceticismo, criticismo subjetivistas), tudo aquilo a que Hegel faz dura oposição. O conhecimento mais elevado, para ele, só pode ser mediado pelo Espírito. Como Kant era o maior nome da filosofia na juventude de Hegel, era sobre ele que se deveria centrar o ataque. Expressões como “abstrações, vácuas generalidades” já resumem numa carapuça todo o objetivismo incompetente anterior a Hegel (e Kant). Quanto ao postulado da apercepção imediata de Kant, o “real adversário”, nas linhas seguintes Hegel proporá sua síntese, “sua versão” (antípoda) do a priori sintético daquele filósofo.

A luta transcendental e absoluta do século moderno! No corner esquerdo, pesando 70kg, o conceito é uma espécie de intuição X no corner direito, pesando 154,324 libras, a intuição é uma espécie de conceito! Valendo o cinturão do Continente (até o fim do século pelo menos…)!

Pero, de suyo, la idea es algo esencialmente concreto, puesto que es la unidad de distintas determinaciones. En esto es en lo que el conocimiento racional se distingue del conocimiento

puramente intelectivo; y la tarea del filosofar, a diferencia del entendimiento, consiste precisamente en demostrar que la verdad, la idea, no se cifra en vacuas generalidades, sino en un algo general que es, de suyo, lo particular, lo determinado. Cuando la verdad es abstracta, no es tal verdad. ”

REBOLANDO ENTRE <INDUÇÃO> E <MATERIALISMO>: “Por si só, a idéia é algo essencialmente concreto, posto que é a unidade de distintas determinações. Nisto é que o conhecimento racional se distingue do conhecimento puramente intelectivo; e a tarefa do filosofar, diferente do (mero) entendimento, consiste precisamente em demonstrar que a verdade, a idéia, não se (de)cifra via vácuas generalidades, mas via algo geral que é, de per se, o particular, o determinado. Quando a verdade é abstrata, não é tal verdade.”

sólo la reflexión del entendimiento es teoría abstracta, no verdadera, exacta solamente en la cabeza y, entre otras cosas, no práctica; la filosofía huye de lo abstracto como de su gran enemigo y nos hace retornar a lo concreto.”

sozinha, a reflexão do entendimento (?) é teoria abstrata, não-verdadeira, exata somente na cabeça, e, entre outras coisas, não-prática; a filosofia foge do abstrato como de seu grande inimigo e faz-nos retornar ao concreto.”

O que K. escreveu não é filosofia! O que eu escrevo o é!

Si combinamos el concepto de lo concreto con el de la evolución, obtenemos el movimiento de lo concreto. Como el ser en sí es ya concreto de suyo y nosotros no establecemos más que lo que ya existe en sí, resulta que sólo se añade la nueva forma de que aparezca ahora como algo distinto lo que ya antes estaba contenido en lo uno originario.”

Se combinamos o conceito do concreto com o da evolução, obtemos o movimento do concreto. (?) Como o ser em si é já concreto por si e nós não estabelecemos mais que o que já existe em si, resulta que só se acrescenta a nova forma, sob a qual aparece agora como algo distinto o que já antes estava contido no um originário.”

Si la idea fuese abstracta no sería otra cosa que la suprema Esencia, [suprema coisa-em-si] de la que ninguna otra cosa cabe decir; pero semejante Dios no es sino un producto del entendimiento del mundo moderno. La verdad es, por el contrario, movimiento, proceso y, dentro de él, quietud; la diferencia, allí donde existe, tiende siempre a desaparecer, produciendo así la unidad total y concreta.”

“‘La materia tiene que ser una de dos cosas: o un todo continuo o formada por puntos’, se dice; y, sin embargo, vemos cómo obedece a los dos criterios.” O inteligente expresso de forma que hoje nos soa burra: o ponto é uma convenção abstrata; porém se se dissera ‘a matéria enquanto onda (contínua) ou a matéria enquanto partícula (reduzida a elementos distinguíveis)’, como na Física do séc. XX, aí teria acertado em cheio. Visionário, portanto.

Aqui Hegel faz o Kantismo (quando diz “o entendimento”, inferior ao saber, ao verdadeiro pensar) consistir num jogo de eleição estereotipado entre sim/não, ‘isto ou aquilo’, generaliza a Crítica como uma mera retórica ou erudição binária, escrava do PRINCÍPIO DA NÃO-CONTRADIÇÃO, enquanto arroga ao seu sistema Espiritual a supremacia por comportar dentro de si o sim e o não em simultâneo (a síntese totalizante).

Este movimiento encierra, por ser concreto, una serie de evoluciones que debemos representarnos, no como una línea recta que se remonta hacia el infinito abstracto, sino como una circunferencia que tiende, como tal, a volver sobre sí misma y que tiene como periferia una multitud de circunferencias que forman, en conjunto, una gran sucesión de evoluciones que vuelven hacia sí mismas.”

Este movimento (evolucionário) encerra, por ser concreto, uma série de evoluções que devemos representar-nos, não como uma linha reta que remonta ao infinito abstrato, mas como uma circunferência que tende, como tal, a voltar sobre si mesma e que tem como periferia uma multitude de circunferências que formam, em conjunto, uma grande sucessão de evoluções que voltam sobre si mesmas.”

La extensión en cuanto evolución no es dispersión ni disgregación; es también cohesión, tanto más vigorosa e intensiva cuanto más rica y amplia sea la extensión de lo coherente.”

A extensão enquanto evolução não é dispersão nem desagregação; é também coesão, tanto mais vigorosa e intensiva quanto mais rica e ampla seja a extensão do coerente.”

Me pergunto de onde ele tirou essas coisas… Muito provavelmente de João (Apocalipse)!

Es cierto, sin embargo, que, en un aspecto, la sucesión histórica en el tiempo se distingue de la sucesión en la ordenación de los conceptos; pero no nos detendremos a examinar aquí, de cerca, qué aspecto es ése, pues ello nos desviaría demasiado de nuestro fin.” Gostaria de saber como raios você compararia alhos e bugalhos.

Quien estudia la historia de la física, de la matemática, etc., traba al mismo tiempo conocimiento con la física y la matemática mismas.”

Cuando digo que existo, de un modo inmediato, existo solamente como organismo vivo; en cuanto espíritu, sólo existo en la medida en que me conozco.”

Quando digo que existo, de um modo imediato, existo somente como organismo vivo; enquanto espírito, só existo na medida em que me conheço.”

Ahora bien, una de las modalidades de la exterioridad es el tiempo, forma que ha de ser explicada de cerca tanto en la filosofía de la naturaleza como en la del espíritu finito.”

Pois bem, uma das modalidades da exterioridade é o tempo, forma que será explicada de perto na filosofia da natureza como na do espírito finito.”

a filosofia pura aparece no pensamento como uma existência que progride no tempo.”

Podría decirse que la forma es indiferente y lo fundamental el contenido, la idea; y se cree hacer una concesión muy equitativa cuando se dice que las distintas filosofías contienen todas ellas la idea, aunque bajo diversas formas, dando a entender que estas formas son algo puramente fortuito. Sin embargo, tienen importancia, pues estas formas no son otra cosa que las diferencias originarias de la idea misma, que sólo en ellas es lo que es; son, pues, esenciales a ella y constituyen, en realidad, el contenido mismo de la idea, el cual, al desdoblarse, se convierte en forma.”

Poder-se-ia dizer que a forma é indiferente e o fundamental é o conteúdo, a idéia; e crê-se fazer uma concessão muito equitativa quando se diz que as distintas filosofias contêm todas elas a idéia, ainda que sob diversas formas, dando a entender que estas formas são algo puramente fortuito. Não obstante, têm importância, pois estas formas não são nada além das diferenças originárias da idéia mesma, que só nelas é o que é; são, pois, essenciais a ela e constituem, em realidade, o conteúdo mesmo da idéia, o qual, ao se desdobrar, se converte em forma.”

Necessariamente tem que se produzir o destino destas determinações, o qual consiste, precisamente, em que se enlacem e somem todas elas, descendendo assim ao nível de simples momentos. A modalidade em que cada momento se estabelecia como algo próprio e independente se vê, por sua vez, suspensa (no sentido físico e topográfico e no sentido legal do adjetivo); após a expansão vem a contração – a unidade de que todos aqueles momentos partiram. E este terceiro termo só pode ser, por sua vez, o começo de uma nova evolução. Poder-se-ia pensar que este processo se desenvolve ao infinito; mas não é assim; pois também ele tem uma meta absoluta, que mais tarde saberemos qual é; têm que se produzir, contudo, muitas viragens antes de que o espírito cobre sua liberdade, ao adquirir a consciência de si mesmo.” Mero messianismo travestido.

A grande premissa, a de que também no mundo seguiram as coisas um curso racional, o que dá verdadeiro interesse à história da filosofia, não é outra coisa senão a fé na Providência, unicamente que noutra forma.” Ao menos o reconhece (que não passa de um messias imanente).

Quem, nos acontecimentos que se produzem no campo do espírito, nas filosofias, só veja contingências, não leva a sério a fé num governo divino do universo e tudo que diga sobre isso não passará de simples palavreado.”

ESPÍRITO, O ENROLÃO: “não há dúvida de que para quem medite à primeira vista acerca do problema pode parecer surpreendente a duração do tempo, assim como a magnitude dos espaços de que nos fala a astronomia. Porém, no tocante à lentidão do Espírito do Mundo, há de se ter em conta que ele não necessita se apressar – ‘mil anos são para Ti tanto quanto um único dia’ –; tem tempo de sobra, precisamente porque vive à margem do tempo, porque é eterno. Os efêmeros seres que vivem da noite à manhã não dispõem de tempo bastante para realizar tantos de seus fins. Quem é que não morre antes de haver cumprido tudo aquilo a que se propunha? O Espírito do Mundo não só dispõe de tempo bastante: não é somente tempo o que se tem de investir na aquisição de um conceito; custa, ademais, muitas outras coisas. Tampouco lhe preocupa que tenha de empregar tantas e tantas gerações humanas até chegar a cobrar consciência de si mesmo, que tenha de percorrer um caminho extraordinariamente longo de nascimentos e mortes; é rico o bastante para se permitir essas jactâncias, promove sua obra de forma perdulária e dispõe de nações e indivíduos em abundância para utilizar em seus fins. Diz-se, se é uma informação exata, (!!) ainda que trivial, que a natureza chega a sua meta pelo caminho mais curto. Em compensação, o caminho do espírito é o caminho da mediação e do rodeio; o tempo, o esforço, a dilapidação, são critérios da vida finita que para nada nos interessam aqui. E não devemos nos sentir impacientes tampouco, ao ver que tais ou quais desígnios concretos não se realizam no instante mesmo, que tal ou qual coisa não é já realidade; na história universal os progressos se realizam lentamente.”

É tempo de um cochilo, pois.

O contingente deve ser abandonado às portas da filosofia.” “uma filosofia que não apresente uma forma absoluta, idêntica a seu conteúdo, tem necessariamente de passar, não pode permanecer, porque sua forma não é a verdadeira.” “toda filosofia foi necessária e segue sendo, portanto” “Os princípios se mantêm; a novíssima filosofia não é senão o resultado de todos os princípios precedentes; neste sentido, pode-se dizer que nenhuma filosofia foi jamais refutada. O que foi refutado não se tratava de princípio algum, tão-só a pretensão de que este princípio fosse a determinação última e absoluta.”

as determinações de Descartes são de tão gênero que bastam para explicar o mecanismo, mas nada mais; a exposição das outras concepções do universo, p.ex. as da natureza vegetal e animal, é, neste filósofo, insuficiente e, portanto, carente de interesse.”

o Timeu de Platão contém uma filosofia da natureza cujo desenvolvimento é muito pobre, inclusive empiricamente, pois seu princípio não é suficiente para levar a nada; e os insights porventura penetrantes, que não estão ausentes, não se devem exatamente ao princípio.” Análise atomizada.

Poderia pensar-se que o primeiro é o concreto, que a criança, p.ex., é mais concreta que o homem, quem imaginamos que é mais limitado, que não vive esta totalidade, senão uma vida mais abstrata.” “Devemos, pois, distinguir o natural concreto do concreto do pensamento, que, por sua vez, é pobre em sensibilidade.”

as primeiras filosofias são as mais pobres e mais abstratas de todas”

Já se perguntou, p.ex., se a filosofia de Tales de Mileto deve ser considerada, em rigor, teísmo ou ateísmo, se este filósofo da antiguidade afirmava a existência de um Deus pessoal ou simplesmente uma essência geral e impessoal.” Anacronismo, de fato.

Não se trata, como à primeira vista poder-se-ia pensar, de uma atitude de soberba da filosofia de nosso tempo” Não, que isso – imagina, meu caro, imagina!

na grande História da filosofia de Bruckner (parte I) cita-se uma série de 30, 40, até 100 filosofemas postos na boca de Tales e de outros e dos quais nem um só pensamento se encontrou historicamente nestes homens: teses, acompanhadas mesmo de citações e de raciocínios de igual cariz, entre os que em vão nos esforçaremos por descobrir qualquer índice genuíno. O procedimento seguido por Bruckner consiste em adornar qualquer filosofema de um pensador antigo de todas as conseqüências e premissas que, segundo as concepções da metafísica wolffiana, deveriam ser as premissas e conseqüências daquele filosofema, citando o que não passa de pura invenção com a mesma espontaneidade de como se tratasse de um fato histórico comprovado. Atribui-se a Tales o apotegma Ex nihilo fit nihil, sob a justificativa de que o pensador de Mileto diz que a água é eterna! Nada indica que Tales tenha dado tal salto.

Também o senhor professor Ritter, cuja História da filosofia jônica é resultado de um paciente estudo e que, em geral, procura não atribuir aos pensadores pensamentos estranhos, imputa a Tales mais do que talvez se possa imputar-lhe historicamente: ‘Daí devermos considerar, num todo, como dinâmica a concepção da natureza que encontramos em Tales. Este pensador concebia o universo ao modo de um animal vivo que o abarcava por completo e que nascera de um embrião, como todos os animais, e, como todos eles, igualmente, era parcialmente feito de água. A concepção fundamental do universo, em Tales, é portanto a de um todo vivo que se desenvolvera de um embrião e que, como os animais, sustenta-se por meio de uma alimentação adequada a sua natureza’” (!!)

Aristóteles não afiança esta citação, tampouco qualquer outro dentre os antigos.”

Como se poderia pensar que se poderia pensar exatamente o que Tales pensou?! Tendo uma auto-estima de mil Budas, talvez, ou nem assim!

Eu escrevo que Hegel escreveu que Aristóteles escreveu que Tales disse (escreveu, por suposto, mas este escrito não sobreviveu) que o princípio (não no sentido de começo mas de importância) de todas as coisas era a água. Ironicamente qualquer manuscrito único, por mais importante que fosse, não poderia dar notícias ao futuro se fosse umedecido.

Para começo de conversa parece que o primeiro a cunhar a palavra equivalente a princípio fora Anaximandro, posterior a Tales. A não ser que estejamos falando do sentido de começo no tempo deste termo. Porém, Tales jamais enuncia o conceito de causa; mal poderia, portanto, enunciar o de causa primeira.” Biblicamente e até darwinianamente falando, entretanto, Tales é irretocável!

Existem, ainda hoje, povos inteiros que não conhecem até agora esse conceito, pois para a ele chegar é necessário um grau muito alto de evolução.”

Um elo entre um nada e outro nada ainda menor.

hoje já não podem haver platônicos, aristotélicos, estóicos ou epicuristas; querer ressuscitar estas filosofias equivaleria a fazer regredir a uma etapa anterior ao espírito mais desenvolvido, mais imerso em si.” Não deviam. Mas não poder é um pouco de autoritarismo, você não acha?!

Deve ser quase impossível conceber a tormenta mental que explicar o período medieval devia provocar nos evolucionistas!

Marsilio Ficino era platônico; Cosme de Médicis chegou inclusive a fundar uma Academia de filosofia platônica, dotada de professores, à cabeça dos quais estava Ficino. Haviam também aristotélicos puros, como Pomponazzi; Gassendi reviveu mais tarde a filosofia epicuréia, ao filosofar como um epicurista em torno dos problemas da física; Lipsius tratava de ser um estóico, e assim por diante.”

pensava-se que era impossível que o cristianismo chegasse a desenvolver uma filosofia própria” (!!!) O mais cretino é imaginar que pudesse.

Analogamente, pessoas cultas de nossa sociedade aconselham-nos a voltar aos costumes e ao modo de pensar dos selvagens dos bosques da América do Norte; e Fichte (Las características de la edad contemporánea) recomenda a religião de Melquisedeque como a mais pura e mais simples de todas, à qual seria o ideal voltarmo-nos hoje.”

Em Platão não se encontra uma solução filosófica definitiva para os problemas referentes à natureza da liberdade, à origem do bem e do mal, à Providência.” Quem está sendo anacrônico agora?

B) RELACIÓN ENTRE LA FILOSOFÍA Y LOS DEMÁS CAMPOS

esta exposición debe eliminar de su seno todo lo que sea historia externa de la época, para recordar solamente el carácter general del pueblo y del tiempo y el estado general de cosas. En realidad, la historia de la filosofía revela ya, de suyo, este carácter y, además, en su grado supremo; guarda la más íntima relación con él, y la forma determinada de la filosofía correspondiente a una época no es más que un lado, un momento de él.”

Esta conexión, [filosofia e história] esencial, presenta 2 lados. El 1º es el propiamente histórico; el 2º, el que se refiere (…) a las relaciones entre la filosofía y la religión, etc.; [improcedente: num estudo de história da filosofia, investigar relações da filosofia com a religião do seu tempo não tem primazia, e estas relações poderiam ser apuradas residualmente no 1º lado, o puramente histórico] lo que nos ayudará, al mismo tiempo, a determinar con mayor precisión lo que la filosofía es.”

A velha teoria civilização-cultura: sempre que a primeira se funda a segunda ainda mal começou a se consolidar. Quando a última está em seu auge, a civilização já está em decadência. E é só em períodos de efervescência cultural e, portanto, ruína civilizacional, que um povo filosofa. Sócrates-Platão-Aristóteles e o mundo heleno em desagregação; São Tomás e o mundo pós-Império Romano do Ocidente sem esteio, ao mesmo tempo em que o Estado-moderno está na pré-História; Schopenhauer, Nietzsche e a desagregação da civilização ocidental, ou pelo menos da Europa como protagonista; a Escola Crítica e a falência do Socialismo Real; os franceses loucos anos 60 e avante em plena inércia pós-modernista… Curiosamente, Hegel não parece participar de um desses momentos, mas está integrado na Prússia fortalecendo-se nacionalmente. Não há cultura, há apenas filisteus (Hegel admite-o). Sempre que é necessário, nessa época, citar a cosmovisão de um grande homem, recorrem a Goethe, que foi da geração anterior.

A avant-garde do Nada. A retaguarda do império.

Los filósofos griegos manteníanse al margen de los negocios del estado y el pueblo los tildaba de ociosos, por haberse retirado de la realidad al mundo del pensamiento.” “La filosofía jonia surge al sobrevenir la decadencia de los estados jónicos en el Asia Menor.” “En Roma, la filosofía no empieza a difundirse hasta que no se hunde la auténtica vida romana, la de la República, bajo el despotismo de los emperadores”

Las ciencias naturales reciben en Inglaterra el nombre de filosofía. Y hay una Revista filosófica inglesa, dirigida por Thomson, en que se publican estudios sobre química, agricultura, abonos, economía e industria” “Los ingleses dan el nombre de ‘instrumentos filosóficos’ a los que son, en realidad, instrumentos puramente físicos, como el barómetro y el termómetro. Y llaman, asimismo, filosofía a teorías como, principalmente, la moral y las ciencias morales, derivadas de los sentimientos del corazón humano o de la experiencia; y también, finalmente, a las teorías y los principios relacionados con la economía política.” Um erro fatal que seria sentido em todo o mundo!

Esta mescolanza de filosofía y cultura general se presenta con cierta frecuencia en el período inicial de la cultura.”

Así, ya en los comienzos mismos de la filosofía griega aparecen los Siete Sabios y los filósofos jonios.”

Los monarcas, considerados como los ungidos del Señor, en el sentido de los reyes de Judea, recibían su poder de Dios y, como la autoridad emanaba de lo alto, sólo a Dios tenían que dar cuenta de sus actos.”

Federico Schlegel dio nueva vida a este apodo de la filosofía, queriendo significar con ello que su misión no consistía en tratar de problemas superiores a los del mundo, por ejemplo los de la religión; y encontró muchos que lo siguieran por este camino.”

Lo que la filosofía tiene de común con el arte y, principalmente, con la religión son los problemas absolutamente generales que constituyen su contenido”

De aquí que debamos, por encima de todo, enfocar la religión lo mismo que enfocamos la filosofía, es decir, conocerla y reconocerla como racional, puesto que es obra de la razón que se revela, su producto más alto y más conforme a razón. Son, por tanto, nociones absurdas las de quienes creen que los sacerdotes inventan las religiones para defraudar al pueblo y en provecho propio, etc.; es algo tan superficial como equivocado ver en la religión el producto de la arbitrariedad o del engaño.”

Y es también una leyenda propagada por doquier la de que Pitágoras, por ejemplo, sacó su filosofía de la India y el Egipto: es muy antigua la fama de la sabiduría de estos pueblos, en la que se considera también implícita la filosofía.”

¿cómo se distingue la filosofía de la teología, el saber de la religión, o más concretamente, de la religión en cuanto conciencia?”

la pobreza mental de los indios antiguos y modernos, que siguen adorando como seres divinos a las vacas y a los monos”

el arte se convierte en el maestro de los pueblos, como en Homero y Hesíodo, quienes, según Herodoto (II, 53), ‘crearon la teogonía de los griegos’, al convertir en imágenes y representaciones claras y firmes toda una serie de nociones y tradiciones confusas, conservadas y reunidas como fuese, en consonancia con el espíritu de su pueblo.”

Curiosamente já antecipa a principal crítica anti-hegeliana de Feuerbach: “Ahora bien, aunque en la verdadera religión se haya revelado y se revele el pensamiento infinito, el espíritu absoluto, el vaso en que se vierte es el corazón, la conciencia representativa y la inteligencia de lo finito. La religión no sólo se dirige a toda modalidad de cultura—‘el Evangelio se predica a los pobres’—, sino que, como religión, debe ir dirigida expresamente al corazón y al ánimo, penetrar en la esfera de la subjetividad y, con ello, en el campo de las representaciones finitas.”

Dá sempre a impressão, lendo Hegel falar do “entendimento” e da religião, que para ele Kant não passava de um Padre…

El carácter de la religión positiva se cifra en que sus verdades existen, sin que se sepa de dónde provienen; por lo cual su contenido es un algo dado superior a la razón y situado más allá de ella.”

lo mismo que los griegos veneraban a Ceres y a Triptolemo por haber traído a los hombres la agricultura y el matrimonio, los pueblos guardan gratitud a Moisés y Mahoma.”

Si Cristo sólo fuese, para los cristianos, un maestro al modo de Pitágoras, de Sócrates o de Cristóbal Colón, no tendríamos ante nosotros un contenido divino general, una revelación o una doctrina acerca de la naturaleza de Dios, que es, cabalmente, lo que nos interesa aquí.”

El hombre tiene que abrazar una religión; cabe, pues, preguntarse: ¿cuál es el fundamento de su fe? La religión cristiana contesta: el testimonio del espíritu acerca de este contenido. Cristo les echa en cara a los fariseos el que pidan milagros”

Esta presencia del espíritu percibido es lo que se llama fe, pero no es una fe histórica; nosotros, los luteranos—pues yo lo soy y quiero seguirlo siendo—poseemos solamente aquella fe originaria. Esta unidad no es la sustancia al modo de Spinoza, sino la sustancia cognoscente de la conciencia de sí, en su actitud finita ante lo general. Todo lo que se dice acerca de los límites del pensamiento humano es algo puramente superficial; conocer a Dios: tal es la finalidad única de la religión.”

AUTOGÊNESE DA BÍBLIA: “El espíritu se engendra a sí mismo, al atestiguarse; sólo existe en cuanto que se engendra, se atestigua y se revela o manifiesta.”

La esencia es, de suyo, un contenido esencial, no lo carente de contenido, lo indeterminado”

A essência é um conteúdo essencial, não o carente de conteúdo, o indeterminado”

Não só mataram Deus como transaram com seu cadáver.

la filosofía es justificada por la devoción y por el culto y se limita a hacer lo mismo que éstos hacen.”

La filosofía, al pensar su objeto, tiene la ventaja de que las dos fases de la conciencia religiosa, que en la religión representan momentos distintos, forman en el pensamiento filosófico una unidad.”

Por eso la filosofía empieza presentándose a nosotros vinculada y prisionera dentro del círculo del paganismo griego; más tarde, apoyándose en sí misma, se enfrenta a la religión popular y asume una actitud hostil, hasta que logra comprender su contenido y reconocerse en él.”

FILOPÊNDULO: Na época de Hegel o ateísmo estava “datado”. Dataria de novo logo depois o teísmo.

sabemos que las últimas palabras de Sócrates fueron para suplicar a sus amigos que sacrificasen un gallo a Esculapio, deseo que se avenía muy mal, por cierto, con los pensamientos sostenidos por Sócrates acerca de la esencia de Dios y, principalmente, acerca de la ética. Platón predica apasionadamente contra los poetas y sus dioses.” O Sócrates “do galo” é Platão.

Por misterios se entiende, en una interpretación superficial, lo misterioso, lo que, como tal, no puede llegar a ser conocido. Sin embargo, en los misterios eleusinos no había nada desconocido; todos los atenienses estaban iniciados en ellos; el único que no quiso estarlo fue Sócrates. Sólo se prohibía darlos a conocer a los no atenienses, y algunos de sus fieles fueron acusados de este delito. No debía hablarse de ellos, por tratarse de algo sagrado.” “En la religión cristiana se da el nombre de misterios a los dogmas, es decir, a lo que se sabe acerca de la naturaleza de Dios. No se trata tampoco de nada misterioso, todos los fieles de esta religión lo conocen, y es precisamente ello lo que los distingue de los de otras religiones; por tanto, tampoco aquí significa el misterio algo desconocido, pues todos los cristianos se hallan iniciados en él.” Misterioso é macumbeiro!

El entendimiento no capta lo especulativo, que es precisamente lo concreto”

La filosofía es opuesta, en cambio, al llamado racionalismo de la moderna teología, el cual no se quita de los labios la razón, a pesar de lo cual no es más que seco entendimiento; lo único que en él se descubre de razón es el momento del pensar por sí mismo, pero sin que esto pase de ser un pensamiento puramente abstracto. Cuando el entendimiento que no llega a captar las verdades de la religión se llama, como en el Siglo de las Luces, razón y se quiere hacer pasar por señor y dueño, se equivoca. El racionalismo es lo opuesto a la filosofía, por el contenido y por la forma, pues vacía el contenido, despuebla el cielo y lo degrada todo a relaciones finitas; y su forma es un razonar no libre, no un comprender.” Até a luz enjoa, não é, obscuro e tétrico Hegel?

las puertas de la razón son más fuertes que las puertas del infierno, no para prevalecer contra la Iglesia, sino para conciliarse con ella. La filosofía, en cuanto pensamiento comprensivo de este contenido, tiene, en lo tocante a las creencias de la religión, la ventaja de que comprende ambas cosas: está en condiciones de comprender a la religión, del mismo modo que comprende al racionalismo y al supranaturalismo, y se comprende también a sí misma.”

La mitología puede ser estudiada desde el punto de vista del arte, etc.; pero el espíritu pensante debe esforzarse en descubrir el contenido sustancial, el pensamiento, el filosofema implícitamente contenido en ella; del mismo modo que descubre la razón en el seno de la naturaleza.”

Este modo de tratar la mitología es combatido y condenado por otros, quienes sostienen que se la debe abordar solamente de un modo histórico y que es contrario al criterio histórico tratar de deslizar dentro de un mito un filosofema que los antiguos no pusieron en él, o derivarlo a la fuerza de tal mito. Y no cabe duda de que esto es, por una parte, absolutamente verdadero, y no es otro, por cierto, el punto de vista en que se sitúa Creuzer(*) y en que se situaban los alejandrinos que se ocupaban de estas cosas.

(*) [Michelet] Georg Friedrich Creuzer (1771-1858), filólogo y arqueólogo. Es conocido, principalmente, por su obra Symbolik und Mythologie der alten Völker, besonders der Griechen, en la que sostiene que la mitología de Homero y Hesíodo proviene, a través de los pelasgos, de una fuente oriental y es el resto conocido de una antigua revelación.”

Sin embargo, lo mitológico debe quedar excluido de nuestra historia de la filosofía. La razón de ello está en que la filosofía, tal como nosotros la concebimos, no versa precisamente sobre los filosofemas, es decir, sobre pensamientos que sólo de un modo implícito se contienen en una exposición, sino sobre pensamientos explícitos, expresados, y solamente en la medida en que lo son; es decir, solamente en la medida en que el contenido de la religión se revela a la conciencia bajo la forma del pensamiento”

Zoroastro presenta esto de un modo excelente: uno de los principios (Ormuz) es el de la luz, el otro (Ahrimán) el de las tinieblas, y el centro entre ambos lo ocupa Mitra, al que por ello dan los persas el nombre de mediador.” Plutarco

No actúa de mediador entre Ormuz y Ahrimán a la manera de un pacificador, dejando subsistentes ambas fuerzas; no participa del bien y del mal, como un lamentable ser híbrido, sino que se coloca resueltamente del lado de Ormuz y pelea con él contra el mal. Ahrimán es llamado, a veces, el hijo primogénito de la luz, pero sólo Ormuz permaneció en ella. Al ser creado el mundo visible, Ormuz se encargó de tender sobre la tierra, en su incomprensible reino luminoso, la firme bóveda del cielo, circundada todavía, por la parte de arriba, por la primera luz primigenia. En el centro de la tierra está la montaña Albordi, tan alta, que alcanza la luz primigenia. El reino luminoso de Ormuz campea sin que nada lo empañe sobre la firme bóveda celeste y en lo alto de la montaña Albordi; campeó también sobre la tierra hasta llegar a la tercera época de ella. Dentro de ella, Ahrimán, cuyo reino de la noche se hallaba hasta ahora escondido debajo de la tierra, extiende sus dominios al mundo de Ormuz y reina conjuntamente con él. El espacio que separa al cielo de la tierra se divide por mitades entre la luz y la noche. Como Ormuz, hasta ahora, sólo gobernaba sobre un reino de espíritus de la luz, Ahrimán gobernaba solamente sobre un reino de espíritus tenebrosos; pero ahora, al extender su reino, Ahrimán opone a la creación luminosa de la tierra una creación de la tierra tenebrosa. Se contraponen, así, desde este momento, dos mundos, un mundo puro y bueno y otro impuro y malo, y esta contraposición se extiende a través de toda la naturaleza.

En lo alto del Albordi, Ormuz crea a Mitra como mediador para la tierra; el fin de la creación del mundo físico no es otro que el de volver a su punto de partida, a la esencia, desviada de su creador, hacerla de nuevo buena y desterrar así, para siempre, el mal.” Toda a sua filosofia jaz no Zend-Avesta, ó Hegel!

lo único que, desde este punto de vista, puede interesarnos y parecernos digno de ser tenido en cuenta es el carácter general de este dualismo que lleva consigo, necesariamente, el concepto, pues éste es, justo en sí, directamente lo contrario de sí mismo, y en el otro la unidad de éste consigo mismo” “Como de los dos principios solamente el principio de la luz es, en rigor, la esencia y el principio de las tinieblas la nada, tenemos que el principio de la luz coincide, a su vez, con Mitra, llamado anteriormente el Ser Supremo.” “Estos criterios se hallan mucho más cerca del pensamiento, no son simples imágenes; sin embargo, tampoco estos mitos tienen nada que ver con la filosofía.”

Y lo mismo ocurre, sobre poco más o menos, entre los fenicios, con la cosmogonía de Sancuniaton. Estos fragmentos, con que nos encontramos en Eusebio (Praepar. Evang., I, 10), están tomados de una traducción de Sancuniaton hecha del fenicio al griego por el gramático Filón de Biblos; este Filón, que vivió en tiempo de Vespasiano, atribuye a Sancuniaton una extrema ancianidad.”

O ar engravidou o caos e engendrou uma matéria viscosa, que levava em si o germe da vida, forças naturais e as sementes dos animais. A mistura da matéria viscosa e do caos fez com que se separassem todos os elementos. As partes de fogo se elevaram e se tornaram as estrelas (o que é muito mais sábio que nossa visão até Ptolomeu de que as estrelas são pontos frios de luz). As estrelas em interação com o ar produziram as nuvens. A terra foi fecundada. Da terra e da água, formando matéria putrefata, a substância viscosa fez nascerem os animais, ainda imperfeitos e sem sentidos. Mas estes deram a luz a descendentes mais perfeitos que eles mesmos, dotados de sentidos. Foi a explosão do trovão na tormenta que deu vida aos primeiros animais, que estavam dormentes, envolvidos em suas cascas ou sementes. Para mais sobre a mitologia fenícia, cf. Sanchuniathonis Fragmenta ed. Rich. Cumberland, Londres, 1720.

Los fragmentos de Beroso, referentes a los caldeos, fueron reunidos, a base de las obras de Josefo, Sincelo y Eusebio, por Escalígero, bajo el título de Beroisi Chaldaica, como apéndice a su obra De emendatione temporum, y figuran íntegros en la ‘Biblioteca Griega’ de Fabricio (t. XIV, pp. 175-211). Beroso vivió en tiempo de Alejandro, fue, al parecer, sacerdote de Bel [Baal; Belus em latim; originalmente significava Senhor em acádio] y debió de sacar sus datos de los archivos del templo de Babilonia.”

El dios originario era Bel, la diosa Omoroca [el mar]; pero había además otros dioses. Bel cortó por el medio a Omoroca para formar con sus partes el cielo y la tierra. Después de ello, se cortó a sí mismo la cabeza, y de las gotas de su divina sangre nació el género humano. Después de crear al hombre, Bel ahuyentó a las tinieblas, separó el cielo de la tierra y dio al mundo su forma natural. Pareciéndole que ciertas regiones de la tierra no se hallaban bastante pobladas, obligó a otro dios a hacer lo mismo que él, y de la sangre de este otro dios nacieron nuevos hombres y otras especies animales. Los hombres, al principio, vivían como salvajes, sin la menor cultura, hasta que vino un monstruo [al que Beroso llama Oannes], que los enseñó y los educó en la humanidad. Este monstruo salió, para ello, del mar, con la aurora, y al ponerse el sol volvió a perderse entre las olas.” Beroso

Es cierto que a Platón se le ensalza no pocas veces por razón de sus mitos, y se dice que da pruebas, con ello, de un genio superior al de la generalidad de los filósofos. Se entiende, al decir eso, que los mitos de Platón están por encima de la manera abstracta de expresarse; y no cabe duda de que este pensador se expresa con gran belleza.” No geral, entretanto, Hegel não compreende bem Platão.

Así, por ejemplo, puede decirse que la eternidad es un círculo, una serpiente que se muerde la cola; esto no pasa de ser una imagen, y el espíritu no necesita valerse de semejantes símbolos.” Pelo contrário, idiota: é muito diferente afirmar que o universo é infinito e eterno simplesmente ou compará-lo à cobra que se digere a si mesma, a Ouroboros: significa que há um fim e uma genealogia determinados, que podem, no entanto, ser qualquer ponto do círculo, e que o caminho do círculo não deixa por isso de ser infinito. Isso traz conseqüências extremamente importantes para a consideração do conceito de causa e efeito na filosofia. Atende ao requisito fundamental de todo filosofar numa só imagem, também: o Um no múltiplo e o múltiplo no Um. Ao contrário do Espírito, a Vontade se alimenta de si mesma, ferindo-se mortalmente, condição sine qua non de sua própria perpetuidade canibal. O Espírito não tem carne, nada sofre ao se desenrolar, entrar em sínteses e voltar a si mesmo; é morto, não é a ‘vida viva’ (Hegel) – ao contrário de Ouroboros, que sente cada etapa da eterna criação/destruição na carne. Quem mata, morre, quem morre mata e participam ambos da dança e do jogo inelutável. Todo lixo é luxo e todo luxo é lixo a seu tempo.

Del mismo modo que los francmasones manejan símbolos considerados como una profunda sabiduría —profunda al modo de un pozo al que no se le ve el fondo—, el hombre se inclina fácilmente a considerar profundo lo oculto, como si por debajo de ello hubiese algo verdaderamente profundo.” Ao chato, o abismo não parece profundo.

Se habla también de la filosofía de los chinos, del foï, que consiste en expresar los pensamientos por medio de números. Sin embargo, también ellos explican sus símbolos, con lo cual ponen de manifiesto la determinación.”

en la religión india, sobre todo, estos pensamientos aparecen clara y manifiestamente expresados, pero entre los indios todo se presenta mezclado y revuelto.”

Es bien conocida la imagen del fénix, que ha llegado a nosotros desde el Oriente.”

En la religión griega, nos encontramos con la determinación conceptual de la ‘eterna necesidad’; es ésta una relación absoluta, sencillamente general.”

También en los Padres de la Iglesia y los escolásticos, y no sólo en la religión india, encontramos profundos pensamientos especulativos acerca de la naturaleza de Dios mismo. En la historia de la dogmática es de esencial interés conocer esta clase de pensamientos, pero en la historia de la filosofía no tienen cabida. Sin embargo, los escolásticos deberán ser tenidos más en cuenta que la patrística.” [¿?] “estos pensamientos [dos Padres da igreja, i.e., do Novo Testamento até antes de Agostinho] descansan sobre una premisa y no sobre el pensamiento mismo; no son, en consecuencia, verdadera filosofía, es decir, el pensamiento en sí mismo, sino que sirven a una representación de la que se parte como de algo establecido, ya sea para refutar a otras representaciones y otros filosofemas, ya sea para defender filosóficamente, en contra de ellos, la propia doctrina religiosa, de tal modo que el pensamiento no se reconoce y expresa como lo último, como la culminación absoluta del contenido, como el pensamiento que interiormente se determina a sí mismo.” “Y lo mismo ocurre con los escolásticos: tampoco en ellos se construye el pensamiento a base del pensamiento mismo, sino con vistas a las premisas de que parte, aunque aquí tenga ya más base propia que en los Padres de la Iglesia; pero sin llegar a enfrentarse nunca con la doctrina de ésta”

Sobre a FILOSOFIA POPULAR. Eu consideraria, a priori, 3 grandes figuras deste fenômeno: Diógenes Laércio (conforme mais acima), Cícero e Montaigne. Aristóteles está meio enquadrado aqui.

En las obras de un Pascal, principalmente en sus Pensées, descubrimos los más profundos atisbos. § Pero esta filosofía lleva adherido aún el defecto de que lo último a que apela (como vemos también en estos últimos tiempos) es que estos pensamientos han sido inculcados en el hombre por la naturaleza; en Cicerón abunda esto.” “Cicerón habla frecuentemente del consensus gentium; el modo moderno prescinde más o menos de esta invocación, ya que se trata de que el sujeto descanse sobre sí mismo.” “En la filosofía popular, la fuente es el corazón, son los impulsos, las dotes, es nuestro ser natural, mi sentimiento del derecho, de Dios; el contenido se presenta aquí bajo una forma que es simplemente natural.” Temos aí, pois, Feuerbach!

El verdadero punto de arranque de la filosofía debe buscarse allí donde lo absoluto no existe ya como representación y donde el pensamiento libre no piensa simplemente lo absoluto, sino que capta la idea de ello; es decir, allí donde el pensamiento capta como pensamiento el ser (que puede ser también el pensamiento mismo), conocido por él como la esencia de las cosas, como la totalidad absoluta y la esencia inmanente de todo, aunque no sea, por lo demás, más que un ser exterior.” “Este criterio general, el del pensamiento que se piensa a sí mismo, es una determinabilidad abstracta; es el comienzo de la filosofía, el cual es, a su vez, un algo histórico, la forma concreta de un pueblo, cuyo principio se cifra en lo que acabamos de decir.”

Se não fôramos capazes de dizer por nós próprios que só os gregos foram filósofos, esta afirmação seria verdadeira. Como podemos enunciá-lo, deve ser possível a nós o filosofar.

Nem todo humanismo é uma filosofia, mas toda filosofia é um humanismo.

A PEDRA CHINESA: “Por razón de esta conexión general de la libertad política con la libertad de pensamiento, la filosofía sólo aparece en la historia allí donde y en la medida en que se crean constituciones libres. Como el espíritu sólo necesita separarse de su voluntad natural y de su hundirse natural en la materia cuando pretende filosofar, no puede hacerlo todavía bajo la forma con que comienza el Espíritu del Mundo y que precede a la fase de aquella separación. Esta fase de la unidad del espíritu con la naturaleza, fase que, como inmediata que es, no es el estado verdadero y perfecto, es la esencia oriental en general; por eso la filosofía no comienza hasta llegar al mundo griego.”

en cambio, cuando un pueblo quiere lo moral, cuando se rige por leyes de derecho, su voluntad descansa ya sobre el carácter de lo general.”

Por eso sólo existe, en esos pueblos, el estado del señor y el del siervo, y dentro de esta órbita del despotismo, es el miedo la categoría gobernante en general.”

El hombre que vive bajo el miedo y el que domina por el miedo a otros hombres ocupan, ambos, la misma fase; la diferencia no es otra que la mayor energía de la voluntad, la cual puede tender a sacrificar todo lo finito a un fin especial.” “de la pasividad de la voluntad, como esclavitud, se pasa en la práctica a la energía de la voluntad, pero sin que tampoco ésta sea otra cosa que arbitrariedad. También en la religión nos encontramos con el imperio absoluto de los sentidos en forma de culto religioso y, como reacción contra esto, se da asimismo, entre los orientales, la evasión a la más vacua de las abstracciones como infinito, la sublimidad de la renuncia a todo, principalmente entre los indios, quienes por medio del tormento se remontan a la abstracción más íntima; hay hindúes que se pasan 10 años seguidos mirándose fijamente a la punta de la nariz, alimentados por los circunstantes, sin ningún otro contenido espiritual que el de la abstracción consciente, cuyo contenido es, por tanto, totalmente finito. No es éste, por tanto, el terreno en que puede brotar la libertad.” Curioso como o abaixo-de-zero de Hegel é o fim-final para Schopenhauer, a liberdade fenomênica perante uma agora-tida-como-tirânica Vontade!

Es cierto que el espíritu nace en el Oriente, pero de tal modo que el sujeto, aquí, no existe todavía como persona, sino en lo sustancial objetivo, que en parte se representa de un modo suprasensible y en parte también de un modo más bien material, como algo negativo y que tiende a desaparecer.” Porém, se o Espírito deverá retornar a si mesmo…

El sujeto oriental tiene, de este modo, la ventaja de la independencia, ya que nada hay fijo; la vaguedad que caracteriza la sustancia de los orientales hace que su carácter pueda ser igualmente indeterminado, libre e independiente. Lo que es para nosotros el derecho y la moralidad lo es también allí, en el Estado, pero de un modo sustancial, natural, patriarcal, no en forma de libertad subjetiva.” R.I.P. Filosofia alemã 1932

Antes, se exageraba la importancia de la sabiduría india, aunque sin saber qué había detrás de eso; ahora sí lo sabemos, y tenemos razones para afirmar que no es, si nos atenemos al carácter general, una sabiduría filosófica.” A força do pêndulo não perdoa ninguém: como moda, o hinduísmo vai e volta na Europa…

Dormir, vivir, ser funcionarios: no consiste en esto nuestro ser esencial, pero sí consiste en no ser esclavos; esto ha cobrado la significación de un ser natural.”

En Grecia vemos florecer la libertad real, aunque prisionera todavía, al mismo tiempo, de una determinada forma y con una clara limitación, puesto que en Grecia existían aún esclavos y los estados griegos se hallaban condicionados por la institución de la esclavitud.” No superexigente molde hegeliano, a dialética do senhor-escravo nunca tem fim.

INGENUIDADE ILIMITADA: “en el Oriente sólo es libre un individuo, el déspota; en Grecia, son libres algunos individuos; en el mundo germánico, rige la norma de que todos sean libres, es decir, de que el hombre sea libre como tal.”

En Grecia, donde rige una norma particular, son libres los atenienses y los espartanos, pero no lo son, en cambio, los mesenios ni los ilotas. Hay que ver dónde reside el fundamento de este ‘algunos’; en él se encierran ciertas modificaciones particulares de la concepción griega que debemos examinar con vistas a la historia de la filosofía.” A Europa espoliou para sempre a possibilidade das Américas, da África e da Oceania filosofarem.

C) DIVISIÓN, FUENTES Y MÉTODO DE LA HISTORIA DE LA FILOSOFÍA

En general, sólo cabe distinguir, en rigor, 2 épocas de la historia de la filosofía: la filosofía griega y la filosofía germánica, división equivalente a la que se establece entre el arte antiguo y el arte moderno. La filosofía germánica es la filosofía dentro del cristianismo, en la medida en que éste pertenece a las naciones germánicas, es decir, a los pueblos cristianos de Europa pertenecientes al mundo de la ciencia y que forman, en su conjunto, la cultura germánica, pues Italia, España, Francia, Inglaterra, etc., han recibido a través de las naciones germánicas una nueva fisonomía. El helenismo penetra también en el mundo romano, y así debe enfocarse la filosofía dentro del marco de este mundo. Los romanos no produjeron una verdadera filosofía, del mismo modo que no tuvieron nunca verdaderos poetas. No hicieron otra cosa que recibir e imitar, aunque, con frecuencia, muy ingeniosamente; su misma religión procede de la griega y lo que en ella hay de propio y peculiar no la acerca a la filosofía y al arte, sino que es, por el contrario, antifilosófico y antiartístico.”

El mundo griego desarrolló el pensamiento hasta llegar a la idea; el mundo cristiano-germánico, por el contrario, concibe el pensamiento como espíritu; idea y espíritu son, por tanto, los criterios diferenciales. Más precisamente, esta trayectoria estriba en lo siguiente. En tanto que lo general todavía indeterminado e inmediato, Dios, el ser, el pensamiento objetivo que, celosamente, no deja que nada coexista con él, es la base sustancial de toda filosofía, base que no cambia, sino que se adentra más y más profundamente en sí misma y se manifiesta y cobra conciencia a través de este desarrollo de las determinaciones, podemos señalar el carácter especial del desarrollo en el primer período de la filosofía diciendo que este desarrollo es una libre manifestación de las determinaciones, las figuraciones y las cualidades abstractas, por la sencilla razón de que, en sí, lo contiene ya todo.

La segunda fase sobre este fundamento general es la síntesis de estas determinaciones que así se desprenden en una unidad ideal, concreta, al modo de la subjetividad.” “con el nous de Anaxágoras y, más aún, con Sócrates comienza, de este modo, una totalidad subjetiva en que el pensamiento se capta a sí mismo y la actividad pensante es el fundamento.”

La tercera fase consiste en que esta totalidad primeramente abstracta, al ser realizada mediante el pensamiento activo, determinante, diferencial, se establezca a sí misma en sus criterios diferenciados, que forman parte de ella en cuanto determinaciones ideales.”

Las formas completamente generales de la contraposición son lo general y lo particular; o, en otra forma, el pensamiento como tal y la realidad exterior, la sensación, la percepción. El concepto es la identidad de lo general y lo particular” “La unidad se establece, por tanto, en ambas formas, y los momentos abstractos sólo pueden cumplirse por medio de esta unidad misma; nos encontramos, pues, con que aquí las mismas diferencias se ven elevadas a un sistema de totalidad y se enfrentan como la filosofía estoica y la epicúrea.”

Lo general absolutamente concreto es, ahora, el espíritu; lo particular absolutamente concreto, la naturaleza: en el estoicismo se desarrolla el pensamiento puro hasta llegar a la totalidad; cuando el otro aspecto se convierte en espíritu y el ser natural, la sensación, en totalidad, tenemos el epicureísmo. Toda determinación se desarrolla hasta la totalidad del pensamiento; y, según el modo de espontaneidad de estas esferas, estos principios aparecen como 2 sistemas de filosofía independientes por sí mismos que pugnan y chocan el uno con el otro.”

Lo superior es la unión de estas diferencias. Puede ocurrir esto bajo la forma de la destrucción, como en el escepticismo; pero lo superior es lo afirmativo, la idea puesta en relación con el concepto. Así, pues, si el concepto es lo general, que además se determina a sí mismo, pero sin perder su unidad en la idealidad y la transparencia de sus determinaciones que no cobran sustantividad, y lo ulterior es, por el contrario, la realidad del concepto, en el que las mismas diferencias se elevan al plano de totalidades, la cuarta fase consiste en la unificación de la idea, en la que todas estas diferencias, en cuanto totalidades, se esfuman, al mismo tiempo, en la unidad concreta del concepto.”

El mundo griego progresó hasta llegar a esta idea, desarrollando para ello un mundo intelectual ideal; fue esto lo que hizo la filosofía alejandrina, con la que la filosofía griega llega a término y realiza su destino.”

PÉSSIMA METÁFORA: “La fase ulterior consiste en que, mientras dejamos que se convierta de nuevo en superficie cada una de las líneas que cierran el triángulo, cada una de ellas se desarrolle para formar la totalidad del triángulo, la figura total de que forma parte; tal es la realización del todo en los lados, como se nos revela en el escepticismo o en el estoicismo.” “la determinación espacial perfecta, que representa una duplicación del triángulo; pero este ejemplo ya no sirve, desde el momento en que el triángulo que tomamos como base queda fuera de la pirámide.”

El remate de la filosofía griega en el neoplatonismo es el reino perfecto del pensamiento, de la bienaventuranza, un mundo de los ideales con existencia propia, pero irreal, ya que el todo sólo se halla, en absoluto, en el elemento de la generalidad.”

Es decir, los dos triángulos que se hallan en la parte de arriba y en la parte de abajo del prisma no deben ser dos como duplicados, sino que deben formar una unidad entrelazada; o, dicho de otro modo, con el cuerpo nace la diferencia entre el centro y el resto de la periferia corporal.”

La idea es, entonces, esta totalidad, y la idea consciente de sí misma algo esencialmente distinto de la sustancialidad”

A través de esta subjetividad y de esta unidad negativa, a través de esta negatividad absoluta, el ideal, ahora, no es objeto solamente para nosotros, sino para sí mismo; este principio se inicia con el mundo cristiano.”

<BÁRBARO!>: “Dios es conocido como espíritu que se duplica por sí mismo, pero que, al mismo tiempo, levanta esta diferencia, para adquirir, en ella, el ser en y para sí. La misión del mundo consiste, siempre, en reconciliarse con el espíritu, en llegar a conocerse en él, y esta misión es conferida al mundo germánico.”

HEGEL’S PREACHING: “En la religión cristiana, este principio vive más bien como sentimiento y como representación: lleva implícito el destino del hombre como llamado a gozar de la eterna bienaventuranza, como objeto de la gracia y la caridad divinas, del interés divino, es decir, como dotado de un valor infinito en cuanto hombre; y se precisa, dicho principio, en el dogma de la unidad de la naturaleza divina y humana revelado por Cristo a los hombres, según el cual la idea subjetiva y objetiva, el hombre y Dios, forman una unidad.”

Vemos por ello que las representaciones religiosas y la especulación no se hallan tan alejadas entre sí como suele pensarse; y hago referencia a estas nociones para que no nos avergoncemos de seguir dándoles, a pesar de todo, oídos, aunque estemos ya muy por encima de ellas, para que no nos avergoncemos de nuestros antepasados cristianos, que con tanto respeto las escuchaban.” Desculpe, mas eu me envergonho sim.

Esta contraposición, cuyos extremos aparecen agudizados, concebida en su más general significación es la contraposición entre el pensar y el ser, entre la individualidad y la sustancialidad, de tal modo que, dentro del sujeto mismo, su libertad se mueva nuevamente dentro del círculo de la necesidad; es la contraposición entre sujeto y objeto, entre naturaleza y espíritu, en cuanto que éste, como algo finito, se contrapone a la naturaleza.”

Es cierto que nos encontramos con ciertas fases de la filosofía griega que parecen situarse ya en el mismo punto de vista de las filosofías cristianas, como ocurre, por ejemplo, con la filosofía sofística, la neoacadémica y la escéptica, cuando proclaman la doctrina de que no es posible llegar al conocimiento de la verdad: esta doctrina parece, en efecto, coincidir con las modernas filosofías de la subjetividad en que todas las determinaciones del pensamiento tienen un carácter puramente subjetivo, sin que sea posible emitir fallo alguno sobre la objetividad.”

Los filósofos antiguos no sentían semejante nostalgia, sino, por el contrario, una perfecta satisfacción y quietud dentro de aquella certeza que les llevaba a ver un conocimiento en lo que no era más que una apariencia.”

¡PUES VIVA EL CANDOR! “El candor de la filosofía antigua, que hacía pasar lo aparente por la esfera total, alejaba en aquellos pensadores toda duda acerca del pensamiento de lo objetivo.”

la fe en sentido eclesiástico o la fe en el sentido moderno, que consiste en rechazar la razón para dar oídas a una revelación interior a que se da el nombre de certeza o intuición inmediata, de un sentimiento descubierto en uno mismo.”

Quando você desenvolve uma dialética só para poder ser autocontraditório à vontade (e se masturbar para o número 3): “La historia de la filosofía se divide, pues, en 3 períodos: el de la filosofía griega, el de la filosofía del período intermedio y el de la filosofía de la época moderna.”

Primer período. Va desde Tales de Mileto, alrededor del año 600 a.C., hasta el florecimiento de la filosofía neoplatónica mediante Plotino en el siglo III d.C., y su desarrollo y prosecución por Proclo, en el siglo V, hasta la desaparición de toda filosofía. La filosofía neoplatónica pasa luego al cristianismo, y muchas filosofías cristianas tienen por única base esta filosofía. Este período abarca unos mil años, cuyo final coincide con las grandes migraciones de los pueblos y con la desaparición del Imperio romano.

Segundo período. Es el período de la Edad Media. Pertenecen a él los escolásticos e, históricamente, hay que mencionar también dentro de él a los árabes y los judíos, si bien esta filosofía se desarrolla, principalmente, dentro de la Iglesia; se trata de un período que abarca más de mil años.

Tercer período. La filosofía de los tiempos modernos sólo se manifiesta por sí misma después de la guerra de los Treinta años, con Bacon, Jacob Böhme y Descartes; este último comienza con la distinción del cogito, ergo sum. Trátase de un período de un par de siglos; por tanto, esta filosofía es todavía algo nuevo.”

El nombre de historia tiene, en efecto, un doble sentido: expresa, de una parte, los hechos y acontecimientos mismos y, de otra parte, estos mismos hechos y acontecimientos convertidos ya en representaciones y con destino a la representación.

En cambio, en la historia de la filosofía no sirven de fuente los historiadores, sino que tenemos ante nosotros los hechos mismos, y son éstos, o sean las obras filosóficas mismas, las verdaderas fuentes; quien quiera estudiar seriamente la historia de la filosofía no tiene más remedio que ir directamente a estas fuentes.”

Con respecto a muchos filósofos es inexcusablemente necesario, ciertamente, referirse a sus obras mismas; pero hay ciertos períodos cuyas fuentes no han llegado a nosotros, como ocurre, por ejemplo, con la filosofía griega más antigua, y en los que, por consiguiente, no tenemos más remedio que recurrir a los historiadores y a otros escritores.”

La mayor parte de los escolásticos dejaron escritas obras en 16, 24 y hasta 26 volúmenes infolio; para llegar a su conocimiento, no hay más remedio que apoyarse en el trabajo que otros han realizado. Hay, además, muchas obras filosóficas rarísimas y muy difíciles de conseguir. Algunos filósofos sólo tienen, en gran parte, un interés histórico y literario y esto nos autoriza a recurrir, para estudiarlos, a las colecciones en que se han recogido sus doctrinas.”

cuando Tennemann incurre en este defecto, su obra es casi inservible. Su tergiversación de Aristóteles, por ejemplo, es tan grande, que Tennemann casi le hace decir lo contrario de lo que en realidad pensaba este filósofo, de tal modo que si queremos formarnos un concepto más o menos certero de la filosofía aristotélica no tenemos más que pensar lo contrario de lo que este autor dice de ella; [HAHAHAHA!] no obstante, Tennemann es tan sincero, tan honrado, que coloca los pasajes de Aristóteles al pie de su texto, lo que hace que, no pocas veces, se contradigan el original y la traducción. Tennemann opina que es esencial que el historiador de la filosofía no tenga una filosofía propia y se jacta, por lo que a él se refiere, de ello; pero en el fondo también él tiene su sistema, que es el de la filosofía crítica. Este historiador de la filosofía alaba a los filósofos, su estudio, su genio, pero termina, en realidad, censurando a todos los que incurren en la falta de no ser todavía filósofos kantianos, de no haber investigado aún la fuente del conocimiento; lo cual da, sobre poco más o menos, el resultado de que la verdad no es cognoscible.”

Herodoto y Tucídides, como hombres libres, dejan que el mundo objetivo marche libremente, sin añadir nada de su cosecha ni avocar ante su tribunal, para enjuiciarlos, los actos de los hombres. Y, sin embargo, también en la historia política se desliza muy pronto un fin por parte del historiador. Para Tito Livio, lo fundamental es la dominación romana, su expansión, el desarrollo de la constitución, etc.; en su Historia, vemos a Roma crecer, defenderse y ejercer su imperio.”

LA FILOSOFÍA ORIENTAL

Así como entre los griegos se habla de Urano, de Cronos—es decir, del Tiempo, pero ya individualizado—, entre los persas existe una deidad llamada Zervana Acarena, pero es el Tiempo ilimitado.” “De aquí que, en los orientales, no encontremos más que un entendimiento seco, una simple enumeración de determinaciones, una lógica al modo de la vieja lógica wolffiana.”

La gran cultura de estos pueblos se refiere a la religión, a la ciencia, a la administración pública, a la constitución del Estado, a la poesía, a la técnica de las artes, al comercio, etc. Pero, cuando comparamos las instituciones jurídicas y la organización del Estado en China con la de cualquier país europeo, vemos que esta comparación sólo puede referirse al aspecto formal, pues el contenido es muy dispar.”

Otro tanto acontece cuando se compara la poesía india con la europea; no cabe duda de que, considerada como un simple juego de la fantasía, la poesía india es extraordinariamente brillante, rica y desarrollada, como la que más; pero en la poesía importa, también, el contenido y es necesario tomarlo en serio. Pues bien, ni siquiera tomamos en serio los poemas de Homero, por eso no podría surgir en nuestros países una poesía de este tipo.”

Lo primero que hay que registrar, entre los chinos, es la doctrina de Con-fut-see [Confucio], que vivió unos 500 años antes de Cristo, doctrina que causó gran sensación en la época de Leibniz y que es, en rigor, una ética. Confucio comentó, además, las antiguas obras maestras tradicionales de los chinos, principalmente las de carácter histórico. Fue, sin embargo, su desarrollo de la doctrina moral lo que le valió su mayor fama, y es la más respetada autoridad de los chinos.” “el De officiis de Cicerón, manual de pláticas morales, contiene más cosas, y mejores, que todos los libros de Confucio.”

Una segunda circunstancia que conviene tener presente es que los chinos se ocuparon también de pensamientos abstractos, de categorías puras. Servíales de base para ello el antiguo libro llamado Yi-King [I-Ching] o Libro de los Principios; esta obra contiene la sabiduría de los chinos y su origen se atribuye a Fohi.” “Lo fundamental es que se le atribuye la invención de una tabla con ciertos signos o figuras (Ho-tu), que el autor decía haber visto sobre el lomo de un dragón, al emerger éste del río.”

Las 2 figuras fundamentales están representadas por una raya horizontal (yang) y por una línea quebrada en dos, que suman la longitud de la primera (yin): la primera simboliza lo perfecto, el padre, lo masculino, la unidad, como en los pitagóricos, la afirmación; la segunda, lo imperfecto, la madre, lo femenino, la dualidad, la negación. Estos signos son objeto de una gran veneración, como principios de las cosas.”

En una fase ulterior, se combinan estas rayas en grupos de 3, y surge así una serie de 8 figuras, a que se da el nombre de kua” “Indicaremos el significado simbólico de estos 8 kua, para que se vea cuán superficial es. El primer signo, que agrupa al gran yang y el yang, es el cielo (tien), el éter, que penetra y lo envuelve todo. El cielo es, para los chinos, lo más alto de todo, lo supremo; entre los misioneros, se discute interminablemente si se debe dar el nombre de tien, o no, al Dios cristiano. El segundo signo es el agua pura (tui), el tercero el fuego puro (li), el cuarto el trueno (tschin), el quinto el viento (siun), el sexto el agua corriente (kan), el séptimo la montaña (ken) y el octavo la tierra (kuen).”

En el Chu-king nos encontramos también con un capítulo sobre la sabiduría china en el que aparecen los 5 elementos de los que sale todo: el fuego, el agua, la madera, el metal y la tierra, revueltos en abigarrada mescolanza y que, precisamente por ello, no podemos considerar tampoco como verdaderos principios.”

Existe, además, una secta especial, taoísmo, cuyos adeptos no son mandarines ni pertenecen a la religión del Estado, ni tampoco budistas, según la religión del Lama. El fundador de esta filosofía y del sistema de vida íntimamente relacionado con ella fué Lao-Tsé (que nació a fines del siglo VII a.C.)”

Del propio Lao-Tsé decían sus adeptos que era Buda en persona, es decir, el mismo Dios que seguía viviendo en figura de hombre. Todavía poseemos su obra principal, que ha sido traducida en Viena, donde yo he tenido ocasión de leerla. He aquí uno de sus principales pasajes, citado con frecuencia: ‘Sin nombre, Tao es el principio del cielo y de la tierra; con nombre, es la madre del universo. El hombre con pasiones sólo la ve en su estado imperfecto; quien quiera conocerla, tiene que curarse de todas las pasiones.’

La lectura de este pasaje trae al recuerdo, naturalmente, a Jahweh y el nombre real africano Juba, y también el de Jovis. Este J-hi-wei o J-H-W significa también, al parecer, algo así como el abismo absoluto o la nada: lo supremo, el origen de todas las cosas es, para los chinos, la nada, el vacío, lo totalmente indeterminado, lo general abstracto, a que se da también el nombre de Tao o la razón.”

Así como antes se sentía cierta complacencia en atribuir una gran antigüedad a la sabiduría india y en tributarle una gran veneración, el conocimiento de las grandes obras astronómicas de los indios ha revelado ahora cuán poco rigor hay en las grandes cifras que en ellas se manejan. No cabe imaginar nada más confuso, nada más imperfecto que la cronología de los indios; ningún pueblo cultivado en la astronomía, en la matemática, etc., ha dado muestras de tanta incapacidad para la historia: los antiguos indios no son capaces de encontrar, en ella, el menor punto de apoyo, la menor conexión.” “Los hindúes manejan, en su cronología, series de reyes y cantidades inmensas de nombres; pero todo es muy vago.”

Sabemos que la antiquísima fama de este país había penetrado profundamente hasta los griegos; y sabemos también que éstos conocían a los gimnosofistas, hombres entregados como nadie a la devoción, consagrados a una vida contemplativa, abstraídos de la vida exterior y que, viviendo y peregrinando en hordas, renunciaban, como los cínicos, a todas las necesidades materiales.”

del mismo modo que sus libros religiosos, los Vedas, sirven también de fundamento general para su filosofía.” “Estos libros sagrados están formados por partes procedentes de las más diversas épocas; muchas de ellas datan de tiempos remotísimos; otras, en cambio, proceden de una época posterior, como ocurre, por ejemplo, con la que se refiere al rito de Vishnú. Los Vedas sirven, incluso, de base a la filosofía atea de los hindúes; también los ateos tienen sus dioses y toman muy en cuenta las doctrinas de los Vedas.”

Às premissas, mas sem pressa.

La mitología presenta el aspecto especial de la encarnación, de la individualización, de la que podría pensarse que era contraria a lo general y a la modalidad de la idea propia de la filosofía; sin embargo, esta encarnación no es tomada al pie de la letra, casi todo se considera como tal y lo que parece determinarse como individualidad desaparece en seguida entre el humo de lo general.”

Hace poco tiempo que hemos llegado a adquirir un conocimiento preciso de la filosofía india; antes, entendíamos por tal, en conjunto, las representaciones de carácter religioso, pero en estos últimos tiempos se han descubierto obras verdaderamente filosóficas. Colebrooke, [mesma fonte de Schopenhauer] sobre todo, nos ha dado a conocer los extractos de 2 obras filosóficas hindúes, que es, en realidad, lo primero que sabemos acerca de esta filosofía.” “Schlegel fue uno de los primeros alemanes que se ocuparon de la filosofía hindú; sin embargo, sus esfuerzos no fueron muy fructíferos, en este sentido, pues sus lecturas sobre la materia apenas si pasaron del índice del Ramayana.”

La parte esencialmente ortodoxa no tiene otra finalidad que la de facilitar la explicación de los Vedas o deducir del texto de estos libros fundamentales una psicología más sutil. Este sistema recibe el nombre de Mimansa, y se citan 2 escuelas adscritas a él. Difieren de él otros sistemas, 2 de los cuales, los principales, se llaman Samk’hya y Nyaya: el primero de éstos se divide, a su vez, en 2 partes, las cuales, sin embargo, sólo difieren entre sí en cuanto a la forma; el Nyaya es especialmente complicado, desarrolla principalmente las reglas del razonamiento y podría compararse a la Lógica de Aristóteles. Colebrooke nos ofrece extractos de estos 2 sistemas, y nos dice que existen muchas obras antiguas acerca de ellos y que abundan los versus memoriales en torno a estos 2 sistemas filosóficos.”

Los Vedas dicen: ‘Lo que ha de conocerse es el alma, la cual debe separarse de la naturaleza, para que no retorne’; es decir, hay que librarla de la metempsicosis y, por tanto, de la corporeidad, con lo cual no volverá a albergarse en otro cuerpo, después de la muerte.” “Indra, por ejemplo, el dios del cielo visible, se halla, según ellos, en un plano mucho más bajo que el alma cuando ha alcanzado este estado de vida contemplativa; muchos miles de Indras, se nos dice, han perecido, mientras que el alma se halla sustraída a todo cambio.”

El sistema Samk’hya se divide en 3 partes: el modo del conocer, el objeto del conocimiento y la forma determinada del conocimiento de los principios.”

Hay, en esta idea, algo de nuestro ideal, de nuestro ser en sí: del mismo modo que la flor se contiene ya en la simiente de un modo ideal, pero no de un modo activo y real; la expresión empleada para expresar esto es la de lingam, la fuerza procreadora, la capacidad de acción de lo natural, que los hindúes tienen siempre en alta estima.”

Los primeros 8 órdenes ostentan nombres que aparecen en la mitología india: Brahma, Prajapatis, Indra, etc.; son tanto dioses como semidioses, y el propio Brahma se representa aquí como una criatura. Los 5 órdenes inferiores son los animales: los cuadrúpedos forman 2 clases, las aves la 3ª, los reptiles, los peces y los insectos la 4ª; y la 5ª las plantas y la naturaleza inorgánica.”

Se mencionan 62 determinaciones entorpecedoras: 8 clases de error; otras tantas de opiniones o engaños; 10 clases de pasiones, que representan el punto extremo del engaño; 18 de odio o tenebrosidad, y otras tantas de pena. En este punto, se nos revela un método seguido más bien por vías empírico-psicológicas.” 8 + 8 + 10 + 18 + 18 = 62

DE NOVO A TARA PELO TRÊS: “Es curioso que entre dentro de la conciencia observadora de los hindúes el que lo verdadero, que es en y para sí, contiene tres determinaciones y que el concepto de la idea encierra, para ser completo, 3 momentos. Esta alta conciencia de la trinidad, con que nos encontramos también en Platón y en otros pensadores, se pierde luego en la región de la contemplación pensante y se conserva solamente en la religión, pero como un más allá; el entendimiento va a sus alcances y lo considera como un absurdo, hasta que viene Kant y allana el camino hacia su conocimiento.” “En las concepciones religiosas de los Vedas, en que estas cualidades reciben también el nombre de trimurti, se habla de ellas como de modificaciones sucesivas: ‘primeramente, todo era tinieblas, hasta que recibió la orden de transformarse, revistiendo así la modalidad del impulso, de la acción (foulness), y por último reviste, por orden de Brahma, la forma de la bondad.’

La Yoga-sastra cita, en uno de sus 4 capítulos, multitud de prácticas por medio de las cuales es posible adquirir tal poder: por ejemplo, profundas meditaciones, acompañadas de la retención del aliento y la paralización de los sentidos, a la par que se conserva inalterablemente una postura prescrita. El adepto logra, por medio de estas prácticas, el conocimiento de todo lo pasado y de todo lo futuro; adquiere el poder de descubrir los pensamientos de los otros; se siente dotado de la fuerza del elefante, de la bravura del león, de la rapidez del viento; puede volar en el aire, nadar en el agua, sumergirse en la tierra; es capaz de abarcar con la mirada, en un instante, todos los mundos y de realizar muchas otras hazañas portentosas. Pero el modo más rápido de alcanzar la beatitud por medio de la profunda contemplación consiste en aquella forma de devoción de musitar continuamente el nombre místico de Dios, Om.” Colebrooke

Mientras que en el sistema teísta se admite la existencia de Iswara, el supremo gobernante del universo, como un alma o un espíritu distinto de las demás almas, en el Samk’hya ateo Kapila niega la existencia de este Iswara, creador del mundo, y la niega con voluntad consciente (by volition), alegando que no hay ninguna prueba de la existencia de Dios; que la percepción no la revela, ni es posible llegar tampoco a esa conclusión por el razonamiento.”

los efectos son, según ellos, más bien eductos que productos”

Una consecuencia obligada de ella es la de la eternidad del mundo, pues la tesis de que de la nada no sale nada, recordada también, a este propósito, por Colebrooke, contradice a la creación del mundo partiendo de la nada, según nuestra concepción religiosa.”

La naturaleza, aunque inanimada, cumple la misión de preparar al alma para liberarse, del mismo modo que la función de la leche—sustancia carente de sensaciones— tiene por función alimentar al ternerillo.”

Por tanto, el alma, según la concepción de los hindúes, ya no tiene nada que ver con el cuerpo, y su relación con él es, por consiguiente, superflua.”

La filosofía de Gautama y Kanada forman una unidad. La filosofía de Gautama se llama Nyaya (razonante), la de Kanada Vaiseshika (particular). La primera es una especie de dialéctica, peculiarmente desarrollada; la segunda, en cambio, se ocupa de la física, es decir, de los objetos particulares o sensibles.”

Ningún campo de la ciencia o la literatura ha atraído tanto la atención de los hindúes como el Nyaya, y fruto de estos estudios es la innumerable cantidad de obras en torno a estos problemas, entre las que figuran trabajos de muy famosos eruditos.” “el lenguaje se considera como algo que le ha sido revelado al hombre.” “Gautama aduce aquí 16 puntos, entre los que se destacan como los principales la prueba, la evidencia [lo formal] y aquello que se trata de demostrar; los demás puntos son simplemente subsidiarios y accesorios, como elementos que contribuyen al conocimiento y la certeza de la verdad. El Nyaya coincide con las demás escuelas psicológicas en que promete la dicha, la excelencia final y la liberación de todo mal como recompensa por el conocimiento perfecto de los principios profesados por ella, es decir, como recompensa de la verdad, entendiendo por tal la convicción acerca de la eterna existencia del alma, como algo separable del cuerpo.”

El primer punto fundamental, o sea la evidencia de la prueba, presenta 4 modalidades: la primera es la percepción; la segunda la deducción (inference), la cual puede ser de 3 modos: del efecto a la causa, de la causa al efecto o por analogía; el tercer tipo de evidencia es la comparación; el cuarto la seguridad, que abarca tanto la tradición como la revelación. Estos diversos tipos de prueba aparecen muy desarrollados, tanto en el antiguo tratado que se le atribuye a Gautama como por innumerables comentadores.”

La pupila no es, dicen estos pensadores, el órgano de la visión, ni el oído el órgano de la audición, sino que el órgano de la vista es el rayo luminoso que parte del ojo y se proyecta sobre el objeto, y el órgano del oído el éter, que en la caja auditiva se comunica con el objeto escuchado por medio del éter intermedio. Aquel rayo luminoso es, por lo general, invisible, exactamente lo mismo que una luz es invisible bajo el sol de mediodía y, en cambio, se deja ver en otras circunstancias. El órgano del gusto es algo acuoso, como la saliva, y así sucesivamente.

Algo parecido a lo que aquí se dice de la visión es lo que dice Platón en el T¡meo; y en el estudio de Schultz que figura en la Morfología de Goethe encontramos interesantes observaciones acerca del fósforo en el ojo. [¿?] Ejemplos de hombres que han podido ver en medio de las sombras de la noche, lo que prueba que es su ojo el que ilumina el objeto, los tenemos a montones; claro está que, para que este fenómeno se dé, tienen que concurrir circunstancias especiales.” HAHAHAHA

Los elementos fundamentales de las sustancias materiales son concebidos por Kanada como átomos originarios, que se combinan luego para formar cuerpos complejos; este autor afirma la eternidad de los átomos, a propósito de lo cual aduce muchas cosas acerca de la combinación de los átomos, entre las cuales aparece también el polvillo del sol.”

La tercera categoría es la de la acción; la cuarta, la de la comunidad; la quinta, la de la diferencia; la sexta, la de la agregación (aggregation), la última que señala Kanada, pues otros autores añaden, además, como séptima cualidad, la de la negación.”

El desarrollo del razonamiento es igual al de nuestros silogismos; pero de tal modo que lo que se trata de demostrar figura a la cabeza.”

SOU HINDU: “La sustancialidad intelectual es lo contrario de la reflexión, del entendimiento, de la individualidad subjetiva de los europeos. Para nosotros, es importante el que yo quiera, sepa, crea, opine algo, basándome para ello en las razones que yo tenga para ello, con arreglo a mi propia y personal voluntad; a esto le concedemos nosotros un inmenso valor. La sustancialidad intelectual es el extremo opuesto a esto, en el que desaparece toda la subjetividad del yo: para ésta, todo lo objetivo se ha convertido en algo vano, no existe para ella verdad objetiva, deberes ni derechos objetivos; por donde la vanidad subjetiva es lo único que queda en pie.”

PRIMERA PARTE:(*)

LA FILOSOFÍA GRIEGA

(*) A organização desse livro é bizarra: estamos quase na metade do tomo (exatamente 42% do PDF) e agora é que escapamos da Introdução. Ou, na verdade, a Filosofia Oriental era o 1º capítulo, pós-introdução; mas seu caráter absolutamente subsidiário para Hegel relega os sistemas chinês-hindu a ser “menos que um capítulo”, uma espécie de pré-História ou aquecimento filosófico. O irônico é que o tamanho da exposição garante que ele “perca” uma aula de seu precioso curso fornecendo detalhes do que ele julga ser apenas abstração ou intelecção inócuas, posto que não tomam por objetivo o pensamento!

INTRODUCCIÓN A LA FILOSOFÍA GRIEGA(*)

(*) E lá vamos nós a outra introdução maciça!

El nombre de Grecia tiene para el europeo culto, sobre todo para el alemán, una resonancia familiar. Los europeos han recibido su religión, las concepciones del más allá, de lo remoto, no de Grecia, sino de más lejos, del Oriente y, concretamente, de Siria. Pero las concepciones del más acá, de lo presente, la ciencia y el arte, lo que satisface, dignifica y adorna nuestra vida espiritual, tuvo como punto de partida a Grecia, bien directamente, bien indirectamente, a través de los romanos.”

La densidad germánica necesitó pasar, para disciplinarse, por la dura escuela de la Iglesia y el derecho romanos; sólo de este modo se ablandó el carácter europeo y se capacitó para la libertad.”

Dejemos a la Iglesia y a la jurisprudencia su latín y su romanismo. Nuestra ciencia superior, libre y filosófica, como nuestro arte libre y bello, y el gusto y el amor por una y por otro, sabemos que tienen sus raíces en la vida griega y que derivan de ella su espíritu. Y si nos fuese lícito sentir alguna nostalgia, sería la de haber vivido en aquella tierra y en aquel tiempo.”

La trayectoria y el despliegue del pensamiento se manifiestan en los griegos partiendo de sus elementos protoriginarios; y, para comprender su filosofía, podemos permanecer dentro de ellos mismos, sin necesidad de buscar ninguna otra clase de motivos externos.”

Los griegos parten de una premisa histórica, por la misma razón por la que han brotado de sí mismos; y esta premisa histórica, concebida a través del pensamiento, es la de la sustancialidad oriental de la unidad natural del espíritu y la naturaleza.”

Los griegos ocupan el bello punto intermedio entre ambas posiciones extremas, que es el centro de la belleza por ser, al mismo tiempo, algo natural y algo espiritual, pero de tal modo que la espiritualidad es y sigue siendo, en él, el sujeto dominante, determinante.”

La riqueza del mundo griego consiste solamente en una muchedumbre infinita de detalles bellos, agradables y graciosos, en esta alegría de todo lo que sea existencia; lo más grande, entre los griegos, son las individualidades, estos virtuosos del arte, de la poesía, de la canción, de la ciencia, de la honestidad, de la virtud.”

“‘De tus pasiones has sacado, ¡oh hombre! la materia para tus dioses’, dice un antiguo; los orientales, en cambio, principalmente los indios, los sacaron de los elementos naturales, de las fuerzas y las formas de la naturaleza”

Por lo que se refiere al estado histórico externo de Grecia en esta época, diremos que los comienzos de la filosofía griega caen en el siglo VI antes del nacimiento de Cristo, en tiempo de Ciro, en la época del ocaso de los estados jónicos libres del Asia Menor. En el momento en que desaparece este hermoso mundo, que había logrado conquistar por sí mismo un elevado nivel de cultura, surge la filosofía. Creso y los lidios fueron los primeros que pusieron en peligro la libertad de los jonios; pero fue, más tarde, la dominación persa la que la destruyó totalmente, obligando a la mayoría de los habitantes a abandonar aquellas tierras y a fundar colonias, sobre todo en la parte occidental.

Y, al mismo tiempo que se hundían las ciudades jónicas, la otra Grecia dejaba de ser gobernada por las dinastías de los antiguos príncipes; habían desaparecido los Pelópidas y los otros linajes regios, extranjeros en su mayoría. Grecia había establecido, en parte, múltiples contactos con el exterior y, en parte, esforzábase por encontrar un vínculo social dentro de sí misma; la vida patriarcal había pasado a la historia, y en muchos estados sentíase la necesidad de constituirse libremente, con arreglo a normas e instituciones legales.” Aqui é-se forçado a perguntar: que conceito de patriarcado era esse dos alemães, para julgar que justamente quando o homem se distancia mais e mais do matriarcado e sedimenta o patriarcado ele estaria fugindo do que era patriarcal?!

Vemos aparecer muchos individuos que no gobiernan ya a sus conciudadanos por virtud de su linaje, de su nacimiento, sino que son honrados y enaltecidos por los méritos de su talento, de su imaginación, de su ciencia. Estos individuos ocupan diferentes puestos de superioridad con respecto a sus conciudadanos. Unas veces, son consejeros, aunque sus buenos consejos no siempre sean seguidos por los demás; otras veces, se ven odiados y despreciados por sus conciudadanos y obligados a retirarse de la actuación pública; otras veces, se erigen en violentos, aunque no crueles, dominadores de sus conciudadanos, y otras, finalmente, en legisladores de la libertad. § A esta categoría de hombres que acabamos de caracterizar pertenecen los llamados siete sabios, a quienes en estos últimos tiempos se tiende a excluir de la historia de la filosofía.”

Los nombres de los siete sabios varían, según los casos; generalmente, se indican los de Tales, Solón, Periandro, Cleóbulo, Quilón, Bías y Pitaco. Hermipo, en Diógenes Laercio (I, 42) señala 17, entre los cuales seleccionan otros autores 7, de diversos modos, según sus preferencias. Según el propio Diógenes Laercio (I, 42), ya un autor antiguo, Dicearco, mencionaba solamente 4 a quienes los antiguos incluían unánimemente entre los 7: Tales, Bías, Pitaco y Solón. Otros nombres que también aparecen, de vez en cuando, son los de Misón, Anacarsis, Acusilao, Epiménides, Ferécides, etc.”

eran hombres prácticos, peto no en el sentido en que esta palabra suele interpretarse entre nosotros, que tendemos a considerar la actividad práctica como una rama especial de la administración del Estado, de la industria, de la economía, etc.” “No eran estadistas al modo de las grandes personalidades griegas de que nos habla la historia, un Milcíades, un Temístocles, un Pericles, un Demóstenes, sino estadistas de una época en que se trataba de la salvación y el establecimiento, de la ordenación y la organización y hasta diríamos que de la instauración de la vida del Estado, o, por lo menos, de la instauración de situaciones regidas por la ley.”

la fama de Solón, en este respecto, sólo es compartida por la de un Moisés, un Licurgo, un Zaleuco, un Numa, etc. En los pueblos germánicos no encontramos ninguna figura que llegara a disfrutar de esta fama, como legislador de su pueblo. Y, en nuestros días, ya no puede haber legisladores; las instituciones legales y las condiciones jurídicas de vida han sido establecidas ya de antiguo, y lo poco que los legisladores y las asambleas legislativas pueden hacer es, si acaso, ampliar algún que otro detalle o promulgar normas complementarias muy poco importantes.”

Y, sin embargo, tampoco Solón ni Licurgo hicieron otra cosa que reducir a la forma de la conciencia, uno el espíritu jónico y otro el carácter dórico que tenían ante sí y que no era sino algo existente en sí, contrarrestando por medio de leyes reales los desastrosos males de la desintegración. Solón no fue, ni mucho menos, un estadista perfecto, como lo demuestra el curso mismo de su historia: una constitución como la que permitió a Pisístrato erigirse en tirano en vida del propio Solón, lo que quiere decir que era, de suyo, tan poco vigorosa y tan poco orgánica que no tenía fuerzas para oponerse a su propio derrocamiento (¿con qué poderes?), adolecía, evidentemente, de un defecto intrínseco.”

Nada ilustra mejor la conducta de los llamados tiranos que las relaciones entre Solón y Pisístrato.” “La ley, como norma general, se le antojaba al individuo, y se le sigue antojando hoy, como una violencia, sobre todo cuando no ve la ley o no la comprende; se le antojaba así al pueblo todo, primero, y luego solamente al individuo; y fue, como sigue siendo hoy, necesario empezar haciendo violencia al individuo hasta que llega a comprender, hasta que ve en la ley su propia ley y deja de ver en ella algo extraño e impuesto desde fuera. § La mayoría de los legisladores y organizadores de los Estados asumieron la obra de hacer a los pueblos, por sí mismos, esta violencia, convirtiéndose en tiranos. Y cuando no lo eran ellos mismos, tenían que encargarse de hacerlo otros individuos, realizando esa obra dentro de sus Estados, por tratarse de algo necesario, inevitable. Según las noticias de Diógenes Laercio (I, 48-50), vemos a Solón, a quien sus amigos aconsejaban que se adueñase del poder, ya que el pueblo se agrupaba en torno a él y habría visto de buen grado que se hiciese cargo de la tiranía, rechazar esta misión y evitar, además, que otro la asumiera, cuando Pisístrato empezó a serle sospechoso por ello. En efecto, cuando se dio cuenta de cuáles eran las intenciones de Pisístrato, se presentó en la asamblea del pueblo armado de escudo y lanza, lo que ya por aquel entonces era algo extraordinario (pues Tucídides, I, 6, indica que los griegos y los bárbaros se distinguían, entre otras cosas, en que los griegos, y sobre todo los atenienses, jamás tomaban las armas en tiempo de paz), y anunció al pueblo lo que Pisístrato se proponía.”

¡Hombres de Atenas! Soy más sabio que algunos y más valiente que otros. Soy más sabio que quienes no se dan cuenta del fraude de Pisístrato y más valiente que quienes, dándose cuenta de él, callan por miedo.

Al no lograr nada, abandonó Atenas.”

É sempre assim mesmo!


“Ni soy el único que entre los griegos se haya apoderado de la tiranía ni, al hacerlo, me he adueñado de algo que no me pertenezca, pues pertenezco al linaje de Codro. No he hecho, pues, más que rescatar para mí lo que los atenienses habían jurado conservar a Codro y a sus descendientes, arrebatándoselo después. Por lo demás, no cometo ninguna injusticia contra los dioses ni contra los hombres, sino que, ateniéndome a las leyes que tú, Solón, has dado a los atenienses, procuro que se mantengan dentro de las normas de una vida civil.” Pisístrato apud D. Laércio

Lo mismo hace, agrega, su hijo Hipias.”

Cada ateniense entrega el diezmo de sus ingresos, pero no para mí, sino para contribuir a las costas de los banquetes, rituales públicos, al sostenimiento de la comunidad y para el caso de una guerra. No te guardo rencor por haber descubierto mis designios, pues sé que lo hiciste movido más bien por amor al pueblo que por odio contra mí, y porque no sabías tampoco cómo había de regentar yo el gobierno; pues si lo hubieses sabido, te habrías avenido a ello y no habrías huido…”

Solón, en la respuesta que Diógenes (I, 66-67) recoge, dice que ‘no abriga ningún resentimiento personal contra Pisístrato, a quien tendría que llamar el mejor de los tiranos; pero que no cree que deba regresar (a Atenas)’.”

El gobierno de Pisístrato, sin embargo, acostumbró a los atenienses a las leyes de Solón y convirtió estas leyes en costumbres; de tal modo que este hábito, una vez impuesto, hizo superflua la tiranía y los hijos de Pisístrato fueron expulsados de la ciudad, y a partir de entonces la Constitución solónica rigió por su propia virtud, sin la ayuda de la fuerza.”

Y lo que aparece desdoblado en las figuras de Solón y Pisístrato lo vemos reunido, en Corinto, en la figura de Periandro y en Mitilene en la de Pitaco. § Lo anterior creemos que basta, por lo que se refiere a las vicisitudes externas de la vida de los Siete Sabios. Éstos son también famosos por la sabiduría de las sentencias que de ellos se han conservado, a pesar de que a nosotros nos parezcan, en parte, muy superficiales y trilladas. Ello se debe a que nuestra reflexión se halla ya familiarizada con las tesis generales, del mismo modo que en las sentencias de Salomón hay mucho que se nos antoja hoy superficial y hasta vulgar. Pero no debemos perder de vista lo que significa el haber exteriorizado por vez primera estas tesis generales bajo una forma general.”

Una de las más famosas sentencias de los Siete Sabios es la que se atribuye a Solón en su plática con Creso, que Herodoto (I, 30-33) relata, según su estilo propio, muy prolijamente y que puede resumirse así: ‘Que nadie puede considerarse feliz antes de su muerte.’Nem Deus escapa!

antes de la filosofía kantiana, la ética tenía como base, en efecto, el eudemonismo, la aspiración a la felicidad.” E depois de Kant não? Após ler a Crítica da Razão Prática é realmente o que você pensa??

El eudemonismo implica la felicidad como un estado para toda la vida y representa una totalidad de disfrute que es algo general y da una norma para los goces sueltos, que no se entrega al placer momentáneo, sino que sabe tener a raya los apetitos y no pierde nunca de vista la pauta general.” Você resumiu o correto entendimento do epicurismo!

Comparado con la filosofía india, el eudemonismo es, cabalmente, lo contrario a ésta. En ella, el destino del hombre es la liberación del alma de lo corporal, la abstracción perfecta, el alma como algo que vive exclusivamente para sí.” Cabe ainda o questionamento: no Ocidente pós-moderno, o que devemos buscar prioritariamente, sendo na prática impossível qualquer um dos dois de forma autêntica? A fuga ascética ou esse contentamento no sereno fenomênico?

En el estudio de la filosofía griega, debemos distinguir, concretamente, 3 períodos principales: el primero va de Tales de Mileto a Aristóteles; el segundo comprende la filosofía griega en el mundo romano; el tercero es el de la filosofía neoplatónica.” Na realidade, após Platão já podemos dizer que não há filosofia grega.

SECCIÓN PRIMERA:

PRIMER PERÍODO: DE TALES A ARISTÓTELES

Dentro de este primer período establecemos, a su vez, 3 subdivisiones” Chega de esqueminhas e divisões tripartites mal-feitas, irmão!

Platón gastó mucho dinero en procurarse las obras de los filósofos antiguos y, dado el estudio profundo que de ellos hizo, sus citas revisten gran importancia.”

Y aunque una sutileza que pretende ser erudita habla en contra de Aristóteles y pretende que éste no supo comprender certeramente a Platón, podemos objetar a esto que tal vez nadie le conociera mejor que él, ya que fue, personalmente, discípulo suyo y porque la profundidad de su espíritu concienzudo nos garantiza la fidelidad de su pensamiento.” Um filósofo que subestima Platão NÃO é um filósofo.

Sexto Empírico, un escéptico de la última época, tiene importancia como fuente, por sus escritos titulados Hypotyposis Pyrrhonicae y Adversus Mathematicos. Y como, en cuanto escéptico, combate en parte las filosofías dogmáticas y en parte cita a otras filosofías como testimonios en favor del escepticismo (por lo que la mayor parte de sus obras está llena de doctrinas de otros filósofos), tenemos en él la fuente más fecunda para la historia de la filosofía antigua, y a través de él han llegado a nosotros muchos valiosos fragmentos.” Isso é bem dúbio. Confiramos!

El libro de Diógenes Laercio (De vitis etc. Philosophorum, libri X, ed. Meibom, c. notis Menagii, Amsterdam, 1692) es una importante compilación; sin embargo, muchas veces cita a sus testigos sin mucha crítica. A este autor no es posible reconocerle espíritu filosófico; generalmente, se limita a manejar unas cuantas anécdotas malas y puramente externas; se le puede utilizar en lo referente a las vidas de los filósofos y, de vez en cuando, para sus filosofemas.”

Finalmente, debemos citar a Simplicio, griego de Cilicia que vivió bajo el reinado de Justiniano, a mediados del siglo VI, el más erudito y sutil de los comentadores griegos de Aristóteles, del que existen aún varias obras inéditas y al que debemos algunas cosas meritorias.”

Según Tucídides (I, 2 y 12), las colonias jonias del Asia Menor y de las islas del archipiélago procedían, en su mayor parte, de Atenas, pues los atenienses viéronse obligados a emigrar a aquellas tierras a causa de la superpoblación del Ática.” Para alguém que leva em conta só o Espírito, demonstra preocupação excessiva com o externo!

En el Asia Menor y también, en parte, en las islas del archipiélago, surgen las figuras de Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Heráclito, Leucipo, Demócrito, Anaxágoras y Diógenes de Creta. En las tierras helenizadas de Italia aparecen las de Pitágoras, natural de Samos, pero que vivió en Italia, Jenófanes, Parménides, Zenón y Empédocles; y en Italia vivieron también algunos sofistas. Anaxágoras es el primer filósofo que se desplaza a Atenas.”

ESQUEMATISMO ABORRECEDOR: “Habremos de examinar de cerca y por separado los siguientes puntos: 1) los jonios: Tales, Anaximandro, Anaxímenes; 2) Pitágoras y los pitagóricos; 3) los eléatas: Jenófanes, Parménides, etc.; 4) Heráclito; 5) Empédocles, Leucipo y Demócrito; 6) Anaxágoras.”

De la filosofía jónica antigua sólo ha llegado a nosotros una media docena de pasajes; es éste, por tanto, un estudio fácil.” “cuanto menos se sabe de una cosa mayor erudición se puede desplegar acerca de ella.” Um tanto autocriticobiográfico, não, Hegel?!

OS PEDREIROS E O CIMENTO FRESCO: “La gente suele reírse de cosas por el estilo, y tiene la ventaja de que los filósofos no puedan pagarle en la misma moneda; pero no se dan cuenta de que los filósofos se ríen, a su vez, de quienes no pueden caer en una zanja por la sencilla razón de que están metidos siempre en ella, sin acertar a levantar los ojos para mirar hacia arriba.”

frente a los demás elementos, el agua presenta la determinabilidad de lo que carece de forma, de lo simple, mientras que la tierra es la continuidad, el aire el elemento de todo cambio y el fuego lo que cambia de suyo absolutamente. Así, pues, si la necesidad de la unidad nos obliga a reconocer un algo general en las cosas particulares, fácilmente se nos ofrece el agua, aunque tenga también el inconveniente de ser una cosa particular, como lo unitario, tanto por su neutralidad como porque tiene, al mismo tiempo, una materialidad más fuerte que el aire.” “La tesis de Tales es, pues, filosofía de la naturaleza, puesto que esta esencia general se determina como algo real y, por tanto, lo absoluto como unidad del pensamiento y del ser.”

Es necesario que lo que ha de ser un principio verdadero no presente una forma unilateral, particular, sino que la diferencia ha de tener, de suyo, un carácter general, mientras que aquellos principios no son otra cosa que formas especiales. El hecho de que lo absoluto sea algo que se determina a sí mismo es ya algo concreto; esto es la actividad y la alta conciencia de sí mismo del principio espiritual a través de la cual la forma se eleva a un plano que le permite ser la forma absoluta, la totalidad de la forma.”

Tiedemann (t. I, p. 38) cita, además, otras autoridades, y dice que fueron autores de una época posterior quienes atribuyeron a Tales esta distinción.”

La diferencia en lo tocante al concepto no tiene ningún significado físico, sino que las diferencias o el simple desdoblamiento de la forma en las 2 partes de su contraposición son precisamente las que deben considerarse como las diferencias generales del concepto. Por eso también no se debe atribuir un significado sensible a las materias, es decir, a las determinabilidades, como cuando se dice, más concretamente, que el agua diluida se convierte en aire, el aire diluido en éter ígneo y el agua condensada en limo, primero, y luego en tierra; y, por consiguiente, que el aire es la evaporación de la primera agua, el éter la evaporación del aire, la tierra y el limo la sedimentación del agua.”

Diógenes Laércio e Plutarco só servem para confundir as gerações futuras. São ilegíveis hoje!

De Anaximandro [O filósofo da Dinâmica] se cuenta que vivió en la isla de Samos, bajo el tirano Polícrates, a cuya protección se acogieron también Pitágoras y Anacreonte. Temistio (en Brucker, t. I, p. 478) refiere de él que fue el primero que recogió por escrito sus pensamientos filosóficos, pero esto mismo se cuenta de otros pensadores, por ejemplo de Ferécides, que era anterior a Anaximandro.” “se dice que compuso, además, una especie de carta geográfica, representando el perímetro de la tierra y el mar. Se le atribuyen, asimismo, otros inventos matemáticos, por ejemplo el de un reloj de sol construido por él en Lacedemonia, el de algunos instrumentos para medir el curso del sol y determinar el equinoccio y el de una esfera armilar.”

De lo uno, o sea de lo infinito, elimina Anaximandro los antagonismos que lleva dentro, lo mismo que Empédocles y Anaxágoras: por donde, aunque en esta mezcla todo se halle completo, todo es, al mismo tiempo, indeterminado”

Ese algo es infinito en cuanto a la magnitud, pero no en cuanto al número; y en esto, Anaximandro se distingue de Anaxágoras, de Empédocles y de los otros atomistas, quienes postulan la discreción absoluta de lo infinito, mientras que Anaximandro estatuye su absoluta continuidad. (Simplicio)”

Ahora bien, el progreso en cuanto a la determinación del principio como la totalidad infinita estriba en que, aquí, la esencia absoluta no es algo simple, sino una generalidad que equivale a la negación de lo finito. Al mismo tiempo, desde el punto de vista material, Anaximandro supera la concreción del elemento agua: su principio objetivo no presenta ningún carácter material y se lo puede considerar como un pensamiento; por lo demás, se comprende claramente que Anaximandro no pudo tener presente otra cosa que la materia misma, la materia en general. (Estobeo)” “la materia, determinada como algo infinito, consiste en el movimiento que establece las determinabilidades y en que desaparecen, a su vez, los desdoblamientos. En esto debe verse el verdadero ser infinito, y no en la ausencia negativa de límites. Pero esta generalidad y esta negatividad de lo finito es solamente nuestro movimiento”

Por lo que se refiere al criterio concreto de cómo lo infinito determina, en su desdoblamiento, lo antagónico, Anaximandro parece compartir con Tales la determinación de la diferencia cuantitativa de la condensación y la dilución. Los autores posteriores designan el proceso de eliminación del seno de lo infinito como una generación, y dicen que Anaximandro hace al hombre nacer de un pez, pasar del agua a la tierra (Plutarco). Este criterio de la generación se presenta también recientemente como una simple sucesión en el tiempo; es una forma con la que se cree, frecuentemente, decir cosas brillantes”

De lo infinito se separaron infinitas esferas celestes y mundos infinitos; pero estos mundos llevan su ruina dentro de sí, ya que sólo existen por medio de una continua eliminación.” Eusebio

Mientras que los antiguos colocaban a las estrellas en nuestra atmósfera y hacían que el sol brotase más bien de la tierra, nosotros, por el contrario, hacemos del sol la esencia y el lugar de nacimiento de la tierra y ponemos a las estrellas en una relación directa con nosotros, haciéndolas brillar para nosotros mismos, como los dioses de Epicuro. [¿?]”

Nos queda todavía por hablar de Anaxímenes, que apareció entre la 55ª y la 58ª Ol. (560-548 a.C.), natural también de Mileto y contemporáneo y amigo de Anaximandro.” Seria esse o começo do procedimento acadêmico <me cita que eu te cito>?

O JOGO DE PETECA DOS ANTIGOS: “Donde Anaximandro. colocaba la materia indeterminada, pone Anaxímenes, de nuevo, un elemento natural determinado, es decir, restablece lo absoluto en una forma real, que ahora, en vez del agua de Tales, es el aire.” “el aire tiene, al mismo tiempo, la ventaja de poseer una mayor ausencia de forma: tiene menos de cuerpo que el agua, pues no lo vemos, sino que nos damos cuenta solamente de sus movimientos.” Chegamos mais perto do vácuo e, com isso, do nada.

Anaxímenes señala muy bien la naturaleza de su esencia a la luz del alma, con lo que, en cierto modo, viene a poner de manifiesto el tránsito de la filosofía de la naturaleza a la filosofía de la conciencia o la aparición de la modalidad objetiva de la esencia primigenia.” “el alma es este medio general, una multitud de representaciones que desaparecen y se manifiestan sin que cesen esta unidad y esta continuidad; es tanto activa como pasiva, hace que las representaciones se dispersen de su unidad y se levanten y se hagan presentes en su infinitud, de tal manera que el significado negativo y positivo coinciden. Esta naturaleza de la esencia primigenia es proclamada más precisamente y no sólo a modo de un símil por Anaxágoras, discípulo de Anaxímenes.

Asimismo aparecen citados entre los filósofos jonios un Diógenes de Apolonia,¹ un Hípaso y un Arquelao; pero lo único que de ellos conocemos son sus nombres y su adscripción a tal o cual principio.”

¹ Primeira citação deste que é, dentre os 4 filósofos/historiadores chamadas Diógenes e que se conhecem, do mundo antigo, o mais obscuro de todos. Do quarteto, o cínico é o mais célebre (ele é citado mais abaixo).

Pero ninguno—dice Aristóteles (Metafísica, I, 8)—señala como principio la tierra, por considerarla como el más complejo de los elementos.”

Es cierto que la materia misma es inmaterial, como esta reflexión en la conciencia; pero aquéllos no saben que lo que ellos proclaman es una esencia de la conciencia.”

Esta crítica sigue siendo valedera todavía hoy, cuando lo absoluto se concibe como una sustancia rígida. Aristóteles dice que a base de la materia como tal, a base del agua como algo que no se mueve a sí mismo, no es posible llegar a comprender el cambio como tal; y reprocha, concretamente, a los filósofos antiguos el no haber investigado el principio del movimiento, que es el que inmediatamente hay que indagar. Se echa totalmente de menos, en esta concepción, el fin remoto y, en general, el criterio de la actividad”

Hesíodo dice que la tierra fue el primer elemento corpóreo, lo que indica cuán antigua y verdaderamente popular es esta concepción.” Arist.

ADENTRA EM CENA O PERSONAGEM MAIS CRÍPTICO E MISTERIOSO: “Los neopitagóricos de tiempos posteriores escribieron muchas y extensas biografías de Pitágoras, extendiéndose con gran prolijidad en lo tocante a la Liga pitagórica; pero hay que proceder con gran prudencia, no dando crédito como históricas a estas noticias, muchas veces desfiguradas. La vida de Pitágoras se presenta ante nosotros, en la historia, a través de las representaciones de los primeros siglos posteriores al nacimiento de Cristo, más o menos en el mismo estilo en que es relatada la vida del propio Jesucristo, sobre el terreno de la realidad vulgar y no en una atmósfera poética, como una mezcla de muchas fábulas maravillosas y llenas de aventuras, como una trama híbrida de representaciones orientales y occidentales.” “Su figura aparece ante nosotros adornada con todas las cualidades de la magia, como una mezcla de dotes naturales y sobrenaturales, como un revoltijo misterioso de turbias y confusas representaciones imaginativas y de sueños absurdos propios de cerebros trastornados.

Y tan tergiversada como la historia de su vida llega a nosotros su filosofía, con la que aparecen mezcladas y revueltas todas las turbias cavilaciones del confusionismo y el alegorismo cristianos. La incorporación de Platón al mundo cristiano presenta, en cambio, un carácter muy nítido y totalmente distinto.”

Así considerada, la filosofía pitagórica, vista a través de las noticias que de ella recibimos, puede ser reputada, asimismo, como un engendro oscuro e inseguro de cerebros turbios y vacuos. Pero, afortunadamente, [será?] conocemos el lado teórico-especulativo de ella, y lo conocemos a través de las obras de Aristóteles y Sexto Empírico, quienes se ocuparon mucho de esta filosofía. Y aunque los pitagóricos de una época posterior insulten a Aristóteles por la exposición que hace del pitagorismo, no cabe duda de que aquel gran pensador está muy por encima de este griterío”

Pero, en primer lugar, no ha llegado a nosotros ninguna obra de Pitágoras y, en segundo lugar, es dudoso que llegara realmente a escribir algunaÀs vezes era só uma pegadinha de estudantes, e deram o nome de Pitágoras a um burro que era o mascote oficial da seita!

Diógenes Laercio (VIII, 1-3, 45) nos dice que floreció alrededor de la 60ª Olimpíada (540 a.C.): su nacimiento se sitúa, generalmente, en la 49ª o 50ª Olimpíada (584 a.C.), aunque Larcher, en Tennemann (t. I, pp. 413-414) lo coloca bastante antes, en la 43ª Olimpíada (43, 1, es decir, en el año 608 a.C.)”

Este Zalmoxis [pai de Pitágoras, o primeiro troll] se hizo construir, al parecer, una morada subterránea, en la que se sustrajo a las miradas de sus súbditos, reapareciendo al cabo de 4 años, (Porfirio) con lo cual hizo que los getas creyeran en la inmortalidad.”

Los relatos de otros viajes al interior del Asia, a las tierras de los magos persas y de los indios, parecen tener un carácter completamente fabuloso, aunque los viajes eran considerados en aquel entonces, igual que ahora, como un medio de procurarse cultura. Y como Pitágoras viajaba con propósitos científicos, se cuenta de él que se hizo iniciar en casi todos los misterios de los griegos y los bárbaros y que fue recibido, asimismo, en la orden o la casta de los sacerdotes egipcios.” HAHAHAHAHA – O PAN-POLITEÍSTA

COM O PERDÃO DO TROCADILHO ÀS AVESSAS, MAS O ITALIANO É MUITO CRENTE! “En efecto, los milagros que cuentan de Pitágoras se asemejan mucho, en parte al menos, a los del Nuevo Testamento, con la notoria intención de mejorarlos; y hay que reconocer que, muchos de ellos, se acreditan por su mal gusto.”

Aseguran que Pitágoras produjo una impresión tan poderosa y general sobre los espíritus de los itálicos, que todas las ciudades, siguiendo sus consejos, se prestaron a corregir sus costumbres licenciosas y corrompidas, y los tiranos depusieron voluntariamente su poder o fueron desalojados de él. Y estos biógrafos incurren en errores e inexactitudes históricos tan burdos como el de convertir a Carondas y Zaleuco en discípulos de Pitágoras, a pesar de haber vivido mucho tiempo antes que éste”

Me deparei com um parágrafo em que Hegel de repente solta, quase literalmente: seguir a última moda do vestuário (“as normas externas do igual e do geral”) é (o) racional, a propósito de uma certa fama dândi de Pitágoras!

Los miembros de la orden eran sometidos a una educación especial y se establecía entre ellos una división en la que se separaban los exotéricos de los esotéricos: los segundos estaban ya iniciados en los más altos principios de la ciencia y también en las actividades políticas, ya que los planes políticos no eran ajenos a la sociedad pitagórica; los primeros tenían que pasar por un noviciado que duraba 5 años.”

HEGEL ON EDUCATION: “En general, podemos afirmar que este deber de abstenerse de charlatanerías es condición esencial de toda formación espiritual y de todo aprendizaje; es necesario empezar por saber asimilarse los pensamientos de otros, renunciando de momento a tener ideas propias. Suele decirse que la inteligencia se desarrolla por medio de preguntas, objecciones y respuestas, etc.; en realidad, no se desarrolla así, sino que se exterioriza de este modo. [A ‘má-fé’ da postura do estudante atento em Sartre!] La interioridad del hombre se adquiere y desarrolla a través de la formación; por el hecho de que el hombre se atenga silenciosamente a sí mismo, no se empobrecen sus pensamientos ni se amortigua la vivacidad de su espíritu.”

Por lo demás, no existían, entonces, ciencias de ninguna clase, ni una filosofía, ni una matemática, ni una jurisprudencia, ni ciencia alguna, sino solamente tesis y conocimientos sueltos. Las enseñanzas de la época versaban solamente sobre cómo se debían manejar las armas, sobre tales o cuales filosofemas, sobre la música, sobre el modo de cantar los poemas de Homero o Hesíodo, los cantos en versos de tres pies, etc., o en torno a otras artes; enseñanza organizada de un modo muy distinto. § Por eso, cuando se dice que Pitágoras introdujo la enseñanza de las ciencias en un pueblo científicamente inculto, pero nada romo, sino, por el contrario, extraordinariamente despierto, naturalmente culto y muy comunicativo, como eran los griegos, habría que señalar las circunstancias externas de esta enseñanza”

Esto obligaba a Pitágoras a recurrir a una forma especial, pues era la primera vez que un maestro, en Grecia, aspiraba a una totalidad, a inculcar a sus discípulos un nuevo principio mediante la educación de la inteligencia, del ánimo y de la voluntad. Por eso, esta convivencia no abarcaba solamente el lado de la enseñanza y del adiestramiento en las capacidades y aptitudes exteriores, sino también el referente a la formación moral del hombre práctico. Ahora bien, todo lo que se refiere a lo moral, mejor dicho siempre y cuando que se conciba conscientemente en este sentido, parece algo formal o se convierte efectivamente en algo formal, pues lo formal es algo general que se enfrenta al individuo. Así le parece, especialmente, a quien compara lo general con lo particular y reflexiona conscientemente acerca de uno y otro; pero esta diferencia desaparece para quien vive dentro de ello, para aquel que hace de ello una costumbre.”

En primer lugar, se nos dice que vestían todos del mismo modo, túnicas blancas de lino, como Pitágoras. Sus actos se ajustaban a un determinado reglamento o plan de distribución del tiempo, en que cada hora tenía su trabajo marcado: por la mañana temprano, inmediatamente después de levantarse, debían evocar rápidamente lo que habían hecho el día anterior, ya que esto se halla estrechamente entrelazado a las tareas del nuevo día; esta reflexión acerca de sí mismos o este examen de conciencia era también tarea vespertina: al atardecer, los alumnos debían recapacitar acerca de lo hecho durante el día y reflexionar si habían obrado mal o bien.”

al parecer, los alimentos principales de los pitagóricos eran la miel y el pan y la bebida predilecta y casi única el agua; todo parece indicar que no probaban la carne, abstinencia esta que se pone en relación con la teoría de la transmigración de las almas; y entre los alimentos vegetales establecían también algunas distinciones, absteniéndose, por ejemplo, de comer judías. [vagem] El respeto que sentían por esta planta hacíales objeto de burlas, pero sabemos que, al ser destruida la Liga pitagórica, varios miembros de ella, perseguidos, prefirieron dejarse matar antes que pisotear un plantío de judías. (Porfirio; Jámblico; Diógenes Laercio)”

Dícese que Pitágoras suscitó las envidias de los poderosos y fue acusado de tener segundas intenciones; no podía admitirse que los miembros de su sociedad no perteneciesen por entero a la ciudad de que formaban parte, sino a otra especie de ciudad creada en el seno de ella.” Poxa, por que não tentou uma PPP (parceria público-privada)?

en Egipto y en Asia, el aislamiento y la influencia de la casta sacerdotal eran lo natural, pero un país como la libre Grecia se avenía mal con este régimen oriental de castas.”

Dentro de la vida colectiva del Estado griego no pueden surgir o mantenerse individuos o grupos aparte, que profesen principios especiales y, mucho menos, misterios propios, que se diferencien de los demás por su modo exterior de vivir o por su modo de vestir, pues el Estado helénico es una asociación abierta y común, que se cifra precisamente en la comunidad de los principios y del régimen de vida”

Pero lo fundamental, para nosotros, es la filosofía pitagórica, no tanto la del propio Pitágoras como la de los pitagóricos, tal como se expresan Aristóteles y Sexto; claro está que hay que distinguir entre ambas cosas, y el cotejo de lo que pasa por ser la doctrina pitagórica revela inmediatamente una serie de diferencias y discrepancias, con las que nos encontraremos en su momento.” Me parece mais difícil determinar um Pitágoras histórico do que um Sócrates histórico… Há casos em que menor número de fontes é salutar, na contra-mão do senso comum; ainda mais quando dentre os poucos indivíduos encarregados de perfilar Sócrates temos Platão e Xenofonte; ainda que tenham distorcido ou caricaturado alguns pontos, estão longe de ser fanáticos. Platão, ao menos, tem uma agenda própria, o que permite certo nível de isenção e distanciamento em relação ao outrora mestre.

La historia nos habla de muchos continuadores de Pitágoras, como Alcmeón y Filolao, que introdujeron nuevos criterios en la doctrina de su maestro; y en muchas otras exposiciones resaltan los rasgos de lo simple, lo no desenvuelto, comparadas con otras ulteriores y más desarrolladas, en las que el pensamiento se manifiesta ya de un modo más claro y poderoso. No es necesario, sin embargo, que entremos a analizar lo que hay de histórico en estas diferencias, sino que bastará con que examinemos la filosofía pitagórica en su conjunto. Asimismo, debemos prescindir de lo que procede, manifiestamente, de los neoplatónicos y los neopitagóricos; para ello, disponemos de fuentes anteriores a este período, sobre todo las detalladas exposiciones con que nos encontramos en Aristóteles y en Sexto.” O método é o mesmo de Littré em relação a Hipócrates.

A primera vista, tiene que parecernos, por fuerza, sorprendente la audacia de semejante afirmación, por la que se echa por tierra de golpe todo lo que viene considerándose como verdadero y esencial, anulándose de pronto la esencia sensible, para convertirla, sencillamente, en la esencia del pensamiento. La esencia es expresada, aquí, como algo ajeno a los sentidos, y se proclama como sustancia y ser verdadero algo completamente heterogéneo con respecto a lo sensible, a lo que suele considerarse como esencial. Pero por esta vía, precisamente, se establece la necesidad tanto de convertir en concepto el número mismo como de representar el movimiento de su unidad con el ente, ya que el número no se nos presenta como algo que forma una unidad inmediata con el concepto.”

Este sistema de enseñanza por medio de los números, por tratarse de la primera filosofía, acabó desapareciendo por los misterios que encierra; más tarde, Platón, Espeusipo, Aristóteles y otros arrebataron sus frutos a los pitagóricos por medio de aplicaciones más fáciles.” Moderato

Los números aritméticos corresponden a determinaciones del pensamiento, ya que el número tiene por elemento y principio la unidad, y ésta es una categoría del ser para sí, de lo que es, por tanto, idéntico consigo mismo y que, por ello, excluye de su seno a todo lo demás y es indiferente ante ello.”

el concepto en su más alta exterioridad, en la modalidad de lo cuantitativo, de la diferencia indiferente; la unidad abriga, en ese sentido, tanto el principio del pensamiento como el de la materialidad o la determinación de lo sensible.” “en el número 3, por ejemplo, hay siempre tres unidades, cada una de las cuales es independiente con respecto a las otras dos; y en esto reside lo defectuoso y lo misterioso.”

Ahora bien, ¿cómo dieron en la ocurrencia de considerar los números como la esencia primigenia o como los conceptos absolutos? Nos lo indica con cierta precisión lo que Aristóteles dice acerca de esto en su Metafísica (I, 5), si bien se expresa aquí de un modo resumido, remitiéndose a lo que acerca de esto dice en otro lugar (Metaf. I, 9; v. infra, p. 196): ‘Creían ver en los números una semejanza mayor con lo que es y lo que acaece que en el fuego, el agua y la tierra, ya que la justicia constituye una cierta cualidad de los números, y lo mismo el alma, el entendimiento, otra la oportunidad, y así sucesivamente. Y como, además, veían en los números las cualidades y las proporciones de las cosas, lo armónico, y los consideraban como lo primordial en todas las cosas de la naturaleza, acabaron considerándolos como los elementos de todo y al cielo, en su conjunto, como armonía y número.’

Según Heráclito, todo lo sensible fluye, razón por la cual no puede haber una ciencia de lo sensible; de esta convicción nació la teoría de las ideas. Sócrates fue el primero que determinó lo general por medio de inducciones; antes, los pitagóricos tocaron solamente unas cuantas cosas, reduciendo sus conceptos a números: por ejemplo, el concepto de la oportunidad,¹ el del derecho, el del matrimonio, etc.” Metafísica XIII

¹ Em números? Jogo do bicho? Hahaha…

La primera determinación es la unidad en general, la segunda la dualidad o la contraposición. Es extraordinariamente importante reducir la infinita variedad de las formas y determinaciones de lo finito a sus pensamientos generales como a los principios más simples de toda determinación; no se trata, aquí, de diferencias de las cosas entre sí, sino de diferencias esenciales y generales de suyo. Los objetos empíricos se distinguen por su forma externa: este trozo de papel se distingue por ella de otro trozo de papel, los colores por sus matices, los hombres por sus diferencias de temperamento, de individualidad. Pero estas determinaciones no representan diferencias esenciales; podrán ser esenciales en cuanto a determinadas particularidades de estas cosas, pero estas particularidades absolutamente determinadas no representan una existencia esencial en y para sí; solamente lo general es lo sustancial, lo que se mantiene a sí mismo.”

Las determinaciones generales se descubren y establecen solamente a base de un procedimiento totalmente dogmático; son, por ello, determinaciones secas, desligadas de todo proceso, no dialécticas, sino inertes.”

Todos los números entran de suyo en el concepto de la unidad, pues la dualidad es una dualidad, la trinidad una trinidad y el número 10 un grupo de números. Esto movió a Pitágoras a ver en la unidad el principio de todas las cosas, viendo en cada una de ellas, por participar de este concepto, una unidad.” Sexto E.

Esta curiosa relación de la unidad totalmente abstracta con la existencia concreta de las cosas es lo que los pitagóricos expresan con el término de imitación.”

Fueron ellos quienes determinaron y precisaron, aunque de un modo inadecuado, los conceptos abstractos y simples, ofreciendo en su tabla de las categorías una mezcla de contraposiciones de la representación y del concepto, sin ninguna deducción ulterior.”

Lo especulativo se manifiesta, aquí, como especulativo; quien no conozca lo especulativo jamás podrá comprender que mediante la expresión de conceptos tan simples se proclame la esencia absoluta. Lo uno, lo múltiple, lo igual, lo desigual, el más, el menos, son momentos triviales, vacíos, secos; a quien se halle habituado a verlo todo a través de representaciones, a quien no sepa remontarse de la esencia sensible al pensamiento, no le parecerá que en sus relaciones se hallen comprendidas la esencia absoluta, la riqueza y la organización tanto del mundo de la naturaleza como del mundo del espíritu”

Este concepto simple y esencial de la realidad es la exaltación al plano del pensamiento, pero no como una evasión de lo real, sino expresando lo real mismo en su esencia.” Ó, grandes pitagóricos! Deixaram os hindus comendo poeira!… E no entanto muitos ascetas vivem de menos do que isso…

De 2 decimos que son ambos, pero no todos; para que podamos decir todos, tiene que haber 3.” Arist.

“…Si así lo haces,

Te guiará por la senda de la virtud divina. Lo juro

Por Aquel que ha infundido a nuestro espíritu el tetraktis

En cuyo seno se hallan las fuentes y las raíces de la eterna naturaleza.”

Poema de um neófito Empédocles, antes de abandonar o pitagorismo

El número divino sigue desarrollándose,

Hasta que de la santidad no consagrada del Uno

Llega al divino Cuatro, que engendra a la madre de Todo,

A la que concibe el Todo, la antigua frontera del Todo,

Infatigable e inagotable; a ésta se la llama el sagrado Diez.” Proclo

Es cierto que existen también diferencias cualitativas, por ejemplo entre los tonos del metal y las cuerdas de tripa, entre las voces humanas y los instrumentos de viento; pero la verdadera relación musical entre los diversos tonos de un mismo instrumento, sobre lo que descansa la armonía, es, indudablemente, una relación numérica.

Partiendo de aquí, los pitagóricos entran en ulteriores desarrollos de la teoría musical, en los que no hemos de seguirlos. La ley apriorística del desarrollo y la necesidad del movimiento en las relaciones numéricas es algo que permanece completamente en la sombra y en lo que sólo pueden andar a tientas los cerebros turbios: por todas partes se vislumbran los conceptos y las consonancias superficiales entre ellos, pero para esfumarse de nuevo.”

ya en tiempo de Cicerón se habían convertido en algo proverbial por su oscuridad, y es muy poco lo que en ellos podamos considerar como verdaderamente antiguo.”

Así como consideraban el número 10 como el número perfecto, como la suma y compendio de toda la naturaleza de los números, decían que eran también 10 las esferas que se movían en el cielo, y no siendo visibles más que 9, inventaban, para que fueran 10, la llamada antitierra.” Metafísica

Estas 10 esferas de que habla Aristóteles son: la Vía Láctea o las estrellas fijas, los 7 astros conocidos entonces, todos ellos, como planetas: Saturno, Júpiter, Marte, Venus, Mercurio, el sol y la luna y, por último, en noveno lugar, la tierra; la 10ª era, pues, la ‘antitierra’

Los pitagóricos colocaban en el centro el fuego y veían en la tierra una estrella que se movía circularmente en torno a aquel fuego central” De coelo, II

un gran coral armónico del universo.” Bolas do meu pau de ábaco sonoro…

Se apunta aquí la idea de un sistema del universo; para nosotros, sólo el sistema solar es racional, mientras que a las demás estrellas no se les puede reconocer dignidad alguna.”

habituados a sus sones como el herrero a su martilleo”

conocemos, a través de Keplero, las leyes, la excentricidad y cómo se relacionan entre sí las distancias y los tiempos de la rotación; pero todavía las matemáticas no han sido capaces de determinar la ley de desarrollo con arreglo a la cual se determinan estos intervalos.” “la astronomía no ha podido descubrir todavía en ello una serie consecuente, racional; lejos de ello, mira con desprecio a la exposición regular de esa serie, que es por sí misma un punto extraordinariamente importante, que no debe ser abandonado.”

CAPACHO DOS GUILHERMES: “Hoy se pretende, por el contrario, mantener la educación libre del espíritu de la época; pero el hombre no puede sustraerse a este supremo poder del Estado, sino que se halla, por mucho que trate de aislarse, sometido inconscientemente a esto general.”

un formalismo parecido, en cierto modo, a los esquemas de la electricidad, el magnetismo, el galvanismo, la condensación y la expansión, lo masculino y lo femenino, en que algunos quieren basarlo, hoy, todo: una determinabilidad puramente vacua, cuando de lo que se trata o debe tratarse es de lo real.” Por supuesto: del Estado!

ELEATAS: “Encontramos aquí el punto de arranque de la dialéctica, o sea de lo que constituye precisamente el movimiento puro del pensamiento en conceptos: y, con ello, el comienzo de la contraposición del pensamiento frente al fenómeno o al ser sensible, de lo que es en sí frente al ser para otro de este en sí: y en la esencia objetiva, la contradicción que en sí mismo entraña y que es la verdadera dialéctica.”

La determinación del ser es, para nosotros, algo conocido y trivial”

Inmóvil es lo que no es, pues en ello no se da otra cosa alguna, ni se convierte tampoco en ninguna otra cosa; sólo lo vario es móvil, pues para ello hace falta que lo uno se mueva hacia lo otro.”

Jamás nació ni nacerá varón alguno

que conozca de vista cierta lo que yo digo

sobre los dioses y sobre las cosas todas;

porque, aunque acierte a declarar las cosas

de la más perfecta manera,

él, en verdad, nada sabe de vista.

Todas las cosas ya por el contrario

Con Opinión están prendidas.”

Citação de Sexto, provavelmente corruptela de Parmênides.

Uno de los datos más importantes que de su vida conocemos es el viaje que hizo con Zenón a Atenas, donde Platón los presenta, en uno de sus diálogos, conversando con Sócrates.” E tomas tal poema como a verdade absoluta? Pois acertaste em cheio: nada mais sensato!

Conviene advertir que Platón, cuando habla concretamente de la escuela de los eléatas, no se refiere nunca a Jenófanes, sino solamente a Meliso y Parménides. Por lo demás, al asignar a Parménides el papel principal del diálogo que lleva por título su nombre, poniendo en boca de este pensador eleático la más sublime dialéctica, Platón obra movido por consideraciones que no son de este lugar.” Que lugar?

El primer fragmento largo que encontramos en Sexto (Adv. Math. VII, 111) es una introducción alegórica a su poesía sobre la naturaleza. Esta introducción tiene un tono mayestático, nos revela la manera literaria de aquel tiempo y denota, en su conjunto, un alma enérgica y violenta, que lucha con la esencia, en un formidable esfuerzo por captarla y proclamarla.”

la verdadera filosofía comienza, en rigor, con Parménides.” Pouco cito Parmênides aqui, em que pese ser O MAIS IMPORTANTE DOS PRÉ-SOCRÁTICOS, por já ter publicado no blog posts dedicados ao autor.

Zenão era supervalorado pela filosofia e historiografia da época de Hegel.

Las circunstancias de la conducta final del filósofo, que fueron las de una violenta y colérica reacción de los sentidos, aparecen relatadas de diversos modos. Se dice que, haciendo ademán de querer decir algo al oído al tirano, le mordió en la oreja, sin soltarlo, hasta que los demás le dieron muerte.” “Otros relatos dan la versión de que, al ser sometido a los más espantosos martirios después de aquella respuesta, se amputó la lengua de una dentellada y se la escupió a la cara al tirano, como para decirle que no conseguiría arrancarle una sola palabra, después de lo cual se dice que su cuerpo fue aplastado en un mortero.”

[he] escrito esto más bien contra quienes tratan de ridiculizar la tesis de Parménides, poniendo de manifiesto qué ridículos y contradicciones se desprenden contra ellos mismos de su afirmación; combato, por tanto, a aquellos que predican el ser de lo múltiple, para demostrar que, partiendo de aquí, se llega a consecuencias mucho más disparatadas que arrancando de la proposición de Parménides.”

AO MENOS H. SOUBE PENSAR O <PARADOXO>: “Cuando Aristóteles dice que Zenón negaba el movimiento porque éste encerraba una contradicción interna, no debe interpretarse esto en el sentido de que el movimiento no sea en absoluto.” “el movimiento tiene certeza sensible, tan cierto como que hay elefantes: en este sentido, no podía ocurrírsele a Zenón negar el movimiento.” “Desde este punto de vista deben interpretarse las proposiciones de Zenón, y no como objeciones contra la realidad del movimiento, aunque a primera vista parezcan eso, sino como una manera necesaria de determinar el movimiento y cómo se debe proceder para ello.”

Es sabido con qué sencillez refutaba estas pruebas de la contradicción del movimiento Diógenes de Sinope, el cínico: se levantaba sin decir una palabra y se ponía a pasearse silenciosamente de arriba abajo, refutando así semejantes argumentaciones con hechos.”

Vemos aquí ante nosotros lo infinito malo o la manifestación pura, cuya esencia simple pone de relieve la filosofía como concepto general, manifestarse en primer lugar desarrollado en su contradicción, y a su historia adquirir la conciencia de esta contradicción; el movimiento, esta misma manifestación pura, aparece como algo pensado, puesto con arreglo a su esencia, a saber: en lo que lo diferencia de la pura identidad consigo mismo y de la pura negatividad, del punto frente a la continuidad. Para nosotros, no envuelve contradicción alguna en la representación el que el aquí del espacio o el ahora del tiempo se establezcan como una continuidad y una longitud; pero su concepto es algo contradictorio consigo mismo.”

o ponto é o puro ser para si (pura aparência)”

Al decir ‘hasta el infinito’, nos representamos un más allá, fuera de nuestra representación, al que no es posible llegar. Trátase, indudablemente, de un trascender sin fin, infinito, pero presente en el concepto: un trascender de una determinabilidad contrapuesta a otra, de la continuidad a la negatividad, de la negatividad a la continuidad, pero ambas se hallan ante nosotros.”

Bayle (tomo IV, art. Zénon, nota E), dice, refiriéndose a la respuesta [refutação] de Aristóteles que es pitoyable.”

En eso consiste precisamente lo infinito: en que ninguno de sus momentos tiene realidad.”

Lo representado como tal o en cuanto imagen de la representación no es una cosa; no tiene ser alguno, ni es tampoco la nada.” “La división del espacio como ser dividido no es absoluta puntualidad, ni la continuidad pura lo indiviso e indivisible; del mismo modo, el tiempo no es la negatividad o puntualidad pura, sino que es también continuidad.”

el movimiento mismo no es otra cosa que esta unidad real en la contraposición y el desdoblamiento de ambos momentos en esta unidad.”

Se concede como indiscutible que no hay más remedio que llegar a la mitad; pero, con ello, se ha concedido todo lo que se postula, es decir, el no llegar, pues una vez dicho aquello, es como si se dijera infinidad de veces.” “en la hipótesis de la mitad va ya implícita la interrupción de la continuidad.” “La continuidad se atomiza en lo contrario de ella, en la cantidad indeterminada”

el moverse quiere decir encontrarse en este lugar y no encontrarse en él, es decir, encontrarse en los 2 lugares al mismo tiempo; es la continuidad del espacio y del tiempo, sin la cual el movimiento no sería posible.”

tanto da que, dentro del espacio absoluto, el ojo se mueva o se esté quieto.”

las antinomias de Kant no son otra cosa que lo ya expresado aquí por Zenón.”

el contenido de la conciencia sólo es un fenómeno, nada verdadero”

¿Acaso no valéis vosotros más que los gorriones?”

Abandonamos aquí la escuela eleática, que se continúa en Leucipo y, de otra parte, con los sofistas, quienes hacen extensivos a toda la realidad los conceptos de los eléatas y señalan la actitud que la conciencia adopta ante ella, mientras que aquél, como continuador tardío del concepto en su abstracción, adopta una actitud física frente a la conciencia.”

Dejando a un lado a los jonios, quienes aún no concebían lo absoluto como pensamiento, y a los pitagóricos, nos encontramos con el ser puro de los eléatas y con la dialéctica, que destruye y supera todas las relaciones finitas: para los eléatas, el pensamiento es el proceso de tales fenómenos, el mundo en sí mismo lo que se manifiesta y sólo el ser puro lo verdadero. La dialéctica de Zenón capta, pues, las determinaciones que van implícitas en el mismo contenido; pero puede ser llamada también dialéctica subjetiva en cuanto que corre a cargo del sujeto pensante y en cuanto que lo uno, sin este movimiento de la dialéctica, no es más que intensidad abstracta.”

O OCIDENTAL OBSCURO COM RETINTOS ORIENTAIS: “Heráclito, por su parte, concibe lo absoluto mismo como este proceso de la dialéctica.”

El progreso necesario realizado por Heráclito consiste en haber pasado del ser como primer pensamiento inmediato a la determinación del devenir, como el segundo”

Divisamos, por fin, tierra; no hay, en Heráclito, una sola proposición que nosotros no hayamos procurado recoger en nuestra Lógica.”

con él comienza la separación y el retraimiento del filósofo de los negocios públicos y los intereses de la patria, para entregarse por entero, en una vida de soledad, a la filosofía.”

Bien merecido les estaría a los efesios en la edad adulta ahorcarse y abandonar a los niños la ciudad, a ellos que han expulsado a Hermodoro, el varón más eficaz de los suyos, diciendo: ‘no haya entre nosotros ninguno más eficaz; si lo hay, que sea en otra parte y entre otros’ Heráclito apud Cicerón, Diógenes Laercio

Sus conciudadanos lo invitaron a participar en los negocios públicos de la ciudad, pero él se negó a hacerlo, por no aprobar su constitución, sus leyes ni su gobierno.” Diógenes

La única obra compuesta por este filósofo y que, según nos informa Diógenes (IX, 12 y 6), llevaba por título, según unos, Las musas y, según otros, Sobre la naturaleza, fue depositada por él en el templo de la Diana de Éfeso. Parece que esta obra existía aún en tiempos posteriores; los fragmentos que han llegado a nosotros aparecen reunidos en la Poësis philosophica de Stephanus (pp. 129 ss.).” “Creuzer nos había hecho concebir la esperanza de estudiar a este filósofo con mayor sentido crítico y un conocimiento más a fondo de su lenguaje, a base de una colección de textos más completa, tomada principalmente de los gramáticos; pero, habiendo encomendado este trabajo, por falta de tiempo, a un erudito joven, que fue sorprendido por la muerte, el estudio proyectado no ha llegado al público. Semejantes colecciones suelen ser demasiado prolijas; contienen una gran masa de erudición, y es más fácil, por lo general, escribirlas que leerlas.”

Pero esto de escribir oscuro deliberadamente no sería más que una necedad; es, sin embargo, simplemente la necedad del propio Cicerón, que trata de imputarla al filósofo de Éfeso.”

No hay manera de saber cuándo una palabra pertenece a la oración anterior o a la posterior.” Aristóteles, Ret. III, 5.

Sin embargo, lo que hay de oscuro en esta filosofía se debe, principalmente, a que se expresa en ella un pensamiento profundo, especulativo; el concepto, la idea, se escapan al entendimiento, no pueden ser captadas por él; en cambio, la matemática la comprende con gran facilidad.”

En Heráclito vemos ahora la consumación de la conciencia anterior, el perfeccionamiento de la idea hasta la totalidad, que es el comienzo de la filosofía, en cuanto que este comienzo proclama la esencia de la idea, el concepto de lo infinito, del ser en y para sí, como lo que es, a saber: como la unidad de lo contrapuesto. De Heráclito data la idea permanente, que es la misma en todos los filósofos hasta nuestros días”

Gran pensamiento este de pasar del ser al devenir, aun cuando, por ser la primera unidad de determinaciones opuestas, sea todavía un pensamiento abstracto. Aquí, estas determinaciones aparecen como algo inquieto y llevan consigo, por tanto, el principio de la vida, con lo cual queda superada la falta de movimiento que Aristóteles ponía de relieve en las filosofías anteriores, y el movimiento mismo se eleva a principio. Por tanto, esta filosofía no se proyecta sobre el pasado, su principio es esencial y por eso figura en nuestra Lógica al comienzo, inmediatamente después del ser y de la nada.”

El entendimiento aísla tanto al ser como al no ser como verdaderos y válidos; la razón, por el contrario, conoce al uno en el otro, ve al otro contenido en el uno. Si no tomamos la representación del ente lleno, vemos que el ser puro es el pensamiento simple, en el que se niega todo lo determinado, lo absolutamente negativo; la nada, en cambio, es lo mismo, precisamente este algo igual a sí mismo.”

O entendimento isola tanto o ser como o não-ser como (conteúdos) verdadeiros e válidos; a razão, ao contrário, conhece o um no outro, vê o outro contido no um. Se não tomamos a representação do ente cheio (pleno), vemos que o ser puro é o pensamento simples, no qual se nega todo o determinado, o absolutamente negativo; o nada, em compensação, é o mesmo, precisamente este algo igual a si mesmo.”

Estamos ante el tránsito absoluto a lo opuesto, al que Zenón no llegó, puesto que se detuvo en la tesis de que ‘de la nada no se genera nada’; en cambio, en Heráclito el momento de la negatividad es inmanente, y en torno a ello gira el concepto de toda la filosofía.”

Estamos diante do trânsito absoluto ao oposto, ao que Zenão não chegou, posto que se deteve na tese de que ‘do nada não se gera nada’; em Heráclito o momento da negatividade é imanente, e em torno dele gira o conceito de toda a filosofia.”

O contrário reside no mesmo, e assim, p.ex., o mel é doce e amargo.”

o infinito morto é uma abstração ruim, comparada com esta profundidade com que nos encontramos em Heráclito.”

EU VEJO POR TRÁS DE TUA ASTÚCIA DE MAIA, H.! “La subjetividad, por ejemplo, es lo otro con respecto a la objetividad y no con respecto a un pedazo de papel, supongamos, lo cual sería absurdo”

claro está que esto resulta siempre difícil y oscuro para el entendimiento, que tiende a considerar por sí mismo y separadamente el ser y el no ser, lo subjetivo y lo objetivo, lo real y lo ideal.” Premissa ensaboada.

además de esta forma general en que expresa su principio, sabe dar a su idea una forma más real, más natural; de aquí que, a veces, se le incluya todavía entre los pensadores de la escuela jónica de filósofos de la naturaleza.”

o tempo é o não-ser imediatamente no ser e o ser imediatamente no não-ser” “No tempo não é o passado nem o futuro, senão que o agora: e isto é precisamente para não ser como algo já passado; e este não ser permuta também em ser, enquanto futuro.”

FIERCE FIRE: “El fuego es el tiempo físico, la movilidad absoluta, la disolución absoluta de lo existente: la destrucción de lo otro, pero también de sí mismo; y así, podemos comprender por qué Heráclito, partiendo de su determinación fundamental, afirma con toda consecuencia el fuego como el concepto del proceso.” “he aquí por qué Heráclito emplea también, para designar este proceso, la palabra precisa de evaporación, aunque la expresión más exacta sería la de tránsito.”

Así, pues, en la hostilidad entre los hombres se impone uno como independiente frente a los demás, o es para sí, se realiza en general; en cambio, la armonía y la paz es el hundirse del ser para sí en la indiferenciabilidad o en la no-realidad. Todo es trinidad y, al mismo tiempo, sin embargo, unidad esencial” Na hora de tirar um 10, Hegel viaja.

Tenemos, pues, ante nosotros, en general, una metamorfosis del fuego. Pero estas expresiones orientales, figuradas, no deben tomarse, tal como Heráclito las emplea, en un sentido directo, toscamente sensorial, como si estos cambios se manifestasen a la percepción externa, sino que forman la naturaleza de estos elementos, con arreglo a la cual la tierra crea eternamente su sol y sus cometas.”

Este mundo, el mismo para todos, no lo hizo ninguno de los dioses ni de los hombres, sino que ha sido eternamente y es y será un fuego eternamente viviente, que se enciende según medidas y se apaga según medidas.” apud Clemente de Alexandria, Stromata

La extinción del alma, del fuego en el agua, la combustión que se convierte en producto aparece falsamente explicada por algunos, por ejemplo por Diógenes Laercio, Eusebio y Tennemann como una combustión del universo. Pero nos parece que es más bien una figura de la fantasía lo que Heráclito dice, según se nos cuenta, de un incendio del universo, de que el mundo habrá de convertirse en fuego al cabo de cierto tiempo (…) A la luz de los pasajes más concretos, (Estobeo) podemos afirmar que Heráclito no se refiere, en realidad, a este incendio del universo, sino más bien a esta continua combustión como el proceso del devenir de la amistad, la vida general y el proceso general del universo.”

Nos detendremos un momento en este punto, ya que con esto se expresa, de un modo general, todo concepto de la consideración especulativa de la naturaleza.” “Es falso ver en lo especulativo algo que sólo existe en el pensamiento o en el interior de nosotros, no se sabe dónde.”

SOBRE O EMPIRISMO FÍSICO-QUÍMICO: “Como ocurre siempre que se expresan los resultados de la percepción y la experiencia, cuando el hombre los proclama, hay en ellos un concepto; concepto que no es posible descartar, sino que se mantiene siempre en la conciencia, con un tinte de generalidad y de verdad. La esencia no es, precisamente, otra cosa que el concepto; pero este concepto sólo se revela como concepto absoluto a la razón formada, y no cuando, como aquí sucede, permanece prisionero dentro de una determinabilidad.” A seguir, polêmicas de experimentos de época, ininteligíveis para nós hoje: “los higrómetros, botellas llenas de aire que se hacen descender de las regiones altas por medio de un globo, no lo revelan [ao hidrogênio] como existente. Y, del mismo modo, el agua cristalizada no se les manifiesta como agua, sino ya convertida, transformada en tierra”

Es cierto que Heráclito dice que todo fluye, que nada persiste, que sólo lo uno permanece; pero esto no es sino el concepto de la unidad que solamente existe en la contraposición, no de la que se refleja en sí misma. Este uno, en su unidad con el movimiento de los individuos, es el género o el concepto simple en su infinitud como pensamiento; como tal, habrá de determinarse aún la idea, tal como volveremos a encontrarla en el nous de Anaxágoras. Lo general es la unidad simple inmediata en la contraposición, que retorna a sí misma como proceso de lo diferenciado; pero también esto se encuentra en Heráclito: esta unidad en la contraposición es lo que él llama destino o necesidad. Y el concepto de la necesidad consiste precisamente en esto: en que la determinabilidad constituye la esencia de lo que es como algo individual, pero refiriéndose cabalmente, a través de ello, a lo opuesto: la absoluta ‘relación que pasa a través del ser del todo’.”

Sólo nos resta, ahora, examinar qué relación guarda, según Heráclito, esta esencia con la conciencia. La filosofía heracliteana presenta, en su conjunto, la modalidad de una filosofía natural, en cuanto que el principio, aunque lógico, es concebido como el proceso general de la naturaleza.”

Es un modo hermoso, espontáneo, infantil, de expresar la verdad en términos verdaderos. Se presenta aquí por vez primera lo general y la unidad de la esencia de la conciencia y del objeto, y la necesidad de la objetividad.” “El verdadero ser no es este ser inmediato, sino la mediación absoluta, el ser concebido, el pensamiento.” Aqui se diluem as fronteiras do que é Heráclito e do que é superinterpretação à la Hegel.

Sexto aduce en los siguientes términos la determinación de este criterio: ‘Todo lo que nos rodea es, de suyo (a juicio de Heráclito), lógico y racional’, pero no por ello dotado de conciencia. ‘Cuando nos asimilamos por la inspiración esa esencia general, nos convertimos en seres racionales; pero sólo despiertos lo somos, pues cuando estamos dormidos eso queda sepultado en el olvido’.”

O EGRESSO DA CAVERNA DE PLATÃO: “En el hombre despierto, en cambio, el entendimiento, mirando hacia más allá por los caminos del sentimiento como por ventanas y entrelazado con lo que lo rodea, se halla sostenido por una fuerza lógica.”

muchos viven como si tuviesen su propio entendimiento; sin embargo, el entendimiento no es otra cosa que la interpretación (la conciencia), el modo de la ordenación del todo.” “El hombre suele inclinarse a creer que, cuando piensa algo, debe ser algo especial, propio; pero esto es un error.”

Podemos decir de Heráclito algo parecido a lo que se cuenta que dijo Sócrates [acerca do próprio Her.]: lo que de él se ha conservado es magnífico; en cuanto a lo que no ha llegado a nosotros, hay que suponer que nos parecería igualmente magnífico, si lo conociéramos.”

A la par con Empédocles, estudiaremos las figuras de Leucipo y Demócrito, en las que se revela la idealidad de lo sensible y, al mismo tiempo, la determinabilidad general o la transición a lo general.”

Leucipo es anterior a Demócrito, y éste no hace sino continuar y perfeccionar la obra iniciada por aquél, pero sin que sea fácil discernir históricamente su parte original dentro de ella. Las fuentes nos dicen, ciertamente, que se limitó a desarrollar los pensamientos de Leucipo, y algo se ha conservado de su obra, pero sin que nos sea posible hacer ninguna cita literal o precisa de pasajes suyos.”

Diógenes (IX, 35s.) dice que Demócrito gastó su crecida fortuna en sus viajes a Egipto y a los países del interior del Oriente; pero esto es bastante inverosímil. Su patrimonio aparece tasado en unos 100 talentos, y si suponemos que un talento ático valía de 1,000 a 1,200 táleros, es evidente que, con aquella fortuna, habría podido pasarse la vida viajando.”

Lo lleno tiene como principio el átomo: lo absoluto, lo que es en y para sí es, pues, el átomo y lo vacío; es ésta una determinación de gran importancia, sin duda, pero insuficiente. No es en los átomos, por ejemplo en los que nos representamos flotantes en el aire, donde reside, exclusivamente, el principio, sino que es igualmente necesaria la nada que entre ellos existe; tal es, pues, la primera manifestación del sistema atomístico.”

es Leucipo quien introduce la determinación del ser para sí [aparência].”

Así concebido, el principio atomístico no ha sido superado, ni puede serlo, sino que permanece para siempre; el ser para sí tiene que presentarse necesariamente en toda filosofía lógica como un momento esencial, aunque no como momento último.” Para quem ainda tinha dúvidas, essa é uma História da Filosofia Hegeliana (todos os autores que me influenciaram) e não uma história da filosofia…

Por consiguiente, si el desarrollo de la filosofía en la historia ha de corresponder al desarrollo de la lógica, necesariamente tendrá que haber en ésta pasajes que en el desarrollo histórico desaparezcan. Si, por ejemplo, quisiéramos erigir la existencia en principio, esa existencia sería lo que nosotros tenemos en la conciencia: existen cosas, estas cosas son finitas y se hallan relacionadas entre sí; pero esto no pasa de ser una categoría de nuestra conciencia sin pensamiento, de la apariencia.”

Como negación de la alteridad, que es, a su vez, negación contra mí, el ser para sí es negación de la negación y, por tanto, afirmación; y ésta es, según la llamo yo, la negatividad absoluta, en la que se contiene, sin duda, cierta mediación, pero una mediación que está ya también levantada.”

Como negação da alteridade, que é, por sua vez, negação contra mim, o ser-para-si é negação da negação e, portanto, afirmação; e esta é, segundo eu a batizo, a negatividade absoluta, a qual contém, sem dúvida, certa mediação, mas uma mediação que está já, também, suspensa.”

O princípio do um é um princípio totalmente ideal, pertence por inteiro ao mundo do pensamento, e assim seria ainda que quisera afirmar-se que os átomos existem. O átomo pode ser concebido num sentido material, mas é, apesar disso, algo não-sensível, puramente intelectual. (…) Mas os átomos de Leucipo não são as molécules, as partículas de que nos fala a física.” “O um não pode ser visto nem apreciado mediante retortas nem aparatos de medição, já que se trata de uma abstração do pensamento; o que se mostra é sempre matéria condensada. E, ainda assim, é um esforço vão o daqueles que, hoje, com a ajuda do microscópio, tratam de escrutar o interior do orgânico, a alma, e de descobri-lo por meio da vista e do tato. O princípio do um é, pois, um princípio totalmente ideal, mas não no sentido de que só exista no pensamento, na cabeça, e sim no sentido de que o pensamento é a verdadeira essência das coisas. Assim o entendia também Leucipo; destarte sua filosofia não tem absolutamente nada de empírica.”

Dentro da esfera do Estado, pode manifestar-se o ponto de vista de que a vontade individual, enquanto átomo, é o absoluto; tais são, no fundo, as novas teorias sobre o Estado, que se fazem valer também na prática.” Trecho inócuo seguido de uma crítica ao Contrato Social.

Portanto, os átomos, inclusive quando aparecem unidos no que chamamos coisas, acham-se separados entre si pelo vazio, que é, para eles, algo puramente negativo e estranho; quer dizer, sua relação não se dá neles mesmo, mas é algo distinto do que eles são. Este vazio, o negativo diante do afirmativo, é também o princípio do movimento dos átomos; estes vêem-se solicitados, digamos assim, pelo vazio, a preencherem-no e negarem-no.”

elementos puramente independentes aparecem unidos a outros igualmente independentes, sem perder sua independência, o que quer dizer que se trata de uma união simplesmente mecânica.”

E, no entanto, não nos é lícito acrescentar a isto tudo o que a imaginação dos tempos modernos acrescenta às vezes, a saber: que o universo foi, em tempos remotos, algo assim como um caos, um vazio cheio de átomos, que logo se uniram e ordenaram para dar nascimento a este mundo em que vivemos; hoje e sempre, o ser-em-si (a essência) é e segue sendo o vazio e o cheio.”

Aristóteles (e, quase, por isso Hegel) considera o finalista Anaxágoras o primeiro filósofo “profissional”, comparado ao amadorismo anterior.

La unidad retorna a sí misma, como algo general, de la contraposición; al contrario de lo que ocurre en la síntesis de Empédocles, en que lo contrapuesto todavía separado y para sí, y no el pensamiento mismo, es el ser; aquí, en cambio, el pensamiento es, como proceso puro y libre de suyo, lo general que se determina a sí mismo, sin distinguirse del pensamiento consciente.”

Aristóteles dice que Anaxágoras fue el primero que expresó la determinación de la esencia absoluta como entendimiento.” Hegel é apenas “o” Aristóteles moderno.

Con él vemos a la filosofía instalada en la verdadera Grecia, que hasta entonces no había tenido filosofía alguna, y, concretamente, en Atenas” Perfeito para o seu sistema de “razão da História”…

Durante este período fijan su residencia en Atenas los artistas más prestigiosos y los más famosos filósofos y sofistas, una pléyade de luminarias de las artes y las ciencias, como Ésquilo, Sófocles, Aristófanes, Tucídides, Diógenes de Apolonia, Protágoras, Anaxágoras y otros talentos oriundos del Asia Menor. Estaba por aquel entonces al frente del estado ateniense Pericles, quien lo elevó a su máximo esplendor. Anaxágoras, aunque vivió todavía en este período de máximo florecimiento de la vida ateniense y griega, toca ya a los años de decadencia o, por mejor decir, de tránsito a la decadencia, a la muerte de la hermosa vida de Atenas.”

Mérito de Atenas para H.: ciência e belas-artes; a filosofia.

Mérito de Esparta para H.: subsumir as individualidades na idéia de Estado.

Un pueblo en que imperaba una unidad tan recia y tan firme, en el que la voluntad del individuo había desaparecido totalmente en rigor, representaba por fuerza una cohesión insuperable; así se explica que Lacedemonia se pusiera a la cabeza de los griegos y conquistase la hegemonía de Grecia, como llegaron a alcanzarla los argivos en tiempo de Troya. Es éste, sin duda, un gran principio, sin el que no puede existir ningún verdadero Estado, pero que entre los lacedemonios no llegó a perder nunca su unilateralidad.”

En Lacedemonia, la personalidad propia y peculiar llegó a pasar a tal punto a segundo plano, que el individuo no podía vivir, bajo ningún concepto, entregado a su libre desarrollo ni a las manifestaciones de su personalidad; allí no se reconocía la individualidad ni, por tanto, se la coordinaba o armonizaba con los fines generales del Estado. Esta abolición del derecho de la subjetividad, que a su modo proclama también La República de Platón, llegaba muy lejos entre los lacedemonios.”

Así como la individualidad que se separa de lo general cae en la impotencia y perece, tampoco puede mantenerse en pie lo unilateralmente general, la costumbre de la individualidad.” Obviamente, para H., a Prússia era a síntese de Esparta-Atenas.

TOLO AQUELE QUE LIGA AVANÇO E FILOSOFIA AO PODER DO COMÉRCIO: “cada familia conservaba inalienablemente sus bienes hereditarios, y la prohibición de toda clase de dinero en sentido estricto y de cambios y negocios cerraba el paso a la posibilidad de las desigualdades de la riqueza”

Sua brutalidade é música para meus ouvidos.

En una organización racional, se dan todos los momentos de la idea; si el hígado se aislase como bilis, no funcionaría por ello ni más ni menos que antes, pero, en cambio, se aislaría como un órgano hostil a la economía vital del organismo.”

VACILANTE: “Gracias a ello, pudo alumbrar, al plasmar el genio libremente sus concepciones, las grandes obras de arte de las artes plásticas y las obras inmortales de la poesía y la historia. El principio de la subjetividad no había revestido aún, por tanto, la forma en que lo particular, como tal, queda en libertad y confiado a su propio albedrío y en que también su contenido adquiere una particularidad subjetiva y propia, por lo menos a diferencia de la base general, de la moralidad general, de la religión general y de las leyes generales.”

Pero fue Pericles quien tuvo la dicha de ser el primero dentro del Estado, en este pueblo noble, libre y culto de los atenienses; y esta circunstancia le confiere en la valoración de la individualidad un rango tan alto como pocos hombres han llegado a alcanzar. De cuanto hay de grande entre los hombres, nada más grande que el poder sobre la voluntad de los hombres que tienen una voluntad, pues la individualidad que disfruta de este poder tiene que ser necesariamente, para llegar a alcanzarlo, la más general y la más viva de todas; pocos mortales hay ya, suponiendo que haya alguno, dignos de gozar esta suerte.”

Poco después, la individualidad se desmanda, su vitalidad se deja arrastrar al extremo, pues el Estado no se halla aún organizado como tal, independientemente y de suyo.” É a vida! Ou, antes, diria: é a polis!…

en que el espíritu no vive en cuanto concepto, como en nuestros Estados.”

Más importante que esto es el dato de que, más tarde, Anaxágoras, como ocurriría, andando el tiempo, a Sócrates y a muchos otros filósofos, fue acusado de despreciar a los dioses adorados por el pueblo; es el antagonismo de la prosa del entendimiento contra la concepción poético-religiosa de la vida.”

existe también en la naturaleza, cierto es, como esencia objetiva, pero no de un modo puro y para sí, sino llevando consigo como inmediato un algo particular.”

INSTINTO X VONTADE: “Como alma, lo que se mueve a sí mismo es sólo algo inmediatamente individual, mientras que el nous, como algo simple, es lo general.”

con el nous aparece el para qué, la determinación del fin” Um para quê órfão.

El nous no es, por tanto, una esencia pensante exterior que organice el universo; concebirlo así, equivaldría a echar a perder por completo el pensamiento de Anaxágoras y privarlo de todo interés filosófico.” O nous é o daimon deus que está em nós.

una llamada esencia pensante ha dejado de ser un pensamiento, para convertirse en un sujeto.”

BASTARIA, NO LUGAR, FAZER UMA METAFÍSICA DA OBRA DE ARTE: “El fin empieza siendo, en cuanto yo lo tengo, mi propia representación, la cual es para sí y cuya realización depende de mi voluntad; cuando lo pongo en práctica, debo procurar, sí no soy muy torpe, que el objeto producido sea conforme al fin y no contenga otra cosa que no sea él.”

Descontento con que mi fin sea puramente subjetivo, mi actividad consiste en curarlo de este defecto, convirtiéndolo en un fin objetivo.”

OS SECRETOS DESÍGNIOS DO NADA: “Así, por ejemplo, en la idea de que Dios, por su sabiduría, gobierna el universo con arreglo a fines, el fin se establece para sí en una esencia representativa, sabia. Pero lo general del fin consiste en que, siendo una determinación fija para sí, que domina la existencia, el fin sea lo verdadero, el alma de una cosa. Lo bueno encuentra su contenido en el fin mismo, de tal modo que, actuando con este contenido y después de manifestarse al exterior, no brote ningún otro contenido sino el que ya existía con anterioridad.” Seu fim era procurar seu conceito de fim perfeito, a Idéia – o que não logrou H…

El ejemplo más importante de esto nos lo ofrece la vida misma. La vida es movida por impulsos, y estos impulsos son sus fines; pero, en cuanto algo vivo simplemente, no tiene la menor noción de estos fines, los cuales son, simplemente, determinaciones primarias e inmediatas, fijas. El animal labora para satisfacer estos impulsos, es decir, para cumplir el fin; se comporta ante las cosas exteriores mecánicamente, unas veces, y otras veces químicamente. Pero la relación de su actividad no es algo puramente mecánico o químico; el producto es más bien el animal mismo, el cual sólo se produce a sí mismo como fin de sí mismo en su actividad en cuanto que destruye e invierte aquellas relaciones mecánicas o químicas.” “La propia conservación es un producir constante, en el que no nace nada nuevo, sino que sólo renace, continuamente, lo viejo; es un constante retorno de la actividad a sí misma, encaminada a su propia producción.” Marx saberia retirar de tudo isso conseqüências melhores…

Los predicados señalados más arriba que Anaxágoras atribuye al nous son, por tanto, indudablemente, predicados que pueden enunciarse, pero que, por sí mismos, no pasan tampoco de ser simples predicados unilaterales.”

Las homeomerías aparecen más claramente cuando las comparamos con las ideas de Leucipo, Demócrito y otros filósofos. Esta materia o lo absoluto como esencia objetiva lo encontramos ya en Leucipo y en Demócrito, lo mismo que en Empédocles, con tal claridad que los átomos simples—en Empédocles los 4 elementos, en aquellos otros dos pensadores un número infinito de ellos— sólo se concebían como distintos en cuanto a la forma, y de su síntesis, de sus combinaciones, surgían las cosas existentes.”

Anaxágoras, por el contrario, establece como materias simples lo formado por partes iguales, por ejemplo la carne, los huesos, etc.; en cambio, las cosas como el agua y el fuego son una mezcla de estos elementos originarios.” Ar.

El principio era, para Anaxágoras, el mismo que para los eléatas: ‘Lo igual se genera solamente de lo igual; no es posible un tránsito a lo opuesto, ni es posible tampoco la unión de los contrarios.’

Por eso, todo cambio es, para Anaxágoras, solamente una separación y una unión de lo igual, pues el cambio como verdadero cambio sería, en realidad, un devenir partiendo de la nada de sí mismo.”

El primero admite un cambio de estos estados, el segundo solamente una aparición que sólo se da una vez.” Aristóteles (Empédocles X Anaxágoras)

De aquí que Anaxágoras diga, según Aristóteles (De gen. anim. I, 18): ‘La carne se convierte, mediante la nutrición, en carne’. La digestión no es, desde este punto de vista, otra cosa que la absorción de lo homogéneo y la eliminación de lo heterogéneo y, por tanto, toda nutrición y todo crecimiento no son verdadera asimilación, sino solamente incremento, desde el momento en que todas las vísceras del animal extraen sus partículas de las distintas hierbas, de los distintos cuerpos, etc. de que el animal se alimenta. La muerte es, por el contrario, la eliminación de lo igual y la mezcla con lo heterogéneo. La actividad del nous, considerada como eliminación de lo homogéneo de entre el caos y como unión de lo homogéneo, así como la disolución o desintegración de este algo homogéneo, es, ciertamente, algo simple y relacionado consigo mismo, pero también algo puramente formal y carente, por tanto, de contenido.”

La química dice: para saber lo que son real y verdaderamente la carne, la madera, la piedra, etc., es necesario descomponerlos en sus elementos simples, los cuales son los componentes últimos a que es posible reducir esos cuerpos. Además, reconoce que hay muchas cosas que sólo son relativamente simples, y así, por ejemplo, el platino está formado por 3 y hasta por 4 metales. También el agua y el aire han sido considerados durante mucho tiempo como cuerpos simples, hasta que ha venido la química a analizarlos y descomponerlos.”

El en sí [a essência] no es, para él, ciertamente, un verdadero ser sensible; las homeomerías son lo no sensible, es decir, lo que no puede verse, oírse, etc. Es la máxima exaltación de los físicos vulgares por encima del ser sensible hasta el plano de lo no sensible, como lo meramente negativo del ser para nosotros [do ser como aparência]; pero lo positivo consiste en que la propia esencia que es sea lo general. [se a essência coincidisse com a aparência]”

El vous no es, así, más que lo que une y lo que separa, lo diacosmizante.”

por muy fácilmente que las homeomerías de Anaxágoras puedan mover a confusión, no cabe duda de que debe mantenerse en pie la determinación fundamental.”

En ninguna otra parte se ha explicado con mayor detalle que el vous de Anaxágoras no pasó nunca de ser algo puramente formal que en el conocido pasaje del Fedón de Platón que tanto interés encierra en cuanto a la filosofía de Anaxágoras. En este diálogo de Platón, Sócrates indica del modo más claro y preciso qué es lo importante para ambos, en qué consiste para ellos lo absoluto y por qué el principio de Anaxágoras no podía satisfacerles.”

Platón presenta a Sócrates en su prisión, una hora antes de su muerte, y le hace hablar prolijamente acerca de sus relaciones con Anaxágoras:

Oyendo leer a alguien en un libro, que dijo ser de Anaxágoras, que la inteligencia es la regla y causa de todos los seres, quedé encantado; me pareció admirable que la inteligencia fuera la causa de todo, porque pensé que si ella había dispuesto todas las cosas las habría arreglado del mejor modo. Si alguien, pues, quiere saber la causa de alguna cosa, lo que hace que nazca y perezca, debe buscar la mejor manera de que aquélla pueda ser. (…) Y me pareció que de este principio se deducía que la única cosa que el hombre debe buscar, tanto por él como por los otros, es lo mejor y más perfecto, porque en cuanto lo haya encontrado conocerá necesariamente lo que es lo peor, ya que para lo uno y lo otro no hay más que una ciencia. Reflexionando así, sentía una alegría muy grande por haber encontrado en Anaxágoras un maestro que me explicaría, según yo deseaba, la causa de cuanto es y que, después de haberme dicho, por ejemplo, si la tierra es redonda o plana, me explicaría la causa y la necesidad de que sea como es y me diría qué es aquí lo mejor y por qué lo es. Y también si creía que está en el centro del universo, y esperaba me dijera por qué es mejor que estuviera allí. Y, después de haber recibido de él todas estas aclaraciones, estaba dispuesto a no buscar jamás otra clase de causa. Me proponía también interrogarle acerca del sol, de la luna y de las demás estrellas, a fin de conocer las razones de sus revoluciones, de sus movimientos y de todo lo que les sucede, y sobre todo, para saber por qué es lo mejor que cada uno de ellos haga lo que hace. Porque no podía imaginar que, después de haber dicho que la inteligencia había dispuesto las cosas, pudiera darme otra causa de su disposición sino ésta: que aquello era lo mejor. Y me lisonjeaba de que, después de haber asignado esta causa en general y en particular a todo, me haría conocer en qué consiste lo bueno de cada cosa en particular y lo bueno de todas ellas en común. Por mucho que me hubiesen prometido, no habría dado mis esperanzas a cambio. Cogí, pues, estos libros con el mayor interés y empecé su lectura lo más pronto que me fue posible, para saber cuanto antes lo bueno y lo malo de todas las cosas; mas no tardé en perder la ilusión de tales esperanzas, porque desde que hube adelantado un poco en la lectura, vi un hombre que en nada hacía intervenir la inteligencia, que no daba razón alguna del orden de las cosas, y que, en cambio, sustituía al intelecto por el aire, el fuego, el agua y otras cosas igualmente disparatadas.’

Ver minha tradução deste trecho em https://seclusao.art.blog/2019/01/25/fedon-ou-da-alma/.

chama-se, pois, fim ao que se produz a si mesmo e que já em seu devir é como um ente em si.”

El género se enfrenta a sí mismo como lo individual y lo general; de este modo, el género se realiza en lo vivo a través del antagonismo entre los sexos, cuya esencia es, sin embargo, el género común.”

O gênero se enfrenta a si mesmo como o individual e o geral; deste modo, o gênero se realiza no vivo através do antagonismo entre os sexos, cuja essência é, porém, o gênero comum.”

El fin de la procreación es el levantamiento de la individualidad del ser”

O fim da procriação é a suspensão da individualidade do ser”

Pues toda idea es un círculo cerrado y perfecto, pero cuya perfección es, asimismo, un tránsito a otro círculo: un torbellino cuyo centro, al que retorna, se encuentra directamente en la periferia de un círculo superior que lo devora. Así y sólo así, llegamos a la determinación de un fin último del universo, como inmanente a él.”

Pois toda idéia é um círculo fechado e perfeito, mas cuja perfeição é, ainda assim, um trânsito a outro círculo: um torvelinho cujo centro, ao que retorna, se encontra diretamente na periferia de um círculo superior que o devora. Assim, e somente assim, chegamos à determinação de um fim último do universo, como imanente a ele.”

todo mundo sabe do geral; mas não o sabe enquanto essência.”

é até aqui, e somente até aqui aonde chega a concepção comum de nossos dias. [o sensível indeterminado negativo, o absoluto carente de predicado ou absoluto relativo]”

Con este descubrimiento del pensamiento ponemos fin a la sección primera de nuestra historia, y entramos en el segundo período de ella.”

El espíritu no tiene ya por qué buscar la esencia fuera de él, sino dentro de sí mismo, pues lo que parecía algo extraño se revela ahora como pensamiento, es decir, la conciencia tiene esta esencia en sí misma.”

O espírito não tem já por que buscar a essência fora de si, senão dentro de si mesmo, pois o que parecia algo estranho se revela agora como pensamento, quer dizer, a consciência tem esta essência em si mesma.”

Esta evolución de lo general, en la que la esencia se pasa por entero al lado de la conciencia, la encontraremos en la tan denostada filosofía de los sofistas; podemos enfocar esto en el sentido de que es aquí donde se desarrolla la naturaleza negativa de lo general.”

Esta evolução do geral, em que a essência passa por inteiro para o lado da consciência, encontrá-la-emos na tão criticada (e com razão) filosofia dos sofistas; podemos enfocar isto no sentido de que é aqui onde se desenvolve a natureza negativa do geral (o sensível determinado negativo, para usar a nomenclatura da citação anterior).”

FIM DO PRIMEIRO VOLUME

DIC:

al buen tuntún: inadvertidamente

atisbo: insight, vislumbre de algo maior

cifrar: inscrever

de suyo: de per se, por si só

lienzo: tela, pintura

MONOGRAFÍAS MUSICALES: Ensayo sobre Wagner / Mahler (…) (Obra completa vol. 13) – Adorno, 1971 (2008).

ENSAYO SOBRE WAGNER, 1939, 1952 (primera traducción de 1964).

Tras el fracaso de su estreno en provincias, La prohibición de amar, primera ópera de Wagner, cayó inmediatamente en el más profundo olvido, del que ni siquiera consiguió rescatarla el celo filológico en la época del apogeo de Wagner.”

Como primer servidor del gran todo, el dictador Rienzi renuncia al título de rey, como más tarde Lohengrin a la dignidad de duque. A cambio, acepta de antemano los laureles tan gustosamente como que es él mismo quien los dispensa.” “En esta espectacular pieza histórica casi se vislumbra ya una consciencia crítica del verdadero tipo del héroe como autocontemplación. El elogio de sí mismo y la pompa – rasgos de toda la producción wagneriana y existenciales del fascismo – nacen del presentimiento de la precariedad del terror burgués, de la condena a muerte que pesa sobre el heroísmo que se autoproclama. Quien duda de que lo por él creado le sobreviva busca en vida su gloria póstuma y celebra con desfiles festivos sus propias exequias. La muerte y la aniquilación acechan entre los bastidores wagnerianos de la libertad: las ruinas históricas del Capitolio bajo las que yace sepultado el héroe disfrazado de libertad son los modelos de las metafísicas que se desmoronan sobre los dioses despojados de su poder y el mundo culpable del Anillo.” “lo mismo que al final del tercer ato de Sigfrido Brunilda se entrega al amado por <una muerte risueña> en el momento en que cree despertar a la vida, así Isolda siente su muerte física como <supremo deleite>.”

Tal difamación del burgués que, sin embargo, en Los maestros cantores celebra rápidamente el gozoso renacimiento, sirve al mismo fin que en la era totalitaria.” “Wotan parece, sin duda, abogar por la rebelión, pero lo hace en aras de sus planes de imperialismo mundial y dentro de las categorías de libertad de acción – <no me ligan a ti, infame, los términos de un pacto> – y ruptura de pacto – <cuando se agitan las fuerzas de la osadía, yo aconsejo abiertamente la guerra> –.”

no en vano el periodo de su ascenso fue aquel de economía precaria en que la producción de óperas no gozaba ya de la seguridad de la corte ni tampoco todavía de la protección de la ley burguesa que reglamentaba las percepciones por derechos de autor. En un mundo profesional en el que un autor de éxito como Lortzing(*) murió de hambre, Wagner tuvo que ejercitar con virtuosismo la capacidad de alcanzar metas burguesas al precio de su propia dignidad burguesa. Ya pocas semanas después de huir de Dresde debido a su ostensible participación en el levantamiento de Bakunin, [¡] pidió por carta a Liszt que le consiguiese un salario de la gran duquesa de Weimar, el duque de Coburg y la princesa de Prusia.

(*) Gustav Albert L. (1801-51): compositor alemán, autor de 20 óperas mayoritariamente cómicas y sentimentales, ajenas a la tradición romántica y estructuradas en torno a la sucesión de números musicales separados por diálogos hablados.”

Su delito no es que engañe a los burgueses, sino que al apelar a la compasión reconoce a los dominantes y se identifica con ellos. El desenfreno en el mendigar podría sugerir una especial independencia de las normas burguesas. Pero tiene el sentido contrario. El poder del orden sobre el contestatorio es ya tan grande para éste que ni siquiera se produce ya un verdadero aislamiento, ni siquiera resistencias contra el todo” “Es la actitud del zalamero hijo de papá que trata de persuadirse a sí mismo y a los demás de que sus buenos padres no podrían negarle nada precisamente porque no lo hacen.”

¡Pese a todo mi coraje, muchas veces soy el más vil de los cobardes! No obstante tus generosos ofrecimientos, a menudo veo con verdadera angustia de muerte la mengua de mi peculio”

W. a Liszt

El mendicante W. contraviene los tabús de la moral burguesa del trabajo, pero su bendición es provechosa para la salvación del statu quo.” “El pedigüeño impotente se convierte en panegirista trágico. En una fase histórica posterior, estos rasgos cobraron la máxima significación cuando en situaciones difíciles los dictadores amenazaban con el suicidio, sufrían crisis de llanto en público y conferían a su voz un tono lloriqueante. Precisamente los puntos de descomposición del carácter burgués, en el sentido de la propia moral de éste, son preformas de su transformación en la era totalitaria. El Wagner posterior aún muestra la configuración de envidia, sentimentalismo e instinto destructor.”

Aún otro rasgo se nos reveló que, a decir verdad, no sólo valía para este último periodo de su vida. No se le podía ocultar nada; él lo sabía siempre todo. Si la señora Wagner quería sorprenderle con algo, él lo soñaba por la noche y se lo decía a ella por la mañana. (…) Con los extraños esta intuición se producía a menudo de un modo completamente demoníaco: él conocía los flancos débiles de su interlocutor con penetrante agudeza de mirada y así sucedía que, sin con ello querer herir a nadie, tocaba precisamente sus puntos débiles.”

Glasenapp

Los escritores entusiastas liberales gustan de aducir la amistad con Hermann Levi para demostrar lo inocuo del antisemitismo wagneriano. La crónica de Glasenapp, escrita con la intención de resaltar la filantropía y magnanimidad de Wagner, nos informa involuntariamente a este respecto.”

Un impulso sádico a la humillación, un humor conciliador y sentimental y, sobre todo, la voluntad de comprometer afectivamente consigo al maltratado se reúnen en la casuística del comportamiento de Wagner (…) Cada palabra conciliadora se acompaña de un nuevo aguijón hiriente. Es una especie de demonismo del que el mismo W. se acuerda cuando en su autobiografía cuenta cómo él mismo, por lo demás no teniendo totalmente regularizada su matrícula, participó junto a una horda de estudiantes en el saqueo de dos burdeles de Leipzig, sin ni en la narración tardía desprenderse del todo del envoltorio moralista que había cubierto aquel acto de limpieza”

Cuando W. pide compasión como víctima y para ello molesta a los poderosos, está dispuesto a insultar a las demás víctimas. Su juego del gato y el ratón con Levi tiene equivalente en su obra: Wotan apuesta la cabeza de Mime sin que éste lo acepte y contra su voluntad; el enano está a merced del dios como el invitado a la del anfitrión de Wahnfried.”

A quien tiene el dãno qué se le da un baño”

En Nibelheim, Wotan y Loge se ríen de los dolores de Mime. Sigfrido tortura al enano porque <no lo puede sufrir>, sin que el aura de augusto y noble le impida ensañarse con el impotente.”

La música de Wagner se comporta como el buen criado con sus malvados, y la comicidad de su tormento da placer no meramente a quien lo inflige, sino que también ahoga la pregunta por el porqué y proclama la ejecución sumaria como instancia suprema. Este carácter del humor wagneriano escandalizó a Liszt y Nietzsche en el trato personal. De ello da testimonio él mismo: <Wagner le dijo a la hermana de Nie.: ‘Su hermano es como Liszt, al que tampoco le gustan mis chanzas’> (Hildebrandt, Wagner und Nietzsche, 1924). Cuando en una famosa escena W. monta en cólera contra N. y éste se calla, W. le espeta que tiene tan buenos modales que aún llegaría muy lejos en la vida; él, W., toda su vida ha carecido de ellos.” “Hildebrandt, que debe a la escuela de George(*) el recelo hacia el humor, vio en el cinismo wagneriano de la autodenuncia la verdadera causa del conflicto con N.: <Pero hubo entonces una frase de W. que hirió profundamente a N.. Cuando un día – durante la última época de W. y N. juntos, en Sorrento – la conversación versó sobre la tibia acogida de las representaciones en Bayreuth, W., según cuenta la hermana de N., había señalado malhumorado: ahora los alemanes no quieren oír nada de dioses y héroes paganos, quieren ver algo cristiano>.

(*) Referencia a Stefan George (1868-1933), poeta simbolista alemán, opuesto al naturalismo y a la literatura social.” ¡Que se joda ese hombrecito!

todos los repudiados en la obra de W. son caricaturas de judíos.”

W. comparte las ideas antisemitas con otros representantes de lo que Marx llamaba el socialismo alemán en torno a 1848. Pero su antisemitismo se reconoce como idiosincrasia individual que se niega obstinadamente a toda discusión.”

Nuestro oído se ve ante todo afectado de manera sumamente extraña y desagradable por el sonido agudo, chillón, seseante y arrastrado de la pronunciación judía: un empleo de nuestra lengua nacional completamente impropio y una alteración arbitraria de las palabras y de las construcciones de las frases dan más aún a esta pronunciación el carácter de una farfulla confusa e insoportable por la que involuntariamente prestamos más atención a ese cómo desagradable que al qué del discurso judío”

W.

Su propia apariencia física, desproporcionadamente pequeña en relación con la enorme cabeza y el prominente mentón, rayaba en lo anormal y sólo la fama lo protegía del ridículo.”

Pero el hecho de que todos los rumores sobre la propia ascendencia judía de W. se remonten, según la argumentación de Newman [biógrafo de W.], al mismo Nietzsche, que salió al paso del antisemitismo wagneriano, se explica precisamente por lo siguiente. N. conocía el misterio de la idiosincrasia wagneriana y al enunciarlo rompió el sortilegio.”

A quien se une a los verdaderos culpables las relaciones sociales se le aparecen como obra de conspiraciones secretas. Del asco por el judío forma parte imaginarlo como poder mundial. En el artículo sobre el judaísmo en la música W. achacó todas las resistencias a su obra a imaginarias conspiraciones judías, mientras el presunto culpable principal de esas intrigas, Meyerbeer, lo había apoyado activamente hasta que él lo atacó públicamente.”

(*) “J.A. Gobineau (1816-82): diplomático y escritor francés, autor de Ensayo sobre la desigualdad de las razas humanas (1853-5), donde pretende aportar una base física y realista a la teoría de la superioridad de la raza germánica. Su doctrina fue aprovechada por los pangermanistas y el nacionalsocialismo hitleriano.”

Pero cuando luchábamos por la emancipación de los judíos, propiamente hablando, éramos más combatientes por un principio abstracto que por el caso concreto: del mismo modo que todo nuestro liberalismo no era más que un juego intelectual no muy clarividente, pues promovíamos la libertad del pueblo sin conocer a este pueblo y aun evitando todo contacto efectivo con él, nuestro empeño en la igualdad de derechos para los judíos era más el resultado de una excitación producida por una idea general que de una auténtica simpatía; pues, a pesar de todos los discursos y escritos a favor de la emancipación de los judíos, en nuestro contacto efectivo y práctico con judíos siempre sentíamos una repulsión involuntaria hacia ellos.”

El antisemitismo wagneriano reúne en sí todos los ingredientes del posterior. El odio llega tan lejos que, según Glasenapp, la noticia de la muerte de 400 judíos en el incendio del Ringtheater de Viena le inspiró una chanza.”

para un judío convertirse en hombre al mismo tiempo que nosotros significa, ante todo, dejar de ser judío. (…) ¡Participad sin prevención en esta obra de redención regeneradora mediante el autoexterminio y entonces estaremos unidos y seremos indistintos!”

A lenda do judeu errante tem origem provável na Constantinopla do IV d.C.. Seria um Ahasvero, sapateiro da idade de Cristo, que se negou a apoiar a cruz deste no caminho para o Gólgota.

– Anda!

– Também tu andarás até o fim dos tempos!

Nessa bravata panfletária de Wagner confunde0m-se a idéia marxista da emancipação social dos judeus como a emancipação da sociedade com respeito ao benefício que os próprios judeus simbolizam, e a idéia do extermínio judeu.”

Se nossa cultura vai a pique, isso não supõe dano algum em absoluto; mas se vai a pique por causa dos judeus, será uma desonra!”

W.

No sinistro círculo mágico da reação de W. estão gravados os sinais tipográficos que sua obra tomou emprestados de seu caráter.”

Schubert pertenece a los músicos de café-concierto, Chopin al tipo difícil de definir de los <de salón>, Schumann al de la oleografía, Brahms al del profesor de música: es avecindándose al máximo a la parodia como se ha afirmado su fuerza de producción, y su grandeza reside en la escasa distancia que los separa de esos modelos, de los cuales al mismo tiempo extraen sus energías colectivas. No es tan fácil encontrar un modelo de este género para W.. Pero el coro de indignación que respondió a Thomas Mann cuando en relación con el nombre de W. mencionó el del diletante indica que tocó un punto neurálgico. Merece reflexión su relación con las diversas artes con las que creó su <obra de arte total>

a arte de W. é um diletantismo monumentalizado e levado ao genial com uma força de vontade e uma inteligência extremas. A idéia mesma de uma fusão das artes tem algo de diletante e seu autor teria permanecido no estreito campo do diletantismo não fosse o extremo vigor com que submeteu cada campo a um extraordinário gênio expressivo.”

ainda na fase tardia dos Mestres cantores podem-se observar falhas na modulação e no equilíbrio harmônico.”

Não só abraçou a profissão burguesa de diretor de orquestra como escreveu a primeira música de grande estilo para diretor de orquestra.”

Nele, desde o princípio, a alienação do público alia-se ao cálculo do efeito sobre o público”

escrevia para pessoas pouco musicais”

Na Sinfonia fantástica, a idée fixe de Berlioz, modelo imediato para o Leitmotiv, simboliza uma obsessão que mais tarde, com o nome de spleen, aparece no centro da obra de Baudelaire. Aí já não se pode mais abdicar desta idéia. Ante sua hegemonia irracional, o selo do incomparável, o sujeito deixa-se levar. Segundo o programa de Berlioz, a idéia fixa se parece com o intoxicado pelo ópio. É a projeção para fora de um elemento ele mesmo secretamente subjetivo e ao mesmo tempo alheio ao eu, projeção na qual o eu se perde como numa quimera. O Leitmotiv wagneriano segue atado a este origem. Mesmo que não haja um motivo, há uma espécie de livre associação. É que o procedimento wagneriano conta já com aquilo que cem anos mais tarde a psicologia batizou como debilidade do eu.”

Ouvir à maior distância significa o mesmo que ouvir menos atentamente. Tendo como parâmetro a lassidão burguesa em período ocioso, o público de espetáculos monstruosos de várias horas de duração é imaginado distraído e vagante na corrente da música, logo esta música, cujo próprio autor e diretor vai impondo ao público a marteladas, com estrépito e incontáveis repetições.”

No séc. XVII os diretores ainda marcavam o compasso com bastões”

a idéia de orquestra sem diretor não carece de base empírico-crítica. Em W., a primazia do diretor na composição é absoluta.”

Wagner não lia a partitura, tinha de saber toda a composição de cor.

Todo Lohengrin, con excepción de una ínfima parte, está escrito en un tipo de compás binario, como si la igualdad de los tiempos permitiera dominar de un solo vistazo escenas enteras, de manera parecida a como por <reducción> se simplifican quebrados aritméticos.”

Quando se domina completamente de memória uma obra em todos os seus detalhes, se produzem não poucos momentos em que a consciência do tempo desaparece de repente e toda a obra se apresenta simultaneamente na consciência, eu diria que <espacialmente>, tudo com a máxima exatidão.”

Alfred Lorenz, pianista

Não que Wagner vá nisto tão longe quanto Beethoven em suas sinfonias: “De modo que la espacialización de la extensión del tiempo sospechada por Lorenz en Wagner es mera ilusión: solamente por contenidos parciales dependientes, sin relieve, puede la representación de la marcación del compás mantener sin fisuras el dominio total, y la tan censurada debilidad melódica de W. no se basa en una simple falta de <inspiración>, sino en el gesto de marcar el compás que domina su obra.”

A consciência musical de W. se submete a uma curiosa involução: é como se o temor à mímica – que foi fazendo-se cada vez mais forte no decorrer da história da racionalização ocidental e contribuiu não pouco à cristalização de uma lógica da música autônoma, análoga à lógica da linguagem – não tivesse pleno poder sobre Wagner. Seu modo de compor se retrai a um elemento pré-lingüístico” “É nessa regressão que se fundamenta o <histrionismo> wagneriano, o chocante de seu proceder, que com razão Paul Bekker considerou sem ressalvas como o núcleo da obra de arte wagneriana.”

à maneira, por exemplo, como os agitadores substituem com gestos verbais a evolução discursiva do pensamento.”

Decerto que no fundo a música sempre traz esse elemento gestual. Mas no Ocidente isso foi espiritualizado e internalizado como expressão, ao passo que todo o discurso musical se submete à síntese lógica pela construção; a grande música se esforçou pelo nivelamento de ambos os elementos [espírito e aparência; vontade e representação]. Wagner se opõe; sua música, nisso análoga à filosofia de Schopenhauer, não consuma nenhuma história em sua autossuficiência. O momento expressivo potenciado ao máximo mal se contém no espaço interior, na ‘consciência do tempo’, desprendendo-se como gesto. Isto produz essa sensação de desagradável, que não cessa de ferir o ouvinte. Eis a insipidez da morte de uma cultura.”

O diretor wagneriano (que compõe) representa e reprime a exigência do indivíduo burguês de ser ouvido. É o porta-voz da nação e a obriga à obediência. Como a música é a imagem da coisa (da alienação), os gestos são a alma que restou. Mas esses dois elementos não são conciliáveis, eis a íntima contradição – técnica e social – da música de Wagner.”

La secuencia de W. es diametralmente opuesta a la del Beethoven sinfónico. Por principio excluye el trabajo <fragmentario> del clasicismo vienés. (…) La antifonía vienesa había refundido todo lo gestual en principio espiritual del desarrollo, y sólo con violencia pudo W. reinterpretarla como la danza o la <apoteosis> de ésta, del mismo modo que la obertura de la antigua suite, de la que nació la forma sonata, se distinguía de las subsiguientes danzas de la suite precisamente por el hecho de que no se presentaba a sí misma como forma estilizada de danza.”

se no sinfonismo o curso temporal se converte em instante, o gesto de W. é imutável, alheio ao tempo. Em sua repetição impotente, a música se submete ao tempo, que no sinfonismo dominava.”

Talvez o aborrecimento do ouvinte não-iniciado ante uma obra de W. do período maduro não seja somente signo de uma consciência pedestre que capitula ante a pretensão do sublime, senão também de uma incompreensão diante da descontinuidade da experiência temporal no mesmo drama musical.” “Integrada no todo e reificada, a emoção mimética degenera em mera imitação e finalmente em mentira.” “O comportamento compositivo se converte em agente de ideologia já antes de que esta se introduza literariamente nos dramas musicais.” “a emoção expressiva, ao aparecer pela segunda vez, se converte em comentário enfático de si mesma.”

Lorenz llega a comprender la totalidad de Los maestros cantores como un único <gigantesco Bar>.”

Com a lei formal da onda W. tentou superar musicalmente a contradição entre expressão e gesto muito antes de que o racionalizara por meio da filosofia schopenhaueriana. Ele visa a conciliar a falta de desenvolvimento no gesto com a irrepetibilidade da expressão fazendo com que o gesto se retraia a si mesmo. A si mesmo, i.e., ao tempo. Este, se não o domina como Beethoven, tampouco o preenche como Schubert. Revoga-o. A eternidade da música wagneriana, paralela à do poema do Anel, é a do <nada aconteceu>; a de uma invariância que desmente toda a história com a natureza sem linguagem. As filhas do Rin, que no princípio brincam com o ouro e no desfecho recuperam-no para brincar, são a conclusão última da sabedoria e da música de W.. (…) Isto tudo a concepção wagneriana da forma o representa mais penetrantemente que qualquer de suas opiniões filosóficas. Mas o princípio estético da forma, ao contrário de Schopenhauer, é transfigurado e convertido em equilíbrio reconfortante, que é intolerável no mundo social real que a obra de Wagner repele.”

Nota mental: ler Gaia-Ciência ouvindo Wagner.

A compreensão da função do Bar implica a crítica da forma wagneriana. Lorenz, que ataca com veemência a frase reacionariamente formulada de maneira maquinal desde Nietzsche sobre a falta de forma em W., está, todavia, mais interessado na organização das macroformas que no <trabalho temático>. (…) Mas a verdade é que em Wagner não há realmente nada que analisar na microforma. Para dizer melhor, W. só sabe de motivos e macroformas, nada de temas. A repetição faz as vezes de desenvolvimento, a transposição de trabalho temático, e, ao revés, o liricamente irrepetível, a canção, é tratado como se fôra dança.”

(*) “Hans Paul Freiherr von Wolzogen (1848-1938): dramaturgo, crítico musical e redator das Bayreuther Blätter, fiel servidor de W. e provável inventor do conceito de Leitmotiv.”

Enquanto que a música de W. suscita incessantemente aparência, expectativa e exigência do novo, no sentido mais estrito nela nada de novo sucede. É isso que Nietzsche e sucedâneos querem dizer. Esta ausência não provém do caótico, mas da falsa identidade. O idêntico se apresenta como se fosse novo e substitui em conseqüência, pela sucessão temporal abstrata dos compassos, o processo dialético do conteúdo em sua música, sua historicidade interna. O miolo da construção wagneriana da forma está oco: o desdobramento no tempo, a que apesar de tudo aspira, é inautêntico. (…) Não é por acaso que as análises de Lorenz possam-se registrar em tábuas, suporte tão alheio ao tempo como a própria organização wagneriana da forma. Em que pese toda sua meticulosidade, resulta disso um jogo gráfico que não é capaz de descrever a música real.”

Toda música cíclica era decepcionante até o tempo de Adorno? Hoje é sinônimo de puro prazer e deleite!

Sou incapaz de lembrá-lo, mas também não o esqueço” Sachs

O Leitmotiv remonta, muito além de Berlioz, à música programática do séc. XVII, quando ainda não imperava uma lógica da linguagem musical obrigatória, e seria melhor compreender esta origem somente sob o aspecto alegórico do que sob o jogo pueril de efeitos de eco e análogos.”

A necessidade de que a música de W. fosse comentada e resenhada foi desde sempre a declaração da bancarrota da própria estética wagneriana do imediatamente uno. A decadência do Leitmotiv é imanente a este: leva diretamente, passando pela elástica técnica de ilustração de Richard Strauss, à música de cinema, onde o Leitmotiv unicamente anuncia heróis ou situações a fim de que o espectador se oriente mais rapidamente.”

Só mesmo num contexto harmônico articulado pode o motivo responder, pode a mesma técnica da seqüência progressiva produzir este sentido alegórico que exige o leitmotivismo e que em grande medida possui seu esquema na triplicidade do Bar.”

Ao contrário, do amor, a música de cinema já não é assim um elogio…

Diante da décadence wagneriana se anuncia hoje em dia uma decadência, a de que precisamente esta sensibilidade abandonara os músicos e estes inclusive suspiram pelas cadeias em que Wagner tratava de se sacudir.”

O fato de que Wagner desenvolvera este análogo do procedimento impressionista na pintura sem consciência disso assinala a unidade das forças de produção da época não menos que o isolamento dos domínios particulares produzidos pela divisão do trabalho entre si.”

Na atmosfera wagneriana já está latente algo daquela do filisteu furioso que logo lançou o anátema contra todos os <ismos>. Quanto mais progridem a tecnificação da obra de arte, a planificação racional do procedimento e, portanto, o efeito, tanto mais ansiosamente a música medita como deverá parecer espontânea, imediata, natural, e como dissimular-se-á a vontade de estruturação do seu autor. Em contradição com sua práxis, sua ideologia nega o dissolvente, desagregador, analogamente a como logo, logo isto se expressará brutal e primitivamente na recusa sumária de toda nova arte por parte de Cósima na correspondência com o nacional-socialista Chamberlain.

(*) Houston Stewart Chamberlain (1855-1927): escritor germanófilo de origem britânica. Admirador, biógrafo e genro de Wagner, suas teorias racistas, em grande parte devedoras de Gobineau, foram uma importante fonte de inspiração para o nazismo.”

Wagner foi um impressionista apesar de si mesmo, conforme o estado atrasado das forças produtivas humanas e técnicas e portanto também da doutrina estética na Alemanha de meados do séc. XIX.” “Nenhuma comparação de W. com o impressionismo seria pertinente se não se recordara ao mesmo tempo que o credo do simbolismo universal, ao qual estão sujeitas todas as suas conquistas técnicas, pertence a Puvis de Chavannes, e não a Monet.

(*) Pierre Cécil Puvis de Chavannes (1824-98): pintor e desenhista simbolista francês.”

O que leva a totalidade wagneriana ao desastre não é tanto a nulidade do individual como o fato de que o átomo, o motivo caracterizador, deve, precisamente em virtude da característica, sempre aparecer como se fôra algo, exigência esta às vezes não satisfeita. Os temas e motivos se unem para formar uma espécie de pseudo-história.” “Em Beethoven, o individual, a <inspiração>, é ao mesmo tempo sublime e nulo cada vez que a idéia de totalidade tem a preeminência; o motivo se introduz como algo em si totalmente abstrato, exclusivamente como princípio do puro devir, e, posto que o todo se desdobra a partir daí, o individual, que desaparece no todo, é ao mesmo tempo concretado e afirmado também por aquele. Em W., o individual cheio nega a nulidade que não obstante possui enquanto gesto pré-lingüístico.”

Quanto mais triunfalmente se executa a música de W., tanto menos ela vê em si um inimigo a subjugar; o triunfo burguês sempre silenciou, com sua gritaria, a mentira do ato heróico. Precisamente a ausência de um material dialético sobre o qual a arte poderia ratificar o próprio triunfo condena as totalidades wagnerianas à mera duração. O fato de que motivos como o da espada ou da chamada do berrante de Sigfrido não são domináveis por arte da forma alguma é evidente: a censura de carência de inspiração melódica concerne menos a uma falta de capacidade subjetiva que objetiva. (…) De modo que o respeito constante pela eficácia e a inteligibilidade que permite a W. recorrer a motivos semelhantes a sinais produz uma falta de plasticidade e uma inconseqüência técnica no discurso. Isso fica patente logo no prelúdio do Lohengrin. (…) Sua melodia inicial carece de inteligibilidade, pois se obstina em duas notas, mi e fá sustenido, sem que sua repetição se planteie como temática, unívoca.” “Paradoxalmente, nem na teoria nem em seu próprio procedimento, salvo no Tristão, o cromático W. se livrara totalmente de certa apreensão diante da modulação. Sem o contrapeso das partes diatônicas do gênero do antecedente, a riqueza de graus e a condução cromática das vozes criaria aquele esoterismo que W. temia como a própria morte.” “Os passos de semitom <à parte>, sentidos como estímulo, de Tristão, não se distinguem entre si mais que, ao revés, podem-se reter apropriadamente como melos as fanfarras arcaizantes.”

A inspiração é uma categoria musical recente. Durante o XVII e princípios do XVIII se a reconhecia tão pouco quanto os direitos de propriedade sobre canções. A inspiração nada mais é do que pegadas que o compositor, monadologicamente isolado, optava por deixar no material musical como caracteres, i.e., indícios de estilo. Mas eis que a obra de Wagner aspira a destruir, a fazer desaparecer o ‘estilo’ incrustado no material natural. A força do protesto, que equivale à da inspiração, se encontra, nele, anulada, e o ser-em-si alienado de um material, com o qual o compositor acaba por se defrontar tanto mais impotentemente quanto mais aprende a dominá-lo, é elevado à essência como orientação desesperada. A técnica compositiva de Wagner, tanto como seus textos, têm a tendência de dissolver todo o determinado, tudo aquilo que tem um nome no um e no todo, seja na ‘proto’-tríada ou na gama cromática. A hostilidade de W. aos tipos termina absurdamente no anônimo, inespecífico, abstrato; de modo que, p.ex., em Max Reger poder-se-ia acabar transpondo qualquer tema e qualquer compasso de sua obra a qualquer outro, ao passo que já nos seus sucessores neo-alemães Strauss e Pfitzner a fragilidade interna do material motívico se faz manifesta nos extremos de banalidade fanfarrona e de vacuidade sem remédio.”

as seções, comparadas com o fragmento mais simples de Mozart, são em si de uma assombrosa pobreza figurativa. (…) As únicas passagens estritamente contrapontísticas são combinações de temas.”

Os cabos da melodia infinita se mostram com assaz clareza.” “Tanto mais intenso e perdurável, no entanto, foi, em W., o efeito de um meio estilístico estreitamente ligado à melodia infinita: o Sprechgesang (a fala cantada). Este pressupõe que já não se reconheça o desmembramento tradicional da melodia, que o discurso horizontal fique eximido dos controles duma construção regular dos versos e estrofes, e que esta dispensa seja aplicada ao tratamento musical do texto mesmo. (…) Como se sabe, o Sprechgesang wagneriano deriva em geral do recitativo accompagnato, por mais que desde o início W. protestasse contra sua confusão com o recitativo.” “Com gosto, dir-se-ia que compositores de óperas como Rossini e Auber devem precisamente a tais peculiaridades a reputação de engenhosos.”

Na ópera cômica, é mais fácil distinguir as palavras do cantor que “declama”; na ópera clássica pré-romântica, quase impossível: “W. se esforça por fundir a opera buffa e a opera seria como antes o classicismo fez com os estilos <galante> e <douto>.” Dessa perspectiva, a ópera de W. pode ser entendida como uma continuação, e não ruptura, com os cânones já presentes em A flauta mágica, Don Juan e Fidelio.

A opera seria vem da aristocracia feudal; a bufa, da burguesia. “W. conciliou ambas sob o primado da burguesia.”

O W. progressista modificou a forma sujeita da linguagem de tal modo que a entonação musical não se visse perturbada e se dobrasse como a prosa ao pensamento tanto quanto à música; o reacionário agregou-lhe um elemento mágico, realizando um gesto idiomático que finge um estado existente antes da separação em verso e prosa.” “nisso W. se aproxima ao máximo de Mussorgski, a quem não conhecia em absoluto.”

O mesmo W., cujo ponto fraco era a formação de caracteres puramente musicais, se mostra inigualável na tradução em música de caracteres expressivos.”

Para o drama, parece demasiado ideológico: é incapaz de relegar ao espírito com respeito à coisa mesma, de fazê-lo falar unicamente a partir desta, senão que como artista sente-se sempre simultaneamente no papel de apologeta que deve tomar a palavra ele mesmo.”

Esta função das personagens serve para retração do tempo musical. Os grandes relatos de Wotan no segundo ato d’A valquíria, de Sigfrido antes de sua morte, carecem de fundamento dramatúrgico. (…) Mas, em passagens decisivas, como a da negação da vontade por parte de Wotan e o da destruição da única esperança, põem a ação mesma no passado, de igual modo que segundo seu sentido formal o gesto do Bar se retrai a si mesmo sobre o corpo. (…) [Para que o efeito de fusão entre espectador, música, cantor e herói seja satisfatório,] É preciso que o poeta que fala afirme, vestido como <maestro>, a identidade mítica com suas próprias criaturas, que remedeia musicalmente suas figuras como o ator destas. Isso explica a ambigüidade de seu proceder musical, que confunde entre si a reflexão lírica do personagem do drama e a imediatez gestual-afetiva do diretor.”

As contradições que sustentam a estrutura formal e melódica de W. – condição necessária do tecnicamente frágil – se determinam em geral pelo fato de que o regressivamente sempre igual se apresenta como sempre novo, o estático como dinâmico, ou de que, ao revés, segundo o próprio sentido, categorias dinâmicas se identificam com caracteres anti-históricos, pré-subjetivos. O compor de W. só não é inconsistente porque imediatamente se pressente como estático num grau ultimado, o que já ultrapassa o Ser no sentido da ideologia ontológica de meados do séc. XX, como p.ex. em Stravinski. Stravinski, sendo conscientemente ‘pré-histórico’, é um dos antípodas absolutos da estética wagneriana. Stravinski libera a regressão em figuras sempre novas; como na [regressão] fascista, em sua ideologia estética se abjura do conceito de ‘progresso’. Nos cem anos que lhe foram anteriores, que se enraízam no liberalismo, mas nos quais já se manifesta a própria regressão antecipatória dessa raiz, inclusive, quisera-se afirmar o elemento regressivo em si como progressista, a estática como dinâmica, expoente de uma classe que está já objetivamente ameaçada pela tendência histórica sem, não obstante, segundo a própria consciência, experimentar-se, por isso, como historicamente condenada, e que em lugar disso projeta o previsível final da própria dinâmica como catástrofe metafísica sobre o princípio do Ser.”

é o elemento, propriamente falando, produtivo de W. aquele em que o sujeito renuncia à soberania, se entrega passivamente ao arcaico – o fundo instintivo –; ao elemento que, justamente graças a sua emancipação, abandona a pretensão, tornada incumprível, de configurar o decurso temporal como pleno de sentido. Mas este elemento é, em suas duas dimensões, a harmônica e a colorista, o som. Este é quem parece fixar no tempo e no espaço e, assim como enquanto harmonia <preenche> o espaço, o mesmo número de cores, para o qual a teoria da música não conhece outro, se toma emprestado da esfera ótico-espacial.”

se em W. a música regressa ao meio, estranho ao tempo, do som, em troca é precisamente sua própria distância em relação com o tempo o que permite desenvolvê-lo ulteriormente sem nenhuma trava por parte das tendências que uma e outra vez paralisam suas obras na dimensão temporal.”

figuras como o motivo do sonho no Anel parecem fórmulas mágicas, capazes de extrair todos os achados harmônicos posteriores do contínuo das 12 notas. Mais ainda que na tendência à atomização, W. antecipa o impressionismo na harmonia.”

Sigfrido contém uma passagem segundo o efeito, se não segundo a letra harmônica, politonal, oscilante entre dó maior e fá menor, antes das palavras de Mime <tua mãe me deu isto>”

Em todas as coisas alheias a sua mais estrita competência profissional é inquestionável a propensão de W. a adotar o partido dos clássicos autoritários contra os <modernos>: o postulado nietzscheano do extemporâneo foi distorcido no autor do Tristão, ídolo dos simbolistas parisienses até Mallarmé, até se converter em enfatuação maliciosa.”

Ao mesmo tempo, seus achados harmônicos levam mais além do impressionismo, ao menos do impressionismo dos sucessores alemães de W..”

No momento do grande arrebatamento de Wotan, antes das palavras <Oh, sagrada infâmia!>, n’A valquíria, aparece um acorde que contém 6 notas diferentes (dó, fá, lá bemol, ré bemol, dó bemol, mi duplo bemol) e que, por assim dizer, não se resolve”

Na sua origem, a tendência à evolução cromática do período romântico era progressista. Esta adquiriu em W., pela 1ª vez, no emprego total de sensíveis a barulho e sem resistência, algo de nivelador e estacionário. (…) Precisamente quando finalmente total, o cromatismo produz por si mesmo resistências, fortes graus secundários, que de nenhum modo substituem já meramente a tônica e a dominante. Kurth em particular não fez justiça ao fato.”

gratuitos rabiscos de dissonâncias”

(*) “Hugo Riemann (1849-1919): musicólogo e pedagogo alemão, autor de um Dicionário de música e vários livros sobre teoria e história da música.”

no período estilístico de W. as dissonâncias adotaram o caráter de subjetividade autárquica: protestam contra a instância social reguladora. Toda a energia está do lado da dissonância”

(*) “Simon Sechter (1788-1867): compositor, musicólogo e pedagogo austríaco, que teve como alunos em sua cátedra de contraponto em Viena Bruckner e, rapidamente, pouco antes de que esse morrera, em 1828, a Schubert.”

CONTRA A VISÃO “FUNCIONALISTA” NA MÚSICA: “A funcionalidade, a mediação entre tensão e solução, que não admite nenhum excedente, nada que fique de fora, este procedimento não deve se entender demasiado primitivamente, nem literalmente nem a curto prazo. A práxis harmônica de W. de maneira alguma se esgota no conceito de transição.”

No Parsifal, que submete todos os componentes da música meramente decorativos a uma incipiente crítica, em ocasiões as dissonâncias vencem abertamente pela primeira vez na música clássica, e explodem a convenção da solução, erigindo em seu lugar a árida monodia. [ver glossário]” “pôs no centro de sua obra 8 compassos que por toda sua fatura alcançam o umbral da atonalidade.”

Em Beethoven e até no alto-romantismo os valores expressivos harmônicos estão rigidamente fixados: a dissonância representa o negativo e o sofrimento, a consonância a positividade e o cumprimento [ver glossário, em BAR]. Isso em W. muda no sentido da diferenciação subjetiva dos valeurs sentimentais harmônicos. P.ex., o acorde característico cujo subtítulo reza <o mandato da primavera, a doce necessidade>, e que n’Os mestres cantores representa o momento da pulsão erótica e portanto o agens, patentiza sem remendos o sofrimento e a incompletude tanto como o prazer que se dá na tensão, na falta de consunção mesma: é doce e pura necessidade ao mesmo tempo. O fato de que o sofrimento pode ser doce (…) os ouvintes aprenderam dele” Quão nietzscheano!

Poucas coisas seduziram tanto na música de Wagner quanto o gozo do tormento.”

Certamente há por toda parte funções riemannianas, mas não <harmonia funcional> no sentido da teoria de Schönberg” “A aversão natural de W. pela modulação, esse resíduo particularmente conservador que tão facilmente se associa de novo ao procedimento de mera translação mediante sensíveis, priva a harmonia wagneriana de sua melhor possibilidade, a da organização formal em profundidade, tal como, p.ex., concebeu-a tão torpe e superficialmente um aluno de Sechter (Bruckner). Se nalguma ocasião W. se decide pela modulação, como para, no prelúdio d’Os mestres cantores, escapar da vizinhança do demasiadamente obstinado dó maior, então a modulação, que nunca se desprende totalmente da translação, reveste um aspecto peculiarmente arbitrário, e em seu caráter abrupto perde facilmente a compensação formal com as partes compridas que a precedem com suas escalas próprias; mas disso volta a extrair, como pressuposto, estimulantes do efeito. Os limites da configuração formal de W. são também os de sua harmonia.”

Las notas tenidas del bajo pulen la escritura armónica: siempre hay menos notas del bajo que acontecimientos armónicos. De ahí resulta una cierta pesadez, la característica viscosidad del discurso. Ésa es sin duda la herencia de la diletante pobreza de grados del joven W. (…) El W. maduro supo hacer de tal necesidad la virtud de la ambigüedad armónica.”

O Lohengrin o demonstra na visão de Elsa plenamente elaborada com esses 8 compassos citados como paradigma wagneriano, os quais modulam de lá bemol maior a dó bemol maior, si menor, ré maior, ré menor, fá maior-menor até voltar a lá bemol maior. A argúcia consiste na reinterpretação do dó bemol como si. O intercâmbio enarmônico tem aí o efeito do inesperado, do imprévu no sentido berlioziano. Esse efeito de surpresa, p.ex. o do sol bemol por trás da frase <te considero nobre, livre e grande!>, faz ainda saltar, crassamente e sem mediação, a estrutura no Rienzi. (…) Porém, na madurez wagneriana, i.e., no Lohengrin, a enarmonia volta a integrá-lo no conjunto da composição. O novo é ao mesmo tempo o antigo: isto se reconhece e se torna facilmente compreensível no novo. <Soava tão antigo e era, ao contrário, tão novo>: isso poderia constituir a regra da enarmonia wagneriana e, na verdade, a de toda a harmonia wagneriana.”

Escreve-se formulaicamente o que nunca foi.

Estas associações só se fazem completamente inteligíveis a partir do material mais avançado da música contemporânea, a qual já aboliu a continuidade da transição wagneriana.”

Richard Strauss assinala que cada obra de W. tem seu próprio estilo de instrumentação e inclusive sua própria orquestra, e a capacidade de W. para a estilização instrumental está tão desenvolvida que inclusive no interior da unidade estilística do Anel as 4 óperas se distinguem entre si por seu caráter sonoro específico.”

O tratamento distinto dos oboés é, em sentido negativo, uma das inovações mais importantes de W. com respeito aos procedimentos tradicionais. No esquema tradicional da partitura, os oboés se situam sobre os clarinetes e no classicismo vienense a maior parte das vezes se os coloca na mesma sobreposição. (…) já W. só os utilizou de modo solo ou em tutti forte, mas essa sobreposição alternativa já era indiscutivelmente uma fuga do papel de segundo soprano natural da seção de ventos para o oboé.”

Entre flauta e clarinete em uníssono [duplicação criada por W.] se produz uma espécie de som de interferência, flutuante, vibrante. Desaparecem, neste, os caracteres específicos de ambos os instrumentos; se tornam indistinguíveis; um músico desprevenido não poderia relatar a origem do som. Nisso, este novo som emula o órgão [em que, pode-se dizer, há, no movimento forte, o amálgama já da corda acionada pela tecla e da madeira, em que ela bate].” “Se os clarinetes nivelam a arcaica irracionalidade das flautas, o clarinete baixo reforça o baixo, já passado de moda, das madeiras, o fagot.”

Com a introdução de válvulas ganhou-se indiscutivelmente tanto para este instrumento [a trompa] que resulta difícil passar por alto este aperfeiçoamento, ainda que com ele a trompa tenha perdido, inegavelmente, em beleza tímbrica, como também, e em especial, na capacidade para ligar os sons com suavidade. Devido a essa grande perda, sem dúvida o compositor interessado na conservação do autêntico caráter da trompa deveria ter-se abstido do emprego da trompa de válvulas, isso imaginando que esse mesmo compositor não houvera feito a constatação de que, mediante um treinamento particularmente atento, artistas excelentes podem superar as desvantagens indicadas até a quase imperceptibilidade, de modo que, no que se refere ao som e à ligação, mal se pode advertir a diferença.”

W. sobre o Tristão

Quien jamás ha oído una trompa natural junto a una trompa de válvulas no puede preguntarse dónde se ha de buscar el <auténtico carácter> de la trompa cuya pérdida él lloraba. (…) un sonido <suena como trompa> en cuanto se percibe que es tocado por la trompa” “igualmente incuestionable es que el sonido pedalizado del piano se distingue del sonido no pedalizado por el hecho de que de aquél la huella de la producción queda borrada en el instante en que el macillo golpea la cuerda.”

según una expresión de Alban Berg, el instrumentador tiene que comportarse como un carpintero, el cual controla que en su mesa los clavos no asoman y que el olor de la cola no sigue siendo perceptible, así en el jazz las trompetas con sordina pueden sonar como saxofones y viceversa, e incluso la parte vocal susurrante o transmitida por el pabellón se les asemeja. La idea de un continuo eléctrico de todos los colores sonoros posibles llevó esta tendencia a la fórmula radical: la mecánica.”

la famosa <simplicidad> de la instrumentación de Parsifal es, por comparación con Tristán, Los maestros cantores y el Anillo, no meramente reaccionaria, no meramente falsamente sacra, sino que también ejerce una crítica legítima de las componentes ornamentales en el estilo de instrumentación característico de W.. En Parsifal no hay meramente santurrones pasajes para los metales, sino al mismo tiempo un lúgubre amortiguamiento del sonido como el que en las últimas obras de Mahler y luego en la Escuela de Viena se hizo dominante.”

Schreker, discípulo de W., mais wagneriano que o próprio, apologista do tutti e abominador do solo: “Nada soa mais perturbador que, p.ex., uma celesta que se ouve sozinha… Nego… o som demasiado nítido, diferenciável e em favor da ópera não quero reconhecer mais do que um instrumento: a orquestra mesma!”

O direito crítico dessa exigência se tornou bastante rapidamente farisaísmo prosaico, em tempos de perda da arte da instrumentação, que aliás foram apressados sucessores do próprio triunfo da arte da instrumentação, que pouco sobreviveu a W..”

o estilo compositivo mozartiano de nenhuma maneira busca a continuidade: antes justapõe unidades monádicas, equilibra-as, contrasta as seções de cordas e ventos segundo uma maneira concertante mais antiga.”

o insípido som do violino conta-se entre as grandes inovações da época cartesiana.”

Na música, que enquanto arte burguesa era ainda jovem, brotam, com a instrumentação, seus últimos galhos.” “Quem compreendesse por que Haydn dobra em piano [movimento suave] os violinos com uma flauta poderia entrever desde então por que há milhares de anos a humanidade renunciara a comer trigo cru e começara a assar o pão, ou por que alisara e polira seus utensílios.”

Quanto mais obra de arte, menos obra, pois mais metafísica, já-feita desde a eternidade, já dada. Obra de arte dada não é criada. A criada e o mestre. Quanto mais mundana, mais sagrada. Quanto mais sacra, mais anti-arte. Quanto mais arte, menos arte, quanto menos arte, mais mundo.

Isto é um charuto; e se não fôra o homem faria com que fôra! A transparência da cal.

UM BENJAMIN SOPROU EM MEU OUVIDO: “A conversão da obra de arte em mágica conduz a que os homens venerem como sagrado seu próprio trabalho, pois não podem reconhecê-lo como tal.”

Muitos filhos ele tem

Muitos quadros ele compra

Muitos livros ele escreve

Muitos álbuns ele caga

Muitos filmes ele co-leciona

Un arte dañada para un hombre dañado!

As óperas de W. tendem ao espelhismo, tal como Schopenhauer chama o <lado exterior da mercadoria ruim>: à fantasmagoria.” “Até sua autodissolução em Schreker, a escola neo-alemã se ateve à idéia do <som distante> como a do espelhismo acústico; a da sonoridade na qual a música, espacializada, se detém numa imbricação do próximo e do distante tão enganosa como a consoladora Fata Morgana,¹ aproxima-nos as cidades e caravanas desde sua distância como espetáculo natural e de forma mágica transforma plasticamente os modelos sociais na natureza mesma.”

¹ Fenômeno físico: miragem ou ilusão ótica no horizonte que eleva a altura de objetos distantes em decorrência de inversões térmicas.

Entre os instrumentos de madeira da ópera Tannhäuser, predomina a flauta piccolo, de todos eles o mais arcaico, do qual a evolução da técnica instrumental quase não deixou vestígio. É um reino musical de elfos bastante parecido com o esboçado pelo jovem Mendelssohn, a quem o Wagner tardio tinha em alta conta.” “Isso recorda os dispositivos com espelhos daquele teatro de Tanagra que ainda hoje se encontram nos parques de diversão e nos cabarés fronteiriços [?].”

Quando, na parte do Venusberg na obertura os violoncelos e os contrabaixos entram na letra B com o ritardando, assinalam o instante em que o sonhador toma consciência de seu próprio corpo e se distende no sonho. A técnica da redução do som sem baixos confere também uma expressão fantasmagórica a uma passagem do Lohengrin que, de uma maneira menos evidente que no Tannhäuser, determina a obra inteira. É a visão de Elsa, na qual seu sonho arrasta o cavaleiro e por assim dizer toda a ação. (…) As notas graves que aparecem voltam a se confiar a instrumentos sem peso, o clarinete-baixo e a harpa. O som do clarinete-baixo, de uma singular transparência, não decai abaixo do mi bemol 2.”

Quando o último W. brincava com a idéia da metempsicose, para isso quase não necessitava do estímulo das simpatias budistas de Schopenhauer. Na fantasmagoria já estava a dama Vênus, a deusa pagã, simbolicamente integrada à era cristã, cabalmente reencarnada como Kundry, a quem Klingsor conjura enquanto ela dorme à luz azulada: <Tu foste Herodias, e agora? Gundrigia ali, Kundry aqui!>.”

 

A princesa judia Herodias.

O sonhador se encontra impotente com a imagem de si mesmo como um milagre e permanece no inevitável círculo de seu próprio trabalho, como se este círculo fosse eterno; a coisa, de que se esqueceu que ele é o autor, aparece diante dele como fenômeno absoluto.”

O Zaratustra parece ter sido uma resposta satírica ao Tannhäuser: “Pero debo volver al mundo de la tierra, contigo sólo puedo ser un esclavo; anhelo la libertad, tengo sed de libertad” “su despedida de Venus es uno de los auténticos momentos políticos en la obra de W..”

Su traición no consiste en que se entregue a los caballeros, sino en que, ajeno al mundo y presa del sueño, les cante la loa a Venus, la misma loa que por 2ª vez lo inmola precisamente al mundo del que en la fantasmagoría ya una vez huyó. Su misma evasión es ilusoria: lo lleva del Venusberg al torneo de canto, del sueño a la canción, y la huella de lo que le empujó a la rebelión sólo subsiste en el genial canto del pastor que, más allá del sueño y la cautividad, evoca la productividad de la naturaleza misma como obra del mismo poder que al cautivo le parecía mera ausencia de libertad. Lo que salva a Venus son las palabras <Lam dama Holda salió de la montaña> y no el traicionero elogio de Tannhäuser. Para la experiencia socialmente determinada del placer como ausencia de libertad el mismo poder de los instintos se transforma en enfermedad, tal como con el grito <!Ya basta!> ya Tannhäuser percibe en el reino de Venus su propio goce como una debilidad. Toda la obra de W. está impregnada de la experiencia del placer como enfermedad.” “La enfermedad y el deseo se confunden en la opinión de figurarse que a un ser vivo sólo se le mantiene vivo mediante la opresión de su vida.” “En una regresión bien conocida por la educación burguesa y desde hace mucho tiempo interpretada por el psicoanálisis como <sifilofobia>, sexo y enfermedad venérea se asimilan, y no por casualidad en su lucha contra la vivisección a W. le indignaba que sus resultados favorecerían la curación de enfermedades contraídas por <vicio>.”

Assinalou-se que em W. as flautas que ressonam no Venusberg em solo rara vez aparecem como instrumentos desacompanhados. São vítimas da difamação por parte da fantasmagoria do prazer que elas representam na fantasmagoria mesma. Bem o notou Nietzsche: <Por que sofro eu quando sofro pelo destino da música? Pelo fato de que a música se despojou de seu caráter transfigurador do mundo, afirmativo, pelo fato de que é uma música da decadência e já não é a flauta de Dionísio>. A flauta wagneriana é a do caçador de ratos de Hamelín; mas, como tal, logo se converte em tabu.”

A ilusão entranha a desilusão. Na obra de W. ela tem seu modelo muito bem-ocultado: o de D. Quixote, que W. tinha em muito alta conta. A fantasmagoria d’Os Mestres cantores, seu segundo ato, impõe aos heróis o papel de quem luta contra moinhos de vento.”

Enquanto esboço de uma pré-história burguesa, Os Mestes Cantores são a obra central de W.”

quando a Santa Lança [Longinus?] se detém fantasmagoricamente sobre a cabeça de Percival, este se serve dela para maldizer: <Que em ruínas e pó converta o falso esplendor!>. É a maldição daquele rebelde que quando jovem assaltava bordéis não olvidados.”

A fantasmagoria, bem como o ritmo de seu declive, deve desdobrar-se na obra de arte épica extensa (a obra de arte total ou o <drama do futuro>, na boca de W.).”

Ao desembocar em um quid pro quo dos meios estéticos que mediante a perfeição artificial deve ocultar todos os pontos de sutura do artefato, a diferença entre este e a natureza pressupõe precisamente a alienação radical de toda naturalidade que, instaurando-se como segunda natureza, a obra total queria fazer sepultar.”

A ocultação do processo de produção poética em prol de sua intencionalidade, por conseguinte de sua racionalidade, assim como a relação constitutiva da obra de arte com a <vida ordinária> que Ópera e drama não se cansa de recordar, W. as introduz na configuração que define a fantasmagoria.” Um compositor de ópera que precisou explicar sua obra via livros… O contrário do filósofo que faz música transcendental com seus escritos. Vê-se que a obra de arte total não era tão total assim!

Com a <ocultação da intenção> do poema por meio da música, a obra de arte total aspira ao ideal do fenômeno absoluto com o qual a fantasmagoria ilude: <É assim que a forma artística unitária mais completa é definida por mim como aquele em que um vastíssimo conjunto de fenômenos da vida humana – ‘conteúdos’ – é comunicável ao sentimento numa expressão tão perfeitamente inteligível que este conteúdo se manifesta em todos os seus momentos como um conteúdo que estimula perfeitamente, e satisfaz perfeitamente ao sentimento. O conteúdo tem de ser, destarte, um conteúdo constantemente presente na expressão; e esta expressão, uma expressão que constantemente faça presente o conteúdo em toda sua extensão; pois o que não está presente só pode ser captado pelo pensamento, enquanto o [que está] presente [só pode ser captado] pelo sentimento>.” Conteúdo, conteúdo, conteúdo… Você é um vestibulando por acaso, VVaguinho?

eu cap[o]to as sensações

(*) “Hermann Cohen (1842-1918): filósofo alemão neo-kantiano que rechaça a oposição kantiana [?!] entre sensibilidade e entendimento em prol de uma intuição puramente intelectual como único meio de conhecimento.”

O DR. FRANKENSTEIN: “A atualização permanente que a música deve consumar no poema às custas do tempo musical persegue o fim de, dissolvendo-o e vivificando-o, transferir à aparência de uma pura atualidade subjetiva todo o rigidamente objetual do poema e com isso o reflexo do mundo das mercadorias na obra de arte: <A ciência nos mostrou o organismo da linguagem; mas o que nos mostrou era um organismo morto, que só a extrema necessidade do poeta pode devolver à vida, e isso certamente tapando as feridas infligidas pelo escalpelo anatômico ao corpo da linguagem e insuflando-lhe o hálito que o anime ao automovimento. Mas esse hálito é… a música…>

Texto recente sobre a estética do cinema: <tal como a adaptação realizada pelo olho ao acostumar-se a captar a realidade de antemão como uma realidade das coisas, no fundo como uma realidade de mercadorias, o ouvido ainda não realizou nada parecido. O ouvido é, em contraste com a visão, <arcaico>, não acompanhou o desenvolvimento da técnica. Poder-se-ia mesmo dizer que reagir essencialmente pondo o ouvido ‘olvidado’ de si mesmo, em lugar de abrindo olhos vivazes e calculadores, contradiz, de certo modo, a era tardo-industrial… O olho é sempre um órgão DE ESFORÇO, de trabalho, de concentração, que apreende univocamente algo DETERMINADO. Já o ouvido carece de concentração, é PASSIVO. Não há como fazê-lo se acostumar, i.e., ‘se arregalar’ diante de ‘uma tela’, gradativamente… Comparado ao olho, o ouvido é sonolento e apático. Mas sobre esta sonolência paira o tabu que a sociedade fizera pesar sobre a ‘preguiça’ de maneira geral. Desde sempre a música fôra uma tentativa de burlar esse tabu.>(*)

(*) Embora faça parecer que se trate de uma citação acadêmica qualquer do séc. XX, quem sabe até apócrifa, na verdade é uma AUTOCITAÇÃO de Adorno. Cf. Adorno & Eisler, Komposition für der Film, Munique, 1969.” Não pesa tabu algum. Falou, falou, falou, e NADA DISSE. Órgão de CONCENTRAÇÃO é o próprio ouvido.

O inconsciente, cujo conceito W. devia à metafísica de Schopenhauer, é, nele, já ideologia: a música deve dar calor e fazer somar as relações alienadas e reificadas dos homens, como se ainda foram humanas. Tal ressentimento tecnológico é o a priori do drama musical. Reúne as artes a fim de mesclá-las delirantemente. A linguagem voluptuoso-idealista de W. o apresenta sob a metáfora da união sexual: <O que necessariamente se há de dar de si, a semente que a partir de suas forças mais nobres só se condensa na mais ardente excitação amorosa – semente que não procede senão do impulso a se dar, i.e., de se comunicar para fecundar; mais ainda: que em si é a encarnação deste mesmo impulso –, esta semente fecundante é a intenção poética, que aporta na música, mulher esplendorosamente amante, aquilo a que se há de dar a luz.>

Não somente os dramas musicais culminam em fragmentos de delírio, como no canto final de Isolda, a cena de Sigfried e Brunilda ao fim de Sigfrido ou o lamento fúnebre de Brunilda n’O Crepúsculo dos deuses; na promiscuidade de seus elementos, a mesma forma dramático-musical está, a cada instante, aberta ao delírio enquanto <regressão talassal>.¹”

¹ Tálassa, divindade grega, pré-olímpica. Fecundada por Urano, é avó das ninfas ou ainda mãe de Afrodite ou do Amor. Como aquela que habita pela primeira vez todos os oceanos, prefigura-se aqui um ‘sentimento oceânico’ junguiano?!

Figuras e símbolos se fundem mutuamente, até que Sachs se converte em Marke e o Graal no tesouro dos nibelungos, os nibelungos nos wibelungos. [?] Só do extremo de uma espécie de fuga do pensamento, da renúncia a todo o unívoco, da negação de tudo o que leve a marca do individual, de nenhum modo meramente na música, deduz-se a idéia de drama musical.”

Assim como o conceito de obra de arte técnica, também o de <vontade de estilo> teve de vir ao mundo (abortado, mais cedo) com a obra de W..” “a totalidade wagneriana está sempre condenada a quebrar em pedaços.”

Música-cena-palavra unicamente se integram porque o autor – a palavra compositor-poeta não designa mal o monstruoso de sua posição – as trata como se todas convergissem no mesmo. Mas com isso ele violenta e desfigura o todo. Este se converte em tautologia e repetição, sobredeterminação permanente. A música só diz uma vez mais o que as palavras não cessam de dizer, e quanto mais se põe em primeiro plano, tanto mais supérflua se torna com respeito ao sentido que deve expressar. (…) Wagner queria exatamente o contrário quando idealizou o seu Sprechgesang (palavra cantada) como recurso estilístico. Acontece, porém, que na prática a palavra cantada empobrece a música. (…) a própria gesticulação dos atores no palco aparece como caricatura, como se todos não fossem mais que personalizações do próprio diretor de orquestra, o que de fato são, aliás. (…) A ópera anterior, à qual W. reprovava a ausência de unidade estética do ponto de vista da integração dos meios sensíveis, era superior a sua ópera, ao menos no sentido em que não buscava a unidade pela assimilação, senão pela obediência às demandas de cada um dos âmbitos do material. A unidade mozartiana era a da configuração, não da identificação. (…) Enquanto coisa aleatória que de modo usurpador se atribui a si mesma necessidade, a filosofia da história vê tal obra de arte total como algo que deve inevitavelmente naufragar. (…) um só instante de reflexão em meio a todo esse delírio bastaria para destruir a aparência de unidade ideal.”

Dioses, héroes y acción planetaria prometen al anhelo estético la salvación basada en la huida de lo banal; el romanticismo temprano no había tenido necesidad de imágenes de la grandeza porque todavía no se encontraba a cada paso con la amenaza del carácter de mercancía del que luego acaban por adolecer también en W. los modelos heroicos.”

el mundo de las imágenes musicales, al cual se recurre en cuanto reverso metafísico de la mónada solitaria, proviene de la sociedad que éste mundo niega.”

Nadie imparcial que oiga por vez primera el vehemente <motivo de la decisión de morir> de Tristán podrá sustraerse a la impresión de jovialidad trivial.” “También pagó, por tanto, la metafísica wagneriana de la muerte su tributo a la inaccesibilidad del goce vigente desde Beethoven en toda gran música.”

La concepción de la totalidad cerrada en sí y que se despliega a sí misma, de la idea presente en la intuición sensible, es un fruto tardío de los grandes sistemas metafísicos, cuyo impulso, filosóficamente roto desde el Feuerbach conocido por W., se refugió en la forma estética. Se puede creer a W. que cuando finalmente leyó a Schopanhauer se sintió meramente confirmado por éste, que no <influido> en el sentido habitual; el desplazamiento del acento metafísico al arte se prepara en el tercer libro de El mundo como voluntad y representación. Pero así como este desplazamiento está condicionado por el positivismo que tan claramente se anuncia en la determinación de Schopenhauer a negar el <sentido> a toda existencia natural y concedérselo a la ciega voluntad, así también la metafísica inmanente al procedimiento wagneriano va a la par con el desencantamiento del mundo.” “La obra de arte ya no obedece a su definición hegeliana como la apariencia sensible de la idea, sino que lo sensible se dispone para parecer como si dominase a la idea: ésta es la verdadera razón del rasgo alegórico en W., de la invocación de una esencialidad irrecuperable. El delirio tecnológico se prepara por miedo a la harto próxima sobriedad.”

El entusiasmo del joven Nietzsche se equivocaba sobre la obra de arte del porvenir: en ésta se produce el nacimiento del cine a partir del espíritu de la música.” “El 23 de marzo de 1890, mucho antes de la invención del cinematógrafo, Chamberlain escribió a Cósima sobre la Sinfonía Dante de Liszt, representativa de toda esta esfera: <Ejecutad esta sinfonía con una orquestra oculta y en una sala oscura, y haced que por el fondo se pasen imágenes, y veréis entrar en éxtasis a todos los Levi y a todos mis fríos vecinos de hoy, cuya insensibilidad atormentaba el pobre corazón>. Pocas cosas podrían probar más drásticamente hasta qué punto es falso que la cultura de masas le sobreviniera meramente desde el exterior al arte: éste se transformó en su contrario en virtud de su propia emancipación.”

En ninguna parte se muestra lo frágil de la concepción del drama musical más acentuadamente que allí donde más se aproxima a su propia razón de ser, la ocultación del proceso de producción: en la actitud antagonista de W. con respecto a la división del trabajo, la cual luego se convierte en base confesada de la industria cultural.”

El marcador gremial no puede ni entender la canción de concurso ni, atiborrado de reglas de tablatura, realizar tampoco él mismo algo coherente; y Mime, el herrero, es <demasiado hábil> para forjar la única espada que necesita. En ambas figuras insulta W. al entendimiento reflexivo.” “El <cantante> Walther acaba por inclinarse ante el <maestro> Sachs y aprende a no <menospreciar> los <gremios> de especialistas; en lo cual, por supuesto, la reconciliación de lo feudal con el orden burgués desemboca en la colusión con precisamente el mundo reificado al que el hidalgo, con toda razón, teme.”

No pocos de los contrarios a Wagner creyentes en la cultura y hostiles a la civilización, entre ellos Hildebrandt, le reprochan que, a pesar de toda la supuesta <lucha contra el siglo XIX>, adoptara sin escrúpulos sus adelantos técnicos.”

El esbozo de instrumentación – hoy a lo mismo se le llama particella – se fija paralelamente al esbozo de composición: lo sigue siempre a distancia de pocos días. Con ello los dos métodos de trabajo de separan claramente entre sí y se evita que el sonido en sentido berlioziano se autonomice. (…) El efecto mágico es inseparable precisamente del proceso racional de producción que él mismo destierra lejos de sí.”

W. planteaba una exigencia de humanismo real. Esta exigencia se transformó en él en delirio y enceguecimiento, en lugar de apoyar a la libertad con la conducción racional del proceso de trabajo.”

Atualmente não é possível que duas pessoas pensem em fazer possível o drama integral em comum, pois ao discutir esta idéia teriam que confessar perante o público com a necessária franqueza a impossibilidade de sua realização, e este reconhecimento estrangularia, portanto, sua empresa em germe. Só o solitário pode com seu impulso transformar em si a amargura deste reconhecimento em um deleite embriagador que o empurre com coração de bêbado à empresa de fazer possível o impossível; porque só ele recebe o impulso de duas forças artísticas às quais não se pode resistir e pelas quais se deixa voluntariamente levar em auto-sacrifício.”

Por muita verdade que contenham essas frases, sua conseqüência não desemboca na obra de arte total, senão em sua proibição crítica. (…) O que o indivíduo sacrifica no drama musical não é a si mesmo, senão à consistência da obra (…) Para chegar a uma obra de arte total depurada de falsa identidade seria mister um coletivo de especialistas submetidos a um plano.”

Quem ignora que o final d’O crepúsculo dos deuses contém o motivo da Redenção não compreende nem a consumação musical nem a poética. Esse é o preço que o drama musical tem de pagar por ter renunciado à lógica puramente musical da construção na imanência do tempo.”

O mesmo que o homem não se nos representa com certeza mais plena, mais satisfatória, salvo se se manifesta ao mesmo tempo a nossos olhos e ouvidos, assim tampouco o órgão de comunicação do homem interior convence nosso ouvido com a mais completa certeza salvo se se comunica de maneira igualmente satisfatória aos <olhos e ouvidos> deste ouvido.”

Melhor do que eu, ninguém pode saber que a realização do drama que pretendo depende de condições que não se encontram na vontade, nem sequer na capacidade do indivíduo, ainda que esta fosse infinitamente maior que a minha, senão somente numa situação geral e numa colaboração coletiva possibilitada por esta, das quais agora não existe senão precisamente todo o contrário.”

El delirio fantasmagórico expulsa toda política de la ópera; por lo demás, ya en Meyerbeer los temas políticos se neutralizaban como meros objetos de curiosidad, tal como p.ej. sucede en las películas en color o las biografías de personas célebres que hoy en día pone en el mercado la industria cultural.”

Al Anillo se le podría anteponer aquella sentencia de Anaximandro recientemente interpretada por Heidegger, que en cuanto mitólogo del lenguaje guarda semejanzas con W.. En traducción de Nie., dice así: <Allí donde las cosas tienen su nacimiento debe también producirse por necesidad su destrucción, pues deben pagar su culpa y reparar su injusticia conforme al orden del tiempo>. La justicia, que se define como expiación de la injusticia, equivale a ésta y se convierte por tanto ella misma en injusticia, el orden en destrucción (…) La música de W. se pliega al axioma jurídico de que tensión y solución han de corresponderse totalmente, de que nada debe quedar desnivelado, nudo, aislado”

Every tone which is added to a beginning tone makes the meaning of that tone doubtful. If, for instance, G follows after C, the ear may not be sure whether this expresses C major or G major, or even F major or E minor; and the addition of other tones may or may not clarify this problem. In this manner there is produced a state of unrest, of imbalance which grows throughout most of the piece, and is enforced further by similar functions of rhythm. The method by which this balance is restored seems to me the real idea of the composition.

Schönberg, Style and Idea

O DURKHEIM DO TEATRO: “Por verdadeira que seja a censura estética a W. por haver posto a mão, ele, o moderno, sobre o mais antigo, ele, o profano, sobre o mito, a regressão do procedimento estético não depende do arbítrio individual ou do azar psicológico. Ele pertence a uma geração que, pela primeira vez em um mundo completamente socializado, compreendeu a impossibilidade de mudar individualmente o que se consumava por sobre a cabeça dos homens.”

Los maestros cantores coquetean con aquella costumbre de la pintura antigua de poblar espacios y tiempos remotos con figuras de generaciones posteriores y autóctonas.”

A cada cual le parece que es su propiedad exclusiva, mensaje de su infancia olvidada, y a partir del déjà vu de todos cristaliza la fantasmagoría del colectivo.”

Anticipó estéticamente tensiones que teóricamente sólo aparecieron con el conflicto entre Freud y Jung.” “En los instantes de toma de consciencia la forma literaria de W. anticipa la de Nietzsche 30 años antes de Zaratustra: ¡Temor de la madre primordial! ¡Miedo primordial! ¡Abajo! ¡Abajo, al sueño eterno!

La dramaturgia del W. maduro opera siempre con una especie de <teatro épico>. Con la renuncia a la oposición de la música a los mitos se sacrifica de antemano toda idea trágica.”

o temerário é aquele sobre o qual não têm nenhum poder nem a autoridade do pai nem a ordem natural das gerações”

melodía del mediodía

melodia

do

meiodia

Se ao drama musical falta a palavra redentora, em compensação seus personagens não deixam de se declarar redimidos”

Trata-se aqui da astúcia da razão. Qualquer coisa que ocorra em oposição ao <total>, à vontade universal de Wotan, ocorre ao mesmo tempo no sentido deste, ainda que seja meramente porque o espírito absoluto de Wotan não pensa nada além de sua própria destruição.”

Nem terra nem gente ofereço, nem casa nem pátio paternos: unicamente herdei o próprio corpo; vivendo o consumo.”

O crepúsculo dos deuses não é meramente a consunção do veredito metafísico de Schop., senão o abandono de uma filosofia da história em que o antagonismo entre o universal e o particular se destelha sempre enganosamente; privado da articulação dialética pela qual Hegel o domina, mas privado também da esperança de uma situação alterada, na qual o mesmo perene antagonismo se desvaneceria. À produção da resistência pelo todo social corresponde o fim, a identificação da resistência com o domínio: o poder do Anel de interpretar a história tem aí seu limite e se perde na noite da indiferença.” “o todo nada mais é que a má-eternidade da rebelião enquanto anarquia e incansável autodestruição. Entre o deus pai Wotan e Sigfried, seu adversário salvador e seu funesto salvador, a verdade é que não há nenhuma fronteira, e em sua união o Anel celebra o abandono da revolução que não o era.”

A ambigüidade da construção se torna patente nas oscilações da concepção da Tetralogia. Enquanto que na primeira versão Sigfried, ao perecer, salva o Valhalla, na última conduz ao desenlace desesperado em que – para ser mais que só uma vítima e servidor passivo do existente, sem que com isso mudasse nada do próprio existente, do qual é apenas um fruto afinal, como o reconhece a resignação wagneriana –, destruindo-se a si mesmo e à individuação em geral, produz não menos do que a destruição do todo. A resignação do incondicionado, o fracasso da revolução burguesa e a representação do processo universal como destruição universal casam muito mal entre si. Sua relação, ao menos a entre a insurreição fracassada e a metafísica niilista, não deixou de assinalar-se desde Nietzsche.

Finalmente, a franqueza na qual o burguês e o mítico se mascaram mutuamente é desde o Iago de Shakespeare o verdadeiro clima da traição.”

Para W., o anarquismo significa que o único necessário é colocar em movimento uma insurreição mundial para convencer o camponês russo – em quem a bondade natural do homem oprimido foi mantida pela natureza, a despeito de tudo, e na forma mais infantil – de que incendiar os castelos dos senhores, com tudo o que está dentro e nos arredores, é completamente justo em si e mesmo aprazível aos olhos de Deus; e disso deve resultar a destruição de tudo o que, pensando-se detidamente, deve parecer, até mesmo para os mais filosóficos pensadores da Europa civilizada, a real fonte de toda a miséria do mundo moderno.”

Para Lukács, o nivelamento com o universalmente humano e sua <nulidade> passa por alto a verdadeira <essência>, a mesma lei do movimento histórico da sociedade, e reduz a princípio universal a miséria de um período histórico.”

Como um autêntico chefe de polícia secreta, em sua grande biografia Glasenapp redigiu autênticos registros judiciais de todas as pessoas e cachorros que tiveram contato com W., e chega ao ponto de tachar Nietzsche de <rábula> por ocasião de este ter considerado W. seu amigo unicamente por ter W. dito que N. era <seu amigo>.”

Por si mesmo só se cumpre o cumprimento do destino.”

O princípio metafísico da falta de sentido é hipostasiado como sentido da existência empírica sem sentido, de modo não diferente a como mais tarde sucederia nos inícios da filosofia existencial alemã.”

Se Schopenhauer condena a vida como jogo cego da vontade, W. se curva obedientemente a este jogo e o adora como natureza inconcebivelmente sublime.” “Em Sch. a conversão da própria vontade de viver é sinônima da tomada de consciência de si mesma da representação. Esta desiste de sua própria vontade de viver ao se dar conta da injustiça que inevitavelmente comporta a vontade e abre uma brecha no circuito do destino cego – Sch. fala de um círculo de carvões ardentes do qual tem-se de sair – com a esperança de que, imitando tal conduta, o mundo do pecado original mesmo se apazigüe. Para ele o primeiro requisito da renúncia é o ascetismo sexual. Certamente, no Parsifal W. fez deste seu postulado, mas só para comprometê-lo de maneira mais grave segundo os conceitos schopenh. por meio do brilho mundano da comunidade do Graal e a cavalaria do Graal. No Anel, no entanto, e no Tristão, o ideal ascético se confunde com o mesmo instinto sexual. A satisfação do instinto e a negação da vontade de viver se mesclam no delírio, naquela <morte risonha> de Sigfried e Brunilda, na noite de amor que deve produzir o esquecimento da vida: <Recebe-me em teu seio, libera-me do mundo!>. Quando finalmente Tristão maldiz o amor, a maldição se dirige ao insaciável anelo da individuação, que unicamente se pode <saciar> na paz da morte como no prazer.” “Em todas as partes, o mundo tal como é tira proveito da doutrina segundo a qual o mundo é mau em si.”

Schopenhauer erra quando “em lugar da penetrante autoconsciência da vontade em sua suprema objetivação se instala de novo o inconsciente, o delírio e aquela espécie de unio mystica que na obra de W. se oferece em abundância. Em Sch. já se anunciam o mascaramento da morte como redenção e o ribombante conceito da <redenção universal> que em W. constitui a suma ideológica de toda sua obra”. Curiosamente, isso aproxima ambos de Hegel.

W. leva às últimas conseqüências o pessimismo. A negação do mundo burguês, toda a negatividade e toda a positividade se imbricam numa coisa só ou, antes, a negação e a negatividade passam por valor positivo. A destruição do mundo ao final do Anel é ao mesmo tempo um happy end.” “a própria impensabilidade da morte se converte em meio de dourar a vida má.”

(*) “Halvard Solness: protagonista do drama de Ibsen estreado em 1893 Solness o construtor (também encontrado, em espanhol, como El maestro Solness). Na apresentação da montagem do Teatre Nacional de Catalunya, em outubro de 2000, a diretora Carme Portaceli declarou: <Solness é um construtor, um grande arquiteto, que pode se entender como metáfora de Deus. Este homem chegou ao cume de sua trajetória, porém ao preço de sua felicidade e da de todos que o rodeiam.> O ator Lluís Homar: <É uma obra imensa, tão grande como o buraco que esconde o construtor. O texto se debate com a soberba absoluta do artista que, às vezes, converte-o numa espécie de déspota>.”

A velha controvérsia sobre o nihil negativum, o absoluto, e o nihil privativum, o relativo, Sch. a decidiu em favor do último. Para ele, como para seu antípoda Hegel, o nada é só um momento no movimento do ser, que é o todo.”

Não há nada sem despertar.

o cavalo de Brunilda parece conduzir o agora do despertar enquanto sobrevivente da pré-história; da pré-história que, segundo Sch., é cabalmente o nada. Se W. recorda niilisticamente a história na natureza, a natureza é, sem embargo, por sua vez, esse todo ao que o nada pertence como momento dialético parcial e que põe limites ao nada. Em W. não se representa nenhum nada que não prometa a sobrevivência da natureza. Símbolo disso são as filhas do Rin que levam, jubilosas, o anel recuperado às profundezas. Se bem que essas profundezas são o abismo do nada wagneriano.”

Se na má-infinitude de uma sociedade que se reproduz sem meta a imagem da natureza está distorcida e impressa na imagem do nada como única fissura na servidão total, este nada se converte em algo em nome do inferno que se mobiliza contra o enganoso hermetismo do sistema da obra de arte e da sociedade.”

Sigfrígido

o inferno, o reino de Alberish, que projeta tomar por assalto o Walhalla.”

Morrer de amor: isso significa também perceber a fronteira que a ordem da sociedade impõe ao homem mesmo: experimentar que a aspiração ao prazer, se se pensara sempre até o final, faria estalar precisamente aquela pessoa autônoma, que se pertence a si e degrada sua própria vida à coisa, a pessoa que crê cegamente encontrar prazer na posse de si mesma e para quem justamente essa posse é privação do prazer.”

Sem dúvida cabe a pergunta de se o desideratum nietzscheano de saúde vale mais que a consciência crítica que obtém a grandiosa debilidade de W. no trato com as potências inconscientes do próprio desmoronamento.”

O imperialista sonha com a catástrofe do imperialismo; o niilista burguês adivinha o niilismo da época imediatamente posterior.”

Estes encouraçados de grande porte, contra os quais o orgulhoso e magnífico barco à vela não pode mais se enfrentar, oferecem o horrível aspecto e o gosto dos fantasmas. [!]”

W. o pacifista

As partes febris do terceiro ato de Tristão contêm aquela música negra, áspera, dentada, que não tanto dá cor de fundo à visão como a desmascara. A música, a arte mais mágica de todas, aprende a romper a magia com que ela mesma rodeia todas as suas figuras. A maldição do amor por Tristão é mais que o impotente sacrifício do delírio à ascese; é a sublevação, por mais que completamente vã, da música contra a própria imposição do destino, e somente com vistas a sua total determinação por este recupera ela a autorreflexão. (…) Ao expressar a angústia do homem desamparado, poderia, ainda que débil e desfiguradamente, significar uma ajuda para os desamparados e prometer de novo o que o protesto ancestral da música já prometera: viver sem angústia.”

MAHLER. UNA FISONOMÍA MUSICAL

a picante, imaterial agudeza do pianissimo se ouve com precisão, como 70 anos mais tarde nas partituras de velhice de Stravinski, quando o mestre da instrumentação se fartara da instrumentação magistral. Por trás de uma segunda entrada das madeiras, o motivo de quartas descendentes se seqüencia até ficar suspenso num si bemol que roça com o das cordas.”

Se com sua primeira nota toda música promete o que seria diferente, o desgarramento do velo, suas sinfonias quereriam por fim não voltar a fracassar, pô-lo literalmente diante dos olhos; quereriam recuperar musicalmente a fanfarra teatral que soa na cena da masmorra do Fidelio, imitar aquilo que, 4 compassos antes do trio, põe a cesura no Scherzo da Sétima de Beethoven. Assim quiçá desperta a um adolescente às 5 da manhã a audição de um som que se aproxima imponente, cujo retorno nunca deixa já de esperar quem por um segundo o tenha percebido em repouso.”

Isso é o que hoje em dia atrai o ódio sobre Mahler. Se disfarça de probidade contra o enfático: contra a pretensão da obra de arte de encarnar algo que o pensamento meramente acrescenta, sem se realizar. Detrás dessa probidade assoma o rancor contra aquilo mesmo que fica por realizar. O <Não deve ser> de que a música de Mahler se lamenta desesperada é astuciosamente sancionado como mandamento. A insistência em que em música não deva haver nada mais que o que está aqui e agora encobre por igual uma amarga resignação e a comodidade de um ouvinte que se dispensa do trabalho e do esforço do conceito musical enquanto aquilo que devém e aponta para além de si mesmo.” “Mahler enfurece aos coniventes com o mundo porque recorda o que eles devem expulsar de si mesmos.”

Enquanto arte, a música está presa no laço que ela mesma quer cortar, e o reforça mediante sua participação na aparência. Enquanto arte, a música se faz culpável de sua verdade; o mesmo, no entanto, que, faltando à arte, se nega seu próprio conceito. As sinfonias de Mahler tratam progressivamente de se subtrair a este destino.” “Isso é o que a Quarta sinfonia chama de <ruído mundanal>, e que Hegel chamaria de <curso do mundo> invertido, o qual de entrada se enfrenta com a consciência como algo <oposto e vazio>. Mahler é um membro tardio da tradição do wertherismo(*) europeu pelo mundo.

(*) Wertherismo: Weltschmerz; literalmente <dor do mundo>. Em francês, o mal do século.”

A inútil hiperatividade sem autodeterminação é o sempre igual. É o inferno, num primeiro momento ainda não demasiado tórrido musicalmente, há um tabu sobre o novo. É o espaço absoluto. Assim foi sentido já o Scherzo da Segunda sinfonia; de maneira extrema, logo o da Sexta.”

Outrora a atividade do sujeito ativo, engrenagem do trabalho socialmente útil, inspirou o sinfonismo clássico, ao que, por suposto, já em Haydn e ainda mais em Beethoven o humor conferiu um duplo sentido. Atividade não é meramente, como ensina a ideologia, a vida repleta de sentido de seres que se determinam a si mesmos, senão também a fútil agitação da falta de liberdade destes.” “a esperança que ainda em Beethoven dá seu pulso à vida ativa e permitiu ao Hegel da Fenomenologia acabar, não obstante, atribuindo ao curso do mundo a prioridade sobre a individualidade que só no indivíduo se faz real se perdeu para o sujeito retroprojetado sobre si mesmo e ao mesmo tempo impotente. Por isso o sinfonismo de Mahler advoga outra vez contra o curso do mundo. Imita-o para acusá-lo. (…) Em nenhum instante ata a fratura entre sujeito e objeto; prefere quebrar-se a si mesmo que simular como lograda a reconciliação impossível. Num começo, Mahler esboça em música programática a exterioridade do curso do mundo. Mas já de então Mahler não se contentou com o contraste poético demasiado seguro de si mesmo entre a transcendência e o curso do mundo. No curso do incessante movimento a música se faz a si mesma vulgar com toscos conjuntos dos instrumentos de sopro. A justiça hegeliana, porém, puramente pela lógica do discurso compositivo, guia a pluma do compositor de tal modo que comunica ao curso do mundo algo da força que se reproduz, persiste, se resiste à morte, como corretivo do sujeito que protesta imutável (…) o ordinário é desafiado quando o tema chega aos primeiros violinos com seu som e caráter melódicos”

como viu Hegel, o curso do mundo não é tão mau quanto a virtude se imagina.”

Sobre Frederico II não ter confiscado o terreno do moinho barulhento que interrompia suas tardes de trabalho a despeito de não tê-lo conseguido comprar, disse Mahler: “É bom que moinheiro e moinho estejam protegidos e garantidos em seu terreno – se não fosse porque as rodas batucavam de tal forma que sobrepassavam os limites da maneira mais desavergonhada e produziam nos terrenos vizinhos uma quantidade de perturbação e dano que não é de modo algum possível medir.” Só mesmo um artista para entender a suscetibilidade ao som desagradável…

Na quarta sinfonia (…) o estridente violino rústico, afinado um tom inteiro mais alto que os normais, toca desagradavelmente, com um som estranhamente desacostumado, sem que o ouvido compreenda a razão disto e portanto de maneira duplamente irritante. Acidentes cromáticos azedam a harmonia e a melodia; o colorido é solístico, como se faltasse algo: como se a música de câmara se houvesse aninhado de forma parasita na orquestra.”

mesclando a emoção triste com a fuga das imagens que velozmente a atravessam.”

Quinta sinfonia (…) Varreu-se o humor, que se jacta de rir do curso do mundo desde uma distância que este não o permite a ninguém; se desencadeia irresistivelmente com todos os acentos da dor, sem paliativos. Suas proporções, a relação das tempestuosas partes allegro com as proliferantes interpolações lentas da marcha fúnebre, dificultam sobremaneira a execução. Essas proporções não devem se entregar ao acaso do estar-composto-assim de uma vez para sempre, senão que desde o princípio toda a peça há de organizar-se tão claramente até o contraste que não fique emperrada nas partes andante; a alternância é o que configura a forma. É importante também que as partes presto, sem concessão no tempo, se toquem distinta, tematicamente, e não se percam no torvelinho; elas são o contrapeso das melodias da marcha fúnebre.” “Em que pese todo o dinamismo, toda a plasticidade no detalhe, o movimento não conhece nenhuma história, nenhuma meta, propriamente falando nenhum tempo enfático. Sua carência de história o remete à reminiscência.”

Paul Bekker, Gustav Mahlers Sinfonien, 1921

A coda obedece ao que ocorrera: a antiga tempestade se converte em seu eco impotente.“

As palavras da cena final do Fausto, que Mahler pôs mais tarde em música de maneira incomparável, fracassam. A utópica identidade entre arte e realidade fica malograda. (…) Quão mais lograda a obra, tanto mais pobre a esperança, pois esta sobrepujaria a finitude da obra em si congruente.”

Para dotar de violência o coral, se o encomenda aos metais, cuja aparatosidade, desde Wagner até Bruckner, os havia desprovido de dignidade. Mahler foi o último a não se dar conta disto.”

todos os temas fragorosamente lançados pelos metais se assemelham fatalmente e põem em perigo o sinfonicamente mais importante, o ser ele mesmo do individual, e portanto a plasticidade do discurso. Nas obras mais tardias a violência dos metais devém momentânea, angustiosa ou agoniante; já não são o registro fundamental da sonoridade conjunta. Mas a sublimação da irrupção, tal como o exige a técnica, está já implantada teleologicamente na própria irrupção.”

Para a poderosa lógica beethoveniana da conseqüência a música se resumia em identidade hermética, como juízo analítico. A filosofia a que assim se acomodava detectou em seu cume hegeliano o aguilhão de tal idéia.”

Se a música em geral tem mais em comum com a lógica dialética que com a discursiva, então em Mahler ela quer precisamente aquilo que a filosofia, com esforços de Sísifo, incita ao pensamento tradicional, os conceitos petrificados em identidade rígida [a lógica discursiva]. Sua utopia é esse mover-se do lugar do já-tendo-sido e do ainda-não-tendo-sido no devir.” Cita Ciência da Lógica de H., o que também nada tem a ver…

a grande música foi, até Mahler, tautológica. Esta era sua congruência, a do sistema carente de contradições. Mahler derroga este sistema, a ruptura se converte em lei formal.”

Desde que a estética descuida do belo natural, que Kant ainda reservava à categoria do sublime, enquanto que Hegel o despreza já, na arte o conceito de natureza se aceita sem o menor reparo. Até tal ponto se estreitou a rede da socialização que a mera antítese desta última se considera um arcano do qual nem se deve falar. Pois a mesma natureza, contrafigura da tirania humana, está deformada enquanto se a espolia e violenta.”

A natureza, espargida na arte, produz todas as vezes o efeito de não ser natural”

Ao compositor reduzido aos meses de férias, a vida musical oficial, que ele não deixou de menosprezar nem sequer como diretor de Ópera de Viena e diretor estrela de orquestra, nele martelou até à aniquilação física.” “Repugnava-lhe sua própria posição, mas não queria renunciar a ela, pois conhecia demasiado bem o curso do mundo para para não ignorar que a pobreza podia privá-lo daquela margem de liberdade infinitesimal de que seu destino humano necessitava.”

Del mismo modo que ponen en duda la lógica inmanente de la identidad musical, sus sinfonías se oponen también a aquel veredicto histórico que desde el Tristán seguía impulsando unidimensionalmente a la música: la cromatización como descalificación del material. No como reaccionario, pero sí como si temiera el precio del progreso, Mahler persiste en el diatonismo como en un soporte obvio, cuando ya la exigencia de una composición autónoma lo ha llevado a la ruina. (…) El odio contra él, con resonancias antisemitas, no fue muy distinto de aquel contra la nueva música. El shock que produjo se descargó en la risa, en un malicioso no-tomarlo-en-serio”

el gusto siempre depurado de los académicos del arte musical puede probar, sacudiendo la cabeza, lo pueril de las irrupciones mahlerianas.”

Cuando Debussy abandonó protestando el estreno parisino de la Segunda sinfonía, el antidiletante jurado se comportó como un verdadero especialista; es muy posible que la Segunda produjera a sus oídos el mismo efecto que a los ojos los cuadros de Henri Rousseau(*) en medio de los impresionistas del Jeu de Paume.

(*) Henri Rousseau, El aduanero (1844-1910): pintor francés. De formación autodidacta, carecía tanto de conocimiento de las convenciones académicas como de cualquier ambición vanguardista, pero su innato instinto para la composición y el colorido convirtieron su obra en precedente de la pintura naïve y, parcialmente, de la de un Léger, un Picasso o los surrealistas. (N.T.)”

En cuanto a la riqueza de los grados, al menos las primeras sinfonías son menos osadas que Brahms, en cuanto al cromatismo y la enarmonía menos que el W. maduro.”

la partitura califica de ‘estridente’ un pasaje de las maderas en el Scherzo de la Séptima sinfonía, también un timbre del oboe en Rewelge. Pero lo forzado mismo se convierte en expresión. (…) En la Quinta sinfonía, el primer trío de la marcha fúnebre, que ya comienza muy grandiosamente, no responde ya con un lamento líricamente subjetivo a la tristeza objetiva de la fanfarria y la marcha. Gesticula, eleva un grito de espanto ante algo peor que la muerte.” “música de pogrom, del mismo modo que los poetas expresionistas profetizaron la guerra. Tras las partes de marcha retenidas por la forma, tras el enfático do sostenido menor, la extrema intensidad expresiva del pasaje, que se niega a la segunda zona media de la forma, empuja a la obra de arte a convertirse en protocolo, como 50 años más tarde El superviviente de Varsovia de Schönberg.”

Afrontarlo exige una meditación sobre la expresión en música. Ésta no es expresión de algo determinado: no por azar se convirtió espressivo en una indicación universal de ejecución. Persigue una intensidad marcada. (…) En cuanto llena de expresión, la música se comporta mimética, imitativamente, a la manera de gestos que reaccionan a un estímulo al que se igualan en el reflejo. En la música este elemento mimético va poco a poco enfrentándose al racional, al dominio sobre el material; la manera en que se liman uno al otro constituye su historia. No se reconcilian: también en música el principio racional, el de la construcción, tiraniza al mimético. Éste tiene que afirmarse polémicamente, instaurarse a sí mismo; espressivo es la protesta consentida, recibida, de la expresión contra la proscripción que sobre ella cayó.” Tomar um expresso.

cuanto más petrificado el sistema musical de la racionalidad, tanto menor el lugar que reserva a la expresión. Para seguir en general sonando con medios tonales, tiene que resaltar algunos, elevarlos a idea hipertrofiada, endurecerlos como vehículos de expresión tanto como se endureció el sistema circundante. El manierismo es la cicatriz que la expresión deja en un lenguaje que propiamente hablando ya no satisface a la expresión.”

La extrema similitud con el lenguaje es una de las raíces de la simbiosis mahleriana de canción y sinfonía”

En Mahler todas las categorías empiezan a quedar corroídas, ninguna se establece en límites no-problemáticos. Su difuminación no se debe a falta de articulación, sino que revisa ésta.”

incluso allí donde el discurso musical parece decir ‘yo’, su punto de referencia, análogo al latente yo objetivo de la narración literaria, es separado de la persona que escribió la obra por el abismo de lo estético. La herida Mahler no la configuró como contenido expresivo, según hizo W. en el tercer acto del Tristán. (…) Pero (…) el carácter neurótico era al mismo tiempo una herida histórica en la medida en que su obra quería realizar con medios estéticos lo estéticamente ya imposible.”

Uma orquestra toca na consciência musical mais do que esta se projeta sobre uma orquestra. Quiçá essa exterioridade do musicalmente interior capacite a música para aquele logro pelo que a psicanálise gostaria muito bem de explicá-la, para a defesa contra a paranóia, para a mitigação do narcisismo libertino.” “A música de Mahler não expressa a subjetividade, senão que esta toma, nela, posição ante a objetividade.”

Los acordes menores mahlerianos, que desautorizan a las tríadas mayores, son máscaras de disonancias venideras.”

El Mahler temprano desprecia la elemental exigencia escolástica de una vigorosa progresión de los grados.” “Al igual que algo más tarde en Puccini y Debussy, el bajo continuo ya no ejerce sobre él ninguna verdadera autoridad.”

El hecho de que en Mahler la modulatoria, por lo demás con notables excepciones especialmente en las sinfonías Sexta, Séptima y Novena, se mantuviera relativamente subordinada cobra un sentido compositivo.”

Em Mahler o consolo é o reflexo da tristeza. Nisto a música de Mahler conserva ansiosa ese algo mitigador, curativo, que desde tempos imemoriais a tradição atribuíra à música como força para expulsar os demônios, e isto, contudo, empalidece como quimera segundo a medida do desencantamento do mundo. À pergunta de o quê queria chegar a ser um dia, Mahler, desda infância, já havia respondido: mártir. Posto que o que mais lhe aprazeria é sua própria música ser o Paráclito, ela se excede e se torna, aí, inauténtica.”

Sua Nona é sobretudo estranha. Nela, o autor mal se expressa enquanto indivíduo. É como se essa composição devera ter um autor oculto que usara Mahler meramente como porta-voz, como bocal.”Arnold Schönberg, Estilo e Idéia (El estilo y la idea [1963]), NY, 1950.

Logo depois da wagneriana, a mahleriana é a música de diretor de máximo ranking; uma música que se executa a si mesma.” “A situação é análoga à da narrativa literária formal do discurso indireto. Inimiga de toda ilusão, a música de Mahler acentua sua inautenticidade, sublinha a ficção, a fim de se curar da falsidade em que a arte está começando a mergulhar. Nasce assim no campo de forças da forma o que em Mahler se percebe como o caráter da ironia. Qualquer asno ouve em Mahler marcas da música de diretor de orquestra, as marcas do conhecido no novamente produzido.” “O diretor de orquestra metido a compositor não tem no ouvido meramente a sonoridade orquestral, mas também a praxis orquestral, o como da maneira de tocar instrumental, junto com aquelas tensões, debilidades, exagerações e fraquezas que sua intenção vence. (…) ajuda a música a se produzir espontaneamente” “A praxis com a orquestra, na esfera comercial algo funestamente positivo, que ata, desencadeia em Mahler a fantasia compositiva. (…) O fato de Mahler pertencer à cultura musical como maestro empapado de sua linguagem e no entanto estar separado dela ao mesmo tempo se converte no éter de sua linguagem, polida se bem que estranha, estrangeira. (…) Em Mahler o fluido e o reificado formam uma constelação parecida com o alemão de Heine [cujo idioma natal não é o alemão]. Não é lícito criticá-lo pelas fraturas na forma, porque ele tem sua idéia na fracionaridade mesma.”

A reflexão sobre a injustiça social que a linguagem artística inevitavelmente comete com quem não participa do privilégio da cultura se opõe energicamente à lógica musical.”

Seria o caso de confrontá-lo a Bruckner, com quem tão irrefletidamente se o associa nos países ocidentais, como se a mera duração fosse uma categoria qualitativa.”

A música de Mahler sabe e configura objetivamente o fato de que a unidade não se dá a despeito das fraturas, senão unicamente em virtude da fratura.”

A música de Mahler é o sonho do indivíduo num coletivo irresistível. Mas ao mesmo tempo expressa objetivamente que a identificação com este é impossível. Aquele que sabe a nulidade do eu isolado, e que tem erroneamente a si mesmo por absoluto, sabe que este eu não pode presumir ser imediatamente um sujeito coletivo. Não há em tal música nenhum rastro de atitudes objetivistas como as do neoclassicismo; no neoclássico, Mahler é odiado.”

O fato de que o judio Mahler, como Kafka em seu conto sobre a sinagoga, conseguisse sentir o cheiro do fascismo com décadas de antecedência é sem dúvida o que deveras motiva a desesperação do camarada errante, a quem um par de olhos azuis envia para a diáspora.”

Karl Kraus dizia que mais vale um barranco bem pintado que um palácio mal pintado.”

Ainda em vida, Mahler recebeu a crítica, de um famoso resenhista, segundo testemunho de Schönberg, de que suas sinfonias não passavam de ‘pot-pourris gigantescos’.”

Desde Berlioz, o processo de integração sinfônica marchou acompanhado como que por uma sombra, pela irracionalidade do procedimento compositivo.” “Comparada com o procedimento não-esquemático de Mahler, toda a música de seu tempo, a do jovem Schönberg inclusa, era tradicionalista na medida em que era música de especialista.” Resumindo: Mahler grita “foda-se o gosto!”.

Beethoven ainda reconciliava o momento plebeu com o classicista na relação com algo múltiplo que é certamente elaborado como ‘material’, mas que nunca destaca autonomamente, em bruto. Mas a época de Mahler já não conhecia um povo que pudesse perceber-se como brotado da natureza e a que o jogo musical houvera podido com decoro emprestar sua vestimenta. Ao mesmo tempo, tampouco o nível de domínio musical do material alcançado permite absorver o plebeu.”

o que faz aqui a música que tem seu caminho de volta bloqueado é antes tomar alento do que simular um caminho que não existe. (…) O inferior em Mahler é na verdade o negativo da cultura que fracassou.”

O espírito, celebrado na grande música tanto mais tiranicamente quanto maior é essa música, despreza o vil trabalho físico dos outros. A música de Mahler não quer participar no jogo segundo essas mesmas regras.”

cada compasso abre os braços em cruz. Mas o que a norma da cultura rechaçara, o detrito freudiano do mundo fenomênico, não se esgota de todo, segundo a idéia de tal sinfonismo, na cumplicidade com a cultura: a doutrina de Freud da cumplicidade entre o isso e o supereu contra o eu está escrita como a medida em Mahler. O detrito deve empurrar a obra para mais além da aparência em que se convertera sob a cultura e reestabelecer algo desta corporeidade por que a música se diferencia de outros meios artísticos.”

O primeiro esboço do tema ‘Todo o morredouro é uma cópia’ da Oitava sinfonia, há décadas na casa de Alban Berg, está anotado em um pedaço de papel higiênico.”

Não seduzido pelo romantismo do autêntico e essencial, Mahler em nenhum caso pretende pôr ante os olhos essa nudez de maneira não-metafórica, como algo que é em si. Daí a fracionaridade.”

Mahler leva a sério seus modelos infantis, à diferença de Stravinski. (…) Ele não se zanga com o velho desvigorado nem com o sujeito impotente. Nos seus tão citados momentos irônicos, o sujeito se acusa da vaidade de seu próprio esforço, ao invés de se rir do mundo de imagens perdido e conjurado. Mahler não sabe conservar a serenidade e a pachorra nesses momentos.”

Se, correndo-se o risco de ser mal-interpretado, se comparasse Mahler e Stravinski a correntes da psicologia, então Stravinski se alinharia com os arquétipos junguianos, enquanto que a consciência ilustrada da música de Mahler recorda o método catártico daquele Freud que, numa fase crítica de sua vida, renunciou à cura da doente por causa da causa [sexual] da histeria, no que por sinal se mostrara muito superior àqueles diáconos que despacharam Baudelaire com o diagnóstico de seu ‘complexo materno’.” Diácono é como o ajudante-do-padre, um zé-ninguém.

A história da música do século XX, na medida em que se orientava pela sensibilidade e pelo cromatismo, havia multiplicado enormemente as tensões e desvalorizado as distensões.”

Ali onde o composto são dois pontos ou uns sinais de interrogação, não cabe respondê-los com um mero sinal de pontuação, mas sempre somente com uma frase. (…) a música diz, de certo modo, voilà. Este momento o herdou logo a seguir Schönberg, cuja frase, a de que a teoria da música sempre trata somente do começo e da conclusão e nunca do que aparece no meio, alude a esse estado de coisas.”

A irrupção é sempre suspensão (…) mas nem toda suspensão é irrupção.” “da dialética não se pode saltar ao incondicionado sem perigo de recaída no inteiramente condicionado: ele evita pronunciar compositivamente o nome de Deus a fim de não entregá-lo a seu adversário.” “as suspensões dizem adeus à imanência da forma sem afirmar positivamente a presença do outro; auto-reflexões do preso em si, e não mais alegorias do absoluto.”

Para sua desconfiança da paz da era imperialista a guerra é o estado normal, e os homens soldados alistados contra a vontade.”

Se a ditadura não houvesse depravado a tal ponto a expressão ‘realismo socialista’, Mahler seria o único a quem ela conviria. Os compositores russos dos anos 60 soam como um Mahler contrafeito. Berg é o legítimo herdeiro desse espírito”

A humanidade de M. é uma massa de deserdados.”

Os relógios se chamam ao darem a hora e vê-se o fundo do tempo” Rilke

Mahler de Arquivo

PUXANDO SACO DO MESTRE: “Sobre sua metamorfose vela uma extrema precisão compositiva. Cada fenômeno, desde o movimento sinfônico inteiro até a frase ilhada, até o motivo e sua transformação, logra exata, univocamente, o que tem de lograr: isto a nova música, Berg sobretudo, copiou de Mahler. Neste as evoluções parecem dizer: isto é uma evolução; as interrupções se produzem de maneira indiscutivelmente brusca; se a música se abre, ouvimos os dois pontos; se se fecha [cumpre], a linha sobrepassa perceptivelmente em intensidade ao precedente e não abandona o nível alcançado. As resoluções claramente fulminam os contornos e a sonoridade. O marcato marca”

A norma de clareza a que ele submeteu rigorosamente sobretudo a instrumentação era resultado da autorreflexão compositiva” “quanto menos a música articula, mais deve se preocupar com essa articulação”

O todo, outrora o fundamento apriorístico da composição, se converte na tarefa de cada um dos movimentos mahlerianos.”

O impulso, o ímpeto sinfônico, era a capacidade da música para adquirir momentum, como sobretudo nos desenvolvimentos de Beethoven.”

Os movimentos de Mahler são rios em que afunda qualquer coisa que neles cai, sem que por isso absorvam jamais o determinado.”

Sua música, tonal, preponderantemente consonante, tem não poucas vezes o clima da dissonância absoluta, a negrura da nova música.”

BLACK METAL? “Tais instantes evocam a doutrina da mística judia que interpreta o mal e o destrutivo como manifestações dispersas da potência divina fragmentada; em conjunto, os rasgos mahlerianos nos quais se dependuraram os clichês de mente panteísta, caberia derivá-los antes de um estrato subterrâneo-místico do que da ominosa crença monista na natureza.”

O material sonoro mahleriano é caracterizado até na fisionomia dos instrumentos que saltam insubmissos do tutti: os emancipados trombones que perturbam o equilíbrio no primeiro movimento da Terceira; retumbantes, fragorosos motivos dos tímpanos na Primeira música noturna e no Scherzo da Sétima

Mahler trata a forma de maneira assistemática não por mera mentalidade do inovador, mas por conhecimento de que, diferente da arquitetura, o tempo musical não permite simples relações de simetria.”

assim tinham de ser os instrumentos infantis que ninguém nunca ouviu.”

Todas as obras de Mahler se comunicam subterraneamente, o mesmo que as de Kafka pelos passadiços intermináveis de seu famoso edifício. Nenhuma obra sua chega a ser uma mônada comparada às outras.”

Na Quarta escreve o contraponto a sério pela primeira vez”

es el intento solitario de comunicación musical con lo déjà vu, de color resistente como la imago del carromato de gitanos o del camarote del buque.”

Resgata a marcha, depreciada então pelos eruditos, ou seja, pela então ‘cultura’.

Como mais tarde ocorreu com o jazz, é provável que durante o séc. XIX um certo tipo de músicos sem pretensões artísticas conquanto qualificados como artesãos passou para a música militar e ali encontrou fórmulas compositivas exatamente apropriadas para uma corrente coletiva subjacente”

Como Eurídice, a música de Mahler foi raptada do reino dos mortos.”

Crianças que dificilmente entenderam corretamente (sic!) a completa e multidimensional música mahleriana, quiçá no terror tenham podido compreender melhor que os adultos a venturosa dor de canções como Andava alegre eu por um verde bosque.”

Pinta o paraíso com traços campesinos e antropomorfos, para anunciar que não existe.”

La increencia que subyace al cristianismo en todos los países convertidos a los que sometió, u en la cual se mezclan inextricablemente restos de una religión natural mítica con inicios de la Ilustración, entra en imágenes musicales de la fe.”

O tema principal, que ao não-inteirado soa como um regresso a Mozart ou a Haydn e que na verdade procede do conseqüente do tema cantável do Allegro moderato da Sonata para piano em si bemol maior, ópera 122 de Schubert, é o mais inautêntico de todos os mahlerianos.”

O chifre maravilhoso do rapaz – que nome!

El poema culmina en una cristología estrambótica, que sirve al Salvador como alimento para la famélica alma e involuntariamente acusa al cristianismo de ser una religión sacrificial mítica”

A teologia de M. é, uma vez mais como a de Kafka, gnóstica; sua sinfonia de conto de fadas é tão triste como as obras tardias.”

Em Strauss a caracterização fracassa porque ele define os significados puramente a partir do sujeito, autonomamente.”

para bem compreender Mahler nunca é necessário nenhum saber abstrato para além da manifestação fenomênica da própria música, nem é preciso recorrer a qualquer engrenagem de associações”

O momento reacionário da música de M. é sua ingenuidade.”

Duma espécie de mero ser-aí musical, aquele folclórico, hão de extrair-se mediações, o único que justificaria e dotaria de sentido. Do ponto de vista da filosofia da história a forma de M. se aproxima da novela. O material musical é pedestre, a execução, sublime. Essa foi a configuração conteúdo-estilo da novela-das-novelas, Madame Bovary.”

Na base da forma musical novelística há uma aversão que devia ser sentida já muito antes de Mahler, mas que ele foi o primeiro a não reprimir. Odeia saber de antemão como continua a música.”

O clássico desconjuntado

Ele podia reivindicar o subtítulo de Assim falou Zaratustra: ‘Música para todos e para ninguém’.”

Desde Kant e Beethoven, a filosofia e a música alemãs foram sistema. O que se lhe escapou, seu corretivo, se refugiou na literatura, na novela e numa tradição semi-apócrifa do drama, até que mais ou menos na virada para o XX a categoria da vida, lixiviada como cultura e já reacionária na maioria dos casos, se fez também acessível à filosofia. Diante disso, a música de Mahler assumiu originalmente o reconhecimento nietzschiano de que o sistema e sua unidade sem fissuras, a aparência de reconciliação, não era sincera. (…) O potencial para isso adveio-lhe da atmosfera austríaca inatacada pelo idealismo alemão, em parte até pré-burguesa, feudal, por outra parte cética à maneira de José II, enquanto M. tinha – ao mesmo tempo – a essência integral da sinfonia bastante presente como para protegê-lo de uma mentalidade formal que faria concessões demasiadas a uma audição atomista no sentido débil do termo.”

El trabajo temático de cuño beethoveniano, ese reflejo lúgubremente grandioso de una agudísima compresión del pensamiento y de una impertérrita consciencia de las metas, no encontró ya ninguna fundamentación interna en el nuevo estilo sinfónico (…) Así es como cayó la rígida temáticamente orgánica técnica de Beethoven, o más bien se convirtió en medio auxiliar de segundo orden.” Bekker

En Beethoven mismo la confianza en la plenitud extensiva y en la posibilidad de descubrir pasivamente una unidad en la multiplicidad contrapesó la idea estilística trágico-clasicista de una música del sujeto activo. Schubert, a quien esta última idea comienza ya a desvanecérsele, se ve tanto más atraído por el tipo épico de Beethoven. (…) De todas las preformas del modo mahleriano de configuración, quizá la más importante sea el primer movimiento de la Sinfonía en si menor de Schubert; Webern lo veneraba como una concepción totalmente fresca de lo sinfónico en general.”

Se não é verdadeiro o pronunciamento de Mahler sobre Bruckner, de que seu amigo seria ‘metade Deus, metade imbecil’, esta anedota foi, pelo menos, muito bem-inventada.”

Por mucho que los oscuros bosques vírgenes de Bruckner parezcan aventajar a la fraccionariedad de Mahler, ésta es superior a la leñosidad de Bruckner, a ese estatismo un poco empedernido que no tiene fundamento más firme que el hecho de que en San Florián Nietzsche todavía no era tema de conversación. Bruckner fue para Mahler lo mismo que Robert Walser fue para Kafka.”

empirismo musical”

O DOGMA VS. A FALTA DE SENTIDO: “La fraccionariedad del tono mahleriano es el eco de aquella aporía objetiva, de la escisión entre dios e imbécil.”

A sustentável gravidade de Mahler

Las obras de Mahler director de orquesta no están contagiadas por el gesto del hombre práctico que al componer en cierto modo chasquea los dedos y se cuida de que todo vaya rodado y, sobre todo, de que ningún oyente se distraiga.” “Tal desconsideración tiránica hacia el contexto de eficacia apoya a la intención épica; la indicación agógica ‘dejar tiempo’ que en ocasiones aparece describe todo su modo de reacción.”

Um tempo em que “la música ya no puede ni ‘narrar’ ni invitar a la danza.”

Es conocida la apasionada relación de Mahler con Dostoyevski, que hacia 1890 todavía representaba algo distinto que en la época de Möller van den Bruck.(*)

(*) Arthur Möller van den Bruck (1876-1930): escritor y politólogo alemán, traductor de Dostoyevski. En 1923 publicó El tercer imperio (Der dritte Reich), cuyo título adoptará como lema el nacionalsocliamo.”

Conta-se que, durante uma excursão com Schönberg e os discípulos deste, Mahler recomendou-lhes estudar menos contraponto e ler mais Dostoyevski, depois do quê ouviu-se a heroicamente tímida resposta de Webern: ‘Vai me perdoar, senhor diretor, mas nós temos Strindberg’. A anedota anônima lança luz sobre a diferença entre a concepção novelística [D.] da música e a expressionista [S.] da geração seguinte, já plenamente emancipada, de compositores.”

o elevar-se a grandes situações, o desmoronar-se em si (Quinta Sinfonia, 2º movimento)”

Realizam-se gestos como o da Natacha de O Idiota, que lança ao fogo os bilhetes de banco; ou como aquele em Balzac, quando o criminoso Jacques Collin, disfarçado de bispo espanhol, dissuade o jovem Lucien Rubempré do suicídio e promove-o a um splendeur em prestações; quiçá também como o de Ester, que se sacrificava pelo amado sem suspeitar de que, àquela altura, a roleta da vida já havia salvado a ambos de qualquer miséria. Como nas novelas, em Mahler a felicidade floresce à margem da catástrofe.”

O mesmo que a filosofia, que a Fenomenologia hegeliana, a música em Mahler é a vida objetal que volta uma vez mais através do sujeito, e a volta dessa vida no espaço interior a transfigura num absoluto espumante. A concreção da leitura de novelas está em outra dimensão que a percepção distinta dos acontecimentos.”

À música épica segue vedado o descrever o mundo a que ela se refere: é tão transparente quanto críptica.” “distanciar-se-ia do mundo se quisera simbolizá-lo ou, sobretudo, reproduzi-lo. Schopenhauer e a estética romântica experimentaram isto ali onde meditaram sobre o que há de imaginário e onírico na música.” “Enquanto realidade sui generis a música se torna essencial mediante a desrealização. Não é como se ela representasse um grau intermediário entre o real e o sonho ou a fantasia.”

M., por duas vezes, escreve ‘imaginário’ como indicação de execução: no Scherzo da Sétima e no primeiro movimento da Nona.” “No espaço musical floresce uma empiria de segundo grau, já não, como a outra, heterônoma à obra de arte. A interioridade da música assimila o exterior no lugar de apresentar, exteriorizar, o interior.” Não há nada oculto: é assim a realidade, quando se pára para ouvi-la.

Se o mundo se equiparasse imediatamente à essência – e, segundo viu Schopenhauer, a música é imediatamente essência –, a música seria a loucura. Toda grande música é um furto de loucura; em cada qual há uma identificação do interior com o externo, mas a loucura não tem nenhum poder sobre ela.”

O fato de que Mahler, que passou a vida toda na ópera e cujo movimento sinfônico corre em muitos aspectos paralelo ao da ópera, não escreveu nenhuma ópera pode explicar-se pela transfiguração do objetal no reino interior das imagens. Sua sinfonia é opera assoluta. Como a ópera, o sinfonismo novelístico de Mahler brota da paixão e flui detrás; a ópera e a novela conhecem, mais que a música absoluta, fragmentos de desfecho como os seus.”

Proust chamou a atenção sobre o fato de que na música às vezes novos temas conquistam o centro como faziam nas novelas figuras secundárias que até então haviam passado inadvertidas.”

A idéia classicista da sinfonia conta com uma multiplicidade definida, cerrada em si, como a Poética aristotélica com as 3 unidades.” “Os componentes temáticos imprevistos destroem a ficção de que a música é um puro contexto dedutivo em que tudo o que sucede se deduz com unívoca necessidade.”

Lamentar as longitudes mahlerianas não é mais digno que aquela mentalidade que vende mais barato versões abreviadas de Fielding, Balzac ou Dostoyevski.”

M. não faz concessão à comodidade do easy listening sem memória nem expectativa.”

Se aos contemporâneos de Beethoven o tempo acelerado de suas sinfonias estremecia-lhes os nervos como se dizia dos primeiros trens, quem sobreviveu 50 anos a Mahler estremece-se com ele igual os habitués de viagens de avião quando viajam de navio. A duração mahleriana recorda-os que eles mesmos perderam duração; talvez temam não viver, em absoluto. Isso eles reprimem com aquela superioridade do homem importante que certifica não ter tempo, e com isso divulga sua própria verdade ignominiosa. É absurdo fazer Mahler e Bruckner consumíveis mediante cortes que, como disse Otto Klemperer, aumentam, em vez de encurtar, seus movimentos.”

A irracionalidade dos textos do Corno maravilhoso, tendente ao absurdo, produzida pela montagem de poemas divergentes, assinalada por Goethe em sua recensão, é reivindicada pelo modo de compor de Mahler”

Enquanto estróficas, as canções mahlerianas têm a objetividade das baladas, ao passo que a lírica subjetiva sacrifica a estrutura estrófica à poética, e à forma musical.”

Que a música disserta sobre si mesma, que se tem a si mesma por conteúdo, que narra sem nada narrar, não é tautologia, tampouco uma metáfora do porte de narrador que inquestionavelmente é muitas vezes o de Mahler.” “Assim como o narrador, a música de Mahler nunca diz duas vezes o mesmo do mesmo modo: assim intervém a subjetividade.”

Rewelge, com a indicação de execução ‘De contínuo’ confirma a exceção à regra total mahleriana, por tratar-se de uma marcha, que nem sequer a morte interrompe.”

Mahler se oponía al piano en cuanto el instrumento ya en su época reificadamente tableteante de la lírica subjetiva, mientras que la orquesta era capaz de dos cosas: registrar exactamente la representación compositiva en un color concreto y, gracias al volumen coral que conserva incluso en pianissimo, producir una especie de grandeza interior.”

Da intemporalidade do sempre igual Mahler faz surgir o tempo histórico. Com isso assume a originária tendência anti-mitológica do epos e portanto, e acima de tudo, da novela. (…) O que esses estilos têm de resolver é a recapitulação. Ou bem a resumem tanto que ela mal é considerada, em contraste, diante da prepotência do desenvolvimento, ou bem modificam-na radicalmente.”

No primeiro movimento da Terceira é chocante a renúncia a todas as categorias de mediação tradicionais. Analogamente ao Schönberg expressionista, não se põe muito cuidado a fim de erigir pontes entre os complexos. Com bárbara insolência, Mahler une-os precisamente com o mero ritmo de percussão, uma palpitação abstrata do tempo.” “M. serve migalhas, não caldo.”

O movimento se estira e estende em todas as dimensões como o corpo de um gigante. A polifonia não lhe interessa. O modelo principal do desenvolvimento, a entrada em si bemol menor, é certamente apresentado durante um par de compassos, como se estivesse prestes a ser fugado, porém, contra todas as regras da fuga, se aferra então a uma nota, e quem esperava a bem-educada resposta fica estalado em seu assento.”

Com grande esforço, por exemplo mediante o estudo ulterior de Bach, tem M. de adquirir o que compositores como Debussy, que estão impregnados de sua cultura, já trazem consigo. Os meios existentes não se adaptam à intenção mahleriana, que tende ao que não existe. Não só tem de aprender, como evitar de incorporar, como o saturado som de Wagner ou o ímpeto do, ainda em seus excessos, amável Strauss, que corre com desenfreio ao total.”

A partir da oposição à maestria dos outros, que havia degenerado em destreza; a partir das torpezas sem afetação e provocativas da Primeira e da Terceira, se restitui uma maestria que acaba por deixar debaixo de si, à mercê da identidade entre o composto e a manifestação fenomênica, o nível técnico da época”

O fato de que cada obra de Mahler critica a precedente faz dele o compositor evolutivo por excelência (…) o que ele melhora sempre se converte em algo distinto; daí a muito pouco bruckneriana policromia da sucessão de suas sinfonias.” “A Bekker não escapara que as últimas peças de quem mal chegou aos 50 são obras tardias no sentido mais explícito: exteriorizam o insensivelmente interior. Mas até que ponto contribuiu a vontade crítica de M. para sua evolução já se pode provar na época intermediária, muito antes disso.” “O salto qualitativo a partir da Quarta é indiscutível. (…) O que antes foi esboçado agora é desenvolvido.”

Analogamente a Wagner, sua obra sonha com um compor sem aparências, sóbria, não-transfiguradora.”

Mahler reagiu violentamente contra a estupidez musical, que no séc. XX se expandiu não menos que no XVIII e no XVII; a repetição infantil repugnava-lhe. E, paradoxalmente, era consciente de que o elemento tectônico, tal como primitivamente o representa a repetição, não pode ser extirpado.”

Qualquer série beethoveniana de variações se poderia comparar a uma canção qualquer de Mahler, como a Canção noturna da sentinela. O que em Beethoven se mantém fixo é (…) a condução das harmonias sobre um baixo contínuo; outros momentos, como as unidades do movimento ou a situação dos componentes motívicos principais, se alteram conseqüentemente de variação em variação. (…) Em Mahler, ao contrário, por todas as partes a estrutura geral se conserva de maneira inconfundível, porém por todas as partes também se introduziram fintas; proporções harmônicas como as de sonoridades em maior e em menor se inverteram com respeito a sua primeira aparição e, portanto, revogou-se a posteriori a formulação inicial do tema, como se esta se houvesse entregue ao capricho improvisatório.”

Se pintor fosse, Mahler seria aquele que pinta primeiro os contornos para depois preenchê-los. Beethoven faz tudo de imediato, de dentro para fora.

Tal largesse no tratamento do material, por sua vez contrária ao princípio de economia beethoveniano-brahmsiano, legitima tecnicamente a grande escala do sinfonismo épico de Mahler.”

O princípio da variante surge na canção estrófica variada na medida em que suas estrofes nunca podem ser profundamente variadas. Tão antipsicológicas como as baladas, retornam formulaicamente como refrões e são, não obstante, tão pouco rígidas como as fórmulas homéricas. O que aconteceu antes e o que virá a acontecer as afeta.”

O núcleo idêntico fixo, embora exista, dificilmente se deixa assinalar com o dedo: como se se subtraíra à escritura mensural.” “Paul Bekker constatou que o tema andante da Sexta Sinfonia, uma melodia perfeitamente fechada, tende, por assim dizer, a ser olvidado durante a peça.” “A propósito de temas que são conservados mas não firmemente coagulados e que emergem de um mundo de imagens coletivo, caberia pensar em Stravinski. Mas Mahler não são ‘cubos irregulares’, ‘montados obliquamente’, ‘desvinculados entre si’. (…) Seu princípio não é a violência.”

O tema minore do primeiro movimento da Nona sinfonia, p.ex., contém um sol sustenido impróprio à escala, o qual determina o caráter dissonante de todo o complexo em si; mas precisamente este sol sustenido ou seu equivalente é logo substituído muitas vezes por um lá, isto é, a quinta justa da tônica de ré menor. Em sua análise Werwin Ratz mostrou detalhadamente a função conformadora justamente da troca de ambas as notas críticas.”

O movimento, que recorre [percorre de novo] imensos lapsos temporais, logra a quadratura do círculo: é de uma só vez dinâmico e tectônico, sem que um princípio anule o outro.”

A recapitulação era a cruz da forma sonata. Revogava o que a partir de Beethoven era o decisivo, o dinamismo do desenvolvimento, de maneira comparável ao efeito de um filme no espectador que, depois do final, permanece sentado e vê uma vez mais o começo. Beethoven solucionou-o mediante um tour de force que para ele se converteu em regra: no frutífero momento do começo da recapitulação, apresenta o resultado do dinamismo do devir, como a confirmação e justificação do já-sido, do que em qualquer caso foi. Esta é sua cumplicidade com a culpa dos grandes sistemas idealistas, com o dialético Hegel, no qual ao fim a quintessência das negações, e portanto do mesmo devir, desemboca na teodicéia do que é. Na recapitulação a música, enquanto ritual da liberdade burguesa, seguia, o mesmo que a sociedade na qual é e que é nela, submetida à servidão mítica. Manipula o contexto natural que gira em si, como se o que retorna fôra, em virtude de seu mero retorno, mais do que é, o sentido metafísico mesmo, a <idéia>. Mas, pelo contrário, uma música sem recapitulação conserva algo de (não meramente desde o ponto de vista culinário) insatisfatório, desproporcionado, abrupto: como se lhe faltasse algo, como se não tivera um final. Com efeito, toda a nova música está atormentada pela questão de como poderia concluir, não só cessar, depois de que o deixaram de conseguir as formações conclusivas cadenciais, as quais têm elas mesmos algo da essência da recapitulação, que, se se quer, transporta em grande escala a fórmula cadencial. Mas a chegada de Mahler à alternativa converge com a das maiores novelas de sua geração. Ali onde, por razões formais, repete algo passado, não canta o elogio disto ou da caducidade mesma. Mediante a variante, sua música recorda desde longe o passado, o semi-esquecido, eleva um protesto contra sua superfluidade absoluta e o determina, todavia, como algo efêmero, irrecuperável. Sua idéia tem essa fidelidade redentora.”

Quando na Nona sinfonia Mahler abandonou a sonata, revelou meramente aquilo a que subcutaneamente se presta toda sua obra.” “Na Primeira a breve exposição allegro era já monotemática; falta o ortodoxo tema cantável.” “Na Terceira a sonata é derrotada, pois segundo os critérios desta a introdução, o tema principal da exposição e o desenvolvimento resultam desproporcionais. Por suposto, o primeiro movimento da Quarta é sonata, mas arcaica, como antes já o primeiro movimento da Oitava de Beethoven; para uma sonata propriamente dita o segundo tema seria uma canção instrumental demasiado independente (…) é só retrospectivamente que os pensamentos contrastantes se convertem numa unidade bastante ramificada no desenvolvimento, o primeiro mahleriano que desdobra didaticamente os componentes da exposição: com ele, arranca verdadeiramente o movimento como história. A coda completa o que a recapitulação ortodoxa omitira no começo. Em que pese tudo isso, este movimento renega também a essência sonatística não só porque tudo está composto ‘entre aspas’, porque a música parece dizer: ‘Era uma vez uma sonata’, como também porque tecnicamente os complexos da exposição se diferem tanto, estão tão energicamente separados, que de antemão se negam a aceitar um veredito.”

De todo modo, a composição épica nunca foi a mera antítese do dramático, mas, como na novela literária, vizinha dele nos impulsos, nas tensões, nas explosões.” “A tragédia rechaça a forma nominalista. A tonalidade, que para sua própria glória sanciona o afundamento do individual, ao qual não resta nenhuma opção ademais de afundar-se, domina indiscutível. A emancipação mahleriana em relação à sonata havia sido mediada pela própria sonata. Ele absorveu sua idéia nas sinfonias intermediárias para no final configurar de tal maneira que cada compasso esteja à mesma distância do centro.”

O tema principal não segue imediatamente, como manda a tradição, a introdução: chega-se a ele através de um breve allegro moderato que modula da tonalidade inicial de dó menor à tonalidade principal de lá menor; dessa versão intermediária do primeiro tema Mahler se recorda mais tarde num dos modelos mais importantes de desenvolvimento.”

Mediante o drástico dualismo de tema principal e secundário, renuncia-se a um grupo conclusivo prolixo ou a um terceiro tema.”

grandes novelistas como Jacobsen puderam omitir períodos inteiros da vida de seus heróis e com súbita resolução iluminar fases críticas de sua vida; o que Jacobsen abraçou expressamente como princípio da ‘má composição’, no grande experimento formal de Mahler se converte também no princípio de uma boa composição.”

Na Sétima, notas acrescidas fazem com que o maior resplandeça como uma espécie de supermaior, como o famoso acorde do Adagio da Nona de Bruckner.”

O nominalismo mahleriano, a crítica das formas por meio do impulso específico, afeta também o tipo de movimento que, herança da suite, se havia mantido desde Haydn com a máxima tenacidade, o minueto e o scherzo; só em Mendelssohn se havia pensado doutro modo.” “Com um esforço que ele mesmo teve de sentir como extraordinário, na Quinta M. concebe o novum do scherzo como desenvolvimento.”

la mayor parte de las veces el concepto de banalidad en Mahler aísla ergotistamente dimensiones individuales, ciego al hecho de que en él sólo la relación entre ellas, y no ninguna singular, define el carácter, la ‘originalidad’.”

A preocupação com uma reprodução correta se converteu em cânon da composição. Compor de tal modo que a execução não possa destruir a música, i.e., eliminá-la já virtualmente, significa, ao mesmo tempo, compor de maneira inteiramente clara, unívoca.”

A integração crescente do procedimento compositivo mahleriano não reduz, como muitas vezes depois dele, a substancialidade das dimensões individuais, senão que é ela somente a que lhes confere autenticamente relevo; o todo robustece retroativamente os momentos que o produziram. No Mahler jovem a harmonia tinha certamente suas peculiaridades, mas não era ainda um meio autônomo.”

Alban Berg chamou a atenção sobre o exemplo mais belo da interdependência entre o melodicismo e a harmonia no jovem Mahler, aquela frase intermediária da donzela na Canção noturna da sentinela, onde uma curva com amplos intervalos e a rítmica alternante entre compassos binários e ternários se reflete em progressões acórdicas e sonoridades de profunda corporeidade, como aquela em que as notas dó-si-ré sustenido-fá sustenido-ré chocam sem que ela, deduzida da condução das vozes, se converta numa mancha na textura harmônica”

De forma análoga à harmonia, o contraponto de Mahler se robustece com a maior densidade da textura sinfônica. A primeira vez em que Mahler dedicou-lhe atenção foi na Quarta, para, então, na Quinta e posteriormente, integrá-lo à forma total como dimensão compositiva.”

Algo bastante excepcional, no Conservatório de Viena se o dispensou do estudo do contraponto com base em suas próprias composições da época escolar. Segundo conta Natalie Bauer-Lechner, Mahler não demoraria a se lamentar por isso: ‘Porque, curiosamente, eu, desde sempre, nunca pude pensar mais que polifonicamente! Mas aqui, hoje, segue-me faltando, provavelmente, o contraponto, a escritura pura, que a qualquer estudante que nele se tenha exercitado pareceria mero jogo. (…) Agora compreendo que Schubert, segundo consta, até pouco antes de morrer quis estudar contraponto! Ele sentia até que ponto lhe fazia falta… E eu posso sentir o mesmo, posto que eu mesmo, desde os tempos de estudante, careço igualmente dessa capacidade e de uma prática correta, 100%, em contraponto. Em mim, de qualquer forma, o intelecto ocupa seu lugar, mas o gasto de forças que isso exige é desproporcionalmente grande.’” “Com ‘polifonia’, Mahler queria dizer, evidentemente, aquela propensão ao que soa caótico-desorganizado, à simultaneidade sem regras, contingente, do ‘mundo’ em cujo eco sua música quer se converter mediante sua organização artística.”

Como seu material estava antiquado, como o novo ainda não estava liberado, em Mahler o antiquado, o que ficara pelo meio do caminho, se converteu no criptograma das sonoridades ainda não ouvidas que chegariam mais tarde. O que lhe falta de imediatez do fenômeno musical é o que, graças a tal negatividade, o vestígio do sofrimento passado em sua linguagem, o faz superior a Bruckner.

Até que ponto a negatividade musicalmente imanente de Mahler se opõe ao entusiasta programa berlioz-lisztiano mostra-o o fato de que as novelas não têm nem veneram heróis como proclamam dois dos títulos de Strauss e incontáveis de Liszt. Inclusive no Finale da Sexta, apesar dos golpes de martelo, que por certo ainda hoje não se ouviram adequadamente e sem dúvida aguardam a realização eletrônica, alguém esperará em vão ao supostamente tocado pelo destino. [?]” Peçamos ao Ministry ou ao Nine Inch Nails esse inusitado ‘cover’!…

Erwin Ratz, Sobre el problema de la forma en Gustav Mahler. Un análisis del Finale de la Sexta sinfonía

em Reger o melodicismo se atomiza até se converter em pequenos intervalos de segundo plano desprovidos de qualquer qualidade, os quais vão colando uma harmonia com a outra. A técnica strauss-berlioziana do imprévu, da interrupção como efeito, da surpresa permanente, trata de paliar esta carência fazendo dela um principium stilisationis. Mahler extraiu a conseqüência inversa, impôs a melodia ali onde esta já não quer estar e com isso conferiu seu cachet às melodias mesmas, de modo remotamente análogo à maneira beethoveniana de represar o fluxo tonal mediante a implantação de sforzati e deixando ali, por assim dizer, as digitais da subjetividade. ‘Como fustigado’, reza em uma ocasião o Scherzo da Sexta. Desde a longa melodia do Finale da Primeira, M. tem com seus temas tão pouca contemplação como com seus cavalos esgotados tem um cocheiro obcecado com a meta.” “Rir-se dessas passagens heréticas de Mahler é sempre também solidário para com este mesmo; o ouvinte põe-se, assim, de seu lado.”

A obra com que sem dúvida a maioria aprendeu a amar Mahler, a Segunda sinfonia, é a que provavelmente se desvanecerá mais depressa em razão da loquacidade do 1º movimento e do Scherzo, de certo primitivismo no Finale da ressurreição.”

sua incapacidade subjetiva para o happy end denuncia este mesmo happy end

DICAS DE INICIAÇÃO

WAGNER

Ouvir primeiro OS MESTRES CANTORES.

MAHLER

A Primeira Sinfonia é experimental. É o antiformalismo encarnado, evade a monumentalidade, que se tornou quase sinônima de “sinfonia” desde a Nona de Beethoven. A Quarta é a primeira do “Mahler maduro”.

DICIONÁRIO POLIGLOTA MUSICAL (E ÀS VEZES ALGO MAIS)

BAR (ALEMÃO): “É o nome que recebe a forma tripartida das canções dos menestréis e mestres cantores alemães. Compõe-se de duas estrofes ascendentes chamadas Stollen e de uma terceira contrastante, o Abgesang, de melodia descendente.” “Que, até o seu renascimento em Wagner, durante toda a era do baixo contínuo mal se escrevessem Abgesänge, isso se explica sem dúvida pelo fato de que, enquanto cumprimento [encerramento] de um contexto musical mediante algo essencialmente novo, colidiam os Abgesänge com a idéia do hermetismo imanente à música moderna, cujo princípio econômico permitia obter tudo como rendimentos de um bem original.” Em outros termos, a música não “necessitava” dos Abgesänge em sua fase clássica final (pré-Mahler).

CANTABILE (ITALIANO): Música instrumental com o intuito de imitar a voz humana.

CROMATISMO: “É uma frase musical formada com notas da escala cromática (formada por 12 semitons). É o uso das notas cromáticas em uma composição tonal, com a intenção de gerar tensão (melódica ou harmônica), prolongando a música (desenvolvimento tonal) e adiando a resolução melódica. À medida que os compositores da segunda metade do XIX expandiram os conceitos da música tonal, com novas combinações de acordes, tonalidades e recursos harmônicos, a escala cromática e os cromatismos se tornaram mais freqüentes. Como elemento expressivo, esta técnica encontrou seu auge no final do período romântico, com Liszt, M. e W..”

ENARMÔNICO: “Diz-se de notas de nomes distintos, mas que, por efeito dos sustenidos e dos bemóis, têm a mesma entonação.”

IMPASTO (ITALIANO, Pintura): “Impasto é uma técnica em que a tinta (em particular a de óleo) é espalhada numa área da tela, ou mesmo na tela inteira, de forma tão espessa que as marcas dos objetos utilizados para pintar (p.ex. pincel, espátula) são visíveis na pintura. A tinta também pode ser misturada diretamente na tela. Quando fica seco, o impasto dá textura e relevo à representação. O termo impasto tem origem italiana e quer dizer <mistura>. O impasto ganhou notoriedade nas pinturas de artistas venezianos, como  Titian e Tintoretto, além de ser possível observá-lo nas paisagens naturalista e romântica do séc. XIX. A técnica foi imposta como uma maneira de ressignificar a superfície das obras, que deveria ter sua própria realidade e profundidade, ao invés de ser apenas uma janela para um mundo imaginativo e ilusionista. Este método também pode ser definido pelo termo pictórico, no qual a aplicação de tinta é feita de forma <solta> ou menos controlada, causando efeitos sensoriais e visuais.” A razão da inclusão deste verbete é que Strauss chama alguns trechos do Lohengrin de impastos das madeiras, associando som, cor e textura à obra de W.. Mas não sei se a expressão tem sentido apenas sinestésico se referindo a um amálgama sensorial ou também ao entalhe dos instrumentos de madeira, uma vez que a palavra impasto também é usada para obturação e preenchimento em português! Cf. p. 71: “As madeiras hão de constituir, por assim dizer, o contrapeso objetivo ao espressivo subjetivo das cordas.” & “Na frase antecedente, as vozes das madeiras, e certamente também em piano (ver abaixo), aparecem totalmente dobradas. A razão imediata é a obrigação de corrigir uma certa heterogeneidade. As flautas são, por um lado, menos resistentes; por outro, mais difíceis de emplastrar/revestir que os clarinetes; são demasiado débeis e, sem embargo, se apartam da cor total.”

MONODIA: “Canção, ordinariamente triste, entoada por uma única voz, sem acompanhamento.”

PIANO (ITALIANO): Uma dentre diversas notações utilizadas na escala musical: p (piano) para indicar um trecho de calmaria ou quietude, ou seja, altura do som baixo (em termos de volume da música mesmo); pp (pianissimo) para indicar o superlativo; além de outras expressões como forte, fortissimo (altura do som alto ou altíssimo), etc. Essas notações integram a parte da Música Clássica chamada de Dinâmica. Um interessante resquício da “música analógica” para se ver e ouvir hoje em dia! Outras indicações:

mp – mezzo-piano

mf – mezzo-forte

ppp – pianississimo

fff – fortississimo

pppppp (!) – usado por Tchaikovski

SCHERZO (ITALIANO): Seção de uma sinfonia ou sonata.

DICIONÁRIO LINGÜÍSTICO PROSAICO

atañer: dizer respeito

campechanía: franqueza, cinismo

Helle: claridade

Hölle: inferno

pintarrajo: rabisco, esboço (desenho)

soltar los gallos: mentir, falhar a voz, sair do tom, embargar o discurso.

HOW TO READ LACAN ou: COMO, ATRAVÉS DA LENTE ZIZEKIANA, EVITAR LER LACAN PARA NÃO PERDER SEU TEMPO (E REFERÊNCIAS SEM FIM AO CINEMA POP) – Slavoj Žižek, 2006.

INTRODUCTION

In 2000, the 100th anniversary of the publication of F.’s The Interpretation of Dreams was accompanied by a new wave of triumphalist acclamations of the death of psychoanalysis (…) it is buried where it always belonged, in the lumber-room of pre-scientific obscurantist quests for hidden meanings, alongside religious confessors and dream-readers. As Todd Dufresne [Killing Freud: 20th century culture and the death of psychoanalysis, 2004] puts it, no figure in the history of human thought was more wrong about all its fundamentals (…) It was only to be expected that in 2005 (…) The Black Book of Psychoanalysis¹ [appeared]”

¹ Em breve no Seclusão.

Lacan did not understand his return as a return to what F. said, but to the core of the Freudian revolution of which F. himself was not aware.” Era a única maneira de manter F. vivo (dizer que ele disse tudo que ele jamais disse)!

each chapter of this book will confront a passage from L. with another fragment from philosophy, art, popular culture and ideology.” Zizek exagera um pouquinho na CARGA POP…

by cutting himself off from the decaying corpse of the IPA, L. kept the Freudian teaching alive.” Protestantismo de merda – o culto nunca morre, sempre sobrevive através de cisões infinitas!

1. EMPTY GESTURES AND PERFORMATIVES: LACAN CONFRONTS THE CIA PLOT

Timeo Danaos, et dano ferentes”

Novelas mexicanas são filmadas em ritmo tão frenético (todo dia um episódio de 25 minutos) que os atores sequer recebem o roteiro a fim de aprender as falas antecipadamente; eles colocam pequenos pontos auriculares para saberem o que devem fazer, e aprendem seu papel a partir do que escutam, instantaneamente (‘Agora dê um sopapo nele e diga-lhe que o odeia! Agora abrace-o!…’). Esse proceder nos oferece uma imagem do quê, de acordo com a percepção comum, Lacan quer dizer com seu ‘grande Outro’.”

O TERCEIRO: “Essa referência onipresente a um Outro é o tema de uma piada de baixo nível sobre um caipira que, vítima de um naufrágio, acha-se confinado numa ilha com, digamos, Cindy Crawford. Depois de fazer sexo com ele, ela pergunta como foi; sua resposta é ‘ótimo!’, mas ele ainda tem um pequeno pedido a fazer para se sentir inteiramente satisfeito – pode ela se vestir como seu melhor amigo, colocando umas calças e pintando um bigode? Ele lhe afiança que não é nenhum tipo de obscuro pervertido, o que ela entenderá assim que cumprir o pequeno favor. Quando ela está pronta, ele se aproxima, dá-lhe uma cutucada nas costelas e dispara, com malícia de macho: ‘Adivinha só? Acabei de comer a Cindy Crawford!’. Esse Terceiro, sempre testemunha, trai a possibilidade de um prazer privado inocente verdadeiro. O sexo é sempre minimamente exibicionista e depende do olhar de mais alguém. Esse Outro só existe enquanto faz-de-conta.” Victor Hugo (um charlatão com que fiz análise) mente.

Sempre pode-se dizer que a única carta que verdadeiramente alcança o destinatário é a carta não-enviada – o endereço não é de carne-e-osso, mas ninguém senão esse grande Outro.”

Escrever uma carta e guardá-la na gaveta é enviá-la.”

Após me envolver numa competição feroz por uma promoção no trabalho com o meu melhor amigo, se eu ganho, o adequado a se fazer é declinar do cargo, fazendo do derrotado o beneficiário; e o adequado para o amigo fazer é rejeitar por sua vez e devolver-me a vaga – dessa forma, quem sabe, a amizade pode ser salva.”

o que escapa do sociopata é o fato de que ‘muitos atos humanos são executados . . . apenas pela interação em si mesma’.” Ele faltou o ensaio da banda, ou da colação de grau.

Cansamos desse tipo de reciprocidade hipócrita. Somos majoritariamente sociopatas sem remorsos!

In a traditional German toilet, the hole in which shit disappears after we flush water is way up front, so that shit is first laid out for us to sniff at and inspect for traces of any illness; in the typical French toilet the hole is far to the back, so that shit may disappear as soon as possible; finally, the American toilet presents a kind of synthesis, a mediation between these two opposed poles – the toilet basin is full of water, so that the shit floats in it, visible, but not to be inspected. No wonder that, in the famous discussion of different European toilets at the beginning of her half-forgotten Fear of Flying, Erica Jong mockingly claims that ‘German toilets are really the key to the horrors of the Third Reich. People who can build toilets like this are capable of anything.’

2. THE INTERPASSIVE SUBJECT: LACAN TURNS A PRAYER WHEEL

The prayer wheels of Tibet: I attach a piece of paper with the prayer written on it to the wheel, turn it around mechanically (or, even more practically, let the wind or water turn it round), and the wheel is praying for me”

the canned laughter on a TV show, when the reaction of laughter to a comic scene is included in the soundtrack itself. Even if I do not laugh, but simply stare at the screen, tired after a hard day’s work, I nonetheless feel relieved after the show, as if the soundtrack has done the laughing for me.

To properly grasp this strange process, one should supplement the fashionable notion of interactivity with its uncanny double, interpassivity.”

Although I do not actually watch the films, the very awareness that the films I love are stored in my video library gives me a profound satisfaction, and occasionally enables me to simply relax and indulge in the exquisite art of far niente – as if the VCR is in a way watching them for me, in my place. VCR stands here for the big Other”

Therein resides the typical strategy of the obsessional neurotic: he is frantically active in order to prevent the real thing from happening.”

People intervene all the time, attempting to ‘do something’, academics participate in meaningless debates; the truly difficult thing is to step back and withdraw from it. Those in power often prefer even a critical participation to silence”

The paradox of Predestination is that the theology which claims that our fate is determined in advance and that our redemption does not depend on our acts served as the legitimization of capitalism, the social system that triggered the most frantic productive activity in the history of humanity.”

As every historian knows, Scottish kilts (in the form they are known today) were invented in the course of the 19th century.”

According to a well-known anthropological anecdote, the primitives to whom certain superstitious beliefs were attributed (that they descended from a fish or from a bird, e.g.), when directly asked about these beliefs, answered: ‘Of course not – I’m not that stupid! But I have been told that some of our ancestors actually did believe that…’

Niels Bohr, who had aptly replied to Einstein’s ‘God doesn’t play dice’ (‘Don’t tell God what to do!’), also provided the perfect example of how a fetishist disavowal of belief works in ideology. Seeing a horseshoe on Bohr’s door, a surprised visitor remarked that he didn’t believe in the superstition that it brought luck. Bohr snapped back: ‘I don’t believe in it either; I have it there because I was told that it also works if one does not believe in it!’

Why are you saying you’re glad to see me, when you’re REALLY glad to see me?”

what is false about ‘reality’ TV shows: the life we get in them is as real as decaf coffee.”

The standard disclaimer in a novel (‘The characters in this text are a fiction; any resemblance to real-life characters is purely accidental’) holds also for the participants of reality soaps”

Richard II is Shakespeare’s ultimate play about hystericization (in contrast to Hamlet, the ultimate play about obsession).” Mas Zizek dirá algumas dúzias de páginas depois que para Lacan histeria e obsessão são tudo a mesma coisa (basicamente matizes de neuroses).

in the Rawls model of a just society, social inequalities are tolerated only in so far as they also help those at the bottom of the social ladder, and in so far as they are not based on inherited hierarchies, but on natural inequalities, which are considered contingent, not signifying merit. What Rawls doesn’t see is how such a society would create the condition for an uncontrolled explosion of resentment: in it, I would know that my inferior status is fully justified, and would be deprived of blaming my failure on social injustice.” “No wonder that even today’s conservatives are ready to endorse Rawls’ notion of justice” “the good thing about success or failure in free-market is that it allows me to perceive my failure as undeserved, contingent.”

Lacan shares with Nietzsche and Freud the idea that justice as equality is founded on envy: our envy of the other who has what we do not have, and who enjoys it. The demand for justice is ultimately the demand that the excessive enjoyment of the other should be curtailed, so that everyone’s access to enjoyment will be equal. The necessary outcome of this demand, of course, is asceticism: since it is not possible to impose equal enjoyment, what one can impose is an equally shared phohibition.”

Enjoy! We are all under the spell of this injunction, with the result that our enjoyment is more hampered than ever – recall the yuppie who combines narcissistic self-fulfillment with the utterly ascetic discipline of jogging and eating health food. This, perhaps, is what Nietzsche had in mind with his notion of the Last Man”

Virtual Reality is experienced as reality without being so.”

3. FROM CHE VUOI?(*) TO FANTASY: LACAN WITH EYES WIDE SHUT

(*) O que desejas?

Zizek diz com todas as palavras: Lacan não passa de um filósofo confinado entre a fenomenologia e o estruturalismo.

What’s bugging you? What is it in you that makes you so unbearable not only for us, but also for yourself, that you yourself obviously do not control?”

There exists a creature that is perfectly harmless; when it passes before your eyes, you hardly notice it and immediately forget it again. But as soon as it somehow, invisibly, gets into your ears, it begins to develop, it hatches, and cases have been known where it has penetrated into the brain and flourished there devastatingly, like the pneumococci in dogs which gain entrance through the nose . . . This creature is Your Neighbor.” Rilke

why the hell did you tell me you liked me? Answer me, because I didn’t like you saying that at all. You can’t just walk up to a woman you barely know and tell her you like her. Y-o-u-c-a-n’t. You don’t know what she’s going through, what she’s feeling. I’m not married, you know. I’m not anything in this world. I’m just not anything.”

a Third has to step in between me and my neighbours so that our relations do not explode in murderous violence.”

In contrast to Althusser, Lacan advocates that we recognize practical anti-humanism, an ethics that goes beyond the dimension of what Nietzsche called ‘human, all too human’, and confronts the inhuman core of humanity. This means an ethics that fearlessly stands up to the latent monstrosity of being human, the diabolic dimension that erupted in the phenomena broadly covered by the label Auschwitz.”

He is not human is not the same as he is inhuman. He is not human means simply that he is external to humanity, animal or divine, while he is inhuman means something thoroughly different, namely the fact that he is neither human nor inhuman, but marked by a terrifying excess which, although it negates what we understand as humanity, is inherent to being human. And perhaps one should risk the hypothesis that this is what changes with the Kantian philosophical revolution: in the pre-Kantian universe, humans were simply humans, beings of reason, fighting the excess of animal lusts and divine madness, while with Kant, the excess to be fought is immanent and concerns the very core of subjectivity itself. (Which is why, in German Idealism, the metaphor for the core of subjectivity is Night, the ‘Night of the World’, in contrast to the Enlightenment notion of the Light of Reason fighting the darkness around.)”

A couple of years ago, Slovene feminists raised a hue and cry against a poster for sun lotion issued by a large cosmetics factory depicting a number of suntanned female rears clad in clinging swimsuits and accompanied by the slogan To each her own factor. Of course, this ad was based on a tacky double entendre: the slogan ostensibly referred to the sun lotion, which was offered to customers with different sun factors so as to suit different skin types; however, its entire effect was based on its obvious male-chauvinist reading: Each woman can be had, if only the man knows her factor, her specific catalyst, what turns her on!

Reds integrates the October Revolution – for Hollywood the most traumatic historical event – into the Hollywood universe by staging it as the metaphorical background for the sexual act between the movie’s main characters, John Reed (played by Warren Beatty) and his lover (Diane Keaton).” “the cries of the crowd serve as a metaphor for the rebirth of passion. The key mythical scenes of the revolution (street demonstrations, the storming of the Winter Palace) alternate with the depiction of the couple’s lovemaking, against the background of the crowd singing the International.” “Here we have the exact opposite of that Soviet socialist realism in which lovers would experience their love as a contribution to the struggle for socialism, making a vow to sacrifice all their private pleasures for the cause of the revolution and to drown themselves in the masses”

In his recently discovered secret diaries, Wittgenstein reports that, while masturbating at the Front during World War I, he was thinking about mathematical problems.”

In other words, psychoanalysis allows us to formulate a paradoxical phenomenology without a subject – phenomena arise that are not phenomena of a subject, appearing to a subject.”

For standard [?] feminism it is an axiom that rape is a violence imposed from without: even if a woman fantasizes about being raped or brutally mistreated, this is either a male fantasy about women, or a woman does it in so far as she has ‘internalized’ the patriarchal libidinal economy and endorsed her victimization” “So the moment one mentions that a woman may fantasize about being raped, one hears it objected that ‘This is like saying that Jews fantasize about being gassed in the camps, or that African-Americans fantasize about being lynched!’” “The practical conclusion from this is that while (some) women really may daydream about being raped, this fact not only in no way legitimizes the actual rape, but renders it all the more violent.” “the core of our fantasy is unbearable to us.”

it is not that dreams are for those who cannot endure reality, reality itself is for those who cannot endure their dreams.”

The scenario was as follows: when the smoke disturbed his sleep, the father quickly constructed a dream that incorporated the disturbing element (smoke-fire) in order to prolong his sleep; however, what he confronted in the dream was a trauma (of his responsibility for the son’s death) much stronger than reality, so he awakened into reality in order to avoid the Real.”

After Tom Cruise confesses his night’s adventure to Nicole Kidman and they are both confronted with the excess of their fantasizing, Kidman – upon ascertaining that now they are fully awake, back into the day, and that, if not for ever, at least for a long time, they will stay there, keeping the fantasy at bay – tells him that they must do something as soon as possible. ‘What’ he asks, and her answer is: ‘Fuck.’ End of the film, the final credits roll. The nature of the passage à l’acte as the false exit, the way to avoid confronting the horror of the phantasmatic netherworld, was never so bluntly stated in a film: far from providing them with a real-life bodily satisfaction that will supersede empty fantasizing, the passage to the act is presented as a stopgap, as a desperate preventive measure aimed at keeping at bay the spectral netherworld of fantasies. It is as if her message is Let’s fuck right now, and then we can stifle our teeming fantasies, before they overwhelm us again.Ou tudo era só uma piada metalingüística de Kubrick sobre Tom Cruise e Nicole Kidman realmente irem foder na vida real, sem luz e câmera, mas com muita ou pouca ação… Além disso, como easter-egg ou sobremesa, ofereceu a predição (muito simples de fazer para grandes estrelas, aliás) de que o casal se divorciaria eventualmente.

4. TROUBLES WITH THE REAL: LACAN AS A VIEWER OF ALIEN

Every word has a weight here, in this deceptively poetic [and boring] description of the mythic creature called by Lacan the ‘lamella’ (which can vaguely be translated as ‘manlet’, a condensation of ‘man’ and ‘omelet’), an organ that gives body to libido. Lacan imagines the lamella as a version of what F. called ‘partial object’ [he never ever wrote that expression!]”

A lamella is indivisible, indestructible and immortal – more precisely, undead in the sense this term has in horror fiction”

Esforço sobre-humano (talvez inhuman!) para salvar o conceito de death drive freudiano…

Andersen’s The Red Shoes, the story of a girl who puts on magic shoes that move on their own and compel her to dance on and on. The shoes stand for the girl’s unconditional drive, which persists, ignoring all human limitations, so that the only way the poor girl can get rid of them is to cut off her legs.”

MR. OBVIOUS: “For those used to dismissing Lacan as just another ‘postmodern’ relativist, this may come as a surprise: Lacan is resolutely anti-postmodern, opposed to any notion of science as just another story we are telling ourselves about ourselves, a narrative whose apparent supremacy over other – mythic, artistic – narratives is grounded only in the historically contingent Western ‘regime of truth’.”

De página em página dizendo “esse conceito de Lacan é muito complexo!”, “é mais complexo do que se imagina!”, “ao contrário do que muitos pensam, não é tão simples de entender!”… Pff.

não tem nada a ver com a coisa-em-si de Kant” E quem foi que disse que tem?

If there is a notion of the real, it is extremely complex and, because of this, incomprehensible, it cannot be comprehended in a way that would make an All out of it. How, then, are we to find our way and introduce some clarity into this conundrum of the Reals?”

Tive que abortar a leitura desse capítulo quando começou a falar do sonho da injeção de Irma. Não SUPORTO mais qualquer referência a essa fabricação!

5. EGO IDEAL AND SUPEREGO: LACAN AS A VIEWER OF CASABLANCA

F. hipostaseou uma entidade chamada “superego”. Lacan vai além e divide o que já não existe em mais TRÊS entidades!

6. “GOD IS DEAD, BUT HE DOESN’T KNOW IT”: LACAN PLAYS WITH BOBOK

Alguns fragmentos de Lacan são peças de um quebra-cabeça que temos de resolver” Não me diga, Einstein!

if God exists, then everything is permitted – is this not the most succinct definition of the religious fundamentalist’s predicament?” Eu só fico puto porque um autor precisa usar Lacan de muleta para abordar um tema desses…

suck, sink

How are we to account for this paradox? Think of the situation known to most of us from our youth: the unfortunate child who, on Sunday afternoon, has to visit his grandmother instead of being allowed to play with friends. The old-fashioned authoritarian father’s message to the reluctant boy would have been: ‘I don’t care how you feel. Just do your duty, go to your grandma’s and behave yourself there!’ (…) although forced to do something he clearly doesn’t want to, he will retain his inner freedom and the ability to (later) rebel against the paternal authority. Much more tricky would have been the message of a ‘postmodern’ non-authoritarian father: ‘You know how much your grandmother loves you! But, nonetheless, I do not want to force you to visit her – go there only if you really want to!’ Every child who is not stupid (which is to say most children) will immediately recognize the trap of this permissive attitude: beneath the appearance of free choice there is an even more oppressive demand than the one formulated by the traditional authoritarian father, namely an implicit injunction not only to visit Grandma, but to do it voluntarily, out of the child’s free will. Such a false free choice is the obscene superego injunction: it deprives the child even of his inner freedom, instructing him not only what to do, but what to want to do.”

For decades, a classic joke has circulated among Lacanians to exemplify the key role of the Other’s knowledge: a man who believes himself to be a grain of seed is taken to a mental institution where the doctors do their best to convince him that he is not a seed but a man. When he is cured (convinced that he is not a grain of seed but a man) and is allowed to leave the hospital, he immediately comes back trembling. There is a chicken outside the door and he is afraid that it will eat him. ‘My dear fellow’, says his doctor, ‘you know very well that you are not a grain of seed but a man.’ ‘Of course I know that’, replies the patient, ‘but does the chicken know it?’

In other words, when a Marxist encounters a bourgeois subject immersed in commodity fetishism, the Marxist’s reproach to him is not: ‘The commodity may seem to you to be a magical object endowed with special powers, but it really is just a reified expression of relations between people’, but rather: ‘You may think that the commodity appears to you as a simple embodiment of social relations (that, e.g., money is just a kind of voucher entitling you to a part of the social product), but this is not how things really seem to you. In your social reality, by means of your participation in social exchange, you bear witness to the uncanny fact that a commodity really appears to you as a bourgeois object endowed with special powers.’” O reaça pensa que o comuna não tem direito a sentir o que é decorrência necessária do social, por isso a piadinha (que ele leva a sério – eis o único problema) do iphone.

Above all, things like money, stock-exchange, the foreign currency administration, type-writer, are for Kafka thoroughly mystical (what they effectively are, only not for us, the others).” Milena Jesenska

K. was able to experience directly these phantasmatic beliefs that we ‘normal’ people disavow.”

Dostoievsky provided the most radical version of the idea that If God doesn’t exist, then everything is permitted in Bobok, his weirdest short story, which even today continues the perplex interpreters. Is this bizarre ‘morbid fantasy’ simply a product of the author’s own mental sickness? Or is it a cynical sacrilege, an abominable attempt to parody the truth of the divine Revelation as disclosed in the Holy Bible?”

The great thing is that we have 2 or 3 months more of life and then – bobok! I propose to spend these 2 months as agreeably as possible, and so to arrange everything on a new basis. Gentlemen! I propose to cast aside all shame.”

(All passages are from www.kiosk.com/dostoevsky/livrary/bobok.txt)” É claro que já está off-line! Dez anos é um tempo mais macarrônico, labiríntico e improvável na world wide web do que seriam mil anos numa biblioteca mofada… É assim que finalmente esqueceremos toda a literatura mundial dentro em breve…

No fim, a crítica literária zizekiana é tão bobinha e ingênua… Cada vez mais eu acho que Dostoievsky diminui de estatura, também, para mim… Relendo-o aos poucos chego à conclusão de que seu realismo era mais unidimensional do que um dia já cri…

7. THE PERVERSE SUBJECT OF POLITICS: LACAN AS A READER OF MOHAMMAD BOUYERI

A true Stalinist politician loves mankind, yet carries out horrible purges and executions – his heart is breaking while he does it, but he cannot help it, it is his Duty towards the Progress of Humanity.” “In her Eichmann in Jerusalem, Hannah Arendt provided a precise description of this sidestep that Nazi executioners accomplished in order to be able to endure the horrible acts they performed. Most of them were not simply evil, they were well aware that they were doing things that brought humiliation, suffering and death to their victims. The way out of this predicament was that ‘instead of saying: What horrible things I did to people!, the murderers would be able to say: What horrible things I had to watch in the pursuance of my duties, how heavily the task weighed upon my shoulders!’”

When, on 2 November 2004, the Dutch documentary filmmaker Theo van Gogh was murdered in Amsterdan by the Islamist extremist Mohammad Bouyeri, a letter was found stuck into a knife wound in his belly, addressed to his friend Hirshi Ali, a female Somali member of the Dutch parliament known as a fierce fighter for the rights of Muslim women. If there ever was a ‘fundamentalist’ document, this is one: (…) Since your appearance in the Dutch political arena you have been constantly busy criticizing Muslims and terrorizing Islam with your statements.

from If you are truthful, you should not fear death, a pervert passes to If you wish death, you are truthful.” Zaratustra deturpado – mas mais ou menos?! Qual a escala da deturpação?!

This brings us to Lacan’s depiction of the pervert (…)” É esse tipo de link forçado que estraga completamente a leitura!

The late Pope John Paul II propagated the Catholic ‘culture of Life’ as our only hope against today’s nihilist ‘culture of death’”

a man can only pretend to be a woman; only a woman can pretend to be a man who is pretending to be a woman, because only a woman can pretend to be what she isEsse estilo de discurso essencialista de Zizek em pleno 2006 soa muitíssimo ultrapassado – ainda presa da má consciência sartreana.

NOTES

Signifier is a technical term, coined by Saussure, which Lacan uses in a very precise way” Bela forma de dizer que Lacan usa uma palavra arbitrária e/ou erradamente.

O “a” de pequeno objeto a decorre de autre. E Lacan não o diz em nenhuma de suas talvez mais de 20 mil páginas… Então, bom (ou mau?) saber!

One of the ridiculous excesses of this joint venture of religious fundamentalism and the scientific approach is taking place today in Israel, where a religious group convinced of the literal truth of the Old Testament prophecy that the Messiah will come when a calf that is totally red is born, is expending huge amounts of time and energy to produce such a calf, through genetic engineering.”

LES OEUVRES COMPLÈTES D’HIPPOCRATE – Tome Premier (trad. clássica de Littré)

GLOSSÁRIO

astragale: tornozelo

hellébore: planta

ionisme: relativo à Jônia

PREFÁCIO – O PAPEL DO TRADUTOR

« Mon but a été de mettre les oeuvres hippocratiques complètement à la portée des médecins de notre temps, et j’ai voulu qu’elles pussent être lues et comprises comme un livre contemporain. Deux difficultés principales s’y opposaient: la première gisait dans des théories antiques, qui, depuis longtemps, ont cessé d’être familières aux esprits, et dont l’intelligence est nécessaire pour l’intelligence d’une foule de passages; la seconde était dans l’emploi d’une ancienne langue médicale où les mots ont quelquefois une acception mal déterminée, et quelquefois aussi une acception trompeuse, attendu qu’ils ont changé de signification en passant dans le langage moderne. » Littré, 1839

Meu objetivo foi colocar as obras hipocráticas completamente à disposição dos médicos de nosso tempo, e quis que elas pudessem ser lidas e compreendidas como um livro contemporâneo. Duas dificuldades principais se opunham: a primeira repousava nas teorias antigas, que, depois de tanto tempo, deixaram de ser familiares aos espíritos, e às quais é necessário empregar a inteligência a fim de iluminar uma multidão de passagens obscuras; a segunda dizia respeito ao emprego de uma língua médica ancestral em que os vocábulos estão dotados de uma acepção freqüentemente pouco determinável de acordo com os padrões vigentes, e às vezes é muito fácil incorrer em enganos, devido ao fato de palavras parecidas terem sofrido mudança de significação ao migrar para o léxico moderno.”

« On pourra demander à quoi servent des versions’en langue vulgaire, puisqu’on en a tant en latin. Mais qu’on se rappelle que la version latine est rédigée à son tour en une langue morte, qu’ainsi elle est doublement difficile à entendre, et qu’elle n’en reste pas moins une traduction…. En effet, elle est souvent plus obscure que l’original même; chaque nouveau traducteur porte, dans le latin, qu’il ne sait que comme langue morte ses idiotismes particuliers, de sorte qu’il nous faudrait presque apprendre sa langue maternelle pour comprendre suffisamment son latin. C’est une des raisons pour lesquelles Calvus, Föes et Vander Linden traduisent différemment dans beaucoup de cas où cependant leur texte n’est pas différent. C’est encore pour cela que l’on accuse certains auteurs de l’antiquité de renfermer bien du fatras; car en se laissant montrer le vieux médecin grec à travers un latin qu’on n’entend qu’à demi, on a à lutter à la fois contre l’obscurité de l’original et de la traduction. » Grimm, no Prefácio de sua tradução de Hipócrates ao Alemão

Pode-se perguntar qual a utilidade das versões de língua vulgar (modernas), uma vez que já há tantas em Latim. Mas deve-se lembrar que a versão latina foi redigida, por sua vez, numa língua morta, de forma que ela é duplamente difícil de entender, e que ela não conserva, assim, o status de tradução… Com efeito, ela é muitas vezes mais obscura que o próprio original; cada novo tradutor transcreve, no Latim, que ele não conhece mais do que como língua morta, seus idiotismos¹ particulares, de sorte que nos é necessário quase que aprender a língua maternal do tradutor a fim de compreender seu Latim. Eis uma das razões por que Calvus, Föes e Vander Linden traduziram de forma diferente vários trechos sendo que seus fragmentos de consulta não diferiam. Também é por isso que acusam-se certos autores da antiguidade de ser bem confusos; porque ao se apresentar o velho médico grego através dum Latim que se entende pela metade, tem-se, ao mesmo tempo, que enfrentar a obscuridade do original e da tradução.”

¹ Aqui, é necessário distinguir o que a própria Medicina de Littré entenderia por “idiotismo” e o que o lingüista Littré, muito provavelmente, quer dizer neste contexto:

(…) 3. [Medicina] Atraso mental congênito grave, equivalente a uma idade mental não superior a três anos, caracterizado por um quociente de inteligência inferior a 20 e linguagem muito rudimentar. = IDIOTIA

4. [Linguística] Maneirismo, expressões idiomáticas, convenções absorvidas ou simplesmente o estilo individual do escritor/tradutor. Bem distante, portanto, de significar algo pejorativo.”

in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, https://www.priberam.pt/dlpo/idiotismo [consultado em 24-05-2018].

« tel passage, que l’on juge clair et bien compris tant qu’on ne fait que le lire, devient obscur et embarrassé quand on se met à le traduire. Rendre la clarté à ces morceaux, lumineux pour les anciens, obscurs pour les modernes, est une des difficultés les plus réelles et les moins soupçonnées de toute version d’un livre antique, et mainte traduction, qui a d’ailleurs du mérite, vient échouer contre cet écueil. »

a passagem tal e tal, que se julga clara e óbvia enquanto apenas se a lê, torna-se obscura e problemática assim que se a tenta traduzir. Restituir a clareza a esses fragmentos, luminosos à época dos antigos, obscuros hoje em dia, é uma das dificuldades mais palpáveis e menos suspeitadas de qualquer versão de livro antigo, e um sem-número de traduções vem a colidir com este obstáculo.”

« J’ai essayé, dans une Introduction¹, de discuter les principales questions que soulève la critique des ouvrages d’Hippocrate; cette Introduction est devenue un livre, et il ne m’est plus resté, dans le premier volume, qu’un petit nombre de pages disponibles pour recevoir le commencement de l’édition que j’ai entrepris de donner au public. Le lecteur s’étonnera peut-être qu’un travail purement préliminaire occupe, tant d’espace; mais la nature même des choses l’a commandé.

¹ Cette introduction doit beaucoup aux observations critiques, pleines de goût et de justesse, de mon frère, Barthélémy Littré, qu’une mort prématurée et cruelle vient de m’enlever au moment où je corrigeais ces dernières feuilles. »

Tentei, numa Introdução,¹ discutir as principais questões que a crítica das obras de Hipócrates levanta; essa Introdução acabou se tornando um livro inteiro, e não me restaram, num primeiro volume, mais do que poucas páginas para inserir os primeiros escritos hipocráticos que objetivo trazer a público. O leitor talvez se maravilhe de que um trabalho puramente preliminar ocupe tamanho espaço, mas a natureza mesma das coisas o exigiu.²

¹ Essa introdução deve consideravelmente às observações críticas, plenas de gosto e de justeza, do meu irmão, Bartolomeu Littré, de quem uma morte prematura e cruel me privou exatamente no momento de corrigir as últimas folhas deste volume. – Nota do tradutor francês

² Essa edição das Obras Completas de Hipócrates terminou no décimo volume. – Nota do tradutor brasileiro, eu!”

Ayant découvert, dans la Bibliothèque Royale de Paris, une traduction latine inédite du traité des Semaines, j’ai reconnu que la plus grande partie de la 8e section des Aphorismes y avait été prise; j’ai reconnu de plus qu’un long morceau de ce traité avait été inséré dans la compilation intitulée des Jours critiques. En conséquence, j’ai pu supprimer, de mon édition, la 8e section des Aphorismes et l’opuscule des Jours critiques, et rendre au traité des Semaines tout ce qui en avait été distrait.

Un travail comparatif d’un autre genre m’a appris que le traité de la Nature des Os n’était pas autre chose, non plus, que la réunion de fragments disparates, qui même n’étaient pas tous pris à la Collection hippocratique. J’ai donc encore supprimé cette compilation, dont les diverses parties se retrouvent en leur lieu et place.”

J’ai séparé le 1er et le 3e livre des Épidémies des 5 autres, parce qu’ils ont un caractère différent, et que les critiques anciens se sont accordés pour les attribuer à Hippocrate.”

Enfin j’ai distribué les 4 livres des Maladies, autrement qu’ils ne le sont dans les éditions, parce que, malgré les numéros qu’ils portent, ils ne se suivent ni se rapportent, tous les 4, les uns aux autres. J’ai séparé aussi le premier livre des Prorrhétiques [Prescrições], attendu qu’ils n’ont rien de commun que le titre.

Néanmoins j’ai conservé les dénominations anciennes, afin de ne porter aucun désordre dans les désignations et les citations.”

L’intérêt et l’avantage que procure un livre venu de l’antiquité, sont toujours dans le rapprochement que l’esprit fait entre la science moderne et la science antique. Or, ce rapprochement ne peut naître qu’à certaines conditions, qui se trouvent ou dans le lecteur lui-même, ou dans la manière dont le livre ancien se présente à lui: dans le lecteur, quand ses études lui ont ouvert l’entrée des doctrines de l’antiquité; dans le livre même, quand ces doctrines y ont reçu une élaboration qui les mette en harmonie avec la pensée moderne, de sorte qu’on puisse y pénétrer, pour ainsi dire, de plain pied. C’est sous la direction de cette idée que j’ai exécuté mon travail sur Hippocrate; car il s’agit de faire saisir le lien entre le présent et le passé, et de rendre, par le rapport qui s’établit entre l’un et l’autre, les choses antiques aussi intelligibles que les choses modernes”

O agradável e o útil de buscar livros vindos da antiguidade estão invariavelmente na aproximação que o espírito faz entre a ciência moderna e a ciência antiga. Ora, essa aproximação não pode nascer senão em determinadas condições, que se acham ou no próprio leitor, ou na forma como o livro antigo se apresenta a ele: no leitor, quando seus estudos abriram-lhe a porta das doutrinas da antiguidade; no livro em si, quando essas doutrinas receberam uma elaboração que as colocam em harmonia com o pensamento moderno, de sorte que nelas se possa penetrar, por assim dizer, de corpo inteiro. É sob a direção dessa idéia que executei meu trabalho sobre Hipócrates; trata-se de capturar o fio condutor entre o presente e o passado, e de tornar, pela associação que passa a haver entre um e outro, as coisas antigas tão inteligíveis quanto as coisas modernas”

INTRODUÇÃO GERAL À OBRA COMPLETA DE HIPÓCRATES

« Enfin, que sait-on de positif sur la biographie d’Hippocrate lui-même, au milieu de toutes les fables dont sa vie a été le texte? »

« Lorsqu’on recherche l’histoire de la médecine et les commencements de la science, le premier corps de doctrine que l’on rencontré, est la collection d’écrits connue sous le nom d’oeuvres d’Hippocrate. La science remonte directement à cette origine et s’y arrête. Ce n’est pas qu’elle n’eût été cultivée antérieurement, et qu’elle n’eût donné lieu à des productions même nombreuses; mais tout ce qui avait été fait avant le médecin de Cos a péri. Il ne nous en reste que des fragments, épars et sans coordination; seuls, les ouvrages hippocratiques ont échappé à la destruction; et, par une circonstance assez singulière, il existe une grande lacune après eux, comme il en exisitait une avant eux: les travaux des médecins, d’Hippocrate à l’établissement de l’école d’Alexandrie, ceux de cette école même ont péri complètement, à part des citations et des passages conservés dans des écrivains postérieurs; de telle sorte que les écrits hippocratiques demeurent isolés au milieu des débris de l’antique littérature médicale. Cet isolement les agrandit encore et leur donne un lustre et un intérêt particuliers; ils en ressortent davantage aux yeux du spectateur qui contemple les ruines de l’intelligence: comparables aux édifices qui restent seuls debout au milieu des cités anéanties, et qui paraissent d’autant plus grands et plus majestueux que les rues et les places qui les entouraient ont disparu. »

« Ils ont été placés trop près de l’origine des choses, pour ne pas avoir un type qui n’a plus dû se reproduire dans le cours du temps; ils ont exercé une trop grande influence sur les destinées de la médecine pour ne pas receler des sources de savoir qui ne sont pas encore épuisées; ils ont été trop étudiés pour ne pas mériter d’être étudiés encore. Moins que jamais, il est permis à la médecine d’oublier son passé; de s’enfermer exclusivement dans le domaine de l’observation contemporaine; de sacrifier au présent les expériences qui ont été faites, les enseignements qui ont été donnés, les pensées générales qui ont été disséminées dans les oeuvres des génies éminents »

« Les sources de la médecine grecque dans l’âge qui a été immédiatement antérieur au célèbre médecin, sont au nombre de trois. La première est dans les collèges des prêtres-médecins [I] qui desservaient les temples d’Esculape, et que l’on désignait sous le nom d’Asclépiades; la seconde, dans les philosophes ou physiologistes [II] qui s’occupaient de l’étude de la nature, et qui avaient fait entrer dans le cadre de leurs recherches l’organisation des corps et l’origine des maladies; la troisième est dans les gymnases [III] où les chefs de ces établissements avaient donné une grande attention aux effets, sur la santé, des exercices et des aliments. »

I

« Le dieu de la médecine était Esculape, venu, comme tous les dieux de l’Olympe grec, des régions de l’Orient. La mythologie le faisait fils du Soleil. Cette généalogie, sans doute, n’est pas moins symbolique que la personne même du dieu, et Pausanias raconte qu’un Sidonien, qu’il rencontra dans le temple d’Esculape à Aegium, lui dit que ce dieu est la personnification de l’air nécessaire à l’entretien de la santé de tous les êtres, et qu’Apollon, qui représente de son côté le soleil, est dit, avec raison, le père d’Esculape, puisque son cours détermine les différentes saisons et communique à l’atmosphère sa salubrité. Le culte d’Esculape remonte dans la Grèce à une haute antiquité; ses fils Podalire et Machaon sont comptés, par Homère, parmi les héros qui assiégèrent la ville de Troie; et c’est à ces deux personnages qu’on attribuait l’introduction du culte d’Esculape dans la Grèce, Les mythologues prétendent que Machaon le porta dans le Péloponèse, et Podalire dans l’Asie-Mineure. Le plus ancien temple passait pour être celui de Titane près de Sicyone, et Xénophon rapport que, selon un antique usage, des médecins suivaient l’armée lacédémonienne en campagne, et se tenaient auprès du roi sur le champ de bataille. Ces médecins ne pouvaient être que des serviteurs d’un des temples d’Esculape que possédait Lacédémone. »

« Les écoles de Rhodes et de Cyrène s’éclipsèrent de bonne heure, et il ne reste aucun monument médical que l’on puisse y rapporter. Mais celles de Cos et de Cnide acquirent beaucoup d’illustration, et elles ont joué un grand rôle dans la médecine.

L’école de Cnide doit être nommée d’abord; car c’est d’elle qu’est sorti le premier livre que nous puissions attribuer avec quelque sûreté aux Asclépiades; et l’un des plus importants écrits d’Hippocrate est dirigé contre ce livre, intitulé: Sentences cnidiennes.

Le plus ancien des Asclépiades cnidiens que l’on connaisse est Euryphon, contemporain d’Hippocrate, mais plus âgé que lui. Regardé comme l’auteur des Sentences cnidiennes, il est cité par Platon le Comique; ce poète, introduisant Cinésias au sortir d’une pleurésie, le représente maigre comme un squelette; la poitrine pleine de pus, les jambes, comme un roseau, et tout le corps chargé des eschares qu’Euryphon lui avait faites en le brûlant. »

« Dès le temps d’Hippocrate il y avait eu deux éditions des Sentences cnidiennes; ce qui prouve les méditations de l’auteur et le progrès du travail. Le fond du livre avait été conservé, mais il y avait eu des retranchements, des additions et des changements. » 

« Les médecins cnidiens avaient publié, dit Galien, de secondes Sentences cnidiennes, et c’est de ce livre qu’Hippocrate dit qu’il avait un caractère plus médical. »

« À part les aïeux de ce médecin que l’on dit avoir pratiqué la médecine dans l’île, on ne rencontre mentionné que le nom d’un médecin de Cos; il s’appelait Apollonidès. Cet Apollonidès se trouvait à la cour du roi de Perse, Artaxerce Ier. Mégabyze, un des grands seigneurs de cette cour, ayant été grièvement blessé dans un combat, fut sauvé à force de soins par ce médecin.” “il lia une intrigue amoureuse avec une princesse persane, sous prétexte de la guérir; celle-ci, sur le point de mourir, révéla tout à Amistris, sa mère, et mère d’Artaxerce, laquelle, après avoir tourmenté Apollonidès pendant 2 mois, le fit enterrer vivant le jour où sa fille expira. »

Vários autores – Prénotions Coaques

« il parcourut comme médecin périodeute ou ambulant différentes parties de la Grèce, et il y exerça la médecine » « Platon [le Tragique !] parle souvent des asclépiades athéniens, et il le fait en termes qui prouvent qu’ils s’étaient acquis une réputation d’élégance et de bon goût dans la ville de Minerve. » « on en a une preuve manifeste dans le Protagoras de Platon. Socrate demande à un des interlocuteurs de ce dialogue ce qu’il se proposerait s’il allait étudier la médecine sous Hippocrate de Cos; l’autre répond que ce serait pour se faire médecin. On devenait donc médecin dans les écoles des asclépiades, sans tenir à aucune famille sacerdotale. D’ailleurs, comment aurait-il pu se faire que le nombre très considérable d’Asclépions répandus dans tous les pays de langue grecque fussent desservis par les membres d’une seule famille? »

« Isidore dit: <Esculape ayant été tué d’un coup de foudre, on rapporte que la médecine fut interdite, l’enseignement en cessa avec son auteur, et elle resta cachée pendant près de 500 ans, jusqu’au temps d’Artaxerce, roi des Perses. Alors elle fut remise en lumière par Hippocrate descendu d’Esculape, et né dans l’île de Cos.> »

« traces d’un double système, l’un qui consistait à noter tous les symptômes, et à en faire presque autant de maladies distinctes; l’autre qui recherchait ce que les symptômes avaient de commun comme indices de l’état des forces et du cours de la maladie. »

II

OS PRIMEIROS MÉDICOS-FILÓSOFOS:

Em prosa: Mélissus, Gorgias, Prodicus.

Em verso: Parménide, Empédocle, Alcméon.

« Suivant Philolaüs [Theologumena arithmetices], pythagoricien qui a composé un Traité sur la nature, il est 4 organes principaux: le cerveau, le coeur, l’ombilic et les parties génitales. À la tête appartient l’intelligence, au coeur l’âme sensible, à l’ombilic l’enracinement et la germination, aux parties génitales l’émission de la semence et la génération. Le cerveau est le principe de l’homme, le coeur celui de l’animal, le nombril celui du végétal, les parties génitales celui de toutes choses. » « Il serait facile de voir dans ce fragment de Philolaüs un germe de la grande idée des anatomistes modernes qui cherchent à démontrer l’uniformité d’un plan dans le règne animal. »

« Hérodote, qui, exilé dans la Grande Grèce, composa son histoire à Thurium, dans le voisinage de Crotone, nous apprend que, de son temps, l’école médicale de cette ville était la plus célèbre. Il place au second rang celle de Cyrène, en Afrique, de laquelle nous ne savons rien autre chose; et qui n’a rien produit ou dont il n’est rien resté. » « De l’école de Crotone était sorti le médecin Démocède, qui, pris par les Perses à Samos, guérit Darius d’une entorse dangereuse, et se concilia la faveur de ce prince, inutilement traité par les médecins égyptiens. »

« Empédocle (504 a.C.-?) découvrit le labyrinthe de l’oreille qu’il regarde comme l’organe essentiel de l’audition. [Plutarco] »

« La secte empirique, née long-temps après Hippocrate, a voulu se rattacher à Acron. Suivant Suidas, il avait composé en dialecte dorien un livre sur la nourriture salubre. »

« Diogène avait cultivé l’anatomie, et Aristote nous a conservé un long fragment de son Traité de la nature, dans lequel on trouve une description de l’origine et de la distribution des veines. » « Un point non moins important des doctrines de Diogène pour l’histoire de la médecine à cette époque, c’est l’influence qu’il attribue à l’air dans sa théorie sur les êtres animés. Suivant lui, c’est l’air qui est la cause de l’intelligence chez l’homme, en se répandant dans le sang par les veines de tout le corps (Simplicius); suivant lui encore, il est nécessaire à l’existence de tous les animaux, et les poissons même le respirent avec l’eau; idée fort juste, et qu’Aristote combat à tort. Toutes ces opinions sur l’air se retrouvent dans le livre hippocratique qui porte le titre des Airs. [início do 2º tomo] »

« Si nous possédions les livres de Démocrite, nous nous ferions une idée très exacte de ce que fut la médecine du temps et en dehors d’Hippocrate. Quelques termes médicaux qu’il employait sont venus jusqu’à nous. Le nom d’ulcère phagédénique se trouvait dans ses écrits. » « Démocrite attribuait ces grandes épidémies à une cause singulière, la destruction des corps célestes et la chute des atômes qui les composaient, et qui étaient ennemis de la nature humaine. » « Un livre sur l’Eléphantiasis, et un autre sur les maladies convulsives. Ces ouvrages lui sont attribués par Coelius Aurelianus. »

III

« Ils s’habituèrent à traiter les fractures et les luxations qui survenaient fréquemment dans les palestres. Iccus de Tarente donna une attention particulière au régime alimentaire; et cette partie, étudiée avec soin, prit un grand développement. »

« Herodicus, qui était lui-même maître de gymnastique et d’une constitution maladive, entreprit de se fortifier par l’application régulière des exercices. Il faisait faire de très longues courses à ses malades; par exemple, il les faisait aller d’Athènes à Mégare et revenir sans se reposer. C’était surtout au traitement des maladies chroniques qu’il se consacra. Il paraît que les asclépiades ne traitaient guère que les plaies et les maladies aiguës. C’est du moins ce que dit Platon; et en reprochant à Herodicus de prolonger la vie des gens valétudinaires et de leur faire ainsi une longue maladie, au lieu de les laisser à la nature qui les délivrerait promptement de leurs maux par la mort [República III], il lui adressa un blâme là où nous ne pouvons voir qu’un éloge. Cette application de la gymnastique au traitement des maladies eut une grande influence sur la médecine antique. Beaucoup de malades désertèrent les Asclépions et allèrent se faire soigner dans les gymnases; et les médecins grecs prirent l’habitude d’étudier les effets des exercices, de les admettre dans le cercle de leur thérapeutique, et de les prescrire d’une manière conforme à l’art dans une foule de cas. »

« Dans ce concours est tout le fond de la médecine telle qu’elle se développa sous Hippocrate, ses contemporains et ses disciples. » « Une illusion, causée par l’éloignement des temps, a fait souvent regarder Hippocrate comme le fondateur de la médecine; il n’en a été que le continuateur, comme on le voit par ce qui précède, mais un continuateur capable de féconder ce qui existait avant lui. » « Sans doute l’empirisme des Asclépions et la philosophie des sages venaient d’une source commune et sortaient l’un et l’autre de l’antique Orient; mais ces deux éléments ne s’étaient pas encore rencontrés de la même façon. Sans doute les doctrines primitives des plus anciens philosophes grecs tiraient leur origine des mêmes temples qui avaient donné le modèle de la médecine sacerdotale des asclépiades; mais en Egypte tout était resté séparé et immobile, en Grèce tout se mêla et devint vivant. » « L’intervalle où cette métamorphose s’opéra est important non seulement dans l’histoire de la médecine, mais aussi dans l’histoire de l’humanité tout entière; car, à vrai dire c’est là que le temps antique finit, et que le temps moderne commence; l’ère de l’antiquité se ferme quand les choses sortent des castes et des temples. »

DIFICULDADES DA GENEALOGIA

« On n’a plus su ni à quelle occasion, ni dans quel lieu, ni à quel âge il les a composés, ni quel titre il leur a donné. Tous les documents ont manqué; et quand la collection qui porte son nom, et qui est arrivée jusqu’à nous, a été examinée par les critiques de l’antiquité, ils n’ont pu s’empêcher de reconnaître qu’elle était évidemment mêlée, et que tout ne pouvait pas appartenir à Hippocrate. Les critiques modernes ont ratifié cette sentence; mais le triage, déjà difficile dans l’antiquité, l’était devenu bien davantage; car, dans l’intervalle, une multitude de monuments qui jetaient quelques lumières sur les points obscurs de la critique hippocratique avaient été détruits. Ainsi dans l’histoire du médecin de Cos il y a deux parties à considérer: l’histoire de sa vie et celle de ses écrits. » « on aimerait sans aucun doute à savoir où cet illustre médecin a pratiqué son art, à quels malades il a porté secours, quels élèves ont écouté ses leçons, quel caractère il déployait, soit comme praticien, soit comme professeur. Sur tout cela, nul détail n’a été conservé, et la biographie manque complètement. » « Pour prouver l’existence d’un homme qui a vécu dans un temps si éloigné, il faut des témoignages contemporains, ou du moins une tradition indubitable de témoignages qui remontent jusque-là par une chaîne non interrompue. A cet égard, nous avons sur Hippocrate tout ce que nous pouvons désirer, témoignages contemporains et tradition de témoignages. » « Ainsi quelques lignes de Platon constituent le témoignage capital parmi ceux qui nous restent sur la personne d’Hippocrate; cela est peu, sans doute, mais cela n’en est pas moins fort précieux dans une question que le laps du temps a couverte d’une obscurité si profonde. » « Hippocrate a été médecin célèbre, professeur renommé, à qui on allait de loin demander des leçons, écrivain plein d’autorité, à qui Platon ne dédaignait pas d’emprunter des pensées et des arguments. La collection hippocratique que l’antiquité nous a transmise comme renfermant des livres attribués, avec des garanties très diverses, à Hippocrate, tient donc réellement à un homme qui a été praticien, professeur, auteur en médecine. »

« MNESILOQUE: Jure-moi de me sauver par tous les moyens, s’il m’arrive quelque mal.

EURIPIDE: Je le jure par l’éther, habitation de Jupiter.

MN.: Quel meilleur sérment que celui de la confrérie d’Hippocrate?

EU.: Eh bien! j’en jure par tous les dieux. »

Aristophane

« Le nom d’Hippocrate a été très commun en Grèce. Il ne faut confondre avec le médecin de Cos, ni l’Hippocrate dont les enfants servirent de but aux railleries d’Aristophane, dans les Nuées, et d’Eupolis dans les Tribus; ni l’Hippocrate contre lequel l’orateur Antiphon prononça un discours (Photius); ni Hippocrate de Chios, mathématicien célèbre qui, le premier, parvint à carrer une portion de cercle (ménisque ou lunule). »

« Outre des fragments disséminés dans différents auteurs, nous avons trois biographies d’Hippocrate; l’une qui porte le nom de Soranus, et qui sans doute est un extrait de celle de Soranus d’Éphèse; l’autre se trouve dans Suidas; et la troisième dans Tzetzès. Ces écrivains, qui par eux-mêmes n’ont aucune autorité, ont puisé leurs renseignements dans des écrivains antérieurs. Ce sont Ératosthène, Phérécyde, Apollodore, Arius de Tarse, Soranus de Cos, Histomaque et Andréas de Caryste. » « Ce Phérécyde est tout à fait inconnu; on n’en trouve pas mention ailleurs que dans la biographie d’Hippocrate; Arius de Tarse l’est également, à moins que ce ne soit celui dont Galien parle em divers endroits; mais, dans ce cas, il serait très postérieur aux faits qu’il raconta. Apollodore a vécu vers le milieu du deuxième siècle avant J.-C. C’est donc encore une autorité tout à fait incompétente. Ératosthène mérite beaucoup plus d’attention; c’était un savant astronome qui fleurit à Alexandrie vers l’an 260 avant J.-C., environ 200 ans après Hippocrate. (…) il était astronome, chronologiste, et trouvait, à la grande bibliothèque d’Alexandrie, une foule de documents depuis long-temps anéantis. » « Il y a eu plusieurs médecins du nom de Soranus. II est incertain si Soranus d’Ephèse, qui vécut sous Trajan, a écrit quelque chose sur Hippocrate. Un autre Soranus d’Ephèse, plus récent que le précédent, avait écrit la biographie des médecins; et c’est de lui que Tzetzès dit avoir emprunté les détails qu’il donne sur Hippocrate. La biographie que nous possédons sous le nom de Soranus, cite un troisième Soranus, qui était de Cos, et qui avait fouillé les bibliothèques de cette île pour recueillir des renseignements sur Hippocrate; c’est la seule mention que je connaisse d’un Soranus de Cos. Enfin Suidas cite encore un autre Soranus qui était de Cilicie et sur lequel on n’a aucun détail. Le témoignage de Soranus est trop récent pour avoir en soi quelque authenticité. »

« Histomaque place la naissance d’Hippocrate dans la première année de la 80e Olympiade (460 ans avant J.-C.). Soranus de Cos, qui avait examiné les bibliothèques de cette île, précise la date davantage, et dit qu’il naquit l’année indiquée ci-dessus, sous le règne d’Abriades, le 26 du mois Agrianus, et il ajoute que les habitants de Cos font à cette époque des sacrifices à Hippocrate. Ce mois Agrianus est le seul que l’on connaisse du calendrier des habitants de Cos, et l’on ne sait à quelle saison il répond. Cette date n’est sujette à aucune contestation. On le dit fils d’Héraclide et de Phénarète, petit-fils d’un autre Hippocrate; cela est sans doute vrai; mais la généalogie qui le rattache à Podalire de la guerre de Troie, à Esculape, à Hercule, est évidemment

controuvée. »

« Esculape, père de Podalire, père de Hippolochus, père de Sostrate, père de Dardanus, père de Crisamis, père de Cléomyttadès, père de Théodore, père de Sostrate II, père de Crisamis II, père de Théodore II, père de Sostrate III, père de Nébrus, père de Gnosidicus, père d’Hippocrate I, père d’Héraclide, père d’Hippocrate II, qui est le célèbre médecin. »

Tzetzès

« Si on compte 33 ans par génération, on aura pour 17 générations 561 ans; mais il en faut retrancher 33 pour la vie d’Esculape; ce qui réduit le compte à 528 ans, lesquels ajoutés à 460, époque de la naissance d’Hippocrate, donnent pour la prise de Troie ou pour l’époque de Podalire, 988 ans avant J.-C. Cette date est plus récente que celle qu’admettaient la plupart des chronologistes grecs. La seconde liste donnerait pour la prise de Troie 1064 ans avant J.-C. Ces listes ne concordent ni l’une ni l’autre avec la généalogie des Hèraclides qui régnaient à Sparte. Suivant la tradition, Léonidas, qui mourut aux Thermopyles, fut le 21e descendant d’Hercule; et il était encore antérieur à Hippocrate de plus d’une génération. » « une liste copiée par Ératosthène a dû avoir de l’authenticité; et, le témoignage de Platon prouvant qu’Hippocrate était un asclépiade, il faut croire qu’elle a été conservée, d’une façon ou d’autre, comme appartenant à une famille illustre de Cos, qui desservait l’Asclépion de cette île, et qui, comme toutes les familles sacerdotales anciennes, se disait issue du dieu lui-même. Par sa descendance prétendue d’Hercule, Hippocrate était supposé avoir des liens avec les rois de Macédoine.

Il [Hippocrate II, “O MÉDICO”] eut pour fils Thessalus et Dracon I, pour gendre Polybe. Thessalus, médecin du roi de Macédoine Archélaus, eut pour fils Gorgias [apenas homônimo do sofista da época socrática], Hippocrate III et Dracon II. Dracon II eut pour fils Hippocrate IV qui fut médecin de Roxane, femme d’Alexandre le Grand, et qui mourut sous Cassandre, fils d’Antipater; cet Hippocrate IV eut pour fils Dracon III, qui fut aussi médecin de Roxane. Ici, ce semble, il y a de la confusion dans les dires de Suidas qui nous a conservé tous ces noms des descendants du célèbre médecin de Cos. Il faut ajouter que, suivant Galien, Dracon I eut un fils appelé Hippocrate; ce qui complique encore cette généalogie. (…) ce Thymbrée eut deux fils, tous deux appelés Hippocrate (ce qui semble bizarre), et qui font le cinquième et le sixième Hippocrate de sa liste. Praxianax est encore nommé par lui comme étant du même lignage, et comme ayant eu un fils qui est Hippocrate VII. Les listes généalogiques avant et après Hippocrate prouvent qu’il était resté des traces authentiques de sa famille. »

« Les critiques anciens ne nous ont pas fourni les moyens de découvrir si c’est sur des preuves écrites ou simplement par tradition qu’ils ont admis que les descendants d’Hippocrate avaient publié des ouvrages médicaux. Aucune trace de ces livres ne se trouve dans la littérature grecque; les titres n’en existent nulle part. Les auteurs qui leur attribuent de telles compositions, ne disent pas que ces compositions aient été citées par quelqu’un des médecins qui ont vécu ou du temps de ces descendants d’Hippocrate ou peu après eux. La plupart des écrits composés dans cette période ont, il est vrai, péri, et ceux qui ont péri contenaient peut-être des détails sur les livres des descendants d’Hippocrate; mais cela devient douteux quand on songe que les écrivains postérieurs qui ont tenu les oeuvres de Dioclès, de Praxagore, de Philotimus, de Dieuchès, tous contemporains de l’un ou de l’autre de ces hippocratiques, ne s’appuient jamais d’aucune de ces autorités, qui ici seraient décisives. »

« On dit qu’Hippocrate mourut dans la ville de Larisse, en Thessalie, à l’âge de 85 ans, de 90 ans, de 104 ans, de 109 ans. Il est probable que cette progression croissante d’un âge qui reste incertain, est due à la tradition qui, à mesure qu’elle s’est éloignée, a attribué une vie de plus en plus longue à un aussi illustre médecin. Il fut enterré entre Gyrton et Larisse dans un endroit où des écrivains postérieurs ont assuré qu’on montrait encore son tombeau; et l’esprit inventeur des Grecs se plut à dire que long-temps ce tombeau avait été le séjour d’un essaim d’abeilles dont le miel avait des vertus pour guérir les aphthes des enfants. »

« Ce qui est très douteux, c’est qu’il ait été appelé par Perdiccas II, roi de Macédoine, et qu’il ait joui auprès de ce prince, d’une grande faveur. Perdiccas mourut em 414 avant J.-C. Hippocrate avait alors 46 ans; ce n’est donc pas dans les dates qu’est la difficulté. Mais on le fait venir avec Euryphon le médecin cnidien, et cette association, comme le dit M. Hecker, dans son Histoire de la médecine, tient déjà du roman. »

« Varron et Pline sont très antérieurs à l’auteur de la vie d’Hippocrate, et, comme lui, ils ont dû emprunter ces détails au Discours qui est attribué à Thessalus, fils du médecin de Cos, et qui figure, dans la collection Hippocratique, à côté des Lettres d’Artaxerce, des Abdéritains, et de Démocrite. Cette légende, car on ne peut pas lui donner d’autre nom, fait partir Hippocrate de Thessalie, réprimant la peste sur son passage, chez les Doriens, chez les Phocéens, chez les Béotiens; de là il arrive à Athènes, où il arrête les ravages du fléau. »

« Thucydide, qui a donné une admirable description de la peste d’Athènes, ne fait aucune mention d’Hippocrate, ni de ses services; il dit même formellement que tout l’art des médecins échoua contre la violence du mal, et qu’ils en furent les premières victimes. Ce silence de Thucydide sur Hippocrate dans une maladie qui fut un événement historique, est décisif, et prouve que le médecin de Cos ne fit rien de ce qu’on lui attribue en cette circonstance. Mais le récit porte en lui-même les preuves de sa propre fausseté. Hippocrate est né en 460, la peste éclata à Athènes en 428, il n’avait donc que 32 ans. A cet âge il ne pouvait avoir encore acquis la réputation que la légende lui suppose, et surtout il ne pouvait avoir ni fils, ni gendre, à envoyer dans les différentes villes de la Grèce. De plus la légende intervertit complètement la marche de l’épidémie; elle la fait venir par l’Illyrie, la Thessalie, et la Béotie jusque dans l’Attique. Or Thucydide dit formellement qu’elle se déclara d’abord dans le Pirée, et qu’elle venait de l’Ethiopie. Il y a là contradiction évidente avec le fait; mais quand même nous n’aurions pas ces preuves pour démontrer la fausseté d’un pareil récit, le caractère même des épidémies nous empêcherait de l’admettre. Nous savons par une expérience récente que ces grands fléaux ne se laissent pas détourner par l’art humain; et les feux allumés dans Athènes ne pouvaient pas avoir plu de puissance contre l’épidémie, venue de loin, qui la désola, que la médecine contemporaine n’en a eu à Paris contre le choléra, parti des bords du Gange. Tout récit où l’on attribue à l’art médical le pouvoir d’arrêter de tels ravages, nécessairement est mensonger. »

« Strabon, le géographe, nous a conservé une tradition qui est bien plus concordante avec tous les faits connus d’ailleurs, et qui a tous les caractères de là probabilité. <On rapporte, dit-il, qu’Hippocrate s’exerça particulièrement sur le régime dans les maladies en étudiant les histoires de traitement qui étaient déposées dans le temple de Cos.> [Geografia XIV] »

ÁRDUA EXEGESE E CANONIZAÇÃO DA OBRA (HIPÓCRATES VS. PSEUDO-HIPÓCRATES)

« dès l’époque même où on les commentait dans l’école d’Alexandrie, on disputait déjà sur leur authenticité. Si les difficultés étaient déjà si grandes et les doutes si autorisés dans l’antiquité, que doit-il en être de nos jours, et pour nous qui, depuis le temps des commentateurs alexandrins et de Galien, avons fait tant de pertes en livres de tout genre? Beaucoup de travaux ont eu pour objet l’histoire littéraire des écrits hippocratiques; beaucoup, d’hommes éminents se sont livrés aux recherches que cette histoire réclame; et cependant maintes questions restent encore indécises, et des divergences très considérables entre les critiques, sur l’authenticité d’un même écrit, montrent que l’on manque d’un point stable de départ, et de documents qui soient autre chose que des conjectures. »

« Prouvons avant toute chose que la Collection hippocratique renferme des fragments qui y figurent dès les premiers temps, mais qui, incontestablement, ne sont pas d’Hippocrate. J’en ai un exemple irrécusable relatif à un passage sur l’anatomie des veines qu’on lit dans le Traité de la nature de l’homme. Ce traité a été cité par tous les commentateurs comme faisant partie de la Collection hippocratique. Le passage en question est textuellement rapporté par Aristote (Histoire des animaux, liv. iii, chap. 4); et Aristote dit que ce morceau est de Polybe. Or, en ce point, l’autorité d’Aristote prévaut sur toute autre, et manifestement sur celle d’Érotien et de Galien. Polybe, gendre d’Hippocrate, devait être exactement le contemporain de Platon, par consequent vieux quand Aristote, était jeune. » « D’où vient ce silence? et comment Aristote a-t-il seul connu cette particularité? En traitant, dans le chapitre VII, de la formation de la Collection, j’expliquerai ce point important de l’histoire des livres hippocratiques. »

« il relève une foule d’erreurs touchant l’ostéologie ou le traitement des luxations. On voit par toutes ces citations combien la médecine était pratiquée, combien d’hommes s’en occupaient, et combien les écrivains qui forment la Collection hippocratique, faisaient attention à la pratique de leurs confrères, soit pour l’approuver, soit pour la blâmer. »

« Il est plusieurs fois question des philosophes qui se livraient à l’étude de la nature; il est parlé d’écrits sur cet objet, où l’on prétendait que le cerveau était l’organe qui résonnait dans l’audition; il est parlé encore de l’opinion des anciens sur le chaud et l’éther. Il faut remarquer que cette qualification d’anciens revient plusieurs fois, ce qui prouve que la littérature médicale existait déjà depuis long-temps. Deux philosophes seulement y sont nommés; l’un est Mélissus de l’école éléatique, cité dans le Traité de la nature de l’homme, l’autre est Empédocle, dans le Livre de l’ancienne médecine. Un vers d’Homère est rapporté dans le Livre des articulations; et ce vers ne se retrouve plus dans les oeuvres de ce poète telles que nous les possédons aujourd’hui. Un seul livre est cité par son titre: c’est celui des Sentences cnidiennes. » « L’étude, sous ce point de vue, de la Collection hippocratique, nous a donné quelques aperçus sur l’état de la science et sur le public médical qui la cultivait, et surtout elle a grandement changé l’idée qu’on se fait ordinairement de la position d’Hippocrate dans la médecine grecque. En consultant les écrits hippocratiques, seuls dignes de foi en cela, et corroborés en outre par les témoignages des écrivains contemporains, on le voit placé au miueu d’un mouvement scientifique qui a commencé avant lui, auquel il prend une part active, et qui se développe avec vigueur et plénitude long-temps encore après sa mort. »

« les ouvrages dont les titres sont cités dans la Collection, et d’autres sans doute qui ne le sont pas, n’ont eu qu’une existence éphémère, et il leur est arrivé, ce qui est arrivé si souvent aux livres de l’antiquité, d’être détruits avant d’avoir été multipliés par les copies. Pour ces ouvrages hippocratiques, il ne faut pas en accuser l’incendie de la bibliothèque d’Alexandrie; ils n’existaient déjà plus au moment où cette bibliothèque fut établie »

« L’auteur du Traité des affections, faisant, de son côté, de fréquents retours sur ses propres compositions, nous apprend quels étaient les sujets qui occupaient la médecine d’alors. Il avait composé des traités spéciaux sur les collections purulentes du poumon, sur les phthisiques, sur les maladies des femmes, sur les yeux, sur la fièvre tierce et la fièvre quarte. Mais le livre qu’il cite le plus souvent, et auquel il renvoie incessamment ses lecteurs, est un livre de pharmacologie. À la plupart des maladies qu’il énumère, il ajoute qu’il faut donner le remède comme il est prescrit dans le Traité des remèdes. De pareils traités ont toujours été nécessaires à l’exercice de la médecine; et ils ne manquaient pas à cette époque. L’auteur du Traité des affections internes fait aussi quelques allusions à un livre semblable. »

« On voit combien est longue cette liste de traités disparus avant que la Collection hippocratique ne fût formée, à combien d’objets divers l’étude avait été appliquée, et combien peu il a été conservé de cette littérature, même en la restreignant à l’école de Cos, école dont il est le plus resté. Galien, en commentant le Traité des articulations, fut frappé, lui aussi, de ces pertes nombreuses: <Hippocrate a annoncé, dans ce traité, plusieurs ouvrages qui n’existent plus aujourd’hui. Ou il ne les a pas composés, ou ils ont péri ainsi qu’il est arrivé à beaucoup d’autres livres anciens. [?] Plusieurs auteurs ont écrit sur ces pertes.> »

« les asclépiades d’Asie étaient divisés en deux branches après l’extinction de la branche de Rhodes. A cette lutte honorable prenaient part aussi les médecins de l’Italie, Philistion, Empédocle, Pausanias et leurs disciples; de telle sorte que 3 écoles admirables se disputaient la prééminence dans la médecine. Celle de Cos se trouva avoir les disciples les plus nombreux et les meilleurs; celle de Cnide la suivit de près; et l’école d’Italie ne fut pas non plus sans gloire. » Galien

« Un faussaire n’aurait pu songer à cette variété de citations; il n’y aurait pas vu un moyen de donner plus de créance à ses suppositions; et s’il avait cru utile de recourir à cet artifice, il aurait bien plutôt cité des ouvrages existants, afin que ces renvois de l’un à l’autre fortifiassent l’authenticité des ouvrages qu’il attribuait à Hippocrate. Et en effet, le faussaire qui a composé la correspondance du médecin de Cos avec Artaxerce et Démocrite n’y a pas manqué. Il cite le Pronostic, le Livre du régime dans les maladies aiguës, le Prorrhétique, et il essaie par ce moyen de donner à ses fraudes un caractère de vérité »

O “CASO NIETZSCHE/SAUSSURE” DO DIÁRIO-DO-MÉDICO-FILÓSOFO (DISCÍPULOS SÃO UMA DESGRAÇA): « Admettra-t-on que la même main qui avait tracé les livres si clairs, si corrects, si élégants sur le Pronostic et sur les airs, les eaux et les lieux, se soit complue à accumuler une série incohérente de phrases sans construction régulière et achevée, accumulation que l’on s’explique si l’on n’y voit que des notes? C’est l’opinion que la plupart des critiques de l’antiquité ont professée à cet égard. Ils se sont accordés à dire, que les livres en question n’avaient jamais dû être publiés sous cette forme, mais que les disciples ou les descendants de celui qui avait ainsi jeté sans ordre ses réflexions, avaient, après sa mort, publié l’oeuvre posthume telle qu’ils l’avaient trouvée. »

« Un grand nombre de noms de malades est rapporté; leurs habitations sont souvent décrites; l’endroit où ils demeurent est spécifié; en un mot, leur adresse est véritablement donnée. De tels détails impriment aux histoires des maladies un caractère évident de bonne foi et d’authenticité; mais il n’est guère possible d’en tirer aucun fruit pour distinguer le temps de la composition des livres, et pour en reconnaître les auteurs. Une date, l’indication d’une olympiade, ou de quelqu’un des magistrats des États Grecs, nous auraient été bien plus utiles pour toutes ces questions que l’adresse de tel malade qui demeurait à la porte de Thrace à Abdère. »

« On aperçoit la contrariété des doctrines, la différence des styles; on reconnaît des emprunts de ces livres l’un sur l’autre. Ces emprunts sont en trop grand nombre pour être énumérés ici; et, au point où nous sommes arrivés en ce moment, nous n’avons pas les moyens de distinguer quel est l’emprunteur, quel est le prêteur, et dans quel cas un même auteur répète et reproduit ses propres idées. § De ce point de vue, la Collection hippocratique est un chaos; au milieu apparaissent des parties d’une conservation parfaite, tandis que d’autres ne sont que ruine et fragments. »

ALGUMAS OBSERVAÇÕES QUANTO AO SUPOSTO “ABISMO” DE CITAÇÕES DA OBRA DE HIPÓCRATES POR MAIS DE UM SÉCULO ATÉ O ESTABELECIMENTO DA ESCOLA DE ALEXANDRIA

« Ces témoignages s’étendent de Platon au commencement des écoles alexandrines, et comprennent ainsi un espace d’au moins 120 ans. Ils sont au nombre de dix. Ce sont ceux de Platon, Ctésias, Dioclès, Aristote, Hérophile, Dexippe [ou Dioxippe], Apollonius, Érasistrate, Xénophon de Cos, et Mnésithée. Les cinq premiers ont nommé Hippocrate; Dexippe et Apollonius ont été ou se sont dits ses disciples; on conclut, par des raisonnements, qu’Érasistrate, Xénophon de Cos et Mnésithée l’ont cité. »

« L’idée qu’un excès de santé est voisin de la maladie, se trouvait depuis long-temps dans le domaine commun de la pensée grecque. Eschyle, avant Platon et avant même Hippocrate, avait dit: <Le point d’une santé exubérante n’est jamais durable; et toujours la maladie est voisine.> »

« Ctésias, plus jeune qu’Hippocrate, était un asclépiade de Cnide; il accompagna l’expédition de Cyrus-le-Jeune, et resta prisonnier 17 ans en Perse; ses connaissances médicales lui acquirent la faveur d’Artaxerce. Il a écrit une histoire de la Perse et un livre sur l’Inde. »

« Quelques critiques ont prétendu que le mot muscle qui se trouve dans certains livres hippocratiques est une preuve que ces livres sont apocryphes, attendu qu’il appartient à l’école d’Alexandrie, et que les anciens désignaient les muscles sous le nom de chairs. L’argument est mauvais; car Ctésias s’est servi de ce mot en racontant la mort de Cambyse, qui, dit-il, se blessa à la cuisse dans le muscle. »

« Ctésias, quoique bien plus jeune qu’Hippocrate, a été son contemporain; il a pu le voir et le connaître; car Cnide est très voisine de Cos; il a appartenu à une école rivale; et le seul mot que nous connaissions de lui est une critique d’Hippocrate. »

« Il y a eu, dans l’intervalle de temps que j’explore en ce moment, un médecin fameux, que l’on a appelé le second Hippocrate. C’est Dioclès de Caryste. La date où il a fleuri n’est pas donnée d’une manière très précise; mais les anciens le nomment toujours immédiatement après le médecin de Cos; secundus oetate famâque, dit Pline. »

« Dioclès, combattant un aphorisme dans lequel Hippocrate dit qu’une maladie est d’autant moins grave que la saison y est plus conforme, par exemple la fièvre ardente dans l’été, nomme le médecin de Cos par son nom. »

« La remarque faite au sujet de Platon s’applique également à Aristote. Celui-ci a connu Hippocrate; on le sait par la citation de la Politique. Si, partant de cette base, on recherche les ressemblances entre les livres aristotéliques et les livres hippocratiques, on en trouve une multitude. Je n’en rapporterai qu’un exemple. Il est dit dans l’Histoire des animaux, liv. III, chap. 11, que là où la peau est seule, elle ne se réunit pas si elle vient à être coupée, par exemple à la partie mince de la mâchoire [a porção fina da mandíbula], au prépuce, à la paupière. Aristote donne pour raison que la peau est là dépourvue de chair. »

« Il faut encore compter parmi les principaux témoins d’Hippocrate, Hérophile. Ce médecin, illustre par ses découvertes anatomiques, et chef d’une secte qui porta son nom, forme l’anneau entre les temps anciens et les temps nouveaux qui s’ouvrirent pour la médecine à Alexandrie. » « Ses livres sont perdus; mais d’autres écrivains, Galien, Étienne, nous ont appris qu’il avait commenté un des traités d’Hippocrate. »

« Érasistrate n’ait nommé le médecin de Cos dans quelqu’un de ses ouvrages. Ces ouvrages sont perdus; mais malgré son inimitié pour les doctrines hippocratiques, malgré tous ses efforts pour faire prévaloir les siennes, on trouve, même dans les courts fragments qui nous en ont été conservés, des traces de la connaissance des livres hippocratiques. »

« J’ajouterai que le Traité de l’ancienne médecine reproduit avec une fidélité fort grande les opinions d’Alcméon, philosophe pythagoricien, dont l’époque est très reculée. Ainsi, toutes les citations faites dans les écrits hippocratiques sont prises à une littérature antérieure. »

A TRANSMISSÃO DO LEGADO HIPOCRÁTICO

« Les conquêtes d’Alexandre, les communications multipliées qui s’établirent entre la Grèce et l’Orient, la fondation d’Alexandrie en Egypte, la formation des grandes bibliothèques, dans cette ville et à Pergame, produisirent, dans les relations littéraires, une révolution comparable, quoique sur une moindre échelle, à la révolution causée par la découverte de l’imprimerie. » « ce qui manque surtout à ces livres, dans la période comprise entre Hippocrate et la fondation d’Alexandrie, c’est une publicité véritable et étendue. » « De là aussi les chances de destruction, si nombreuses pour des livres dont il existait si peu de copies; de là la perte de tant d’ouvrages de l’école de Cos, dont j’ai relevé les mentions dans la Collection hippocratique, et qui ont péri avant d’être multipliés et répandus; de là enfin les facilités qu’ont trouvées les vendeurs de livres, lorsque les rois d’Egypte et de Pergame payèrent au poids de l’or les manuscrits précieux, à intituler, comme ils le voulurent, un écrit bien antérieur sans doute à la vente même, mais n’ayant reçu encore aucune publicité, et a y mettre un nom qui en augmentait considérablement la valeur.” “La Collection hippocratique (car c’est uniquement d’elle qu’il est ici question) se trouva, par les travaux des commentateurs, fixée, et fermée à toute invasion de traités qui n’auraient pas reçu, à ce moment, le certificat de leur origine. Dès lors la transmission en fut régulière; les commentateurs se suivirent sans interruption. C’est cette transmission des textes et cette série de commentateurs qu’il faut étudier. »

« S’il était vrai que Dioclès de Caryste eût commenté un des écrits d’Hippocrate, ce serait le plus ancien des auteurs qui ont écrit sur ce sujet. Ackermann, dans l’excellente notice qui fait partie de la Bibliothèque grecque de Fabricius, donne Dioclès, Mantias et Philotimus comme les commentateurs du Traité de l’officine du médecin. » « les passages de Galien, sur lesquels Ackermann s’appuie, ont été mal interprétés; ce médecin dit seulement que Dioclès, Philotimus, Mantias avaient composé un livre sur le même sujet et portant à peu près le même titre. » « On peut affirmer que Dioclès n’a pas été commentateur d’Hippocrate; car ses commentaires, s’ils avaient existé, auraient été cités par quelques-uns des commentateurs postérieurs. Mais il avait écrit plusieurs livres qui avaient des conformités, soit pour le style, soit pour le sujet, avec quelques livres de la Collection hippocratique: tels sont le Traité de l’officine du médecin et celui des bandages, qui présentaient de grandes ressemblances avec le livre hippocratique Des articulations; tel est encore un Traité du

pronostic, qui avait aussi beaucoup emprunté au livre d’Hippocrate sur le même sujet. »

« Le plus ancien commentateur que l’on connaisse est donc Hérophile, qui fut disciple de Praxagore, et qui fleurit à Alexandrie vers l’an 300 avant J.-C. »

« Dès cette époque reculée, les grammairiens ont travaillé comme les médecins à expliquer les mots des livres hippocratiques. Xénocrite de Cos, compatriote d’Hippocrate, est, au dire de Callimaque l’hérophilien, d’Héraclide de Tarente et d’Apollonius de Cittium, le premier grammairien qui ait entreprisée travail d’interprétation. » « Il est fâcheux que les travaux de ces grammairiens aient complètement péri; nous y aurions probablement trouvé des ressources abondantes, sinon pour éclaircir toutes les difficultés que présentent les livres hippocratiques, du moins pour en épurer le texte. J’ai réuni dans ce paragraphe tous les grammairiens, bien que quelques-uns soient très postérieurs, afin que l’on vît d’un seul coup-d’oeil l’intérêt qu’avait jadis inspiré la Collection hippocratique. »

« Deux commentateurs seulement, dit Galien, avaient compris, dans leur travail, la totalité des oeuvres hippocratiques: c’étaient Zeuxis et Héraclide de Tarente, tous deux de la secte empirique. Nous venons de voir, en effet, que Hérophile et Bacchius n’avaient commenté que certains traités; que Xénocrite, Bacchius, Philinus et Glaucias n’avaient composé que des lexiques interprétatifs des mots difficiles » « Héraclide se livra à des travaux d’érudition sur Hippocrate, et il avait composé un commentaire en plusieurs livres, qui s’étendait à tous les écrits portant le nom du médecin de Cos. La perte de ce commentaire est très regrettable »

A FLECHA DIALÉTICA QUE NÃO CHEGA A SEU TERMO: « Zénon, de la secte hérophilienne, passait pour un médecin habile, mais pour un mauvais écrivain. Il composa un commentaire sur le 3e livre des Épidémies, il consacra aussi un livre tout entier à l’interprétation des Caractères de ce même 3e livre. Apollonius, empirique, y répondit par un livre plus gros encore. Zénon ne se tint pas pour battu, et répliqua par un nouvel ouvrage. Cette querelle continua même après la mort de Zénon; et Apollonius Biblas composa, sur le même sujet, un nouveau traité, où il assurait que, ni l’exemplaire trouvé dans la bibliothèque royale d’Alexandrie, ni celui qui venait des vaisseaux, [cf. adiante] ni l’édition donnée par Bacchius ne portaient les Caractères tels que Zénon les avait indiqués. Ainsi, l’interprétation de caractères énigmatiques et d’une origine douteuse occupa long-temps les médecins alexandrins qui se livraient à la critique littéraire. »

« le poete-médecin, Nicandre de Colophon en Ionie, prêtre du temple d’Apollon à Claros, et qui vivait dans le second siècle avant J.-C; il avait paraphrasé en vers le Pronostic d’Hippocrate, et sans doute gâté, dans ses hexamètres, la précision du langage hippocratique sans y avoir substitué aucun talent poétique. Rien ne nous est parvenu de ce poëme didactique: et nous y avons peu perdu [haha]. »

« Le temps arrivait où la médecine allait subir l’influence d’un système qui prétendait mettre à néant toutes les anciennes doctrines. L’auteur de ce système, Asclépiade, s’occupa des écrits hippocratiques, non pas seulement pour les critiquer, mais aussi pour les interpréter en érudit. Ce médecin, dit de Bithynie, de Pruse, et quelquefois de Kios, parce que Pruse avait aussi porté ce nom, vécut à Rome du temps de Crassus l’ancien et de Pompée. Il avait composé un grand nombre d’écrits, aujourd’hui tous perdus, dont deux seulement étaient relatifs à un travail d’érudition sur Hippocrate. »

« Dans cette énumération, déjà longue, nous rencontrons un second écrit destiné à éclaircir les écrits hippocratiques, et échappé à la ruine commune. C’est le Glossaire d’Érotien. Cet écrivain, dont le nom est tantôt écrit Hérotien, Erotion, Erotinon, et même

Hérodien, a vécu du temps de Néron, et il a dédié son ouvrage à l’archiatre Andromaque » « D’Érotien à Galien, il est-à-dire de l’an 50 à l’an 150 après J.-C., nous rentrons dans une période où les commentateurs d’Hippocrate ont complètement péri. »

VÍRGULA PROFUNDA É A SUA MÃE!

– É impressão minha ou você ficou louco após a forte batida de carro e esses anos todos inconsciente?

– COMA SIM, cara?!

« Aulu-Gelle nous apprend que Sabinus avait aussi commenté le Traité de l’aliment, et, à ce propos, il fait l’éloge de ce médecin. Il le cite au sujet du passage obscur: la naissance à huit mois est et n’est pas. Sabinus expliquait cela en disant: <Elle est, car le produit de l’avortement paraît comme animal; elle n’est pas, car il meurt dans la suite. C’est une naissance en apparence pour le moment; mais ce n’est pas une naissance effective.> »

« C’est une opinion exprimée, en divers endroits et sous diverses formes, dans la Collection hippocratique, que la constitution atmosphérique étant connue, on peut en déduire quelles seront les maladies régnantes. »

ar(r)i(vi)stas, empiristas, metodistas

avant la lettre

pneumáticos do carro-céu

« Son parent, Dioscoride, qu’il ne faut pas confondre avec l’auteur du Traité de matière médicale, plus ancien que lui, publia aussi une édition complète des oeuvres d’Hippocrate, qui paraît avoir eu une grande conformité avec celle d’Artémidore, et à laquelle Galien distribuée peu près le même blâme et le même éloge. » « Dioscoride, que Galien, pour le distinguer des autres Dioscoride, appelle le jeune, celui qui a vécu du temps de nos pères, avait composé un glossaire des mots hippocratiques. Mais quoique cet ouvrage fût formé de plusieurs livres, il ne contenait pas l’explication du tiers ou même du quart de ces mots. » « Il avait en outre exposé les noms des villes les plus connues, des astres les plus remarquables que, dit Galien, un enfant même n’ignore pas. Au reste, malgré toutes ses critiques, Galien, ainsi qu’on le voit par son Glossaire, a souvent consulté Dioscoride. »

« Pélops, disciple de Numésianus, avait composé un écrit intitulé: Introductions hippocratiques, qui était au moins en 2 livres, et où il avait soutenu très vivement que le cerveau est l’origine non seulement des nerfs, mais encore des veines et des artères. C’était défendre l’opinion qui se trouve exprimée dans l’appendice du Traité de la nature de l’homme. Galien regarde cette assertion de Pélops comme la plus surprenante et la plus incroyable; d’autant plus que Pélops, dans son Troisième livre de l’anatomie des veines, les fasait venir du foie. »

« Le maître de Galien disait que la vie humaine se divise en 5 parties, l’oisive, la laborieuse, la virile, la sénile, et la décrépite. L’oisive est celle delà première enfance où l’intelligence n’est pas développée; la laborieuse, celle où commencent les exercices et les travaux de la jeunesse; la virile, celle qui se distingue par la force de l’âge; la sénile, celle où l’on voit le déclin de la vigueur; la décrépite, qui est dite bonne ou mauvaise, comme la fin de toute chose. »

REDEFININDO O CONCEITO “VIVER EM FUNÇÃO DE OUTREM”: « Le dernier commentateur, avant Galien, qui me reste à nommer est un médecin d’Alexandrie nommé Julien, qui avait composé 48 [!!] livres contre les Aphorismes d’Hippocrate. Nous avons de Galien un petit écrit polémique contre le deuxième livre de Julien, lequel livre était tout entier consacré à la réfutation du second aphorisme de la première section. » [!!!]

« On peut juger, après une si longue énumération, s’il est vrai que l’étude d’Hippocrate était négligée du temps de Galien, et que ce médecin ait eu le mérite de tirer de l’oubli, où ils étaient tombés, les écrits de l’asclépiade, de Cos. »

« il ajoute, le passage en question ne peut être expliqué que médicalement, et l’interpréter ainsi, mot à mot, c’est se borner à lire les livres des anciens médecins comme ceux des historiens, Hérodote et Ctésias, et renoncer à y chercher des enseignements utiles à l’art.

Ailleurs il dit: <J’admire les commentateurs, ils prétendent seuls comprendre des passages énigmatiques que personne ne comprend; quant aux propositions qui sont claires pour tout le monde, ce sont les seules qu’ils ne comprenent pas.>

« Nous avons complètement perdu les commentaires sur le livre des Ulcères; sur le livre des Plaies de la tête; sur le livre des Maladies, et sur celui des Affections; un Traité sur l’anatomie d’Hippocrate, en six livres; un Traité pour expliquer les caractères qui se trouvent dans le troisième livre des Épidémies, promis, sinon exécuté; un Traité sur le dialecte d’Hippocrate; enfin un livre sur les véritables écrits du médecin de Cos. » « Il ne nous reste donc de ses commentaires que la partie médicale. Quoique son but ait été presque uniquement d’en faire un enseignement de la médecine, cependant il a été forcé, par la nature même de son sujet, d’entrer dans des détails philologiques à propos des différentes leçons que présentaient, de son temps, les manuscrits, et des différentes interprétations qu’avaient données ses prédécesseurs. En cela, il s’est montré généralement critique habile et sensé. <La, règle qui m’a paru préférable à suivre, a été de conserver la leçon ancienne, et de m’efforcer de l’expliquer; je n’ai essayé d’y introduire une correction plausible, que lorsqu’il m’a été impossible d’en tirer un sens. Je préfère les leçons anciennes, même lorsqu’elles paraissent obscures et d’une explication difficile, car c’est une raison de croire qu’elles sont véritables: les anciens commentateurs les admettent; et, s’ils avaient osé les changer, ils n’auraient pas manqué de leur donner un sens plus clair.> » « On ne peut trop faire usage des conseils, des corrections et des explications d’un homme qui se donnait le soin de consulter les manuscrits, qui avait à sa disposition d’antiques bibliothèques, maintenant anéanties, qui possédait de très grandes connaissances dans la philosophie et les sciences, et qui est resté un maître dans la médecine. » « néglige-t-il, dans ces écrits, les théories qui ne concordent pas avec les siennes, et il exalte outre mesure celles qui, comme la doctrine des quatre humeurs, forment la base de son propre système. »

« Galien répète à diverses reprises, qu’Hippocrate ne s’est pas occupé des maladies en historien, comme Thucydide de la peste d’Athènes. Il assure que l’auteur athénien n’a écrit que pour le vulgaire, et n’a dit que des choses sans portée scientifique. Je ne puis nullement partager l’opinion de Galien. La description de Thucydide est tellement bonne qu’elle suffit pleinement pour nous faire comprendre ce que cette ancienne maladie a été; et il est fort à regretter que des médecins tels qu’Hippocrate et Galien n’aient rien écrit sur les grandes épidémies, dont ils ont été les spectateurs. Hippocrate a été témoin de cette peste racontée par Thucydide, et il ne nous en pas laissé de description. Galien vit également la fièvre éruptive qui désola le monde sous Marc-Aurèle, et qu’il appelle lui-même la longue peste. »

« Galien est le dernier des grands médecins de l’antiquité; il s’en trouve après lui d’estimables, mais ils ne sont plus créateurs, et les meilleurs d’entr’eux luttent en vain contre la décadence de la science. » « les livres disparaissent par les incendies, par les guerres; on néglige de les recopier tous; les sources deviennent moins abondantes, les documents moins authentiques; de sorte que nous trouvons dans les commentateurs récents peu de renseignements qui ne soient pas déjà dans les commentateurs anciens »

« Ailleurs Philagrius, arrivé à l’aphorisme où il est question de la guérison de l’ophthalmie par le vin pris à l’intérieur, s’étend longuement sur les qualités que doit avoir le vin employé contre les inflammations de l’oeil, indique qu’on se servira de vin blanc doux, jeune, et ajoute que, si le malade a la tête susceptible, on coupera le vin avec de l’eau »

« J’ai vu, dit-il, une femme, qui, étant enceinte, eut des rapports avec son mari au sixième mois de sa grossesse; au neuvième mois elle accoucha d’un premier enfant, et, six mois après cet accouchement, elle em mit un autre au monde. » Hip.!

Testemunhei o caso de uma mulher que, estando grávida, teve relações sexuais com seu marido ao 6º mês da gravidez; ao 9º mês ela deu a luz a um primeiro filho, e, 6 meses depois do parto, ela deu a luz a uma outra criança.”

« La fièvre prend son origine dans le coeur, le délire est produit par la fièvre, donc l’intelligence est dans le coeur » Asclépius

« Jean d’Alexandrie commet l’erreur chronologique de placer Hippocrate après Platon »

« Étienne est certainement le plus important de tous ces commentateurs modernes d’Hippocrate. Nous possédons de lui un commentaire sur les Aphorismes, et un autre sur le Pronostic. » « M. Dietz a rendu un véritable service à l’érudition médicale en donnant une édition de cet auteur. Au reste, ce qui ajoute encore à l’incertitude sur Étienne, c’est que des commentaires qui sont identiques dans une grande étendue avec les siens portent le nom de Mélétius. Est-ce Mélétius ou Étienne qui en est l’auteur? »

« Comme nous savons qu’Hippocrate ne s’est jamais trompé, nous ajouterons, pour corriger Galien, que ce phénomène [a sangria contumaz do seio feminino significando sintoma de loucura iminente] a été observé, mais rarement, par Hippocrate. Quant à nous, nous n’en avons jamais vu d’exemple. » Théophile/Philothée

DIVERGÊNCIAS SOBRE OS TÍTULOS E CAPÍTULOS DAS OBRAS DE HIPÓCRATES

« Les noms des fils d’Hippocrate et de ses descendants, que Suidas et d’autres rapportent avec l’indication peu précise qu’ils avaient écrit sur la médecine, ont été pris sans doute dans la liste d’Ératosthène. Mais Eratosthène lui-même, ou les tenait de la tradition, ou les avait puisés dans quelque document aujourd’hui détruit. »

« un manuscrit latin (n° 7028) que j’ai déjà cité dit que parmi les descendants d’Hippocrate il y eut Thessalus, Dracon, Hippocrate le jeune, desquels les livres n’ont pas été connus (quorum libri non apparverunt). » « Je veux dire qu’on peut admettre avec sûreté que des descendants et des élèves d’Hippocrate ont certaines de leurs oeuvres cachées sous le nom de leur maître au milieu de la Collection, mais qu’on ne peut de même admettre que tel ou tel écrit appartient plus particulièrement à Dracon, à Thessalus, ou à tout autre membre de la famille. »

« Suivant Galien, le 5e livre des Epidémies est, non du célèbre Hippocrate, fils d’Héraclide, mais d’un Hippocrate plus récent, fils de Dracon; le 2e, le 4e et le 6e sont, dit-il, d’après les uns, de Thessalus, d’après les autres, du grand Hippocrate lui-même, mais seulement un recueil de notes non rédigées, que Thessalus, voulant que rien ne se perdît, réunit, toutes ensemble, et publia après la mort de son père. » « Le traité de la Nature de l’enfant a été attribué à Polybe, disciple d’Hippocrate. L’opuscule du Régime des gens en santé a été attribué à Polybe, à Euryphon, à Phaon, à Philistion, à Ariston, et à Phérécyde, tous auteurs ou plus anciens qu’Hippocrate ou ses contemporains. »

« Glaucias, et Artémidore Capiton pensaient que le traité des Humeurs, qu’Héraclide de Tarente et Zeuxis rejetaient complètement du catalogue des oeuvres hippocratiques, était d’un des Hippocrates postérieurs. »

« Galien dit en différents endroits que les notes, les livres hypomnématiques, pour me servir de l’expression ancienne, ayant été trouvés après la mort d’Hippocrate par son fils Thessalus, celui-ci les réunit, les coordonna, et les publia en y ajoutant du sien. »

« Théopompe, historien célèbre dont les livres ont malheureusement péri, a vécu du temps de Démosthène et d’Aristote; il avait 45 ans vers l’époque de la mort d’Alexandre. Il est donc peu éloigné d’Hippocrate lui-même. Or dans son douzième livre il avait, en parlant des médecins de Cos et de Cnide, expliqué comment ils étaient asclépiades, et comment les premiers descendants de Podalire étaient venus de Syrnos. » « de telle sorte que Platon, Ctésias et Théopompe forment une chaîne, sans interruption, de témoignages qui, commençant à Hippocrate lui-même, vont jusqu’à Alexandre-Ie-Grand, et certifient, pour toute cette période, l’existence des asclépiades, médecins de Cos, et la place qu’occupe Hippocrate dans cette famille. »

« s’il nous était possible d’étudier ces monuments plus anciens qu’Hippocrate lui-même, nous y trouverions très-certainement des termes de comparaison et des rapprochements, nous comprendrions ce qui a été imité par les hippocratiques, et nous arriverions à fixer avec beaucoup de précision une généalogie des observations et des théories médicales telles qu’elles se comportent dans la Collection. »

« Si vous voulez connaître les opinions des anciens médecins, dit Galien, vous n’avez qu’à lire les livres de la Collection médicale attribués à Aristote, mais qui sont reconnus pour avoir été composés par Ménon, son disciple; aussi quelques-uns leur donnent-ils le nom de Livres ménoniens. » « Le sujet même du livre de Ménon irait droit à notre but et nous fournirait les plus précieux matériaux pour une histoire de la médecine jusqu’au temps d’Aristote, c’est-à-dire, pour une de celles où les documents sont les plus rares et les plus incertains. » « Les anciens critiques ne nous ont pas appris quel usage ils ont fait de ces éléments de discussion; mais j’ai tenu à les réunir sous un seul coup-d’oeil, afin d’assurer la critique antique avant de passer à la critique moderne, qui, pouvant peut-être plus que son aînée, ne peut cependant rien que par elle. » « Quoique ce point nous manque, rappelons-nous qu’il a existé pour eux, et cette considération, digne de toute l’attention de la critique moderne, jettera une certaine lumière sur des questions obscures. »

O TRATAMENTO MODERNO DA OBRA HIPOCRÁTICA (E UM POUCO DE FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA, DE LAMBUJA)

« Les anciens ont attribué à Hippocrate une phrase homérique, la promptitude à forger les mots nouveaux, et une habileté particulière à approprier à son objet les locutions vulgaires. Mercuriali [Censura operum Hippocratis] reconnaît, dans les oeuvres de ce médecin, 3 modes d’exposition: l’un est une narration continue comme dans le livre des Eaux, des Airs et des Lieux, dans le traité du Régime des maladies aiguës; l’autre consiste en sentences séparées, comme les Aphorismes, le Pronostic, le livre de l’Aliment; le troisième enfin tient des 2 autres, comme le livre de la Nature de l’homme. La première des conditions du style d’Hippocrate, suivant Mercuriali, est la brièveté jointe à l’obscurité; mais Mercuriali se contredit immédiatement, car il dit que, si Hippocrate se montre clair et prolixe dans quelques traités comme dans celui des Eaux…, c’est parce que son sujet exigeait ce genre de composition. »

« <La bibliotèque d’Alexandrie ayant été brûlée par les soldats de Jules-César, n’a-t-il pas été facile à des hommes mal-intentionnés de substituer des livres apocryphes aux véritables, détruits par l’incendie?> Gruner [Censura librorum Hippocrateorum, 1772] a oublié dans ces lignes que des commentaires, antérieurs de 200 ans à l’incendie de la bibliothèque alexandrine, témoignent que la Collection hippocratique existait dès cette époque telle qu’Érotien et Galien connurent plus tard. »

« Le grand Scaliger a publié quelques iambes comme un fragment choisi d’un vieil auteur tragique, et qu’il tenait de Muret; mais celui-ci bientôt après avoua la plaisanterie, et déclara que ces vers étaient de lui. »

« M. Link se montre très difficile sur les livres hippocratiques, et, au contraire de ses prédécesseurs qui sont pleins d’enthousiasme pour ces écrits, et qui accueillent, avec une grande facilité, des témoignages incertains pourvu qu’ils soient favorables, il est animé d’un scepticisme inexorable devant lequel la personne d’Hippocrate est presque effacée, ou qui du moins ne lui laisse qu’un vain nom sans une oeuvre effective.” “Il distingue, dans la Collection hippocratique, 6 théories principales, d’après lesquelles il fait 6 classes d’écrits, et admet au moins 6 auteurs différents. »

« les muets sont facilement attaqués de diarrhées rebelles »

« En lisant les écrits d’Aristote et de Théophraste, on les prendrait pour des traités sur la physiologie d’Hippocrate; c’est toujours le froid, le chaud, le sec et l’humide, qui sont agents et patients » Link

« Anaxagore, plus vieux qu’Hippocrate, fait usage de la doctrine des qualités, et il parle du rare et du dense, du froid et du chaud, de l’humide et du sec. Empédocle en a usé dans ses écrits » « Que l’usage de ces théories ait été familier aux pythagoriciens et à Alcméon, c’est ce qui résulte, outre le témoignage de Plutarque, du témoignage d’Aristote. <Alcméon, dit Aristote, assure que la plupart des choses humaines se divisent en deux, c’est-à-dire en contraires, comme le noir et le blanc, le doux et l’amer, le bon et le mauvais, le petit et le grand.> »

« Les qualités, au moins en physiologie, sont une des solutions de la constitution du corps vivant. Les anciens virent, comme les modernes, que le corps est composé d’éléments médiats et immédiats. Les éléments médiats furent le feu, l’air, l’eau et la terre, comme ils sont, de notre temps, l’oxygène l’hydrogène, le carbone, et les autres substances indécomposées que la chimie a découverte. »

« Tous ont professé l’opinion que la Collection hippocratique provient de plusieurs mains différentes; j’ai fait voir dans les chapitres précédents qu’il en était ainsi; et les arguments de Lemos, de Mercuriali, de Gruner, de Grimm, d’Ackermann et de M. Link, concourent également à cette conclusion, soit qu’ils invoquent l’autorité de Galien, soit qu’ils appellent l’attention sur les diversités du style, soit qu’ils signalent les variations des anciens témoignages, soit qu’ils mettent en lumière les doctrines hétérogènes qui y figurent. Ce sont autant de points qu’ils ont établis, et qu’on ne peut plus négliger; ce sont autant de secours qu’ils ont fournis d’avance à celui qui étudiera après eux les mêmes problèmes. »

« La lecture des ouvrages où mes devanciers [antecessores] avaient adopté des points de vue divergents, m’avait fait sentir la nécessité de combiner tous les résultats de la critique, et de les accepter comme conditions du problème, de manière que les écrits qui échappaient à l’une de ces conditions, se trouvassent, par cela seul, rejetés hors du catalogue hippocratique que je travaille à dresser. » « Au lieu de chercher à décider par l’étude du style quels étaient les livres d’Hippocrate, j’ai cherché, ayant déterminé ces livres par un autre moyen, à reconnaître les caractères du style d’Hippocrate. »

SOBRE A CRONOLOGIA MÉDICA E ALGUNS USOS DE TERMOS E CONCEITOS

« Suivant Empédocle, l’inspiration et l’expiration se produisent parce qu’il y a des vaisseaux qui sont vides de sang, et qui s’étendent, d’une part, jusqu’aux ouvertures des narines, de l’autre, jusqu’aux dernières parties du corps. (…) Cette citation d’Empédocle [par Aristote] montre, à une époque bien reculée, la doctrine physiologique qui supposait que l’air était conduit par des canaux vides de sang dans toutes les parties du corps. Ces canaux ont été, dès les premiers temps, appelés artères. »

« Galien dit en différents endroits que les anciens comprenaient, sous le nom commun de veines, les veines et les artères. Les interprètes se sont trompés sur le sens de ces passages de Galien. Ils ont pensé que le médecin de Pergame avait voulu dire que les anciens, ne faisant aucune distinction entre les artères et les veines, n’avaient qu’un nom pour ces deux ordres de vaisseaux. Or, tous les passages que j’ai réunis montrent que les anciens se servaient du mot veine, à peu près comme nous nous servons du mot vaisseau, pour désigner à la fois les veines et les artères, et qu’ils se servaient indifféremment du mot artère pour désigner à la fois les artères proprement dites et les ramifications de la trachée. »

« que les anciens philosophes et médecins de la Grèce, sans presqu’aucune physiologie, conçoivent d’une certaine façon l’usage de l’air dans la respiration, c’est un point de vue qu’il faut chercher à comprendre. (…) L’idée primitive des philosophes et médecins grecs se réduit à ceci: L’air est nécessaire à la vie, et l’animal le respire sans cesse; c’est air, pour que la vie se maintienne, doit être incessamment porté dans toutes les parties du corps par les vaisseaux. Les anciens se sont trompés sur le mécanisme de ce transport: mais se sont-ils beaucoup trompés sur le fond même de la question? n’est-il pas vrai qu’avec le sang, un élément de l’air, sinon l’air tout entier, est sans cesse distribué à toutes les portions de l’organisme? et n’a-t-il pas pour objet d’alimenter la chaleur innée, comme le voulait Hippocrate? »

« La circulation n’était pas découverte; quelques esprits seulement la pressentaient » « une idée bien plus profonde et bien plus juste avait été, dès une antiquié très reculée, consignée dans quelques-uns des écrits hippocratiques, à savoir que les vaisseaux sanguins forment un cercle, et n’ont point de commencement; mais cette grande et belle idée avait été repoussée dans l’ombre, à la foi par les hypothèses diverses qui supposaient un commencement aux veines (je me sers du langage ancien), et par les travaux anatomique plus exacts qui avaient mieux montré le tracé des vaisseaux sanguins. »

« Les raisons que donne Aristote pour soutenir son opinion sont, les unes anatomiques, les autres métaphysiques. Pour lui, c’est donc une doctrine arrêtée: le sang et les veines doivent avoir et ont une source, une origine; et cette source, cette origine est dans le coeur. »

« il dit que tous les physiologistes, avant lui, placent dans la tête le commencement des vaisseaux; or, dans le passage de Diogène d’Apollonie, que lui-même rapporte, le commencement des vaisseaux est placé, moins dans la tête, que dans les grosses veines qui longent le rachis [espinha dorsal]. » « tous les livres où l’origine des vaisseaux sanguins est placée dans le coeur, appartiennent à une époque postérieure à l’enseignement d’Aristote. »

« Il n’est pas un développement, le plus avancé de la médecine contemporaine, qui ne se trouve en embryon dans la médecine antérieure. Les connaissances antique et les nôtres sont identiques au fond, en tant que composées des mêmes éléments: ce qui n’était qu’un bourgeon est devenu un robuste rameau »

« Praxagore, son maître, à qui on attribue l’invention de la sphygmologie [a técnica de medir o pulso], avait pensé que la pulsation, la palpitation, le spasme et le tremblement étaient des affections des artères, et ne différaient que par la force; doctrine erronée qu’Hérophile combattit au début de son livre sur le Pouls: ainsi il s’était occupé de la recherche du pouls, mais en y mêlant des choses hétérogènes. »

« Quelques critiques modernes ont encore prétendu que le mot muscle était d’un emploi postérieur à Hippocrate, qu’anciennement on se servait du mot chair, et que ce sont les anatomistes alexandrins qui, les premiers, ont distingué des chairs les mucles. Si cette règle de critique était admise, elle reporterait à une date bien postérieure un grand nombre d’écrits de la Collection hippocratique. En effet, le mot muscle se trouve: dans le 4e livre des Épidemies, page 333, Ed. Frob.; dans le traité de l’Art, page 3; dans le traité du Coeur, page 55; dans l’opuscule des Veines, page 61, 62; dans le traité du Régime, livre II, page 94, pour signifier la chair musculaire des animaux que l’on mange; dans le traité de l’Aliment, pages 110 et 111; dans le premier livre des Maladies, page 129, où il est parlé des têtes des muscles; dans le traité des Affections internes, page 195, où l’auteur parle des muscles des lombes; dans les traités des Fractures, des Articulations, de l’Officine du médecin, des Instruments de réduction, où le mot muscle est fréquemment répété; dans les Aphorismes, VIIe section, où il est parlé des muscles du rachis. On voit combien de traités se trouveraient placé après les travaux des écoles alexandrines; traités dont plusieurs sont nominativement cités par les plus anciens critiques, et ces citations suffisent seules pour détruire toute argumentation de ce genre, fondée sur la présence du mot muscle dans tel ou tel écrit. »

« Les anciens physiologistes, ni Hippocrate, ni ses disciples, ni Aristote même, n’ont pu se faire aucune idée complète des fonctions du cerveau, attendu qu’ils ne connaissaient pas les fonctions des nerfs. Les hippocratiques placent, il est vrai, l’intelligence dans la tête; mais ils n’en savent pas davantage. Aristote, ayant combattu l’opinion de ceux qui pensent que, chez les animaux, le siège de l’inteligente est dans le cerveau, met ce siège dans le coeur, et, comme dit Galien, ne sait à quoi sert l’encéphale. »

« les médecins eurent beaucoup de peine à comprendre pourquoi certaines paralysies portent sur le mouvement, et d’autres sur le sentiment; mais, du temps de Galien, on était allé plus loin, et il dit positivement que les nerfs qui se distribuent aux téguments de la main et qui leur donnent leur sensibilité, ont des racines particulières, et que celles des nerfs qui meuvent les muscles sont autres. »

« Les anciens hippocratiques n’ont-ils jamais ouvert de corps humains, n’en ont-ils jamais examiné quelques parties? je sais que la négative est généralement soutenue. Cependant, je ne puis me persuader qu’ils aient été à cet égard dans une ignorance complète. Voici très brièvement quelques-uns de mes motifs: Aristote est supposé n’avoir jamais vu des organes du corps humain, et lui-même dit que les organes des hommes sont surtout ignorés, et que, pour s’en faire une idée, il faut recourir aux animaux qui offrent des ressemblances. »

PROVAS DA UNIDADE QUE CONFIGURAM ALGUMAS OBRAS DA COLEÇÃO HIPOCRÁTICA

« Or, d’écrits dont le style et l’enchaînement sont excellents, on ne fait pas, dit Costei, par un travail postérieur, une série de notes décousues; mais de notes décousues, on fait très bien des livres où tout se lie, et où le style a reçu l’élaboration nécessaire. L’observation de Costei est très ingénieuse, et la règle qu’il en tire est certaine. »

« Beaucoup de blessures pareilles guérissent chez ceux qui perdent une portion des chairs et de l’os, soit à la cuisse [coxa], soit au bras; la guérison est plus difficile à l’avant-bras et à la jambe; mais des blessés supportent encore cet accident, et survivent. Dans les cas de fracture où la lividité et la gangrène s’établissent aussitôt, la séparation se fait promptement avec le corps, – et les parties qui doivent tomher, tombent bientôt, attendu que les os ont déjà succombé à l’influence de la lésion. »

DA DOENÇA SAGRADA: « Os pacientes urinam com freqüência, e existe a chance de terem também a doença da gota (urinação parcelada e dolorosa). O pico dos sintomas dura 9 dias, aproximadamente, a cada ciclo crísico. Se houver perda considerável de água via nasal ou auricular, há probabilidade de remissão dos sintomas antes de um ataque. A urina, após o desinchaço da bexiga, adquire uma coloração esbranquiçada. Por mais 20 dias, aproximadamente, resta uma cefaléia, que diminui gradualmente, até a volta à coloração normal da urina. »

« Ainsi voilà 2 phrases sans liaison l’une avec l’autre, sans liaison avec ce qui les précède, lesquelles se trouvent appartenir à 2 traités différents. Comment expliquer une telle singularité? Est-ce le commencement d’une table où l’on indiquait les ouvrages par leurs premières lignes? cela veut-il dire que le 2e livre des Maladies et le traité des Affections sont du même auteur que l’opuscule sur le Régime des gens en santé? n’y faut-il voir qu’un indice de cette opinion se confirme de plus en plus dans mon esprit, à savoir, que nous n’avons dans la Collection hippocratique, à part quelques livres bien conservés, que des débris, des extraits, des fragments des grands travaux sur la médecine? »

DA PUBLICAÇÃO DO ESPÓLIO DA COLEÇÃO HIPOCRÁTICA & DA REVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS

« Il s’agit de comprendre comment des fragments, comment de simples notes ont été insérés dans una Collection qui contient des parties si excellentes, si travaillées, si achevées, il s’ágit d’expliquer comment des noms ont été changés, et comment ce qui était l’oeuvre de Polybe, p.e., y a été introduit sous le titre d’oeuvre d’Hippocrate. Ce sont des questions que les critiques n’ont jamais abordées ex professo. » « Comment concevoir que des traités d’époques différentes eussent été réunis en un seul corps? Mais cela se conçoit, du moment que l’on suppose que ces oeuvres se sont acoumulés, pendant un long intervalle de temps, dans une famille ou une école. » « les ouvrages de Praxagore, de Dioclès et d’Euryphon, composés pendant le même laps de temps, n’ont point été appelés hippocratiques; leur publicité eût rendu impossible tout changement de ce genre »

« Les hippocratiques ont travaillé jusqu’à la première époque; puis leur famille s’est éteinte; leur héritage est passé à d’autres mains; et, peu de temps après, l’ouverture de la Bibliothèque de Ptolémée Lagus sollicitant la vente des livres, ce qui restait de leurs oeuvres a été mis au jour sous le nom du plus célèbre d’entre eux, et sans indice qui pût faire connaître les véritables auteurs de cette masse d’écrits. C’est de cette façon que l’extrait qui subsistait seul encore du livre de Polybe, gendre d’Hippocrate et appartenant par conséquent à cette famille, a été publié dans la Collection avec le nom d’Hippocrate. Le livre de Polybe avait été dans cette bibliothèque; il y avait péri, et là même il n’en demeurait plus qu’un extrait; il avait été aussi dans la bibliothèque d’Aristote; il y avait également péri; et la seule trace qu’il y ait laissée, est la citation conservée dans l’Histoire des animaux. »

« les premiers publicateurs de la Collection hippoctratique ont été, non point des faussaires qui auraient composé de toutes pièces les livres, mais des gens qui, eux-mêmes, avaient perdu la notion exacte des volumes qu’ils possédaient, et qui se défirent de tout sans plus s’en inquiéter. »

« A cette époque, les monuments littéraires étaient facilement anéantis. Des livres renfermés dans une maison particulière, et dont il n’y avait peut-être qu’une seule copie, étaient sujets à une foule de chances de destruction. Aussi ont-ils péri en grand nombre. » « cette perte des livres a été particulièrement considérable dans l’intervalle qui a précédé l’établissement des grandes bibliothèques publiques. Cela a dû être; car, dans cette période de l’antique librairie, le papyrus n’était pas aussi commun qu’il le fut après la conquête de l’Egypte par les Grecs, et le parchemin n’était pas inventé. Il était donc fort difficile de se procurer des matières propres à copier les livres, et le nombre des exemplaires ne pouvait qu’être extrêmement restreint. On cite à cette époque (tant ils sont rares!) les particuliers et les princes qui ont eu des bibliothèques. »

« je crois qu’Aristote a été la cause, non pas volontaire, mais innocente, de la destruction de beaucoup de livres; sa bibliothèque passa dans les mains de Théophraste, delà dans celles de Nélée, puis des héritiers de Nélée, gens ignorants qui enfouirent les livres, et les laissèrent long-temps exposés à l’humidité et à la moisissure. C’est dans cette transmission que des livres dont souvent Aristote possédait l’unique exemplaire, se détruisirent »

Creio que Aristóteles foi a causa, involuntária, inocente, da destruição de muitos livros; sua biblioteca foi herdada por Teofrasto, dele passou para as mãos de Neleu, depois aos herdeiros de Neleu, gente ignorante que enfurnava os livros, e os expunha longo tempo à ação da umidade e dos fungos. Foi ao longo dessas transmissões que os livros raros de Aristóteles, dos quais podia ser que houvesse um único exemplar, se destruíram”

« Galien rapporte un exemple curieux qui prouvera la fois quelle passion Ptolémée Evergète avait pour les vieux livres, quelle munificence il déployait pour s’en procurer, et combien les exemplaires des plus fameux ouvrages étaient peu multipliés: Ptolémée n’avait sans doute dans sa bibliothèque que des copies, incomplètes ou infidèles, des tragédies d’Eschyle, de Sophocle et d’Euripide; il demanda aux Athéniens l’exemplaire qu’ils possédaient des oeuvres de ces poètes, afin d’en faire prendre seulement copie, promettant de le leur rendre intact; et, pour gage, il déposa entre leurs mains 15 talents d’argent (ce qui fait 64.680 francs de notre monnaie, si l’on suppose qu’il s’agit seulement du petit talent attique, lequel vaut 4.312 fr., d’après le calcul de M. Saigey, Métrologie, p. 42). Après avoir fait copier les tragédies avec luxe, sur le plus beau papyrus, il retint l’ancien exemplaire et envoya aux Athéniens le nouveau, leur disant qu’ils n’avaient qu’à garder l’argent en compensation de ce que lui gardait la copie confiée. <Quand même, dit Galien, il aurait retenu l’ancien exemplaire sans en remettre un nouveau, les Athéniens, qui avaient reçu le dépôt d’argent à condition de se l’approprier si le roi ne leur rendait pas les livres de leurs poètes, n’auraient rien eu de mieux à faire. Aussi ils prirent la riche copie faite par l’ordre de Ptolémée, et ils gardèrent les 15 talents.> L’on voit, pas ce récit, combien les livres étaient peu répandus; la bibliothèque d’Alexandrie n’avait pas un exemplaire authentique des trois tragiques grecs; il n’y en avait de copie certaine qu’à Athènes, et, si un incendie avait dévoré le lieu où les Athéniens conservaient ces monuments du génie de leurs concitoyens, la perte eût peut-être été irréparable. Il serait arrivé aux grands tragiques d’Athènes ce que Galien nous apprend être arrivé à plusieurs poètes comique [só Aristófanes, praticamente, sobreviveu, da Atenas de seu tempo, e ainda assim com uma redução de cerca de 60% das obras…] »

Galeno nos dá um exemplo curioso que prova ao mesmo tempo com que paixão e munificência Ptolomeu Evergeto [rei egípcio] procurava obter livros antigos e quão raros eram na idade antiga os exemplares mesmo das obras capitais da nossa cultura: Ptolomeu (e portanto uma civilização inteira como a egípcia) seguramente não possuía em seu acervo mais do que cópias, muitas vezes incompletas ou imprecisas, das tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípides; ele pedia aos atenienses os originais desses poetas, com o único intuito expresso de fazer cópias, assegurando a devolução intacta posteriormente ao trabalho; como garantia pelo empréstimo do volume, ele depositava 15 talentos de dinheiro (cerca de 64.680 francos de nossa moeda [século XIX], isso supondo se tratar do pequeno talento ático, um dos mais baratos, que valia, cada unidade, 4.312 em nossa moeda, pela estimativa de Saigey em sua Metrologia, p. 42). Depois de mandar copiar as tragédias suntuosamente, com os melhores materiais disponíveis, em papiros de luxo, Ptolomeu retinha o exemplar antigo e enviava aos atenienses o recém-reproduzido, dizendo que eles nada deviam fazer além de guardar os 15 talentos e a cópia, em atenção ao grande serviço que prestaram à humanidade. <Às vezes, inclusive, diz Galeno, este colecionador real nem sequer necessitava deste expediente: ficava com o original sem remeter a cópia nova, e como a condição do penhor dos 15 talentos era que eles podiam ser retidos se o rei não lhes devolvesse o livro emprestado, nada lhes restava senão se conformar com a perda do tesouro cultural, contentando-se com a generosa compensação financeira. Se a quantia vinha acompanhada de um papiro tão refinado, ou seja, a obra restaurada, então, como no primeiro caso, e o mais freqüente deles, era um verdadeiro negócio da China¹ para os gregos.> Vê-se, unicamente por esse relato, que exemplares originais dos maiores escritores da Antiguidade eram tão valorizados pelos aristocratas, monarcas e eruditos endinheirados quanto eram escassos. A própria biblioteca de Alexandria não dispunha de um tomo original de nenhum desses 3 poetas universais; versões autênticas e confiáveis só as havia na própria Atenas. Imaginando que um incêndio atingisse também esta capital da cultura mundial, a atual capital da Grécia, a perda para a humanidade poderia ter sido irreparável. Aí teria sucedido com estes autores trágicos, hoje muito lidos e consultados, o mesmo que com os cômicos: de todos os comediógrafos da era de ouro da comédia helena, só restaram fragmentos, se excetuarmos as obras integrais de Aristófanes que nos chegaram.”

¹ É claro que Galeno não utilizou essa expressão, o que seria um anacronismo, mas não pude resistir à tentação de usá-la nesta tradução, não só porque era um negócio da China mesmo, na acepção atual (receber dinheiro para ceder um volume velho e deteriorado e receber um muito melhorado) e na acepção de “coisa estranha que parece ter sido concebida por um forasteiro de muito longe” (quando, na verdade, apesar da proximidade geográfica, os egípcios eram quase tão diferentes dos helenos quanto os helenos dos chineses ou estes dos árabes), como porque a descoberta do papel se deu justamente nesta nação.

« Rapprochons ce fait d’un autre fait plus ancien, il est vrai, mais également significatif. Les Athéniens pris dans la malheureuse expédition de Sicile et réduits en esclavage, adoucirent singulièrement leur sort en répétant des fragments de leurs grands poètes à leurs maîtres, qui, émus d’une aussi belle poésie, allégèrent les chaînes des captifs. Mais cela même montre que les vers de Sophocle et d’Euripide étaient nouveaux pour les Siciliens, que les oeuvres de ces tragiques n’étaient connues que par les représentations scéniques, et que les exemplaires n’en circulaient que peu dans la Grèce. »

Aproximemos esse fato de um outro ainda mais arcano, porém igualmente significativo. Os atenienses capturados na mal-sucedida expedição à Sicília e reduzidas à escravidão abrandaram singularmente suas penas ao declamar fragmentos de seus grandes poemas a seus mestres, que, maravilhados com uma tão grandiloqüente poesia, foram afrouxando as correntes de seus cativos. Isso mostra também que os versos de Sófocles e de Eurípides eram novidade para os sicilianos, que as obras desses trágicos não eram conhecidas senão por representações teatrais, e que os exemplares, se circulavam, não o faziam senão de quando em vez e apenas dentro do circuito das polis gregas.”

« Apollonius Biblas nous apprend par ce peu de mots que dans la bibliothèque d’Alexandrie il pouvait y avoir, pour le même ouvrage, deux sortes d’exemplaires, l’un venu directement, l’autre venu par les navires » « Ptolémée Evergète, qui fut le troisième roi grec de l’Egypte, eût eu l’idée d’intéresser à son goût les navigateurs qui abordaient à Alexandrie; et c’étaient ces premiers livres qui avaient formé le fond de la bibliothèque alexandrine, et dont les doubles avaient souvent été apportés par les navires »

« Or, les grandes bibliothèques publiques, avec leurs catalogues, avec l’érudition qu’elles favorisèrent, avec les commentaires qu’elles firent naître, furent une nouvelle ère pour la consécration des livres. Galien accuse parfois les faussaires d’Alexandrie d’avoir altéré les oeuvres hippocratiques: Galien se trompe; c’est auparavant qu’elles ont été altérées, si vraiment elles l’ont été, et c’est depuis la fondation des bibliothèques qu’elles ont été mises à l’abri des interpolations et des substitutions de noms. »

SOBRE A « RELIGIÃO DOS LEPROSOS », INDIRETAMENTE (MESSIAS NÃO SÃO SACERDOTES): « que la circonstance que des livres restent long-temps celés au public, et entre les mains d’une famille, d’une école, d’une secte, est la circonstance la plus favorable pour qu’on les interpole, pour qu’on y ajoute, pour qu’on en retranche, pour qu’on change les noms; et le fait est, pour la Collection hippocratique, qu’elle ne changea plus depuis le premier moment où elle fut formée, jusqu’à Galien. »

« en effet, dans cet intervalle, les bibliothèques brûlèrent bien des fois, les livres redevinrent rares, la culture des sciences s’affaiblit notablement, et alors il s’introduisit, sans autorité, dans la Collection hippocratique, des morceaux dont nous constaterons aujourd’hui l’illégitimité, justement parce qu’ils n’ont pas figuré dans les anciens dépôts publics, parce qu’ils n’ont pas été expliqués par les commentateurs, parce qu’ils n’ont pas été mentionnés par les auteurs qui se sont succédé dans l’intervalle. »

O PATRONO DOS BIBLIOTECÁRIOS: « Aristote, à notre connaissance, est le premier qui ait rassemblé des livres, et il apprit ainsi aux rois d’Egypte à composer une bibliothèque. » Estrabão

« Plus tard, quand on apprit avec quel empressement les rois descendants d’Attale et maîtres de Scepsis faisaient rechercher des livres pour former la Bibliothèque de Pergame, les héritiers de Nélée enfouirent les leurs dans un souterrain. L’humidité et les vers les y avaient gâtés, lorsque, long-temps après, la famille de Nélée vendit à un prix fort élevé tous les livres d’Aristote et de Théophraste à Apellicon de Téos; mais Apellicon était plus bibliomane que philosophe. Aussi, dans les copies nouvelles qu’il fit faire pour réparer tous les dommages que ces livres avaient soufferts, les restaurations ne furent pas heureuses, et son édition fut remplie de fautes. Les anciens péripatéticiens, successeurs de Théophraste, n’avaient eu à leur disposition qu’un petit nombre d’ouvrages d’Aristote, et principalement les exotériques; ils ne purent donc travailler sur les textes eux-mêmes, et furent réduits à des déclamations sur des propositions. » Estrab.

« et les circonstances de la formation de la collection aristotélique coïncidant si exactement avec les circonstances de la formation de la Collection hippocratique, ne confirment-elles pas tout ce que j’ai cherché à établir dans ce chapitre? »

« la bibliothèque d’Alexandrie, bibliothèque qui prit de si grands accroissements sous Ptolémée Philadelphe et sous Ptolémée Evergète, et qui, excitant la rivalité des rois de Pergame, fut cause de l’invention du parchemin. C’est vers l’an 320 avant J.-C. que Ptolémée fils de Lagus établit sa bibliothèque; c’est vers l’an 300 qu’Hérophile a particulièrement fleuri comme médecin et comme écrivain; et de son temps la Collection était formée et publiée. Ces deux faits établissent, avec une approximation suffisante, la date de la publication de la Collection hippocratique. »

« Les derniers hippocratiques sont du temps d’Alexandre et d’Antipater; les derniers livres de la Collection sont du temps de l’enseignement d’Aristote: et la Collection apparaît formée du temps d’Érasistrate, d’Hérophile, de Xénocrite, de Bacchius. Par conséquent on a un intervalle que l’on peut alonger ou rétrécir, et qui comprend 60, 50 ou 40 ans. »

« Ainsi s’explique la présence de fragments tronqués, de livres sans commencement ou sans fin, de notes sans liaison. Ainsi s’explique l’introduction, dans la Collection hippocratique, de plusieurs traités qui ne sont certainement pas d’Hippocrate, et qui cependant ne sont pas dus à un faussaire »

AS 11 CLASSES OU CAMADAS DE LITTRÉ: SOBRE OS LIVROS DA COLEÇÃO, INDIVIDUALMENTE

« Je partage tous les écrits de la Collection Hippocratique en onze classes.

Ire CLASSE.—Écrits qui sont véritablement d’Hippocrate.

IIe CLASSE.—Écrits de Polybe.

IIIe CLASSE.—Écrits antérieurs à Hippocrate.

IVe CLASSE.—Écrits qui, dépourvus d’une autorité suffisante pour être attribués à Hippocrate, portent le cachet de l’école à laquelle il appartenait.

Ve CLASSE.—Livres qui ne sont qu’un recueil de notes, d’extraits.

VIe CLASSE.—Livres qui, étant tous d’un même auteur, forment une série particulière dans la collection hippocratique. Cet auteur n’est pas connu.

VIIe CLASSE.—Un seul traité auquel un témoignage d’Aristote s’applique peut-être.

VIIIe CLASSE.—Traités postérieurs à Hippocrate, composés vers le temps d’Aristote et de Praxagore.

IXe CLASSE.—Série de traités, de fragments, de compilations, qui n’ont été cités par aucune critique de l’antiquité.

Xe CLASSE.—Notice des écrits que nous avons perdus, et qui faisaient partie, dans l’antiquité, de la Collection hipocatique.

XIe CL ASSE. —Pièces apocryphes »

« PREMIÈRE CLASSE.

Livres qui sont d’Hippocrate: De l’Ancienne médecine; le Pronostic; les Aphorismes; les Épidémies, 1er et 3e livres; du Régime dans les maladies aiguës; des Airs, des Eaux et des Lieux; des Articulations; des Fractures; des Instruments de réduction; des Plaies de tête; le Serment; la Loi. »

« DE L’ANCIENNE MÉDECINE

La plupart des critiques modernes, Mercuriali, Gruner, s’accordent à regarder le traité de l’Ancienne médecine comme n’appartenant pas à Hippocrate, et comme étant postérieur à ce médecin. Au contraire, Érotien, parmi les critiques de l’antiquité, attribue cet écrit à Hippocrate lui-même. Mais son témoignage est le plus ancien que nous possédions à cet égard, et l’assertion d’un écrivain qui a vécu plus de 4 siècles après le médecin de Cos ne suffirait pas, en l’absence de toute autre, pour entraîner la conviction. »

« SOCRATE.— Penses-tu qu’on puisse comprendre, jusqu’à un certain point, la nature de l’âme, sans étudier la nature de l’ensemble des choses?

PHÈDRE.—Si l’on en croit Hippocrate, le fils des Asclépiades, on ne peut comprendre même la nature du corps sans cette méthode.

SOCRATE.— C’est très bien, mon ami, qu’Hippocrate s’exprime ainsi. Mais, outre Hippocrate, il faut interroger la raison, et examiner si elle s’accorde avec lui.

PHÈDRE.— Sans doute.

SOCRATE.— Vois donc ce que Hippocrate et la raison pourraient dire sur la nature. Quel que soit l’objet dont on s’occupe, n’est-ce pas de la manière suivante qu’il faut procéder? examiner d’abord si l’objet sur lequel nous voulons nous instruire et instruire les autres est simple ou composé; ensuite, dans le cas où il serait simple, considérer quelles sont ses propriétés, quelle action il exerce sur les autres substances, ou quelle action il en reçoit; enfin, dans le cas où il serait composé, en compter les éléments, et faire, pour chacun de ces éléments, ce qui avait été fait pour l’objet simple, c’est-à-dire, l’étudier à l’état actif et à l’état passif. »

« Il ne faut donc pas chercher, dans le passage de Platon, l’indication d’un titre d’ouvrage. »

« On voit quel est l’argument de Galien: la méthode attribuée par Platon à Hippocrate ne se trouve dans aucun livre de la Collection, excepté le Traité de la Nature de l’homme; donc il est celui auquel Platon fait allusion. » « Parmi les critiques modernes, ceux qui, ne suivant pas aveuglément Galien, ont voulu comparer eux-mêmes le Phèdre et le traité de la Nature humaine, se sont convaincus que ce passage et ce traité n’ont rien de commun. Mais ils n’ont pas étendu plus loin leurs recherches, et ils ont admis que le livre d’Hippocrate auquel Platon faisait allusion, avait péri dès avant Galien. »

« Celui qui veut écrire convenablement sur le régime doit, avant tout, connaître et discerner la nature de tout l’homme, c’est-à-dire, connaître de quels éléments l’être humain a été formé d’abord, et discerner quelles parties y dominent. Car, s’il n’apprend pas la composition primordiale du corps et les parties qui y dominent, il ne pourra pas donner de directions utiles. Après avoir approfondi ces connaissances, l’écrivain étudiera les propriétés, tant naturelles que produites par la force de l’art, des aliments et des boissons…. Cela fait, le soin de la santé de l’homme n’est pas encore complet; car l’homme ne peut pas, en mangeant, se bien porter, s’il ne s’exerce en même temps. La nourriture et l’exercice ont des propriétés opposées. Ce n’est pas tout: il faut apprendre le rapport exact des exercices avec la quantité des aliments, avec la nature de l’individu, avec l’âge, avec la saison, avec les changements des vents, avec la situation des localités, avec la constitution de l’année. On observera aussi le lever et le coucher des constellations, afin de savoir se prémunir contre les mutations et les influences quelquefois excessives de la nourriture, de l’exercice, des vents et du monde entier; mutations et influences qui engendrent les maladies. »

METAMED.: « tout ce que sophistes ou médecins ont dit ou écrit sur la nature, est moins relatif à l’art de la médecine qu’à l’art du dessin. Je pense encore que c’est par la médecine seule que l’on arrivera à quelques connaissances positives sur la nature humaine; mais à condition d’embrasser la médecine même dans sa véritable généralité »

« Dans le Phèdre, Socrate, après avoir dit que Périclès devait sa supériorité comme orateur aux leçons d’Anaxagore, qui l’avait entretenu des phénomènes de la nature, ajoute que la haute éloquence ne peut guère se passer de la contemplation de ces merveilles. Il compare alors l’art de la parole à la médecine, disant que, de même que la nature du corps doit être connue du médecin, de même la nature de l’âme doit l’être de l’orateur, si l’un et l’autre veulent exercer leur art avec des lumières meilleures que celles de l’empirisme et de la routine. »

« Mettez: vois ce que disent Hippocrate et la raison, la difficulté est palpable, et le sens est troublé. Mettez: vois ce que pourraient dire Hippocrate et la raison, le sens est net, et tout se lie et s’explique. » Acho que não. Lições positivistas sobre tradução!

« Le texte d’Hippocrate est le meilleur commentaire du texte de Platon. »

« APHORISMES

(…)

De là résulte la preuve que les Aphorismes ont été publiés antérieurement à Dioclès. Cela établi, tout porte à croire qu’ils ont été écrits par Hippocrate, et qu’ils ne sont pas un extrait de ses oeuvres fait par un autre, comme quelques modernes l’ont pensé.

Les Aphorismes ont été divisés par Galien, et probablement long-temps avant lui, en 7 sections, par Rufus en 4, et par Soranus en 3. »

« Cependant, ce livre, que l’antiquité a tant estimé, n’a point échappé à des altérations, au moins dans la rédaction et la disposition, altérations qui remontent jusqu’à l’époque des premiers commentateurs, tels que Bacchius. »

« ÉPIDÉMIES I et III

(…)

Galien, rapportant les opinions diverses surles auteurs des 7 livres, dit que presque tous conviennent que le premier et le troisième sont du grand Hippocrate. »

« On voit par ces détails qu’en réunissant le premier et le troisième, si je contredis l’arrangement du publicateur primitif des oeuvres hippocratiques, je me conforme à l’opinion de toute l’antiquité, qui a toujours admis que le troisième livre est la suite du premier. »

« M. de Mercy a déjà fait remarquer que le n° 2253 de la Bibliothèque royale a, à la suite du premier livre, les premiers mots du troisième. »

« l’histoire particulière des malades y est exposée d’après la doctrine qui constitue le Pronostic. »

« Je ne sais quel malheur est arrivé à ce livre (le troisième), comme à plusieurs autres d’Hippocrate, où l’on remarque tantôt des dérangements dans leur ordre, tantôt des additions à ce qu’il avait lui-même écrit. » Galien

« DU RÉGIME DANS LES MALADIES AIGUËS

(…)

« Dans le livre du Régime, bon nombre de médecins ont soupçonné, non sans motif, que ce qui suivait le chapitre des Bains n’était pas d’Hippocrate; car la force de l’exposition et l’exactitude des préceptes sont de beaucoup inférieures au reste; cependant d’autres ont été déterminés à attribuer ce passage à Hippocrate lui-même, attendu que tantôt la pensée en est conforme à sa doctrine, de sorte qu’on pourrait croire qu’il est l’oeuvre de quelqu’un de ses disciples, et tantôt la rédaction et la pensée y sont tellement irréprochables qu’elles semblent venir d’Hippocrate, qui se préparait à composer un livre où, comme il l’a promis dans le courant de cet ouvrage même, il parlerait du traitement de chaque maladie en particulier. Mais évidemment ce morceau contient des phrases qui ne sont pas dignes d’Hippocrate, et il faut croire qu’elles ont été ajoutées à la fin, comme cela est arrivé pour les Aphorismes (…) Si ce morceau n’est pas d’Hippocrate, il est cependant fort ancien; car, dès le temps d’Érasistrate, il était réuni à la partie légitime. (…) Les sectateurs d’Érasistrate accusent Hippocrate de faire mourir ses malades d’inanition; car ce qu’Érasistrate dit dans son premier livre des Fièvres contre Apollonius et Dexippe, disciples du médecin de Cos, fait remonter juste qu’à Hippocrate lui-même le reproche d’une sévérité excessive dans la diète. (Galien) »

« L’auteur de ce traité ne combat-il pas pas les médecins cnidiens qui donnent un nom de maladie à chaque symptôme? L’auteur du Pronostic ne déclare-t-il pas formellement s’abstenir d’énumérer des noms de maladie, disant que les signes, généraux de pronostic suffisent à son but? N’est-ce pas une polémique cachée contre les Cnidiens? »

« DES AIRS, DES EAUX ET DES LIEUX

(…)

L’auteur du traité des Airs, des Eaux et des Lieux a recueilli ses observations dans la Scythie, la Lybie, et dans la Grèce, tant asiatique qu’européenne.»

« On trouve dans Aristote un véritable résumé de ce traité: <Les peuples qui habitent les climats froids, les peuples d’Europe, sont en général pleins de courage; mais ils sont certainement inférieurs en intelligence et en industrie; et, s’ils conservent leur indépendance, ils sont politiquement indisciplinables, et n’ont jamais pu conquérir leurs voisins. En Asie, au contraire, les peuples ont plus d’intelligence, d’aptitude pour les arts, mais ils manquent de coeur. Et ils restent sous le joug d’un esclavage perpétuel. La race grecque, qui, topographiquement, est intermédiaire, réunit toutes les qualités des deux autres. Elle possède à la fois l’intelligence et le courage> » 

« DES ARTICULATIONS

(…)

On a assuré que la connaissance des artères, et des veines impliquait une date postérieure à Hippocrate; j’ai rappelé que les artères avaient été nommées par Euryphon, plus vieux que lui; on a prétendu que le mot muscle était des écoles anatomiques d’Alexandrie (…) Gruner, dans sa Censure des livres hippocratiques, op. cit., p. 181, et Sprengel, dans son Apologie d’Hippocrate, ont cru trouver une contradiction entre un passage du traité des Airs, des Eaux et des Lieux où l’auteur parle des femmes guerrières des Sauromates, et un passage du traité des articulations où l’auteur traite de fable le récit des Amazones. Le fait est qu’entre ces deux passages il n’y a aucune contradiction, car il n’y a aucun rapport. Le livre des Airs, des Eaux et des Lieux parle des femmes sauromates qui vont à la guerre et qui s’atrophient une des mamelles, afin d’avoir les mouvements plus libres; ce que l’auteur rapporte comme une observation véritable; et le livre des Articulations parle des Amazones, qui désarticulent les membres inférieurs des hommes, dans leur enfance, afin de prévenir toute révolte de leur part; ce que l’auteur rapporte comme un récit fabuleux. »

« De plus, en admettant avec les critiques modernes nommés plus haut, que le traité des Articulations contient des notions anatomiques plus avancées qu’on ne peut le supposer pour le temps d’Hippocrate, à quelle époque placer la composition d’un tel livre? Ces notions anatomiques si avancées, on les attribue à l’école d’Alexandrie; et cependant 2 disciples d’un chef de cette école, Philinus et Bacchius, n’hésitent pas à regarder le traité des Articulations comme l’oeuvre d’Hippocrate. Si ce livre renferme des notions qui ne peuvent appartenir qu’aux anatomistes alexandrins, Philinus et Bacchius se sont laissé tromper par un ouvrage qui a été fabriqué, pour ainsi dire, sous leurs yeux. On ne peut donc, en aucun cas, le regarder comme post-alexandrin. »

« DES FRACTURES

Quoique je regarde le traité des Articulations comme la suite de celui des Fractures, j’ai d’abord parlé de celui-là, parce que Galien nous a conservé des témoignages qui manquent sur celui-ci. »

« Aussi ai-je rappelé que quelques-uns pensaient qu’Hippocrate n’avait pas divisé lui-même l’oeuvre entière en 2 oeuvres, qu’il avait composé un seul livre intitulé de L’Officine du médecin, et que, plus tard, ce livre unique avait été, à cause de sa longueur, partagé en 2 par quelque autre. Hippocrate n’a omis aucune espèce de luxations ni de fractures, exceptées les fractures du crâne, attendu qu’il se réservait d’en traiter à part; pour s’en convaincre, il ne faut que se rappeler les objets qu’il a exposés dans les traités des Articulations et des Fractures: dans ce dernier, il parle des fractures de l’avant-bras, du bras, de la jambe et de la cuisse, puis de celles du pied et de la main, ensuite de celles qui sont accompagnées de plaies et de dénudation des os, enfin des fractures des articulations du genou et du coude. Il ne restait plus à parler que des articulations de l’épaule, de la hanche et du rachis, et, en fait de fractures, de celles des côtes, de la mâchoire, du nez et des oreilles; il en traite dans le livre des Articulations. En outre, ayant exposé la diastase des os et les contusions des articles dans l’un et l’autre livre, il complète, dans celui des Articulations, ce qu’il n’a pas achevé dans celui des Fractures, de sorte qu’il n’a met aucune espèce de luxation, ni de fracture; ni de diastase des os. Il y est parlé aussi de la contusion des muscles, des veines et des ligaments. Tout cela prouve que le livre des Articulations est la suite du livré des Fractures. Enfin, ayant conseillé, dans ce dernier, aux médecins qui doivent pratiquer dans une grande ville, d’avoir une machine de réduction, il en donne la description détaillée dans le livre des Articulations; c’est ce que depuis on a appelé le banc d’Hippocrate. » Galien

« DES INSTRUMENTS DE RÉDUCTION

(…)

j’ai montré que le livre des Instruments de réduction était un abrégé de celui des Articulations; en conséquence, je n’ai pas voulu séparer l’abrégé de l’original, quel que soit celui des hippocratiques qui ait fait cette analyse. »

« SERMENT

(…)

La gravité du langage, le sentiment positif de la responsabilité médicale qui y est consigné, tout empêche d’y voir l’oeuvre postérieure d’un faussaire. »

« à l’exemple de la médecine égyptienne, il y avait en Grèce des médecins pour les yeux, pour les dente; etc., et pour la lithotomie [extração de cálculos renais]. »

« Si le calcul paraît trop gros pour pouvoir être retiré sans la rupture du col de la vessie, il faut diviser ce calcul, opération dont Ammonius a été l’inventeur, surnommé à cause de cela lithotomiste. » Celse

« Il est probable que le mot de lithotomie, expression si vicieuse pour désigner la taille, mais si juste de la manière que Celse l’emploie, provient, dans l’usage médical, de quelque confusion née du passage même de l’auteur latin. »

« Platon nous apprend, comme il est dit dans le Serment, que les médecins instruisaient leurs enfants dans la médecine. »

« LA LOI

Ce petit morceau, qui est rédigé avec beaucoup de soin, est mis par Érotien dans la liste des écrits qui appartiennent à Hippocrate. La plupart des critiques modernes, au contraire, le regardent comme apocryphe; sur quels motifs? C’est ce qu’il ne serait pas très facile de dire. »

« À quel temps reporter la composition de cet écrit, si ce n’est au temps des Asclépiades, corporation de prêtres qui initiaient véritablement les adeptes en leur distribuant l’enseignement? »

* * *

« malgré un si long intervalle de temps, malgré les nuages qui toujours s’amoncellent sur le passé, on discerne visiblement la grande figure d’Hippocrate, on aperçoit la trace de ses travaux, on peut poser le doigt sur ce qui a été son oeuvre. »

« DEUXIÈME CLASSE.

(…)

DE LA NATURE DE L’HOMME

Aristote (Histoire des animaux, liv. III, ch. 3) cite un long morceau sur les veines qu’il attribue à Polybe en termes exprès »

« Douze lignes plus loin, exposant comment il faut combattre les maladies épidémiques, il ajoute que le traitement doit être le contraire de la cause »

« Ce livre, réduit à quelques fragments et conservé seulement sous cette forme, a été publié plus tard sous le nom d’Hippocrate. »

« DU RÉGIME DES GENS EN SANTÉ

(…)

TROISIÈME CLASSE.

(…)

PRÉNOTIONS DE COS — PRÉDICTIONS, LIVRE 1er

(…)

En plusieurs endroits on trouve des points d’interrogation, questions que l’auteur a laissées sans solutions. » « I’on pourrait presque considérer les Prénotions de Cos comme une édition, considérablement augmentée et changée, du 1er livre des Prédictions. »

« QUATRIÈME CLASSE.

(…)

DES ULCÈRES

(…)

DES FISTULES – DES HÉMORRHOÏDES

(…)

Comme le traité des Ulcères, ces 2 opuscules ne contiennent rien qui démente ou fortifie l’assertion d’Érotien et de Galien, et le doute est ce qui convient le mieux ici où les éléments de discussion manquent complètement. »

« DE LA MALADIE SACRÉE

(…)

Il y est dit que le traité de la Maladie sacrée n’est pas du véritable Hippocrate, mais que, suivant Galien, c’est l’ouvrage d’un homme de mérite. Cette opinion ne se trouve dans aucun des écrits de Galien, et la citation est fausse, à moins qu’elle n’ait été empruntée à quelqu’un de ses ouvrages perdus. Les critiques modernes prétendent que le style du traité de la Maladie sacrée ne répond ni à la brièveté, ni à la simplicité du style d’Hippocrate, et que ce livre porte tous les caractères du temps où l’école dogmatique était déjà complètement formée; ils y signalent aussi l’abondance des raisonnements et une observation anatomique trop avancée, selon eux, pour l’époque hippocratique. La plupart se sont donc accordés pour le regarder comme postérieur; cependant quelques-uns (Caesalpin et Ponce de Sancta-Cruce) l’ont attribué à Démocrite. D’autres l’ont donné à Philotimus; il y a trop de distance entre ce dernier et Démocrite pour que la critique qui reste incertaine entre ces 2 auteurs ne soit pas vicieuse en soi. M. Dietz, qui a publié une édition de ce traité, remarque, avec toute raison, que le style, la doctrine, et une conformité évidente avec des livres reconnus comme l’oeuvre d’Hippocrate ne permettaient pas de douter que le traité de la Maladie sacrée ne fût sorti de l’école de Cos. II incline à penser que ce livre est du même auteur que le livre sur la Nature humaine. »

« DES AIRS ou plutôt DU PNEUMA

(…)

Il paraît appartenir à une école dogmatique plus développée qu’au temps même d’Hippocrate; mais les analogies qu’il présente avec la plupart des autres livres de la Collection ne permettent pas qu’on l’attribue à quelque médecin de la secte bien plus récente des pneumatiques. C’est une production de l’école de Cos, étrangère, si on veut, à Hippocrate lui-même, mais appartenant à quelqu’un de ceux qui avaient reçu leur instruction dans cette école, d’où il était sorti. »

« DES LIEUX DANS L’HOMME

(…)

DE L’ART

(…)

Ce traité présente quelques singularités de rédaction; le préambule où l’auteur remarque qu’il y a un égal mérite à faire des découvertes ou à perfectionner des découvertes déjà faites, a une ressemblance frappante avec le préambule du 1er livre du Régime; plus loin, il recommande aux médecins de ne pas donner leurs soins aux malades incurables, et cette recommandation se lit aussi dans le Pronostic; vers la fin il se trouve, sur le souffle vital, des idées fort analogues à celles qu’on lit dans le traité du Pneuma. Enfin, une phrase remarquable présente une singulière analogie avec une phrase de Platon. Ces considérations réunies ne permettent pas de rejeter l’opuscule sur l’Art hors de l’ancienne école de Cos. »

« DU RÉGIME, EN TROIS LIVRES

(…)

Galien est certain que le traité du Régime présente des traces d’une haute antiquité; ses conformités avec les théories d’Heraclite, dont le style et quelquefois les mots s’y trouvent reproduits, ses rapports avec les préceptes d’Hérodicus de Selymbrie, le font remonter à une époque peut-être aussi ancienne que celle d’Hippocrate. La seule chose qui m’empêche d’admettre ce livre pour authentique, c’est que les anciens critiques l’ont rejeté. »

« Il y avait des éditions différentes de ce traité dans l’antiquité. Quand les 3 livres étaient réunis ensemble, ils étaient intitulés de la Nature de l’homme et du Régime; quand le 2nd était seul, on lui donnait le titre de Livre sur le Régime. Une autre particularité de ce second livre, c’est qu’il y en avait 2 éditions notablement différentes. L’une contenait un long morceau de plus que l’autre. »

« DES SONGES

(…)

DES AFFECTIONS

(…)

DES AFFECTIONS INTERNES

(…)

DES MALADIES, 1, 2, 3

(…)

Érotien n’en cite que 2; Coelius Aurélianus n’en admet aussi que 2. Galien en nomme, non-seulement 4, mais 5; et les 4 qu’il nomme ne répondent pas à ceux qui sont arrivés jusqu’à nous »

« D’abord quels sont les 2 livres des Maladies qu’Érotien a insérés dans son catalogue des livres hippocratiques? Ce sont ceux qui, dans nos éditions, sont appelés le 2e et le 3e. Cela résulte de différentes preuves. Coelius Aurélianus cite 2 fois le 2e livre: or ses 2 citations se trouvent dans notre 3e »

« 1º. Le 1er livre des Maladies le grand est notre 2e livre parmi les mots expliqués dans le Glossaire de Galien (…) Galien, qui hésite quelquefois au milieu des désignations diverses de livres portant à peu près le même titre, a donné fortuitement au traité des Affections l’appellation qu’il appliquait ordinairement à un autre. Il n’en reste pas moins établi que celui qu’il appelle le 1er livre des Maladies le grand est le premier d’Érotien et le 2nd de nos éditions.

2º. Le deuxième livre des Maladies le grand est le traité des Affections internes. Tous les mots du Glossaire de Galien qui sont empruntés à l’un se retrouvent dans l’autre.

3º. Le premier des Maladies le petit est sans doute un livre perdu, du moins on ne découvre dans aucun des ouvrages hippocratiques les 3 mots que Galien explique dans son Glossaire.

4º. Le deuxième livre des Maladies le petit est celui qui porte dans nos éditions le titre de troisième; c’est le 2nd d’Érotien et de Coelius Aurélianus. Galien n’en cite qu’un mot. Ce mot s’y retrouve avec sa signification; et il est interprété aussi dans le lexique d’Érotien.

5°. Galien cite encore sous le titre simple de Livre des Maladies, ou de 1er livre des Maladies, un ouvrage qui est notre premier livre. »

DE LA NAISSANCE À SEPT MOIS — DE LA NAISSANCE À HUIT MOIS

(…)

CINQUIÈME CLASSE.

(…)

L’état informe de tous ces écrits est la preuve manifeste que la main des faussaires n’est pour rien dans la composition de la Collection hippocratique; car quel homme occupé à fabriquer ces livres pour les bibliothèque de l’Égypte, aurait songé à jeter pêle-mêle des notes décousues? qui aurait vu, dans cet artifice, un moyen de recommander le livre qu’il voulait vendre? Ces notes proviennent incontestablement de l’héritage de quelque médecin et de quelque école.

ÉPIDÉMIES, 2, 4, 5, 6, 7

Tous les anciens critiques ont connu ces 5 livres des Épidémies; mais ils ont été loin de s’accorder sur l’auteur auquel il faut les attribuer. »

« l’opinion de Galien est que Thessalus a trouvé ces fragments après la mort de son père pour le 2e et le 6e »

« Les répétitions fréquentes que l’on trouve de l’un à l’autre de ces livres, les emprunts faits à d’autres ouvrages hippocratiques, confirment encore cette manière de voir, et, s’il reste la plus grande incertitude sur l’auteur ou les auteurs de cette composition, la chose en soi importe peu. »

DE L’OFFICINE DU MÉDECIN

(…)

DES HUMEURS

(…)

« Dioclès avait défini le mot crise, disant que la crise n’était pas autre chose que la solution » « Dioclès, si souvent nommé par Galien, ne l’est jamais comme commentateur d’Hippocrate »

« DE L’USAGE DES LIQUIDES ou DES EAUX

(…)

Eau potable. Eau salée, la mer. L’eau potable est la meilleure pour tous les usages d’une officine de médecin. »

« le livre de l’Usage des liquides a figuré dans la Collection hippocratique dès le temps des premiers commentateurs, et il nous reste comme une de ces anciennes compilations qui ont précédé même l’établissement des écoles alexandrines. »

* * *

« Les écrits que j’ai réunis ici à cause de la similitude de leur composition, et dont j’ai fait une classe à part, ne sont, il est vrai, que des notes, des extraits et des abrégés; mais ils sont particulièrement intéressants, parce qu’ils nous ont conservé des traces des anciens travaux de l’école de Cos et d’Hippocrate. En effet, en les comparant avec d’autres écrits de la Collection hippocratique, il a été facile de s’assurer qu’ils contenaient beaucoup de passages textuellement copiés sur d’autres livres que cette Collection renferme; et cela même a été de quelque utilité, car on a pu entrevoir comment une portion de cette Collection s’est formée. Mais ces opuscules de la Cinquième classe ne contiennent pas seulement des passages copiés sur d’autres livres; ils contiennent aussi de longs morceaux qui ne se trouvent pas ailleur »

« SIXIÈME CLASSE.

Je place ici une série de traités qui sont du même auteur, et cet auteur est antérieur à Aristote: de la Génération; de la Nature de l’enfant; des Maladies (4e); des Maladies des femmes; des Maladies des jeunes filles; des Femmes stériles. »

« Ce traité de la Génération n’est pas fini, puisqu’il s’arrête à ces mots: ‘Je reviens au sujet qu’une digression m’avait fait quitter’ Et ce sujet est repris dans le traité de la Nature de l’enfant. L’auteur de ces 2 traités y annonce qu’il expliquera dans son livre sur les Maladies des femmes comment la suppression des règles dérange la santé des personnes du sexe. Cela serait une indication déjà suffisante. Mais, en lisant les Maladies des femmes, on y trouve 3 renvois au traité de la Nature de lenfant, 2 sur la sécrétion du lait, et un sur l’écoulement des règles. Ces 3 passages sont dans le traité auquel l’auteur se réfère, de sorte qu’il ne peut rester aucun doute sur l’origine de ces compositions médicales. On y apprend en même temps que l’auteur avait donné au traité sur la Nature de l’enfant un autre titre. Car ce livre est cité, par l’auteur lui-même, de la façon suivante: Sur la Nature ou sur la formation de l’enfant dans la naissance. C’est le titre que les Arabes lui donnaient, ce qui montre de l’exactitude.” “Quant au traité sur les Femmes stériles, c’est évidemment un appendice au traité des Maladies des femmes. »

« Leur antiquité n’est pas douteuse; ce qui est incertain, c’est leur origine. Galien croit que Polybe en est l’auteur. Cette opinion, à cause des variations des anciens critiques sur ce sujet, n’est pas mieux assurée que celle qui les attribue à Hippocrate.

Dans tous les cas, rien n’empêche de placer la composition de ces écrits avant Aristote. Aristote, contrairement aux naturalistes qui l’avaient précédé, a posé comme principe d’anatomie et de physiologie, que les veines ont leur origine au coeur. Il est dit dans le traité de la Nature de l’enfant, que toutes les veines se terminent dans les doigts des pieds et des mains, et que les plus grosses veines du corps sont dans la tête (…) Quoique dans ces diverses propositions une doctrine ne soit pas véritablement formulée, cependant on y voit que l’auteur admet, comme Polybe et comme Syennésis de Chypre, que les plus grosses veines sont dans la tête, et que de là elles vont en diminuant jusqu’aux doigts des pieds et des mains; qu’il admet, comme Platon, que le coeur est la source du sang; qu’il admet enfin que les veines jugulaires partent du coeur pour se rendre à la tête. »

« Érasistrate, en combattant l’opinion de Platon, qui soutenait qu’une partie des boissons passe dans les poumons, avait demandé comment, si cela était vrai, il se faisait que la farine avalée avec le cycéon (sorte de breuvage en usage dans la cuisine grecque), traversait le poumon et ne l’obstruait pas. » « Il y a, entre le passage de l’auteur hippocratique et celui d’Érasistrate, une ressemblance évidente, qui ne me paraît pas pouvoir tenir à une coïncidence fortuite; et, comme les livres que je considère en ce moment, ont été attribués par l’antiquité à Hippocrate ou à Polybe, et, par conséquent, placés d’un commun accord bien avant Érasistrate, il faut admettre que le médecin alexandrin a eu sous les yeux les livres de l’auteur hippocratique. »

« SEPTIÈME CLASSE.

(…)

DE LA SUPERFÉTATION

(…)

Aristote réfute l’opinion de ceux qui prétendent que le foetus mâle est toujours placé à droite dans la matrice et le foetus femelle à gauche; opinion qui, au reste, est plusieurs fois répétée dans la Collection hippocratique (…) ‘C’est par une même analogie que quelques-uns prétendent que la ligature du testicule droit ou du testicule gauche détermine la procréation d’enfant mâle ou d’enfant femelle, c’est du moins ce que Léophanès a dit.’ »

« C’est par Aristote que nous savons qu’un livre, attribué à Hippocrate par les écrivains postérieurs, appartient à Polybe. Pourquoi une même erreur n’aurait-elle pas été commise? et pourquoi ce qui, au témoignage du même Aristote, est de Léophanès, n’aurait pas aussi reçu ce nom d’Hippocrate, père commun de tant d’oeuvres médicales? »

« HUITIÈME CLASSE.

Je range à part tous les traités qui contiennent, soit l’indication formelle que les vaisseaux sanguins ont leur origine dans le coeur, soit la connaissance de la sphygmologie. La composition n’en peut pas être placée avant Aristote et Praxagore. Ce sont les traités du Coeur, celui sur l’Aliment, celui sur les Principes ou Les Chairs, celui sur les Semaines, le 2e livre des Prédictions, un fragment du traité de la Nature des os.

TRAITÉ DU COEUR

(…)

DE L’ALIMENT

(…)

Le coeur y est indiqué comme la racine des artères; le foie, comme celle des veines. Cette anatomie ne permet pas de placer la composition de ce livre avant Aristote”

« DES CHAIRS

(…)

Dans quelques éditions, on en met à part la fin sous le titre de traité sur la Vie humain »

« DES SEMAINES

(…)

Il est écrit dans un latin extrêmement barbare et à peine intelligible, ainsi qu’on en jugera par quelques citations que j’en donnerai plus loin. La première chose à faire était de savoir si le texte que j’avais sous les yeux était bien la traduction du traité perdu. Pour cela je n’avais qu’à vérifier si les citations qu’en rapportent les anciens auteurs s’y retrouvent. Cette vérification démontre l’authenticité de cette traduction ignorée. »

7 7: « Le premier est Philon le juif, qui vivait au commencement du premier siècle de l’ère chrétienne. Cet auteur, après avoir résumé l’opinion d’Hippocrate sur la vie, cite textuellement le passage du livre où cette opinion est consignée. ‘Dans la nature humaine, il y a 7 saisons que l’on appelle âges: 1e petit enfant, l’enfant, l’adolescent, le jeune homme, l’homme fait, l’homme âgé, le vieillard. L’âge du petit enfant est jusqu’à sept ans, époque d’une dentition nouvelle; de l’enfant, jusqu’à la production de la liqueur spermatique, deux fois sept ans; de l’adolescent, jusqu’à la naissance de la barbe, trois fois sept; du jeune homme, jusqu’à l’accroissement de tout le corps, quatre fois sept; de l’homme fait, jusqu’à quarante-neuf ans, sept fois sept; de l’homme âgé, jusqu’à cinquante-six, sept fois huit. À partir de là commence la vieillesse.’ » Provavelmente quem vive após os 70 nesse sistema será um nada inumano! Ou 77?!

« Ceux qui partagent l’année en 7 saisons étendent l’été jusqu’au lever de Sirius, et, de là jusqu’au lever d’Arcturus, ils font la saison des fruits. Les mêmes auteurs divisent l’hiver en 3 parties: la partie intermédiaire enferme le solstice; en deçà se trouve le temps de l’ensemencement; au-delà celui de la plantation: car ce sont là les noms qu’ils donnent à la première et à la troisième parties de l’hiver. Dans le traité des Semaines, qui est attribué à Hippocrate, on trouve l’année partagée en 7; l’automne et le printemps n’ont subi aucune division; mais l’hiver est coupé en 3, et l’été en 2. » Galien

« La fièvre ardente ou causus, par exemple, était, d’après la doctrine hippocratique, une maladie moins dangereuse en été, où la saison était conforme aux symptômes mêmes qui la caractérisent, qu’en hiver. Dioclès de Caryste et l’auteur du traité des Semaines professaient une doctrine opposée: suivant eux, la fièvre ardente était plus facile à guérir en hiver qu’en été, parce que, dans cette dernière saison, elle empruntait des forces aux circonstances atmosphériques. Cette dernière opinion est textuellement dans le manuscrit 7027. On y lit : <Nihil molestum si non tempus ipsum ipsis aegritudinibus colluctetur. Plerumque enim non obtinet natura hominis mundi virtutem.> »

« Les stoïciens prétendent que l’âme, pour persister, a besoin non seulement d’aliments, mais aussi d’air; et il y en a qui, d’après ce qu’on lit dans le traité des Semaines, assurent qu’Hippocrate est l’auteur de cette opinion. »

« Il n’est pas besoin de démonstration pour établir que l’être vivant jouit de la santé quand il demeure dans les limites de la composition des qualités élémentaires, c’est-à-dire, quand le chaud et le froid, comme dit Hippocrate, sont dans des rapports convenables de mélange l’un avec l’autre. Mais si l’un l’emporte sur l’autre, il survient des maladies conformes à la nature de la cause qui prédomine; des inflammations, des érysipèles, des affections cutanées rongeantes, des anthrax, des fièvres ardentes et inflammatoires, et toutes les maladies fébriles, quand c’est le chaud élémentaire qui a la prépondérance; des convulsions, des tétanos, des palpitations, des engourdissements, des paralysies et des épilepsies, quand c’est le froid élémentaire qui est en excès (Du tremblement, des convulsions et des frissons, t. 3, p. 369, Ed. Bas.). »

« Voilà tous les renseignements fournis par Galien sur le traité des Semaines. Ils concordent minutieusement avec la traduction ignorée qui se trouve dans le manuscrit 7027. Ces preuves suffiraient pour montrer que nous avons réellement sous les yeux le traité des Semaines attribué dans l’antiquité à Hippocrate. »

7 vogais gregas e 7 órgãos do sentido antigo…

Celebretur itaque hebdomas, eo quod per septem aetates vita hominum usque ad senectutem transcurritur, sicut Hippocrates medicinae magister scriptis explicuit suis. Prima aetas infantia est, secunda pueritia, tertia adolescentia, quarta juventus, quinta virilis aetas, sexta aevi maturitas, septima senectus. Est ergo infans, puer, adolescens, juvenis, vir, veteranus, senex. Ergo Hippocrates vel septem aetates vel hebdomadas aetatum norit; in illis se hebdomas praeferet.” Saint Ambroise

« D’abord, la fièvre quarte n’attaque pas deux fois le même homme; elle ne l’a jamais attaqué et ne l’attaquera jamais une fois qu’il aura été guéri.Aétius

« Le blanc des yeux prend nécessairement une teinte livide au début de la maladie, quand elle est violente, Si donc le blanc devient pur, c’est un signe de guérison, plus lente, si la blancheur vient lentement; plus prompte, si elle paraît promptement. »

« Nous possédons tous les écrits hippocratiques que l’école d’Alexandrie et Galien connaissaient, excepté le traité des Traits et des Blessures, mentionné par Érotien, le traité des Blessures graves, cité par Galien, un livre des Maladies, enfin le traité des Semaines. Tout le reste, notre collection actuelle le renferme, à part quelques lacunes et quelques dérangements dans la distribution. Mais il s’y trouve en outre plusieurs livres tels que ceux sur les Jours critiques, sur l’Anatomie, sur la Dentition, etc., dont nulle mention n’est faite ni dans les commentateurs alexandrins, ni dans Érotien, ni dans Galien. Ces livres sont ou des fragments d’ouvrages perdus d’auteurs ignorés, ou une réunion de passages pris dans d’autres livres hippocratiques. »

« Il faut faire les observations suivantes pour savoir quand un malade doit succomber ou vivre.

Le froid et la rétraction du testicule droit sont des signes funestes.

Les ongles [unhas] livides, les doigts des mains et des pieds froids, rétractés ou relâchés, annoncent que la mort est prochaine.

Les lèvres livides, pendantes, renversées, froides, sont d’un fâcheux augure.

(…) une somnolénce profonde avec une grande chaleur, indiquent que tout espoir est perdu.

(…) et le ventre se gonfle et se remplit d’air.

Le terme fixé pour la mort arrive quand le feu, qui constitue l’âme, monte au-dessus de l’ombilic et dans les régions supérieures au diaphragme, et quand tout l’humide est consumé. (…) L’âme, en partie par les chairs, en partie par les ouvertures de la tête qui nous font vivre, s’échappe du domicile du corps, et abandonne ce simulacre froid et mortel à la bile, au sang, à la pituite et à la chair. »

« PRÉDICTIONS ou PRORRÉTIQUES, 2e LIVRE

(…)

Il est difficile de comprendre comment le 2e livre des Prorrhétiques et le 1er, si différents l’un de l’autre, ont été joints ensemble; l’un est un livre rédigé avec non moins de méthode que d’élégance, l’autre est une suite de propositions décousues, et où Galien a même signalé un bon nombre de locutions vicieuses ou hasardées. Néanmoins ces 2 livres, on le voit par la citation d’Érotien que je viens de rapporter, ont été fort anciennement réunis l’un à l’autre, avec le titre de premier et de second. »

« DE GLANDES

(…)

NEUVIÈME CLASSE.

(…)

DU MÉDECIN

(…)

DE LA CONDUITE HONORABLE

(…)

PRÉCEPTES

(…)

DE L’ANATOMIE

(…)

DE LA DENTITION

(…)

DE L’EXCISION DU FOETUS

(…)

DE LA VUE

(…)

DE LA NATURE DE LA FEMME

(…)

il contient une foule de passages empruntés aux livres sur les Maladies des femmes, ce qui porte à croire que ce n’est qu’une compilation faite sans beaucoup de jugement aux dépens d’autres traités. »

« 8e SECTION DES APHORISMES

(…) est empruntée au livre des Semaines. »

« DE LA NATURE DES OS

(…)

Cette discussion ayant fait disparaître le traité de la Nature des os, on ne s’étonnerai pas que je le supprime également dans mon édition. (…) Il serait fort inutile de répéter les deux morceaux qui se trouvent, l’un dans le 2e livre des Épidémies, et l’autre dans le traité de la Nature de l’homme; et, quant au passage de Syennésis de Chypre, il n’y a aucune raison pour ne pas laisser ces quelques lignes dans le livre d’Aristote où elles sont citées.

DES CRISES

(…)

DES MÉDICAMENTS PURGATIFS

(…)

DIXIÈME CLASSE.

(…)

DES BLESSURES DANGEREUSES

(…)

DES TRAITS ET DES BLESSURES

(…)

La note que Föes a rapportée d’après d’anciens manuscrits, prouve (ce qu’on pouvait facilement supposer) que le traité des Blessures dangereuses d’après Galien, et le traité des Traits et des blessures d’après Érotien, étaient un seul et même livre. »

« LE 1er LIVRE DES MALADIES LE PETIT

(…)

C’est sans doute aussi à cet ouvrage perdu qu’il faut rapporter le mot de typhomanie que Galien dit se trouver dans le livre des Maladies et que nous ne lisons plus dans aucun endroit de la Collection hippocratique. »

« ONZIÈME CLASSE.

Les pièces (Lettres, Décret et Discours) que l’on trouve à la suite de la Collection hippocratique, sont certainement fort anciennes, mais elles n’en sont pas moins apocryphes. Elles comprennent 4 objets différents. Ce sont: 1° Les Lettres et le Décret concernant la peste qui désola la Grèce pendant la guerre du Péloponèse; 2° les Lettres relatives à la folie de Démocrite et la correspondance qui s’établit ensuite entre ce philosophe et Hippocrate; 3° la Lettre d’Hippocrate à son fils Thessalus; 4° les Discours relatifs à la guerre faite par les Athéniens à l’île de Cos. »

« Paetus, à qui Artaxerce s’adresse, lui répond que les secours de la nature, qui guérissent les autres maladies par les crises, n’ont aucune efficacité contre l’épidémie pestilentielle, et que l’art seul, amenant une crise artificielle, triomphe de la peste. »

OLHA A SINOFOBIA! « Le fait est que la peste vint du pays des Barbares en Grèce, de la terre du grand roi dans l’Attique, d’Orient en Occident, comme la plupart des grandes épidémies. »

« on accusa les Péloponésiens d’avoir empoisonné les puits. »

« Dans le Décret il est dit que les Athéniens accordent à Hippocrate certaines faveurs éminentes et des honneurs pareils à ceux d’Hercule, parce qu’il a préservé la Grèce de la peste et refusé les dons du roi de Perse. »

No inverno seguinte a doença reapareceu em Atenas; na verdade, ela jamais cessara por completo, mas houve um relaxamento. Essa segunda onda não durou menos de um ano; o primeiro surto durou dois; sendo assim, é exato dizer que nenhuma tropa infligiu jamais golpe tão duro ao poder de Atenas. Morreram mais de 4.400 hoplitas alistados e 300 cavaleiros. Quanto ao resto da população, morreu um número incalculável” (tomo III, p. 232, Wechel 1594). A população militar de Atenas mal passava de 20 mil homens; a população total da cidade, livres e escravos, é estimada em 400 mil almas; se a peste dizimou a população civil na mesma proporção que os quadros militares (~20%), a estimativa é de aproximadamente 80 mil vítimas. Vê-se, corroborando Tucídides, que a medicina de então era completamente impotente para tratar a epidemia.”

IDÉIA DE LIVRO: A HISTÓRIA DAS FAKE NEWS (desde a invenção da escrita, e excluindo, de preferência, os livros sagrados, o que decuplicaria o tamanho da obra)

« Ainsi, chose qui est assez curieuse pour l’histoire des légendes sacrées ou profanes et à laquelle on n’a pas pris garde, la légende relative au rôle d’Hippocrate dans la peste, est véritablement double; d’un côté il est mis en rapport avec les rois des Péoniens et des Illyriens, de l’autre avec le roi de Perse; et ces deux versions d’un même conte traditionnel n’en ont pas moins été rapprochées l’une de l’autre! Cependant il paraît qu’Érotien en avait reconnu l’incompatibilité; car, admettant le Discours d’ambassade, il a exclu de sa liste les Lettres où interviennent Artaxerce et Démocrite. »

* * *

Recapitulação das onze classes:

« Si j’ai mis à part les écrits perdus, c’est qu’il n’y avait aucun moyen de les discuter, et qu’il est commode pour le lecteur de les avoir tous réunis sous un même coup d’oeil. Enfin, personne ne s’étonnera que j’aie séparé toutes les pièces non médicales et manifestement apocryphes”.

EXPOSIÇÃO SUMÁRIA DA DOUTRINA MÉDICA DE HIPÓCRATES

« une circonférence étant tracée, le commencement ne peut être trouvé. »

« Hippocrate reconnaît deux ordres principaux de causes, et il leur attribue la génération des affections pathologiques. Le premier ordre comprend les influences des saisons, des températures, des eaux, des localités. Le second ordre de causes est plus individuel, et résulte, soit de l’alimentation particulière à chaque homme, soit des exercices auxquels il se livre. On trouve le développement de l’un et de l’autre surtout dans le livre des Airs, des Eaux et des Lieux, et dans celui de l’Ancienne médecine.

La considération des modifications de l’atmosphère, suivant les saisons et suivant les climats, est une idée féconde qu’Hippocrate a exploitée avec bonheur, et que la science subséquente n’a pas encore épuisée. Le médecin grec en a tiré des conséquences étendues. A mesure que l’année passe par ses phases successives de chaleur et de froidure, d’humidité et de sécheresse, le corps humain éprouve des changements, et les maladies en empruntent les caractères. » « Il y a là un aperçu profond, que les modernes ont recueilli et sur lequel ils débattent encore: c’est le génie des constitutions pathologiques et des épidémies. »

« La conformation du corps, la disposition des esprits, le courage, l’amour de la liberté, tout, suivant lui, dépend de la loi des climats; et, si les Grecs sont braves et libres, et les Asiatiques efféminés et esclaves, cette différence tient au climat que ces peuples habitent. »

« Suivant lui, le corps humain est pénétré d’une chaleur qu’il appelle innée, dont la quantité est à son maximum pendant l’enfance, et qui va sans cesse en s’épuisant par le progrès de la vie jusque dans la vieillesse, où elle arrive à son minimum. »

« La surabondance et le défaut engendrent également des maladies, et c’est une sentence remarquable que celle où Hippocrate signale, chez les athlètes, le danger d’un excès de santé provenant d’un excès d’alimentation et de force. »

« L’étiologie est encore de nos jours un des plus importants et des plus difficiles sujets d’étude. » « Voir les choses d’ensemble est le propre de l’antique médecine; c’est ce qui en fait le caractère distinctif, et ce qui lui donne sa grandeur, quand l’ensemble qu’elle a saisi est véritable; voir les choses en détail, et remonter par cette voie aux généralités, est le propre de la médecine moderne. Il ne serait plus possible aujourd’hui d’édifier une étiologie aussi compréhensive que celle qui fait la doctrine d’Hippocrate. »

« tout ce qui est relatif aux contagions, aux virus, aux infections, est venu prendre une place importante dans l’enseignement » « cette fièvre typhoïde, qui est la grande fièvre endémique, au moins dans une partie de l’Europe, a vu tomber toute son étiologie devant des travaux récents. Les agents extérieurs et l’alimentation n’en expliquent pas la production, et sa cause est rentrée dans le domaine des choses inconnues. Mais, d’un autre côté, nulle part l’influence de l’âge ne se fait mieux sentir, et, par un privilège singulier, la vieillesse en est exempte. » Ver como em Jane Eyre (Brontë) uma epidemia de febre tifóide toma conta de um convento de garotas inglesas. Ao mesmo tempo que a autora atribui à parca alimentação e ao frio “pantanoso” do lugar a causa dos agentes nocivos, não se lê que adultos tenham sucumbido.

« Il a dit que, pour embrasser la médecine dans sa véritable généralité, il faut étudier l’action de tous les aliments, de tout le genre de vie, de tout ce qui entoure l’homme; c’est certainement un des plus grands programmes de l’étiologie qui aient été tracés et une des indications les plus profondes qui aient été données à la médecine. »

« Déjà avant lui Anaxagore avait attribué les maladies à la bile; Hippocrate les attribua aux qualités des humeurs et aux inégalités de leurs mélanges. La pathologie des humeurs a dû nécessairement précéder celle des solides; car, long-temps avant de voir que les poumons étaient hépatisés dans la pneumonie et la plèvre couverte de fausses membranes dans la pleurésie, on s’était aperçu des modifications qu’éprouvaient dans les maladies l’urine, la sueur, l’expectoration et les excrétions alvines. Cependant Hippocrate, dans le traité de l’Ancienne médecine, admet, à côté de l’action des humeurs, celle de la forme et de la disposition des organes. Cette vue a été peu suivie, même par lui, et la théorie humorale prédomine toujours.

Suivant Hippocrate, la santé est due au mélange régulier des humeurs, c’est ce qu’il appelle la crise; et la maladie procède du dérangement de la crise des humeurs »

« Voici en fait ce qu’est la coction: au début d’un coryza, l’humeur qui s’écoule du nez est ténue, liquide et acre; à mesure que le mal approche de sa guérison, cette humeur devient jaune, visqueuse, épaisse, et elle cesse d’irriter les parties avec lesquelles elle est en contact. » « La coction est donc le changement que les humeurs subissent dans le cours d’une maladie, et qui, leur ôtant en général leur ténuité, leur liquidité et leur âcreté, leur donne plus de consistance, une coloration plus foncée, et quelques caractères qui ont été métaphoriquement assimilés au changement produit par la cuisson dans les substances. »

« Tant que les humeurs sont crues et légères, elles flottent dans le corps, le mal est dans toute son intensité, et rien ne peut déterminer l’expulsion de ces matières nuisibles; mais, quand le travail propre à la nature en a amené la maturation, alors elles se fixent, et elles sont entraînées ou par les évacuations spontanées, ou par les évacuations artificielles. (…) c’est toujours le même moyen que la nature emploie pour y réussir, c’est-à-dire la coction, le changement de la matière crue en un état où elle ne puisse nuire, et où l’évacuation s’en fasse sans danger; aussi toute affection qui n’est pas susceptible de cette altération est réputée incurable; par exemple le cancer. »

L’idée de maladie sans matière, comme l’ont entendue certaines écoles, est étrangère à Hippocrate. J’essayerai, dans l’Argument du traité de l’Ancienne médecine, d’expliquer ce qu’on pourrait appeler le vitalisme du médecin de Cos. »

« La coction est, pour plusieurs maladies, aiguës ou chroniques, dans la science hippocratique, l’idée qui correspond véritablement à ce que nous appelons résolution. (…) le médecin moderne, en auscultant le poumon malade, reconnaît les progrès de l’amélioration et entend le râle crépitant succéder au souffle bronchique, et la respiration naturelle au râle crépitant; c’est la résolution qui s’opère.” “le médecin ancien suivait le signe extérieur; le médecin moderne suit le travail intérieur. Rien de plus instructif que d’étudier les solutions diverses fournies par les sciences pour un même problème à différents temps. »

« La coction, considérée en elle-même, s’appuie sur une donnée certainement trop générale, à savoir que toute maladie est causée par une humeur nuisible. (…) le système de coction a été, par voie d’assimilation, étendu, à plusieurs maladies où ce travail était reculé loin des yeux de l’observateur; par exemple dans les fièvres continues. »

« La coction des humeurs en prépare l’expulsion. Les efforts pour cette expulsion reçurent un nom particulier dans la médecine grecque; ils s’appelèrent crise. Différentes voies y sont ouvertes; les plus communes sont les voies de la sueur, de l’urine, des excrétions alvines, des vomissements et de l’expectoration. »

« La théorie du dépôt est étroitement liée à celle des autres crises et n’en est qu’une extension. Quand la matière morbifique n’a pas trouvé une issue convenable, la nature la porte et la fixe sur un point particulier. Le dépôt n’est pas un abcès; c’est tantôt une inflammation extérieure telle qu’un érysipèle; tantôt la tuméfaction d’une articulation; tantôt la gangrène d’une partie. De là cette distinction, obscure au premier coup-d’oeil, mais réelle, des maladies qui sont un vrai, dépôt et qui amènent une amélioration, et de celles qui ne sont un dépôt qu’en apparence, et qui ne jouent aucun rôle dans la solution de la maladie. Ces érysipèles funestes qu’on remarque dans certaines fièvres typhoïdes, et qui, loin d’en atténuer les accidents, les aggravent, fournissent un bon exemple, dans la clinique moderne, de cette distinction. Il faut encore y rapporter une sentence du Pronostic regardée par les uns comme inintelligible, par les autres comme futile, et qui est non-seulement conforme à la doctrine hippocratique, mais encore fondée en fait. Suivant cette sentence, un malade est moins en danger lorsqu’il a une partie du corps tout-à-fait noire que lorsqu’il l’a livide. »

Um doente está menos em perigo quando uma parte do seu corpo está toda negra do que quando ela está toda branca (exangue).”

« la noirceur des parties annonce la gangrène, la formation du dépôt, un effort favorable de la nature, et, si la mortification se borne, des chances de guérison; la lividité des parties n’est pas un dépôt et peut être considérée comme une preuve de l’affaiblissement general du malade et un signe de très mauvais augure. »

« La doctrine des jours critiques est le complément de celle des crises. » Fliess dá cambalhotas aqui!

« Des considérations générales sur les causes des maladies, de la théorie sur les humeurs, sur leur coction, sur les crises et sur les jours critiques, résultait une manière toute différente de la nôtre de juger du malade et de la maladie. C’est ce que l’époque d’Hippocrate appelait la prognose. Ceci est important; car c’est là une des plus essentielles différences qui séparent la médecine hippocratique de la médecine moderne. La prognose pour l’école de Cos n’est pas ce que nous entendons par la sémiotique.¹ La sémiotique, dans nos traités, est une fraction de l’encyclopédie médicale, elle nous apppend la valeur des signes, [??] mais elle n’a pas une prédominance absolue sur les autres parties; elle est même subordonnée au diagnostic dans le cas où le diagnostic est précis (…) La prognose d’Hippocrate, au contraire, domine toute la science, elle en est le point culminant, elle fournit la règle du praticien; il n’est rien qu’elle n’atteigne et qu’elle n’embrasse; il faut donc bien en concevoir le sens et la portée; c’est pour ainsi dire la clé de la médecine hippocratique. »

¹ Foda é que a medicina moderna de Littré já é outra medicina antiga pra mim!

« je ne chercherai pas si elle est née de ces théories, ou si au contraire ces théories en dérivent. Pronostic, coction, crises, jours critiques, marchent naturellement ensemble; ce qui était réglé devait pouvoir se prévoir, ou bien ce qui se prévoyait était réglé. Il me semble plus philosophique de regarder la prognose et la doctrine sur la coction et les crises, non comme nées l’une de l’autre, mais comme les deux côtés d’une même conception scientifique. (…) sans avoir reçu une forme systématique, elles constituent la doctrine d’Hippocrate et la règle à laquelle il a tout rapporté. »

« Il ne faut pas s’attacher à l’étymologie du mot, et croire qu’elle se rapporte uniquement à la prévision de ce qui doit arriver; la prognose (Hippocrate est formel sur ce point) instruit à la fois sur le passé, sur le présent, sur l’avenir du malade. Elle instruit sur le passé, car elle donne les moyens de suppléer à ce que le malade ne sait ou ne peut pas dire, et fournit des indications sur les accidents auxquels il a été soumis, les causes qui ont agi sur lui, et la nature de l’affection pour laquelle il réclame des secours; sur le présent, car elle enseigne la différence qui existe entre l’état de santé et de maladie, et montre par le degré que cette différence a atteint le danger que court le patient, les chances de salut qui Iui restent, et l’intensité du mal qui l’accable, Enfin elle instruit sur l’avenir, car elle enseigne les signes qui annoncent la crudité ou la coction des humeurs, l’approche des crises, les jours où elles doivent éclater, les issues qu’elles iront prendre et les parties où les dépôts critiques se feront. »

« Maintenant, quelle est l’idée dernière de cette doctrine? c’est quoi la maladie? indépendamment de l’organe qu’elle affecte et de la forme qu’elle revêt, elle est quelque chose qui a sa marche, son développement, sa terminaison. Dans ce système, ce que les maladies ont de commun est plus important à considérer que ce qu’elles ont de particulier; et ce sont ces portions communes qu’il faut étudier et qui constituent le fondement de la prognose. »

« Dans la prognose, ce que nous appellons diagnostic et ce que nous appelons pronostic se trouvent confondus et réunis (…) c’est le résultat de cette étude qu’Hippocrate a consigné dans le beau livre qui est intitulé le Pronostic. »

« elle est, à cette époque, la philosophie de la science, sans elle il n’y a rien qu’empirisme et pratique aveugle. Effacez la prognose telle que l’école de Cos l’a conçue et établie, effacez-la, dis-je, à une époque où l’anatomie a fait si peu de progrès, où l’étude des fonctions est dans l’enfance, où l’anatomie pathologique n’existe pas, où le diagnostic différentiel est privé de ses éléments les plus précieux, quelles lumières restera-t-il à la médecine? (…) La prognose est la première construction scientifique, que nous connaissions de la médecine. »

« Sans entrer dans un examen des caractères propres aux différentes maladies, sans essayer de les réunir dans un cadre et de les classer, sans y songer même, l’école de Cos saisit une idée féconde qui résumait toute chose, et, dans une abstraction qui ne manque ni de portée ni de grandeur, elle donne au médecin une doctrine qui le guide à la fois dans les recherches scientifiques et dans la pratique de l’art. »

« Il importait beaucoup à dès prêtres, il était dans leur caractère, il était dans les habitudes de tout l’ordre sacerdotal en Grèce, d’essayer de percer le voile de l’avenir, et, dans les temples des Asclépiades, de prédire les événements pathologiques dont le corps de chaque malade allait être le théâtre. » « Jusque là ce fut un métier; mais ce fut une science, quand l’école de Cos, embrassant à la fois ces trois temps, vit ainsi, dans chaque maladie, non plus une succession de phénomènes bizarres, désordonnés et sans loi, mais un enchaînement où chaque fait avait sa raison dans le fait précédent. »

« On ignore ce que fut la médecine des Égyptiens et des autres peuples de l’Orient, et si elle est jamais sortie hors du cercle des remarques particulières, des faits sans lien et des observations sans méthode philosophique. L’école hippocratique franchit ce cercle, et par là elle a influé sur l’avenir entier de la médecine dans l’Occident. »

« Hippocrate est le premier qui nous ait transmis des histoires particulières des maladies: exemple remarquable qui n’a pas été assez imité dans les âges postérieurs à lui. Ces histoires ont un cachet spécial, et on les a vantées bien souvent sans comprendre l’esprit qui en a dicté la rédaction. Elles sont le produit direct du système qui avait fait un tout de la médecine antique, le résultat de cette prognose que j’ai expliquée. »

« La méthode numérique de M. Louis a changé, pour tous ceux qui s’en servent, et, on peut ajouter, pour ceux aussi qui ne s’en servent pas, le plan d’après lequel les faits particuliers sont décrits. Cette influence du système médical sur la description, n’est pas moins marquée dans les Épidémies d’Hippocrate. Là il s’abstient de nommer les maladies, d’en exposer les symptômes caractéristiques; il se renferme scrupuleusement dans les limites de la prognose (…) Quelqu’opinion qu’on ait de la méthode de M. Louis, il est certain qu’elle répond au besoin que la médecine moderne éprouve de plus en plus de s’enfoncer dans le détail de l’observation. »

« De la thérapeutique d’Hippocrate, nous ne possédons que le livre sur le Régime dans les maladies aiguës. Là encore c’est l’idée de coction, de crise, c’est la considération de l’état général, ou, en d’autres termes, la prognose qui enseigne quand et comment on doit se servir, soit du régime alimentaire, soit des exercices, soit des remèdes pour traiter les maladies. »

« Érasistrate rapporte (Gal., t. V, p. 40, Ed. Bas.) qu’un certain Pétronas, postérieur de peu à Hippocrate, s’avisa de traiter les fébricitans par l’usage du vin et des viandes. Certes ce Pétronas n’était pas de l’école de Cos; jamais la doctrine hippocratique n’aurait permis une si grave aberration; elle avait trop étudié l’homme sain, l’homme malade, et les efforts de la nature dans les fièvres, pour supposer qu’un pareil traitement pût jamais avoir des résultats avantageux, et qu’un pareil essai dût jamais être tenté. » « les systèmes qui ont eu la prétention de remplacer l’hippocratisme, n’ont jamais eu ni autant de consistance, ni autant de durée, ni, il faut le dire, autant de valeur intrinsèque. »

« Mais nous, nous sommes arrivés à ce point que les signes communs qui suffisaient à Hippocrate, ne suffisent plus pour diriger le médecin dans le vaste domaine des phénomènes pathologiques. » « C’est que nous nous enfonçons, chaque jour davantage, dans les détails, dans l’observation locale, dans les recherches de plus en plus ténues et minutieuses. Hippocrate, par la nature de ses connaissances, a été tenu à la superficie du corps malade, La médecine moderne a pénétré dans l’intérieur; et cette pénétration, si je puis ainsi parler, dans l’intimité des organes et des tissus, a été le travail des siècles qui nous séparent d’Hippocrate. »

« Le traité de l’Ancienne médecine combat les hypothèses, en appelle uniquement aux faits observés, et déclare que le corps vivant doit, pour être connû, être étudié dans ses rapports avec ce qui l’entoure. »

« On ne s’étonnera pas qu’en terminant ce court exposé de la doctrine d’Hippocrate, j’aie rappelé les livres qu’elle a surtout inspirés. Car ces livres, appartenant à une même pensée, doivent être d’une même main, et cette main est celle d’Hippocrate. La confirmation, par cette voie, de tous les résultats de mon travail est tellement frappante que je n’ai pas voulu la laisser inaperçue du lecteur. »

OBSERVAÇÕES SOBRE O ETHOS MÉDICO E O ESTILO DE HIPÓCRATES

« Socrate, un peu plus vieux que le médecin de Cos, avait nettement séparé la philosophie de la médecine, qu’il regardait, avec les mathématiques, comme inutile à un philosophe. »

« Les grammairiens les plus distingués ont commenté ses oeuvres, et les anciens critiques lui ont accordé, on le voit, qu’il possédait un tour et une phrase homériques. »

« Thucydide a vécu, a écrit en même temps que le médecin de Cos: plus j’ai médité sur le style de l’un et de l’autre, et cherché à en pénétrer les procédés, la forme et le sentiment, plus aussi je me suis convaincu qu’il existait entre ces écrivains une étroite affinité qui dérivait de cette loi, que les auteurs d’un même temps puisent tous à la source commune de pensées, d’expressions et de style, qui abreuve toute une époque. »

« ceux à qui la langue grecque est familière, se complairont à étudier cet antique et pur modèle, sentiront comment l’Ionien, flottant et naïf dans Hérodote, est devenu grave et précis dans Hippocrate, admireront sa phrase claire bien que pressée, ornée bien que sévère, simple bien qu’élégante »

« Là l’ordre logique est de commencer non par ce qu’il y a de plus vieux, mais par ce qu’il y a de plus récent. Quand on s’est pénétré de la science contemporaine, alors il est temps de se tourner vers la science passée. Rien ne fortifie plus le jugement que cette comparaison. »

APÊNDICE

« Hippocrate était dorien: pourquoi a-t-il écrit en ionien? L’Ionie avait de bonne heure fourni des écrivains et des savants; une branche de la plus ancienne philosophie grecque est appelée branche ionienne. Naturellement les Ionien écrivirent dans le dialecte qui leur était familier. Cette habitude se perpétua; et presque tous les philosophes, excepté les Doriens de la Grande Grèce et de la Sicile, employèrent le dialecte ionien. C’est de ce dialecte que se sont servis Anaxagore, Parménide, Démocrite, Mélissus, Diogene d’Apollonie. »

« Avant d’esssayer décider quel a été véritablement l’ionien d’Hippocrate, il faut rechercher ce que les critiques grecs ont dit sur ce sujet. » « Galien (…) avait étudié (…) la dialectologie hippocratique. [sua obra dedicada ao tema se perdeu] » « l’opinion de Galien (…) est que cet ionisme se rapproche (…) du dialecte attique. Il ne faut pas (…) chercher dans Hipp. le pur ionisme d’Hérodote. »

« Venon aux temps modernes. Les éditeurs, Alde, Cornarius, Mercuriali, Föes, Chartier, Mack, Van der Linden, Kühn se sont contentés de reproduire le texte des manuscrits avec toutes les irregularités »

« Heringa, le premier [editeur des Oeuvres complètes], choqué de ces variations fréquentes dans l’orthographe des mêmes mots, indique, en quelques lignes, le vice des éditions, et propose d’y remédier en réformant l’ionisme des livres hippocratiques sur celui d’Hérodote. C’était un système qu’il proposait, système, il faut le dire, qui ne reposait pas sur une étude assez attentive des faits, mais qui n’en fut pas moins adopté, et même exagéré par Coray dans une édition du traité des Airs, des Eaux et des Lieux. M. Dietz, en publiant le livre de la Maladie sacrée, se conforma aux principes admis par Coray; cependant, en avançant dans son travail, il conçut quelques scrupules sur le droit que pouvait avoir un éditeur, à faire de si notables changement, et il se réserva d’examiner plus à loisir les manuscripts pour résoudre les difficultés que présente l’ionisme des livres hippocratiques. Enfin, M. Struve, dans un travail spécialement destiné au dialecte d’Hérodote, a été frappé des différences que cet ionien offre avec celui d’Hippocrate, il a signalé les inconvénients du système de Coray; il a fait voir combien il était peu sûr de suivre en cela les traces de ceux qui tardivement ont écrit en ionien, comme Arétée, Arrien, Lucien; il a mis à découvert les erreurs commises par ces ionisants qu’on pourrait appeler posthumes »

« Je n’ai pu collationner que ceux manuscrits qui sont dans la Bibliothèque Royale à Paris. Néanmoins, l’étude que j’ai faite à ce sujet, m’a convaincu qu’en prenant l’édition de Froben ou celle de Föes, et en y faisant le compte des formes ioniques qui s’y rencontrent, on obtiendrait un résultat que l’examen des manuscrits ne modifierait que peu sensiblement. Car, je l’ai déjà dit, ces édition ne suivent aucun système, et reproduisent les leçons telles qu’elles les ont trouvées dans les manuscrits sur lesquels elles ont été faites; et, à leur tour, les manuscrits se copient avec une bien grande fidélité, sauf les erreurs, et sauf encore les cas où un manuscrit est la copie d’une édition différentes dans l’antiquité. »

« Ainsi un témoin irrécusable, Hérodote, celui que les grammairiens ont considéré comme la règle de l’ionisme, nous apprend que, dans la grande confédération ionienne composée de 12 cités, parlant toutes l’ionien, on distinguait 4 variétés de langage, variété que l’historien appelle caractères de la langue ionienne. Il y avait donc du temps d’Hérodote et d’Hippocrate une langue ionienne parlée; et M. Struve remarque avec raison qu’il ne faut pas entendre ce terme de dialecte ionien comme on le fait ordinairement quand on y rapporte les formes épiques d’Homère et d’autres poètes. Ce dialecte avait à son tour des dialectes. Or, je pense que nous avons, dans Hérodote et dans Hippocrate, des textes appartenant à 2 dialectes du dialecte ionien. »

« Un des résultats les plus certains de l’étude de la Collection hippocratique, c’est que cette Collection n’est toute entière ni du même temps ni du même auteur. Or, cela étant indubitable, j’avais eu quelque peine à concevoir comment il se faisait que le dialecte ionien se trouvait à peu près exactement le même dans des livres que provenaient d’auteurs différents. Il me semblait qu’il aurait dû s’y glisser des disparates, des imitations de l’ionien d’Hérodote, par exemple, et que les médecins qui, venus après Hippocrate, ont quelques-unes de leurs oeuvres comprises dans la Collection hippocratique, n’avaient pas dû se dévouer à copier minutieusement les formes de l’ionisme particulier dans lequel Hippocrate avait composé ses livres. »

« Les éditions imprimées ont été faites sur les manuscrits qui sont déposées dans les diverses bibliothèques; ces manuscrits, à leur tour, ont été copiés sur d’autres manuscrits plus anciens qui ont été détruits, et ainsi de suite, jusqu’aux copies primitives de la Collection hippocratique. »

« J’ai rangé les manuscrits, en commençant par les plus anciens, d’après l’ordre chronologique, c’est-à-dire, d’après le siècle que leur écriture annonce. Pour cela j’ai suivi les indications que les bibliothécaires ont placées en tête de chaque volume. Là où ces indications n’ont pas porté l’âge du manuscrit, je n’ai pas essayé d’y suplléer, étant trop peu versé dans la paléographie pour le faire avec quelquer sûreté. Les numéros sont ceux que les manuscrits ont dans le catalogue de la Bibliothèque Royale. »

« Dans le manuscrits dont je viens de donner la notice, on peut distinguer 4 familles particulières.

Première famille. – Elle est représentée par les manuscrits 2254 e 2255, qui sont la suite l’un de l’autre. Ils sont complets et renferment tout ce que nous possédons de la Collection hippocratique.

Deuxième famille. – Le n. 2146 y appartient; il est complet également; mais les matières y sont autrement disposées que dans les manuscrits précédents; et il a souvent, avec l’édition d’Alde, des ressemblances que ces diernier n’ont pas.

Troisième famille. – Elle est formée par les manuscrits 2144, 2141, 2140, 2143, 2145. Ces manuscrits ont entre eux la plus grande analogie; ils contiennent les mêmes traités, rangés dans le même ordre; il leur manque à tous plusieurs ouvrage qui ne manquent pas aux deux famille précédentes; dans tous les Pré-notions de Cos sont mutilées au même endroit. Ils proviennent donc d’un original particulier qui présentait toutes ces particularités.

Quatrième famille. – C’est celle du 2253. Malheureusement ce manuscrit ne contient qu’un très peti nombre des écrits hippocratiques; j’en ai exposé, dans le IIe paragraphe, les caractères. »

« Le travail de Föes est incontestablement supérieur à tous ceux qui l’ont précédé et à tous ceux qui l’ont suivi. C’est un beau monument de l’érudition médicale dans le 16e siècle. »

HIPPOCRATE LUI-MÊME

DE L’ANCIENNE MÉDECINE

« ARGUMENT.

Le livre de l’Ancienne Médecine contient à la fois une polémique, une méthode et un système; c’est ce qui m’a décidé à le mettre en tête de ce que je regarde comme les oeuvres propres d’Hipoccrate; car, placé ainsi, il forme une sorte d’introduction, d’autant meilleure et plus fidèle qu’elle est due à l’auteur lui-même et qu’il ne s’y mêle rien d’étranger. »

« La polémique est dirigée contre ceux qui, posant d’abord une hypothèse, en font dériver, comme d’une seule cause, l’origine de toutes les maladies. »

« Hippocrate ne permet l’hypothèse que là où les observations directes manquent, et il cite pour exemple les objets célestes ou les objets cachés sous la terre. »

« Ainsi Isocrate dit en parlant des Égyptiens: ‘Ils ont inventé la médecine pour le soulagement des hommes, non cette médecine qui use de remèdes périlleux, mais celle qui se sert de moyens aussi sûrs, dans leur emploi, que notre nourriture quotidienne, et qui est si avantageuse que les Égyptiens sont, de l’aveu de tous, le peuple le plus sain et vivant le plus long-tempos.’ Strabon parle de même de la médecine des Indiens, laquelle a recours le plus souvent, non aux médicaments, mais à l’alimentation. »

« Hippocrate appelle nouveaux les systèmes qui cherchaient, dans un élément unique, ou le jeu régulier de la vie ou les altérations de la maladie; en effet ces systèmes provenaient de l’influence de l’école d’Elée. Xénophane, Parménide, Zénon, Mélissus avaient soutenu que l’univers forme une immense unité; Zénon même avait introduit, dans sa physique, les 4 qualités du chaud du froid, du sec et de l’humide. Ces philosophes étaient antérieurs à Hippocrate; leur doctrine influa, comme cela arrive toujours, sur la médecine; et le temps nécessaire pour que cette influence se fit sentir, explique comment Hippocrate signale la nouveauté des opinions qui importent, dans la pathologie, l’idée systématique des Eléates, et veulent rattacher à une seule cause l’origine de toutes les maladies. »

« les Pneumatiques, qui plaçaient les maladies dans le pneuma »

« les Méthodiques, qui les attribuaient au laxum et au strictum »

« les Iatrochimistes, qui en accusaient ou la fermentation, ou l’alcalinité, ou l’acidité »

« Hippocrate y dit qu’il ne faut pas s’écarter de la réalité. Platon dit de même, que l’être qui pourrait se dépouiller des sens et de tout le corps pour n’user que de l’intelligence, reencontrerait plus que tout autre, la réalitié (Fédon). » Não vejo todo esse paralelismo, até porque não há nada de “empirismo científico” em Platão…

Houdart, Études historiques et critiques sur la vie et la doctrine d’Hippocrate, 1836.

« J’ai recherché à quels systèmes antérieurs pouvait se rattacher le système d’Hippocrate, et il m’a semblé que l’idée fondamentale provient d’Alcméon, et par conséquent dérive d’une source pythagoricienne. » « Le juste mélange, la crâse, l’isonomie, la symétrie et l’harmonie, étaient, dans le fond, des doctrines pythagoriciennes. »

« Il n’a a guère que 2 ou 3 points où les manuscrits m’ont fait défaut, et où j’ai eu recours aux conjectures. Ceux qui compareront le texte vulgaire avec celui que j’ai imprimé, et qui jetteront un coup-d’oeil sur les variantes que j’ai recueillies et discutées reconnaîtront les améliorations importantes que le livre de l’Ancienne Médecine doit à une collation exacte des manuscrits. »

* * *

« Bien plus, en remontant dans les siècles passés, je pense que le genre de vie et de nourriture dont, en santé, on use de nos jours, n’aurait pas été découvert, si l’homme, pour son boire et son manger, avait pu se contenter de ce qui suffit au boeuf, au cheval, et à tous les êtres en dehors de l’humanité, à savoir des simples productions de la terre, des fruits, des herbes et du foin. Les animaux s’en courrissent, s’en accroissent, et vivent sans être incommodés et sans avois besois d’aucune autre alimentation. »

« C’est ainsi que, de nos jours, les uns digèrent, avec facilité, des aliments d’une grande force, et les autres n’en triomphent qu’avec beaucoup de peine et de douleur. Telle fut, ce me semble, la cause qui engagea les hommes à chercher une nourriture en harmonie avec notre nature »

« Si l’on prétend que ce n’est pas là un art, j’y consens. En effet, là où il n’y a pas d’ignorant, là où tous sont entendus à cause de l’usage et de la nécessité, on ne peut dire qu’il y ait d’artistes. »

« Nul n’aurait cherché la médecine, si le même régime eût convenu à la maladie et à la sante. »

« Si les choses étaient aussi simples qu’il vient d’être dit, si toute nourriture forte incommodait, toute nourriture faible accommodait et sustentait l’homme malade et l’homme sain, il n’y aurait pas de difficulté; car on ne courrait aucun danger à incliner toujours du côté d’une alimentation faible. Mais on commettrait une égale faute, une faute non moins malfaisante à l’homme, si on lui donnait une nourriture insuffisante et au-dessous de ses besoins. »

« La plupart des médecins ressemblent aux mauvais pilotes. Tant que le calme règne, leurs fausse manoeucres ne sont pas apparentes; mais viennent un violent orage et un vent impétueux, ils laissent périr le bâtiment, et il n’est personne qui ne reconnaisse, dans le désastre, leur maladresse et leur ignorance. »

« il est, en effet, indifférent à la plupart de s’accoutumer à faire ou un seul repas, ou un repas de plus le matin. »

« Pour moi, je pense que, de toutes les qualités, le froid et la chaleur ont la moindre puissance sur l’économie humaine »

« Voici un exemple encore plus frappant: les gens qui, marchant dans la neige ou exposés à une température rigoureuse, ont éprouvé un froid excessif aux pieds, aux mains ou à la tête, que ne souffrent-ils pas, la nuit, quand ils sont abrités et placés dans un lieu chaud, par l’ardeur et les démangeaisons auxquelles ils sont en proies? » « Quant aux malades, n’est-ce pas chez ceux qui sont pris de frisson que s’allume la fièvre la plus ardente? »

« Quand on est affecté d’un coryza et qu’il se fait un écoulement par les narines, cette humeur, devenue beaucoup plus âcre que celle qui était rendue auparavant et que le nez fournit chaque jour, le fait enfler et excite une chaleur excessive et un sentiment de brûlure; et si on y porte souvent la main et que le flux persiste long-temps, la partie, quoique sèche et peu charnue, s’excorie. L’inflammation du nez s’apaise, non pas tant que dure le catarrhe et que la phlegmasie existe, mais quand l’humeur devient plus épaisse, moins âcre, et quand, par la coction, elle se mêle davantage au liquide primitif; alors seulement l’inflammation cesse. »

« Avoir subi la coction, c’est, pour les humeurs, avoir été mélangés, tempérées les unes par les autres, et cuites ensemble. Quant aux fluxions sur la gorge, qui produisent les enrouements, les angines, les inflammations, les péripneumonies, toutes jettent d’abord des humeurs salées, aqueuses et âcre, et c’est alors que croît la maladie »

« Voyez, quand le suc amer qu’on appelle bile jaune, prédomine, quelle anxiété, quelle chaleur, quelles faiblesses se manifestent. » « Et quant il se développe des acidités âcres et érugineuses, quelles irritations furieuses, quelles douleurs mordantes dans les viscères et la poitrine, quelles angoisses! » « Aussi, les crises et le calcul des jours ont, en ceci, une grande puissance. »

« je pense que tout ce que sophistes ou médecins ont dit ou écrit sur la nature, appartient moins à l’art de la médecine qu’à l’art du dessin. Je pense encore que c’est par la médecine seule qu’on arrivera à quelques connaissances positives sur la nature humaine, mais à condition d’embrasser la médecine même dans sa véritable généralité. Sans cela, il me semble qu’on est bien loin de telles connaissances, je veux dire, de savoir ce qu’est l’homme, par quelles causes il subsiste, et le reste exactement. »

« Le fromage (puisque je me suis déjà servi de cet exemple) ne nuit pas à tout le monde; il est des gens qui peuvent s’en rassasier sans le moindre inconvénient, et même il fortifie merveilleusement ceux à qui il convient; il en est, au contraire, qui ne le digèrent que difficilement. »

THE 12 TABLES – com comentários de Coleman-Norton

This celebrated code, after its compilation by a commission of 10 men (decemviri), who composed in 451BC 10 sections and 2 sections in 450BC, and after its ratification by the (then) principal assembly (comitia centuriata) of the State in 449BC was engraved on 12 bronze tablets (whence the name Twelve Tables),¹ which were attached to the Rostra before the Curia in the Forum of Rome. Though this important witness of the national progress was destroyed during the Gallic occupation of Rome in 387BC, yet copies must have been extant, since Cicero (106BC-43BC) says that in his boyhood schoolboys memorized these laws ‘as a required formula’. However, now no part of the 12 Tables either in its original form or in its copies exists. The surviving fragments of the 12 Tables come from the writings of late Latin writers and fall into these 4 types:

¹ The code was known under 2 titles: Lex Duodecim Tabularum and Duodecim Tabulae.

(1) Fragments which seem to contain the original words, ‘modernized’ in spelling;

(2) Fragments which are fused with the context of the quoter, but with little distortion;

(3) Fragments which not only are fused but also much distorted, although with a preservation through paraphrase;

(4) Passages which present only an interpretation (or an opinion based on one), or a title.”

the attribution of some items to certain tablets is debatable. The probable order of the fragments, which total over 115, has been inferred from various statements and from other indications of ancient authors.”

TABLE 1. PROCEEDINGS PRELIMINARY TO TRIAL

7. If one of the parties shall not have appeared, after noon the judge shall adjudge the case in favour of him present.

8. If both parties be present, sunset shall be the time-limit of the proceedings.”

TABLE 2. TRIAL

(…)

TABLE 3. DEBT

5. Unless the debtors make a compromise, they shall be held in bonds for 60 days. During those days they shall be brought to the magistrate into the meeting-place on 3 successive market-days and the amount for which they have been judged liable shall be declared publicly. Moreover on the 3rd market-day the debtors shall suffer capital punishment or shall be delivered for sale beyond the Tiber (river).”

Numa passagem não muito bem-compreendida, fica em suspenso a possibilidade do credor poder mutilar o corpo do réu na porcentagem ou fração que lhe é devida, quando ele falha em pagar o valor e é ofertado no mercado, já que o credor (o litigante) teria direito a 1/x do ‘corpo’ do réu!

TABLE 4. PATERNAL POWER

1. O recém-nascido severamente deformado deve ser morto de imediato.

2. Se um pai repudiou o filho três vezes para que fosse vendido no mercado, o filho deverá ser declarado livre do seu pai.¹

¹ A prerrogativa do patria potestas significava que se o antigo comprador de um filho liberta seu escravo, o filho reentra nas posses do pai. Este fragmento significa que mesmo este instituto não tem mais razão de ser quando há manumissão tripla.

3. Para repudiar a esposa, o marido deverá ordenar-lhe que cuide de seus próprios negócios, confiscar-lhe todas as chaves e expulsá-la.

4. Sobre a herança legal, aquele que estava no útero é admitido, se, é claro, vier a nascer.¹

¹ Interpretação: alegados filhos, i.e., crianças nascidas no décimo mês após a morte do tido como progenitor, não têm direito à herança.”

TABLE 5. INHERITANCE AND GUARDIANSHIP

1. Mulheres devem permanecer sob tutela, mesmo após a maioridade.¹ … As virgens vestais são excepcionais, e ficam livres do controle parental.

¹ 25 anos (para mulheres). Para homens, a maioridade em casos de julgamentos por roubo ou por prejuízo causado a terceiros, por exemplo, é 16!

2. As propriedades movíveis de uma mulher que estão sub tutelagem de seu agnato¹ não podem ser auferidas por usucapião, salvo se esses bens tiverem sido cedidos pela proprietária, com consentimento do tutor.”

¹ Parentes paternos. Cognatos são parentes paternos ou maternos. A família agnática é toda aquela contemplada na lei civil. A família cognática possui regulamentações na lei dos gentios.

4. Se um indivíduo morre sem testamento e não tem descendente direto, o agnato macho mais próximo deve ser o herdeiro.

5. Sem agnato macho, os homens do clã do falecido¹ terão direito à herança.

¹ Por inferência em relação à nota anterior, trata-se de algum cognato.

(*) Tutor e guardião não devem ser confundidos: o segundo é o das crianças irresponsáveis pela idade; o primeiro é o dos lunáticos, dentre os quais incluíam-se os pródigos.”

TABLE VI. OWNERSHIP AND POSSESSION

7. O usucapião de bens movíveis é completado após um ano; o usucapião de bens inamovíveis (herança, terrenos) é completado somente após 2 anos.”

TABLE VII. REAL PROPERTY

6. Neighboring persons shall mend the roadway. If they keep it not laid with stones, one shall drive one’s beast vehicles across the land where one shall wish.”

10. The owner of a tree may gather its fruit which falls upon another’s farm.”

TABLE VIII. TORTS OR DELICTS

1. If any person had sung or had composed a song which caused slander or insult to another person . . . he should be clubbed to death.¹”

¹ “Slander and libel are not distinguished from each other in Roman Law.”

14. It is forbidden that a thief be killed by day . . . Unless he defend himself with a weapon, even though he shall use that weapon and shall resist, you shall not kill him. And even if the thief resist, you shall shout.”

18. A stolen thing is debarred from prescription (usucapio).

19. No person shall practise usury at a rate of more than 1/12¹ [0,083%] … if he do, a usurer shall be condemned for quadruple damages.”

¹ “The uncia (whence our ‘ounce’) is the unit of division of the asa and is used also as 1/12 of anything. One-twelfth the principal paid yearly as interest equals 8,33%.”

a The as originally was a bar (1ft. in length) of aes (copper), then a weight, then a coin weighing 1 pound and worth about $0.17. From time to time the as was reduced in weight and was depreciated in value, until by the provisions of the Lex Papiria in 191BC the as weighed ½ ounce and was valued at $0.008.”

24. The penalty for false testimonies is that any person who has been convicted of speaking false witness shall be precipitated from the Tarpeian Rock.¹”

¹ “A southern spur of the Capitoline Hill, which overlooks the Forum, and named after Tarpeia, a legendary traitress”

27. No person shall hold nocturnal meetings in the city.”

TABLE IX. PUBLIC LAW

3. A judge (iudex) or an arbitrator (arbiter) legally (iure) appointed, who has been convicted of receiving money for declaring a decision, shall be punished capitally (capite).”

6. It is forbidden to put to death . . . unconvicted anyone whomsoever.”

TABLE X. SACRED LAW

4. Women shall not tear their cheeks or have a lessus¹ (sorrowful outcry) on account of the funeral.”

¹ “Cicero says that some older interpreters suspected that some kind of mourning-garment was meant by lessus, but that he inclines to the interpretation that it signifies a sort of sorrowful wailing (De Legibus, II)”

6. Anointing by slaves and every kind of drinking-bout is abolished . . . There shall be no costly sprinkling, no myrrh-spiced drink, no long garlands, no incense-boxes.”

9. Gold shall not be added to a corpse. But him whose teeth shall have been fastened with gold, if a person shall bury or shall burn him with that gold, it shall be with impunity (sine fraude).”

TABLE XI. SUPPLEMENTARY LAWS

(…)

TABLE XII. SUPPLEMENTARY LAWS

(…)

UNPLACED FRAGMENTS

o direito a recorrer de qualquer sentença é outorgado.”

THE TRANSSEXUAL EMPIRE: The making of the she-male (sic) – Janice Raymond, 1994.

This book has been long in process. It began as a conference paper delivered at the New England Regional American Academy of Religion Meeting in 1972. Much of it had another life as my doctoral dissertation, which was finished at Boston College in 1977. Finally, it metamorphosed into a book.”

Shortly after the book was published in 1979, Johns Hopkins, which was the first US medical institution to perform transsexual surgery, phased out the procedure and dismantled its Gender Identity Committee. Although some of my friends credited The Transsexual Empire as an important influence on the termination of the surgery, I think the closing of Johns Hopkins’s doors had much more to do with several other factors, some announced and some not publicized.”

In his work on children and sexuality, Money and co-editor Gertrude Williams went so far as to state that a man who commits incest is a sexual deviant, which is <like being a religious deviant in a one-religion society>.”

Transexualism remains, as in 1979, largely a male phenomenon. Female-to-constructed-male transsexuals are relatively rare. For example, of the transsexual surgeries currently performed at the University of Minnesota’s Program in Human Sexuality, the second US institution to perform the surgery, 85% are male to female.”

I still maintain that men, being freer to experiment than women, seek out and submit to the surgery more often.” Oh, but then, as a consequence, they lose their free-will, see the paradox?

Iron John’ [?] embraces the standard of men’s new-found ability to cry as a primary marker of male liberation.” HAHAHAHA!

As opposed to men who seek opposite sex hormones and surgery, most women’s ‘gender dissatisfaction’ has been in not being feminine enough, or in not fulfilling their female role, e.g., motherhood. Thus medical science has tended to direct women into conforming to male dominant images and roles of femininity.”

ESTRANHA AUTOFAGIA… “Simone de Beauvoir gave us the insight that woman has been fabricated by man as ‘the other’, the relative being—relative to himself as the norm. So it should not be surprising that men, who have literally and figuratively, constructed women for centuries, are now ‘perfecting’ the man-made women out of their own flesh.”

Since transsexualism effectively has become a medical problem, the medical model prevails as the legitimate and dominant form of therapy, requiring psychiatric evaluation, hormonal and surgical intervention, and often a host of countless secondary cosmetic surgeries, all meant to adjust the artifactually evolving female body to the accepted feminine stereotypes.”

Defining and treating transsexualism as a medical [challenge] prevents the person experiencing so-called gender dissatisfaction from seeing it in a gender-challenging or feminist framework.”

Many want to know why the issue of transsexualism is of concern in the schema of pressing issues of feminism. As I saw it then and see it now, transsexualism goes to the question of what gender is, how to challenge it, and what reinforces gender stereotyping in a role-defined society. These questions have been raised subsequently in the context of more recent debates defined by the current argot of ‘transgender’.”

If it all boils down to some innate, essential quality, any attempt to change this state of affairs would be futile. In fact Raymond states that as sex reassignment surgery cannot change chromosomal sex, the transsexual does not really change sex at all.” Woodhouse

When I wrote this [the title of her book, thoughtlessly!], many reviewers took it to mean that a vast male conspiracy was afoot to eradicate ‘native-born’ women—the ultimate male plot to possess women totally. That was never what I meant, nor was it what I intended to convey.”

In giving us the concept of ‘the banality of evil’, Hannah Arendt reminded us that wrong-doing and destruction are not always radically intentional or the result of planned conspiracies, but they may be terribly ordinary.”

The title of my book was satirized in ‘The Empire Strikes Back; a Post-transsexual Manifesto’, an article written by Sandy Stone. Stone, a male-to-constructed female transsexual, was hired in the 1970s as a sound engineer by Olivia Records, the all-women recording company. This set off a controversy in feminist circles that I alluded to and commented on in The Transsexual Empire. Since then, it seems that Stone has gotten himself a thorough post-modernist education, and he now theorizes that, after all is said and done, the transsexual is really text, or perhaps a full-blown genre.”

A transsexual who passes is obeying the Derridean imperative . . . to begin to write oneself into the discourses by which one has been written.” S.S.

Raymond contemplated transsexualism with all the frustration and disgust of a missionary watching prime converts backslide into paganism and witchcraft.” Shapiro

men, and some women, who undergo transsexual surgery are terribly alienated from their bodies, so alienated that they think little of mutilating them.”

The term, transgender,¹ covers preoperative and postoperative transsexuals, transvestites, drag queens, cross dressers, gays and lesbians, bisexuals, and straights who exhibit any kind of dress and/or behavior interpreted as ‘transgressing’ gender roles.”

¹ “While I realize that much of the traditional literature distinguishes among drag queens, cross dressers, and transvestism, and that there are some significant differences among these groups, what they all have in common is that they wear women’s clothes. Further, they wear the kind of hyperfeminine women’s clothes that many women would never wear.”

When Boy George accepted a Grammy award for Best New Artist in 1985, he thanked his US audience for recognizing not only his music but ‘a good drag queen’. Perhaps the more flamboyant US version of Boy George is African-American RuPaul, whose musical act has become a highly successful marketable commodity.”

When most women put on pants, a necktie, combat boots, or a business-looking blazer, they are not trying to pass as men.” How do you know?

But transgenderist defiance equals a kind of androgynous humanism, an individualist assertion of androgynous blending, rather than a political defiance of both roles.” E o que você propõe enquanto esperamos a hora da meia-noite e um, i.e., o fim do pós-modernismo? “Política”? Mas esse é o problema: política no sentido clássico não existe mais, odiando-se Derrida ou não… O que acontece agora é uma etapa intermediária de uma lenta inversão.

And so androgynous humanism replaces feminist politics.” You got it. You can fight against it, not accept it, but this is fundamental reality (not a construto)…

Stone Butch Blues is basically a transgender odyssey of a woman growing up in the gay bars and working-class factories of the 1950s and 1960s. Coming of age as a young ‘butch’ [sapatão] in Buffalo, Feinberg movingly describes the working-class reality of this historical butch world with a sharp consciousness of its political aspects—a more powerful testimony to class politics than any Marxist analysis—” Nossa, e cadê o Nobel dessa autora?!

A key turning point is when Jess, the butch protagonist in the novel, undergoes hormone treatment and breast surgery. Living and working as a butch has become too painful and fraught with harassment and violence, but so has the realization that Jess feels herself to be other than a woman—a ‘he-she’, feeling neither like a woman or man but ‘different’.”

Maleness and femaleness are governed by certain chromosomes, and the subsequent history of being a chromosomal male or female. Masculinity and femininity are social and surgical constructs.” Sequer há diferenciação no Português.

The term transsexualism¹ was first used by Harry Benjamin in a lecture at a meeting of the New York Academy of Medicine in 1953.”

¹ “Harry Benjamin first became interested in sex conversion (which he later named transsexualism) when sex researcher Alfred Kinsey referred him to a case that he, Kinsey, could not understand. Kinsey was preparing a second volume on sexual behavior and discovered in the taking of his case histories a young boy whose great ambition was to become a girl. Benjamin subsequently began seeing other cases of a similar nature, began referring candidates abroad for surgery before the operation could be performed legally in the United States, and published the first systematic and professional account of transsexualism in a volume entitled The Transsexual Phenomenon (New York: Julian Press, 1966).”

But I have chosen to consistently employ the term transsexualism, because it is one of the main contentions of this work that transsexualism operates as an ideology which the suffix -ism is meant to denote.”

À GÊNESE DOS GENERA (PRATICAMENTE): “6. Psychological Sex. Much of the literature uses this terminology to designate attitudes, traits, characteristics, and behavior that are said to accompany biological maleness or femaleness. I would prefer the term psychosocial sex to indicate the all-important factor that such attitudes, traits, characteristics, and behavior are socially influenced. Robert Stoller uses the term gender to distinguish this kind of sex from biological sex.”

gender identity is the private experience of gender role, and gender role is the public expression of gender identity.”

The word gender has certain problems for the feminist critic. It gives the impression that there is a fixed set of psychosocial conditions that determines gender identity and role.”

Moreover, the change in genital sex does not make reproduction possible. Maybe with the development of various forms of reproductive technology, this will be feasible in the future, but as yet, a change in genital sex is not accompanied by reproductive capacity.”

In 1975, for example, the Second International Conference on Transsexualism was renamed the Second International Conference of Gender Dysphoria.”

Until, of course, the surgery was popularized, post-Christine Jorgensen, the specific need of surgery was not evident, although some people may have felt that they wanted to change sex.” wiki: “Christine Jorgensen (30 de maio de 1926 – 3 de maio de 1989) foi uma mulher trans americana e a primeira pessoa a ser abertamente conhecida nos Estados Unidos por ter passado pela cirurgia de re-designação sexual.”

ROOT OF ALL EVIL: “These disciplines attribute the conditions of a sexist society to amorphous ‘roles’ and ‘forces’ that are unspecified. Nobody is blamed and everyone is blamed. Such words delete the agents of these ‘roles’ and ‘forces’—that is, the society and institutions men have created.”

Writers on moral issues frequently do little or no in-the field research. They understand their discipline as a ‘library science’, or they limit their empirical research to institutions that ‘treat’ the problem, rather than also including those persons and individuals who are most immediately affected. (Daniel Callahan, for example, did a comprehensive medical, legal, and ethical analysis of abortion, yet nowhere in his study does he indicate that he spoke extensively with women who were in the process of choosing or had chosen abortions.)¹ It has been my experience that talking with transsexuals themselves, as well as with individuals involved in the study and treatment of transsexualism, especially in their occupational milieu, made a vast difference in what I came to know about transsexualism.” Não creio que entrevistas com envolvidos possam mudar opiniões das pessoas engajadas num estudo. O fato de ter entrevistado transexuais pode apenas ter reforçado suas crenças anti-transexualidade, o que não significa que elas estejam erradas, mas que o estudo etnológico não é ‘o todo’ da questão.

¹ Quem liga para o que homens falam sobre aborto de qualquer maneira??

All this helped form my belief that the issue of transsexualism is basically one of social ontology—that is, an issue of what society allows and encourages its constituency to be.”

it is perhaps imperative that I explain further just what I mean by ontology.” Por favor!

I have therefore chosen to talk about transsexualism as most deeply a question of be-ing,¹ which cannot be separated from the social context that generated the problem to begin with.”

¹ “Because the ontological tradition generated such a static notion of being, modern ethicists have talked about its impossibility for providing a basis for ethics. They have often pointed to the need for a post-metaphysical way. Yet the split between being and becoming is not a necessary one, as Mary Daly has pointed out, and has always seemed rather artificial and imposed as compared to the experience of being and its philosophical intuition in individual lives. Thus Daly speaks about being as be-ing. Be-ing is the initial power of everything, not as static structure, but as the direction of a process.”

There are many questions that people often ask about transsexualism. When was the first transsexual operation performed? Where was it done? How did transsexualism first gain public recognition? What is the cost of the surgery? How, medically speaking, is a person transsexed? What are the legal ramifications of sex conversion surgery? Is it possible to change birth certificates, drivers’ licenses, and the like? Has transsexualism been a phenomenon throughout history?

Transsexual operations have been surgically possible since the early 1930s. The hormonal and surgical techniques, however, were not refined and made public until the early 1950s. Since then, thousands of transsexual operations have been performed both here and abroad. Largely due to the support of individuals such as Harry Benjamin, M.D., and institutions such as the Erickson Educational Foundation and Johns Hopkins, transsexual treatment and surgery has become a legitimate medical area of research and activity. The medical specialties that it calls forth, or more correctly that call it forth, are varied and complex, beginning with hormone therapy and often ending in numerous operative procedures. Just as complicated are the legal intricacies of changing sex on birth certificates, licenses, and other certificates of personhood required to live one’s life. Other legal issues also affect the institutions performing the surgery.” “Historical antecedents are found in certain mythological accounts, initiation rites, and certain modes of eunuchism and castration but, strictly speaking, transsexualism has no historical precedents.” Tirésias, O Adão dos Trans

Christine is a powerful name!

Although Christian Hamburger has been credited with bringing together many of the surgical specialties for the treatment of the transsexual, he was not the first physician to perform transsexual surgery. This title belongs to a German, F.Z. Abraham, who, in 1931, reported the first case of sex-conversion surgery. In the years between 1931-52 sporadic and piecemeal reports of transsexual operations came forth, primarily from Germany and Switzerland. Hamburger, however, seems to have been the first to make use of hormonal castration and to follow up on his patients.”

Casablanca, Istanbul, and countries such as Denmark, Germany, and Switzerland, were the most frequent locations to which transsexuals travelled, provided they could pay the cost and were willing to risk little or no medical follow-up. Today, however, the situation, at least in the United States, is quite different.”

Although reports conflict as to how many transsexual operations have actually been performed in this country and how many persons seek the surgery, figures published in Newsweek magazine on November 22, 1976, indicated that there are about 3,000 transsexuals in the U.S. who have undergone surgery and 10,000 more who view themselves as members of the opposite sex.” “In the spring of 1973, the Erickson Foundation Newsletter reported that only 10% of those individuals who go through evaluation for surgery eventually achieve it.”

In other areas, for example New York City, courts have ruled that transsexual operations are to be included in medical assistance provided by the city and state for persons on welfare. In New Jersey, Medicaid payments have been authorized in some cases. Since federal funds that had been allocated for abortions have recently been withdrawn, feminists are struck by the inequity of this situation. To paraphrase Jimmy Carter, life has been ‘fair’ to transsexuals.”

It is reasonable to speculate that the extreme difficulty I had in finding male transsexuals, plus the scant mention of them in the literature, may be indicative of the fact that there are fewer of them than are claimed.”

male transsexualism may well be a graphic expression of the destruction that sex-role molding has wrought on men. Thus it could be perceived as one of the few outlets for men in a rigidly gender-defined society to opt out of their culturally prescribed roles. Women, on the other hand, since the recent rise of feminism, have been able to confront sex-role oppression on a sociopolitical, as well as personal, level. Thus women have realized that both masculine and feminine identities and roles are traps.” Ambíguo face ao desenvolvimento ulterior da transexualidade. Talvez as mulheres tenham emburrecido (claro, pois a humanidade como um todo emburreceu) nos últimos 40 anos?

Karen Homey reversed Freud’s theory of penis envy calling it womb envy.” E o garoto aprende o que é um útero aos 3 anos de idade? Quando se pensa que é IMPOSSÍVEL piorar Freud…

The same socialization that enables men to objectify women in rape, pornography, and ‘drag’ enables them to objectify their own bodies. In the case of the male transsexual, the penis is seen as a ‘thing’ to be gotten rid of. Female body parts, specifically the female genitalia, are ‘things’ to be acquired.”

Transsexualism is thus the ultimate, and we might even say the logical, conclusion of male possession of women in a patriarchal society. Literally, men here possess women.” Olhe pelo lado bom: o começo do fim do patriarcado…

Objectification is largely accomplished by a process of fragmentation. The fetish is the fragmented part taken away from the whole, or better, the fetish is seen to contain the whole.” Klein, a fetichista da psicanálise.

The four steps are penectomy, castration, plastic reconstruction, and formation of an artificial vagina (vaginoplasty). Some transsexuals have only the first and second steps performed, and indeed, some writers recommend this approach.”

The vagina is constructed by creating a cavity between the prostate and the rectum. An artificial vagina is formed from a skin graft from the thigh and lined with penile and/or scrotal skin. Thus orgasmic sensation is possible. The shape of the artificial vagina is maintained by a mold that is worn continuously for several weeks following surgery. Once healing has occurred, manual dilation or penile insertion 2 or 3 times weekly is necessary to prevent narrowing, which can result through the contraction of scar tissue.” For me this is news!

One of the ill effects of long-term androgen therapy has been attacks of acne. Some observers also report a libido increase that they regard as undesirable and troublesome, but whether or not this is caused by biological or social-psychological influences is debatable. One of the more serious consequences of androgen is that all its effects are not always reversible. If a woman decides to stop hormone treatment, her voice may retain its low pitch and her facial hair may remain.”

The female transsexual patient, perhaps considerably more than the male, feels quite strongly that something is wrong internally. The menses are regarded as loathsome and often are described as being exceedingly painful.”

The removal of ovaries was used to tame deviant women during the 19th and early 20th century rash of sexual surgery. This mode of female castration has now been superseded by hysterectomy. If one regards the male trans as a potential deviant, as a potential lesbian and woman-identified woman, the comparison between these castrated women and male transsexuals is significant.” “A remoção dos ovários foi usada para domesticar mulheres desviantes durante a erupção das primeiras cirurgias sexuais no fim do séc. XIX e começo do séc. XX. No entanto, esse método de castração feminina já foi há muito tempo superado pela histerectomia [extração do útero]. Se se olha o transexual macho como desviante ‘em potencial’, enquanto possível lésbica ou mulher que se identifica com mulheres, a comparação entre essas mulheres castradas de outrora e o transexual homem de hoje torna-se significativa.”

The vagina remains. Phallus construction, when undertaken, begins in conjunction with a hysterectomy. It is technically possible to construct a penis surgically by rotating a tube flap of skin from the left lower quadrant of the abdomen and closing the vaginal orifice. A urinary conduit can be led through such a phallus, so that the constructed penis may be used for urination. However, because of complications, many surgeons have decided against constructing the phallus so it can be used to urinate. Instead, the female urethra is maintained in its existing position beneath the constructed penis. But the new penis lacks sensitivity, and can become erect only through the insertion of certain stiffening material that remains in the penis all the time, or can be put in and out through an opening in its skin.” “Some transsexuals recognize that the phallus will serve little, if any, role in sexual activity, since the technique of creating an erect penis has not been developed. Some female transsexuals, however, do undergo the number of hospitalizations required for phallus construction. They are convinced that the rodlike stiffener, inserted into the skin of the constructed member, can put pressure on the original clitoris (which still remains) during intercourse, making an orgasm possible.”

For the male transsexual, ‘toilet trauma’, as Zelda Suplee calls it, is a particular fear. Public lavatory facilities for men often require the kind of exposure that women do not meet, and this alone increases the female transsexual’s anxiety about phallus construction.”

A case in Argentina ruled that a transsexual’s consent to sex conversion surgery was unnatural, and therefore invalid, and the surgeon became liable in tort for assault”

As Robert Sherwin has stated, there is no law that expressly forbids males to wear female clothing, per se. There are laws that forbid males from doing so for the purposes of defrauding when, for example, one tries to gain illegal entry or attempts to acquire money by such impersonation.”

The causes of transsexualism have been debated for years. Perhaps the earliest commentator was Herodotus. He explained the origin of what he referred to as ‘the Scythian illness’ by resorting to divine causation. Venus, enraged with the plundering of her temple at Ascelos, changed the Scythian males and their posterity into women as her divine punishment for their misdeeds.”

I will demonstrate that while biological and psychological investigations seek different causes, they both utilize the same theoretical model—i.e., both seek causes within the individual and/or interpersonal matrix.” “For example, psychological theories measure a transsexual’s adjustment or nonadjustment to the cultural identity and role of masculinity or femininity.”

There are many reasons I have chosen to do an extensive analysis of Money’s work. First of all, his theories on sex differences have gained wide acceptance, both in academic and lay circles. They have also been widely cited by feminist scholars. No other researcher in this area has developed any comparable body of research. Thus most discussions of sex differences refer to Money’s work as a kind of bible. Second, no one has done a comprehensive analysis and critique of Money’s work, especially as it relates to issues surrounding transsexualism. For example, Money’s much-publicized theory that core gender identity is fixed by the age of 18 months forms one critical basis for the justification of transsexual surgery, and therefore deserves special attention. Finally, inherent in Money’s proclaimed scientific statements about sex differences are many normative and philosophical statements about the natures of women and men. Under the guise of science, he makes normative and prescriptive statements about who women and men are and who they ought to be.”

Compared to earlier theorists, Money appears to be a very astute and careful researcher of gender identity. For example, the earlier, more reductionistic theorists linked anatomy directly to destiny. Straightforward links between hormonal factors and supposed behavioural results were simplistically set forth. In Money, however, the connection between the two is indirect.”

O CHOMSKY DOS ESTUDOS DE GÊNERO: “The interaction of biological and social factors is explained by using the concept of a program and by comparing that program to the development of native language. There are certain parts of the program that exert a determining influence, particularly in the prenatal period, and leave a permanent imprint. These are hormonal influences that act on the brain to set up supposed neural pathways to receive postnatal, social, gender identity signals.”

Is science, in John Money, reducible to hidden pseudo-metaphysical statements about the nature and behavior of men and women?”

Their causal explanation of tomboyism is grounded in fetal hormonal activity:

The most likely hypothesis to explain the various features of tomboyism in fetally masculinized genetic females is that their tomboyism is a sequel to a masculinizing effect on the fetal brain. This masculinization may apply specifically to pathways, most probably in the limbic system or paleocortex, that mediate dominance assertion (possibly in association with assertion of exploratory and territorial rights) and, therefore, manifests itself in competitive energy expenditure.”

For the little it is worth as commentary on Adam’s Rib, it is the female sex that is primal. The early embryo is female until the 5th or 6th week of fetal life. A testicular inductor substance must be generated at this point to suppress the growth of ovaries. No ovarian inductor is required for female differentiation because all mammalian embryos of either genetic sex have the innate capacity for femaleness. Eve and not Adam appears to have been the primeval human that God had in mind.”

Thus initial embryonic female differentiation is so powerful that even without the presence of female hormones, female internal and external sex structure will result whether in an XX or XY genotype. Furthermore, as Eileen van Tassell has pointed out, the male needs the X chromosome in order to survive. There is no YO chromosomal anomaly. The female, however, does not need a second X, and XO females have been born and survived.”

The genital anatomic fact is that, embryologically speaking, the penis is a masculinized clitoris; the neurophysiological fact is that the male brain is an androgenized female brain.” Robert Stoller

To advocate a flexibility within the range of stereotypes, yet not do away with the stereotypes completely, is similar to giving a woman whose feet have been bound and mutilated crutches or a chair to be carried in, yet not the ability to completely and freely move about.”

Would Money assert that if ‘society’ has driven racist attitudes into the ‘core’ of one’s identity, it has no right to expect that one should drive them out?”

This is an incredible piece of sexist advice, advocating some of the worst aspects of sexual stereotypes. Why should a 5-year-old girl be encouraged to rehearse ‘flirtatious coquetry’ with her father while her mother stands on the sidelines permitting such behavior within suitable ‘limits of rivalry’?”

I believe that the first cause, that which sets other causes of transsexualism in motion (such as family stereotypes and interactions), is a patriarchal society, which generates norms of masculinity and femininity.”

Stoller attributes male transsexualism to a classic mother-child relationship that occurs within the context of a disturbed marriage.”

As Kando summarizes, ‘transsexuals are reactionary, moving back toward the core-culture rather than away from it. They are the Uncle Toms of the sexual revolution. With these individuals, the dialectic of social change comes full circle and the position of greatest deviance becomes that of greatest conformity’

Why women tend to be less tolerant of the transsexual phenomenon is an interesting question. It is my belief that this is because more women than men perceive the destructiveness that is inherent in sex-conversion procedures.”

Henry Guze’s insight may be of some interest here. He notes that the female transsexual in some ways puts masculinity on a pedestal. In doing so, he responds as if he were unworthy of this esteemed role. Since he feels he does not really fit the cultured concept of a male, a concept he fears but also loves and admires, he must be a female. I would add to this that he must be a female in order to participate in what is basically a male, heterosexual culture, and that sex-conversion surgery is his only entrance into this world that he basically loves and admires but doesn’t totally fit into as a man. This also explains his repugnance against homosexuality, which would prohibit his fitting into the ‘straight’ world.”

The recent debate and divisiveness that the transsexual lesbian-feminist has produced within feminist circles has convinced me that, while lesbian-feminists may be a small percentage of transsexuals, the issue needs an in-depth discussion among feminists. (…) Because the oral and written debate concerning the transsexual lesbian-feminist seems to be increasing out of proportion to their actual numbers, I think that feminists ought to consider seriously the amount of energy and space we wish to give to this discussion. However, if any space should be devoted to this issue, it is in a book that purports to be a feminist analysis of transsexualism.”

Transsexual lesbian-feminists show yet another face of patriarchy. As the female transsexual exhibits the attempt to possess women in a bodily sense while acting out the images into which men have molded women, the female who claims to be a lesbian-feminist attempts to possess women at a deeper level, this time under the guise of challenging rather than conforming to the role and behavior of stereotyped femininity.”

All men and male-defined realities are not blatantly macho or masculinist. Many indeed are gentle, nurturing, feeling, and sensitive, which, of course, have been the more positive qualities that are associated with stereotypical femininity. In the same way that the so-called androgynous man assumes for himself the role of femininity, the transsexual lesbian-feminist assumes for herself the role and behavior of feminist. (…) they lure women into believing that they are truly one of us—this time not only one in behavior but one in spirit and conviction.”

It is not accidental that most female transsexuals who claim to be feminists also claim to be lesbian-feminists.” “Lesbian-feminists have spent a great deal of energy in attempting to communicate that the self-definition of lesbian, informed by feminism, is much more than just a sexual choice. It is a total perspective on life in a patriarchal society representing a primal commitment to women on all levels of existence and challenging the bulwark of a sexist society—that is, heterosexism. Thus it is not a mere sexual alternative to men, which is characterized simply by sexually relating to women instead of men, but a way of being in the world that challenges the male possession of women at perhaps its most intimate and sensitive level. In assuming the identity of lesbian-feminist, then, doesn’t the transsexual renounce patriarchal definitions of selfhood and choose to fight sexism on a most fundamental level?”

If, as I have noted earlier, femininity and masculinity are different sides of the same coin, thus making it quite understandable how one could flip from one to the other, then it is important to understand that the transsexual lesbian-feminist, while not exhibiting a feminine identity and role, still exhibits its obverse side—stereotypical masculinity.”

One of the definitions of male, as related in Webster’s, is ‘designed for fitting into a corresponding hollow part.’ This, of course, means much more than the literal signification of heterosexual intercourse. It can be taken to mean that men have been very adept at penetrating all of women’s ‘hollow’ spaces, at filling up the gaps, and of sliding into the interstices.”

I feel raped when Olivia passes off Sandy, a transsexual, as a real woman. After all his male privilege, is he going to cash in on lesbian feminist culture too?”

The question of deception must also be raised in the context of how transsexuals who claim to be lesbian-feminists obtained surgery in the first place. Since all transsexuals have to ‘pass’ as feminine in order to qualify for surgery, so-called lesbian-feminist transsexuals either had to lie to the therapists and doctors, or they had a conversion experience after surgery.”

Deception reaches a tragic point for all concerned if transsexuals become lesbian-feminists because they regret what they have done and cannot back off from the effects of irreversible surgery (castration). Thus they revert to masculinity (but not male body) by becoming the man within the woman, and more, within the women’s community, getting back their maleness in a most insidious way by seducing the spirits and the sexuality of women who do not relate to men.”

Transsexuals merely cut off the most obvious means of invading women so that they seem non-invasive.”

There is a long tradition of eunuchs who were used by rulers, heads of state, and magistrates as keepers of women. Eunuchs were supervisors of the harem in Islam and wardens of women’s apartments in many royal households. In fact, the word eunuch, from the Greek eunouchos, literally means ‘keeper of the bed’. Eunuchs were men that other more powerful men used to keep their women in place. By fulfilling this role, eunuchs also succeeded in winning the confidence of the ruler and securing important and influential positions.”

In Mesopotamia, many eunuchs became royal officers and managers of palaces, and ‘others emerge on the pages of history as important and often virile figures’. Some were famous warriors and statesmen, as well as scholars. One finds eunuchs associated with temples dedicated to the goddesses from at least 2000 B.C. until well into the Roman period. In fact the earliest mention of eunuchs is in connection with the Minoan civilization of Crete, which was a transitional period from an earlier gynocentric society. It thus appears that eunuchs, to some extent, always attached themselves to women’s spaces and, most frequently, were used to supervise women’s freedom of movement and to harness women’s self-centeredness and self-government. It is stated that entree into every political circle was possible for eunuchs even if barred to other men.”

Will the acceptance of transsexual lesbian-feminists who have lost only their outward appendages of physical masculinity lead to the containment and control of lesbian-feminists? Will every lesbian-feminist space become a harem?”

Eve was born of Adam; Dionysus and Athena were born of Zeus; and Jesus was generated by God the Father in his godly birth. (Mary was a mere receptacle used to conform Jesus to earthly birth standards.)”

Men, of course, invented the feminine, and in this sense it could be said that all women who conform to this invention are transsexuals, fashioned according to man’s image. Lesbian-feminists exist apart from man’s inventiveness, and the political and personal ideals of lesbian-feminism have constituted a complete rebellion against the man-made invention of woman, and a context in which women begin to create ourselves in our own image.”

In the most popular version of the myth, Semele, the mother of Dionysus while pregnant with him, is struck by Zeus with a thunderbolt and is thus consumed. Hermes saves the 6-month fetal Dionysus, sews him up in Zeus’s thigh, and after 3 more months, Zeus ‘births’ him. Thus Zeus exterminates the woman and bears his own son, and we have single-parent fatherhood (read motherhood). Moreover, Jane Harrison has pointed out that <the word Dionysus means not ‘son of Zeus’ but rather Zeus-Young Man, i.e., Zeus in his young form>. Thus Dionysus is his own father (read mother) and births himself into existence.

Whether we are talking about being born of the father, or the self (son), which in the myth are one and the same person (as in the Christian trinity), we are still talking about male mothering. At this level of analysis, it might seem that what men really envy is women’s biological ability to procreate.”

Most often, lesbian existence is simply not acknowledged, as evidenced in the laws against homosexuality, which legislate against male homosexuals, but not lesbians. It has been simply assumed that all women relate to men, and that women need men to survive. Furthermore, the mere labeling of a woman as ‘lesbian’ has been enough to keep lesbian living harnessed or, at best, in the closet.”

While the super-masculine Apollo overtly oppresses with his contrived boundaries, the feminine Dionysus blurs the senses, seduces, confuses his victims—drugging them into complicity, offering them his ‘heart’ as a love potion that poisons.”

such liberalism is repressive, and that it can only favor and fortify the possession of women by men.”

We have seen 3 reasons why lesbian-feminists are seduced into accepting transsexuals: liberalism, gratitude, and naiveté. There is yet another reason—one that can be perhaps best described as the last remnants of male identification.” “one way of avoiding that feared label [man-hater], and of allowing one’s self to accept men, is to accept those men who have given up the supposed ultimate possession of manhood in a patriarchal society by self-castration.”

How many women students writing on such a feeble feminist topic as ‘Should Women Be Truck Drivers, Engineers, Steam Shovel Operators?’ have had their male professor scribble in the margins: But what are the real differences between men and women? Transsexuals, and transsexual lesbian-feminists, drag us back to answering such old questions by asking them in a new way. And thus feminists debate and divide because we keep focusing on patriarchal questions of who is a woman” “We know that we are women who are born with female chromosomes and anatomy, and that whether or not we were socialized to be so-called normal women, patriarchy has treated and will treat us like women. Transsexuals have not had this same history.”

Although popular literature on transsexualism implies that Nature has made mistakes with transsexuals, it is really society that has made the mistake by producing conditions that create the transsexual body/mind split.”

Should non-transsexual men who wish to fight sexism take on the identity of women and/or lesbian-feminists while keeping their male anatomy intact? Why should castrated men take on these identities and self-definitions and be applauded for doing so? To what extent would concerned blacks accept whites who had undergone medicalized changes in skin color and, in the process, claimed that they had not only a black body but a black soul?”

Transsexuals would be more honest if they dealt with their specific form of gender agony that inclines them to want a transsexual operation. This gender agony proceeds from the chromosomal fact of being born XY and wishing that one were born XX, and from the particular life history that produced such distress. The place to deal with that problem, however, is not the women’s community. The place to confront and solve it is among transsexuals themselves.”

One transsexual openly expressed that he felt female transsexuals surpassed genetic women.”

Genetic women are becoming quite obsolete, which is obvious, and the future belongs to transsexual women. We know this, and perhaps some of you suspect it. All you have left is your ‘ability’ to bear children, and in a world which will groan to feed 6 billion by the year 2000, that’s a negative asset”

Transsexual lesbian-feminists challenge women’s preserves of autonomous existence. Their existence within the women’s community basically attests to the ethic that women should not live without men—or without the ‘reconstructed man’. How feminists assess and meet this challenge will affect the future of our genuine movement, self-definition, and power of being.”

Recently, male photographers have entered the book market by portraying pseudolesbians in all sorts of positions, clothing, and contexts that could only be fantasized by a male mind. In short, the manner in which women are depicted in these photographs mimics the poses of men pawing women. Men produce ‘lesbian’ love the way they want it to be and according to their own canons of what they think it should be.”

The Transsexual Empire is ultimately a medical empire, based on a patriarchal medical model. This medical model has provided a ‘sacred canopy’ of legitimations for transsexual treatment and surgery.” “From time to time there are ‘in-house’ debates about certain elements of the model, but on the whole, it functions at an established and consistent level of orthodoxy. (I use the term medical model to mean an ideology that stresses: freedom from physical or mental pain or disease; the location of physical or mental problems within the individual or interpersonal context; an approach to human conflicts from a diagnostic and disease perspective to be solved by specialized technical and professional experts.)”

Since the 19th century, especially, problems of alienation have been individualized. With the advent of Freudian psychoanalysis, which was later incorporated into medical psychiatry, ‘health’ values began to take the place of ethical values of choice, freedom, and understanding.”

The medical model has gradually yet consistently treated problems of social alienation in the therapy of closed rooms, and more recently in the small group counselling sessions of family clinics and community mental health centers. Ernest Becker has contended that initially, ‘the psychoanalytic cure began its work by focusing on the individual; now, it is broadening out to the study and therapy of the family’.”

Many persons express the urgency of their desire to be transsexed in terms of ‘normalizing’ their self-perceived masculine or feminine psyche in a male or female body. The abhorrence of homosexuality, expressed by many transsexuals, and their unwillingness to be identified as such, indicate their desire to ‘normalize’ their sexual relationships as heterosexual by acquiring the appropriate genitalia. (…) Thus the transsexual is generally no advocate of social criticism and change.”

Health values are all of a piece again with our philosophy of adjustment, spurious individualism, and unashamed and thoughtless self-seeking.”

All of us are in some way constricted by sex-role socialization. One way of viewing transsexuals is that they are uniquely constricted by the rigidified definitions of masculinity and femininity.”

Until the problems that psychiatry has claimed for itself are broadened into a general criticism of patriarchal society, transsexualism will not be understood as a medical manipulation of social and individual action and meanings. Meanwhile, the medical model and its empire continue to domesticate the revolutionary potential of transsexuals. The potential stance of the transsexual as outsider to the conventional roles of masculinity and femininity is short-circuited. (…) Thus be-ing is reduced to well-being (therapy).”

Thomas Szasz has noted that the conquest of human existence by the mental-health professions started with the identification and classification of so-called mental illnesses, and has culminated in our day with the claim that ‘all of life is a psychiatric problem for behavioural science to solve’.” “Indeed, Szasz contends that the ‘mandate’ of the contemporary psychiatrist is precisely ‘to obscure’, and moreover ‘to deny’ the ethical dilemmas of life, and to transform these into medical and technical problems susceptible to their solutions.”

De-ethicization, of course, is defended in the name of scientific knowledge and neutrality. However, neutrality is a myth and the politics of diagnosis and therapy remain. So too do the philosophical-ethical dimensions of the psychological craft. Under the guise of science, psychological explanations often include value judgments. For example, when John Money and Patricia Tucker assert: ‘Once a sex distinction has worked or been pressured into the nuclear core of your gender schema, to dislodge it is to threaten you as an individual with destruction’, they are using popularized pseudoscientific language where the ‘oughts’ have been deleted, yet where they permeate the sentence. Thus the reader translates: ‘Once a sex distinction has worked or been pressured into the nuclear core of your gender schema, one should not dislodge it, else the individual is threatened with destruction.’ One might also ask here, destruction by whom? by what? Once more, the agent is deleted.”

Fetishization, for example, is one explanation why law-enforcement officials in our society are so obsessed with issues of traffic violations, marijuana, and the like, but cannot cope with the much more serious problems of rape and murder.”

Interestingly, these photographs seldom show the whole person. With a zoom lens effect, they center upon the breasts or phallus. Thus the photographs themselves illustrate the fetishizing of transsexualism. The medical-surgical solution begins to assert control in the narrow area of the chemical and surgical specialties. Attention becomes focused upon constructing the vagina, for example, in as aesthetic a way as possible.”

In the 19th century, clitoridectomy for girls and women, and to a lesser extent, circumcision for boys were accepted methods of treatment for masturbation and other so-called sexual disorders. In the 1930s, Egas Moniz, a Portuguese physician, received the Nobel Prize for his ‘ground-breaking work’ on lobotomies. Moniz operated on state mental hospital inmates, using lobotomy for everything from depression to aggression. The new terminology for brain surgery of this nature today is psychosurgery, which its proponents have attempted to disassociate from the cruder procedures of Moniz and others by pointing to its more ‘refined’ surgical techniques. But call it lobotomy or psychosurgery, surgeons continue to intrude upon human brains on the basis of tenuous localization theories that supposedly pinpoint the area of the brain where the ‘undesirable’ behavior can be found and excised.”

Reinforcement is a key-word for behaviorists. One of the central claims of B.F. Skinner is that the immediacy of reinforcement is what shapes successive behavior in all ‘learning animals’. Skinner differs from classical conditioning theorists (e.g., Pavlov) in saying that behaviour is shaped by what follows it rather than by what precedes it. In the past, most psychologists of this persuasion had assumed that new attitudes were necessary to develop new behavior. Skinner turned this around and said that new attitudes follow or accompany changed behavior.” “Thus transsexual counseling and clinics sire very good examples of Skinner’s ‘operant conditioning’ philosophy: the controller, using a series of carefully planned schedules of positive and/or negative reinforcements (shortening or lengthening the ‘passing’ time) brings about desired responses (stereotypical behavior) from the transsexual. However, the most significant point in Skinner’s philosophy is that the controller will exert hardly any control, because the controlled will control themselves voluntarily. Coercion, in the traditional sense, will not have to be employed.”

To use another example: Many oppressed people use heroin to make life tolerable in intolerable conditions. Heroin usage is a highly effective yet dangerous treatment for dissatisfaction and despair. Recently, for example, black leaders have drawn attention to heroin as a pacifier of black people. As Jesse Jackson has phrased it: ‘We have come from the southern rope to the northern dope.’ In a strict sense, one cannot say that the drug is forced upon its users. Indeed they seek it eagerly. But in the long run, the willing use of the drug strengthens the position of the oppressors and the oppressed. The contentment and euphoria produced by the drug diffuses the militancy, or potential militancy, of the user. Thus heroin is a tool of behavior control and modification.”

It may be that the general population resists the idea of seeing emotional coercion in the same terms as physical coercion because it threatens basic beliefs about man’s autonomy, because one likes to think of himself as a logical individual under the control of intellect rather than emotion.”

Presently, the controllers are the gender identity clinics and the transsexual experts who staff them. It is not far-fetched to conceive of a ‘gender identity business’, as such institutions proliferate, functioning as centers of social control. We now have violence control centers, such as Vacaville, which, in the words of its main organizer, has been designed to focus on the ‘pathologically violent individual’ and is aimed at ‘altering undesirable behavior’.”

Furthermore, we can safely predict, on the basis of past and present CIA and FBI activities, that if gender identity facilities became government controlled, some gender modification activities would be reported while others would be repressed from public view; only those offering a therapeutic rationale would be revealed. Moreover, such controllers and centers for control (such as Johns Hopkins and UCLA) would continue to have a very specific philosophy about what women and men should be, how they should act, and what functions they should perform in society. In fact, gender identity clinic research and treatment has already been funded by grants from the National Institute of Mental Health and other government-affiliated funding sources. All this is happening, and will continue to happen, of course, in the name of science and therapy, and with the denial that any social engineering is taking place. Here we have institutional sexism at its most functional capacity.

A dystopian perspective, some will say, but such perspectives have a way of highlighting present and future reality by daring to predict what most persons do not, or choose not to, perceive.”

Individuals undergo psychosurgery giving ‘informed consent’; parents, on advice of school administrators and physicians, sign ‘informed consent’ papers to have Ritalin administered to their children in public-school centers; women ‘consentingly’ undergo unnecessary hysterectomies for prophylactic reasons such as the vague ‘threat’ of uterine cancer (imagine a prophylactic penectomy!)”

If behaviorist philosophers such as B.F. Skinner are right, and behaviorist technicians such as José Delgado remains active, then future social controllers can replace control-through-torture with control-through-pleasure. What is becoming possible with Delgado’s electronic brain stimulation (ESB) is also becoming possible with transsexual surgery.”

Electrodes were implanted in her right temporal lobe and upon stimulation of a contact located in the superior part about 30mm below the surface, the patient reported a pleasant tingling sensation in the left side of her body ‘from my face down to the bottom of my legs.’ She started giggling and making funny comments, stating that she enjoyed the sensation ‘very much’. Repetition of these stimulations made the patient more communicative and flirtatious, and she ended by openly expressing her desire to marry the therapist. . . . The second patient expressed her fondness for the therapist (who was new to her), kissed his hands, and talked about her immense gratitude for what was being done for her.” Delgado

transsexuals are volunteering for surgery that they hope will relieve their sex role ‘dis-ease’ of gender dissatisfaction and dysphoria. But there is no evidence to prove that transsexual surgery ‘cures’ what is basically a problem of transcendence.”

Imagine what would happen if a male child pill became freely available throughout the world through the World Health Organization. Even in developed countries there is surprising prejudice among ordinary people in favour of having male children; among most African, Asian, Central and South American peoples, this prejudice amounts to almost an obsession. Countless millions of people would leap at the opportunity to breed male: no compulsion or even propaganda would be needed to encourage its use, only evidence of success by example. . . . I hope, incidentally, that it is obvious why I specified a ‘man child’ pill; one selecting for females would not work.” John Postgate

Women’s right to work, even to travel alone freely, would probably be forgotten transiently.

Polyandry might well become accepted in some societies; some might treat their women as queen ants, others as rewards for the most outstanding (or most determined) males. . . . Whether the world would come to resemble a giant boy’s public school or a huge male prison is difficult to predict.”

Transsexual surgery is professedly done to promote the individual transsexual’s right of synchronizing body and mind. Yet what society ‘gains’ is a role conformist person who reinforces sex roles.”

Medical civilization teaches that suffering is unnecessary, because pain can be technically eliminated. . . . The subject is better understood when the social situation in which pain occurs is included in the explanation of pain.” Ivan Illich, filho, com certeza, de pais letrados e de bom gosto!

What has been scarcely noted in many commentaries on transsexualism is the immense amount of physical pain that the surgery entails. Generally, this fact is totally minimized. Most postoperative transsexuals interviewed seldom commented on the amount of physical pain connected with their surgery. Are we to suppose no pain is involved? Anyone who has the slightest degree of medical knowledge knows that penectomies, mastectomies, hysterectomies, vaginoplasties, mammoplasties, and the like cannot be painless for those who undergo them. There is also the pain of anxiety about possible consequences of surgery such as cancer or faulty healing. It seems that the silence regarding physical pain, on the part of the transsexual, can be explained only by an attitude of masochism, where one of the key elements of the transsexual order is indeed the denial not only of self but of physical pain to the point ‘where it may actually be subjectively pleasurable’, or at least subjectively negligible. At least one medical team has recognized this, although in muted and partial form.”

The sadomasochist is someone who has trouble believing in the validity and sanctity of people’s insides—their spirit, personality, or self. These insides could be his own or others’; if they are his own he tends to be masochistic, if they are others’ he tends to be called a sadist” Becker

Transvestism, for them, is too superficial and does not provide the bite or the painful experience of true conversion.” Yea, go on through some ordeal, then you have truly lived!

Learning from the Nazi Experience. Much of the literature on medical experimentation has focused on the various captive populations of prisoners and mental patients, but the most notorious example of unethical medical experimentation on a captive population is the Nazi concentration camps. The example of the Nazi camps has often been cited in ethical arguments that attempt to sensationalize and disparage opposing views. Furthermore, ethicists especially have used these experiments to throw sand in people’s eyes about such issues as abortion and euthanasia, and to create ethical arguments based on a kind of domino theory. In mentioning the Nazi experiments, it is not my purpose to directly compare transsexual surgery to what went on in the camps but rather to demonstrate that much of what did go on there can be of value in surveying the ethics of transsexualism.”

A ‘FITA’ DO CAPÍTULO NEGRO: “In fact, one of the first comprehensive codes of medical ethics, specifically dealing with the ethics of experimentation, emerged from the Nuremberg trials in the wake of the famous ‘Doctors Trial’ or, as it is sometimes called, the ‘Trial of the Twenty-Three’. The Nazi medical experiments read like a series of horror stories. The experiments were quite varied. High-altitude tests were done on prisoners to observe the point at which they stopped breathing. Inmates of the camps were subjected to freezing experiments to observe the changes that take place in a person during this kind of slow death, and also to determine the point of no return. Experiments in bone-grafting and injections with lethal viruses were commonplace. The much-publicized sterilization experiments were carried out on a massive scale at several camps, primarily by radiation and surgical means, for the purpose of seeing how many sterilizations could be performed in the least amount of time and most ‘economically’ (thus anaesthesia was not used). However, the point of all this background is not merely to recite a list of atrocities, but to highlight several points that apply to the situation of transsexualism.”

The activities of the Nazi physicians . . . were, unfortunately, not the aberrations of a holy healing profession imposed upon it by the terrors of a totalitarian regime, but, on the contrary, were the characteristic, albeit exaggerated, expressions of the medical profession’s traditional functions as instruments of social control.” Szasz

ABOMINÁVEL MUNDO VELHO

Today especially, it is no longer the alliance of church and state that should be feared, that is, theocracy, but rather the alliance between medicine and the state, that is, pharmacracy.¹”

¹ “Inasmuch as we have words to describe medicine as a healing art, but have none to describe it as a method of social control or political rule, we must first give it a name. I propose that we call it pharmacracy, from the Greek roots pharmakon, for ‘medicine’ or ‘drug’ and kratein, for ‘to rule’ or ‘to control’. . . . As theocracy is rule by God or priests, and democracy is rule by the people or the majority, so pharmacracy is rule by medicine or physicians.” Szasz, Ceremonial Chemistry

What we are witnessing in the transsexual context is a science at the service of a patriarchal ideology of sex-role conformity in the same way that breeding for blond hair and blue eyes became a so-called science at the service of Nordic racial conformity.”

One must remember that many of the Nazi physicians whose experiments were the most brutal refused to recognize in the end that they had done wrong. Dr. Karl Brandt, for example, during his trial at Nuremberg, offered his living body for medical experiments like those he had conducted. Before Brandt met his death at the side of the gallows, he made a final speech, which included these words: ‘It is no shame to stand on this scaffold. I served my Fatherland as others before me.’

it is significant that the first physician on record to perform sex-conversion surgery was a German by the name of F.Z. Abraham, who reported the first case in 1931. Furthermore, Benjamin relates that the Institute of Sexual Science in Berlin did much work on transvestism (and probably transsexualism before it was named such) under the leadership of Dr. Magnus Hirschfeld. Benjamin states that it had a ‘famous and rich museum, clinic, and lecture hall’. In 1933, he says, it was destroyed by the Nazis because, ‘The Institute’s confidential files were said to have contained too many data on prominent Nazis, former patients of Hirschfeld, to allow the constant threat of discovery to persist’. Benjamin visited Hirschfeld and his Institute many times during the 1920s.”

I met another boy whom the scientists of Auschwitz, after several operations, had successfully turned into a woman. He was then 13 years old. After the war, a complicated operation was performed on him in a West German clinic. The doctors restored the man’s physical masculinity, but they couldn’t give back his emotional equilibrium.”

By this comparison, I do not mean to exploit the very real difference between a conditioned ‘voluntary’ medical procedure performed on adult transsexuals and the deliberate sadism performed on unwilling bodies and minds in the camps. However, it is important to understand that some transsexual research and technology may well have been initiated and developed in the camps and that, in the past, as well as now, surgery was not performed for the present professed goal of therapy, but to accumulate medical knowledge.”

There is a crucial distinction between integration and integrity. Briefly, integration means putting together a combination of parts in order to achieve completeness or wholeness. In contrast, the word integrity means an original wholeness from which no part can be taken away. It is my contention that, in a deep philosophical sense, transsexual therapy and treatment have encouraged integration solutions rather than helping individuals to realize an integrity of be-ing. In its emphasis on integration, much of the recent psychological, medical, and medical-ethical literature on transsexualism, and the solutions they propose, resemble theories of androgyny. In many ways, contemporary transsexual treatment is a modem version of medieval, androgynous alchemy where stereotypical femininity is integrated with a male genotype to produce a transsexually constructed woman. As alchemy treated the qualitative as quantitative in its attempts to isolate vital forces of the universe within its laboratories of matter, transsexual treatment does the same by reducing the quest for the vital forces of selfhood to the artifacts of hormones and surgical appendages. Transsexualism is comparable to the theme of androgyny that represents biological hermaphroditism, because ultimately the transsexual becomes a surgically constructed androgyne, and thus a synthetic hybrid. Furthermore, the transsexual also becomes a sex-stereotyped hermaphrodite, often unwittingly displaying his former masculine gestures, behavior, and style while attempting to conform to his new feminine role.”

The first drafts of this chapter were entitled An Ethic of Androgyny. But as I examined the androgynous tradition and its uses in recent literature, problems of etymology, history, and philosophy arose that were not evident at first glance. These necessitated the choice of a different ethical vision, which I have called integrity.”

Until those contemplating transsexual surgery come to realize that such a step does nothing to promote this integrity on both a personal and social level, they will continue to settle for many of the false and partial modes of androgynous integration.”

For an extensive and specific delineation of the androgynous tradition in theology and philosophy, from its prepatriarchal origins, through Plato, the Midrashim, the Gnostics, and others, up through nineteenth-century French philosophy and social theory, see: Janice G. Raymond, ‘Transsexualism: An Etiological and Ethical Analysis’ (Unpublished Ph.D. dissertation, Boston College, 1977).”

Maleness and femaleness were perceived as divisions resulting from the Fall and not originally intended to be part of primordial personhood. Thus, for example, Adam in the Garden of Eden is represented as originally combining and/or transcending maleness and femaleness. Such androgynous notions are present in the rabbinic commentaries on Genesis, in the Gnostics, in the Jewish Cabala, and in John Scotus Erigena. In this same context, androgyny became a salvation or reunification theme, bringing divided personhood, maleness and femaleness, back into its original and divinely intended unity of either biological bisexuality or asexuality.”

Many writers see Jesus as the unique bearer of androgynous humanity. This conception of Jesus, implicit in some of the Gnostic literature, is developed by Erigena in his portrayal of the Resurrected Jesus, and reaches its apex in Jacob Böhme.”

Although the primal Adam is written about as androgynous or hermaphroditic, one is still left with the impression that the original human was more male than female.” “Thus the male portion of androgyny remains steady and constant, while the female is the wayward, unsteady half. In the Gnostics, moreover, the female must make herself male before a salvific androgyny can be reached.”

In Plato, androgyny is mixed with misogyny to support male homosexuality which is regarded as the superior form of love.”

In no writing on androgyny is the male exhorted to make himself female before he can become androgynous.”

Beginning with Auguste Comte and up to the Saint-Simonians, androgyny comes to symbolize human progress, universal unity, and the removal of social oppression, especially that of female and class oppression.”

The word androgyny is formed from integrating the Greek aner and gyne (with the male classically coming first).” “Nor would the term gynandry be adequate. Although the female root of the word comes first, the primary image is still one of the sexual sphinx.”

For every woman who makes herself male will enter the Kingdom of Heaven.”

Unfortunately even the brilliant Virginia Woolf had a similar notion of androgyny in A Room of One’s Own.”

Perhaps with the overcoming of women’s oppression, the woman in man will be allowed to emerge.” Betty Rozsak

One would not put master and slave language or imagery together to define a free person.”

As models for the ‘new androgyny’, James Nolan gives us ‘pansexual rock images’ of David Bowie, Janis Joplin, Mick Jagger, and Bette Midler.”

Here we have the ultimate co-optation of the Women’s Movement—an ‘adolescent stage’ that we have already passed through. Androgyny becomes the great leap forward, a synonym for an easily accessible human liberation that turns out to be sexual liberation—a state of being that men can enter as easily as women through the ‘cheap grace’ of the ‘wider’ countercultural revolution. What androgyny comes to mean here, in fact, is sexual revolution, phrased in the language of The Third Sex. Sex (fucking), not power, becomes the false foundation of liberation.”

Integrity gives us a warrant for laying claim to a wholeness that is rightfully ours to begin with and that centuries of patriarchal socialization to sex roles and stereotyping have eroded.” “The real mytho-historical memory may have been that of an original psychosocial integrity where men were not masculine, nor women feminine, and where these definitions and prescribed norms of personhood did not exist.”

Initially, Rachel Carson demonstrated that chemical pesticides were disastrous to the planet. Barry Commoner followed by showing how so-called technological ‘advances’ have debilitated our ecosystems, because everything is related to everything else. In a similar manner, evidence is beginning to prove that hormone treatment and surgery are destructive intrusions of the total ‘bio-ecosystems’ of transsexuals.”

Transsexuals often betray this socially constructed hermaphroditism.”

As Ivan Illich has pointed out, anyone who ‘becomes dependent on the management of his intimacy. . . renounces his autonomy, and his health must decline.’

Transsexual surgery turns into an antisocial activity that promotes the worst aspects of a patriarchal society by encouraging adaptation to its sex roles.”

The transsexual odyssey can be viewed as a quest for transcendence, an effort to go beyond the limits of the self (symbolized by the acquisition of a new body). But from the perspective of transcendence, transsexualism’s greatest weakness is its deflection of the ‘courage to be’, and its short-circuiting of existential risk, creativity, world-building, and social healing—all of which are elements of genuine transcendence.”

There is no doubt that selfhood presupposes embodiment and that our bodies cannot be ignored in any authentic development of selfhood. However, even many persons who have been wracked with severe physical pain or deformed by natural or imposed crippling agents have been able to transcend these conditions.”

Transsexuals move totally in the realm of the body while thinking that they are transcending the body. To use Daly’s terminology, they are ‘possessed’ by their bodies and cannot confront and transcend that possession.”

We might say that the body is part of the creative ground of existence, but we are not bound by that structure in the full creative sense.”

In a thousand subtle ways, the reassignee has the bitter experience that he is not—and never will be—a real girl but is, at best, a convincing simulated female. Such an adjustment cannot compensate for the tragedy of having lost all chance to be male and of having, in the final analysis, no way to be really female.”

To encourage would-be transsexuals to hand over their bodies to the transsexual empire hardly seems to be an adequate or genuinely sensitive response to the questions that transsexualism raises. Those who advocate medicalized transsexualism as the answer to a desperate emergency situation of profound sex-role agony only serve, in my opinion, to prolong the emergency. They seem sensitive only to Band-Aid solutions that ultimately help to make more medicalized victims and to enhance the power of the medical empire.”

Any woman who has experienced the agony of sex-role oppression in a patriarchal society is hardly insensitive to the suffering that transsexuals experience.”

Isn’t it possible for persons who desire sex-conversion surgery, and who have also experienced sex-role oppression and dissatisfaction with their bodies, to band together around their own unique form of gender agony—especially those who claim to have a deep commitment to feminism? Many will say that this is too much to ask of transsexuals. Yet it is no more than women have asked of ourselves—those who have taken feminism seriously and have tried to live unfettered by gender in a gender-defined society.

This book will, no doubt, be dismissed by many transsexuals and transsexual advocates as intolerant. Tolerance, however, can easily become repressive, as Marcuse has pointed out. It is often a variation on the ‘poverty of liberalism’, functioning as sympathy for the oppressed.”

those who take a critical position will be subjected to accusations of dogmatism and intolerance, when in fact those who are unwilling to take a stand are exercising the dogmatism of openness at any cost. This time, the cost of openness is the solidification of the medical empire and the multiplying of medical victims. Those who advocate tolerance of medicalized transsexualism are expressing a false sympathy which, in both the immediate and ultimate context, can only facilitate and fortify the possession of women by men.”

When tolerance serves mainly to protect the fabric by which a sexist society is held together, then it neutralizes values. It is important to help break the concreteness of oppression by showing its theoretical inconsistencies and by stretching minds to think about solutions that only appear to be sensitive and sympathetic.”

Marcuse, in his essay Repressive Tolerance, has written:

The political locus of tolerance has changed: while it is more or less quietly and constitutionally withdrawn from the opposition, it is made compulsory behavior with respect to established policies. Tolerance is turned from an active into a passive state, from practice to non-practice. . . . It is the people who tolerate the government, which, in turn, tolerates opposition within the framework determined by the constituted authorities.”

Many feminists are opposed to transsexualism. Yet that opposition, having moved outside the limits of tolerance set up by the medical authorities, will often be decried as intolerant. What is happening here is a fundamental reversal.”

Does a moral mandate, however, necessitate that transsexualism be legally mandated out of existence? What is the relationship between law and morality, in the realm of transsexualism? While there are many who feel that morality must be built into law, I believe that the elimination of transsexualism is not best achieved by legislation prohibiting transsexual treatment and surgery but rather by legislation that limits it—and by other legislation that lessens the support given to sex-role stereotyping, which generated the problem to begin with.”

Cultural iatrogenesis . . . consists in the paralysis of healthy responses to suffering, impairment, and death. It occurs when people accept health management designed on the engineering model, when they conspire in an attempt to produce, as if it were a commodity, something called ‘better health’. This inevitably results in the managed maintenance of life on high levels of sub-lethal illness.” Illich

In the early stages of the current feminist movement, consciousness-raising groups were very common. These groups were composed of women who talked together about their problems and directions as women in a patriarchal society. Gradually, these groups came to the insight that ‘the personal is political’, thus providing the first reconciliation between what had always been labeled the ‘personal’ and the ‘political’ dimensions of life. Women, who had felt for years that the dissatisfaction they had experienced as women was a personal problem, came to realize in concert with other women that these problems were not peculiar to them as individuals but were common to women as a caste. (…) From these consciousness-raising groups came much of the initial political action of the women’s movement.”

aside from this one-to-one form of counseling, the model of consciousness-raising emphasizes the group process itself.”

We have seen enough of those transsexuals and professionals in the media who are in favor of transsexual surgery as the solution to so-called gender dissatisfaction and dysphoria. We need to hear more from those men and women who, at one time, thought they might be transsexuals but decided differently—persons who successfully overcame their gender identity crises without resorting to the medical-technical solution. We need to hear more also from professionals such as endocrinologist Charles Ihlenfeld who, after helping one hundred or more persons to ‘change their sex’, left the field. Ihlenfeld decided that ‘we are trying to treat superficially something that is much deeper’. And finally we need to hear more from persons, such as feminists and homosexual men, who have experienced sex-role oppression but ultimately did not become transsexuals.”

NOTES

Somer Brodribb, Nothing Matters: A Feminist Critique of Postmodernism

Mary Daly, Gyn/Ecology: The Metaethics of Radical Feminism

The case of Rosalyn Franklin is a primary example of a woman who made an initial and major contribution to the discovery of the structure of DNA, yet was not part of the group that received the Nobel Prize for this discovery. See Anne Sayre, Rosalyn Franklin and the DNA (New York: W. W. Norton, 1975). An even more famous example of the male scientific erasure of a woman’s discovery is the case of Helen Taussig who discovered the method for saving the lives of ‘blue babies’. Alfred Blalock took the credit for this discovery, and it has since been named the Blalock method.”

Because Stone gave up his male identity and lives as a ‘woman’ and a ‘lesbian’, [s]he is faced with the same kinds of oppression that other women and lesbians face, along with the added ostracism that results from being a transsexual.”

Another parallel is that some royal eunuchs also wore women’s clothing, and their physical characteristics, especially as represented on Assyrian monuments, resembled those of women. Eunuch priests of goddess temples were said to wear women’s garb and perform women’s tasks. See John L. McKenzie, ‘Eunuch’, Dictionary of the Bible

See the Oxford English Dictionary listing for the word health, which traces the word from its Old English spelling originally meaning whole.”

Two patients felt angry and hopeless that they could not return to their previous masculine state. In Randell’s study, there were 4 cases in which the postoperative adjustment was worse than before the operation. ‘There the result can be designated as very poor.’ The behavior included suicide, suicidal impulse, moral depravity, and a wish to reverse the effects of operation. Two of these men succeeded in committing suicide.”

George Gilder, Sexual Suicide

J. Hoenig et al., in their article, ‘The Surgical Treatment for Transsexuals’ (Acta Psychiatra Scandinavia, 47 [May 1974]: 106-36), state that surgical treatment to increase breasts in male transsexuals should not be undertaken, especially if such treatment is followed up with estrogen therapy, since there is a risk of malignancy. They cited the study of W. Symmers, ‘Carcinoma of the Breast in Transsexual Individuals after Surgical and Hormonal Interference with the Primary and Secondary Sex Characteristics’, British Medical Journal, 2 (1968): 83. Symmers reported two cases who came to autopsy with carcinoma of the breast. He suggests that the malignance was entirely due to the hormonal imbalance created by castration plus the massive doses of estrogen received. Jan Stiefel has noted the significant factor that serious and accepted research was being done on transsexuals with breast cancer resulting from exogenous estrogen therapy, long before a comparable serious and accepted study was done on native-born women.”

Alexander Mitscherlich & Fred Mielke, Doctors of Infamy: The Story of the Nazi Medical Crimes (New York: Henri Schuman, 1949).

the question of verification of ontological judgments, the question of method, cannot be answered before the method is applied successfully or unsuccessfully—that is, before its efficacy in human lives and community is tested.”

POSFÁCIO SOBRE O PREFÁCIO DE FOUCAULT A UMA OBRA DE BINSWANGER – Elisabetta Basso (em francês)

In: Le rêve et l’existence, Binswanger, Ludwig. Ed. Dastur, Françoise. Paris: Vrin, 2012, pp. 87-114.

« L’affaire se complique ultérieurement si l’on considère que déjà dès le début des années 60, à l’époque de la parution de l’Histoire de la folie, c’est Foucault lui-même qui se montre très dur avec la psychopathologie ‘existentielle’. Dans Maladie mentale et psychologie, en particulier, après avoir traité de la conception binswangerienne de la maladie en tant que déroulement des « formes d’insertion dans le monde », le philosophe conclut presque d’une façon provocatrice en soutenant que c’est ‘dans l’histoire seulement que l’on peut découvrir le seul a priori concret, où la maladie mentale prend, avec l’ouverture vide de sa possibilité, ses figures nécessaires’. Et les chapitres finaux de cet ouvrage de 1962 ne concerneront alors plus les formes d’apparition de la maladie, mais ses conditions historiques.

Lors de la parution de l’Histoire de la folie, d’ailleurs, les psychiatres français ne manquèrent pas de taxer la posture intellectuelle de Foucault d’‘idéologique’, et ils lui reprochèrent une position ‘psychiatricide’ qu’ils considéraient être en contradiction avec les premiers ouvrages du philosophe et notamment avec son Introduction à Binswanger. »

« Henri Ey, par exemple, dans son allocution d’ouverture des ‘Journées annuelles de l’Évolution psychiatrique’ de 1969, tout en louant ‘la somptueuse Préface de la traduction de Traum und Existenz, regrettait que la conception idéologique qui était à la base de l’archéologie foucaldienne de la folie remette en cause ‘l’intérêt que Foucault a toujours pris aux problèmes fondamentaux de la psychopathologie et de la psychanalyse’. Cette remarque est tout particulièrement intéressante du fait que ‘L’Évolution psychiatrique’, depuis sa fondation en 1925, avait eu un rôle très important dans la promotion d’une psychiatrie et d’une psychologie qu’elle s’engageait à intégrer à plein titre parmi les ‘sciences de l’esprit’. Elle fut d’ailleurs la tribune d’élection de nombre de psychiatres voués au développement d’une problématisation et d’une approche fondamentalement cliniques – et en l’occurrence ‘phénoménologiques’ – de la psychopathologie qui ont caractérisé une grande partie de la psychiatrie française pendant la première moitié du siècle dernier. Et pourtant, c’est bien à cette même époque que l’enthousiasme si prometteur que Foucault avait manifesté à l’égard de la possibilité de fonder la psychiatrie sur une ‘analytique de l’existence’ finit par laisser la place à une condamnation apparemment sans appel de l’‘ambigüité’ de l’analyse existentielle par rapport à son ‘lien avec une pratique psychiatrique que tout à la fois elle ignorait et supposait’. On est bien fondé alors à s’interroger sur ce brusque changement de direction qui fait que tout rapprochement entre archéologie et Daseinsanalyse semble si choquant.

Une première clé pour aborder ce problème nous est offerte par l’histoire de la psychiatrie, qui a mis en lumière le rôle fondamental que le courant ‘existentiel’ aurait joué dans l’élaboration de ces différentes formes de critique psychiatrique qui ont été cataloguées sous la dénomination d’‘antipsychiatrie’, et auxquelles Foucault – qu’il le voulût ou pas – a lui-même fortement contribué. » « si l’attitude phénoménologique avait prévalu en psychiatrie, l’antipsychiatrie ne serait pas née » Henri Maldiney

« la psychiatrie existentielle occupe une place prioritaire en particulier dans les ouvrages de Roland Laing et David Cooper, qui se réclament ouvertement des projets respectivement de Jaspers, Minkowski, Binswanger. »

« On se souviendra que le premier ouvrage de Laing, The Divided Self, dans l’édition originale portait en sous-titre An Existential Study in Sanity and Madness (London, Tavistock, 1960; trad. fr. par Claude Elsen, Le Moi divisé: de la santé mentale à la folie, Paris, Stock, 1970) et qu’il s’ouvrait sur une citation de Minkowski. Le livre de Laing et Cooper de 1964, Reason and Violence, parut également dans une collection dont l’intitulé était ‘Studies in Existential Analysis and Phenomenology’. Mais le parcours de Franco Basaglia en Italie passe aussi à la fois par la psychiatrie existentielle et les ouvrages de Foucault. Il suffirait de prendre connaissance des écrits de Basaglia qui vont de 1953 à 1968 pour s’en rendre compte »

« Il faut remarquer que la Review of Existential Psychology & Psychiatry, depuis son premier numéro en 1961, a toujours publié des essais et des articles d’auteurs comme Binswanger, Medard Boss, Merleau-Ponty, Sartre, Kierkegaard, en même temps que Foucault, Laing, Cooper, Thomas Szasz, etc. »

« L’une des raisons de ce voisinage entre des positions qui paraissent au premier abord si distantes l’une de l’autre a été mise en lumière par Georges Lanteri-Laura, qui a montré que si la phénoménologie, dans ses différentes expressions, a pu prêter ses intuitions et même ses arguments au mouvement antipsychiatrique, c’est avant tout parce qu’elle se présente non pas comme doctrine, mais comme une ‘attitude fondamentale’ capable de mettre enfin ‘entre parenthèse toute position théorique préjudicielle’ relevant du savoir psychiatrique constitué. Autrement dit, la phénoménologie formulerait l’exigence de mettre en question la légitimité de toute ‘interprétation’ et de tout ‘choix réducteur’ opéré sur un sujet qui apparaît toujours, au contraire, comme une totalité actuelle et historique.

L’essai foucaldien de 1954 corresponde parfaitement à cette opération du fait non seulement qu’il s’oppose au projet de concevoir les formes d’existence et leurs ‘expressions’ à partir d’une ‘science des faits humains en style d’analyse expérimentale et de réflexion naturaliste’, mais aussi parce qu’il considère comme réductionniste même l’approche herméneutique, qu’il analyse dans sa variante freudienne aussi bien qu’husserlienne, si l’on conçoit cette dernière comme une eidétique pure de la conscience qui coïnciderait avec une ‘théorie de la signification’. A travers Binswanger, Foucault explicite ainsi le projet phénoménologique de dépasser en même temps la ‘science’ et la ‘spéculation’ pour laisser apparaître les phénomènes plutôt que de les reconduire à un ordre de significations données. Comme il l’explicitera en 1980, si ce ‘que l’on a définit comme analyse existentielle ou psychiatrie phénoménologique avait eu indéniablement une importance’ pour lui à l’époque où il s’interrogeait sur le statut et les ‘objets’ de la psychologie et de la psychiatrie, c’est parce qu’elle lui avait indiqué la voie pour sortir ‘des grilles traditionnelles du regard médical’ qui étaient à la base du savoir psychiatrique constitué. Or, qu’est-ce que l’archéologie sinon, encore une fois, le repérage et l’analyse des ‘grilles’ qui régissent et déterminent les modalités du ‘faire expérience’ ainsi que ‘le système d’orientation du regard’? »

« Le fait que ce soit Minkowski qui fasse cette remarque n’est pas de la moindre importance, puisque le psychiatre franco-polonais avait été l’un de premiers, dès ses études des années 20, à mentionner Binswanger, avec lequel il partageait le projet d’envisager la psychopathologie selon la ‘nouvelle orientation’ qui lui venait de la phénoménologie husserlienne. Et c’est également Minkowski, au début des années 50, qui insistera sur l’intérêt qu’il y aurait à traduire en français les ouvrages de son collègue suisse afin d’introduire plus concrètement la Daseinsanalyse dans le panorama de la psychiatrie française. »

Eugène Minkowski, La Schizophrénie (1953)

« Il faut remarquer, en effet, qu’à l’exception des références minkowskiennes dans les années 20 et 30, on commence à s’intéresser concrètement à l’oeuvre de Binswanger en France seulement à partir des années 40 et – ce qui est le plus intéressant – non pas seulement dans le domaine de la psychiatrie clinique, mais dans le contexte d’une interrogation philosophique-épistémologique plus radicale sur le bien fondé de la psychologie et des différentes ‘idoles explicatives’ par lesquelles elle avait tenté jusque là de saisir la ‘réalité humaine’. A ce propos, on mentionnera bien évidemment Sartre et la critique des postulats de la psychologie empirique exposée dans son ‘ontologie phénoménologique’ de 1943, bien que la référence à la Daseinsanalyse binswangerienne ne soit pas explicite dans l’esquisse d’une ‘psychanalyse existentielle’, et bien que le philosophe français estimait que cette dernière n’avait « pas encore trouvé son Freud. Il faut remarquer d’ailleurs que Binswanger lui-même s’était soucié de souligner la distance qui séparait son analyse du Dasein de la connotation anti-heideggérienne qui caractérisait la psychanalyse sartrienne de l’‘existence’ par l’accent mis sur le concept de ‘conscience’. »

« Mais il nous faut surtout citer la Phénoménologie de la perception, où Merleau-Ponty reconduit explicitement la ‘psychanalyse existentielle’ sartrienne à l’oeuvre de Binswanger, tout en se souciant d’épurer le concept d’‘existence’ de toute référence aux conceptions classiques de ‘conscience’ et d’‘esprit’, pour l’analyser dans le cadre d’une examen de l’expérience du corps ‘vécu’ à partir du phénomène de la perception. La manière dont Merleau-Ponty emploie Binswanger pour exposer son propre projet phénoménologique est très importante non seulement pour comprendre la lecture foucaldienne de Traum und Existenz, mais aussi, indirectement, pour mieux saisir les enjeux qui motivent à l’origine l’adoption par Binswanger du point de vue phénoménologique en psychopathologie. Dans l’approfondissement merleau-pontien des notions d’‘expression’ et de ‘signification’ selon l’idée d’une ‘direction’ ou d’un ‘sens incarné’ par lequel une existence se réalise dans sa totalité irréductible de ‘corps’ et ‘monde’, on peut reconnaître en effet le même souci que Foucault exprime à travers Binswanger d’autonomiser l’expression de toute ‘théorie de la signification’. Mais surtout, on peut reconnaître le même souci de dégager le noyau philosophique qui est à la base de toute enquête effectuée de et sur la psychologie. Si la psychologie se révèle être, selon Husserl, le ‘champ des décisions’ pour la philosophie, c’est parce que ‘l’autocritique du psychologue’ le mène à dépasser le champ phénoménal ‘des faits’ vers ce ‘champ transcendantal’ ou ‘réflexion de deuxième degré’ qui est en même temps analyse de l’expérience et analyse du statut épistémologique de tout savoir sur l’expérience. »

Devemos sobretudo citar a Fenomenologia da percepção, em que Merleau-Ponty reconduz explicitamente a ‘psicanálise existencial’ sartreana à obra de Binswanger, tratando sempre de depurar o conceito de ‘existência’ de toda referência às concepções clássicas de ‘consciência’ e de ‘psique’, a fim de analisá-lo dentro do quadro de um exame da experiência do corpo ‘vivido’ a partir do fenômeno da percepção. A maneira pela qual Merleau-Ponty emprega Binswanger a fim de expor seu próprio projeto fenomenológico é de muita importância, não somente para compreender a leitura foucaultiana de Sonho e Existência, mas também, indiretamente, para melhor apreender os dilemas que motivaram o início da adoção, por parte de Binswanger, do ponto de vista fenomenológico em psicopatologia. No aprofundamento merleau-pontyano das noções de ‘expressão’ e ‘significação’ segundo a idéia de uma ‘direção’ ou de um ‘sentido incarnado’ mediante o qual uma existência se realiza na totalidade irredutível de ‘corpo’ e ‘mundo’, pode-se reconhecer, com efeito, a mesma preocupação que Foucault exprime por meio de Binswanger: a de autonomizar a expressão de todas as ‘teorias da significação’. Porém, acima de tudo, pode-se reconhecer a própria questão de desemaranhar o núcleo filosófico (ou nó górdio) que jaz à base de todas as pesquisas efetuadas A PARTIR DA e SOBRE A psicologia. Se a psicologia se revela, segundo Husserl, como o ‘campo das decisões’ para a filosofia, isto é porque a ‘autocrítica do psicólogo’ leva-o a ultrapassar o campo fenomenal ‘dos fatos’ na direção desse ‘campo transcendental’ ou ‘reflexão de segundo grau’ que é ao mesmo tempo análise DA experiência e análise do estatuto epistemológico de todo saber SOBRE a experiência.”

Les ouvrages de Binswanger auxquelles se réfère Merleau-Ponty sont: Über Psychotherapie (1935); Traum und Existenz (1930); Über Ideenflucht (1932); Das Raumprobleme in der Psychopathologie (1933).“

« Cette ‘forme d’analyse dont le projet n’est pas d’être une philosophie, et dont la fin est de ne pas être une psychologie’ répondait donc très bien à l’exigence d’aller ‘vers le concret’ qui avait caractérisé la critique philosophique de la psychologie en France depuis la fin des années 20, et qui avait déterminé, à peu près à la même époque, la spécificité de la réception française de la phénoménologie allemande. En qualifiant les phénomènes psychologiques de réalités ‘dramatiques’ par la saisie du ‘monde intentionnel’ qu’ils ouvrent, Binswanger répondait notamment à l’idée jadis avancée par Georges Politzer – et reproposée ensuite explicitement par Minkowski – selon laquelle ce dont doit rendre compte la psychologie, c’est du ‘drame’ humain, à savoir de cette ‘expérience primaire’ de l’existence comme ‘vie vécue’ qui ne peut pas être réduite à des éléments séparés, mais doit être saisie dans sa totalité, à partir des formes d’expression qui lui sont propres. Cette conception de l’existence en tant que ‘réalité dramatique’, on la retrouve en effet chez Merleau-Ponty aussi bien que chez Foucault, et toujours dans le cadre d’une problématisation de l’‘expression’ qui se sert de l’analyse existentielle binswangerienne pour critiquer l’herméneutique freudienne et sa théorie de la signification. »

« En soutenant que la Daseinsanalyse – en restituant ‘dans leur plénitude les actes d’expression’ – aurait réussi à développer la phénoménologie dans le sens d’une théorie de l’expression, Foucault indique la possibilité d’un dépassement de la phénoménologie par la phénoménologie elle-même qui mettrait en lumière la véritable essence méthodologique de cette dernière. »

« La méthode phénoménologique se présentait donc comme la réponse la plus adéquate à cet appel au concret selon lequel ‘la psychologie ne nous fait et ne peut jamais nous faire connaître aucun commencement. Elle n’est pas au ‘commencement’, elle est ‘au milieu’ (Politzer). »

« Si le cas de Merleau-Ponty est paradigmatique, c’est justement qu’il montre à travers la phénoménologie l’opportunité de concevoir la biologie non pas comme l’univers de la science, de l’objectivité et du ‘hors de soi’ en opposition à l’‘univers de la conscience’, voire du subjectif, de la valeur [extrínseco] et de la signification [intrínseca], mais comme une spéculation qui serait capable de saisir cette valeur et cette signification justement en tant que ‘déterminations intrinsèques de l’organisme [i.e., do extrínseco]’. 

Il faut bien souligner alors que Binswanger est mentionné par Merleau-Ponty précisément dans ce contexte, et que les auteurs auxquels il se réfère dans sa saisie phénoménologique de la perception comme ‘expérience du monde’ – notamment les neurologues allemands Kurt Goldstein et Viktor von Weizsäcker – sont aussi les références principales de l’enquête binswangerienne sur la maladie mentale en tant que ‘nouvel être dans le monde’. Quand Minkowski écrit – dans la nouvelle édition de son étude sur La schizophrénie de 1953 – que l’analyse existentielle de Binswanger aurait enfin rendu accessible au psychiatre le ‘monde particulier’ des malades en lui montrant ‘sa forme et ses lois’, cet emploi de la notion de ‘loi’ n’est pas que métaphorique, puisqu’il renvoie en effet à tout un courant de la biologie et des savoirs médicaux qui avait fait du concept de normativité la base pour l’étude du vivant et de la structure de son ‘être dans le monde’. C’est d’ailleurs dans ce contexte scientifique-philosophique que paraît en 1951 la traduction française du principal ouvrage de Goldstein, La structure du comportement, et c’est bien dans ce même esprit que Foucault traduit en 1958 l’ouvrage de Weizsäcker, Le cycle de la structure, qui est préfacé par Henri Ey et publié chez le même éditeur où avaient paru les traductions de Binswanger, de même que la traduction de l’ouvrage du physiologiste et anthropologue hollandais Frederik J. J. Buytendijk: Attitudes et mouvements: étude fonctionnelle du mouvement humain, préfacé par Minkowski. »

« Il n’était pas le seul d’ailleurs, à cette époque-là, à essayer à mettre à l’épreuve les intuitions de Heidegger sur le plan de la ‘vie concrète’. La présence de Heidegger était en effet déjà très forte dans l’oeuvre de Weizsäcker, mais aussi dans celle du psychiatre allemand Erwin Straus,¹ dont on peut retrouver la trace dans les ouvrages merleau-pontiennes des années 40 aussi bien que dans l’essai foucaldien de 1954. »

¹ Vom Sinn der Sinne: ein Beitrag zur Grundlegung der Psychologie, Berlin, Springer, 1931, 19562; trad. fr. par G. Thinès et J.-P. Legrand, Du sens des sens. Contribution à l’étude des fondements de la psychologie, Grenoble, Jérôme Millon, 1989; 2000.

Ludwig Binswanger, Analyse existentielle, psychiatrie clinique et psychanalyse. Discours, parcours et Freud.

« Dans la deuxième édition de son Vom Sinn der Sinne (1956), d’ailleurs, pour critiquer Heidegger Straus faisait référence justement à Binswanger, un Binswanger qui s’était montré aussi très critique à l’égard du discrédit dans lequel le philosophe avait jeté les points de vue biologique et anthropologique sur l’existence. On comprends mieux alors le sens des avertissements réitérés que Foucault nous donne au début de son Introduction, là où il souligne que ‘rien ne serait plus faux que de voir dans les analyses de Binswanger une application du concept et des méthodes de la philosophie de l’existence aux données de l’expérience clinique’, ou quand il affirme que le ‘détour’ de Binswanger ‘par une philosophie plus ou moins heideggérienne n’est pas un rite initiatique qui ouvre l’accès à l’ésotérisme de la Daseinsanalyse. Les problèmes philosophiques sont présents, ils ne lui sont pas préalables’ [pré-requisitos]. »

Agamben, Signatura rerum. Sur la méthode.

Jocelyn Benoist, ‘Sur l’état présent de la phénoménologie’, 2001 (artigo)

« Binwanger insiste que ce concept de Dasein qui pour Heidegger possède le caractère d’une thèse ontologique, peut également être utilisé par une ‘analyse existentielle pratique’ en tant qu’instrument méthodologique ou ‘fil conducteur’ pour étudier les formes par lesquelles se structurent les ‘projets de monde’ des malades. »

« Afin de mettre en lumière la distance qui sépare la Daseinsanalyse de l’herméneutique freudienne, Foucault insiste sur le fait que ‘le point essentiel du rêve n’est pas tellement dans ce qu’il ressuscite du passé, mais dans ce qu’il annonce de l’avenir. Bien plutôt que répétition obligée du passé traumatique, le rêve anticipe, il est présage de l’histoire. En effet, dans le texte binswangerien cité par Foucault – un essai de 1928 sur les ‘changements dans la conception et l’interprétation du rêve depuis les Grecs jusqu’au présent’ – Binswanger conçoit le rêve précisément non pas comme un phénomène ‘à interpréter’, mais comme ‘catégorie-guide’ pour repérer les directions de sens ou structures fondamentales des expériences psychopathologiques. Or, ces directions – que Binswanger définit aussi en termes de ‘tendances spirituelles’ du rêve – correspondraient aux événements réels exactement au sens où elles en seraient les conditions de possibilité. Le psychiatre revient d’ailleurs sur ce thème d’un destin conçu en tant que possibilité d’être dans une lettre qu’il écrit à Foucault en 1954, où il regrette d’avoir affirmé – dans son Rêve et existence – que le rêve ne serait que ‘fonction vitale’, tandis que ce serait seulement dans l’état de veille que ‘nous faisons histoire de vie’, puisqu’en réalité ‘nous faisons les deux dans le rêve comme dans la veille’. (…) L’accent mis sur le futur plutôt que sur le passé manifeste exactement cette coïncidence du réel et du transcendantal, à savoir l’idée que la ‘raison’ de l’existence n’est pas dans une cause ou une série de causes, mais dans cette existence elle-même ‘qui se fait à travers le temps’, ‘dans son mouvement vers l’avenir’. »

L’ALCIBIADE FANCIULLO A SCOLA – Prefácio à edição francesa de 1891 (trad. inglesa)

Prior to the reprint of 1862, l’Alcibiade fanciullo a scola [Alcibiades the Schoolboy] was one of the most difficult books even to see, let alone to obtain. We knew of only a very small number of the two original editions, both dated 1652.¹ Four were in public libraries – in Dresden, in Grenoble, in the Bibliothèque Imperiale and in the British Museum. We have no information from Grenoble or Dresden, but the British Museum’s copy has been lost, and the copy in the Bibliothèque Imperiale has been placed in ‘Hell’ – the most dreadful fate which can befall a book -, where it cannot be read, examined, or even touched. M. Micharda said once to enquirers: ‘We have only opened Hell to 2 people – to M. Michelet, for his Histoire de la Révolution, and Doctor ****, for his Études sur la folie.’”

¹ Livro até então apócrifo ou atribuído aos nomes errados.

The reprint of 1862, of 102 copies, was able to make this extraordinary book better known to bibliophiles who understood Italian, but the magistracy did not show itself disposed to extend to this language the indulgence shown to Latin. The reprinted Alcibiade was the subject of a condemnation imposed in May 1963.

Undaunted by this precedent, we have published a new edition intended, by the number of copies and the price – like the earlier reprint –, for bibliophiles and scholars who, in our opinion and like philosophers and priests, are entitled to read everything. Omnia pura puris [Aos puros tudo é puro].

This, we repeat, is our opinion, and it is a conviction so well founded that all the magistracies in the world will not shake it. Apart from anything else, it is noteworthy that shortly before the condemnation of the book 2 scholars made it the object of – or used it as the pretext for – 2 extremely interesting dissertations on the vice against Nature – and one can read these, just as one can read Alicbiade, without in the slightest degree turning into a pederast – or even Tartuffe, or his sort.

The first of these dissertations, published under the title Un point curieux des moeurs de la Grèce, was by M. Octave Delepierre, Belgian author, literary scholar and secretary of the legation of the consul-general of Belgium in London. Curieux is the right word! In his work, Delepierre rebutted the strange opinion of the famous German archaeologist Welcker, who asserted ‘that pederasty in Greece served to strengthen the bonds of friendship, that this vice, indeed, was not the result of a deviant sensuality, but an elevated principle of the theory of beauty’. We do not advise M. Welcker, famous though he is, to cross the Rhine and publish a French translation of his dissertation, since he would risk presenting the spectacle of a worthy and learned man awaiting a fine or prison.

This same man also represented Sappho as a person of pure morals.¹ We are, we see, dealing with a capricious scholar, one with a romantic and mystic spirit – a type common enough even in this country, where we have seen the rehabilitation of Marie Stuart, the madam of Longueville, of Marie Antoinette, and of other pitiable creatures. But, in his German fashion, Welcker roots his beliefs in an even more ancient and recondite cult; while Cousin made the madam of Longueville into a ‘landlady’, he would never have made Sappho into an hotelier. To go back to Alcibiade – from the quotation included by the author in his dissertation, it was said that the author of this dialogue had treated the question of pederasty ‘according to the ideas of the most respected Greek philosophers’.”

¹ Sappho von einem herrschended Vorurtheil befreit (Safo liberta de um preconceito dominante), 1861, 2a ed. 1855.

The other dissertation was translated from the Italian of Giamb. Baseggio by Gustave Brunet, librarian of the city of Bordeaux, and accompanied by notes and a detailed bibliography.” Le Manuel de librarie wrongly attributed to M. Girol Adda the honour of having, in 1859, discovered that the author of Alcibiade was Ferrante Pallavicini. This honour reverted to M. Bassegio, (SIC) who in 1850 published his Disquisizone”¹

¹ E no entanto tudo isto está errado: hoje a historiografia atribui a autoria a Antonio Rocco!

Ferrante was a member of l’Academia degl’Incogniti, and reputed author of Suzanna, Taliclea, Rete di Vulcano, Corriere svaligiato, Divorzio celeste and La Rettorica della Putane.

For information on Pallavicini, we can consult Moreri, Bayle, Chauffepié and Prosper Marchand. This author, to some a libertarian and to others a libertine, was beheaded at Avignon in 1644, aged barely 26, a victim of the spite of the Barberini.¹ His tragic ends did not prevent friends who were admirers of his works and faithful to his beliefs – Ureporio Leti among others – arranging reprints, in Geneva, of his most liberal works, those most hostile to Rome, works such as the Corriere, Divorzio celeste, Rettorica della Putane. And the format, the paper and the typography of the 1st edition of Alciabede (SIC) pointed to the Libraire Stoer, of Geneva. Admittedly, the book carried the date of 1652, and Léti (SIC) did not go to Geneva until 1660, but dates are often altered in publications of this kind.”

¹ Não se trata de uma censura direta a suas obras de cunho erótico e tabuístico, mas ao próprio Papa Urbano VIII, a quem atacou em panfletos.

Baseggio [wrongly] answered that (…) Pallavicini’s purpose was writing a satire directed at the educationalists who were then in public favour in Venice. (…) The warmth, the passion, the conviction that dominate the book from beginning to end seem to us quite foreign to a work of irony. A French erotic writer would write more coolly, more allusively – might indeed be shocked and repelled by such overt passion – but an Italian would show precisely this kind of warmth and enthusiasm. Pallavinci (SIC!!!), however, cannot be any more supposed a pederast than Pidanzat de Mairobert can be considered a lesbian for l’Apologie de la secte anandryne, published in l’Espoin anglais. It must me taken, then, that Alcibiade is the fantasy of a fine and free spirit immersed in classical study. (…) At the time of Pallavicini, let it be said, a work of this kind from the pen of an Italian writer was no more extraordinary than an erotic romance from a 13th century French writer. And if the author was also a pamphleteer, he would flaunt precisely those elements which today would be hidden with great care. According to Vincent Placcuis, the friends of Ferrante denied that he was the author of Diverzio celeste, (SIC!) but had no difficulty in acknowledging that he was the author of Rettorica della Putane, ‘because the morals of Italians accord well with one, and their superstition and their politics accord badly with the other’.

We have said that Gustave Brunet added an appendix to Baseggio’s dissertation. It dealt with several writings similar to Alcibiade, with works of Pallivicini (SIC!!!) and of his colleagues in the (sic) l’Academia des Ingognitie (DOUBLE SIC!!), with the legal status of the vice against Nature from antiquity to the present day, and ended with a list of more-or-less famous pederasts of more recent times. The list included both self-aknowledged and suspected pederasts. Among the first group were Théodore de Bèze and Louis XIII; among the second were Henry III, Lully, d’Assoucy [poeta], the Compte de Sintzendorff, the Marquis of Vilette, Peter the Great and Friedrich II.(*)(**)

(*) And in the XVI lived the most famous of all, Shakespeare.

(**) Les Matinées du Roi de Prusse

Pederasty is like cholera, in that it appears sporadically almost everywhere, and from time to time breaks out more violently, in an epidemic. The fears of Fréderic II about the Prussian army could also apply to the French army of today which, over the past few years, sadly appears also to have some of the ‘regiments of Uncle Henry’. In the last session of the Senate, the outspoken Marquis de Boissy, without beating about the bush, expressed fears about the invasion of our regiments by ‘Arab morals’, and indeed, a terrible outbreak of pederasty seems today to be the only trophy of the war of Africa, just like smallpox was that of the Italian wars of the XVI, at least if one believes Voltaire’s epigram about it”

Escapees from Sodom: We know that the biblical fire did not destroy all the inhabitants of that vile city. Spread now over all the earth, they have made Paris into a ruin; here, in particular, they are repeatedly the cause of some filthy discovery or another. In the past 15 days we have seen too much of one affair of this kind, and the problem is now one of considerable proportions. M. Gàstagnary has tried to speak of it in his chronicle of Parisian events in the Progrès de Lyon. We copy the reserve he had to adopt in referring to the matter, but it is not as recent as he believes. It dates back for several months; if we talk about it today, it is because the affair has necessitated an enquiry among several corps of soldiers, and it has not been possible to cover the inquiry with silence, as the police manage to do in other similar cases.”

Petite Revue

(*) “We read in the personal correspondence of the Army in Egypt, ‘The Arabs and the Mamelouks have treated several of our prisoners in the way that Socrates, it is said, treated Alcibiades.’” Ensinaram-lhes filosofia?!

(*) “The pederastic epidemic inflicted itself on us in the XVII at the court of Louis XVI (See La France devenue italienne, a book that was reprinted following l’Histoire amoureuse des Gaules, by Bussy-Rabutin) (…) We know that this city (Paris is a police headquarters; in consequence, there are public places authorised for this purpose. [Paris, sempre a vanguard!] The young men who are destined for the profession are carefully classified, because the regulatory system extends even to that. They are examined; those who are beautiful, rosy, well made, chubby, are reserved for the great lords, bishops and financiers, who pay very dearly for them. Those who are deprived of their testicles, or those who are said (because our language is more chaste than our morals) not to have weavers’ weights, but who give and receive, form the 2nd class; they are still expensive, because woman can also use them while they serve men. Those who are not capable of erection because of overuse – whether or not they have all the organs necessary to please – make up the third class. But those who preside over these pleasures first confirm their impotence. In order to do so they are placed, naked, on a mattress whose lower half is open; two women caress them to the best of their ability, during which a third, with fresh nettles, knocks gently on the seat of their sexual desires. After a quarter of an hour of these attempts, a long unripe pear is introduced into the anus, causing a considerable irritation, and fine mustard of Caedebec is put on the rash induced by the nettles; the glans is also rubbed with camphor. Those who resist all these stimuli and give no sign of erection are engaged for 1/3 of pay only. (Erotika Biblion, chap. Kadhésch, p. 93-ss., Bruxelles, 1886, with notes by the Chevalier Pierrugues.) (N.E.: This is probably nonsense from beginning to end, but the public was as credulous then on such matters as they are now. But the curse has never had the extent and the expansion and intensity which we witness in modern society, and where one can say that it has been democratised. See the Études sur les attentats aux moeurs du Dr. Trdieu, 3ed., Paris, 1859). But let us cease to review these nauseating texts; let us go out and buy a bottle of disinfectant. [aaah, vai dizer que você não curte, monsieur? Conta outra!]”

Several corps of soldiers! That is in all the documents”

Bruxelas, 1891

AO LEITOR

Os filósofos da Antiguidade, quando ensinavam literatura, inculcavam seus conhecimentos nos alunos pelo buraco de seus traseiros [HAHAHA!]. Assumiam que, mediante este método, não teriam como não se tornar completamente eruditos; que por essa via, no devido tempo, absorveriam todo o conhecimento de seus mestres.

Ó, que esses vícios se tivessem consumido nos tempos gregos! Ao contrário: atingiram seu clímax nas escolas de nosso tempo.

Atingimos o ponto em que nossas escolas podem ser consideradas teatros da infâmia e da vergonha, um repositório de todos os vícios; nossos mestres-escola prosseguiram com o método antigo de ensinar. Se você é conhecedor desta matéria, é provável que já tenha ouvido como alguns desses professores, em seu ardor para infundir conhecimento ao alunado, chegaram a ferir seus ânuses!

Portanto, sua leitura de Alcibíades, o Estudante ensiná-lo-á que, para aperfeiçoar nossos escolares, temos de retirá-los das mãos desses mestres de Sodoma – e de seu feliz vício.”

Poxa, fiquei com vontade de ler esse livro-tabu, mas não consigo encontrá-lo!

AOS PROFESSORES

Ah, professores maus, eu sei de suas tramas,

E de suas manhas, dos seus jogos com seus belos,

Fingindo que latim e gramática, soma e subtração

Chegam aos miolos partindo das nádegas!

É só nos cus que vocês põem os olhos,

Não têm prazer em bocetas, ou em seios e mamilos!

Nenhuma mulher pode seduzi-los nem dar-lhes prazer,

Mas vocês fodem garotinhos com todo seu poder!

Pederasta patife!, com lamentos miseráveis,

Já que agora todos seus pecados são por mim narrados,

Desistam de seus vícios, arrependam-se destas artes!

Encerrem de uma vez a vilania – cortem seus paus!

Até que, se um pirralho malcriado mostrar-lhes o bumbum,

Vocês só possam suspirar tristonhos, e seguir adiante.

M.V.”

NOTA DO EDITOR

[ih, rapaz, tá se justificando muito já, esse trem tá suspeito!]

Esse fragmento caiu por acidente em minhas mãos, e eu julguei de suficiente interesse, caro leitor, a fim de imprimir e trazê-lo a público. Use esta obra para vigiar seus filhos pequenos e salvá-los da perniciosa influência de professores malvados, essa corja detestável tão comum no presente.

Prometo publicar em breve a segunda parte, que aparecerá intitulada O Triunfo de Alcibíades, um trabalho que despertará ainda maiores interesses, uma vez que deriva da pena de um dos homens mais sábios de nosso país. Sempre à vossa graça.”